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Lesões miocárdicas crônicas na infecção experimental pelo T. cruzi no macaco (Cebus apella)

Dezoito macacos Cebus apella (jovens e adultos de ambos os sexos) foram inoculados há 5 anos atrás, com 3 cepas de T. cruzi (CA1, n = 10; Colombiana, n =4 e Tulahuen, n =4) seja por via conjuntival ou intraperitonial, uma única vez ou repetidamente. Os achados parasitológicos, hematológicos, sorológicos, enzimáticos, radiográficos, eletro e ecocardiográficos foram anteriormente publicados15 e são semelhantes àqueles vistos no homem. O achado eletrocardiográfico mais freqüente foi o bloqueio do ramo direito. Seis animais, escolhidos ao acaso, foram sacrificados. Aqueles sacrificados 20 a 25 meses após a primeira inoculação mostraram acúmulos focais de leucócitos com miocitólise. Focos de fibrose intersticial difusa com pequeno infiltrado de leucócitos entre as fibras foram observados em animais sacrificados 36 a 47 meses após a inoculação. Não foram encontrados parasitas. As lesões foram mais proeminentes nas paredes ventriculares e no septo. O achado de infiltrados predominantemente, nos animais sacrificados em tempo mais curto em relação à primeira inoculação e a fibrose mais severa naqueles sacrificados após um tempo maior sugere que existe uma progressão das lesões infiltrativas até a fibrose, com atividade leucocítica indicativa de fase crônica. Estas lesões são semelhantes àquelas descritas na doença de Chagas crônica humana. Este modelo, portanto, é útil na avaliação do progresso e conhecimento da patogênese da doença, assim como de sua imunologia, imunogenesis e da ação da quimioterapia, tanto na sua fase crônica como indeterminada.


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