Acessibilidade / Reportar erro

Condutas sem crença e obras de arte sem espectador* * Conduites sans croyances et oeuvres d'art sans spectateurs. Diogène, n. 143, jul./set. 1988, p. 3-22. Esta tradução foi feita pelo Ateliê de traduções do Laboratório de pesquisa em história das práticas letradas (PEHL), coordenado por Andrea Daher, com a participação de Clara Carvalho, Gabriel Vertulli, Gabriela Theophilo, Henrique Gusmão, Karla de Aquino, Isabelle Weber, Iuri Bauler, Monique Ferreira, Raquel Campos e Renata Rufino; a revisão técnica e a edição final do texto são da coordenadora.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

  • 1
    BATESON, G. Naven. A Survey of the Problems suggested by a Composite Picture of the Culture of a New Guinea Tribe drawn from Three Points of View. Stanford: Stanford University Press, 1936 (tradução francesa: La cérémonie du Naven. Paris: Éditions de Minuit, 1971). Capítulo IX: "Às vezes ignora-se quase que por completo a significação ritual das cerimônias, e a ênfase recai exclusivamente sobre sua função como meio de celebrar algo. Dessa forma, no dia em que se celebrava uma cerimônia relativa à fertilidade e à prosperidade, e quando um novo piso havia sido instalado na casa cerimonial, a maioria de meus informantes me disse celebrar essa cerimônia 'por causa do novo piso'. Raros eram os homens que tinham consciência plena do significado ritual da cerimônia, ou tinham por ele algum interesse; e mesmo estes interessavam-se não tanto pelos efeitos mágicos da cerimônia, mas sim pelas suas origens totêmicas, o que é altamente importante para os clãs cujo orgulho nobiliário repousa largamente sobre o caráter particular de sua genealogia totêmica".
  • 2
    No plano "geográfico" dos frisos da coluna, ver BOBU-FLORESCU, F. Die Trajansäulle. Bucarest: Akademie-Verlag, 1969. p. 52-56; GAUER, Werner. Untersuchungen zur Trajanssäule. Darstellungsprogramm und künstlerischer Entwurf. Berlin: Mann, 1977. p. 14, que afirma que as imagens dessas aldeias não são representações fiéis ou pitorescas, mas imagens convencionais.
  • 3
    KLEIN, R. La forme et l'intelligible. Paris: Gallimard, 1970. p. 234 (tradução brasileira: A forma e o inteligível. São Paulo: Edusp, 1998).
  • 4
    Citemos LEHMANN-HARTLEBEN. Die Trajanssaule: ein romisches Kunstwerk zu Beginn der Spatantike. Berlim/ Leipzig: W. de Gruyter & Co., 1926. v. I, p. 1; BRILLIANT, R. Roman art from the Republic to Constantine. Londres: Phaidon 1974. p. 192; BANDINELLI, B. Dall'ellenismo al medioevo. Roma: Editori Riuniti, 1978. p. 123; La Colonna Traiana, o della libertà dell'artista. In: GAUER, Werner. Untersuchungen zur Trajanssäule, op. cit. p. 45; Prospettiva, n. 26, p. 2, jul. 1981 (com detalhes interessantes na nota 11 sobre a policromia desses relevos, o que completa as afirmações de BECATTI, G. La colona Traiana, espressione somma del rilievo storico romano. Aufstieg und Niedergang der römischen Welt, II, 12, n. 1, p. 550, 1972).
  • 5
    Salvatore Settis estudou brilhantemente a imitação dos relevos trajanos pelos escultores de Napoleão.
  • 6
    BROWN, P. Society and the holy in Late Antiquity. Berkeley; Los Angeles: University of California Press, 1982. p. 205 (tradução francesa: La société et le sacré dans l'antiquité tardive. Paris: Seuil, 1985. p. 154).
  • 7
    GOMBRICH, E. H. The sense of order. Oxford: Phaidon, 1979. p. 116.
  • 8
    LEROI-GOURHAN, A. Le geste et la parole. Paris: Albin Michel, 1965. p. 143.
  • 9
    FELD, S. Sound and sentiment. Birds, weeping, poetics, and song in Kaluli expression. Filadélfia: University of Pennsylvania Press, 1982, livro que conheci graças a Jean Molino.
  • 10
    Os testemunhos antigos atestam que essas pinturas de combate eram observadas em detalhe e avidamente.
  • 11
    Blunt, A. Art and architecture in France, 1500 a 1700. Melbourne: Penguin Books, 1953. p. 157 (que acrescenta, é verdade: "mas isso é pura especulação").
  • 12
    Gombrich, E. H. Meditations on a hobby horse: and other essays on the theory of art. Londres; Nova York: Phaidon, 2001 (1963). p. 74.
  • 13
    VATTIMO, G. La fine della modernità (tradução francesa: La fin de la modernité: nihilisme et herméneutique dans la culture post-moderne. Paris: Éditions du Seuil, 1987. p. 89-91).
  • 14
    Cf. MOULIN, R. Le marché de la peinture en France. Paris: Éditions de Minuit, 1967. p. 70 e 409 ss.
  • 15
    BROWN, P. Society and the holy in Late Antiquity, op. cit. p. 202 (tradução francesa, p. 151).
  • 16
    Cf. HADOT, P. Comment la multiplicité des idées s'est établie et sur le bien. Introduction à Plotin, Traité 38. Paris: Éditions du Cerf, 1988. p. 69.
  • 17
    HUC, R. P. Souvenirs d'un voyage dans la Tartarie, le Thibet et la Chine. Paris: Édition d'Ardenne de Tizac, 1925. v. IV, p. 135.
  • 18
    RADCLIFF-BROWN, A. R. Structure et fonction dans la société primitive. Paris: Éditions de Minuit, 1972. p. 232.
  • 19
    Ver a obra do vice-rei do Hou-Koang, TCHANG TCHE T'ONG. K'ien-hio P'ien [Exhortation à l'étude... ouvrage traduit du chinois par Jérome Tobar, S. J.] Xangai: Imprimerie de la Presse Orientale, 1898. p. 5. Sobre as crenças funerárias dos ocidentais, na mesma época, ver LINTON, R. De l'homme. Paris: Éditions de Minuit, 1968. p. 391: "O protestante americano médio, por volta do começo do século XIX, podia se sentir profundamente abalado por um sermão sobre o Juízo Final, dizer que seus parentes amados o esperam no Céu e sentir um medo profundo dos cemitérios com o cair da noite".
  • 20
    Lamento recolhido na Lucânia e publicado por DE MARTINO, E. Rapporto etnografico sul lamento funebre lucano. Società, X, n. 4, p. 655-665, 1954.
  • 21
    SIMMEL, G. Philosophische Kultur. Berlim: Karl Wagenbach, 1983. p. 37.
  • 22
    SIMMEL, G. Philosophische Kultur, op. cit. p. 195-218 (tradução francesa de Cornille-Ivernel: La tragédie de la culture. Paris: Éditions Rivages, 1988. p. 177-216). A réplica de Ernest Cassirer (Zur Logik der Kulturwissenschaften. Darmstadt: Wissenschaftliche Buchgesellschaft, 1961. capítulo 5) desconhece o pensamento de Simmel, que não deplora que o espírito objetivo bloqueie a espontaneidade individual, mas, ao contrário, que o indivíduo não chegue jamais a assimilar suas criações objetivas. O pluralismo trágico de Simmel é incompatível, de fato, com nossa tendência natural para a conciliação e o otimismo. Simmel acredita na pluralidade inconciliável dos valores e na discórdia interna do próprio indivíduo (Einleitung in die Moralwissenschaft. Aalen: Scientia Verlag, 1983. v. 2, p. 360-426), assim como no equívoco entre o instinto e as aspirações mais elevadas - realidade perturbada que, na falta de melhor expressão, chama "vida" (seu Fragment über die Liebe é característico, nesse sentido; ver SIMMEL, G. Das Individuum und die Freiheit. Berlim: Wagenbach, 1984. p. 19-28). Estamos aqui longe de Bergson, o que por vezes foi dito. O que Simmel chama "vida" é o caráter misto de toda e qualquer realidade, em que essências, funções ou ordens se misturam ou se contrariam. O amor não é nem essência una, nem agregado de pulsão e de ideal, porém misto não conceitualizável: "eine unlösbare Aufgabe" (p. 25). Sobre o indivíduo que não chega a assimilar todo o espírito objetivo (e, por exemplo, a aproveitar plenamente a instituição dos museus), cf. Das Individuum und die Freiheit, op. cit. p. 90 ss.
  • 23
    CHAR, R. Oeuvres complètes. Paris: Bibliothèque de la Pléiade, 1983. p. 466 e 55; SIMMEL, G. Das Individuum und die Freiheit, op. cit. p. 87; idem. Philosophische Kultur, op. cit. p. 203.
  • 24
    SIMMEL, G. Pilosophische Kultur, op. cit. p. 150.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Jun 2012
Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro Largo de São Francisco de Paula, n. 1., CEP 20051-070, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Tel.: (55 21) 2252-8033 R.202, Fax: (55 21) 2221-0341 R.202 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: topoi@revistatopoi.org