Acessibilidade / Reportar erro

Primeiro relato da ferrugem (Olivea tectonae) em plantas de teca no estado da Bahia

A teca é uma espécie florestal que apresenta grande potencial para a exploração devido a sua madeira que possui rusticidade, grande rendimento, rápido crescimento, tolerância ao calor, pragas e doenças, sendo empregada na fabricação de móveis e na construção naval (11 Bonaldo, S. M., Barceli, A. C., Trento, R. A., Gasparotto, F. e Taffarel, C. Summa Phytopathologica, Botucatu, v. 37, n. 3, p. 153, 2011., 99 Figueiredo, E. O.; Oliveira, A. D. de; Scolforo, J. R. S. Cerne, Lavras, v. 11, n. 4, p.342-353, 2005.). Dentre as doenças que ocorrem nessa espécie vegetal, a ferrugem causada pelo fungo Olivea tectonae, tem sido, amplamente estudada, visto que, causa desfolha intensa e prematura em todas as fases fenológicas da planta, reduzindo a taxa fotossintética, o crescimento e consequente queda na produção (22 Buriticá, P., & Salazar, M. Revista Facultad Nacional de Agronomia de Medellín, v.60, p.3645- 3655, 2007., 1010 Gasparotto, L & Pereira, J, C, R. EMBRAPA Amazônia Ocidental, 3p (Documento Tecnico, 101) 2013., 1515 Pieri, C.; Passador, M. M.; Furtado, E. L.; Carvalho Junior, A. A. Summa Phytopathologica, Botucatu, v. 37, n. 4, p. 199-201, 2011.). No continente americano foi relata no Panamá, seguido por Costa Rica, Atlântico e zonas do Pacífico, no Equador, no México, na Colômbia, na Austrália e em Cuba (44 Cespedes, P. B; Yepes, M. S. Revista Facultad Agronomia, Medellin, v. 60, n.1, p.3645-3655, 2007., 55 Cibrián T. D.; García Díaz, S. E.; Alvarado Rosales, D. Universidad Autónoma Chapingo, México, p.307-311, 2007., 66 Daly, A.M.; Shivas, R.G.; Pegg, G.S.; Mackie, A.E. Australia. Australasian Plant Disease Notes, Australia v.1, p.25–26, 2006., 77 EPPO, 2005. n.8. http://archives.eppo.int/EPPOReporting/2005/Rse-0508.pdf.
http://archives.eppo.int/EPPOReporting/2...
, 88 Esquivel, E. Agrociencia Panamensis, v. 3, n. 4. 2 p., 2003., 1111 Macias, J. y Arguedas, M. Manejo Integrado de Plagas y Agroecología (Costa Rica). n. 71; p. 119 - 120, 2004., 1414 Pérez, M.; López, M.O.; Martí, O. Plant Pathology, UK, v. 58, n. 2, p. 397, 2009.). No Brasil, foi relatada em Sinop – Mato Grosso em 2009, posteriormente nos estados de Minas Gerais, Maranhão, Tocantins, São Paulo, Amazonas, Goiás e Sergipe (11 Bonaldo, S. M., Barceli, A. C., Trento, R. A., Gasparotto, F. e Taffarel, C. Summa Phytopathologica, Botucatu, v. 37, n. 3, p. 153, 2011., 33 Cabral, P.G.C.; et al. Australasian Plant Disease Notes, 5, p.113 - 114, 2010., 1010 Gasparotto, L & Pereira, J, C, R. EMBRAPA Amazônia Ocidental, 3p (Documento Tecnico, 101) 2013., 1212 Marques, M. L. S.; Jesus, J. M. I.; Virtuoso, M. C. S.; Marques, V. S.; Santos G. R. Revista verde de agroecologia e desenvolvimento sustentável, Pombal - PB – Brasil, v.10, n.5, p.21-25, 2015., 1313 Mesquita, J. B.; Santos I. T. B. F.; Ribeiro, G. T.; Santos, M. J. C. Summa Phytopathologica., Botucatu, v. 42, n. 3, p. 278-279, 2016., 1515 Pieri, C.; Passador, M. M.; Furtado, E. L.; Carvalho Junior, A. A. Summa Phytopathologica, Botucatu, v. 37, n. 4, p. 199-201, 2011.). Em junho de 2016 esta doença foi observada em plantas de teca cultivadas na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Campus de Cruz das Almas - Bahia. Foram observados na superfície adaxial da folha de teca os primeiros sintomas da doença, caracterizados por pequenas manchas marrons, cloróticas que se tornam necróticas e coalescem podendo atingir toda a superfície foliar e causar a desfolha (Figura 1 A). Na parte abaxial das folhas foram vistas inúmeras pústulas amareladas dispersas em toda a folha caracterizando os sinais da doença (Figura B). Na observação em lupa foram visualizados os uredínios hipófilos, dispersos, subepidermais, irrompentes, de coloração laranja amarelado brilhante, pequenos, com 0,2 - 0,5mm de diâmetro. Urediniósporos subglobosos, obovoides a elipsoides, de coloração laranja amarelado, com 18 - 26 × 14 - 20μm foram visualizados em microscopia de luz e MEV (Figura 1 C - E) apresentando ornamentação equinulada, hialina, com 2μm de espessura. Poros germinativas não vistos; Paráfises periféricas, encurvadas, unidas na base, formando um plexo de hifas entrelaçadas, cilíndricas, inchadas no ápice, com 30 - 45 × 10 - 14μm, parede lisa, de coloração hialina a castanho claro, com 2,5μm de espessura (Figura 1 D - F). Com base em caracteres morfológicos, foi possível identificar o patógeno como Olivea tectonae. Esse patógeno pertence a ordem Pucciniales, família Chaconiaceae, tem como sinônimos: Chaconia tectonae (T.S. Ramakr. & K. Ramakr.), Olivea neotectonae Buriticá & Salazar-Yepes, Tegillum tectonae (Racib.) Doweld. Trata-se de uma ferrugem autoécia cujo ciclo de vida completo é desconhecido. Este é o primeiro relato de Olivea tectonae no estado da Bahia.

Figura 1
Sintomas de ferrugem em plantas de teca (Tectona grandis.) causados por Olivea tectonae. Folha de teca apresentando limbo com aspecto de queima (A); Pústulas com intensa esporulação na face abaxial do limbo foliar (B); Uredinósporos (20µ) (C) e Paráfises (20µ) sobre microscopia de luz (D); Urediniósporos (E) e Paráfises (F) sob microscopia eletrônica de varredura.

REFERÊNCIAS

  • 1
    Bonaldo, S. M., Barceli, A. C., Trento, R. A., Gasparotto, F. e Taffarel, C. Summa Phytopathologica, Botucatu, v. 37, n. 3, p. 153, 2011.
  • 2
    Buriticá, P., & Salazar, M. Revista Facultad Nacional de Agronomia de Medellín, v.60, p.3645- 3655, 2007.
  • 3
    Cabral, P.G.C.; et al. Australasian Plant Disease Notes, 5, p.113 - 114, 2010.
  • 4
    Cespedes, P. B; Yepes, M. S. Revista Facultad Agronomia, Medellin, v. 60, n.1, p.3645-3655, 2007.
  • 5
    Cibrián T. D.; García Díaz, S. E.; Alvarado Rosales, D. Universidad Autónoma Chapingo, México, p.307-311, 2007.
  • 6
    Daly, A.M.; Shivas, R.G.; Pegg, G.S.; Mackie, A.E. Australia. Australasian Plant Disease Notes, Australia v.1, p.25–26, 2006.
  • 7
    EPPO, 2005. n.8. http://archives.eppo.int/EPPOReporting/2005/Rse-0508.pdf
    » http://archives.eppo.int/EPPOReporting/2005/Rse-0508.pdf
  • 8
    Esquivel, E. Agrociencia Panamensis, v. 3, n. 4. 2 p., 2003.
  • 9
    Figueiredo, E. O.; Oliveira, A. D. de; Scolforo, J. R. S. Cerne, Lavras, v. 11, n. 4, p.342-353, 2005.
  • 10
    Gasparotto, L & Pereira, J, C, R. EMBRAPA Amazônia Ocidental, 3p (Documento Tecnico, 101) 2013.
  • 11
    Macias, J. y Arguedas, M. Manejo Integrado de Plagas y Agroecología (Costa Rica). n. 71; p. 119 - 120, 2004.
  • 12
    Marques, M. L. S.; Jesus, J. M. I.; Virtuoso, M. C. S.; Marques, V. S.; Santos G. R. Revista verde de agroecologia e desenvolvimento sustentável, Pombal - PB – Brasil, v.10, n.5, p.21-25, 2015.
  • 13
    Mesquita, J. B.; Santos I. T. B. F.; Ribeiro, G. T.; Santos, M. J. C. Summa Phytopathologica., Botucatu, v. 42, n. 3, p. 278-279, 2016.
  • 14
    Pérez, M.; López, M.O.; Martí, O. Plant Pathology, UK, v. 58, n. 2, p. 397, 2009.
  • 15
    Pieri, C.; Passador, M. M.; Furtado, E. L.; Carvalho Junior, A. A. Summa Phytopathologica, Botucatu, v. 37, n. 4, p. 199-201, 2011.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    21 Set 2020
  • Data do Fascículo
    Sep-Dec 2020

Histórico

  • Recebido
    18 Abr 2017
  • Aceito
    07 Nov 2017
Grupo Paulista de Fitopatologia FCA/UNESP - Depto. De Produção Vegetal, Caixa Postal 237, 18603-970 - Botucatu, SP Brasil, Tel.: (55 14) 3811 7262, Fax: (55 14) 3811 7206 - Botucatu - SP - Brazil
E-mail: summa.phyto@gmail.com