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Novas ocorrências de gastrópodes e bivalves marinhos no Brasil (Mollusca)

New records of marine gastropods and bivalves from Brazil (Mollusca)

Resumo

The gastropods Costaclis egregia (Dall, 1889), Thaleia nisonis (Dall, 1889), Tjaernoeia michaeli Engl, 2001 and the bivalves Bathyarca sp., Myonera aff. ruginosa (Jeffreys, 1882) are recorded for the first time in Brazilian waters. This paper presents a brief description of these species and also include ilustrations.

Bathyarca; Brazil; Costaclis; marine mollusks; Myonera; new ocurrences; Thaleia; Tjaernoiea


Bathyarca; Brazil; Costaclis; marine mollusks; Myonera; new ocurrences; Thaleia; Tjaernoiea

Novas ocorrências de gastrópodes e bivalves marinhos no Brasil (Mollusca)

New records of marine gastropods and bivalves from Brazil (Mollusca)

Ricardo Silva AbsalãoI, II; Carlos Henrique Soares CaetanoI, 1 1 Bolsista DTI/CNPq ; Alexandre Dias PimentaI

IDepartamento de Zoologia, Instituto de Biologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ilha do Fundão, 21941-590 Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

IIDepartamento de Biologia Animal e Vegetal, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Avenida São Francisco Xavier 524, Maracanã, 20550-900 Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

ABSTRACT

The gastropods Costaclis egregia (Dall, 1889), Thaleia nisonis (Dall, 1889), Tjaernoeia michaeli Engl, 2001 and the bivalves Bathyarca sp., Myonera aff. ruginosa (Jeffreys, 1882) are recorded for the first time in Brazilian waters. This paper presents a brief description of these species and also include ilustrations.

Key words:Bathyarca, Brazil, Costaclis, marine mollusks, Myonera, new ocurrences, Thaleia, Tjaernoiea.

Os moluscos constituem um dos maiores filos de invertebrados em número de espécies, dentre os quais as classes Gastropoda e Bivalvia são bem representadas no bentos marinho (Diaz & Puyana 1994). Apesar disso, em estudo recente, Bouchet (1997) concluiu que a Malacologia deve receber, nos próximos anos, um amplo esforço na taxonomia alfa para que possamos ter uma figura mais fidedigna da biodiversidade do filo. Esse mesmo autor também sugeriu que os maiores reservatórios de novas espécies estariam localizados nas regiões tropicais marinhas, principalmente no que diz respeito aos micromoluscos de águas profundas.

A biodiversidade de moluscos marinhos no Brasil é, sem dúvida, subestimada. Desde a publicação do último catálogo de moluscos marinhos do Brasil (Rios 1994), observamos um incremento significativo no número de espécies como conseqüência tanto da descrição de novas espécies (ca. de 64 segundo listagem em Pimenta & Costa 2002), bem como pelo registro de novas ocorrências de espécies para o nosso litoral decorrentes de trabalhos de revisão taxonômica de famílias e gêneros de moluscos marinhos (e.g. Absalão et al. 1996, Absalão et al. 2001, Absalão & Gomes 2001, Pimenta & Absalão 2001, 2002).

O conhecimento da biodiversidade marinha ao longo de toda a costa brasileira vem recebendo um notável impulso desde o início das atividades do programa REVIZEE ("Avaliação do Potencial Sustentável de Recursos Vivos da Zona Econômica Exclusiva"). Esse programa é de fundamental importância político-econômica e estratégica para o Brasil, tendo como objetivos garantir a ocupação e uso da Zona Econômica Exclusiva. Durante o processamento do material da Campanha Oceanográfica "Central 5", Cruzeiro de Bentos, do programa REVIZEE/Score Central e de amostras obtidas na Bacia de Campos, Rio de Janeiro, identificamos cinco micromoluscos até então desconhecidos para as águas brasileiras.

MATERIAL E MÉTODOS

O material malacológico estudado foi coletado durante os anos de 2001 e 2002 em Campanhas Oceanográficas oriundas de duas origens: a) Campanha Oceanográfica "Central 5" do programa REVIZEE/Score Central, realizada entre os dias 17 e 22 de julho de 2001; b) Bacia de Campos, litoral norte do Estado do Rio de Janeiro, sob os auspícios da PETROBRÁS S.A durante os anos de 2001 e 2002. Em ambos os casos, foi utilizado o "Supply Boat" Astro-Garoupa adaptado para pesquisa oceanográfica e amostrador do tipo "Box-Corer".

O material deste estudo consistiu-se de conchas desprovidas de partes moles e o seu bom estado de conservação minimiza a possibilidade de ocorrência de transporte pós morte. Além disso, Absalão et al. (1999) mostraram que a remobilização de moluscos pós morte é muito baixa, mesmo ao considerar uma escala espacial de poucos quilômetros, para uma região mais costeira nos arredores de Macaé, norte do Estado do Rio de Janeiro. Adicionalmente, Kidwell (2001a, b), a partir de análises comparativas de faunas de moluscos marinhos e suas conchas vazias associadas, indicou que associações sedimentares de moluscos mortos refletem, de forma robusta, a composição e a abundância da comunidade local, o que fornece subsídios a favor da utilização de dados de conchas vazias e naturalmente acumuladas para estudos de caracterização da malacofauna. Essas evidências reforçam a hipótese de que os registros dos táxons aqui estudados para o litoral brasileiro são corretos e relativamente precisos para as localidades específicas para as quais estão sendo reportados.

A identificação do material foi baseada em comparações da morfologia das conchas com as descrições e ilustrações originais da literatura. Secundariamente, o material malacológico depositado na coleção de moluscos do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IBUFRJ) também foi utilizado para comparação.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise conquiológica permitiu a identificação dos gastrópodes Costaclis egregia (Dall, 1889), Thaleia nisonis (Dall, 1889), Tjaernoeia michaeli Engl, 2001 e dos bivalves Bathyarca sp. e Myonera aff. ruginosa (Jeffreys, 1882), até então não assinalados para o litoral do Brasil (Rios 1994). A seguir é apresentada uma caracterização de cada um dos táxons baseada no nosso material, seguida de uma breve discussão.

Gastropoda Cuvier, 1797

Eulimidae Risso, 1826

Costaclis Bartsch, 1947

Costaclis egregia (Dall, 1889)

Figs 1-3

Aclis egregia Dall, 1889: 325, pl. 18, fig. 12.

Aclis (Costaclis) egregia; Abbott, 1974: 132, fig. 1456.



Figuras 1-5. Eulimidae. (1-3) Costaclis egrégia: (1) IBUFRJ 12360, comprimento 10,7 mm; (2) IBUFRJ 12360, comprimento 7,4 mm; (3) detalhe das costelas axiais IBUFRJ 12360; (4-5) Thaleia nisonis: (4) IBUFRJ 12362, comprimento 5,2 mm; (5) protoconcha IBUFRJ 12699. Barra de escala: 250 µm.

Caracterização. Concha fina, não polida, cor branca, atingindo cerca de 11,0 mm de comprimento. Protoconcha lisa e bulbosa, translúcida, levemente torcida. Teleoconcha com 11 voltas convexas e sutura distinta. Primeiras três ou quatro voltas com costelas mais finas e menos conspícuas; as demais voltas com numerosas costelas axiais opistóclinas, irregularmente espaçadas, mais proeminentes posteriormente. Escultura espiral ausente. Abertura ovalada, estreitada posteriormente, às vezes com labio externo ligeiramente rebatido em sua porção mais anterior; columela arqueada e suavemente refletida, formando uma fenda profunda mas não um umbílico.

Distribuição geográfica. EUA: Flórida, Antilhas (Abbott 1974); Brasil: Bahia.

Material examinado. IBUFRJ 12360, REVIZEE CENTRAL # 4 (14º48,30'S, 038º55'W, 250 m), 02/VII/2001 [2 conchas].

Discussão. Dall (1889) já destacava, por ocasião da descrição original, que a concha dessa espécie apresentava dimensões superiores àquelas comumente observadas para os membros do gênero Aclis Lóven, 1846, porém, na ausência de partes moles, preferiu incluí-la, pelo menos provisoriamente, neste gênero. Bartsch (1947) criou o gênero Costaclis para reunir um grupo de aclidídeos de conchas alongadas (comprimento geralmente superior a 10 mm) e com costelas axiais. Já Bouchet & Warén (1986), admitem um estreito parentesco deste gênero com os demais representantes da família Eulimidae.

Os exemplares aqui estudados se ajustam muito bem ao conceito de Costaclis egregia, contudo apresentaram-se axialmente esculturados desde o inicio até o final da teleoconcha enquanto que, em sua descrição original, Dall (1889) reporta que essas costelas só seriam visíveis nas voltas intermediárias da concha. Não foi observada ornamentação espiral, embora Dall (1889) tenha reportado que tal escultura possa ocorrer com uma expressividade variável.

Thaleia Warén, 1979

Thaleia nisonis (Dall, 1889)

Figs 4-5

Benthonella nisonis Dall, 1889: 283.

Thaleia nisonis; Warén, 1979: 284, fig. 5.

Caracterização. Concha fina, polida, cor branca, alongada, cônica, atingindo cerca de 5,0 mm comprimento. Protoconcha com 4,5 voltas, de cor marrom-escuro e ornamentada com uma série de diminutas depressões mais ou menos arranjadas em linhas espirais. Teleoconcha com cinco voltas convexas dotada de microscópicas linhas axiais só distinguíveis sob aumento muito grande; sutura bem marcada. Abertura arredondada com estreitamento posterior; umbílico estreito.

Distribuição geográfica: EUA: Flórida (off Fernandina); Golfo do México; Bahamas; Cuba (off Cape San Antonio) (Warén 1979); Brasil: Rio de Janeiro (Bacia de Campos) e Bahia (proximidade do Arquipélago de Abrolhos).

Material examinado. IBUFRJ 12361, off Bacia de Campos (22º33'24"S, 040º12'10"W, 900 m), 18/V/2002 [1 concha]; IBUFRJ 12362, off Bacia de Campos (21º58'33"S, 039º51'52"W, 1200 m), 24/IX/2001 [2 conchas]; IBUFRJ 12699, REVIZEE CENTRAL # 5 (15º34,08'S, 038º49,81'W, 50 m), 01/VII/2001 [1 concha].

Discussão. Warén (1979) estudou a anatomia de Benthonella nisonis Dall, 1889, concluindo ser bem distinto dos demais eulimídeos conhecidos, e propondo a criação do gênero Thaleia para abrigar esse táxon.

Os exemplares aqui estudados (Fig. 4) são praticamente idênticos ao exemplar ilustrado por Warén (1979: 286, fig. 5). Entretanto, esse autor, apesar de mencionar a ocorrência de linhas espirais e axiais quase indistintas na protoconcha, não faz referência a escultura formada por depressões diminutas mais ou menos arranjadas em linhas espirais que encontramos na protoconcha dos exemplares aqui estudados.

A espécie conchiologicamente mais proxima à T. nisonis parece ser Umbilibalcis lata (Dall, 1889), da qual distingüi-se por sua protoconcha com mais voltas (4,5 em T. nisonis e 2,5 em U. lata) e de coloração distinta, protoconcha branca em U. lata e marrom-escuro em T. nisonis) (Fig. 5). Warén (1979) rejeitou o registro e a figura de Benthonella nisonis em Abbott (1974: 75, fig. 661) alegando tratar-se na verdade de um eulimídeo ainda não descrito.

Tjaernoeidae Warén, 1991

Tjaernoeia Warén & Bouchet, 1988

Tjaernoeia michaeli Engl, 2001

Figs 6-7

Tjaernoeia michaeli Engl, 2001: 11-12, figs 1-3.


Figuras 6-12. (6-7) Tjaernoeia michaeli: (6) IBUFRJ 11912, comprimento 0,62 mm, largura 0,55 mm; (7) IBUFRJ 11912, vista apical, largura 0,5 mm; (8-9) Bathyarca sp.: IBUFRJ 12729, comprimento 2,4 mm; (10-11) Myonera aff. ruginosa: IBUFRJ 12731, comprimento 5,3 mm; (12) Myonera paucistriata: IBUFRJ 12925, comprimento 8,2 mm.

Caracterização. Concha fina e bastante delicada, de coloração branca, globosa e pequenas dimensões (comprimento de 0,62 mm e diâmetro de 0,55 mm). Protoconcha pequena, globosa, lisa, com cerca de 1,5 voltas (diâmetro aproximado de 157 mm). Teleoconcha com até duas voltas convexas; esculturada externamente por depressões largas e irregularmente arredondadas dispostas em linhas mais ou menos espirais, tendendo a se anastomosar nas regiões próximas às suturas e ao redor do umbílico. Abertura holostomada, levemente arredondada. Lábio externo fino. Umbílico profundo e circular.

Distribuição geográfica. Antártica: Estreito de Drake (localidade-tipo) (Engl 2001); Brasil: Rio de Janeiro (Bacia de Campos).

Material examinado. IBUFRJ 11912, off Bacia de Campos (21º58'33"S, 039º51'52"W, 1200 m), 05/X/2001 [2 conchas]; IBUFRJ 12748, off Bacia de Campos (21º58'31"S, 039º50'29"W, 1350 m), ix/2001 [2 conchas]; IBUFRJ 12924, off Bacia de Campos (22º02'56"S, 039º50'37"W, 1230 m), 08/V/2002 [6 conchas].

Discussão. Warén & Bouchet (1988) ao criarem o gênero Tjaernoeia colocaram-no na família Pyramidellidae. Mais recentemente, Wáren (1991) após estudo da rádula de alguns exemplares criou uma nova família para o gênero, estabelecendo que, apesar da incerteza quanto ao relacionamento filogenético de Tjaernoeidae com outros gastrópodes, a presença de certos caracteres como tentáculos cefálicos bífidos, bifurcação suave na parte anterior do pé e um propódio profundamente dividido sugerem um parentesco com os Heterobranchia.

Os exemplares aqui estudados são muito similares a ilustração de T. michaeli, havendo, no entanto certa variação no umbílico, o qual se apresenta mais estreito em algumas conchas.

Tjaernoeia michaeli Engl, 2001 foi originalmente descrita para a região próxima ao Estreito de Drake, Antártica (ao sul da Terra do Fogo), constituindo o primeiro registro deste gênero para o Atlântico Sudoeste, o qual era conhecido apenas para as costas da Suécia, Islândia, Mar Mediterrâneo (Warén & Bouchet 1988, Warén 1991), além das Ilhas Britânicas e costa Atlântica da França (Rodriguez Babio & Thiriot-Quiévrex 1947 apud Warén 1991). Warén (1991) também reportou espécies não descritas deste gênero para Nova Zelândia e Golfo do México. O registro de T. michaeli para a costa brasileira (ca. 22ºS), amplia a distribuição conhecida do gênero Tjaernoeia no Oceano Atlântico.

Bivalvia Linnaeus, 1758

Arcidae Lamarck, 1809

Bathyarca Kobelt, 1891

Bathyarca sp.

Figs 8-9

Caracterização. Concha pequena (ca. 3 mm), semi-circular, fina, comprimida, obliquamente alongada, com umbo central e proporcionalmente largo. Superfície externa esculturada por linhas concêntricas finas e costelas axiais bem suaves. Charneira reta, podendo apresentar dentes finos.

Distribuição geográfica. Brasil: Rio de Janeiro (Bacia de Campos)

Material examinado. IBUFRJ 12729, off Bacia de Campos (22º41'12"S, 040º14'11"W, 1197 m), 15/V/2002 [2 valvas]; IBUFRJ 12730, off Bacia de Campos (22º37'48"S, 040º13'41"W, 1002 m), 19/V/2002 [1 valva].

Discussão. A maioria dos bivalves da família Arcidae são espécies com conchas robustas, de tamanho médio a grande, e habitantes da região entre-marés ou de águas rasas. No entanto, alguns gêneros apresentam conchas finas, de tamanho reduzido (4-5 mm) e ocorrem em grandes profundidades (Boyd 1998). Neste caso, inclui-se os representantes do gênero Bathyarca. O presente registro de Bathyarca sp. para o litoral do Brasil constitui o primeiro registro desse gênero para o Sudoeste do Atlântico, o qual apresenta uma ampla distribuição geográfica, com registros para o Oceano Pacífico, Austrália, Ártico, além de boa parte do Oceano Atlântico: litoral leste dos EUA, Golfo do México, Caribe, Colômbia e Oeste da África (Dall 1881, 1886, Abbott 1974, Newell 1969, Diaz & Puyana 1994).

Os exemplares do Brasil, embora se ajustem bem ao conceito de Bathyarca (Abbott 1974), apresentando concha diminuta, obliquamente alongada, charneira estreita e margens arredondadas, não puderam ser determinados como nenhuma das espécies conhecidas, ou de Bathyarca sp. reportada para o Caribe Colombiano por Diaz & Puyana (1994). Assim como estes últimos autores, optamos por manter a determinação em nível genérico, até que mais material para estudo esteja disponível.

Cuspidariidae Dall, 1886

Myonera Dall, 1886

Myonera aff. ruginosa (Jeffreys, 1882)

Figs 10-11

Neaera ruginosa Jeffreys, 1882: 942, pl. 71, fig. 7.

Myonera ruginosa; Abbott, 1974: 568, fig. 6229.

Caracterização. Concha pequena, atingindo até 5,3 mm de comprimento, de forma oval-arredondado, inequivalve, levemente equilateral, comprimida, fina e frágil. Extremidade anterior curta e de margens arredondadas; extremidade posterior dotada de um rostro mais largo do que longo. Uma quilha suave ocorre entre o rostro e a região posterior da concha. Superfície externa esculturada com numerosas e finas linhas concêntricas de crescimento que se ramificam, dando um aspecto enrugado à concha. Margem dorsal estende-se por baixo do proeminente umbo central.

Distribuição geográfica. EUA: Massachusetts (Abbott 1974); Brasil: Rio de Janeiro (Bacia de Campos).

Material examinado. IBUFRJ 12731, off Bacia de Campos (21º58'29"S, 039º46'35"W, 1691 m), 08/X/2001 [2 valvas].

Discussão. Os exemplares analisados se ajustam parcialmente ao conceito original de Myonera ruginosa, diferindo principalmente no tamanho do rostro que nesta é bastante pequeno e curto. Rios (1994) reporta somente uma espécie do gênero Myonera para o Brasil, Myonera paucistriata Dall, 1886, que se caracteriza pela presença de duas fortes quilhas na região posterior da concha (Fig. 12). Myonera aff. ruginosa pode ser facilmente distingüida da espécie anteriormente citada pela presença de somente uma quilha, da concha mais comprimida e do umbo menor.

AGRADECIMENTOS

Ao Dr. A. Warén (Swedish Museum of Natural History), pelos comentários sobre a taxonomia de Tjaernoeia michaeli e Thaleia nisonis; Dr. J. Leal (Bailey-Matthews Shell Museum), pelo envio de parte da bibliografia; Dr. J. de Brito (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) pelo auxílio para as fotografias de varredura e ao Dr. Walter Narchi e Dra. Sônia Godoy Bueno de Carvalho Lopes (ambos da Universidade de São Paulo) pela avaliação crítica e sugestões quanto ao manuscrito. Este estudo foi parcialmente financiado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e CAPES (Conselho de Aperfeiçoamento de Ensino Superior).

Recebido em 09.I.2003; aceito em 08.V.2003.

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  • 1
    Bolsista DTI/CNPq
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      02 Set 2003
    • Data do Fascículo
      Jun 2003

    Histórico

    • Aceito
      08 Maio 2003
    • Recebido
      09 Jan 2003
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