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O uso da exposição gradual para a crença de medo da dor e evitação do movimento em pacientes com lombalgia crônic

RESUMO

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:

Medo da dor e evitação do movimento é uma crença que contribui para o aumento da incapacidade e alterações do humor em pacientes com lombalgia crônica. A exposição é uma técnica utilizada para essa crença, porém ainda não há um consenso sobre a melhor forma de executá-la em pacientes com lombalgia. O objetivo deste estudo foi analisar o uso da exposição gradual para a crença de medo da dor e evitação do movimento em pacientes com lombalgia crônica.

CONTEÚDO:

Para busca da literatura analisaram-se as bases e bancos de dados Pubmed, PsycInfo, Web of Science, Cinahl e LILACS, no período entre 2000 e 2015. Critérios de elegibilidade foram estabelecidos para seleção dos estudos. Os estudos foram selecionados primeiramente a partir do título e resumo. Em seguida foram lidos na íntegra. Resultaram da busca bibliográfica 91 estudos. Destes, 38 foram selecionados para a leitura na íntegra. Entre os selecionados, 10 foram excluídos após leitura na íntegra e 19 estavam repetidos. Aplicando-se os critérios de elegibilidade, restaram 9 estudos, que foram incluídos: quatro são estudos antes e depois, um relato de casos, um é estudo quase experimental e três são ensaios clínicos randomizados.

CONCLUSÃO:

A maioria dos estudos desta revisão comparou exposição ao vivo com atividade gradual, porém não especificam como foram realizadas. Ainda não há clareza sobre as vantagens ou métodos de como realizar a exposição gradual em pacientes com lombalgia, necessitando de maiores estudos de intervenção sobre o tema.

Descritores:
Exposição; Lombalgia; Medo da dor e evitação do movimento

ABSTRACT

BACKGROUND AND OBJECTIVES:

Fear of pain and movement avoidance is a belief contributing to increase disability and mood changes in chronic low back pain patients. Exposure is a technique used for such belief, however there is still no consensus about the best way to perform it in low back pain patients. This study aimed at evaluating graded exposure for fear of pain and movement avoidance belief in chronic low back pain patients.

CONTENTS:

The following databases were queried for the period from 2000 to 2015: Pubmed, PsycInfo, Web of Science, Cinahl and LILACS. Eligibility criteria were established for studies selection. Studies were first selected by title and abstract. Then they were read in full. The search has resulted in 91 studies. From these, 38 were selected to be read in full. Among selected studies, 10 were excluded and 19 were repeated. Applying eligibility criteria, nine studies were included: for are before and after studies, one is a case report, one is a quasi-experimental study and three are randomized clinical trials.

CONCLUSION:

Most studies of this review have compared in vivo exposure and graded activity, however they have not specified how this was done. There is still no clarity about the advantages or methods to perform graded exposure in low back pain patients and further intervention studies on the subject are needed.

Keywords:
Exposure; Fear of pain and movement avoidance; Low back pain

INTRODUÇÃO

Fatores cognitivo-comportamentais, como crenças disfuncionais, contribuem para o aumento da incapacidade e alterações do humor em pacientes com lombalgia crônica11 Pincus T, McCracken LM. Psychological factors and treatment opportunities in low back pain. Best Pract Res Clin Rheumatol. 2013;27(5):625-35.

2 Vlaeyen JW, de Jong J, Geilen M, Heuts PH, van Breukelen G. The treatment of fear of movement/(re)injury in chronic low back pain: Further evidence on the effectiveness of exposure in vivo. Clin J Pain. 2002;18(4):251-61.
-33 de Jong JR, Vlaeyen JW, Onghena P, Goossens ME, Geilen M, Mulder H. Fear of movement/(re)injury in chronic low back pain: education or exposure in vivo as mediator to fear reduction? Clin J Pain. 2005;21(1):9-17; discussion 69-72.. Dentre as crenças descritas como importantes na compreensão dos quadros de lombalgia, a de medo da dor e evitação do movimento tem se mostrado relevante44 Grotle M, Vøllestad NK, Brox JI. Clinical course and impact of fear-avoidance beliefs in low back pain: prospective cohort study of acute and chronic low back pain: II. Spine. 2006;31(9):1038-46.

5 Vlaeyen JW, De Jong JR, Onghena P, Kerckhoffs-Hanssen M, Kole-Snijders AM. Can pain-related fear be reduced? The application of cognitive-behavioural exposure in vivo. Pain Res Manag. 2002;7(3):144-53.

6 Leeuw M, Goossens ME, van Breukelen GJ, de Jong JR, Heuts PH, Smeets RJ, et al. Exposure in vivo versus operant graded activity in chronic low back pain patients: results of a randomized controlled trial. Pain. 2008;138(1)192-207.

7 Vlaeyen JW, Linton SJ. Fear-avoidance model of chronic musculoskeletal pain: 12 years on. Pain. 2012;153(6):1144-7.

8 Crombez G, Eccleston C, Van Damme S, Vlaeyen JW, Karoly P. Fear-avoidance model of chronic pain: the next generation. Clin J Pain. 2012;28(6):475-83.
-99 Vlaeyen JW, MPhil SJ, Morley Linton SJ, Boersma K, Jong JD. Pain-related fear: exposure-based treatment of chronic pain. Seatle: IASP; 2012.. O medo é uma reação emocional a uma ameaça imediata, específica e identificada. Visa a proteger o indivíduo de um perigo iminente promovendo a autodefesa com resposta de luta ou fuga1010 Lucchetti G, Oliveira AB, Mercante JP, Peres MF. Anxiety and fear-avoidance in musculoskeletal pain. Curr Pain Headache Rep. 2012;16(5):399-406.. O termo cinesiofobia, conceituado em 1990, refere-se ao medo excessivo, irracional e debilitante ao movimento e atividade física, resultado de uma interpretação equivocada de que o movimento pioraria a lesão ou contribuiria para a ocorrência de novas lesões1111 Vlaeyen JW, de Jong J, Geilen M, Heuts PH, van Breukelen G. Graded exposure in vivo in the treatment of pain-related fear: A replicated single-case experimental design in four patients with chronic low back pain. Behav Res Ther. 2001;39(2):151-66.. Essa ideia foi primeiramente descrita por Lethen et al.1212 Lethem J, Slade PD, Troup JD, Bentley G. Outline of a fear-avoidance model of exaggerated pain perception--I. Behav Res Ther. 1983;21(4):401-8. e Slade et al.1313 Slade PD, Troup JD, Lethem J, Bentley G. The fear-avoidance model of exaggerated pain perception--II. Behav Res Ther. 1983;21(4):409-16., reformulada em 20001414 Vlaeyen JW, Linton SJ. Fear-avoidance and its consequences in chronic musculoskeletal pain: a state of the art. Pain. 2000;85(3):317-32., 20071515 Leeuw M, Goossens ME, Linton SJ, Crombez G, Boersma K, Vlaeyen JW. The fear-avoidance model of musculoskeletal pain: current state of scientific evidence. J Behav Med. 2007;30(1):77-94. e 201288 Crombez G, Eccleston C, Van Damme S, Vlaeyen JW, Karoly P. Fear-avoidance model of chronic pain: the next generation. Clin J Pain. 2012;28(6):475-83.) e se transformou no Modelo de Medo da dor e Evitação do Movimento.

O modelo afirma que o indivíduo que experimenta uma lesão dolorosa pode lidar com isso de forma adaptativa ou mal adaptativa. Se a lesão e a experiência dolorosa são percebidas de uma forma não ameaçadora, podem ser confrontadas e tratadas adaptativamente. O enfrentamento maladaptativo ocorre quando, após uma lesão e experiência dolorosa, cognições negativas como catastrofização levam ao medo da dor, comportamentos de evitação do movimento, diminuição das atividades diárias e aumento da incapacidade77 Vlaeyen JW, Linton SJ. Fear-avoidance model of chronic musculoskeletal pain: 12 years on. Pain. 2012;153(6):1144-7.,1414 Vlaeyen JW, Linton SJ. Fear-avoidance and its consequences in chronic musculoskeletal pain: a state of the art. Pain. 2000;85(3):317-32.. Se um movimento previamente neutro é seguido por dor, este será evitado no futuro99 Vlaeyen JW, MPhil SJ, Morley Linton SJ, Boersma K, Jong JD. Pain-related fear: exposure-based treatment of chronic pain. Seatle: IASP; 2012.. Os comportamentos de evitação geralmente se tornam persistentes porque ocorrem em resposta a uma expectativa futura de ocorrência da dor, e não necessariamente à dor atual1616 Woods MP, Asmundson GJ. Evaluating the efficacy of graded in vivo exposure for the treatment of fear in patients with chronic back pain: a randomized controlled clinical trial. Pain. 2008;136(3)271-80.. Quadros de ansiedade e hipervigilância estão presentes nesses pacientes99 Vlaeyen JW, MPhil SJ, Morley Linton SJ, Boersma K, Jong JD. Pain-related fear: exposure-based treatment of chronic pain. Seatle: IASP; 2012.,1111 Vlaeyen JW, de Jong J, Geilen M, Heuts PH, van Breukelen G. Graded exposure in vivo in the treatment of pain-related fear: A replicated single-case experimental design in four patients with chronic low back pain. Behav Res Ther. 2001;39(2):151-66..

Pacientes com elevado medo e evitação do movimento são os de maior risco para incapacidade e necessitam de intervenção visando a modificação dessa crença1717 Denison E, Asenlöf P, Sandborgh M, Lindberg P. Musculoskeletal pain in primary health care: subgroups based on pain intensity, disability, self-efficacy, and fear-avoidance variables. J Pain. 2007;8(1):67-74.. Há relação entre medo da dor e evitação do movimento com quadros de ansiedade, depressão e incapacidade1717 Denison E, Asenlöf P, Sandborgh M, Lindberg P. Musculoskeletal pain in primary health care: subgroups based on pain intensity, disability, self-efficacy, and fear-avoidance variables. J Pain. 2007;8(1):67-74.

18 Costa Lda C, Maher CG, McAuley JH, Hancock MJ, Smeets RJ. Self-efficacy is more important than fear of movement in mediating the relationship between pain and disability in chronic low back pain. Eur J Pain. 2011;15(2):213-9.
-1919 Woby SR, Urmston M, Watson PJ. Self-efficacy mediates the relation between pain-related fear and outcome in chronic low back pain patients. Eur J Pain. 2007;11(7):711-8.. Em estudo transversal conduzido no Brasil, foi observado que o comportamentode medo e evitação do movimento foi fator associado ao aumento da incapacidade em pacientes com lombalgia2020 Salvetti Mde G, Pimenta CA, Braga PE, Corrêa CF. [Disability related to chronic low back pain: prevalence and associated factors]. Rev Esc Enferm USP. 2012;46(Spec nº):16-23. Portuguese.. Outro estudo observou que quanto maior o medo nesses pacientes, maiores os índices de incapacidade, ansiedade, depressão e fadiga2121 de Moraes Vieira EB, de Góes Salvetti M, Damiani LP, de Mattos Pimenta CA. Self-efficacy and fear avoidance beliefs in chronic low back pain patients: coexistence and associated factors. Pain Manag Nurs. 2014;15(3):593-602.. Há diversos estudos de intervenção sobre o medo da dor e a evitação do movimento com resultados favoráveis, porém ainda não existe consenso sobre a melhor estratégia a ser utilizada para pro-mover a mudança dessa crença. A exposição gradual em pacientes com lombalgia consiste primeiramente em hierarquizar as situações e movimentos evitados pelo paciente por medo da dor. Em seguida o paciente executa os movimentos escolhidos na hierarquização de forma gradual, ou seja, inicia-se pelo movimento que causa menos medo até o de maior medo. Essa estratégia de exposição gradual já é amplamente utilizada em casos de fobias, que também envolvem medo exagerado2222 Crombez G, Vervaet L, Lysens R, Baeyens F, Eelen P. Avoidance and confrontation of painful, back-straining movements in chronic back pain patients. Behav Modif. 1998;22(1):62-77.,2323 George SZ, Wittmer VT, Fillingim RB, Robinson ME.Comparison of graded exercise and graded exposure clinical outcomes for patients with chronic low back pain. J Orthop Sports Phys Ther. 2010;40(11):694-704.,3030 Vlaeyen JW, de Jong J, Sieben J, Crombez G. Graded exposure in vivo for pain-related fear. In: Gatchel DCTRJ (editor). Psychological approaches to pain management: a practitioner's handbook 2nd ed. New York, NY, US: Guilford Press; 2002. 210-33p..

Estudos de revisão sobre o tema encontraram resultados contraditórios e deficiências metodológicas importantes indicando a necessidade de maiores investigações2424 Pincus T, Smeets RJ, Simmonds MJ, Sullivan MJ. The fear avoidance model disentangled: improving the clinical utility of the fear avoidance model. Clin J Pain. 2010;26(9):739-46.,2525 Salvetti MG, Kurita GP, Longo ES, Pimenta CA. Efeitos da intervenção exposição ao vivo e atividades graduais sobre a incapacidade e a crença de medo e evitação em pacientes com dor lombar crônica. Rev Bras Terap Comport Cogn. 2012;14(3):123-33.. Assim, ampliando as revisões existentes elaborou-se este estudo que teve por finalidade analisar o efeito da exposição gradual para a crença de medo da dor e evitação do movimento em pacientes com lombalgia crônica.

CONTEÚDO

Para busca da literatura analisaram-se as bases e bancos de dados Pubmed, PsycInfo, Web of Science, Cinahl e LILACS, no período entre 2000 e 2015. Para este estudo foi feita a seguinte pergunta de pesquisa:

"Qual o efeito da intervenção de exposição gradual sobre a Crença de Medo da dor e evitação do movimento em pacientes com lombalgia crônica"?

A estratégia de busca foi elaborada de acordo com os conceitos da estratégia PICO, um acrônimo para Paciente, Intervenção, Comparação e Outcomes (desfecho), que compreende os elementos fundamentais da pergunta de pesquisa, resultando numa busca mais refinada e centrada nos objetivos2626 da Costa Santos CM, de Mattos Pimenta CA, Nobre MR. The PICO strategy for the research question construction and evidence search. Rev Lat Am Enfermagem. 2007;15(3):508-11.. A estratégia PICO para esta pergunta se aplica do seguinte modo:

P: Pacientes com lombalgia crônica, I: Exposição gradual, C: não há, O: Medo da dor e evitação do movimento.

Para composição da estratégia foi feita uma busca com descritores controlados e não controlados. Foram utilizados os operadores booleanos AND e OR.

A estratégia de busca formada foi: ("Back Pain"[Mesh] OR "Low Back Pain"[Mesh]) AND ("Virtual Reality Exposure Therapy"[Mesh] OR "Implosive Therapy"[Mesh] OR "exposure"[All Fields]) AND ("fear-avoidance"[All Fields] OR "fear avoidance"[All Fields] OR "fear-avoidance belief"[All Fields] OR "fear avoidance belief"[All Fields] OR "fear-avoidance attitude"[All Fields] OR "fear avoidance attitude"[All Fields] OR "fear-avoidance model"[All Fields] OR "fear avoidance model"[All Fields] OR "kinesiophobia"[All Fields] OR "pain-related fear"[All Fields] OR "pain related fear"[All Fields] OR "fear of pain"[All Fields] OR "Fear"[Mesh]").

Os critérios de inclusão foram estudos que incluíram pacientes adultos com lombalgia crônica, que utilizaram a intervenção de exposição gradual e que tiveram como desfecho primário ou secundário medo da dor e evitação do movimento. Poderiam ser série de casos, estudos tipo antes e depois e ensaios clínicos, em língua inglesa, espanhola e portuguesa.

Os estudos foram selecionados primeiramente a partir do título e resumo. Em seguida foram lidos na íntegra. Resultaram da busca bibliográfica 91 estudos. Destes, 38 foram selecionados para a leitura na íntegra. Entre os selecionados, 10 foram excluídos após leitura na íntegra e 19 estavam repetidos. Aplicando-se os critérios de elegibilidade, restaram 9 estudos, que foram incluídos. Dos 9 estudos encontrados, quatro são estudos antes e depois, um relato de casos, um é estudo quase experimental e três são ensaios clínicos randomizados, sendo que um dos ensaios clínicos também é um estudo multicêntrico. A síntese dos estudos analisados pode ser observada na tabela 1.

Tabela 1
Estudos analisados

DISCUSSÃO

Estudos tipo antes e depois, com crossover entre os participantes, tiveram o objetivo de comparar os efeitos da técnica de exposição gradual com a técnica de atividade gradual em pacientes com lombalgia crônica22 Vlaeyen JW, de Jong J, Geilen M, Heuts PH, van Breukelen G. The treatment of fear of movement/(re)injury in chronic low back pain: Further evidence on the effectiveness of exposure in vivo. Clin J Pain. 2002;18(4):251-61.,1111 Vlaeyen JW, de Jong J, Geilen M, Heuts PH, van Breukelen G. Graded exposure in vivo in the treatment of pain-related fear: A replicated single-case experimental design in four patients with chronic low back pain. Behav Res Ther. 2001;39(2):151-66.. Em todos esses estudos havia uma única sessão de educação onde a dor era analisada como uma condição comum, que poderia ser gerenciada pelo paciente. Em seguida eram dadas explicações sobre o ciclo vicioso do medo da dor e evitação do movimento. A efetividade da educação não foi avaliada nesses estudos e era oferecida igualmente em todos os grupos. Os dois estudos utilizaram o ponto de corte maior que 40 na Escala Tampa de Cinesiofobia para selecionar os pacientes de maior medo da dor e evitação do movimento. Ambos os estudos utilizaram as fotografias do Photograph Series of Daily Activities (PHODA) para hierarquizar o medo, por meio das quais os pacientes hierarquizavam os movimentos representados nas fotos que julgavam poder trazer prejuízos à sua coluna22 Vlaeyen JW, de Jong J, Geilen M, Heuts PH, van Breukelen G. The treatment of fear of movement/(re)injury in chronic low back pain: Further evidence on the effectiveness of exposure in vivo. Clin J Pain. 2002;18(4):251-61.,1111 Vlaeyen JW, de Jong J, Geilen M, Heuts PH, van Breukelen G. Graded exposure in vivo in the treatment of pain-related fear: A replicated single-case experimental design in four patients with chronic low back pain. Behav Res Ther. 2001;39(2):151-66..

O primeiro estudo, com quatro pacientes1111 Vlaeyen JW, de Jong J, Geilen M, Heuts PH, van Breukelen G. Graded exposure in vivo in the treatment of pain-related fear: A replicated single-case experimental design in four patients with chronic low back pain. Behav Res Ther. 2001;39(2):151-66., comparou os efeitos da exposição gradual seguida da atividade gradual e, em um segundo momento, as mesmas intervenções em ordem invertida, sobre o medo da dor e evitação do movimento, ansiedade, incapacidade e pensamentos catastróficos. A atividade gradual difere da exposição gradual por utilizar exercícios individuais realizados de acordo com a capacidade funcional e não de acordo com a hierarquização do medo22 Vlaeyen JW, de Jong J, Geilen M, Heuts PH, van Breukelen G. The treatment of fear of movement/(re)injury in chronic low back pain: Further evidence on the effectiveness of exposure in vivo. Clin J Pain. 2002;18(4):251-61.,3030 Vlaeyen JW, de Jong J, Sieben J, Crombez G. Graded exposure in vivo for pain-related fear. In: Gatchel DCTRJ (editor). Psychological approaches to pain management: a practitioner's handbook 2nd ed. New York, NY, US: Guilford Press; 2002. 210-33p.. Os resultados mostraram que o medo da dor e evitação do movimento reduziram após exposição gradual, independentemente da ordem das intervenções. Observou-se também melhora na intensidade dolorosa, controle da dor, pensamentos catastróficos e incapacidade com a intervenção de exposição.

O mesmo estudo foi replicado em seis pacientes, também com dor lombar crônica e medo da dor e evitação do movimento elevados. Os pacientes foram submetidos a uma das duas sequências de intervenções: exposição gradual seguida de atividade gradual ou atividade gradual seguida de exposição gradual. As análises obtiveram os mesmos resultados do estudo anterior: melhora do medo da dor e da evitação do movimento após a exposição gradual, independentemente da ordem de tratamento. A exposição gradual também melhorou a intensidade dolorosa, a incapacidade e a atividade física. Observou-se que após um ano de seguimento todas as melhoras permaneceram22 Vlaeyen JW, de Jong J, Geilen M, Heuts PH, van Breukelen G. The treatment of fear of movement/(re)injury in chronic low back pain: Further evidence on the effectiveness of exposure in vivo. Clin J Pain. 2002;18(4):251-61..

Outro estudo tipo antes e depois, investigou os efeitos da exposição ao vivo em seis pacientes com elevado medo da dor e evitação do movimento. Inicialmente foram realizadas sessões educativas para explicar o modelo e ciclo do medo da dor e evitação do movimento e depois foram testados os efeitos da exposição ao vivo, sobre a Crença de Medo da dor e evitação do movimento, dor e funcionalidade. O medo do movimento foi hierarquizado com o PHODA. Os resultados mostraram redução de 54 a 100% nos escores da Crença de Medo da dor e evitação do movimento e de 50% nos escores do PHODA. Os pacientes apresentaram melhora na funcionalidade e redução discreta da intensidade dolorosa.

Os três estudos analisados22 Vlaeyen JW, de Jong J, Geilen M, Heuts PH, van Breukelen G. The treatment of fear of movement/(re)injury in chronic low back pain: Further evidence on the effectiveness of exposure in vivo. Clin J Pain. 2002;18(4):251-61.,1111 Vlaeyen JW, de Jong J, Geilen M, Heuts PH, van Breukelen G. Graded exposure in vivo in the treatment of pain-related fear: A replicated single-case experimental design in four patients with chronic low back pain. Behav Res Ther. 2001;39(2):151-66.,2727 Boersma K, Linton S, Overmeer T, Jansson M, Vlaeyen J, de Jong J. Lowering fear-avoidance and enhancing function through exposure in vivo. A multiple baseline study across six patients with back pain. Pain. 2004;108(1-2):8-16.) foram do tipo antes e depois (sem grupo controle), com amostra de conveniência e amostras de quatro a seis pacientes. Ainda, uma sessão de educação sempre precedeu a exposição ao vivo ou a atividade gradual e, portanto, não há análise que mostre o efeito isolado da educação. Notam-se importantes fragilidades no desenho desses estudos.

O primeiro estudo que avaliou os efeitos da educação na exposição e atividade gradual foi publicado em 2005. Trata-se de estudo tipo antes e depois com seis pacientes divididos em dois grupos. Um grupo recebia educação e exposição gradual e o outro educação e atividade gradual. A educação consistia em uma sessão e tinha como foco aumentar a vontade do paciente de se engajar em ativid ades evitadas por longo período e corrigir interpretações e concepções erradas que ocorreram durante o desenvolvimento do medo da dor e evitação do movimento. As variáveis avaliadas foram medo da dor e evitação do movimento, intensidade dolorosa, incapacidade e nível de atividade diária. As avaliações das variáveis antes e após a intervenção educativa mostraram que houve redução do medo da dor e evitação do movimento e da catastrofização após a sessão de educação em ambos os grupos. Somente o nível de atividade diária não foi modificado pela sessão educacional e só melhorou significativamente quando a exposição ao vivo foi realizada nas sessões seguintes à educação. Os resultados mostraram melhora de todas as variáveis no grupo que recebeu educação e exposição ao vivo, o que não ocorreu no grupo que recebeu atividade gradual33 de Jong JR, Vlaeyen JW, Onghena P, Goossens ME, Geilen M, Mulder H. Fear of movement/(re)injury in chronic low back pain: education or exposure in vivo as mediator to fear reduction? Clin J Pain. 2005;21(1):9-17; discussion 69-72..

O desenho desse estudo, tipo antes e depois, a amostra de conveniência, o reduzido número da amostra (seis pacientes) e não encoberto na avaliação dos desfechos, fragilizam os resultados desse estudo.

Em 2008 foi publicado o primeiro ensaio clínico randomizado utilizando técnica de exposição gradual em pacientes com lombalgia. Além disso, esse foi o único estudo encontrado que utilizou a crença de autoeficácia como um dos desfechos, juntamente com a crença de medo da dor e evitação do movimento. Nesse estudo 83 pacientes foram randomizados em três grupos: exposição gradual ao vivo, atividade gradual e lista de espera. O desfecho primário foi a incapacidade. Outros desfechos secundários avaliados foram autoeficácia e medo da dor e evitação do movimento, ansiedade, depressão, experiência dolorosa e pensamentos catastróficos. A atividade gradual envolvia a formação de comportamentos saudáveis através do reforço positivo de atividades pré-definidas. A exposição gradual foi feita em oito sessões, com duração de quatro semanas. Na primeira sessão foi realizada uma entrevista, e os pacientes recebiam educação sobre a Crença do Medo da dor e evitação do movimento e sobre formulação de problemas nesse contexto. Ainda nessa sessão foi feita a avaliação das atividades temidas pelos pacientes e a hierarquia do medo do movimento por meio do PHODA. Da segunda à quinta sessão foram feitas a exposição gradual ou a atividade gradual; as sessões finais, da sexta à oitava, foram utilizadas para avaliar o processo de tratamento e dar ao paciente orientação sobre prevenção de recaídas. Observou-se que o grupo exposição apresentou resultados significativamente melhores, em todas as variáveis analisadas, quando comparado ao grupo de atividade gradual e lista de espera1616 Woods MP, Asmundson GJ. Evaluating the efficacy of graded in vivo exposure for the treatment of fear in patients with chronic back pain: a randomized controlled clinical trial. Pain. 2008;136(3)271-80..

Algumas considerações importantes sobre as crenças de autoeficácia e medo da dor e evitação do movimento foram elucidadas nesse estudo. Os autores observaram que tanto autoeficácia quanto medo da dor e evitação do movimento estão relacionados à incapacidade em pacientes com lombalgia crônica. A melhora da autoeficácia no grupo exposição supõe-se, que ocorreu pelo fato de os pacientes vivenciarem os movimentos temidos de forma bem sucedida, o que promoveu uma experiência de domínio nesses pacientes. A diminuição do medo da dor e a evitação do movimento, possivelmente decorrentes da exposição, permitiu que pacientes expostos a atividades que temiam ficassem mais confiantes sobre sua capacidade para realizar esses movimentos, o que pode ser a razão para o reajuste de suas crenças. A redução na percepção de ameaça pela execução das atividades temidas e a desconfirmação de crenças negativas, provavelmente, resultou em melhora da dor, do comportamento de hipervigilância, do sentimento de ameaça, na diminuição da ansiedade e catastrofização1616 Woods MP, Asmundson GJ. Evaluating the efficacy of graded in vivo exposure for the treatment of fear in patients with chronic back pain: a randomized controlled clinical trial. Pain. 2008;136(3)271-80..

A qualidade desse estudo avançou em relação aos demais pela existência de randomização, grupo controle, pelo tamanho da amostra e melhor descrição da sessão de educação, mas não houve análise que permitisse observar o efeito isolado da sessão de educação.

Outro ensaio clínico com crossover, também publicado em 2008, comparou o atendimento usual seguido de exposição gradual e exposição gradual seguida de atendimento usual sobre a incapacidade relacionada às atividades do trabalho em 46 pacientes com lombalgia crônica, função reduzida e medo da dor e evitação do movimento. Os participantes foram randomizados em dois grupos: exposição e atendimento usual e os desfechos foram medo da dor e evitação do movimento, percepção do prejuízo, dor e incapacidade. Os resultados mostraram que as variáveis dor, medo da dor e evitação do movimento melhoraram no grupo que recebeu primeiramente tratamento usual seguido de exposição, mas não no grupo que recebeu a ordem inversa de atendimento. Os autores concluíram que a exposição só foi efetiva quando associada a tratamentos usuais2828 Linton SJ, Boersma K, Jansson M, Overmeer T, Lindblom K, Vlaeyen JW. A randomized controlled trial of exposure in vivo for patients with spinal pain reporting fear of work-related activities. Eur J Pain. 2008;12(6):722-30.. Nesse estudo2828 Linton SJ, Boersma K, Jansson M, Overmeer T, Lindblom K, Vlaeyen JW. A randomized controlled trial of exposure in vivo for patients with spinal pain reporting fear of work-related activities. Eur J Pain. 2008;12(6):722-30.) não fica claro o que os autores consideram como atendimento usual. Não se sabe se os pacientes recebiam todos o mesmo atendimento, nem no que consistia esse atendimento usual. Outra fragilidade no estudo é que não existiu grupo controle para comparação dos efeitos.

Ensaio clínico randomizado e multicêntrico, realizado em vários locais da Holanda, avaliou a efetividade da exposição ao vivo versus atividade gradual em pacientes com lombalgia crônica. Oitenta e cinco pacientes com lombalgia crônica e medo da dor e evitação do movimento considerado moderado a elevado foram randomizados em dois grupos. A incapacidade e a percepção da lesão decorrente das atividades físicas foram consideradas desfechos primários. Medo da dor e evitação do movimento, pensamentos catastróficos e intensidade dolorosa, desfechos secundários. As sessões ocorriam duas vezes na semana e totalizaram 16 sessões no grupo exposição e 26 sessões no grupo de atividade gradual. Os resultados mostraram que houve maior redução na catastrofização e percepção de dano no grupo exposição. Cerca de metade dos pacientes de ambos os grupos melhorou da incapacidade. Não houve diferença entre os grupos em relação a incapacidade e intensidade dolorosa. No período de seis meses de follow-up a exposição não se mostrou mais efetiva que a atividade gradual em relação aos desfechos66 Leeuw M, Goossens ME, van Breukelen GJ, de Jong JR, Heuts PH, Smeets RJ, et al. Exposure in vivo versus operant graded activity in chronic low back pain patients: results of a randomized controlled trial. Pain. 2008;138(1)192-207..

No trabalho66 Leeuw M, Goossens ME, van Breukelen GJ, de Jong JR, Heuts PH, Smeets RJ, et al. Exposure in vivo versus operant graded activity in chronic low back pain patients: results of a randomized controlled trial. Pain. 2008;138(1)192-207. o desenho, o número de sessões tanto para o grupo exposição como para o grupo atividade gradual foi superior ao de estudos anteriores, e o número de sessões para o grupo atividade gradual foi bem maior que para o grupo exposição. Isso sugere não haver clareza sobre qual seja a melhor "dose" dessas intervenções para melhorar as crenças de autoeficácia e medo da dor e evitação do movimento, e a incapacidade em pacientes com lombalgia crônica. Esse é o primeiro estudo que demonstra a não superioridade da exposição gradual sobre a atividade gradual em follow up de seis meses. Os últimos dois estudos publicados apresentaram um enfoque clínico que até então não havia sido dado nos estudos anteriores. Além disso, utilizaram para hierarquização do medo as 10 situações contidas no instrumento Fear Daily Activities Questionnaire (FDAQ), que não havia sido utilizado até então2323 George SZ, Wittmer VT, Fillingim RB, Robinson ME.Comparison of graded exercise and graded exposure clinical outcomes for patients with chronic low back pain. J Orthop Sports Phys Ther. 2010;40(11):694-704.,2929 George SZ, Zeppieri G. Physical therapy utilization of graded exposure for patients with low back pain. J Orthop Sports Phys Ther. 2009;39(7):496-505..

Em relato de caso, dois pacientes foram examinados durante a execução de movimentos da coluna lombar e testes de estabilização e receberam como intervenção exercícios de estabilização e exposição gradual. A hierarquização do medo foi feita por meio dos 10 movimentos do instrumento FDAQ, em uma escala numérica de zero a 100. Em seguida foram escolhidos dois movimentos com pontuação maior ou igual a 40. Observou-se redução nos escores de medo, intensidade dolorosa e incapacidade em ambos os pacientes2929 George SZ, Zeppieri G. Physical therapy utilization of graded exposure for patients with low back pain. J Orthop Sports Phys Ther. 2009;39(7):496-505..

Estudo quase experimental, realizado em 33 pacientes com lombalgia crônica que receberam fisioterapia associada à exposição gradual ou fisioterapia associada a exercício gradual comparou os desfechos dor, incapacidade e medo da dor e evitação do movimento. O programa teve 12 blocos de 7 horas diárias e variou de três a cinco semanas. Os pacientes receberam também terapia psicológica, biofeedback e acompanhamento médico. O tratamento psicológico do programa focava na redução do medo e catastrofização, modificando respostas disfuncionais em relação à dor e utilizando estratégias de enfrentamento adaptativo. Para a exposição os pacientes hierarquizaram as 10 situações contidas no FDAQ em uma escala numérica de zero a 100, e escolheram as duas atividades com maior pontuação. Não houve diferença no pós-teste, em ambos os grupos, quanto ao medo da dor e evitação do movimento. Nos dois grupos houve redução da intensidade dolorosa e da incapacidade, de modo similar. Houve correlação entre dor e sintomas depressivo e entre catastrofização e incapacidade2323 George SZ, Wittmer VT, Fillingim RB, Robinson ME.Comparison of graded exercise and graded exposure clinical outcomes for patients with chronic low back pain. J Orthop Sports Phys Ther. 2010;40(11):694-704..

O estudo não teve grupo controle, não foi randomizado ou encoberto para avaliação e não analisou os efeitos individuais das intervenções da terapia psicológica e biofeedback.

Nota-se, novamente, a dúvida sobre a superioridade da exposição gradual sobre a atividade gradual para a modificação de crenças de autoeficácia e medo da dor e evitação do movimento, dor e incapacidade. À medida que uma terapia passa a ser testada de modo mais amplo (mais estudos) e por desenhos mais rigorosos, frequentemente as "certezas iniciais" se fragilizam, o que exige conjunto de estudos com desenhos robustos que esclareçam os questionamentos. Acredita-se ser esse o estado atual da exposição ao vivo, atividade gradual e educação para modificação de crenças e incapacidade em pacientes com lombalgia crônica, o que justifica a realização de novos estudos sobre esse tema.

CONCLUSÃO

A maioria dos estudos desta revisão comparou exposição ao vivo e atividade gradual.Somente um estudo avaliou a efetividade da educação antes da exposição e observou efeitos benéficos da educação per se.Os conteúdos das sessões, número e duração das sessões, descrição exata do movimento realizado, quantas vezes cada movimento foi realizado, como eram as sessões educativas ou a sessão para a compreensão do ciclo medo da dor, catastrofização, imobilidade e incapacidade não foram adequadamente descritos; também o treinamento do interventor não foi adequadamente explicitado.Diante do pequeno número de publicações encontradas sobre o tema, ainda não há clareza sobre as vantagens ou forma de realização da exposição gradual em pacientes com lombalgia.

  • Fontes de fomento: não há.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Apr-Jun 2016

Histórico

  • Aceito
    25 Maio 2016
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