rpp
Revista Paulista de Pediatria
Rev. paul. pediatr.
0103-0582
1984-0462
Sociedade de Pediatria de São Paulo
São Paulo, SP, Brazil
OBJECTIVE: To report a case of chronic granulomatous disease diagnosed during the first infectious episode in order to collaborate with the Brazilian Group for Immunodeficiency, in sensitizing the general pediatrician that the early diagnosis of primary immunodeficiency results in better quality of life and longer life expectancy for the patients. CASE DESCRIPTION: Male patient, 39 days, admitted to the pediatric emergency ward with fever for the last five days and irritability. On the following day, a cervical abscess was noted and a community Staphylococcus aureus was isolated. During hospital stay, other abscesses were observed in the skin and in the deep ganglia chains, with a slow response to antibiotics. Investigation of immunodeficiency was requested and chronic granulomatous disease was confirmed by quantification of superoxide anions and nitrobluetetrazolium tests. The patient was transferred to a specialized clinic for bone marrow transplantation, performed six months after diagnosis. Four months afterwards, the normalization of oxidative burst was noted, indecating the success of the transplantation. COMMENTS: The patient showed a typical presentation of the disease, which allowed its diagnosis by general pediatricians on the first infection, allowing the follow-up by experts in primary immunodeficiencies, the introduction of antimicrobial chemoprophylaxis, and the successful search for an HLA-compatible bone marrow donor.
RELATO DE CASO
Doença granulomatosa crônica: diagnóstico no primeiro episódio infeccioso
Chronic granulomatous disease: diagnosis on the first infection episode
Luís Roberto C. M. BonilhaI; Geraldo Roberto CogoII; Antonio Condino NetoIII; Edgar Borges de Oliveira JúniorIV, José Vicente B. de PieriV; César Carvalho TonelloV; Lourdes Josefina R. CogoV; João Luiz D. MartinsV; Luís Alberto VerriV
IMestre em Saúde da Criança e do Adolescente pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Médico do Hospital Vera Cruz, Campinas, SP, Brasil
IIChefe do Departamento de Pediatria do Hospital Vera Cruz, Campinas, SP, Brasil
IIIProfessor Associado e Livre-docente do Departamento de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil
IVDoutorando em Imunologia pelo Instituto de Ciências Biológicas da USP, São Paulo, SP, Brasil
VMédico do Hospital Vera Cruz, Campinas, SP, Brasil
Endereço para correspondência
RESUMO
OBJETIVO: Relatar caso ilustrativo de doença granulomatosa crônica cujo diagnóstico ocorreu durante o aparecimento do primeiro episódio infeccioso, colaborando com a iniciativa do Brazilian Group for Immunodeficiency para a sensibilização do pediatra geral em relação ao diagnóstico precoce das imunodeficiências primárias, o que está associado a melhor qualidade de vida e maior sobrevida desses indivíduos.
DESCRIÇÃO DE CASO: Paciente do sexo masculino, 39 dias de vida, admitido em pronto-socorro pediátrico por febre alta há cinco dias e irritabilidade. No dia seguinte, observou-se abscesso cervical, isolando-se Staphylococcus aureus comunitário. Durante a internação, ocorreram outros abscessos superficiais e em cadeias ganglionares profundas, além de resposta lenta aos antimicrobianos. Solicitou-se investigação para imunodeficiências, que confirmou a hipótese de doença granulomatosa crônica por quantificação dos ânions superóxido e teste de redução do nitrobluetetrazolio. Paciente foi encaminhado a serviço especializado, no qual identificou-se doador de medula óssea compatível, realizando-se o transplante seis meses após o diagnóstico. Quatro meses após o transplante, ocorreu normalização do burst oxidativo, indicando sucesso.
COMENTÁRIOS: O paciente mostrou apresentação típica da doença, o que permitiu seu diagnóstico por pediatras gerais já na primeira infecção, tendo como consequência o acompanhamento por especialistas em imunodeficiências primárias, a introdução da profilaxia antimicrobiana e a procura bem sucedida de doador de medula HLA-compatível.
Palavras-chave: doença granulomatosa crônica; síndromes de imunodeficiência; abscesso.
ABSTRACT
OBJECTIVE: To report a case of chronic granulomatous disease diagnosed during the first infectious episode in order to collaborate with the Brazilian Group for Immunodeficiency, in sensitizing the general pediatrician that the early diagnosis of primary immunodeficiency results in better quality of life and longer life expectancy for the patients.
CASE DESCRIPTION: Male patient, 39 days, admitted to the pediatric emergency ward with fever for the last five days and irritability. On the following day, a cervical abscess was noted and a community Staphylococcus aureus was isolated. During hospital stay, other abscesses were observed in the skin and in the deep ganglia chains, with a slow response to antibiotics. Investigation of immunodeficiency was requested and chronic granulomatous disease was confirmed by quantification of superoxide anions and nitrobluetetrazolium tests. The patient was transferred to a specialized clinic for bone marrow transplantation, performed six months after diagnosis. Four months afterwards, the normalization of oxidative burst was noted, indecating the success of the transplantation.
COMMENTS: The patient showed a typical presentation of the disease, which allowed its diagnosis by general pediatricians on the first infection, allowing the follow-up by experts in primary immunodeficiencies, the introduction of antimicrobial chemoprophylaxis, and the successful search for an HLA-compatible bone marrow donor.
Key-words: granulomatous disease, chronic; immunologic deficiency syndromes; abscess.
Introdução
A doença granulomatosa crônica (DGC) é uma imunodeficiência primária incomum (afeta cerca de 1/250.000 nascidos vivos), causada por um defeito na produção de intermediários no metabolismo do oxigênio nos fagócitos, que interferem na sua capacidade de destruir micro-organismos catalase positivos e intracelulares(1).
A forma mais comum da doença é ligada ao cromossomo X e deve-se a uma alteração na gp91-phox(2). Manifesta-se usualmente nos primeiros meses de vida, com infecções de repetição, sendo as mais comuns: abscessos, linfadenites, pneumonias e otites(1,3-6). Também existem as formas autossômicas recessivas, em que as manifestações são geralmente mais tardias, menos graves e com menor morbimortalidade(2,4,7).
O diagnóstico da DGC se dá pelo histórico de infecções graves e recorrentes, de início precoce, geralmente afetando as barreiras do organismo e a demonstração bioquímica de defeito na explosão oxidativa dos fagócitos, por meio do teste de redução do nitrobluetetrazolio (NBT), dosagem da produção do ânion superóxido ou pela citometria de fluxo, usando-se o método da dihidrorhodamina (DHR)(8).
Até o presente, a cura para a DGC é obtida apenas pelo transplante de medula com doador HLA-compatível, que deve ser feito preferencialmente antes da adolescência, quando a mortalidade aumenta(9). Para os que não têm doador compatível, o transplante com células-tronco do cordão umbilical está em fase experimental, com relatos de sucessos(10-12).
Nas últimas décadas, a profilaxia antimicrobiana, usualmente com trimetoprima-sulfametoxazol e itraconazol, reduziu significativamente a incidência de infecções e suas complicações, melhorando a sobrevida(8,13,14). Além da profilaxia, o seguimento preventivo periódico desses pacientes, desde o diagnóstico, também parece aumentar a sua sobrevida(15). A utilização do interferon gama (IFN-g) não ocorre em todos os casos(16) e ainda há controvérsias na literatura sobre as evidências de benefícios para seu uso profilático(1,14,17,18). No seguimento preventivo desses pacientes, é necessário rastrear a presença de coriorretinite, anormalidade frequentemente associada à DGC(19,20).
No Brasil, relatos de casos publicados(2,8,21,22) mostram crianças com diagnóstico realizado entre cinco e dez anos de vida. Casuísticas maiores mostram que a forma mais comum, ligada ao cromossomo X, tem seu diagnóstico realizado ao redor dos três anos, em média dois anos após o aparecimento da primeira infecção(4,9,13,23).
Nesse contexto, o objetivo do presente estudo foi relatar caso ilustrativo de DGC, cujo diagnóstico ocorreu durante o aparecimento do primeiro episódio infeccioso, colaborando com a iniciativa do Brazilian Group for Immunodeficiency para a sensibilização do pediatra geral em relação ao diagnóstico precoce das imunodeficiências primárias, o que está associado a melhor qualidade de vida e maior sobrevida desses indivíduos.
Descrição do caso
Paciente do sexo masculino, nascido a termo com peso de 3550g e Boletim de Apgar com 1º e 5º minutos de 9 e 9. A criança não apresentava antecedentes familiares de imunodeficiências ou óbitos em crianças. O paciente recebeu alta com 48 horas de vida em aleitamento materno exclusivo.
Com 39 dias de vida, foi admitido no serviço de pronto-socorro infantil com história de febre alta (até 40°C) e irritabilidade há cinco dias, chegando a três picos por dia, porém aceitando bem o seio materno, sem diarreia ou vômitos. Além da irritabilidade, não apresentava outras alterações no exame físico. Foi, então, feito hemograma, líquor e exame do sedimento urinário. O líquor estava límpido e incolor, com 4,0 células/uL, 2,0 hemácias/uL, 59mg/dL de glicose, 38mg/dL de proteínas e reação de Pandy negativa. O hemograma mostrava hemoglobina de 9,6g/dL, hematócrito de 29,6%, 16.600 leucócitos/mm3, com 5% bastonetes, 47% segmentados, 33% linfócitos, 1% monócitos e 370.000 plaquetas/mm3. No exame de urina, havia 2.400 leucócitos/mL e 30.000 hemácias/mL. A urocultura não mostrou crescimento bacteriano. Na hemocultura, detectou-se Staphylococcus epidermidis, interpretado como contaminação pela equipe de Microbiologia. O paciente foi, então, internado com diagnóstico de febre de etiologia indeterminada em lactente jovem e iniciada ceftriaxona empírica, baseada na idade, na febre confirmada e na irritabilidade. Com um dia de internação, observou-se tumoração ganglionar em região cervical, mais evidente à direita, acompanhada de secreção ocular de aspecto amarelado. Nesse dia, novo hemograma apresentou piora da leucocitose (19.800/mm3) e do desvio à esquerda, com 28% bastonetes. Foram colhidas sorologias (HIV, citomegalovírus, toxoplasmose, rubéola, sífilis, herpes simples e Epstein Barr) para investigação de adenomegalia. Todas as sorologias mostraram-se negativas no decorrer da internação.
No segundo dia de internação, como surgiu flutuação da massa cervical, realizou-se biópsia de cadeia ganglionar cervical guiada por ultrassom. Aspirou-se material purulento do interior do tecido linfático, no qual isolou-se Staphylococcus aureus comunitário, sensível a todos os antimicrobianos testados. Associou-se oxacilina à ceftriaxona. Por meio da ressonância nuclear magnética de regiões cervical, torácica e abdominal foi possível detectar múltiplas linfonodomegalias de aspecto coalescente e com centro necrótico, acometendo as cadeias ganglionares cervical, mediastinal, retroperitoneal e inguinal direita. Com três dias de evolução, já em uso de ceftriaxona e oxacilina, ocorreu a formação de um abscesso perianal, em uma região que já apresentava lesões sugestivas de candidíase cutânea. Apenas após 28 dias de oxacilina e 21 dias de ceftrixona, ocorreu a completa resolução do quadro. Com 21 dias de internação, realizou-se investigação para imunodeficiências, e os resultados podem ser visualizados nos Quadros 1 e 2. Os resultados foram compatíveis com DGC.
Após o diagnóstico, o paciente foi prontamente encaminhado para acompanhamento especializado, com introdução imediata de quimioprofilaxia com trimetoprima-sulfametoxazol e itraconazol. Iniciou-se, então, a pesquisa de doador de medula óssea, que foi bem sucedida (irmã). A realização do transplante ocorreu seis meses após o diagnóstico e a normalização do burst oxidativo ocorreu quatro meses após o procedimento.
Comentários
O paciente aqui descrito mostrou quadro clínico esperado para a forma mais comum da DGC, ligada ao cromossomo X, com aparecimento de abscessos e linfadenites por micro-organismos catalase positivos, no caso, o Staphylococcus aureus(1,3-6). Apesar disso, por se tratar de paciente com primeiro quadro infeccioso, em que não havia antecedente familiar de imunodeficiências ou óbitos em crianças, a hipótese inicial (após o aparecimento da linfonodomegalia e a aspiração do seu conteúdo) foi apenas de adenite bacteriana por Staphylococcus aureus comunitário (multissensível). Entretanto, a literatura mostra que esses casos de adenite bacteriana ocorrem usualmente diante de prematuridade com hospitalização prolongada ou em surtos epidêmicos em berçários ou UTI neonatal por Staphylococcus aureus multirresistente. Os fatores que modificaram a forma como a equipe entendia o caso e motivaram a solicitação do NBT foram a idade incomum para adenite bacteriana, a infecção por Staphylococcus aureus comunitário sem porta de entrada e a presença de tumoração em cadeia cervical e em cadeias profundas.
Ressalta-se aqui o diagnóstico precoce, que evitou sequelas e sofrimento, motivando a busca imediata de serviço especializado e o encontro de um doador compatível, levando o paciente à cura da sua doença(2,4,8,9,13,21,22). O diagnóstico precoce permitiu o seguimento com especialistas, a introdução de quimioprofilaxia com trimetoprima-sulfametoxazol e itraconazol, a pesquisa de doador de medula óssea bem sucedida (irmã) e a realização do transplante seis meses após o diagnóstico, com normalização do burst oxidativo, quatro meses após o procedimento. Mesmo quando não ocorre o transplante por falta de doador, esse acompanhamento e a quimioprofilaxia fazem com que o diagnóstico precoce aumente a sobrevida e a qualidade de vida, com menos infecções e complicações, como a coriorretinite(8,13-15,19,20).
No Brasil e no mundo, apesar de vários casos diagnosticados em idade até menor que a desse paciente(1,4,6,7,13,14,17), esse diagnóstico precoce é induzido pela investigação, em irmãos ou parentes de primeiro grau, de casos diagnosticados anteriormente por infecções de repetição. No Brasil, país em que existem iniciativas para que os pediatras recebam informação sobre o tema(23), o diagnóstico ocorre em média dois anos após a primeira infecção(4,9,13,22). Esse hiato pode permitir o aparecimento de infecções graves que resultam em morte ou sequelas.
O transplante de medula óssea teve início já na década de 1950, sendo os primeiros pacientes transplantados para o tratamento de doenças hematológicas. Quase 20 anos depois, o transplante passou a ser feito também para o tratamento de imunodefociências primárias, incluindo a DGC. A análise de 27 transplantes de medula óssea em pacientes com DGC, entre 1985 e 2000, evidenciou sobrevida de 23 casos e cura de 22(10). A ausência de infecção no momento do transplante parece ser o principal indicador de bom prognóstico. No Brasil, a experiência com o transplante de medula óssea para imunodeficiências primárias ainda é incipiente e não há publicação formal sobre o tema.
Concluindo, a DGC é uma imunodeficiência primária incomum (afeta cerca de 1/250.000 nascidos vivos). Suspeitar que ela possa ser a doença de base em uma infecção por um micro-organismo catalase positivo sem uma razão aparente e/ou com uma evolução fora do esperado pode conduzir o pediatra ao diagnóstico precoce e à tomada de medidas que, se não levarem à cura por meio do transplante de medula óssea, poderão reduzir a chance de novas infecções graves, com menor morbimortalidade.
Endereço para correspondência:
Luís Roberto de Castro Martins Bonilha
Avenida Dr. Nelson Noronha Gustavo Filho, 150, apto. 24-B - Vila Brandina
CEP 13092-526 - Campinas/SP
E-mail:
luis.bonilha@hotmail.com
Recebido em: 6/5/2009
Aprovado em: 30/11/2009
Conflito de interesse: nada a declarar
Instituição: Hospital Vera Cruz, Campinas, SP, Brasil
1. Soler-Palacín P, Margareto C, Llobet P, Asensio O, Hernández M, Caragol I et al. Chronic granulomatous disease in pediatric patients: 25 years of experience. Allergol Immunopathol (Madr) 2007;35:83-9.
Chronic granulomatous disease in pediatric patients: 25 years of experience
Allergol Immunopathol
2007
83
9
35
Soler-Palacín
P
Margareto
C
Llobet
P
Asensio
O
Hernández
M
Caragol
I
2. Prando-Andrade C, Agudelo-Florez P, Lopez JA, Paiva MA, Costa-Carvalho BT, Condino-Neto A. Autosomal chronic granulomatous disease: case report and mutation analysis of two Brazilian siblings. J Pediatr (Rio J) 2004;80:425-8.
Autosomal chronic granulomatous disease: case report and mutation analysis of two Brazilian siblings
J Pediatr
2004
425
8
80
Prando-Andrade
C
Agudelo-Florez
P
Lopez
JA
Paiva
MA
Costa-Carvalho
BT
Condino-Neto
A
3. Grumach AS, Bellinai-Pires R, Araujo IS, Gonzalez CH, Carneiro-Sampaio MM. Chronic granulomatous disease of childhood: differential diagnosis and prognosis. Rev Paul Med 1993;111:472-6.
Chronic granulomatous disease of childhood: differential diagnosis and prognosis
Rev Paul Med
1993
472
6
111
Grumach
AS
Bellinai-Pires
R
Araujo
IS
Gonzalez
CH
Carneiro-Sampaio
MM
4. Winkelstein JA, Marino MC, Johnston RB Jr, Boyle J, Curnutte J, Gallin JI et al. Chronic granulomatous disease. Report on a national registry of 368 patients. Medicine (Baltimore) 2000;79:155-69.
Chronic granulomatous disease: Report on a national registry of 368 patients
Medicine
2000
155
69
79
Winkelstein
JA
Marino
MC
Johnston RB
Jr
Boyle
J
Curnutte
J
Gallin
JI
5. Khanna G, Kao SC, Kirby P, Sato Y. Imaging of chronic granulomatous disease in children. Radiographics 2005;25:1183-95.
Imaging of chronic granulomatous disease in children
Radiographics
2005
1183
95
25
Khanna
G
Kao
SC
Kirby
P
Sato
Y
6. Liese J, Kloos S, Jendrossek V, Petropoulou T, Wintergerst U, Notheis G et al. Long-term follow-up and outcome of 39 patients with chronic granulomatous disease. J Pediatr 2000;137:687-93.
Long-term follow-up and outcome of 39 patients with chronic granulomatous disease
J Pediatr
2000
687
93
137
Liese
J
Kloos
S
Jendrossek
V
Petropoulou
T
Wintergerst
U
Notheis
G
7. Holland SM. Chronic granulomatous disease. Clin Rev Allergy Immunol 2010;38:3-10.
Chronic granulomatous disease
Clin Rev Allergy Immunol
09
2010
3
10
38
Holland
SM
8. Moreira RJ, Barreto ICP, Daguer MGF, Brito NMB, Barreto BAP. Doença granulomatosa crônica: relato de caso. Rev Bras Alergia Imunopatol 2005;28:315-21.
Doença granulomatosa crônica: relato de caso
Rev Bras Alergia Imunopatol
2005
315
21
28
Moreira
RJ
Barreto
ICP
Daguer
MGF
Brito
NMB
Barreto
BAP
9. Pasic S, Minic A, Minic P, Veljkovic D, Lilic D, Slavkovic B et al. Long-term follow-up and prognosis of chronic granulomatous disease in Yugoslavia: is there a role for early bone marrow transplantation? J Clin Immunol 2003;23:55-61.
Long-term follow-up and prognosis of chronic granulomatous disease in Yugoslavia: is there a role for early bone marrow transplantation?
J Clin Immunol
2003
55
61
23
Pasic
S
Minic
A
Minic
P
Veljkovic
D
Lilic
D
Slavkovic
B
10. Seger RA. Modern management of chronic granulomatous disease. Br J Haematol 2008;140:255-66.
Modern management of chronic granulomatous disease
Br J Haematol
2008
255
66
140
Seger
RA
11. Parikh SH, Szabolcs P, Prasad VK, Lakshminarayanan S, Martin PL, Driscoll TA et al. Correction of chronic granulomatous disease after second unrelated-donor umbilical cord blood transplantation. Pediatr Blood Cancer 2007;49:982-4.
Correction of chronic granulomatous disease after second unrelated-donor umbilical cord blood transplantation
Pediatr Blood Cancer
2007
982
4
49
Parikh
SH
Szabolcs
P
Prasad
VK
Lakshminarayanan
S
Martin
PL
Driscoll
TA
12. Mochizuki K, Kikuta A, Ito M, Akaihata M, Sano H, Ohto H et al. Successful unrelated cord blood transplantation for chronic granulomatous disease: a case report and review of the literature. Pediatr Transplant 2009;13:384-9.
Successful unrelated cord blood transplantation for chronic granulomatous disease: a case report and review of the literature
Pediatr Transplant
2009
384
9
13
Mochizuki
K
Kikuta
A
Ito
M
Akaihata
M
Sano
H
Ohto
H
13. Cale CM, Jones AM, Goldblatt D. Follow up of patients with chronic granulomatous disease diagnosed since 1990. Clin Exp Immunol 2000;120:351-5.
Follow up of patients with chronic granulomatous disease diagnosed since 1990
Clin Exp Immunol
2000
351
5
120
Cale
CM
Jones
AM
Goldblatt
D
14. Martire B, Rondelli R, Soresina A, Pignata C, Broccoletti T, Finocchi A et al. Clinical features, long-term follow-up and outcome of a large cohort of patients with Chronic Granulomatous Disease: an Italian multicenter study. Clin Immunol 2008;126:155-64.
Clinical features, long-term follow-up and outcome of a large cohort of patients with Chronic Granulomatous Disease: an Italian multicenter study
Clin Immunol
2008
155
64
126
Martire
B
Rondelli
R
Soresina
A
Pignata
C
Broccoletti
T
Finocchi
A
15. Roesler J, Koch A, Pörksen G, von Bernuth H, Brenner S, Hahn G et al. Benefit assessment of preventive medical check-ups in patients suffering from chronic granulomatous disease (CGD). J Eval Clin Pract 2005;11:513-21.
Benefit assessment of preventive medical check-ups in patients suffering from chronic granulomatous disease (CGD)
J Eval Clin Pract
2005
513
21
11
Roesler
J
Koch
A
Pörksen
G
von Bernuth
H
Brenner
S
Hahn
G
16. Carnide EG, Jacob CA, Castro AM, Pastorino AC. Clinical and laboratory aspects of chronic granulomatous disease in description of eighteen patients. Pediatr Allergy Immunol 2005;16:5-9.
Clinical and laboratory aspects of chronic granulomatous disease in description of eighteen patients
Pediatr Allergy Immunol
2005
5
9
16
Carnide
EG
Jacob
CA
Castro
AM
Pastorino
AC
17. Jones LB, McGrogan P, Flood TJ, Gennery AR, Morton L, Thrasher A et al. Special article: chronic granulomatous disease in the United Kingdon and Ireland: a comprehensive national patient-based registry. Clin Exp Immunol 2008;152:211-8.
Special article: chronic granulomatous disease in the United Kingdon and Ireland: a comprehensive national patient-based registry
Clin Exp Immunol
2008
211
8
152
Jones
LB
McGrogan
P
Flood
TJ
Gennery
AR
Morton
L
Thrasher
A
18. [No authors listed]. A controlled trial of interferon gamma to prevent infection in chronic granulomatous disease. The International Chronic Granulomatous Disease Cooperative Study Group. N Engl J Med 1991;324:509-16.
A controlled trial of interferon gamma to prevent infection in chronic granulomatous disease
N Engl J Med
1991
509
16
324
19. Goldblatt D, Butcher J, Thrasher AJ, Russell-Eggitt I. Chorioretinal lesions in patients and carriers of chronic granulomatous disease. J Pediatr 1999;134:780-3.
Chorioretinal lesions in patients and carriers of chronic granulomatous disease
J Pediatr
1999
780
3
134
Goldblatt
D
Butcher
J
Thrasher
AJ
Russell-Eggitt
I
20. Kim SJ, Kim JG, Yu YS. Chorioretinal lesions in patients with chronic granulomatous disease. Retina 2003;23:360-5.
Chorioretinal lesions in patients with chronic granulomatous disease
Retina
2003
360
5
23
Kim
SJ
Kim
JG
Yu
YS
21. Cardieri JMA, Nakaie CMA, Rozov T. Doença granulomatosa crônica da infância: relato de um caso. Pediatria (São Paulo) 1985;7:217-21.
Doença granulomatosa crônica da infância: relato de um caso
Pediatria
1985
217
21
7
Cardieri
JMA
Nakaie
CMA
Rozov
T
22. Agudelo-Flórez P, Prando-Andrade CC, López JA, Costa-Carvalho BT, Quezada A, Espinosa FJ et al. Chronic granulomatous disease in Latin American patients: clinical spectrum and molecular genetics. Pediatr Blood Cancer 2006;46:243-52.
Chronic granulomatous disease in Latin American patients: clinical spectrum and molecular genetics
Pediatr Blood Cancer
2006
243
52
46
Agudelo-Flórez
P
Prando-Andrade
CC
López
JA
Costa-Carvalho
BT
Quezada
A
Espinosa
FJ
23
23. BRAGID. Brazilian Group for Immunodeficiency [homepage on the Internet]. Imunodeficiência primária: os 10 sinais de alerta [cited 2008 Jun 6]. Available from: www.imunopediatria.org.br
Imunodeficiência primária: os 10 sinais de alerta
Authorship
Luís Roberto C. M. Bonilha
Universidade Estadual de Campinas, Hospital Vera Cruz , Campinas, São Paulo, BrazilUniversidade Estadual de CampinasBrazilCampinas, São Paulo, BrazilUniversidade Estadual de Campinas, Hospital Vera Cruz , Campinas, São Paulo, Brazil
Geraldo Roberto Cogo
Hospital Vera Cruz, Departamento de Pediatria , Campinas, , BrazilHospital Vera CruzBrazilCampinas, , BrazilHospital Vera Cruz, Departamento de Pediatria , Campinas, , Brazil
Antonio Condino Neto
Universidade de São Paulo, Instituto de Ciências Biomédicas , Departamento de Imunologia, São Paulo, São Paulo, BrazilUniversidade de São PauloBrazilSão Paulo, São Paulo, BrazilUniversidade de São Paulo, Instituto de Ciências Biomédicas , Departamento de Imunologia, São Paulo, São Paulo, Brazil
Edgar Borges de Oliveira Júnior
Universidade de São Paulo, Instituto de Ciências Biológicas , São Paulo, São Paulo, BrazilUniversidade de São PauloBrazilSão Paulo, São Paulo, BrazilUniversidade de São Paulo, Instituto de Ciências Biológicas , São Paulo, São Paulo, Brazil
José Vicente B. de Pieri
Hospital Vera Cruz, Campinas, , BrazilHospital Vera CruzBrazilCampinas, , BrazilHospital Vera Cruz, Campinas, , Brazil
César Carvalho Tonello
Hospital Vera Cruz, Campinas, , BrazilHospital Vera CruzBrazilCampinas, , BrazilHospital Vera Cruz, Campinas, , Brazil
Lourdes Josefina R. Cogo
Hospital Vera Cruz, Campinas, , BrazilHospital Vera CruzBrazilCampinas, , BrazilHospital Vera Cruz, Campinas, , Brazil
João Luiz D. Martins
Hospital Vera Cruz, Campinas, , BrazilHospital Vera CruzBrazilCampinas, , BrazilHospital Vera Cruz, Campinas, , Brazil
Luís Alberto Verri
Hospital Vera Cruz, Campinas, , BrazilHospital Vera CruzBrazilCampinas, , BrazilHospital Vera Cruz, Campinas, , Brazil
SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS
Hospital Vera Cruz, Departamento de Pediatria , Campinas, , BrazilHospital Vera CruzBrazilCampinas, , BrazilHospital Vera Cruz, Departamento de Pediatria , Campinas, , Brazil
Hospital Vera Cruz, Campinas, , BrazilHospital Vera CruzBrazilCampinas, , BrazilHospital Vera Cruz, Campinas, , Brazil
Universidade Estadual de Campinas, Hospital Vera Cruz , Campinas, São Paulo, BrazilUniversidade Estadual de CampinasBrazilCampinas, São Paulo, BrazilUniversidade Estadual de Campinas, Hospital Vera Cruz , Campinas, São Paulo, Brazil
Universidade de São Paulo, Instituto de Ciências Biológicas , São Paulo, São Paulo, BrazilUniversidade de São PauloBrazilSão Paulo, São Paulo, BrazilUniversidade de São Paulo, Instituto de Ciências Biológicas , São Paulo, São Paulo, Brazil
Universidade de São Paulo, Instituto de Ciências Biomédicas , Departamento de Imunologia, São Paulo, São Paulo, BrazilUniversidade de São PauloBrazilSão Paulo, São Paulo, BrazilUniversidade de São Paulo, Instituto de Ciências Biomédicas , Departamento de Imunologia, São Paulo, São Paulo, Brazil
Sociedade de Pediatria de São PauloR. Maria Figueiredo, 595 - 10o andar, 04002-003 São Paulo - SP - Brasil, Tel./Fax: (11 55) 3284-0308; 3289-9809; 3284-0051 -
São Paulo -
SP -
Brazil E-mail: rpp@spsp.org.br
rss_feed
Stay informed of issues for this journal through your RSS reader