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Freqüência de infecção por Toxocara em crianças atendidas em serviço público de Maringá, sul do Brasil

A falta de métodos de diagnóstico laboratorial específico e sintomas específicos fazem da toxocaríase uma doença negligenciada nos serviços públicos de saúde. Este estudo teve por objetivo determinar a freqüência de infecção por Toxocara spp. em crianças atendidas no serviço público do Hospital Municipal de Maringá, sul do Brasil, e avaliar a associação com dados epidemiológicos e clínicos, em estudo observacional e transversal. De 14.690 crianças/ano atendidas, com idade entre sete meses a 12 anos, foram coletados 450 soros de setembro/2004 a setembro/2005. Um questionário foi utilizado para avaliar dados epidemiológicos, clínicos e hematológicos. Pelo teste ELISA, com antígeno de excreção/secreção de larvas de Toxocara canis, detectou-se 130 (28,8%) soros positivos, principalmente em crianças entre sete meses e cinco anos (p = 0,0016). Houve significante correlação entre sorologia positiva para Toxocara e freqüente recreação das crianças em caixas de areia da escola ou pré escola (p = 0,011) e presença do gato no domicilio (p = 0,056). Das famílias dessas crianças, 50% possuíam cachorros e o quintal com solo exposto. Eosinofilia (p = 0,776), sinais e sintomas (febre p = 0,992, pneumonia p = 0,289, resfriado p = 0,277, tosse p = 0,783, problema gastrointestinal p = 0877, dor de cabeça p = 0,979, dor abdominal p = 0,965, dores articulares p = 0,686, urticária p = 0,105) não se correlacionaram com a soropositividade. Todavia, duas crianças asmáticas apresentaram títulos de 1:10.240 (> 1:320) e acentuada eosinofilia (p = 0.0001). Os autores enfatizam a necessidade de atividades preventivas.


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