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A COR DO SOM: CONSTRUÇÃO DE ALTERIDADE E RACIALIDADE NA FONOGRAFIA BRASILEIRA EM 78 ROTAÇÕES NA PRIMEIRA METADE DO SÉC. XX1 1 Artigo não publicado em plataforma preprint. Todas as fontes e bibliografias utilizadas são referenciadas no artigo. Este artigo é resultado de pesquisa realizada no âmbito do projeto LiberSound: Práticas inovadoras de arquivamento para a libertação da memória sonora (PTDC/ART-PER/4405/2020), desenvolvido no Instituto de Etnomusicologia do Centro de Estudos em Música e Dança na Universidade de Aveiro. O projeto é financiado pela Fundação para Ciência e Tecnologia (Portugal) através de fundos nacionais. Os autores agradecem ainda à FCT/MCTES pelo apoio financeiro do INET-md (UIDB/00472/2020). A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro – FAPERJ financiou parcialmente a participação de Maya Suemi Lemos no projeto, por meio de diárias de pesquisador (processo 210.734/2019). Todos os autores participaram das diversas fases da pesquisa e da preparação do artigo, a saber: levantamento de dados, pesquisa bibliográfica, pesquisa teórica, redação. Todos os registros de áudio mencionados no texto estão disponíveis para audição no endereço: http://www.memoriadamusica.com.br/site/index.php/texto-e-audio/29-texto-e-audio/dossie-historia-e-culturas-sonoras/501-a-cor-do-som-construcao-de-alteridade-e-racialidade-na-fonografia-brasileira-em-78-rotacoes-na-primeira-metade-do-sec-xx

Resumo

Partindo do problema central da produção de alteridades como elemento-chave na constituição do mundo moderno, e seguindo a perspectiva aberta por Jennifer Stoever e seu conceito de “linha de cor sonora”, o artigo tem foco na indústria fonográfica brasileira em seus primeiros estágios de desenvolvimento. Busca-se problematizá-la como um lugar de fixação e reverberação de representações sonoras raciais e étnicas, materializadas em fonogramas de 78 rotações gravados nas primeiras quatro décadas do século XX por cantores, músicos e compositores negros. Argumenta-se que a dinâmica de incorporação desses músicos no sistema de entretenimento alimentado pelas indústrias fonográficas do período passava necessariamente pela exploração de estereótipos em que elementos como etnicidade, comicidade, sensualidade, primitivismo e exotismo exerciam papel central, elaborados precedentemente em registros literários e musicais.

Palavras-chave
Fonografia brasileira; Racialidade; Alteridade; 78 rotações; Indústria fonográfica

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