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Alinhamento de Vocabulário de domínio utilizando os sistemas AML e LogMap

RESUMO

Introdução:

No contexto da Web Semântica, a interoperabilidade entre ontologias heterogêneas é um desafio devido a diversos fatores entre os quais se destacam a ambiguidade e a redundância semântica. Para superar tais desafios, adota-se sistemas e algoritmos para alinhamento de diferentes ontologias. Neste estudo, entende-se que vocabulários controlados são uma forma particular de ontologias.

Objetivo:

obter um vocabulário resultante do alinhamento e fusão dos vocabulários Domínios Científicos e Áreas Científicas da Fundação para Ciência e Tecnologia, - FCT, European Science Vocabulary - EuroSciVoc e Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - UNESCO nomenclature for fields of Science and Technology, no domínio Ciências da Computação, para ser usado no âmbito do projeto IViSSEM.

Metodologia:

revisão da literatura sobre sistemas/algoritmos para alinhamento de ontologias, utilizando a metodologia Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses - PRISMA; alinhamento dos três vocabulários; e validação do vocabulário resultante por meio do estudo Delphi.

Resultados:

procedeu-se à análise dos 25 sistemas de alinhamento de ontologias e variantes que participaram de pelo menos uma track da competição Ontology Alignment Evaluation Iniciative entre 2018 e 2019. Destes sistemas foram selecionados Agreement Maker Light e LogMap para realizar o alinhamento dos três vocabulários, fazendo um recorte para a área da Ciência da Computação.

Conclusão:

O vocabulário foi obtido a partir do Agreement Maker Light por ter apresentado uma melhor performance. Ao final foi obtido o vocabulário, com 98 termos, no domínio da Ciência da Computação a ser adotado pelo projeto IViSSEM. O alinhamento resultou dos vocabulários utilizados pela FCT (Portugal), com o adotado pela União Europeia (EuroSciVoc) e outro do domínio da Ciência&Tecnologia (UNESCO). Esse resultado é proveitoso para outras universidades e projetos, bem como para a própria FCT.

PALAVRAS-CHAVE:
Alinhamento de ontologias; Vocabulários controlados; Vocabulários de domínio; Ontology Alignment Evaluation Iniciative. Web Semântica; Compatibilização semântica.

ABSTRACT

Introduction:

In the context of the Semantic Web, interoperability among heterogeneous ontologies is a challenge due to several factors, among which semantic ambiguity and redundancy stand out. To overcome these challenges, systems and algorithms are adopted to align different ontologies. In this study, it is understood that controlled vocabularies are a particular form of ontology.

Objective:

to obtain a vocabulary resulting from the alignment and fusion of the Vocabularies Scientific Domains and Scientific Areas of the Foundation for Science and Technology, - FCT, European Science Vocabulary - EuroSciVoc and United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization - UNESCO nomenclature for fields of Science and Technology, in the Computing Sciences domain, to be used in the IViSSEM project.

Methodology:

literature review on systems/algorithms for ontology alignment, using the Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses - PRISMA methodology; alignment of the three vocabularies; and validation of the resulting vocabulary by means of a Delphi study.

Results:

we proceeded to analyze the 25 ontology alignment systems and variants that participated in at least one track of the Ontology Alignment Evaluation Initiative competition between 2018 and 2019. From these systems, Agreement Maker Light and Log Map were selected to perform the alignment of the three vocabularies, making a cut to the area of Computer Science.

Conclusion:

The vocabulary was obtained from Agreement Maker Light for having presented a better performance. At the end, a vocabulary with 98 terms was obtained in the Computer Science domain to be adopted by the IViSSEM project. The alignment resulted from the vocabularies used by FCT (Portugal), with the one adopted by the European Union (EuroSciVoc) and another one from the domain of Science & Technology (UNESCO). This result is beneficial to other universities and projects, as well as to FCT itself.

KEYWORDS
Controlled vocabulary; Domain vocabulary; Ontology alignment; Ontology Alignment Evaluation Initiative; Semantic Web; Semantic compatibility

1 INTRODUÇÃO

Segundo Berners-Lee et al. (2001)BERNERS-LEE, T.; HENDLER, J.; LASSILA, O. The Semantic Web A new form of Web content that is meaningful to computers will unleash a revolution of new possibilities. Scientific American, v. 284, n. 5, p. 1-5, 2001. Disponível em: https://www.scientificamerican.com/article/the-semantic-web/. Acesso em: 10 set. 2021.
https://www.scientificamerican.com/artic...
, a Web Semântica é uma extensão da Web atual, na qual a informação tem um significado bem definido, permitindo uma melhor cooperação entre computadores e pessoas. Nesse contexto, as ontologias emergem como um meio para a implementação da Web Semântica (JACOB, 2005JACOB, E. K. Ontologies and the Semantic Web. Bulletin of the American Society for Information Science and Technology, v. 29, n. 4, p. 19-22, 2005. Disponível em: https://doi.org/10.1002/bult.283. Acesso em: 5 fev. 2021.
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). Por outras palavras, uma ontologia fornece um vocabulário que descreve um domínio de interesse, e as especificações dos significados dos termos presentes nesse vocabulário (EUZENAT; SHVAIKO, 2013).

No entanto, diferentes conceitos são apresentados para o termo ontologia, seja por conta de domínios específicos, seja pelo entendimento de alguns autores. De acordo com Studer et al. (1998)STUDER, R.; BENJAMINS, V. R.; FENSEL, D. Knowledge engineering: principles and methods. Data and Knowledge Engineering, v. 25, n. 1-2, p. 161-197, 1998. Disponível em: https://doi.org/10.1016/S0169-023X(97)00056-6. Acesso em: 18 set. 2021.
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, uma ontologia é definida como “uma especificação formal e explícita de uma conceptualização partilhada”, e em formato legível por máquina e partilhada, dado que a conceptualização deve ser generalizada e aceita por um grupo, e não por apenas uma pessoa (GUARINO et al., 2009GUARINO, N.; OBERLE, D.; STAAB, S. Handbook on ontologies. Geneve: Springer, 2009. Disponível em: https://doi.org/10.1007/978-3-540-92673-3. Acesso em: 5 fev. 2021.
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).

Desta forma, uma ontologia deve ser capaz de descrever uma interpretação estruturada e consentida de um determinado domínio de forma a permitir que esse conhecimento sobre o domínio seja partilhado por diversos agentes, sendo eles pessoas ou máquinas (BAÑOS-MORENO, 2017BAÑOS-MORENO, M.J. Propuesta de modelado de una ontología de dominio para la representación de acciones en política-economía. 2017. 348 f. Tese (Doutorado em Documentación) - Facultad de Comunicación y Documentación, 2018. Disponível em: http://hdl.handle.net/10201/56661. Acesso em: 12 nov. 2021.
http://hdl.handle.net/10201/56661...
).

Devido a necessidade as ontologias apresentarem um formato legível por máquina, inúmeras linguagens foram desenvolvidas ao longo dos anos (KALIBATIENE; VASILECAS, 2011KALIBATIENE, D.; VASILECAS, O. Survey on ontology languages. Lecture Notes in Business Information Processing 90 LNBIP, p. 124-141, 2011. Disponível em: https://doi.org/10.1007/978-3-642-24511-4_10. Acesso em: 18 set. 2021.
https://doi.org/10.1007/978-3-642-24511-...
; MANIRAJ; SIVAKUMAR, 2010MANIRAJ, V.; SIVAKUMAR, R. Ontology Languages: a review. International Journal of Computer Theory and Engineering, v. 2, n. 6, p. 1793-8201, 2010. Disponível em: https://doi.org/10.7763/IJCTE.2010.V2.257. Acesso em: 18 set. 2021.
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). Para este trabalho evidencia-se a linguagem RDF, bem como as suas extensões, OWL e SKOS.

Na obra de Euzenat e Shvaiko (2013)EUZENAT, J.; SHVAIKO, P. Ontology matching: Second edition. In: ______. Ontology matching. 2. ed. Berlin: Springer-Verlag Berlin Heidelberg, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1007/978-3-642-38721-0. Acesso em: 20 fev. 2021.
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são identificados alguns dos muitos modelos conceituais e de dados existentes para descrever o conhecimento, nomeadamente, tags e folksonomias, diretórios, bases de dados relacionais, e esquemas XML. Para este trabalho foram considerados apenas dois tipos de vocabulários controlados, o tesauro e a classificação (nomenclatura).

Diante do facto de as ontologias serem conceitualizadas por diferentes pessoas para diferentes propósitos, o seu reaproveitamento acaba por ser limitado. Diferentes comunidades possuem diferentes interesses e hábitos e utilizam diferentes ferramentas e conhecimentos, na maioria das vezes com diferentes níveis de detalhamento (EUZENAT; SHVAIKO, 2013). Essas diferenças resultam em tipos distintos de heterogeneidade, que Euzenat e Shvaiko (2013)EUZENAT, J.; SHVAIKO, P. Ontology matching: Second edition. In: ______. Ontology matching. 2. ed. Berlin: Springer-Verlag Berlin Heidelberg, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1007/978-3-642-38721-0. Acesso em: 20 fev. 2021.
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distingue da seguinte forma:

  1. heterogeneidade sintática - há quando duas ontologias não estão descritas numa mesma linguagem, ou quando duas ontologias são modeladas por diferentes representações de conhecimento (e.g., OWL e F-Logic);

  2. heterogeneidade terminológica - dá-se pela utilização de diferentes variações de nomes para descrever uma mesma entidade (e.g., diferentes línguas naturais, sinônimos etc.);

  3. heterogeneidade semântica - ocorre quando o mesmo domínio é modelado de diferente forma, geralmente através da utilização de diferentes axiomas (e.g., diferente cobertura, granularidade, perspectiva etc.); e

  4. heterogeneidade semiótica - verifica-se quando uma mesma entidade apresenta diferentes interpretações para diferentes pessoas.

Contudo, essa heterogeneidade, associada à ambiguidade e à redundância semântica, torna a interoperabilidade entre elas um desafio (GRACIA; MENA, 2012GRACIA, J.; MENA, E. Semantic heterogeneity issues on the web. IEEE Internet Computing, v. 16, n. 5, p. 60-67, 2012. Disponível em: https://doi.org/10.1109/MIC.2012.116. Acesso em: 20 fev. 2021.
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). Com o intuito de superar tais desafios, é importante a existência de métodos/algoritmos capazes de manipular as diferentes ontologias, de forma a misturar, alinhar e/ou fundir estas.

Para reduzir problemas relativos às heterogeneidades, ou possibilitar a reutilização de ontologias, adota-se o alinhamento de ontologias. De acordo com Euzenat e Shvaiko (2013)EUZENAT, J.; SHVAIKO, P. Ontology matching: Second edition. In: ______. Ontology matching. 2. ed. Berlin: Springer-Verlag Berlin Heidelberg, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1007/978-3-642-38721-0. Acesso em: 20 fev. 2021.
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, o alinhamento de ontologias visa encontrar correspondências entre entidades semanticamente relacionadas provenientes de diferentes ontologias. Como resultado do alinhamento de ontologias surgem as denominadas correspondências que consistem num conjunto de relações entre as entidades das diferentes ontologias que podem ser utilizadas em diversas tarefas, tais como, a fusão de ontologias, pesquisas através de queries, tradução de dados ou para navegar por meio da conexão de dados na Web (Web Semântica) (EUZENAT; SHVAIKO, 2013).

Segundo Euzenat e Shvaiko (2013)EUZENAT, J.; SHVAIKO, P. Ontology matching: Second edition. In: ______. Ontology matching. 2. ed. Berlin: Springer-Verlag Berlin Heidelberg, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1007/978-3-642-38721-0. Acesso em: 20 fev. 2021.
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, para obtenção dessas correspondências aplicam-se técnicas de alinhamento de ontologias que podem ser categorizadas com base em duas classificações: Tipo de input (kind of input), que considera a origem da informação e o tipo de input que é utilizado pelas técnicas de alinhamento de ontologias; e Granularidade/Interpretação do input (granularity/input interpretation classification), que tem por base a granularidade da técnica de alinhamento. Ou seja, essa técnica considera se as entidades das ontologias são exploradas de forma isolada (element-level), ou através das suas relações com outras entidades (structure-level), e interpretação do input que é realizada considerando apenas a própria estrutura (syntactic) ou por algum formalismo semântico (semantics).

As limitações de espaço não nos permitem discutir cada uma das técnicas de alinhamento em detalhes, mas elas diferem em escopo, foco e estrutura. Os autores Euzenat e Shvaiko (2013)EUZENAT, J.; SHVAIKO, P. Ontology matching: Second edition. In: ______. Ontology matching. 2. ed. Berlin: Springer-Verlag Berlin Heidelberg, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1007/978-3-642-38721-0. Acesso em: 20 fev. 2021.
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e Cheatham e Hitzler (2013)CHEATHAM, M.; HITZLER, P. String similarity metrics for ontology alignment. Lecture Notes in Computer Science: 8219 LNCS(PART 2), p . 294-309, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1007/978-3-642-41338-4_19. Acesso em: 20 fev. 2021.
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oferecem descrições detalhadas sobre esse tema. Neste artigo, é considerada a classificação de alinhamentos de acordo com a granularidade, ou seja, pela Granularity/Input interpretation.

O aumento do número de sistemas capazes de alinhar ontologias no início dos anos motivou a criação da Ontology Alignment Evaluation Initiative (OAEI), iniciativa internacional coordenada, com o objetivo de avaliar e comparar abertamente sistemas e algoritmos de alinhamento de ontologias, permitindo que qualquer pessoa seja capaz de tirar conclusões sobre as melhores estratégias.

A OAEI, em 2018 e 2019, fez uso de um conjunto de ontologias denominadas de tracks divididas nos seguintes grupos Schema Matching tracks, Instance Matching tracks, Instance and Schema Matching tracks, Complex Matching tracks, Interactive Matching tracks (ALGERGAWY, 2018ALGERGAWY, A. Results of the ontology alignment evaluation initiative 2018. In: 13th INTERNATIONAL WORKSHOP ON ONTOLOGY MATCHING CO-LOCATED WITH THE, 13th, 17th ISWC (OM 2018). Oct 2018, Monterey, United States, 2018. Proceedings of the [...]. Monterey, 2018. p. 76-116. Disponível em: http://ceur-ws.org/Vol-2288/oaei18_paper0.pdf. Acesso em: 15 ago. 2021.
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, 2019ALGERGAWY, A. Results of the ontology alignment evaluation initiative 2019. p. 46-85, 2019. Disponível em: http://ceur-ws.org/Vol-2536/oaei19_paper0.pdf. Acesso em: 20 fev. 2021.
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).

Considerando os benefícios proporcionados pelo alinhamento de ontologias, optou-se por adotá-lo para produzir um vocabulário controlado no domínio da Ciências da Computação que atenda às necessidades do Projeto IViSSEM.

1.1 Âmbito do estudo: Projeto IViSSEM

Cerca de 2.5 milhões de artigos são publicados anualmente, em que quase 7 mil são publicados diariamente (IVISSEM, n.d.IVISSEM . Information Visualization & Social Scholarly Metric. (n.d.). Disponível em: http://www.ivissem.net/. Acesso em: 5 Sept. 2021.
http://www.ivissem.net/...
). Como consequência de volume, a busca de artigos com valor para os diferentes pesquisadores torna-se uma tarefa cada vez mais complicada. Com vista a facilitar tal processo, o projeto IViSSEM visa desenvolver e testar uma nova altimetria (métrica alternativa proveniente das interações dos pesquisadores) denominada de Social Scholarly Experience Metric, que resultará da aplicação de técnicas de machine learning e diferentes combinações de altimetrias e perfis de pesquisadores. A sua aplicação irá refletir as preferências individuais no processo de encontrar um tópico específico. Da mesma forma, as atuais listas de resultados de busca com enorme quantidade de itens serão substituídas por uma interface inovadora baseada em técnicas avançadas de visualização.

Atualmente, no terceiro ano de execução, um dos objetivos deste projeto passa pela construção de um vocabulário de domínio de base que terá termos de vocabulários controlados relacionados entre si e com tags inseridas pelo utilizador. Para tanto, pode-se adotar o alinhamento de ontologias para obter esse vocabulário. Tema abordado por este estudo.

O presente estudo buscou desenvolver um vocabulário de domínio, Ciência da Computação, de modo a incorporar termos de outros vocabulários controlados relacionados entre si através da implementação de um sistema automático ou semiautomático capaz de fazer o alinhamento entre eles. Foram considerados três vocabulários, 2 multidisciplinares e 1 no domínio da Ciência e Tecnologia (EuroSciVoc, Domínios Científicos e Áreas Científicas da FCT e UNESCO nomenclature for fields of science and technology) (PUBLICATIONS OFFICE OF THE EU, 2021PUBLICATIONS OFFICE OF THE EU. European Science Vocabulary (EuroSciVoc). v.1.3 Luxembourg: Publications Office of the European Union, 2021. Disponível em: http://publications.europa.eu/resource/dataset/euroscivoc. Acesso em: 18 set. 2021.
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; PORTUGAL, 2012; SKOS, 2015SKOS. Simple Knowledge Organization System. UNESCO nomenclature for fields of science and technology. Skos.Um.Es. 2015. Disponível em: https://skos.um.es/unesco6/. Acesso em: 18 set. 2021.
https://skos.um.es/unesco6/...
).

Além dessa seção, este artigo possui mais três, são elas: Revisão sistemática da literatura, onde é apresentado o procedimento adotado e os resultados que orientaram a escolha dos sistemas a serem utilizados para o alinhamento; Enquadramento metodológico, apresenta os procedimentos metodológicos empregados para nas etapas referente a implementação e validação do alinhamento de vocabulários; Resultados, são apresentados os resultados obtidos com a implementação da técnica/algoritmo e com o estudo Delphi para avaliação do alinhamento; Conclusão, traz os principais contributos obtidos com a realização do estudo e aponta possibilidades de trabalhos futuros; por fim, são apresentadas as referências dos artigo utilizados neste artigo.

2 ALINHAMENTO DE ONTOLOGIAS: REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA

Para obter o conhecimento presente em artigos científicos sobre o tema alinhamento de ontologias foi elaborada uma revisão sistemática da literatura. A revisão sistemática foi desenvolvida com base no Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) (MOHER et al., 2009Moher, D. et al. Preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses: The PRISMA statement. PLoS Medicine, v. 6, n. 7, 2009. Disponível em: https://doi.org/10.1371/journal.pmed.1000097. Acesso em: 18 set. 2021.
https://doi.org/10.1371/journal.pmed.100...
). O PRISMA consiste em uma checklist com 27 itens e um fluxograma com quatro etapas (identificação, seleção, eligibilidade e conclusão), e tem como principal objetivo ajudar os autores a melhorarem a elaboração de revisões sistemáticas e meta-análises (MOHER et al., 2009Moher, D. et al. Preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses: The PRISMA statement. PLoS Medicine, v. 6, n. 7, 2009. Disponível em: https://doi.org/10.1371/journal.pmed.1000097. Acesso em: 18 set. 2021.
https://doi.org/10.1371/journal.pmed.100...
). Primeiramente, foi realizada uma pesquisa bibliográfica com o objetivo de identificar estudos sobre o alinhamento de ontologias. Foram considerados estudos que referenciavam algoritmos e ou métodos para alinhamento de ontologias.

Os estudos foram identificados, em dezembro de 2020, na base de dados Scopus. A opção pela Scopus deveu-se ao facto da base de dados apresentar uma cobertura de 90% das Ciências Naturais e Engenharia (AKSNES; SIVERTSEN, 2019AKSNES, D. W.; SIVERTSEN, G. A criteria-based assessment of the coverage of scopus and web of science. Journal of Data and Information Science, v. 4, n. 1, p. 1-21, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.2478/JDIS-2019-0001. Acesso em: 15 ago. 2021.
https://doi.org/10.2478/JDIS-2019-0001...
; MONGEON; PAUL-HUS, 2015MONGEON, P.; PAUL-HUS, A. The journal coverage of Web of Science and Scopus: a comparative analysis. Scientometrics, v. 106, n. 1, p. 213-228, 2015. Disponível em: https://doi.org/10.1007/S11192-015-1765-5. Acesso em: 18 set. 2021.
https://doi.org/10.1007/S11192-015-1765-...
). Com o intuito de identificar possíveis métodos/algoritmos para alinhamento de ontologias foi adotada a seguinte estratégia de busca: “Ontology MatchingOROntology AlignmentOROntology Mapping”, no campo “Article Title, Abstract, Keywords”. Não houve limite quanto ao tipo de documento, cobertura temporal ou área de aplicação dos estudos. Artigos cujo conteúdo não se encontrava disponível não foram considerados. Também foram considerados artigos que citavam ou eram citados pelos artigos inicialmente identificados. Da execução desta pesquisa resultaram cerca de 3.658 estudos, dos quais foram considerados apenas os 2000 mais relevantes de acordo com o índice de relevância da base de dados.

Posteriormente, foi realizada uma análise dos artigos com base nos títulos e resumos. Alguns dos autores dos estudos foram também contactados para obtenção de informações complementares.

A análise prévia dos 100 primeiros artigos apontou para a relevância da competição Ontology Alignment Evaluation Iniciative (OAEI) nesta temática. A OAEI é uma iniciativa internacional coordenada que organiza anualmente a avaliação de sistemas de alinhamento ontologias de forma controlada, através de um vasto conjunto de dados (ALGERGAWY, 2018ALGERGAWY, A. Results of the ontology alignment evaluation initiative 2018. In: 13th INTERNATIONAL WORKSHOP ON ONTOLOGY MATCHING CO-LOCATED WITH THE, 13th, 17th ISWC (OM 2018). Oct 2018, Monterey, United States, 2018. Proceedings of the [...]. Monterey, 2018. p. 76-116. Disponível em: http://ceur-ws.org/Vol-2288/oaei18_paper0.pdf. Acesso em: 15 ago. 2021.
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, 2019ALGERGAWY, A. Results of the ontology alignment evaluation initiative 2019. p. 46-85, 2019. Disponível em: http://ceur-ws.org/Vol-2536/oaei19_paper0.pdf. Acesso em: 20 fev. 2021.
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). Diante dessa constatação, optou-se por realizar a revisão sistemática da literatura a partir dos artigos referentes às participações dos sistemas na OAEI no período de 2018 e 2019. Assim, foram considerados apenas os artigos referentes à competição e à participação dos sistemas nos dois anos, bem como os artigos externos à competição que descrevem os sistemas participantes identificados na base de dados Scopus. Desta seleção, resultaram 34 artigos.

A partir desses artigos foram extraídas informações referentes às estratégias e às técnicas adotadas por cada abordagem para o alinhamento de ontologias, assim como a performance de cada sistema nas diferentes tracks da competição anual da OAEI nos anos de 2018 e 2019.

Vale destacar que, apesar de serem considerados estudos cujas performances são avaliadas no mesmo ambiente controlado (OAEI), o risco de viés diminui, porém continua a existir, uma vez que cada sistema apresenta diferentes performances em diferentes tracks, o que pode influenciar a análise da qualidade dos sistemas e identificação do “melhor” sistema.

A opção por utilizar os artigos apresentados na OAEI foi ratificada a partir da realização da análise bibliométrica que incluiu os 2.000 itens recuperados na Scopus. A análise bibliométrica indicou a conferência como sendo o evento mais relevante sobre o tema, assim como a identificação dos autores mais proeminentes. Os resultados da análise bibliométrica foram apresentados em outro artigo (submetido para publicação).

Na Figura 1, encontra-se ilustrado o processo de seleção dos estudos.

Figura 1
Fluxograma PRISMA

A OAEI, em 2018 e 2019, fez uso de um conjunto de tracks divididas nos seguintes grupos: (a) Schema Matching tracks que visam avaliar o alinhamento de classes e propriedades de ontologias; (b) Instance Matching tracks que visam avaliar o alinhamento de instâncias de ontologias; (c) Instance and Schema Matching tracks que visam avaliar tanto o alinhamento de classes e propriedades como instâncias de ontologias; (d) Interactive Matching tracks que visam avaliar a performance dos sistemas através da simulação de interação por parte do utilizador; e (c) Complex Matching tracks visam avaliar a obtenção de correspondências complexas (n:m) por parte dos sistemas (ALGERGAWY, 2018ALGERGAWY, A. Results of the ontology alignment evaluation initiative 2018. In: 13th INTERNATIONAL WORKSHOP ON ONTOLOGY MATCHING CO-LOCATED WITH THE, 13th, 17th ISWC (OM 2018). Oct 2018, Monterey, United States, 2018. Proceedings of the [...]. Monterey, 2018. p. 76-116. Disponível em: http://ceur-ws.org/Vol-2288/oaei18_paper0.pdf. Acesso em: 15 ago. 2021.
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, 2019ALGERGAWY, A. Results of the ontology alignment evaluation initiative 2019. p. 46-85, 2019. Disponível em: http://ceur-ws.org/Vol-2536/oaei19_paper0.pdf. Acesso em: 20 fev. 2021.
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). Tal divisão é observada no Quadro 1.

Quadro 1
OAEI tracks

Como referido anteriormente, as tracks foram analisadas considerando as técnicas de alinhamento utilizadas por cada um dos sistemas, bem como as suas performances na OAEI. No que concerne às técnicas de alinhamento utilizadas por eles, estas foram analisadas tendo por base a classificação Granularity/Input interpretation. Esta análise foi resultado da interpretação pessoal dos artigos dos sistemas, bem como da troca de informações, via e-mail, com os respectivos autores.

Em relação à performance dos sistemas na OAEI, esta foi avaliada tendo por base os fatores precision, recall e F-measure de cada um dos sistemas nas diversas tracks (ALGERWAY, 2018, 2019). Vale salientar que os artigos publicados sobre cada um dos sistemas, ainda que sob forma de documentos da OAEI, não foram revistos pelos seus pares da OAEI, o que pode resultar em inconsistências.

Após a análise dos 34 artigos, procedeu-se à categorização dos diferentes métodos/algoritmos utilizados por cada um dos sistemas. Em relação ao quadro, este descreve os diferentes tipos de técnicas existentes de acordo com o Euzenat e Shvaiko (2013)EUZENAT, J.; SHVAIKO, P. Ontology matching: Second edition. In: ______. Ontology matching. 2. ed. Berlin: Springer-Verlag Berlin Heidelberg, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1007/978-3-642-38721-0. Acesso em: 20 fev. 2021.
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, sendo que os diferentes sistemas exploram distintos métodos de avaliação. Desta forma, existem sistemas que, por exemplo, exploram técnicas caracterizadas como Structure-level e outros exploram outras técnicas caracterizadas com Element-level. Para cada sistema foram então identificados cada uma das técnicas utilizadas e categorizadas de acordo com os respetivos métodos descritos por Euzenat e Shvaiko (2013)EUZENAT, J.; SHVAIKO, P. Ontology matching: Second edition. In: ______. Ontology matching. 2. ed. Berlin: Springer-Verlag Berlin Heidelberg, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1007/978-3-642-38721-0. Acesso em: 20 fev. 2021.
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. No Quadro 2, encontram-se categorizados os métodos utilizados por cada um dos sistemas.

Quadro 2
Categorização dos métodos de alinhamento

Ao analisar os resultados referentes às performances dos sistemas apresentados pela OAEI (ALGERWAY, 2018, 2019) foram selecionados para este estudo dois sistemas para implementação, os sistemas AML e LogMap (Cf. GUIMARÃES, 2022GUIMARÃES, J. P. P. Vocabulário de domínio para o projeto IViSSEM. 2022. 208 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia e Sistemas de Informação) - Escola de Engenharia, Universidade do Minho, Guimarães, Portugal, 2022., p. 130-164). Esta seleção resulta da qualidade da performance dos dois sistemas nas diferentes tracks, uma vez que estes dois sistemas apresentavam as melhores performances em grande parte das tracks. De um total de 12 tracks, os sistemas AML e LogMap, juntamente com as suas variantes, destacaram-se em 10 e 8 delas, respetivamente.

Um outro fator que teve impacto nesta decisão foi também o número de citações dos artigos sobre os sistemas obtido pela análise bibliométrica, em que os seus autores também são bastante citados nesta temática.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

De forma a alcançar o objetivo proposto, ou seja, criar um vocabulário para o projeto IViSSEM, foi definido um conjunto de etapas, bem como os procedimentos metodológicos utilizados em cada uma delas.

Assim foram definidas três etapas: seleção dos vocabulários controlados; implementação dos sistemas para alinhamento dos vocabulários controlados; e avaliação dos alinhamentos produzidos na implementação.

3.1 Seleção dos Vocabulários Controlados

Para o desenvolvimento do vocabulário para o projeto IViSSEM foram considerados três vocabulários controlados que representam as principais áreas de conhecimento: EuroSciVoc, UNESCO Nomenclature for fields of Science and Technology e Domínios Científicos e Áreas Científicas da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) do Ministério da Educação e Ciência de Portugal. A seleção dos vocabulários EuroSciVoc e UNESCO Nomenclature for Fields of Science and Technology deve-se ao facto de estes estarem associados a instituições internacionais de relevo, enquanto a seleção do vocabulário da FCT foi devido a este ter como provedor uma agência pública de Portugal no contexto da Ciência e Tecnologia, país onde o projeto está a ser desenvolvido. No Quadro 3 encontram-se detalhados os referidos vocabulários.

Quadro 3
Vocabulários controlados utilizados

Devido ao número de termos presentes em dois vocabulários (UNESCO e EuroSciVoc), de forma a não comprometer a validação do alinhamento final e a qualidade do vocabulário resultante, foi necessário delimitar os vocabulários, tendo em conta apenas a área da Ciência da Computação.

3.1.1 EuroSciVoc

The European Science Vocabulary (EuroSciVoc) é uma taxonomia multilíngue baseada no manual da Frascati de 2015, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que representa todos os principais campos da Ciência. Foi ampliado com campos da ciência extraídos a partir do conteúdo do Community Research and Development Information Service (CORDIS) (ENCYCLOPEDIA, 2014ENCYCLOPEDIA. CORDIS: European Commission. FP7-NMP - Specific Programme “Cooperation”: Nanosciences, Nanotechnologies, Materials and New Production Technologies. 2014. Disponível em: https://cordis.europa.eu/en. Acesso em: 15 ago. 2021.
https://cordis.europa.eu/en...
) e organizado através de um processo semiautomático baseado em técnicas de Natural Language Processing (NLP).

Uma vez que este vocabulário se apresenta descrito em SKOS-XL (extensão do SKOS que permite usar labels como recursos), houve a necessidade de convertê-lo manualmente em SKOS, permitindo assim efetuar o alinhamento com os outros vocabulários. Esta necessidade surgiu do facto do sistema LogMap não produzir alinhamentos entre ficheiros SKOS-XL e SKOS.

Após a delimitação do vocabulário, de forma a evidenciar a área da Ciência da Computação, foi tido em consideração o ramo resultante do termo “computer and information science”, apresentado na Figura 2. O vocabulário completo pode ser observado em Publications Office of the EU (2021)PUBLICATIONS OFFICE OF THE EU. European Science Vocabulary (EuroSciVoc). v.1.3 Luxembourg: Publications Office of the European Union, 2021. Disponível em: http://publications.europa.eu/resource/dataset/euroscivoc. Acesso em: 18 set. 2021.
http://publications.europa.eu/resource/d...
.

Figura 2
Vocabulário EuroSciVoc

3.1.2 UNESCO Nomenclature for Fields of Science and Technology

Proposta em 1973 e 1974 pela Divisão de Política Científica e Estatística para a Ciência e Tecnologia da UNESCO e adotada pelo Comité Científico Consultivo, a UNESCO Nomenclature for Fields of Science and Technology é amplamente utilizada na gestão do conhecimento de projetos de investigação e dissertações. Esta encontra-se dividida em três níveis hierárquicos: áreas, disciplinas e subdisciplinas (SKOS, 2015SKOS. Simple Knowledge Organization System. UNESCO nomenclature for fields of science and technology. Skos.Um.Es. 2015. Disponível em: https://skos.um.es/unesco6/. Acesso em: 18 set. 2021.
https://skos.um.es/unesco6/...
; PASTOR-SÁNCHEZ; RODRIGUEZ-MUÑOZ; LOPEZ-CARREÑO, 2013PASTOR-SÁNCHEZ, J.A. et al. Publicación como Linked Open Data de la nomenclatura internacional de Ciencia y Tecnología y del Tesauro UNESCO. In: CONGRESSO ISKO ESPANHA E PORTUGAL, 1., 7-9 November 2013. Anais do [...]. Porto: ISKO, 2013. Disponível em: http://eprints.rclis.org/24272/. Acesso em: ago. 2021.
http://eprints.rclis.org/24272/...
).

Foi efetuado um corte a partir do ramo resultante do termo “Computer Science”, apresentado na Figura 3. O vocabulário completo pode ser observado em SKOS... (2015SKOS. Simple Knowledge Organization System. UNESCO nomenclature for fields of science and technology. Skos.Um.Es. 2015. Disponível em: https://skos.um.es/unesco6/. Acesso em: 18 set. 2021.
https://skos.um.es/unesco6/...
).

Figura 3
Vocabulário UNESCO Nomenclature for Fields of Science and Technology

3.1.3 Domínios Científicos e Áreas Científicas da FCT

O vocabulário Domínios Científicos e Áreas Científicas utilizado pela FCT é um sistema de classificação, organizado por áreas e domínios científicos, onde cada domínio apresenta um conjunto de áreas e subáreas (MENDES, 2016MENDES, A. Science classification, visibility of the different scientific domains and impact on scientific development. Revista de Enfermagem Referência, v. 4, n. 10, p. 143-152,2016. Disponível em: https://doi.org/10.12707/RIV16049. Acesso em: 18 set. 2021.
https://doi.org/10.12707/RIV16049...
). Este vocabulário é disponibilizado no formato PDF, portanto, foi utilizada uma codificação deste em RDF, desenvolvida por um grupo de alunos no âmbito da unidade curricular de Web Semântica do Curso de Sistemas de Informação da Universidade do Minho, unidade de Guimarães (Portugal), e disponibilizada na DSI Wiki (n.d.)DSI. lod:linked_open_data [DSI Wiki]. Disponível em: http://wiki.dsi.uminho.pt/doku.php?id=lod:linked_open_data#linked_open_data. Acesso em: 30 out. 2021. Acesso em: 20 fev. 2021.
http://wiki.dsi.uminho.pt/doku.php?id=lo...
.

Para análise do vocabulário foi considerado o ramo resultante do termo “Electrical Engineering and Computer Engineering” , apresentado na Figura 4. O vocabulário completo encontra-se disponibilizado em Fundação para a Ciência e a Tecnologia (2012)PORTUGAL. Ministério da Educação e Ciência. Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Domínios científicos e áreas científicas. [Lisboa]: [FCT], 2012. Disponível em: https://www.fct.pt/apoios/projectos/concursos/2012/docs/Dominios_e_Areas_Cientificas_C2012.pdf. Acesso em: 18 set. 2021.
https://www.fct.pt/apoios/projectos/conc...
.

Figura 4
Vocabulário Domínios Científicos e Áreas Científicas

Com adoção dos critérios de corte referidos anteriormente foi possível avançar para o alinhamento dos vocabulários, descrito na próxima seção.

3.2 Implementação dos sistemas para alinhamento dos vocabulários controlados

O vocabulário controlado para o projeto IViSSEM resultou do alinhamento dos três vocabulários anteriormente descritos, tendo em conta apenas os termos referentes à área da Ciência da Computação.

Assim, através da aplicação do AML e da interface web do LogMap, os vocabulários foram alinhados um a um (vocabulário A com vocabulário B e vice-versa). Estes alinhamentos apresentavam-se em formato OAEI Alignment Format. Neste formato, cada correspondência é composta pelos termos identificados como correspondentes (provenientes dos vocabulários source e target) e pelo valor de confiança. Este valor diz respeito à confiança do sistema para alinhamento na correspondência entre os termos, com variação entre 0 e 1, onde 1 é valor máximo de confiança. Para este trabalho, foram apenas considerados alinhamentos com um valor de confiança superior a 0.6. Vale salientar que, no que concerne aos valores de confiança, estes variam de sistema para sistema, resultado dos diferentes algoritmos que cada um implementa.

3.3 Avaliação dos alinhamentos produzidos

Para avaliar a coerência dos alinhamentos sugeridos pelos dois sistemas foi aplicado o Estudo Delphi (LINSTONE et al., 1975) com o uso de um questionário, destinado a indivíduos com conhecimentos consolidados em Ciência da Computação e Ciência da Informação.

Os estudos Delphi nos últimos anos têm sido adotados por pesquisadores nas mais diversas áreas do conhecimento e, embora, seu uso tenha se ampliado não há um consenso sobre a forma como deve ser aplicado, seja em relação ao número de participantes ou quantas rondas devem ser adotadas (BAPTISTA; CUNHA, 2007BAPTISTA, S. G.; CUNHA, M. B. Estudo de usuários: visão global dos métodos de coleta de dados. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 12, n. 2, p. 168-184, 2007. Disponível em: https://doi.org/10.1590/s1413-99362007000200011. Acesso em: 10 nov. 2021.
https://doi.org/10.1590/s1413-9936200700...
; OKOLI; PAWLOWSKI, 2004OKOLI, C.; PAWLOWSKI, S. D. The Delphi method as a research tool: an example, design considerations and applications. Information & Management, v. 42, n. 1, p. 15-29, 2004. Disponível em: https://doi.org/10.1016/J.IM.2003.11.002. Acesso em: 10 nov. 2021.
https://doi.org/10.1016/J.IM.2003.11.002...
).

O número de participantes e de rondas pode ser definido mediante o perfil dos entrevistados e o objetivo do estudo (FINK et al., 1984FINK, A. et al. Consensus methods: characteristics and guidelines for use. American Journal of Public Health, v. 74, n. 9, p. 979-983, 1984. Disponível em: https://doi.org/10.2105/AJPH.74.9.979 . Acesso em: 10 nov. 2021.
https://doi.org/10.2105/AJPH.74.9.979...
). A seleção apropriada de painelistas ou participantes é fundamental para promover a confiabilidade e validade dos dados. Para este estudo Delphi, o painel incluiu 10 representantes das duas áreas em destaque e de perfil profissional condizente com o uso das terminologias (STEWART et al., 2017STEWART, D. et al. A modified Delphi study to determine the level of consensus across the European Union on the structures, processes and desired outcomes of the management of polypharmacy in older people. PLOS One, v. 12, n. 11, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1371/JOURNAL.PONE.0188348. Acesso em: 18 set. 2021.
https://doi.org/10.1371/JOURNAL.PONE.018...
).

Quanto à quantidade de rondas, essa foi definida após a obtenção da primeira aplicação do questionário, visto que alguns autores preconizam que essa quantidade pode variar de acordo com o índice de concordância ou consenso obtido entre os participantes (DELBECQ et al., 1986DELBECQ, A. L. et al. Group techniques for program planning: 59 a guide to nominal group and Delphi processes. The Journal of Applied Behavioral Science, v. 12, n. 4, p. 581-581, 1986. Disponível em: https://doi.org/10.1177/002188637601200414. Acesso em: 10 nov. 2021.
https://doi.org/10.1177/0021886376012004...
). Os índices de consenso variam na literatura entre 70 e 80% (BARRIOS et al., 2021BARRIOS, M. et al. Consensus in the delphi method: What makes a decision change? Technological Forecasting and Social Change, v. 163, n. C, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1016/J.TECHFORE.2020.120484. Acesso em: 10 nov. 2021.
https://doi.org/10.1016/J.TECHFORE.2020....
; MURRY; HAMMONS, 1995MURRY JR., J. W.; HAMMONS, J. O. Delphi: A versatile methodology for conducting qualitative research. The Review of Higher Education, v. 18, n. 4, p. 423-436, 1995. Disponível em: https://doi.org/10.1353/RHE.1995.0008. Acesso em: 10 nov. 2021.
https://doi.org/10.1353/RHE.1995.0008...
), no entanto para este estudo o índice de consenso adotado foi de 70% ao somar as concordâncias parcial e total.

Primeiramente foi desenvolvido um questionário piloto, enviado a cinco colaboradores, com o intuito de avaliar a clareza, tamanho e objetividade do questionário. Foi solicitado aos colaboradores que analisassem o questionário e apresentassem sugestões para a melhoria.

A partir das sugestões de três respondentes, foi então elaborada a versão final do questionário e enviado a dez especialistas das áreas da Ciência da Computação e as sugestões dos entrevistados foram consideradas. Esta amostra consistiu em oito indivíduos doutorados e dois mestres. Cinco eram provenientes de Portugal e cinco do Brasil. Após finalizado o questionário, foram enviados convites para os respondentes, tendo todos aceitado o convite. Os participantes dessa fase não foram incluídos no questionário aplicado na primeira ronda. A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética da Universidade do Minho e aprovada sob nº CEICSH 083/2021.

O questionário adotado para o estudo foi elaborado recorrendo à ferramenta Google forms, estruturado em duas partes. Na primeira parte, foi apresentado um termo de consentimento livre e esclarecido, que quando confirmado, os respondentes eram convidados a responderem um conjunto de questões demográficas (formação, pais de residência, e atividade profissional), que permitiam caracterizar os indivíduos que respondiam ao questionário.

Na segunda parte, foram disponibilizados os alinhamentos entre os diferentes vocabulários gerados pelos sistemas, bem como as árvores dos respetivos vocabulários, a fim de facilitar a tomada de decisão por parte dos indivíduos em relação aos alinhamentos. Para obtenção das árvores dos respectivos vocabulários foi utilizado o SKOS Play (SKOS Play!, n.d.).

No que concerne aos alinhamentos gerados, para cada correspondência foi utilizada uma escala de Likert, com três opções de resposta (concordo parcialmente, concordo totalmente e discordo). A escolha do número de opções de resposta recai sobre as análises dos artigos (DALMORO; VIEIRA, 2013DALMORO, M.; VIEIRA, K. M. Dilemas na construção de escalas Tipo Likert: o número de itens e a disposição influenciam nos resultados? Revista Gestão Organizacional, v. 6, n. 3, p. 161-174, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.22277/RGO.V6I3.1386. Acesso em: 15 ago. 2021.
https://doi.org/10.22277/RGO.V6I3.1386...
; RODRIGUEZ, 2005RODRIGUEZ, M. C. Three options are optimal for multiple-choice items: a meta-analysis of 80 years of research. Educational Measurement: Issues and Practice, v. 24, n. 2, p. 3-13, 2005. Disponível em: https://doi.org/10.1111/J.1745-3992.2005.00006.X. Acesso em: 18 set. 2021.
https://doi.org/10.1111/J.1745-3992.2005...
). Para que as respostas fornecidas não fossem influenciadas por possíveis preferências dos especialistas quanto aos sistemas utilizados, foi omitido o nome do sistema responsável por cada um dos alinhamentos. Assim, os sistemas LogMap e AML foram identificados como sistema 1 e 2, respectivamente. Para cada alinhamento foi ainda disponibilizado um campo para que os especialistas efetuassem observações.

Na Figura 5 é possível observar a estrutura de cada um dos alinhamentos presentes na segunda parte do questionário, tendo como exemplo o alinhamento entre o vocabulário UNESCO Nomenclature for Fields of Science and Technology e EuroSciVoc.

Figura 5
Estrutura de cada alinhamento presente na segunda parte do questionário

Os resultados obtidos a partir desses procedimentos são relatados na seção seguinte e disponibilizados no Repositório da Universidade do Minho.

4 RESULTADOS

Nesta seção são apresentados os principais resultados obtidos no processo de alinhamento dos vocabulários e de avaliação.

4.1 Alinhamento dos vocabulários

Foi produzido um total de 12 alinhamentos (6 alinhamentos por aplicação de cada um dos sistemas) disponibilizados no RepositóriUM1 1 https://doi.org/10.34622/datarepositorium/6IUDJB . Todas as análises e seus resultados podem ser consultados em Guimarães (2022GUIMARÃES, J. P. P. Vocabulário de domínio para o projeto IViSSEM. 2022. 208 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia e Sistemas de Informação) - Escola de Engenharia, Universidade do Minho, Guimarães, Portugal, 2022., p. 44-60).

Após analisar os alinhamentos produzidos, constatou-se que o sistema AML gerou correspondências em todos os alinhamentos à exceção dos alinhamentos entre EuroSciVoc-FCT, e Unesco-FCT. Verificou-se também que o maior valor de confiança atribuído a um alinhamento foi de 0.92 e o menor de 0.61. Correspondências entre termos iguais apresentavam um valor de confiança maior.

Relativamente aos alinhamentos produzidos pelo sistema LogMap, constatou-se que este produziu correspondências em todos os alinhamentos, exceto no alinhamento entre Unesco-FCT. O facto de nenhum dos dois sistemas ter produzido correspondências neste alinhamento pode indicar que, de facto, não existe nenhuma correspondência. Verificou-se também que o maior valor de confiança atribuído a um alinhamento foi de 1.0 e o menor de 0.77. Comparativamente com os alinhamentos produzidos pelo sistema AML, observou-se ainda que o sistema LogMap produziu um maior número de correspondências em todos os alinhamentos. Uma das causas pode ser o facto de o sistema LogMap apresentar correspondências com maior valor de confiança. Assim, é possível que algumas destas correspondências poderiam ter sido sugeridas também pelo sistema AML, porém foram descartadas pelo facto de apresentarem um valor de confiança inferior a 0,6 (estabelecido como valor mínimo de confiança). Ainda possível constatar que muitas destas correspondências se devem ao simples facto de alguns termos partilharem algumas palavras entre si, mas considerando que apresentam um contexto totalmente diferente, as torna inválidas. Como exemplo temos o alinhamento de dois termos (EuroSciVoc e FCT) realizado pelo sistema LogMap que não obtiveram consenso entre os especialistas: computer and information sciences -> Science of comunication and information (narrower of institutions, values, beliefs and behavior) .

4.2 Avaliação do alinhamento dos vocabulários

A avaliação do alinhamento foi realizada por 10 profissionais, na sua maioria formado por docentes, seguidos de pesquisadores e bibliotecários.

As respostas relativas às correspondências geradas por cada um dos sistemas foram dadas com base nas três opções de concordância disponíveis: discordo, concordo parcialmente e concordo totalmente. Para cada uma das correspondências, caso o número de discordâncias fosse superior ao número de concordâncias (totais ou parciais), a correspondência seria descartada, do contrário, a correspondência seria validada e aceita. No caso de haver mais concordâncias e o número de concordâncias parciais ser superior ou igual ao número de concordâncias totais, a correspondência foi analisada mais detalhadamente, e posteriormente, consoante o veredicto da análise, foi aceita ou não. Além das correspondências, os especialistas também puderam fazer sugestões sobre os alinhamentos e os respectivos vocabulários.

Por fim, para cada alinhamento foi ainda calculado a precision dos sistemas, com o propósito de analisar a performance de ambos e identificar qual o melhor. Dada a inexistência de um alinhamento de referência, o recall e F-measure dos sistemas foram calculados através de alinhamentos de referência silver standard, isto é, um alinhamento de referência que não é necessariamente correto e completo, que tem por base apenas as correspondências aceitas pelos especialistas em cada alinhamento. Para cada alinhamento foram obtidos os seguintes resultados (Tabelas 1-6).

Tabela 1
Alinhamento entre os vocabulários EuroSciVoc e Unesco Nomenclature for Fields of Science and Technology
Tabela 2
Alinhamento entre os vocabulários Unesco Nomenclature for Fields of Science and Technology e EuroSciVoc
Tabela 3
Alinhamento entre os vocabulários EuroSciVoc e Domínios Científicos e Áreas Científicas da Fundação para a Ciência e Tecnologia
Tabela 4
Alinhamento entre os vocabulários Domínios Científicos e Áreas Científicas da Fundação para a Ciência e Tecnologia e EuroSciVoc
Tabela 5
Alinhamento entre os vocabulários Unesco Nomenclature for Fields of Science and Technology e Domínios Científicos e Áreas Científicas da Fundação para a Ciência e Tecnologia
Tabela 6
Alinhamento entre os vocabulários Domínios Científicos e Áreas Científicas da Fundação para a Ciência e Tecnologia e Unesco nomenclature for fields of science and technology

De um modo geral, a partir da análise dos diferentes alinhamentos, é possível observar que o sistema LogMap, comparativamente ao sistema AML, foi capaz de produzir mais correspondências em todos os alinhamentos. Porém, observou-se que parte das correspondências feitas pelo sistema LogMap muitas vezes eram descartadas pelos especialistas, resultando assim na maior parte das vezes numa fraca precision nos diferentes alinhamentos. Em contraste, observou-se que o sistema AML, produziu menos correspondências, porém todas elas aceitas pelos especialistas, resultando, assim, numa melhor performance (em termos de precision) em todos os alinhamentos em que este produziu correspondências, obtendo em todos eles uma precision de 1.0.

Em termos de F-measure, ambos os sistemas apresentaram resultados com um intervalo de valores similar, sendo que houve alinhamentos em que se destacava o sistema AML e outros o sistema LogMap.

Assim, concluiu-se que o sistema AML é o sistema mais consistente, e por sua vez mais indicado para ser adotado no desenvolvimento do vocabulário controlado para o projeto IViSSEM.

Em vista do resultado obtido com a aplicação do questionário (primeira ronda Delphi), em que se identificou um índice de consenso de 70% em quase todas as correspondências, concluiu-se que não haveria necessidade de uma nova ronda (DELBECQ et al., 1986DELBECQ, A. L. et al. Group techniques for program planning: 59 a guide to nominal group and Delphi processes. The Journal of Applied Behavioral Science, v. 12, n. 4, p. 581-581, 1986. Disponível em: https://doi.org/10.1177/002188637601200414. Acesso em: 10 nov. 2021.
https://doi.org/10.1177/0021886376012004...
; MURRY.; HAMMONS, 1995MURRY JR., J. W.; HAMMONS, J. O. Delphi: A versatile methodology for conducting qualitative research. The Review of Higher Education, v. 18, n. 4, p. 423-436, 1995. Disponível em: https://doi.org/10.1353/RHE.1995.0008. Acesso em: 10 nov. 2021.
https://doi.org/10.1353/RHE.1995.0008...
).

4.3 Produto final - Vocabulário para o projeto IViSSEM

Tendo identificado o sistema AML como o sistema mais viável para este projeto, procedeu-se assim à criação do vocabulário controlado para o projeto IViSSEM, que tal como referido anteriormente, é resultado do alinhamento e junção dos três vocabulários controlados relativos a áreas científicas (EuroSciVoc, Domínios Científicos e Áreas Cientifícas da FCT e UNESCO Nomenclature for Fields of Science and Technology).

Para tal, foram utilizados os alinhamentos fornecidos pelo sistema de alinhamento AML. Uma vez que o número de alinhamentos era reduzido, foram também tidos em conta os alinhamentos fornecidos pelo sistema LogMap que não foram encontrados pelo sistema AML e que foram aceitos pelos especialistas. Caso o número de correspondências fosse superior, tal não seria possível, pelo que seriam considerados os alinhamentos resultantes do sistema AML.

Posto isto, recorrendo ao SKOS, foi então criado o vocabulário controlado para o projeto IViSSEM. No que concerne aos alinhamentos, estes foram transpostos para o vocabulário através da propriedade skos:related, permitindo assim ligar os termos que constam dos diferentes vocabulários.

O código do vocabulário gerado encontra-se disponível no RepositóriUM, https://doi.org/10.34622/datarepositorium/T49TKX. Na Figura 6 é possível observar a árvore do vocabulário de domínio produzido, onde que cada cor diz respeito a uma correspondência.

Figura 6
Árvore do vocabulário de domínio produzido2 2 Nota: Azul claro - Telecommunication; Azul escuro - Electrical engineering; Roxo - Electricity; Rosa - Electronics; Verde - Signal Processing; Vermelho - Data analysis; Preto - Databases; Cinza - Software; Laranja - Heuristics; Amarelo - Computer Sciences; Bordô - artificial intelligence.

5 CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS

A importância das ontologias como meio de implementar a Web Semântica é um facto. Da mesma forma, há a necessidade de técnicas capazes de combater a heterogeneidade e promover a interoperabilidade entre diferentes ontologias. Posto isto, o alinhamento de ontologias através de técnicas automáticas ou semiautomáticas apresenta um papel de relevo neste tópico.

Resultado do crescente número de sistemas capazes de alinhar ontologias, a OAEI surge como uma iniciativa internacional coordenada e criada para avaliar e comparar abertamente sistemas e algoritmos de alinhamento de ontologias, permitindo assim que qualquer pessoa seja capaz de tirar conclusões sobre as melhores estratégias. Foram registados resultados bastante satisfatórios em todas as tracks da OAEI, à exceção da Complex Matching track, que devido à sua complexidade e necessidade de extremas mudanças dos sistemas, esta apresenta resultados menos positivos. De todos os sistemas que participaram da OAEI em 2018 e/ou 2019, destacam-se o AML e LogMap, por serem dos poucos sistemas que participaram em quase todas as tracks e que obtiveram resultados bastante satisfatórios.

Não obstante ao facto de os sistemas serem desenvolvidos para alinhar ficheiros OWL, verificou-se que tanto o sistema AML como o LogMap, foram capazes de produzir alinhamentos satisfatórios entre ficheiros SKOS, sem necessidade de conversões.

Apesar dos bons resultados que as técnicas de alinhamento de ontologias têm vindo a demonstrar na OAEI, estas ainda podem ser melhoradas. Através das análises da OAEI ao longo dos anos, é possível verificar que as técnicas de alinhamento têm vindo a demonstrar poucas melhorias em termos de qualidade. As principais causas apontadas para o pouco desenvolvimento das técnicas de alinhamento consistem na necessidade de novas tecnologias, ou na necessidade de os desenvolvedores das técnicas focarem-se na melhoria das suas técnicas, tentando alcançar melhores resultados nas tracks antigas e não em focarem em alcançar bons resultados em novas tracks.

Além disso, no que toca ao alinhamento de ontologias, a necessidade de conhecimento do domínio continua a ser uma realidade. Tal facto foi constatado neste trabalho, quando foi necessário recorrer a um conjunto de especialistas em Ciências da Computação e da Informação para avaliar as correspondências geradas.

A escassez de um alinhamento manualmente curado entre os três vocabulários utilizados, capaz de servir como um alinhamento de referência, constitui uma limitação na avaliação dos sistemas de alinhamento, dado que foi apenas utilizado um alinhamento de referência “silver standard” que tinha como base as correspondências geradas pelos sistemas e validadas pelos especialistas. Tal criação pode e deve ser vista como trabalho futuro.

Uma outra limitação presente neste trabalho deve-se ao facto de não ter havido disponibilidade de um número maior de especialistas que poderia ter promovido a execução do estudo Delphi com um maior número de rondas.

Com este estudo, é possível concluir que, atualmente, existem técnicas semiautomáticas que permitem de forma viável reaproveitar conhecimentos existentes na web através do alinhamento de ontologias e vocabulários controlados. Tais técnicas fazem uso de um conjunto de diferentes algoritmos, cada vez mais complexos, que permitem lidar com as ontologias de diversas formas (tendo em conta a semântica, estrutura etc.).

Para o projeto IViSSEM e eventualmente para outros projetos, este trabalho vêm permitir que, em vez de ser utilizado apenas um vocabulário, seja possível utilizar três integrados, possibilitando expandir queries e realizar inferências que anteriormente estavam vedadas. Este pode ser o primeiro passo para integrar a totalidade destes três vocabulários e, eventualmente, incluir outros. Este trabalho pode contribuir para trabalhos futuros através da identificação do sistema mais adequando para os integrar e, adicionalmente, permitiu desenvolver uma prova de conceito que é o vocabulário final. Vale destacar o alinhamento resultante entre o vocabulário utilizado a nível nacional pela FCT (Portugal) com um empregue pela União Europeia (EuroSciVoc) e outro do domínio da Ciência e Tecnologia (UNESCO), estabelecendo relações entre eles proveitosas também para outras universidades e projetos, bem como para a própria FCT.

Posto isto, como trabalho futuro, além das melhorias dos sistemas e da criação de um alinhamento manualmente curado entre os três vocabulários, também deverá ser explorado o alinhamento dos vocabulários tendo em conta outras áreas para além da Ciência da Computação.

  • 1
  • 2
    Nota: Azul claro - Telecommunication; Azul escuro - Electrical engineering; Roxo - Electricity; Rosa - Electronics; Verde - Signal Processing; Vermelho - Data analysis; Preto - Databases; Cinza - Software; Laranja - Heuristics; Amarelo - Computer Sciences; Bordô - artificial intelligence.
  • Disponibilidade de dados e material:

    Não é aplicável.
  • Financiamento: Não é aplicável.

REFERÊNCIAS

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    23 Jan 2023
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    16 Fev 2022
  • Aceito
    01 Jul 2022
  • Publicado
    20 Jul 2022
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