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Nutrição, microbiota e doenças relacionadas à endotoxina em vacas leiteiras

Neste artigo de revisão é apresentado um resumo total do papel que a dieta de alto teor de grãos e baixo teor de forragem tem sobre a composição da microbiota do rúmen e como as mudanças na dieta afetam a liberação de componentes da parede celular bacteriana tóxicos ao hospedeiro. Um destes compostos tóxicos é um lipopolisacarídeo ou endotoxina, um componente da membrana exterior de todas bactérias gram-negativas. Também são fornecidos dados que apoiam a idéia de que a endotoxina se transloca na circulação sanguínea e que estas endotoxinas ruminais estão associadas a múltiplas perturbações das variáveis sanguíneas relacionadas a carboidratos, lipídios e metabolismo mineral. Além disso, endotoxina induz resposta imune geral e não específica, denominada resposta aguda de fase. Destaca-se também o fato de que dietas de alto teor de grão estão associadas a grupos distintos de metabolitos do plasma e variáveis imunes, sugerindo que a mudança na proporção entre grãos de cereal e forragem na dieta é muito importante para a saúde do gado leiteiro. Fornecemos também informações que apoiam o conceito de que a endotoxina está envolvida em múltiplas doenças metabólicas, como fígado gorduroso, febre do leite, laminitis, placenta retida, abomasum deslocado e síndrome downer cow. Maior número de pesquisas é necessário para esclarecer os mecanismos pelo qual nutrição, microbiota e endotoxina contribuem para o desenvolvimento de doenças metabólicas. Concluímos que, além dos agentes causais acima mencionados, outros compostos gerados na área de gastrointestinal, como ácido de lipoteicóico ou aminas metiladas, podem estar envolvidos na etiologia de doenças metabólicas.

doenças metabólicas; endotoxina; imunologia nutricional; vaca leiteira


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