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UM CABO SUBMARINO NA MARÉ ABOLICIONISTA: INFRAESTRUTURA COMUNICACIONAL CONTRA A ESCRAVIDÃO NO CEARÁ (1873-1888)1 1 Artigo não publicado em plataforma preprint. Todas as fontes e a bibliografia utilizadas são referenciadas no artigo. Desenvolvido a partir de capítulo da tese “Infraestrutura de cabos submarinos: uma pesquisa baseada em práticas artísticas situadas a partir da Praia do Futuro” (2022), defendida no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com apoio de bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Capes (88887.480146/2020-00).

Resumo

Fortaleza é atualmente um hub de cabos submarinos do Atlântico, mas as memórias da presença dessa infraestrutura no imaginário da cidade ainda estão para ser salvaguardadas. Quando um cabo submarino ancorou pela primeira vez na costa da capital cearense, nos primeiros anos da década de 1880, narrativas eletroabolicionistas e fantasmagóricas vieram à superfície. Ao examinar os laços políticos e familiares do britânico William John Ayres, superintendente da Brazilian Submarine Telegraph Co., este artigo se fundamenta tanto nos estudos de infraestrutura quanto na arqueologia da rede para colaborar com estudos prévios do historiador Eduardo Silva que conectam o abolicionismo brasileiro com os efeitos sociais, culturais e políticos da chegada da tecnologia do cabo submarino. A principal colaboração do artigo é demonstrar que a apropriação política em torno dessa infraestrutura, constatada por Eduardo Silva no processo da abolição no Rio de Janeiro em 1888, foi previamente testada na abolição cearense de 1884.

Palavras-chave
abolição; cabo submarino; infraestrutura; telégrafo; Ceará

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