Acessibilidade / Reportar erro

TENDÊNCIAS

Este Encarte Tendências aborda o papel da mulher na política e seu envolvimento com a política partidária e governamental no cenário da democracia recente a partir das percepções dos eleitores brasileiros. São duas as pesquisas apresentadas aqui: a primeira realizada pelo IBOPE em parceria com o Instituto Patrícia Galvão no começo do ano de 2009 e a segunda, o ESEB_Estudo Eleitoral Brasileiro 2010, realizado imediatamente após a eleição da presidente Dilma.

Tendências está dividido em quatro seções. A primeira, baseada em dados do ESEB, apresenta dados sobre os motivos para votar ou não votar em mulheres para um cargo majoritário, e o impacto de características socioeconômicas sobre esses votos.

A segunda seção destaca as mudanças para a política e para democracia brasileiras caso um maior número de mulheres fosse eleita para cargos políticos. Um ano antes da campanha presidencial que elegeu a presidente Dilma, a grande maioria dos entrevistados já apontava acreditar em mudanças positivas na prática política do país se mais mulheres fossem eleitas para cargos de liderança e de representação, indicando, por exemplo, a crença em maior honestidade e maior compromisso político. Em seguida, no cenário pós-eleitoral de 2010, percentuais também bastantes elevados de entrevistados, mulheres e homens, afirmaram discordar que os homens seriam mais adequados para a política e que faltava experiência às mulheres para realizarem um bom governo.

A terceira seção, organizada apenas com opiniões de eleitores do sexo masculino, retrata o apoio dos homens à dedicação de suas companheiras à carreira política. Em um cenário de apoio da maioria dos homens à eventual candidatura de suas mulheres, essa tendência varia positivamente com o aumento do grau de instrução e negativamente com o aumento da idade dos entrevistados.

A quarta seção, finalmente, traz dados sobre o conhecimento e o apoio a medidas que promovam os direitos e a igualdade política das mulheres: esse conjunto de dados revela o alto desconhecimento dos cidadãos, inclusive das mulheres sobre, por exemplo, a política de cotas partidárias, que obriga os partidos a reservarem 30% de suas vagas a candidaturas femininas.

Em linhas gerais, no conjunto dos resultados, é notável que seja a escolaridade, e não o sexo, a variável que mais diferencia os entrevistados quanto às percepções das potencialidades e possibilidades das mulheres na política.

Editores de OP

Você votaria em uma mulher? para cargo majoritário?

Em 2010, imediatamente em seguida à eleição da presidente Dilma, a imensa maioria dos entrevistados afirmava que votaria em uma mulher. Entre os que votariam, a metade acredita ser a mulher tão competente quanto o homem e mais de 1/4 destacaram que a mulher poderia ser até mais competente ou mais sensível do que um homem. Aqueles que não votariam em uma mulher destacaram sua menor capacidade e em torno de 1/3 apontaram serem os homens mais preparados para as armadilhas da política.

Clique para ampliar

Apenas a variável escolaridade diferencia (um pouco) os dois grupos de entrevistados quando os resultados são controlados por variáveis socioeconômicas: aqueles que não votariam em uma mulher têm menores graus de instrução.

Ainda entre os que não votariam em mulheres, pelo menos ¾ votaram em Serra para presidente na eleição de 2010.

Clique para ampliar

O quê mudaria caso mais mulheres fossem eleitas...

Segundo os entrevistados, a honestidade, a competência política, o compromisso, a autoridade política a e a capacidade administrativa aumentariam se mmais mulheres fossem eleitas para cargos políticos. Apenas pouco menos de ¼ deles acredditam que o modo de fazer política no Brasil continuaria o mesmo.

Clique para ampliar

Opiniões sobre participação feminina na política

Em torno de ¾ dos entrevistados pensam que só há democracia de fato com a presença de mulheres na política e que a população brasileira ganha com a eleição de mais mulheres.

Embora não haja diferenças marcantes na opinião por sexo e grau de instrução, é notável que entre aqueles que têm o nível superior é menor o percentual de entrevistados que acompanham essa tendência.

Clique para ampliar

¾ dos entrevistados também discordam da superioridade masculina para a administração pública. As maiores discordâncias aparecem entre os mais escolarizados.

Clique para ampliar

Opiniões masculinas: incentivo à carreira política das mulheres

Um ano antes da eleição da presidente Dilma, mais de 60% dos homens declaravam que apoiariam sua esposa/ companheira a ocupar um cargo político de chefia.

Dentre estes, ¼ declaram que dariam esse apoio para qualquer cargo, mas mais da metade restringiam o apoio à esfera municipal, sobretudo legislativa.

Clique para ampliar

Dentre as variáveis socioeconômicas, a escolaridade novamente emerge como dimensão que diferencia os entrevistados que incentivariam ou não a companheira a ocupar um cargo político de liderança. Tal apoio aumenta com o aumento da instrução. O mesmo ocorre com a faixa etária dos entrevistados: a falta de apoio aumenta com o aumento da idade.

Clique para ampliar

Conhecimento dos órgãos governamentais para a implementação e promoção dos direitos das mulheres

Independente do sexo, é elevado o desconhecimento da existência de órgãos governamentais voltados à mulher. Apenas entre aqueles que e atingiram o nível superior, 40% dos entrevistados já ouviram falar de tais organismos.

Clique para ampliar

Opiniões sobre as cotas partidárias

A grande maioria dos entrevistados também desconhece a existência da política de cotas que obriga os partidos a reservarem 30% das candidaturas a cargos político-administrativos às mulheres. É notável, nesse caso, que o percentual de mulheres que desconhece a política de cotas é maior do que o de homens.

Clique para ampliar

Ainda que a política de cotas para m mulheres seja desconhecida pela maioria dos entrevistados, a opinião favorável à política de cotas partidária as é majoritária. Aqueles que atingiram o nível superior, mais uma vez, se destacam por um menor índic ce de concordância com a reserva de vagas a candidatas mulheres.

Clique para ampliar

Medidas para a promoção da igualdade política

A grande maioria dos entrevistados é favorável à adoção da igualdade política de gênero através do legislativo. Neste caso, os homens são um pouco menos favoráveis do que as mulheres.

Clique para ampliar

Opinião sobre leis para a promoção de igualdade política entre os sexos

Em torno da metade dos entrevistado os defendem que leis que estabeleçam a igualdade política entre e homens e mulheres sejam adotadas em, no máxximo, 5 anos.

Clique para ampliar

Clique para ampliar

Clique para ampliar

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    10 Jul 2012
  • Data do Fascículo
    Jun 2012
Centro de Estudos de Opinião Pública da Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária 'Zeferino Vaz", CESOP, Rua Cora Coralina, 100. Prédio dos Centros e Núcleos (IFCH-Unicamp), CEP: 13083-896 Campinas - São Paulo - Brasil, Tel.: (55 19) 3521-7093 - Campinas - SP - Brazil
E-mail: rop@unicamp.br