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Situações extremas e figuras do informe

Resumos

Através do deciframento de três sessões de psicoterapia analítica do início do tratamento de um paciente sofrendo de AIDS, o autor se propõe a mostrar de que modo, diante do universo fragmentário apresentado pelo sujeito em situação extrema, quer dizer, no temor do desenvolvimento de um fenômeno interno que o aproxima da morte, o psicanalista é levado a deixar se construir nele mesmo uma espécie de mundo virtual que desafia a realidade. Sob a forma de metáforas, de “figuras de imagens” que permitem a instalação do quadro da cura, a instauração de uma relação de troca e a progressão do trabalho analítico tornam-se possíveis. Este último é tomado tanto do ponto de vista das representações que estão em jogo quanto ao nível dos movimentos afetivos “transfero-contratransferencial”.

Extremo; AIDS; psicanálise; contratransferência


Mediante el estudio de tres de las primeras sesiones de la psicoterapia analítica de un paciente enfermo de SIDA, el autor se propone mostrar como frente al mundo fragmentario de una persona que se encuentra en una situación límite (es decir, con el temor de desarrollar algo interno que le aproxime a la muerte), el psicoanalista va dejando que se construya en sí mismo una especie de mundo virtual, capaz de desafiar la realidad. Con metáforas y el uso de imágenes que establecen el marco del tratamiento, se crea una relación de intercambio que permite el desarrollo del trabajo analítico. Este trabajo se enfoca tanto desde el punto de vista del papel de estas representaciones como de los movimientos afectivos de tipo transferencialcontratransferencial.

Límite; SIDA; psicoanálisis; contratransferencial


A travers le décryptage de trois séances de psychothérapie analytique du tout début de la prise en charge d’un patient malade du sida, l’auteur se propose de montrer comment, face à l’univers fragmentaire présenté par un sujet en situation extrême, c’està-dire dans la crainte du développement d’un phénomène interne qui le rapproche de la mort, le psychanalyste est amené à laisser se construire en lui-même une sorte de monde virtuel défiant la réalité. Sous la forme de métaphores, de “figures d’images” permettant l’installation du cadre de la cure, l’instauration d’une relation d’échange et la progression du travail analytique deviennent possibles. Celui-ci est envisagé tant du point du vue des représentations mises en jeu qu’au niveau des mouvementes afectifs de nature transféro-contretransférentielle.

Extrême; sida; psychanalyse; contretransfert


By deciphering three sessions of analytical psychotherapy during an early phase of treatment of an AIDS-infected patient, the author intends to show how, faced with the fragmentary world seen by a person in an extreme situation, that is, fear of the development of an internal phenomenon which brings him closer to death, the psychoanalyst is led to allow a virtual world develop within himself that challenges reality. Under the form of metaphors, or “figures of images,” which allow the installation of a framework for treatment, a relationship of exchange and the progress of analytical work are made possible. Analytic work is considered from both the point of view of representations that occur and of affective movements of a transferentialcountertransferential nature.

Extreme; AIDS; psychoanalysis; countertransference


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Referências

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Mar 2003

Histórico

  • Recebido
    Set 2002
  • Aceito
    Fev 2003
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