RESUMO
O Chile é classificado como um país de alta renda, mas sofre das mesmas fraquezas que afetam os países de renda média. As mesmas políticas que estimularam a dependência dos recursos naturais e restringiram a expansão da base produtiva e exportadora, impediram a utilização da política cambial como instrumento de desenvolvimento econômico e social. O desempenho da economia é fortemente determinado pela evolução dos termos de troca que se correlaciona negativamente com a taxa de câmbio real. Além disso, a taxa de câmbio nominal tem sido usada principalmente como instrumento para fins de estabilidade de preços e não para desenvolvimento econômico. Com base nos conceitos de desalinhamento cambial desenvolvidos pelo Novo Desenvolvimentismo, a análise mostra que, no nível macroeconômico, a taxa de câmbio real se valorizou ao longo do tempo. No entanto, as evidências também mostram que o setor industrial/manufatureiro possui uma vantagem competitiva de preço externo em relação ao restante da economia. Isso levanta a questão mais ampla de até que ponto a competitividade de preços é um incentivo poderoso o suficiente para uma mudança estrutural de base ampla em direção à inovação e à produção mais intensiva em conhecimento, necessária para escapar da armadilha da renda média.
PALAVRAS-CHAVE:
Chile; taxa de câmbio real de equilíbrio industrial; desalinhamento da taxa de câmbio real; taxa de câmbio real consistente com o equilíbrio da balança comercial; armadilha da renda média; termos de troca.