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Jornal Brasileiro de Pneumologia, Volume: 48, Número: 6, Publicado: 2022
  • Fibrose cística é um fator de risco para infecção por COVID-19 ou suas complicações? Editorial

    Athanazio, Rodrigo A
  • Obesidade e asma: o ovo, a galinha ou os dois? Editorial

    Miliku, Kozeta; Moraes, Theo J; Subbarao, Padmaja
  • Repercussões sobre a ciência e a gestão do Jornal Brasileiro de Pneumologia durante a pandemia da COVID-19 Editorial

    Baldi, Bruno Guedes; Pizzichini, Marcia Margaret Menezes
  • Heterogeneidade na doença pulmonar intersticial associada à artrite reumatoide: hora de separar? Editorial

    Kawano-Dourado, Leticia; Bonfiglioli, Karina
  • Padrão reticular denso Educação Continuada: Imagens

    Marchiori, Edson; Hochhegger, Bruno; Zanetti, Gláucia
  • Modelos de regressão linear e logística: quando utilizá-los e como interpretá-los? Educação Continuada

    Castro, Horacio Matias; Ferreira, Juliana Carvalho
  • Doença das pequenas vias aéreas: quando a “zona silenciosa” fala Educação Continuada

    Neder, José Alberto; Berton, Danilo C; O’Donnell, Denis E
  • Aspectos clínicos, laboratoriais e radiográficos de pacientes com tuberculose pulmonar e disglicemia e desfechos do tratamento da tuberculose Artigo Original

    Bezerra, André Luiz; Moreira, Adriana da Silva Rezende; Isidoro-Gonçalves, Lorrayne; Lara, Carla F. dos Santos; Amorim, Gustavo; Silva, Elisangela C.; Kritski, Afrânio Lineu; Carvalho, Anna Cristina C.

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Analisar a associação de disglicemia e características clínicas, laboratoriais e radiográficas em pacientes com tuberculose pulmonar (TBP), bem como a associação de disglicemia e desfechos do tratamento da tuberculose. Métodos: Estudo longitudinal com 140 pacientes com diagnóstico de TBP (culturas de escarro positivas para Mycobacterium tuberculosis ou resultados positivos do teste Xpert MTB/RIF em amostras de escarro). Os pacientes foram avaliados no momento do diagnóstico (M0), após dois meses de tratamento (M2) e no fim do tratamento (MFIM). Em M0, os pacientes foram divididos em três grupos: normoglicemia+TBP (NGTB); pré-diabetes mellitus+TBP (PDMTB) e diabetes mellitus+TBP (DMTB), de acordo com os níveis de hemoglobina glicada (< 5,7%, 5,7%-6,4% e ≥ 6,5%, respectivamente). Os desfechos do tratamento foram classificados em favoráveis (cura ou conclusão do tratamento) e desfavoráveis (óbito, perda de seguimento ou falência do tratamento). Resultados: Em nossa amostra, 76 pacientes (61,4%) apresentavam disglicemia, 20 (14,3%) dos quais apresentavam DM em M0. Os pacientes com disglicemia, em comparação com os do grupo NGTB, apresentaram mais frequentemente baciloscopia de escarro positiva (94,2% vs. 75,9%; p = 0,003); cavidades (80,2% vs. 63,0%; p = 0,03); lesões bilaterais (67,4% vs. 46,0%; p = 0,02) e maior mediana de terços pulmonares acometidos (3,0 vs. 2,0; p = 0,03) na radiografia de tórax. Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos quanto aos desfechos, mas a letalidade da tuberculose foi maior no grupo DMTB do que nos grupos PDMTB e NGTB (20% vs. 2,2%). Conclusões: Pacientes com TBP e disglicemia apresentaram manifestações laboratoriais e radiográficas indicativas de doença mais avançada, e o risco de óbito foi maior no grupo DMTB. Esses achados reforçam a recomendação de detecção precoce de DM em pacientes com tuberculose recém-diagnosticada, a fim de reduzir o risco de óbito durante o tratamento.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To analyze the association of dysglycemia with clinical, laboratory, and radiographic characteristics of patients with pulmonary tuberculosis (PTB), as well as with their tuberculosis treatment outcomes. Methods: This was a longitudinal study involving 140 patients diagnosed with PTB (positive cultures for Mycobacterium tuberculosis or positive Xpert MTB/RIF results from sputum samples). Patients were evaluated at diagnosis (M0), after completing the second month of treatment (M2), and at the end of treatment (MEND). At M0, the patients were classified into three groups: normoglycemia+PTB (NGTB); pre-diabetes mellitus+PTB (PDMTB), and diabetes mellitus+PTB (DMTB), in accordance with glycated hemoglobin levels (< 5.7%, 5.7%-6.4%, and ≥ 6.5%, respectively). Treatment outcomes were classified as favorable (cure or treatment completion) and unfavorable (death, loss to follow-up, or treatment failure). Results: In our sample, 76 patients (61.4%) had dysglycemia, 20 of whom (14.3%) had DM at M0. The patients with dysglycemia, in comparison with those in the NGTB group, more frequently presented with positive sputum smear microscopy (94.2% vs. 75.9%; p = 0.003); cavities (80.2% vs. 63.0%; p = 0.03); bilateral lesions (67.4% vs. 46.0%; p = 0.02); and higher median of affected thirds of the lungs (3.0 vs. 2.0; p = 0.03) on chest radiography. No significant differences regarding outcomes were found among the groups, but tuberculosis lethality was higher in the DMTB group than in the PDMTB and NGTB groups (20% vs. 2.2%). Conclusions: PTB patients with dysglycemia had laboratory and radiographic manifestations indicative of more advanced disease, and the risk of death was higher in the DMTB group. These findings reinforce the recommendation for early screening for DM in patients with newly diagnosed tuberculosis in order to reduce the risk of death during treatment.
  • Associação bidirecional entre sibilância e obesidade durante a adolescência e início da vida adulta na coorte de nascimentos de 1993, Pelotas, Brasil Artigo Original

    Weisshahn, Nícolas Kickhofel; Oliveira, Paula Duarte de; Wehrmeister, Fernando César; Gonçalves, Helen; Menezes, Ana Maria Baptista

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Analisar a associação bidirecional entre sibilância e obesidade durante a adolescência e início da vida adulta em uma coorte no sul do Brasil. Métodos: Este estudo longitudinal prospectivo utilizou dados da coorte de nascimentos de 1993 em Pelotas, Brasil. As seguintes variáveis de desfecho foram medidas aos 22 anos de idade: sibilância autorreferida nos últimos 12 meses e obesidade (IMC ≥ 30 kg/m2). As seguintes variáveis de exposição foram medidas aos 11, 15 e 18 anos: sibilância autorreferida (sem sibilos ou presença do sintoma em 1, 2 ou 3 acompanhamentos) e obesidade (não obesos ou obesos em 1, 2 ou 3 acompanhamentos). Regressões logísticas simples e ajustada estratificadas por sexo foram utilizadas nas análises. A categoria de referência foi definida como participantes que não apresentavam sibilância ou obesidade. Resultados: Um total de 3.461 participantes tinham dados sobre sibilância e 3.383 sobre IMC. Aos 22 anos, a prevalência de sibilância foi de 10,1% (IC95%: 9,1; 11,2) e obesidade, 16,2% (IC95%: 15,0; 17,6). Em mulheres, a presença de sibilância em dois acompanhamentos apresentou 2,22 vezes (IC95%: 1,36; 3,61) maior chance de desenvolver obesidade aos 22 anos. Enquanto isso, a presença de obesidade em dois acompanhamentos resultou em 2,03 vezes (IC95%: 1,05; 3,92) maior chance de sibilância aos 22 anos. Não foram encontradas associações entre sibilância e obesidade em homens. Conclusões: Os dados obtidos sugerem uma possível associação bidirecional positiva entre sibilância e obesidade, com maiores razões de chance na direção sibilância para obesidade em mulheres e na categoria de ocorrência da exposição em dois acompanhamentos.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: To analyze the bidirectional association between wheezing and obesity during adolescence and the beginning of adulthood in a cohort in southern Brazil. Methods: This prospective longitudinal study used data from the 1993 birth cohort in Pelotas, Brazil. The following outcome variables were measured at 22 years of age: self-reported wheezing during the last 12 months and obesity (BMI ≥ 30 kg/m2). The following exposure variables were measured at ages 11, 15, and 18: self-reported wheezing (no wheezing or symptom presentation in 1, 2, or 3 follow-ups) and obesity (non-obese or obese in 1, 2, or 3 follow-ups). Crude and adjusted logistical regression stratified by sex were used in the analyses. The reference category was defined as participants who presented no wheezing or obesity. Results: A total of 3,461 participants had data on wheezing and 3,383 on BMI. At 22 years of age, the prevalence of wheezing was 10.1% (95%CI: 9.1; 11.2), and obesity, 16.2% (95%CI: 15.0; 17.6). In females, the presence of wheezing in two follow-ups revealed a 2.22-fold (95%CI: 1.36; 3.61) greater chance of developing obesity at 22 years of age. Meanwhile, the presence of obesity in two follow-ups resulted in a 2.03-fold (95%IC: 1.05; 3.92) greater chance of wheezing at 22 years of age. No associations were found between wheezing and obesity in males. Conclusions: The obtained data suggest a possible positive bidirectional association between wheezing and obesity, with greater odds ratios in the wheezing to obesity direction in females and in the category of occurrence of exposure in two follow-ups.
  • Formas clínicas e diagnóstico da tuberculose em crianças e adolescentes durante a pandemia de COVID-19 Artigo Original

    Pinheiro, Michely Alexandrino de Souza; Aurilio, Rafaela Baroni; Parente, Ana Alice Amaral Ibiapina; Sant’Anna, Maria de Fátima Bazhuni Pombo; Frota, Ana Cristina Cisne; Hofer, Cristina Barroso; Abreu, Thalita Fernandes de; Ferreira, Sidnei; Sant’Anna, Clemax Couto

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: O presente estudo teve como objetivo descrever as formas clínicas e o tempo de diagnóstico de novos casos de tuberculose e analisar estatisticamente as formas isoladas e combinadas da doença em crianças e adolescentes atendidos em um hospital universitário do Rio de Janeiro durante o primeiro ano da pandemia de COVID-19 no Brasil. Métodos: Este estudo transversal utilizou dados retrospectivos de crianças (0-9 anos) e adolescentes (10-18 anos) com tuberculose pulmonar (TBP), extrapulmonar (TBEP) e combinada (TBP + TBEP) acompanhados no ambulatório de janeiro de 2019 a março de 2021. Os dados categóricos foram analisados por estatística descritiva e expressos em frequência e proporções. As variáveis categóricas foram comparadas pelo teste Qui-quadrado e as variáveis numéricas pelo teste T de Student. Resultados: Foram incluídos 51 casos, sendo 63% (32/51) pacientes no ano da pandemia (grupo A) e 37% (19/51) pacientes atendidos em anos anteriores (grupo B). No grupo A, 19% (6/32) dos pacientes apresentavam TBP, 59% (16/32) TBEP e 31% (10/32) TBP+TBEP. No grupo B, 42% (8/19) dos pacientes apresentavam TBP, 42% (8/19) TBEP e 16% (3/19) TBP+TBEP. Conclusão: Nosso estudo evidenciou mais casos de tuberculose no primeiro ano da pandemia do que no mesmo período do ano anterior, com maior variação de locais acometidos pela doença, incluindo formas mais raras e mais graves.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: The present study aimed to describe the clinical forms and the time taken to diagnose new tuberculosis cases and to statistically analyze the isolated and combined forms of the disease in children and adolescents treated at a university hospital in Rio de Janeiro during the first year of the COVID-19 pandemic in Brazil. Methods: This was a cross-sectional study that used retrospective data on children (0-9 years old) and adolescents (10-18 years old) with pulmonary (PTB), extrapulmonary (EPTB), and combined tuberculosis (PTB + EPTB) followed up at the outpatient clinic from January 2019 to March 2021. Categorical data were analyzed by descriptive statistics and expressed as frequency and proportions. Categorical variables were compared using the Chi-square test, and numerical variables using Student’s T-test. Results: A total of 51 cases were included, 63% (32/51) of which comprised patients in the year of the pandemic (group A), while 37% (19/51) were patients attended in previous years (group B). In group A, 19% (6/32) of the patients presented PTB, 59% (16/32) had EPTB, and 31% (10/32) had PTB+EPTB. In group B, 42% (8/19) of the patients presented PTB, 42% (8/19) had EPTB, and 16% (3/19) had PTB+EPTB. Conclusion: Our study revealed more tuberculosis cases in the first year of the pandemic than in the same period of the previous year, with greater variation of sites affected by the disease, including rarer and more severe forms.
  • Características clínicas e desfechos de casos incidentes de COVID-19 em adultos não vacinados com fibrose cística no sul do Brasil: estudo prospectivo de coorte realizado durante o primeiro ano da pandemia de COVID-19 Artigo Original

    Camargo, Cristiane Christ; Jacobsen, Letícia Bauer; Wilsmann, Jaqueline; Silveira, Michelle Nunes; Ziegler, Bruna; Rossi, Elis de Pellegrin; Oliveira, Carla Tatiana; Dalcin, Paulo de Tarso Roth

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: Ainda não há informações suficientes sobre as características clínicas e desfechos de pacientes com fibrose cística (FC) e COVID-19 no Brasil. O objetivo deste estudo foi descrever a incidência cumulativa de COVID-19 em pacientes com FC, bem como suas características clínicas e desfechos. Métodos: Estudo prospectivo de coorte com adultos com FC não vacinados, realizado na cidade de Porto Alegre, no sul do Brasil, durante o primeiro ano da pandemia de SARS-CoV-2. A evolução clínica da COVID-19 foi avaliada por meio da WHO Ordinal Scale for Clinical Improvement (escala ordinal de evolução clínica, elaborada pela OMS). O desfecho primário foi o número de casos incidentes de COVID-19. Resultados: Entre 30 de abril de 2020 e 29 de abril de 2021, 98 pacientes com FC foram incluídos no estudo. Dezessete pacientes receberam diagnóstico de COVID-19. Nos pacientes com FC, a incidência cumulativa anual de COVID-19 foi de 17,3%, semelhante à observada na população geral, ajustada pela idade (18,5%). Os sintomas mais comuns no momento do diagnóstico de COVID-19 foram tosse (em 59%), dispneia (em 53%), fadiga (em 53%) e febre (em 47%). Apenas 6 (35%) dos pacientes necessitaram de hospitalização, e 3 (17,6%) necessitaram de suporte de oxigênio. Apenas 1 paciente necessitou de ventilação mecânica e, posteriormente, morreu. Conclusões: Durante o primeiro ano da pandemia de SARS-CoV-2 no sul do Brasil, a taxa de incidência cumulativa de COVID-19 foi semelhante nos pacientes com FC e na população geral. Mais de 50% dos pacientes com FC e infecção por SARS-CoV-2 apresentaram manifestações clínicas leves, sem necessidade de internação hospitalar, e quase toda a amostra se recuperou completamente da infecção, à exceção de 1 paciente, que apresentava doença pulmonar avançada e morreu.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: There is still limited information on the clinical characteristics and outcomes of cystic fibrosis (CF) patients with COVID-19 in Brazil. The objective of this study was to describe the cumulative incidence of COVID-19 in CF patients, as well as their clinical characteristics and outcomes. Methods: This was a prospective cohort study involving unvaccinated adult CF patients and conducted during the first year of the SARS-CoV-2 pandemic in the city of Porto Alegre, in southern Brazil. The clinical course of the disease was rated on the WHO Ordinal Scale for Clinical Improvement. The primary outcome was the number of incident cases of COVID-19. Results: Between April 30, 2020 and April 29, 2021, 98 CF patients were included in the study. Seventeen patients were diagnosed with COVID-19. For the CF patients, the annual cumulative incidence of COVID-19 was 17.3%, similar to that for the general population, adjusted for age (18.5%). The most common symptoms at diagnosis of COVID-19 were cough (in 59%), dyspnea (in 53%), fatigue (in 53%), and fever (in 47%). Only 6 (35%) of the patients required hospitalization, and 3 (17.6%) required oxygen support. Only 1 patient required mechanical ventilation, having subsequently died. Conclusions: During the first year of the SARS-CoV-2 pandemic in southern Brazil, the cumulative incidence rate of COVID-19 was similar between CF patients and the general population. More than 50% of the CF patients with SARS-CoV-2 infection had a mild clinical presentation, without the need for hospital admission, and almost the entire sample recovered completely from the infection, the exception being 1 patient who had advanced lung disease and who died.
  • Lactato no líquido pleural: uma ferramenta diagnóstica no manejo do derrame pleural? Carta Ao Editor

    Guerra, Sónia Silva; Ferro, Rita; Abrantes, Tito; António, Carla
  • Níveis de eosinófilos circulantes e declínio da função pulmonar em doença pulmonar obstrutiva crônica estável: um estudo longitudinal retrospectivo Artigo Original

    Ferrari, Marcello; Pizzini, Michela; Cazzoletti, Lucia; Ermon, Valentina; Spelta, Francesco; De Marchi, Sergio; Carbonare, Luca Giuseppe Dalle; Crisafulli, Ernesto

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo Discute-se se eosinófilos no sangue (EOS) na doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) são associados à evolução da doença. O objetivo deste estudo foi avaliar se a contagem diferencial de células brancas do sangue (CBS), os sintomas e o tratamento podem prever o declínio da função pulmonar e as exacerbações em pacientes com DPOC. Métodos Foram retrospectivamente examinados pacientes com DPOC estável submetidos a um monitoramento mínimo de três anos em nossas clínicas ambulatoriais. Coletaram-se informações sobre volumes pulmonares (VEF1 e CVF), contagens total e diferencial de CBS, exacerbações agudas de DPOC (número nos 12 meses anteriores ao início do estudo = EA-DPOC-B; e durante o monitoramento = EA-DPOC-F), status tabagístico e tratamento. Os declínios de VEF1 e EA-DPOC-F foram descritos empregando modelo linear generalizado e regressão binomial negativa com interceptação aleatória de nível 2, respectivamente. Os modelos incluíram contagens de eosinófilo e neutrófilo como potenciais preditores e foram ajustados de acordo com sexo, idade, status tabagístico, EA-DPOC-B, tratamento com broncodilatadores e corticosteroides inalados (CSI). Resultados 68 pacientes foram considerados, dos quais 36 para EOS- (< 170 células/μL, valor da mediana) e 32 para EOS+ (≥ 170 células/μL). ∆VEF1 foi maior em EOS+ do que em EOS- (34,86 mL/ano vs 4,49 mL/ano, p = 0,029). Após o ajuste em relação aos potenciais confundidores, as contagens de eosinófilos (β = 19,4; CI 95% 2,8,36,1; p = 0,022) e CSI (β = -57,7; CI 95% -91,5,-23,9; p = 0,001) foram positivamente e negativamente associadas ao declínio da função pulmonar, respectivamente. Os EOS não foram associados ao número de EA-DPOC-F. Conclusão Em pacientes com DPOC estável, o maior nível de EOS (embora em um intervalo regular) prevê um maior declínio de VEF1, enquanto os CSIs são associados a uma evolução mais lenta da obstrução do fluxo aéreo.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective Whether blood eosinophils (bEOS) in chronic obstructive pulmonary disease (COPD) are associated with disease progression is a topic of debate. We aimed to evaluate whether the differential white blood cell (WBC) count, symptoms and treatment may predict lung function decline and exacerbations in COPD patients. Methods We retrospectively examined stable COPD patients with a minimum follow-up of 3 years at our outpatients’ clinic. We collected information about lung volumes (FEV1, FVC), the total and differential WBC count, acute exacerbations of COPD (number in the 12 months before the beginning of the study=AE-COPD-B, and during the follow-up=AE-COPD-F), smoking status and treatment. FEV1 decline and AE-COPD-F were described by using a generalized linear model and a 2-level random intercept negative binomial regression, respectively. The models included eosinophil and neutrophil counts as potential predictors and were adjusted by sex, age, smoking status, AE-COPD-B, treatment with bronchodilators and inhaled corticosteroids (ICS). Results Sixty-eight patients were considered, 36 bEOS- (<170 cells/μL, the median value) and 32 bEOS+ (≥170 cells/μL). ∆FEV1 was higher in bEOS+ than bEOS- (34.86 mL/yr vs 4.49 mL/yr, p=0.029). After adjusting for potential confounders, the eosinophil count was positively (β=19.4; CI 95% 2.8, 36.1; p=0.022) and ICS negatively (β=-57.7; CI 95% -91.5,-23.9; p=0.001) associated with lung function decline. bEOS were not found to be associated with the number of AE-COPD-F. Conclusion In stable COPD patients, a higher level of blood eosinophils (albeit in the normal range) predicts a greater FEV1 decline, while ICS are associated with a slower progression of airflow obstruction.
  • Avaliação de fatores de risco em pacientes com doença pulmonar intersticial associada à artrite reumatoide Artigo Original

    Severo, Carolina Rossetti; Chomiski, Carolina; Valle, Marina Borba do; Escuissato, Dante Luiz; Paiva, Eduardo dos Santos; Storrer, Karin Mueller

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo Avaliar os fatores de risco para doença pulmonar intersticial (DPI) em pacientes com artrite reumatoide (AR), bem como a associação com uso de metotrexate e com a atividade da doença articular. Métodos Estudo retrospectivo, transversal, realizado entre março e dezembro de 2019 em um centro de saúde terciário, no seguimento de pacientes com AR submetidos a provas de função pulmonar (PFP) e tomografia computadorizada de tórax. Avaliamos as características tomográficas, como a presença de DPI e sua extensão, bem como a atividade da doença articular. Medidas funcionais, como capacidade vital forçada (CVF) e a medida de difusão de monóxido de carbono (DCO) também foram avaliadas. Em seguida, aplicou-se uma análise de regressão logística multivariada para identificar os fatores de risco associados à DPI. Resultados Foram avaliados 1.233 pacientes, dos quais 134 foram elegíveis para este estudo. A maioria era do sexo feminino (89,6%), com idade média de 61 anos e fator reumatoide positivo (86,2%). A DPI associada à AR (DPI-AR) foi detectada em 49 pacientes (36,6%). Encontramos associação de DPI-AR com idade ≥ 62 anos, sexo masculino, história de tabagismo,crepitações finas na ausculta pulmonar e diminuição da DCO. Idade ≥ 62 anos e atividade articular moderada ou alta da AR foram fatores independentes associados à DPI-AR, com odds ratio de 4,36 e 3,03, respectivamente. O uso de metotrexato não foi associado à maior prevalência de DPI. Conclusão A idade e a atividade da doença da AR são importantes fatores de risco associados à DPI-AR. O metotrexato não foi associado ao desenvolvimento de DPI-AR no presente estudo.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective To assess the risk factors for interstitial lung disease (ILD) in patients with rheumatoid arthritis (RA) and to evaluate the association of ILD with the use of methotrexate as well as with joint disease activity. Methods A retrospective, cross-sectional study conducted between March and December 2019 at a tertiary healthcare center, in a follow-up of RA patients who had undergone pulmonary function tests (PFT) and chest computed tomography. We evaluated the tomographic characteristics, such as the presence of ILD and its extension, as well as joint disease activity. Functional measurements, such as forced vital capacity (FVC) and diffusing capacity for carbon monoxide (DLCO), were also assessed. After this, a multivariate logistic regression analysis was applied in order to identify risk factors associated with ILD. Results We evaluated 1.233 patients, of which 134 were eligible for this study. The majority were female (89.6%), with a mean age of 61 years old and with a positive rheumatoid factor (86.2%). RA-associated ILD (RA-ILD) was detected in 49 patients (36.6%). We found an association of RA-ILD with age ≥= 62 year, male sex, smoking history and fine crackles in lung auscultation and a decreased DLCO. The indicators of being aged ≥ 62 years old and having moderate or high RA disease activity were both independent factors associated with RA-ILD, with an odds ratio of 4.36 and 3.03, respectively. The use of methotrexate was not associated with a higher prevalence of ILD. Conclusion Age and RA disease activity are important risk factors associated with RA-ILD. Methotrexate was not associated with the development of RA-ILD in the present study.
  • Predição de risco para o prognóstico de Apneia Obstrutiva do Sono em pacientes encaminhados para cirurgia bariátrica Artigo Original

    Hora, Adriana Fontes; Nápolis, Lara Maris; Villaça, Débora Strose; Santos, Renata dos; Galvão, Thales Delmondes; Togeiro, Sonia Maria Guimarães; Bittencourt, Lia Rita; Nery, Luiz Eduardo

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivos (i) Avaliar as medições antropométricas e as características clínicas e perfis de qualidade de vida dos pacientes estudados, (ii) determinar a ocorrência e severidade da Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) por meio de polissonografia e (iii) identificar os melhores indicadores antropométricos e clínicos para prever a AOS em pacientes obesos que são candidatos à cirurgia bariátrica. Métodos Estudo prospectivo de observação conduzido em uma clínica particular, por meio de amostragem consecutiva de pacientes qualificados para cirurgia bariátrica com IMC ≥ 40 ou IMC de ≥ 35 kg/m² e comorbidades associadas à obesidade. Resultados Inicialmente, 60 pacientes foram selecionados, dos quais 46 concordaram em participar de avaliação pré-operatória. A AOS foi observada em 76% dos pacientes, sendo que 59% deles apresentavam AOS de moderada a grave, com uma predominância de homens nesses grupos. Entre as variáveis que sugerem diferença estatística entre os grupos, a relação cintura/quadril (RCQ) foi o único fator clínico associado à pontuação no índice de apneia-hipopneia (IAH) ≥ 15, com um valor de corte de 0.95. Os resultados mostram que pacientes com uma pontuação acima de 0,95 têm três vezes mais probabilidade de apresentarem apneia de moderada a grave. Conclusão O melhor fator de risco para o prognóstico de AOS de moderada a grave foi apresentado na pontuação de RCQ, com um valor de corte de 0,95 ou acima.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objectives (i) To assess the anthropometric measurements, along with the clinical characteristics and quality of life profiles of the studied patients; (ii) To determine the occurrence and severity of Obstructive Sleep Apnea (OSA), using polysomnography; and (iii) To identify the best anthropometric and clinical indicators to predict OSA in obese patients who are candidates for bariatric surgery. Methods a prospective observational study conducted in a private clinic, using consecutive sampling of patients eligible for bariatric surgery with a BMI ≥ 40, or with a BMI of ≥ 35 kg/m² accompanied by comorbidities associated with obesity. Results Sixty patients were initially selected, of whom 46 agreed to take part in the preoperative evaluation. OSA was observed in 76% of patients, 59% of whom had moderate-to-severe OSA, with a predominance of men in these groups. Among the variables suggesting statistical difference between groups, waist-to-hip ratio (WHR) was the only clinical factor associated with scores the apnea hypopnea index (AHI) ≥ 15, with a cut-off value of 0.95. The results showed that patients scoring above 0.95 are three times more likely to have moderate-to-severe apnea. Conclusion The best risk factor for the prognostic of moderate-to-severe OSA was presenting a WHR score with a cut-off value of 0.95 or above.
  • Estado funcional de pacientes pediátricos hospitalizados com COVID-19 no sul do Brasil: um estudo de coorte prospectivo Artigo Original

    Casassola, Giovana Morin; Schmidt, Caroline Jacoby; Affeldt, Guilherme Hoff; Morais, Debora Sana; Alvarenga, Letícia Krás Borges; Miller, Cristina; Ziegler, Bruna

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo: O objetivo do presente estudo foi de avaliar o estado funcional de crianças diagnosticadas com COVID-19 no momento da internação e as associações com suas características clínicas. Métodos: Este estudo de coorte prospectivo foi realizado com crianças diagnosticadas com COVID-19 internadas em um hospital terciário. A funcionalidade dos pacientes foi avaliada por meio da Escala de Estado Funcional (FSS) pediátrica. Resultados: Foram incluídas no estudo 62 crianças com idade mediana de 3 anos, das quais 70% apresentavam alguma comorbidade antes do diagnóstico de COVID-19. O tempo mediano de internação foi de nove dias, período no qual cinco pacientes vieram a óbito. A avaliação da FSS da amostra mostrou que aproximadamente 55% apresentavam alguma alteração funcional. O grupo de pacientes com os maiores escores na FSS teve um maior tempo de internação (p = 0,016), necessitou de mais oxigenoterapia (p < 0,001), ventilação mecânica (p = 0,001) e internações em unidade de terapia intensiva (p = 0,019) e tinha mais comorbidades cardíacas (p = 0,007), neurológicas (p = 0,003) e respiratórias (p = 0,013). Na análise multivariada, observou-se uma associação entre a variável dependente tempo de internação e o escore total da FSS (b = 0,349, p = 0,004) e a presença de comorbidades (b = 0,357, p = 0,004). Conclusões: Verificou-se que mais da metade das crianças internadas devido à COVID-19 apresentaram algum nível de alteração funcional. Maiores alterações no estado funcional foram associadas à presença de comorbidades prévias, maior necessidade de suporte ventilatório e maior tempo de internação.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective: The present study aimed to assess the functional status of children diagnosed with COVID-19 at the time of hospitalization and the associations with clinical features. Methods: This prospective cohort study was carried out with children diagnosed with COVID-19 admitted to a tertiary hospital. The patients’ functioning was assessed using the pediatric Functional Status Scale (FSS). Results: A total of 62 children with a median age of 3 years old were included in the study, and 70% had some comorbidity prior to the diagnosis of COVID-19. The median length of stay was nine days, during which period five patients died. The FSS assessment of the sample showed that approximately 55% had some functional alteration. The group of patients with the highest FSS scores presented a lengthier hospital stay (p = 0.016), required more oxygen therapy (p < 0.001), mechanical ventilation (p = 0.001), and intensive care unit admissions (p = 0.019), and had more cardiac (p = 0.007), neurological (p = 0.003), and respiratory (p = 0.013) comorbidities. In the multivariate analysis, there was an association between the dependent variable length of stay and the total FSS score (b = 0.349, p = 0.004) and the presence of comorbidities (b = 0.357, p = 0.004). Conclusions: We observed that more than half of the children hospitalized due to COVID-19 had some level of functional change. Greater alterations in functional status were associated with the presence of previous comorbidities, a greater need for ventilatory support, and longer hospital stays.
  • Persistência de sintomas e retorno ao trabalho após hospitalização por COVID-19 Comunicação Breve

    Azevedo, Helena Moraes Jardim de; Santos, Nataly Winni Fernandes dos; Lafetá, Mariana Lima; Albuquerque, André Luis Pereira de; Tanni, Suzana Erico; Sperandio, Priscila Abreu; Ferreira, Eloara Vieira Machado

    Resumo em Português:

    RESUMO Muitos pacientes hospitalizados com COVID-19 não puderam retornar ao trabalho ou seu retorno foi atrasado devido ao seu estado de saúde. O objetivo deste estudo observacional foi avaliar o impacto da infecção moderada a grave ou crítica por COVID-19 na persistência dos sintomas e no retorno ao trabalho após a alta hospitalar. Neste estudo, dois terços dos pacientes hospitalizados com acometimento pulmonar relataram persistência dos sintomas seis meses após a infecção por COVID-19, como perda de memória (45,5%), mialgia (43,9%), fadiga (39,4%) e dispneia (25,8%), e 50% retornaram lentamente ao trabalho, com repercussões devido à fadiga e/ou perda de energia.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Many patients hospitalized with COVID-19 were unable to return to work or their return was delayed due to their health condition. The aim of this observational study was to evaluate the impact of moderate-to-severe and critical COVID-19 infection on persistence of symptoms and return to work after hospital discharge. In this study, two thirds of hospitalized patients with pulmonary involvement reported persistence of symptoms six months after COVID-19 infection, such as memory loss (45.5%), myalgia (43.9%), fatigue (39.4%), and dyspnea (25.8%), and 50% slowly returned to work, with repercussions due to fatigue and/or loss of energy.
  • Impacto ambiental dos dispositivos inalatórios nos cuidados respiratórios: uma revisão narrativa Artigo De Revisão

    Urrutia-Pereira, Marilyn; Chong-Neto, Herberto José; Winders, Tonya A; Solé, Dirceu

    Resumo em Português:

    RESUMO As mudanças climáticas são uma ameaça enorme e presente para a saúde humana. Este artigo visa aprofundar o conhecimento sobre o impacto ambiental dos dispositivos inalatórios na pegada de carbono para pacientes e profissionais de saúde, fornecendo informações que permitem uma melhor escolha do tipo de dispositivo a ser prescrito para o tratamento da asma e da DPOC. Esta revisão narrativa e não sistemática foi realizada por meio de busca nas bases de dados PubMed, Google Acadêmico, SciELO e EMBASE de artigos publicados entre 2017 e 2022, escritos em português ou inglês, utilizando as palavras de busca “inhalation device” OR “environmental”. A revisão mostrou que o aquecimento global não pode ser abordado com foco em dispositivos inalatórios apenas. No entanto, os dispositivos que utilizamos para tratar doenças respiratórias como asma e DPOC, que são doenças agravadas pelas mudanças climáticas, também estão causando essa mudança. Portanto, profissionais de saúde, organizações de pacientes e indústrias devem assumir a liderança nas políticas de saúde para oferecer alternativas acessíveis aos inaladores contendo hidrofluoralcano.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Climate change is a huge and present threat to human health. This article aims to deepen the knowledge about the environmental impact of inhaler devices on their carbon footprint for patients and health professionals, providing information that allows a better choice of the type of device to be prescribed for the treatment of asthma and COPD. This narrative and nonsystematic review was carried out by searching databases (PubMed, Google Scholar, SciELO, and EMBASE) for articles published between 2017 and 2022, written in Portuguese or in English, using the search words “inhalation device” OR “environmental.” The review showed that global warming cannot be addressed by focusing only on inhaler devices. However, the devices that we use to treat respiratory diseases such as asthma and COPD, which are diseases that are aggravated by climate change, are also causing that change. Therefore, health professionals, patient organizations, and industries should take a lead in health policies to offer affordable alternatives to inhalers containing hydrofluoroalkane.
  • Telemonitoramento na Ventilação Mecânica Domiciliar Carta Ao Editor

    Cantarini, Katia Vanessa; Sanches, Rosineide Pereira; Donini, Vanessa Vieira; Pires, Ruy; Gaspar, Heloisa Amaral
  • Empiema tuberculoso: terapia intrapleural combinada pode ser uma alternativa. Carta Ao Editor

    Colares, Philippe de Figueiredo Braga; Rivas, Jennifer Kiara Delgado; Sciortino, Amanda dos Santos; Sales, Roberta Karla Barbosa de; Teixeira, Lisete Ribeiro
  • Impacto da pandemia de COVID-19 no diagnóstico de câncer de pulmão no Nordeste brasileiro Carta Ao Editor

    Caminha, Iusta; Távora, Fabio; Sousa, Juliana; Martins Neto, Francisco; Cavalcanti, Luciano Pamplona de Goes
  • Dispneia aguda durante o período de recuperação de anestesia geral: não negligenciar edema pulmonar por pressão negativa Carta Ao Editor

    Moreira, Bruno Lima; Costa, Felipe Marques da; Cartaxo, Deodato Rolim; Libânio, Bruna Brandão; Santana, Pablo Rydz Pinheiro
  • Resposta dos autores Correspondência

    Mungmunpuntipantip, Rujittika; Wiwanitkit, Viroj
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