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Saúde sexual de mulheres seis meses após um evento de morbidade materna grave* * Artigo extraído da tese de doutorado “Saúde sexual e reprodutiva de mulheres seis meses após a vivência de um episódio de morbidade materna grave”, apresentada à Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Centro Colaborador da OPAS/OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, Ribeirão Preto, SP, Brasil.

Objetivo:

investigar a função sexual feminina em mulheres seis meses pós-parto e comparar a função sexual entre mulheres que tiveram e que não tiveram morbidade materna grave (MMG).

Método:

estudo transversal, com 110 mulheres no período pós-parto, com e sem MMG. Foram utilizados dois instrumentos, um para caracterização das variáveis sociodemográficas e obstétricas e o Female Sexual Function Index (FSFI) para a função sexual. Foram realizadas análises univariada, bivariada e modelo de regressão.

Resultados:

os escores do FSFI mostraram 44,5% de disfunção sexual feminina, sendo 48,7% entre as mulheres que tiveram MMG e 42,0% entre as que não tiveram. Houve diferenças significativas entre idade (P=0,013) e duração da gravidez (P<0,001) entre as mulheres com ou sem MMG. Dentre os casos de MMG, os distúrbios hipertensivos foram os mais frequentes (83%). Obteve-se associação entre alguns domínios do FSFI e as variáveis: orgasmo e cor autorreferida, satisfação e tempo de relacionamento, e dor e MMG.

Conclusão:

mulheres brancas têm maior dificuldade de atingir orgasmo quando comparadas com mulheres não-brancas e mulheres com mais de 120 meses de relacionamento sentem-se mais insatisfeitas com a saúde sexual do que mulheres com menor tempo de relacionamento. Mulheres que tiveram algum tipo de MMG apresentam mais dispareunia quando comparadas com mulheres que não tiveram MMG.

Descritores:
Morbidade; Sexualidade; Complicações na Gravidez; Gravidez; Período Pós-Parto; Enfermagem


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