Acessibilidade / Reportar erro

Ecossistema de centro de pesquisa universitária em project studies: Um framework conceitual

Resumo

Objetivo:

Propor o framework conceitual do ecossistema de um centro de pesquisa universitária em project studies. Trata-se de um ambiente capaz de articular e integrar distintos atores, como acadêmicos e praticantes de organizações públicas e privadas, organizações não governamentais e associações de classes, com o propósito de discutir fronteiras teóricas e empíricas em project studies e produzir conhecimento e tecnologias diretamente aplicáveis às organizações, e assim gerar impacto em nível individual, das organizações e da sociedade.

Originalidade/valor: A criação de espaço colaborativo, envolvendo aca-dêmicos e praticantes, para coprodução de conhecimento, tem sido apontada como crítica para impulsionar a área de gestão de projetos. O framework estabelece uma linguagem comum entre acadêmicos e praticantes para potencializar o impacto dos resultados de pesquisas colaborativas em gestão de projetos.

Design/metodologia/abordagem: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura a partir de uma busca nas bases de dados Scopus e Web of Science, e avaliaram-se 11 frameworks sob a perspectiva de impactos sustentáveis. O framework mais aderente foi identificado, analisado e enriquecido com uma camada adicional dedicada à área de gestão de projetos.

Resultados:

O framework conceitual proposto é composto por quatro camadas: project studies, elementos processuais (recursos, atividades, resultados diretos, indiretos e impactos), mecanismos organizacionais de suporte e circunstâncias, e contexto. Como estudos futuros, sugerem-se a agregação de dados empíricos à estrutura proposta e a avaliação do framework em um ambiente acadêmico colaborativo.

Palavras-chave
centro de pesquisa; pesquisa colaborativa; gestão de projetos; pesquisa universitária; framework

Abstract

Purpose: To provide a conceptual framework of the ecosystem of a collaborative research center in project studies. The ecosystem is an environment capable of articulating and integrating different actors, such as academics and practitioners from public and private organizations, non-governmental organizations, and professional associations. Furthermore, it discusses theoretical and empirical frontiers in project studies and produces knowledge and technologies directly applicable to organizations, generating impact at the individual, organizational, and social levels.

Originality/value: The creation of a collaborative workspace that includes academics and practitioners in the co-production of knowledge has been highlighted as critical to driving project management forward. The framework establishes a common language among academics and practitioners to enhance the impact of the results of collaborative research on project management.

Design/methodology/approach: A systematic literature review was carried out from a search on the Scopus and Web of Science databases, with 11 frameworks being evaluated from the perspective of sustainable impacts. The most appropriate framework was identified, analyzed, and enriched with an additional layer dedicated to project management.

Findings: The conceptual framework proposed comprises four layers: project studies, process (resources, activities, outputs, outcomes, and impacts), supporting mechanisms and circumstances, and context. For future studies, we suggest adding empirical data to the proposed structure and evaluating the framework in a collaborative academic environment.

Keywords:
research center; collaborative research; project management; project studies; framework

INTRODUÇÃO

Uma das formas encontradas pelas universidades para aumentar a relevância das pesquisas foi a aproximação com organizações externas valendo-se do modelo triple helix (Etzkowitz & Leydesdorff, 1998Etzkowitz, H., & Leydesdorff, L. (1998). The endless transition: A “triple helix” of university-industry-government relations. Minerva, 36(3), 203-208. https://www.jstor.org/stable/41821107
https://www.jstor.org/stable/41821107...
). Esse modelo, amplamente difundido (Kurowska-Pysz & Walanci, 2017Kurowska-Pysz, J., & Walanci, M. (2017). The relationships in the process of knowledge transfer according to the triple helix model. European Journal of Economics and Business Studies, 3(3), 339-349. https://doi.org/10.26417/ejes.v9i1.p339-349
https://doi.org/10.26417/ejes.v9i1.p339-...
; Mascarenhas et al., 2019Mascarenhas, C., Marques, C., & Ferreira, J. J. (2019). One for all and all for one: Collaboration and cooperation in triple helix knowledge cocreation. International Regional Science Review, 43(4) 316-343. https://doi.org/10.1177/0160017619889677
https://doi.org/10.1177/0160017619889677...
), baseia-se na produção e exploração do conhecimento por meio da colaboração entre indústria, academia e poder público (Faccin & Balestrin, 2015Faccin, K., & Balestrin, A. (2015) Práticas colaborativas em P&D: Um estudo na indústria brasileira de semicondutores. Revista de Administração Mackenzie, 16(6), 190-219. https://doi.org/10.1590/1678-69712015/administracao.v16n6p190-219
https://doi.org/10.1590/1678-69712015/ad...
; Ribeiro & Nagano, 2018Ribeiro, S. X., & Nagano, M. S. (2018). Elements influencing knowledge management in university-business-government collaboration: Case studies in National Institutes of Science and Technology. Knowledge and Process Management, 25(3), 207-219. https://doi.org/10.1002/kpm.1576
https://doi.org/10.1002/kpm.1576...
), dando lugar ao surgimento de ecossistemas intraorganizacionais (Moore, 1998Moore, J. F. (1998). The rise of a new corporate form. Washington Quarterly, 21(1), 167-181. https://doi.org/10.1080/01636609809550301
https://doi.org/10.1080/0163660980955030...
).

Trata-se de um processo pelo qual organizações se envolvem em um ciclo contínuo de mudanças interdependentes (Moore, 1993Moore, J. F. (1993). Predators and prey: A new ecology of competition. Harvard Business Review, 71(3), 75-86. https://hbr.org/1993/05/predators-and-prey-a-new-ecology-of-competition
https://hbr.org/1993/05/predators-and-pr...
). As analogias com ecossistemas não se referem a atores individuais, mas às interações entre atores no mesmo ambiente e à criação de valor que uma organização não poderia criar sozinha (Durst & Poutanen, 2013Durst, S., & Poutanen, P. (2013). Success factors of innovation ecosystems: A literature review. In R. Smeds & O. Irrmann (Eds.), CO-CREATE 2013: The Boundary-Crossing Conference on Co-Design in Innovation (pp. 27-38).). Sob essa óptica, um ambiente universitário pode ser visto como um ecossistema constituído por atores com capacidade de se envolver com organizações externas por meio de interfaces colaborativas (Fukuda & Watanabe, 2008Fukuda, K., & Watanabe, C. (2008). Japanese and US perspectives on the national innovation ecosystem. Technology in Society, 30(1), 49-63. https://doi.org/10.1016/j.techsoc.2007.10.008
https://doi.org/10.1016/j.techsoc.2007.1...
). O consequente estreitamento de relações entre pesquisadores e praticantes resulta no incremento da relevância do conhecimento produzido pela academia, o que vem sendo discutido em diversas disciplinas (Cherney & McGee, 2011Cherney, A., & McGee, T. R. (2011). Utilization of social science research: Results of a pilot study among Australian sociologists and criminologists. Journal of Sociology, 47(2), 144-162. https://doi.org/10.1177/1440783310386831
https://doi.org/10.1177/1440783310386831...
; Crona & Parker, 2011Crona, B. I., & Parker, J. N. (2011). Network determinants of knowledge utilization: Preliminary lessons from a boundary organization. Science Communication, 33(4), 448-471. https://doi.org/10.1177/1075547011408116
https://doi.org/10.1177/1075547011408116...
; Pettigrew, 1997Pettigrew, A. M. (1997). The double hurdles for management research. In T. Clarke. (Ed.), Advancement in organizational behaviour: Essays in Honour of D.S. Pugh (pp. 277-296). Dartmouth Press.).

Esse tema também está na pauta dos pesquisadores em gestão de projetos. A academia, em busca do componente prático, depara-se com um cenário complexo propício para geração de novas ideias e desafios à teoria dominante (Walker, 2008Walker, D. H. T. (2008). Reflections on developing a project management doctorate. International Journal of Project Management, 26(3), 316-325. https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2008.01.006
https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2008....
; Walker et al., 2008Walker, D. H. T., Cicmil, S., Thomas, J., Anbari, F., & Bredillet, C. (2008). Collaborative academic/ practitioner research in project management: Theory and models. International Journal of Managing Projects in Business, 1(1), 17-32. https://doi.org/10.1108/17538370810846397
https://doi.org/10.1108/1753837081084639...
). De fato, a gestão de projetos ainda carece caminhar para impactar mais seu campo de atuação de forma positiva (Fernandes et al., 2020Fernandes, G., O’ Sullivan, D., Pinto, E. B., Araújo, M., & Machado, R. J. (2020). Value of project management in university-industry R&D collaborations. International Journal of Managing Projects in Business, 13(4), 819-843. https://doi.org/10.1108/IJMPB-08-2019-0191
https://doi.org/10.1108/IJMPB-08-2019-01...
; Söderlund & Maylor, 2012Söderlund, J., & Maylor, H. (2012). Project management scholarship: Relevance, impact and five integrative challenges for business and management schools. International Journal of Project Management, 30(6), 686-696. https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2012.03.007
https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2012....
) até porque sua base conceitual ainda recebe críticas por falta de relevância (Geraldi & Söderlund, 2016Geraldi, J., & Söderlund, J. (2016). Project studies and engaged scholarship: Directions towards contextualized and reflexive research on projects. International Journal of Managing Projects in Business, 9(4), 767-797. https://doi.org/10.1108/IJMPB-02-2016-0016
https://doi.org/10.1108/IJMPB-02-2016-00...
; Morris, 2010Morris, P. W. G. (2010). Research and the future of project management. International Journal of Managing Projects in Business, 3(1), 139-146. https://doi.org/10.1108/17538371011014080
https://doi.org/10.1108/1753837101101408...
; Söderlund & Maylor, 2012Söderlund, J., & Maylor, H. (2012). Project management scholarship: Relevance, impact and five integrative challenges for business and management schools. International Journal of Project Management, 30(6), 686-696. https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2012.03.007
https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2012....
). Sem bases teóricas fortes, é difícil para as pesquisas convergirem para conclusões robustas, necessárias para a sua utilização pelos praticantes (Padalkar & Gopinath, 2016Padalkar, M., & Gopinath, S. (2016). Six decades of project management research: Thematic trends and future opportunities. International Journal of Project Management, 34(7), 1305-1321. http://dx.doi.org/10.1016/J.IJPROMAN.2016.06.006
http://dx.doi.org/10.1016/J.IJPROMAN.201...
).

Pesquisas na área de projetos estão se diversificando em ritmo acelerado (Geraldi & Söderlund, 2018Geraldi, J., & Söderlund, J. (2018). Project studies: What it is, where it is going. International Journal of Project Management, 36(1), 55-70. https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2017.06.004
https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2017....
). Estudiosos ampliaram suas bases teóricas, epistemológicas e ontológicas e alargaram o foco dos estudos para além dos próprios projetos e sua gestão, abrangendo aspectos individuais, das equipes, das organizações e da própria sociedade (Padalkar & Gopinath, 2016Padalkar, M., & Gopinath, S. (2016). Six decades of project management research: Thematic trends and future opportunities. International Journal of Project Management, 34(7), 1305-1321. http://dx.doi.org/10.1016/J.IJPROMAN.2016.06.006
http://dx.doi.org/10.1016/J.IJPROMAN.201...
). Mesmo com a mudança de foco, as pesquisas da área permanecem conectadas à mesma família de conceitos (Jacobson et al., 2015), o que fundamenta a ideia de project studies como um conceito integrador para a família de estudos em, sobre e em torno de projetos (Geraldi & Söderlund, 2016Geraldi, J., & Söderlund, J. (2016). Project studies and engaged scholarship: Directions towards contextualized and reflexive research on projects. International Journal of Managing Projects in Business, 9(4), 767-797. https://doi.org/10.1108/IJMPB-02-2016-0016
https://doi.org/10.1108/IJMPB-02-2016-00...
, 2018Geraldi, J., & Söderlund, J. (2018). Project studies: What it is, where it is going. International Journal of Project Management, 36(1), 55-70. https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2017.06.004
https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2017....
).

Um projeto de pesquisa universitária, em ciências sociais, pode ser visto como um sistema formado por pesquisadores, por suas interações, por todos os elementos que os medeiam, pelos participantes externos (caso haja), pelas perspectivas de cada um dos atores e pelos objetivos (Zittoun et al., 2007Zittoun, T., Baucal, A., Cornish, F., & Gillespie, A. (2007). Collaborative research, knowledge and emergence. Integrative Psychological and Behavioral Science, 41(2), 208-217. https://doi.org/10.1007/s12124-007-9021-z
https://doi.org/10.1007/s12124-007-9021-...
). Via de regra, são caracterizados como ambientes organizacionais complexos, com necessidades específicas (Löhr et al., 2018Löhr, K., Bonatti, M, Homem, L. H. I. R., Schlindwein, S. L., & Sieber, S. (2018). Operational challenges in collaborative research projects: Addressing conflict multidimensionality. Kybernetes, 47(6), 1074-1089. https://doi.org/10.1108/K-04-2017-0124
https://doi.org/10.1108/K-04-2017-0124...
) e múltiplos fatores de conflito (Löhr et al., 2017Löhr, K., Graef, F., Bonatti, M., Mahoo, H. F., Wambura, J., & Sieber, S. (2017). Conflict management systems for large scientific research projects. International Journal of Conflict Management, 28(3), 322-345. https://doi.org/10.1108/IJCMA-04-2016-0022
https://doi.org/10.1108/IJCMA-04-2016-00...
).

As pesquisas produzidas em colaboração com praticantes têm maior probabilidade de serem utilizadas na prática, com possíveis impactos mais intensos, quando comparadas com pesquisas realizadas isoladamente (Cheruvelil et al., 2014Cheruvelil, K. S., Soranno, P. A., Weathers, K. C., Hanson, P. C., Goring, S. J., Filstrup, C. T., & Read, E. K. (2014). Creating and maintaining highperforming collaborative research teams: The importance of diversity and interpersonal skills. Frontiers in Ecology and the Environment, 12(1), 31-38. https://doi.org/10.1890/130001
https://doi.org/10.1890/130001...
). Os impactos são entendidos como resultados indiretos dos ambientes colaborativos que podem ocorrer nos âmbitos individual - como acadêmicos, estudantes e praticantes -, das organizações - como universidades, centros de pesquisa e empresas - e da sociedade - como comunidade, ciência ou mesmo região geográfica (Kellogg Foundation, 2004Kellogg Foundation (2004). W. K. Kellogg Foundation Logic Model Development Guide. http://www.epa.gov/evaluate/pdf/eval-guides/logic-model-development-guide.pdf
http://www.epa.gov/evaluate/pdf/eval-gui...
).

No entanto, não se pode negar que as colaborações podem ser paradoxais, envolvendo contradições causadas por diferenças entre parceiros. Sua estruturação gira em torno da tensão entre a sinergia que pode ser criada por meio do trabalho conjunto e a inércia para produzir resultados, conforme preconiza a Teoria da Vantagem Colaborativa. A gestão de colaborações deve, portanto, concentrar-se no potencial das vantagens decorrentes de tais parcerias à luz da interação de temas como gestão de objetivos, confiança, cultura e liderança (Huxham & Vangen, 2005Huxham C., & Vangen S. (2005). Managing to collaborate: The theory and practice of collaborative advantage. Routledge.). Os fatores que influenciam as colaborações em pesquisa são de interesse não somente dos pesquisadores envolvidos, mas também das organizações (Bukvova, 2010Bukvova, H. (2010). Studying research collaboration: A literature review. Working papers, Information Systems, 10(3). https://aisel.aisnet.org/sprouts_all/326
https://aisel.aisnet.org/sprouts_all/326...
). Diversas tentam incentivar a colaboração criando centros de pesquisa ou oferecendo fundos para pesquisa universitária (Sonnenwald, 2007Sonnenwald, D. H. (2007). Scientific collaboration. Annual Review of Infor-mation Science and Technology, 41, 643-681. https://doi.org/10.1002/aris.2007.1440410121
https://doi.org/10.1002/aris.2007.144041...
).

Algumas iniciativas de colaboração de longo prazo entre academia e atores externos, como a indústria, demonstram tentativas promissoras de inovação na área da coprodução do conhecimento (Fernandes et al., 2020Fernandes, G., O’ Sullivan, D., Pinto, E. B., Araújo, M., & Machado, R. J. (2020). Value of project management in university-industry R&D collaborations. International Journal of Managing Projects in Business, 13(4), 819-843. https://doi.org/10.1108/IJMPB-08-2019-0191
https://doi.org/10.1108/IJMPB-08-2019-01...
). Diversos centros de pesquisa, em conjunto com empresas de ponta, foram criados no início do século XXI (Söderlund & Maylor, 2012Söderlund, J., & Maylor, H. (2012). Project management scholarship: Relevance, impact and five integrative challenges for business and management schools. International Journal of Project Management, 30(6), 686-696. https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2012.03.007
https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2012....
), haja vista o enorme potencial de estudos em gestão de projetos (Berggren & Söderlund, 2011Berggren, C., & Söderlund, J. (2011). Management education for practicing managers: Combining academic rigor with personal change and organizational action. Journal of Management Education, 35(3), 377-405. https://doi.org/10.1177/1052562910390369
https://doi.org/10.1177/1052562910390369...
; Geraldi et al., 2020Geraldi, J., Söderlund, J., & van Marrewijk, A. (2020). Advancing theory and debate in project studies. Project Management Journal, 51(4), 351-356. https://doi.org/10.1177/8756972820932002
https://doi.org/10.1177/8756972820932002...
). De fato, a possibilidade de criação de espaço colaborativo tem sido apontada como crítica para impulsionar o conhecimento na área de gestão (Nowotny et al., 2003Nowotny, H., Scott, P., & Gibbons, M. (2003). Re-thinking science: Knowledge and the public in an age of uncertainty. Polity Press.). Há registros, na literatura, de parcerias de sucesso de longo prazo entre empresas e instituições de ensino na área de gestão de projetos (Söderlund & Maylor, 2012Söderlund, J., & Maylor, H. (2012). Project management scholarship: Relevance, impact and five integrative challenges for business and management schools. International Journal of Project Management, 30(6), 686-696. https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2012.03.007
https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2012....
). Mas, para realmente se beneficiar e fazer uso de colaborações expressivas, é fundamental que sejam conduzidas pesquisas de excelência (Söderlund & Maylor, 2012Söderlund, J., & Maylor, H. (2012). Project management scholarship: Relevance, impact and five integrative challenges for business and management schools. International Journal of Project Management, 30(6), 686-696. https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2012.03.007
https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2012....
).

O estudo conduzido por Berggren e Söderlund (2011)Berggren, C., & Söderlund, J. (2011). Management education for practicing managers: Combining academic rigor with personal change and organizational action. Journal of Management Education, 35(3), 377-405. https://doi.org/10.1177/1052562910390369
https://doi.org/10.1177/1052562910390369...
aponta para o potencial existente na área de ensino em gestão de projetos para se criar espaço de coprodução de conhecimento visando ao desenvolvimento de pesquisas com a participação de acadêmicos e praticantes, como o denominado anteriormente por Nowotny et al. (2003)Nowotny, H., Scott, P., & Gibbons, M. (2003). Re-thinking science: Knowledge and the public in an age of uncertainty. Polity Press. de “agora”. Trata-se de um ambiente integrador no qual tais atores possam endereçar questões sobre gestão de projetos, para então discutirem e proporem soluções (Söderlund & Maylor, 2012Söderlund, J., & Maylor, H. (2012). Project management scholarship: Relevance, impact and five integrative challenges for business and management schools. International Journal of Project Management, 30(6), 686-696. https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2012.03.007
https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2012....
).

Uma possível forma de esse espaço se materializar na universidade é sob a forma de um centro de pesquisa universitária. De fato, os centros de pesquisa universitária têm representado uma das principais estratégias para aumentar colaborações e interações de longo prazo (Thune & Gulbrandsen, 2011Thune, T., & Gulbrandsen, M. (2011). Institutionalization of university-industry interaction: An empirical study of the impact of formal structures on collaboration patterns. Science and Public Policy, 38(2), 99-107. https://doi.org/10.3152/030234211X12924093660110
https://doi.org/10.3152/030234211X129240...
) entre universidades e organizações externas em grande parte dos países desenvolvidos (Chai & Shih, 2016Chai, S., & Shih, W. (2016). Bridging science and technology through academic-industry partnerships. Research Policy, 45(1), 148-158. https://doi.org/10.1016/j.respol.2015.07.007
https://doi.org/10.1016/j.respol.2015.07...
; Ponomariov & Boardman, 2010Ponomariov, B. L., & Boardman, P. C. (2010). Influencing scientists’ collaboration and productivity patterns through new institutions: University research centers and scientific and technical human capital. Research Policy, 39(5), 613-624. https://doi.org/10.1016/j.respol.2010.02.013
https://doi.org/10.1016/j.respol.2010.02...
). Como característica central, possui uma missão explícita (Boardman & Gray, 2010Boardman, C., & Gray, D. (2010). The new science and engineering management: Cooperative research centers as government policies, industry strategies, and organizations. The Journal of Technology Transfer, 35, 445-459. https://doi.org/10.1007/s10961-010-9162-y
https://doi.org/10.1007/s10961-010-9162-...
) e há a intenção de promover colaboração com atores externos à universidade (Bozeman & Boardman, 2003Bozeman, B., & Boardman, P. C. (2003). Managing the new multipurpose, multi-discipline university research center: Institutional innovation in the academic community. IBM Endowment for the Business of Government.; Moutinho & Rabechini, 2021Moutinho, J. A., & Rabechini Jr., R. (2021). Centro de pesquisa universi-tária: Caracterização do ambiente de pesquisa. Cadernos EBAPE.BR, 19(4), 887-900. http://dx.doi.org/10.1590/1679-395120200178
http://dx.doi.org/10.1590/1679-395120200...
). Os centros de pesquisa universitária são percebidos como mecanismos específicos pelos quais empresas e universidades criam pontes organizacionais que ultrapassam os limites das diferenças culturais e estruturais (Nursall, 2003Nursall, A. (2003). Building public knowledge: Collaborations between science centres, universities, and industry. International Journal of Technology Management, 25(5), 381-389. http://dx.doi.org/10.1504/IJTM.2003.003107
http://dx.doi.org/10.1504/IJTM.2003.0031...
). Sua criação preenche lacunas entre universidades e organizações externas até então não cobertas nem pela própria universidade nem por seus laboratórios e departamentos acadêmicos (Ponomariov & Boardman, 2010Ponomariov, B. L., & Boardman, P. C. (2010). Influencing scientists’ collaboration and productivity patterns through new institutions: University research centers and scientific and technical human capital. Research Policy, 39(5), 613-624. https://doi.org/10.1016/j.respol.2010.02.013
https://doi.org/10.1016/j.respol.2010.02...
; Styhre & Lind, 2010Styhre, A., & Lind, F. (2010). Balancing centripetal and centrifugal forces in the entrepreneurial university: A study of 10 research centers in a technical university. Technology Analysis & Strategic Management, 22(8), 909-924. https://doi.org/10.1080/09537325.2010.520471
https://doi.org/10.1080/09537325.2010.52...
).

Assim, esta pesquisa procura pontualmente endereçar a lacuna identificada com a questão que norteia a pesquisa:

  • Como pode ser representado conceitualmente o ecossistema de um centro de pesquisa universitária em project studies para potencializar o impacto dos resultados nos níveis individuais, organizacionais e da sociedade?

Em decorrência disso, o objetivo do estudo é propor um framework conceitual do ecossistema de um centro de pesquisa universitária em project studies. Trata-se de um ambiente capaz de articular e integrar distintos atores, como acadêmicos e praticantes de organizações públicas e privadas, organizações não governamentais e associações de classes, com o propósito de discutir fronteiras teóricas e empíricas em project studies, produzindo conhecimento e tecnologias diretamente aplicáveis às organizações, e assim gerar impacto nos níveis individuais, organizacionais e da sociedade.

Como resultado da pesquisa, o framework conceitual do ecossistema do centro de pesquisas em project studies é proposto. O framework fundamenta-se na pesquisa conceitual como método não empírico (Mora et al., 2008Mora, M., Gelman, O., Paradice, D., & Cervantes, F. (2008). The case for conceptual research in information systems. CONFIRM 2008 Proceedings, 52. https://aisel.aisnet.org/confirm2008/52
https://aisel.aisnet.org/confirm2008/52...
) para projetar um novo artefato (Simon, 1996Simon, H. A. (1996). The science of the artificial (3rd ed.). MIT Press.), a partir da integração de estruturas preexistentes (Meredith, 1993Meredith, J. (1993). Theory building through conceptual methods. International Journal of Operations & Production Management, 13(5), 3-11. https://doi.org/10.1108/01443579310028120
https://doi.org/10.1108/0144357931002812...
). O estudo inicialmente contou com uma revisão sistemática da literatura nas bases de dados Web of Science e Scopus, resultando na seleção de 28 frameworks. Na sequência, os estudos foram avaliados, categorizados e analisados, formando a amostra final composta por 11 estudos (isto é, frameworks).

O framework proposto é definido como a explicação, gráfica e de forma narrativa, dos principais elementos a serem estudados - os principais fatores, constructos ou variáveis, e as supostas relações entre eles (Miles & Huberman, 1994Miles, M. B., & Huberman, A. M. (1994). Qualitative data analysis: An expanded sourcebook (2nd ed.). Sage.). Sua composição parte de macroelementos (project studies, recursos, atividades, resultados diretos, resultados indiretos, impactos, circunstâncias, mecanismos de suporte e contexto) que são decompostos em conjuntos de elementos e subelementos para caracterizar o ambiente colaborativo em project studies.

PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

Para responder à questão de pesquisa, foi conduzida uma revisão sistemática da literatura. Para Stamer et al. (2016)Stamer, D., Zimmermann, O., & Sandkuhl, K. (2016). What is a framework: A systematic literature review in the field of information systems. In V. Rˇ epa & T. Bruckner (Eds.), Perspective in business informatics research (pp. 145-158). Springer., desenvolver frameworks a partir de revisão da literatura tem sido uma prática amplamente aceita, já que explicita o processo de obtenção do conhecimento a partir de pesquisas científicas anteriores. A revisão sistemática da literatura foi realizada para identificar e analisar pesquisas anteriores que tenham elaborado frameworks de ambientes colaborativos envolvendo academia e atores externos. Seu principal objetivo é fornecer uma visão coletiva da síntese e análise das pesquisas existentes (Tranfield et al., 2003Tranfield, D., Denyer, D., & Smart, P. (2003). Towards a methodology for developing evidence-informed management knowledge by means of systematic review. British Journal of Management, 14(3), 207-222. https://doi.org/10.1111/1467-8551.00375
https://doi.org/10.1111/1467-8551.00375...
). Considerar o conhecimento produzido auxilia a explicar a importância de se construir um artefato, definido por Simon (1996)Simon, H. A. (1996). The science of the artificial (3rd ed.). MIT Press. como algo artificial, concebido pelo homem, como organização de componentes internos para atingir objetivos de um determinado ambiente externo.

A pesquisa foi conduzida por meio de um processo composto por uma sequência de fases predefinidas e replicáveis: localização dos estudos; seleção e avaliação; e análise e síntese (Tranfield et al., 2003Tranfield, D., Denyer, D., & Smart, P. (2003). Towards a methodology for developing evidence-informed management knowledge by means of systematic review. British Journal of Management, 14(3), 207-222. https://doi.org/10.1111/1467-8551.00375
https://doi.org/10.1111/1467-8551.00375...
). A revisão sistemática da literatura seguiu os princípios centrais definidos em pesquisas anteriores que se aplicam aos campos da gestão e das organizações (Denyer & Tranfield, 2009Denyer, D., & Tranfield, D. (2009). Producing a systematic review. In D. A. Buchanan & A. Bryman (Eds.), The Sage handbook of organizational research methods (pp. 671-689). Sage.).

A primeira fase da pesquisa foi caracterizada pela definição da expressão de busca e pela localização dos estudos nas bases de dados Web of Science e Scopus. A escolha se deve ao fato de consolidarem periódicos relevantes e tradicionais no meio acadêmico (Archambault et al., 2009Archambault, É., Campbell, D., Gingras, Y., & Larivière, V. (2009). Com-paring bibliometric statistics obtained from the Web of Science and Scopus. Journal of the American Society for Information Science and Technology, 60(7), 1320-1326. https://doi.org/10.1002/asi.21062
https://doi.org/10.1002/asi.21062...
). As strings foram estruturadas de acordo com a sintaxe de cada um dos motores de busca, a partir dos argumentos definidos na Figura 1. Como pode ser verificado, os autores optaram por incorporar múltiplos argumentos, o que possibilitou um amplo conjunto de resultados iniciais. A mesma figura apresenta os resultados obtidos, considerando a aplicação dos critérios de inclusão na amostra, quais sejam: trabalhos escritos em inglês, publicados a partir do ano 2000, artigos científicos ou anais de congressos, cujo tema central seja o desenvolvimento ou o relato de um framework de um ambiente de colaboração que envolva múltiplos partícipes e o ambiente acadêmico.

Figura 1
Processo de busca nas bases de dados Web of Science e Scopus

Na segunda fase, os estudos foram selecionados e avaliados à luz da pergunta de pesquisa, sendo então analisados por dois dos autores que extraíram dados de forma independente desses estudos. Tanto a definição dos termos de busca quanto as diretrizes de especificações de interpretação foram acordadas entre os autores com o intuito de diminuir a margem de erros, produzindo, assim, um conjunto de dados mais robusto (Tranfield et al., 2003Tranfield, D., Denyer, D., & Smart, P. (2003). Towards a methodology for developing evidence-informed management knowledge by means of systematic review. British Journal of Management, 14(3), 207-222. https://doi.org/10.1111/1467-8551.00375
https://doi.org/10.1111/1467-8551.00375...
).

A fase de leitura dos resumos restringiu a amostra inicial ao escopo da pesquisa, visto que grande parte dos estudos dizia respeito a fenômenos associados aos ambientes colaborativos. Os critérios de exclusão foram: estudos apenas publicados como resumo (o que aconteceu em alguns casos de anais de congresso) e aqueles sem acesso integral. A amostra final resultou em 28 estudos para leitura integral e análise. O conjunto é formado por seis proceeding papers e 22 papers. Dezesseis estudos foram publicados entre 2018 e 2020, cinco estudos são de 2015 a 2017, e sete trabalhos são anteriores a 2015.

Em relação às revistas que publicaram os estudos, destaca-se a Industry & Higher Education com três artigos. O restante dos artigos foi publicado em diversas revistas, como Research Policy, Supply Chain Management, Journal of Technology Transfer, International Journal of Managing Projects in Business, entre outras, mas com apenas um estudo publicado em cada. O processo de avaliação levou em conta a classificação de Stamer et al. (2016)Stamer, D., Zimmermann, O., & Sandkuhl, K. (2016). What is a framework: A systematic literature review in the field of information systems. In V. Rˇ epa & T. Bruckner (Eds.), Perspective in business informatics research (pp. 145-158). Springer. para os frameworks: estratificados, técnicos, sequenciais, categorizados, voltados a resultados, ba-- seados em componentes e não categorizáveis. Assim, foi possível agrupá-los de acordo com a predominância para identificar características comuns.

Na terceira fase, elaborou-se uma planilha eletrônica para organizar os estudos da amostra. Eis os elementos que constituíram a planilha: título, resumo, ano, tipo de estudo (artigo ou anais), nome da revista ou do evento, autores, palavras-chave, objetivo da pesquisa, método, principais resultados e limitações.

Por último, o processo de análise dos trabalhos que compuseram a amostra resultou na seleção final de 11 frameworks envolvendo ambientes colaborativos. Não obstante a literatura registrar diversos modelos de avaliação de artefatos, como Hevner et al. (2004)Hevner, A. R., March, S. T., Park, J., & Ram, S. (2004). Design science in information systems research. MIS Quarterly, 28(1), 75-105. https://doi.org/10.2307/25148625
https://doi.org/10.2307/25148625...
, Sonnenberg e vom Brocke (2012)Sonnenberg, C., & vom Brocke, J. (2012). Evaluations in the science of the artificial: Reconsidering the build-evaluate pattern in design science research. In K. Peffers, M. Rothenberger, & B. Kuechler, (Eds.), Lecture notes in Computer Science: Vol. 7286. Design science research in information systems, advances in theory and practice (pp. 381-397). Springer. https://doi.org/10.1007/978-3-642-29863-9_28
https://doi.org/10.1007/978-3-642-29863-...
, Venable et al. (2012)Venable, J., Pries-Heje, J., & Baskerville, R. A. (2012). Comprehensive framework for evaluation in design science research. In K. Peffers, M. Rothenberger, & B. Kuechler (Eds.), Lecture notes in computer science: Vol. 7286. Design science research in information systems, advances in theory and practice (pp. 423-438). Springer. https://doi.org/10.1007/978-3-642-29863-9_31
https://doi.org/10.1007/978-3-642-29863-...
, cada framework foi analisado e avaliado pelos autores à luz do Fitness-Utility Model definido por Gill e Hevner (2013)Gill, T. G., & Hevner, A. R. (2013). A fitness-utility model for design science research. ACM Transactions Management Information System, 4(2), 1-24. https://doi.org/10.1145/2499962.2499963
https://doi.org/10.1145/2499962.2499963...
. Os autores consideram que a avaliação de artefatos deve ser realizada sob uma óptica de impactos sustentáveis, ou seja, entendem que a adequação evolutiva de um artefato é mais valiosa do que sua utilidade imediata.

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Frameworks dos ambientes colaborativos

A síntese dos 11 frameworks que compuseram a amostra final, envolvendo ambientes colaborativos identificados na literatura, é apresentada na Tabela 1.

Tabela 1
Síntese dos frameworks que formaram a amostra final

Como se pode perceber na Tabela 1, os frameworks que compõem a amostra final são heterogêneos. Foram categorizados, de acordo com Stamer et al. (2016)Stamer, D., Zimmermann, O., & Sandkuhl, K. (2016). What is a framework: A systematic literature review in the field of information systems. In V. Rˇ epa & T. Bruckner (Eds.), Perspective in business informatics research (pp. 145-158). Springer., em sequenciais, que têm como foco a ordem de realização das atividades entre os elementos que compõem o framework e estão voltados a resultados que levam em conta fatores relevantes e determinam como esses fatores influenciam o resultado de certos fenômenos presentes nos ambientes dos frameworks. Como se pode perceber na Tabela 1, a maioria dos frameworks é do tipo sequencial, ou seja, é voltada à ordem lógica que orienta a organização dos elementos que compõem tais estruturas.

Framework conceitual do ecossistema de centro de pesquisa universitária em project studies

Como mencionado na seção “Procedimento metodológico”, os 11 frameworks foram analisados e avaliados pelos três autores/investigadores deste estudo, considerando os critérios definidos por Gill e Hevner (2013)Gill, T. G., & Hevner, A. R. (2013). A fitness-utility model for design science research. ACM Transactions Management Information System, 4(2), 1-24. https://doi.org/10.1145/2499962.2499963
https://doi.org/10.1145/2499962.2499963...
, conforme mostra a Tabela 2. Os resultados apontaram o framework desenvolvido por Galán-Muros e Davey (2019)Galán-Muros, V., & Davey, T. (2019). The UBC ecosystem: Putting together a comprehensive framework for university-business cooperation. The Journal of Technology Transfer, 44, 1311-1346. https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-3
https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-...
como o mais aderente à proposta, cuja aplicação encontra precedentes nos estudos de Chryssou (2020)Chryssou, C. E. (2020). University-industry interactions in the Sultanate of Oman: Challenges and opportunities. Industry and Higher Education, 34(5), 342-357. https://doi.org/10.1177/0950422219896748
https://doi.org/10.1177/0950422219896748...
e Pinto e Fernandes (2020)Pinto, E. B., & Fernandes, G. (2020). Collaborative R&D the key cooperation domain for university-industry partnerships sustainability: Position paper. Procedia Computer Science, 181, 102-109. https://doi.org/10.1016/j.procs.2021.01.109
https://doi.org/10.1016/j.procs.2021.01....
. Sua estrutura forma a base para o desenvolvimento do framework conceitual do ecossistema de centro de pesquisa universitária em project studies sendo necessário, no entanto, incorporar adi-cionalmente elementos capazes de caracterizar a área de gestão de projetos. Assim, recorre-se a Meredith (1993)Meredith, J. (1993). Theory building through conceptual methods. International Journal of Operations & Production Management, 13(5), 3-11. https://doi.org/10.1108/01443579310028120
https://doi.org/10.1108/0144357931002812...
que define meta-frameworks como método conceitual basea-do na integração de estruturas preexistentes. O framework se fundamenta na pesquisa conceitual como método não empírico, baseado em reflexões sobre os conceitos teóricos existentes. Referem-se a estudos conceituais, como projetar um novo artefato conceitual seja constructo, framework, modelo, método, processo ou mesmo um sistema ou componente (Mora et al., 2008Mora, M., Gelman, O., Paradice, D., & Cervantes, F. (2008). The case for conceptual research in information systems. CONFIRM 2008 Proceedings, 52. https://aisel.aisnet.org/confirm2008/52
https://aisel.aisnet.org/confirm2008/52...
).

Tabela 2
Avaliação dos frameworks selecionados

Assim, o framework proposto é apresentado em quatro camadas (Figura 2). A primeira, central à estrutura, é denominada project studies e representa o campo de aplicação para o qual se propõe o framework. Nessa camada, define-se o nível de análise do estudo pretendido, que pode se dar desde o nível individual até a sociedade (Geraldi & Söderlund, 2018Geraldi, J., & Söderlund, J. (2018). Project studies: What it is, where it is going. International Journal of Project Management, 36(1), 55-70. https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2017.06.004
https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2017....
). Essa camada também considera as distintas orientações ontológicas, as ancoragens epistemológicas e os procedimentos metodológicos a serem adotados (Lauriol, 2006Lauriol, J. (2006). Proposals for designing and controlling a doctoral research project in management sciences. The Electronic Journal of Business Research Methods, 4(1), 31-38. https://academic-publishing.org/index.php/ejbrm/article/view/1203
https://academic-publishing.org/index.ph...
). As camadas subsequentes se ancoram no framework de Galán-Muros e Davey (2019)Galán-Muros, V., & Davey, T. (2019). The UBC ecosystem: Putting together a comprehensive framework for university-business cooperation. The Journal of Technology Transfer, 44, 1311-1346. https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-3
https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-...
.

Figura 2
Framework conceitual do ecossistema do centro de pesquisas em project studies

A segunda camada responde pelo conjunto lógico de processos neces-sários à criação de impacto. Baseia-se no modelo lógico (Kellogg Foundation, 2004Kellogg Foundation (2004). W. K. Kellogg Foundation Logic Model Development Guide. http://www.epa.gov/evaluate/pdf/eval-guides/logic-model-development-guide.pdf
http://www.epa.gov/evaluate/pdf/eval-gui...
) que é composto por cinco componentes básicos: inputs, atividades, outputs, outcomes e impactos, em um sistema que se retroalimenta e que funciona sob certas condições ambientais para resolver problemas identificados (Galán-Muros & Davey, 2019Galán-Muros, V., & Davey, T. (2019). The UBC ecosystem: Putting together a comprehensive framework for university-business cooperation. The Journal of Technology Transfer, 44, 1311-1346. https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-3
https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-...
). Sob o prisma teórico, o modelo lógico pode ser visto como um programa (Wholey, 1987Wholey, J. S. (1987). Evaluability assessment: Developing program theory. In L. Bickman (Ed.), Using program theory in evaluation (pp. 77-92). Jossey-Bass.). A teoria do programa representa a construção de um modelo plausível e sensato de como um programa deve funcionar (Bickman, 1987Bickman, L. (1987). The functions of program theory. In L. Bickman (Ed.), Using program theory in evaluation: New directions for evaluation. Jossey-Bass.). Identifica os recursos, suas atividades e os resultados pretendidos, e especifica uma cadeia de suposições causais ligando os recursos, as atividades, os resultados intermediários e os impactos do programa.

A terceira camada é formada pelas circunstâncias do ambiente que afetam a colaboração, assim como que pelos mecanismos de suporte que apoiam o ambiente colaborativo (Galán-Muros & Davey, 2019Galán-Muros, V., & Davey, T. (2019). The UBC ecosystem: Putting together a comprehensive framework for university-business cooperation. The Journal of Technology Transfer, 44, 1311-1346. https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-3
https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-...
; McLaughlin & Jordan, 2015McLaughlin, J. A., & Jordan, G. B. (2015). Using logic models. In K. E. Newcomer, H. P. Hatry, & J. F. Wholey (Eds.), Handbook of practical program evaluation (4th ed., pp. 62-87). Jossey-Bass. https://doi.org/10.1002/9781119171386.ch3
https://doi.org/10.1002/9781119171386.ch...
). As circunstâncias são entendidas como um conjunto de elementos de influência temporária e que são tanto internas quanto externas ao ambiente colaborativo. Os mecanismos de suporte à colaboração têm por função criar condições favoráveis nas quais a colaboração possa prosperar, em termos de políticas, estratégias, estruturas e atividades específicas.

A quarta camada é definida pelo contexto em que está inserido o ambiente colaborativo. O contexto é representado pelos fatores externos permanentes que podem influenciar o processo colaborativo (Galán-Muros & Davey, 2019Galán-Muros, V., & Davey, T. (2019). The UBC ecosystem: Putting together a comprehensive framework for university-business cooperation. The Journal of Technology Transfer, 44, 1311-1346. https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-3
https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-...
). Assim, a proposta do framework conceitual para o ecossistema do centro de pesquisas em project studies é apresentada na Figura 2, sendo na sequência detalhada. Seu formato flexível admite a incorporação de novos elementos à medida que forem sendo identificados.

Elementos do framework proposto

  • Project studies: Define de forma genérica estudos na área de projetos cujo escopo pode se dar em níveis distintos: micronível, indivíduo e equipe de projeto; mesonível, projeto e sua gestão; e macronível, organização e sociedade (Geraldi & Söderlund, 2018Geraldi, J., & Söderlund, J. (2018). Project studies: What it is, where it is going. International Journal of Project Management, 36(1), 55-70. https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2017.06.004
    https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2017....
    ). Pode levar em conta distintas orientações ontológicas, ancoragens epistemológicas e procedimentos metodológicos (Lauriol, 2006Lauriol, J. (2006). Proposals for designing and controlling a doctoral research project in management sciences. The Electronic Journal of Business Research Methods, 4(1), 31-38. https://academic-publishing.org/index.php/ejbrm/article/view/1203
    https://academic-publishing.org/index.ph...
    ). A abordagem reconhece a inserção de estudiosos de outras disciplinas que se aproximam da área e ganham cada vez mais interesse nos estudos em gestão de projetos agregando estruturas teóricas, antecedentes disciplinares e modos alternativos de conduzir pesquisas (Grabher & Ibert, 2014Grabher, G., & Ibert, O. (2014). Distance as asset? Knowledge collaboration in hybrid virtual communities. Journal of Economic Geography, 14(1), 97-123. https://doi.org/10.1093/jeg/lbt014
    https://doi.org/10.1093/jeg/lbt014...
    ).

  • Recursos: Compreendem todos os recursos potencialmente disponíveis a serem usados nas atividades da colaboração e que contribuem de diversas maneiras para o alcance do seu sucesso (Galán-Muros & Davey, 2019Galán-Muros, V., & Davey, T. (2019). The UBC ecosystem: Putting together a comprehensive framework for university-business cooperation. The Journal of Technology Transfer, 44, 1311-1346. https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-3
    https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-...
    ; Rybnicek & Königsgruber, 2018Rybnicek, R., & Königsgruber, R. (2018). What makes industry-university collaboration succeed? A systematic review of the literature. Journal of Business Economics, 89, 221-250. https://doi.org/10.1007/s11573-018-0916-6
    https://doi.org/10.1007/s11573-018-0916-...
    ). A tipologia considerada é formada por recursos humanos (Cuevas et al., 2019Cuevas, O. C. C., Martín, A. A. S., Ballesteros, J. C. M., Santamaria, L. E. B., Pinzón, D. B. G., Erazo, C. O. B., Jalizev, R. A. R., Vargas, A. G. C., & Arango, M. A. P. (2019, October 2-4). Organizational model proposal for the creation of university-industry relationship and coworking R+D+I. Congreso Internacional de Innovación y Tendencias em Ingenieria. https://doi.org/10.1109/CONIITI48476.2019.8960703
    https://doi.org/10.1109/CONIITI48476.201...
    ; Daoud et al., 2017Daoud, A. O., Tsehayae, A. A., & Fayek, A. R. (2017). A guided evaluation of the impact of R&D partnerships on university, industry, and government. Canadian Journal of Civil Engineering, 44(4), 253-263. https://doi.org/10.1139/cjce-2016-0381
    https://doi.org/10.1139/cjce-2016-0381...
    ; Kochanek et al., 2015Kochanek, J. R., Scholz, C., & Garcia, A. J. (2015). Mapping the collaborative research process. Education Policy Analysis Archives, 23(121), 1-30. https://doi.org/10.14507/epaa.v23.2031
    https://doi.org/10.14507/epaa.v23.2031...
    ), recursos financeiros (Daoud et al., 2017Daoud, A. O., Tsehayae, A. A., & Fayek, A. R. (2017). A guided evaluation of the impact of R&D partnerships on university, industry, and government. Canadian Journal of Civil Engineering, 44(4), 253-263. https://doi.org/10.1139/cjce-2016-0381
    https://doi.org/10.1139/cjce-2016-0381...
    ) e recursos materiais (Daoud et al., 2017Daoud, A. O., Tsehayae, A. A., & Fayek, A. R. (2017). A guided evaluation of the impact of R&D partnerships on university, industry, and government. Canadian Journal of Civil Engineering, 44(4), 253-263. https://doi.org/10.1139/cjce-2016-0381
    https://doi.org/10.1139/cjce-2016-0381...
    ).

  • Atividades: As atividades de colaboração entre universidades e atores externos podem ser definidas como interações colaborativas (Ankrah & AL-Tabbaa, 2015; Daoud et al., 2017Daoud, A. O., Tsehayae, A. A., & Fayek, A. R. (2017). A guided evaluation of the impact of R&D partnerships on university, industry, and government. Canadian Journal of Civil Engineering, 44(4), 253-263. https://doi.org/10.1139/cjce-2016-0381
    https://doi.org/10.1139/cjce-2016-0381...
    ; Galán-Muros & Davey, 2019Galán-Muros, V., & Davey, T. (2019). The UBC ecosystem: Putting together a comprehensive framework for university-business cooperation. The Journal of Technology Transfer, 44, 1311-1346. https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-3
    https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-...
    ; Pastakia et al., 2020Pastakia, S. D., Tran, D. N., Manji, I., Schellhase, E., Karwa, R., Miller, M. L., Aruasa, W., & Khan, Z. M. (2020). Framework and case study for establishing impactful global health programs through academia-biopharmaceutical industry partnerships. Research in Social and Administrative Pharmacy, 16(11), 1519-1525. https://doi.org/10.1016/j.sapharm.2020.07.018
    https://doi.org/10.1016/j.sapharm.2020.0...
    ; Rybnicek & Königsgruber, 2018Rybnicek, R., & Königsgruber, R. (2018). What makes industry-university collaboration succeed? A systematic review of the literature. Journal of Business Economics, 89, 221-250. https://doi.org/10.1007/s11573-018-0916-6
    https://doi.org/10.1007/s11573-018-0916-...
    ) e esforços cooperativos para transferir ou trocar conhecimentos, tecnologias ou outras propriedades entre acadêmico e membro de qualquer organização externa, criando valor em seus resultados (Davey, 2017Davey, T. (2017). Converting university knowledge into value: How conceptual frameworks contribute to the understanding of the third mission role of European universities. International Journal of Technology Transfer and Commercialisation, 15(1), 65-96. https://doi.org/10.1504/IJTTC.2017.084637
    https://doi.org/10.1504/IJTTC.2017.08463...
    ; Davey et al., 2011Davey, T., Baaken, T., Galán-Muros, V., & Meerman, A. (2011). Study on the cooperation between higher education institutions and public and private organisations in Europe. European Commission, DG Education, and Culture, 978-992.; Galán-Muros & Davey, 2019Galán-Muros, V., & Davey, T. (2019). The UBC ecosystem: Putting together a comprehensive framework for university-business cooperation. The Journal of Technology Transfer, 44, 1311-1346. https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-3
    https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-...
    ). Ocorrem a partir das interações entre os atores (Kochanek et al., 2015Kochanek, J. R., Scholz, C., & Garcia, A. J. (2015). Mapping the collaborative research process. Education Policy Analysis Archives, 23(121), 1-30. https://doi.org/10.14507/epaa.v23.2031
    https://doi.org/10.14507/epaa.v23.2031...
    ), privilegiando o fluxo de informações e tecnologias. As atividades consideradas no ambiente acadêmico são ensino, P&D e extensão (Drucker & Goldstein, 2007Drucker, J., & Goldstein, H. (2007). Assessing the regional economic development impacts of universities: A review of current approaches. International Regional Science Review, 30(1), 20-46. https://doi.org/10.1177/0160017606296731
    https://doi.org/10.1177/0160017606296731...
    ).

  • Resultados diretos: Contemplam os produtos, os serviços ou outras propriedades diretamente entregues aos indivíduos ou às organizações (Alunurm et al., 2020Alunurm, R., Rõigas, K., & Varblane, U. (2020). The relative significance of higher education-industry cooperation barriers for different firms. Industry & Higher Education, 34(6), 377-390. https://doi.org/10.1177/0950422220909737
    https://doi.org/10.1177/0950422220909737...
    ; Cuevas et al., 2019Cuevas, O. C. C., Martín, A. A. S., Ballesteros, J. C. M., Santamaria, L. E. B., Pinzón, D. B. G., Erazo, C. O. B., Jalizev, R. A. R., Vargas, A. G. C., & Arango, M. A. P. (2019, October 2-4). Organizational model proposal for the creation of university-industry relationship and coworking R+D+I. Congreso Internacional de Innovación y Tendencias em Ingenieria. https://doi.org/10.1109/CONIITI48476.2019.8960703
    https://doi.org/10.1109/CONIITI48476.201...
    ; Daoud et al., 2017Daoud, A. O., Tsehayae, A. A., & Fayek, A. R. (2017). A guided evaluation of the impact of R&D partnerships on university, industry, and government. Canadian Journal of Civil Engineering, 44(4), 253-263. https://doi.org/10.1139/cjce-2016-0381
    https://doi.org/10.1139/cjce-2016-0381...
    ; Kochanek et al., 2015Kochanek, J. R., Scholz, C., & Garcia, A. J. (2015). Mapping the collaborative research process. Education Policy Analysis Archives, 23(121), 1-30. https://doi.org/10.14507/epaa.v23.2031
    https://doi.org/10.14507/epaa.v23.2031...
    ; Rybnicek & Königsgruber, 2018Rybnicek, R., & Königsgruber, R. (2018). What makes industry-university collaboration succeed? A systematic review of the literature. Journal of Business Economics, 89, 221-250. https://doi.org/10.1007/s11573-018-0916-6
    https://doi.org/10.1007/s11573-018-0916-...
    ), como resultados de curto prazo do processo colaborativo (Galán-Muros & Davey, 2019Galán-Muros, V., & Davey, T. (2019). The UBC ecosystem: Putting together a comprehensive framework for university-business cooperation. The Journal of Technology Transfer, 44, 1311-1346. https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-3
    https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-...
    ). De acordo com a Kellogg Foundation (2004)Kellogg Foundation (2004). W. K. Kellogg Foundation Logic Model Development Guide. http://www.epa.gov/evaluate/pdf/eval-guides/logic-model-development-guide.pdf
    http://www.epa.gov/evaluate/pdf/eval-gui...
    , esses resultados dependem exclusivamente das atividades, considerando os recursos alocados.

  • Resultados indiretos: Representam os benefícios ou os prejuízos, a partir dos resultados do processo de colaboração (Ankrah e AL-Tabbaa, 2015; Chen et al., 2020Chen, K., Lu, W., & Wang, J. (2020). University-industry collaboration for BIM education: Lessons learned from a case study. Industry & Higher Education, 34(6), 401-409. https://doi.org/10.1177/0950422220908799
    https://doi.org/10.1177/0950422220908799...
    ; Daoud et al., 2017Daoud, A. O., Tsehayae, A. A., & Fayek, A. R. (2017). A guided evaluation of the impact of R&D partnerships on university, industry, and government. Canadian Journal of Civil Engineering, 44(4), 253-263. https://doi.org/10.1139/cjce-2016-0381
    https://doi.org/10.1139/cjce-2016-0381...
    ; Galán-Muros & Davey, 2019Galán-Muros, V., & Davey, T. (2019). The UBC ecosystem: Putting together a comprehensive framework for university-business cooperation. The Journal of Technology Transfer, 44, 1311-1346. https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-3
    https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-...
    ; Rybnicek & Königsgruber, 2018Rybnicek, R., & Königsgruber, R. (2018). What makes industry-university collaboration succeed? A systematic review of the literature. Journal of Business Economics, 89, 221-250. https://doi.org/10.1007/s11573-018-0916-6
    https://doi.org/10.1007/s11573-018-0916-...
    ), que diretamente afetam as partes envolvidas (van Der Sijde, 2012van der Sijde, P.C. (2012). Profiting from knowledge circulation: The gains from university-industry interaction. Industry and Higher Education, 26(1), 15-19. https://doi.org/10.5367/ihe.2012.0082
    https://doi.org/10.5367/ihe.2012.0082...
    ). São mudanças provenientes dos efeitos dos resultados diretos da colaboração (Kochanek et al., 2015Kochanek, J. R., Scholz, C., & Garcia, A. J. (2015). Mapping the collaborative research process. Education Policy Analysis Archives, 23(121), 1-30. https://doi.org/10.14507/epaa.v23.2031
    https://doi.org/10.14507/epaa.v23.2031...
    ) e que podem ser experimentados em médio prazo (Kellogg Foundation, 2004Kellogg Foundation (2004). W. K. Kellogg Foundation Logic Model Development Guide. http://www.epa.gov/evaluate/pdf/eval-guides/logic-model-development-guide.pdf
    http://www.epa.gov/evaluate/pdf/eval-gui...
    ).

  • Impactos: São os resultados indiretos do processo colaborativo (Alunurm et al., 2020Alunurm, R., Rõigas, K., & Varblane, U. (2020). The relative significance of higher education-industry cooperation barriers for different firms. Industry & Higher Education, 34(6), 377-390. https://doi.org/10.1177/0950422220909737
    https://doi.org/10.1177/0950422220909737...
    ; Daoud et al., 2017Daoud, A. O., Tsehayae, A. A., & Fayek, A. R. (2017). A guided evaluation of the impact of R&D partnerships on university, industry, and government. Canadian Journal of Civil Engineering, 44(4), 253-263. https://doi.org/10.1139/cjce-2016-0381
    https://doi.org/10.1139/cjce-2016-0381...
    ; Kochanek et al., 2015Kochanek, J. R., Scholz, C., & Garcia, A. J. (2015). Mapping the collaborative research process. Education Policy Analysis Archives, 23(121), 1-30. https://doi.org/10.14507/epaa.v23.2031
    https://doi.org/10.14507/epaa.v23.2031...
    ) recebidos por indivíduos, instituições e sociedade (Galán-Muros & Davey, 2019Galán-Muros, V., & Davey, T. (2019). The UBC ecosystem: Putting together a comprehensive framework for university-business cooperation. The Journal of Technology Transfer, 44, 1311-1346. https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-3
    https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-...
    ). Espera-se que os impactos, ou resultados de longo prazo, resultem dos benefícios acumulados por meio dos resultados indiretos (Kellogg Foundation, 2004Kellogg Foundation (2004). W. K. Kellogg Foundation Logic Model Development Guide. http://www.epa.gov/evaluate/pdf/eval-guides/logic-model-development-guide.pdf
    http://www.epa.gov/evaluate/pdf/eval-gui...
    ).

  • Mecanismos de suporte: São entendidos como medidas destinadas a apoiar o desenvolvimento da colaboração entre o ambiente acadêmico e atores externos. Dado que a colaboração é, em sua natureza, um fenômeno complexo, requer mecanismos específicos (Orazbayeva et al., 2019Orazbayeva, B., Plewa, C., Davey, T., & Galan-Muros, V. (2019). The future of university-business cooperation: Research and practice priorities. Journal of Engineering and Technology Management, 54, 67-80. https://doi.org/10.1016/j.jengtecman.2019.10.001
    https://doi.org/10.1016/j.jengtecman.201...
    ). Os mecanismos de suporte têm, portanto, como principais funções gerenciar, desenvolver e coordenar as atividades do ambiente colabo-rativo, necessárias à sua operação (Ankrah & AL-Tabbaa, 2015; Cuevas et al., 2019Cuevas, O. C. C., Martín, A. A. S., Ballesteros, J. C. M., Santamaria, L. E. B., Pinzón, D. B. G., Erazo, C. O. B., Jalizev, R. A. R., Vargas, A. G. C., & Arango, M. A. P. (2019, October 2-4). Organizational model proposal for the creation of university-industry relationship and coworking R+D+I. Congreso Internacional de Innovación y Tendencias em Ingenieria. https://doi.org/10.1109/CONIITI48476.2019.8960703
    https://doi.org/10.1109/CONIITI48476.201...
    ; Galán-Muros et al., 2017Galán-Muros, V., van der Sijde, P., Groenewegen, P., & Baaken, T. (2017). Nurture over nature: How do European universities support their collaboration with business? Journal of Technology Transfer, 42, 184-205. https://doi.org/10.1007/s10961-015-9451-6
    https://doi.org/10.1007/s10961-015-9451-...
    ; Kochanek et al., 2015Kochanek, J. R., Scholz, C., & Garcia, A. J. (2015). Mapping the collaborative research process. Education Policy Analysis Archives, 23(121), 1-30. https://doi.org/10.14507/epaa.v23.2031
    https://doi.org/10.14507/epaa.v23.2031...
    ; Korff et al., 2014Korff, N., van der Sijde, P., Groenewegen, P., & Davey, T. (2014). Supporting university-industry linkages: A case study of the relationship between the organizational and individual levels. Industry and Higher Education, 28(4), 281-300. https://doi.org/10.5367/ihe.2014.0213
    https://doi.org/10.5367/ihe.2014.0213...
    ; Rybnicek & Königsgruber, 2018Rybnicek, R., & Königsgruber, R. (2018). What makes industry-university collaboration succeed? A systematic review of the literature. Journal of Business Economics, 89, 221-250. https://doi.org/10.1007/s11573-018-0916-6
    https://doi.org/10.1007/s11573-018-0916-...
    ). Quanto à origem, os mecanismos de suporte podem ser externos sob forma de políticas públicas ou internos como estratégicos, estruturais ou operacionais (Galán-Muros e Davey, 2019Galán-Muros, V., & Davey, T. (2019). The UBC ecosystem: Putting together a comprehensive framework for university-business cooperation. The Journal of Technology Transfer, 44, 1311-1346. https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-3
    https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-...
    ).

  • Circunstâncias: São fatores internos e externos ao ambiente colabora-tivo, de influência temporária, que inibem ou impulsionam o processo de colaboração (Alunurm et al., 2020Alunurm, R., Rõigas, K., & Varblane, U. (2020). The relative significance of higher education-industry cooperation barriers for different firms. Industry & Higher Education, 34(6), 377-390. https://doi.org/10.1177/0950422220909737
    https://doi.org/10.1177/0950422220909737...
    ; Galán-Muros & Davey, 2019Galán-Muros, V., & Davey, T. (2019). The UBC ecosystem: Putting together a comprehensive framework for university-business cooperation. The Journal of Technology Transfer, 44, 1311-1346. https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-3
    https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-...
    ) e que podem ser alterados por meio de ações gerenciais (Ankrah & AL-Tabbaa, 2015; Galán-Muros et al., 2017Galán-Muros, V., van der Sijde, P., Groenewegen, P., & Baaken, T. (2017). Nurture over nature: How do European universities support their collaboration with business? Journal of Technology Transfer, 42, 184-205. https://doi.org/10.1007/s10961-015-9451-6
    https://doi.org/10.1007/s10961-015-9451-...
    ; Rybnicek & Königsgruber, 2018Rybnicek, R., & Königsgruber, R. (2018). What makes industry-university collaboration succeed? A systematic review of the literature. Journal of Business Economics, 89, 221-250. https://doi.org/10.1007/s11573-018-0916-6
    https://doi.org/10.1007/s11573-018-0916-...
    ). As circunstâncias consideradas no framework adotam os con-ceitos de barreira de Bruneel et al. (2010)Bruneel, J., D’Este, P., & Salter, A. (2010). Investigating the factors that diminish the barriers to university-industry collaboration. Research Policy, 39(7), 858-868. https://doi.org/10.1016/j.respol.2010.03.006
    https://doi.org/10.1016/j.respol.2010.03...
    e propulsores de D’Este e Perkmann (2011)D’Este, P., & Perkmann, M. (2011). Why do academics engage with industry? The entrepreneurial university and individual motivations. The Journal Technology Transfer, 36, 316-339. https://doi.org/10.1007/s10961-010-9153-z
    https://doi.org/10.1007/s10961-010-9153-...
    .

  • Contexto: Representa fatores que independem da colaboração e são definidos pelo ambiente fixo que afeta o processo colaborativo (Ankrah & AL-Tabbaa, 2015), tais como características pessoais dos envolvidos, das organizações colaboradoras e do ambiente no qual a colaboração tem lugar (Galán-Muros & Davey, 2019Galán-Muros, V., & Davey, T. (2019). The UBC ecosystem: Putting together a comprehensive framework for university-business cooperation. The Journal of Technology Transfer, 44, 1311-1346. https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-3
    https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-...
    ).

A Tabela 3 sintetiza os macroelementos, elementos e subelementos considerados no framework conceitual do ecossistema proposto.

Tabela 3
Decomposição dos macroelementos do framework

Os elementos ilustrados na Tabela 3 formam o framework do ecossistema do ambiente colaborativo em gestão de projetos organizacional e fornecem um entendimento comum para acadêmicos e praticantes sobre o ambiente proposto. No entanto, a natureza complexa e dinâmica desse tipo de ambiente considera como certo que novos arranjos poderão robustecer a estrutura à medida que o conceito for se consolidando e as pesquisas colaborativas forem se materializando. Visões distintas de atores são esperadas para enriquecer a estrutura e assim aumentar sua aplicabilidade.

DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

Esta pesquisa teve por objetivo propor o framework conceitual do ecossistema de um centro de pesquisa universitária em project studies. O estudo revela que, não obstante terem sido identificados frameworks na literatura especializada sobre ambientes colaborativos, a área de gestão de projetos carece de uma estrutura específica para potencializar o impacto de sua implementação. Os elementos processuais (recursos, atividades, resultados diretos e indiretos, e impactos), os mecanismos organizacionais de suporte, as circunstâncias e o contexto precisam estar explicitamente declarados e integrados, não podendo ser negligenciados, sob pena de se restringir a uma visão parcial do ecossistema.

Alinhado com Berggren e Söderlund (2011)Berggren, C., & Söderlund, J. (2011). Management education for practicing managers: Combining academic rigor with personal change and organizational action. Journal of Management Education, 35(3), 377-405. https://doi.org/10.1177/1052562910390369
https://doi.org/10.1177/1052562910390369...
, que apontam como crítica a criação de um ambiente que discuta problemas reais, o ambiente colaborativo, formado por acadêmicos e praticantes da área de gestão de projetos, abriga o locus (centro de pesquisa) para se endereçar questões teóricas e práticas que possibilitem o avanço da área, sempre sob uma óptica integradora (Figura 3). Por conseguinte, as pesquisas poderão não só seguir os paradigmas tradicionais aplicáveis às ciências sociais que se concentram em explicar, descrever, explorar ou predizer fenômenos e suas relações (Hegenberg, 1969Hegenberg, L. (1969). Explicações científicas: Introdução à filosofia da ciência. Herder.), mas também expandir as bases epistemológicas incluindo Design Science, voltado à construção de artefatos e soluções prescritivas (Ahlemann et al., 2013Ahlemann, F., Arbi, F. E., Kaiser, M. G., & Heck, A. (2013). A process framework for theoretically grounded prescriptive research in the project mana-gement field. International Journal of Project Management, 31(1), 43-56. https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2012.03.008
https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2012....
, Kabir & Rusu, 2016Kabir, M., & Rusu, L. (2016). IT project development using capability maturity model. Information Resources Management Journal, 29(4), 35-48. https://doi.org/10.4018/IRMJ.2016100103
https://doi.org/10.4018/IRMJ.2016100103...
).

Figura 3
Framework teórico-conceitual

O estudo fornece contribuições teóricas, implicações práticas, algumas limitações, além de proporcionar oportunidades para pesquisas futuras. Para a teoria, amplia o conceito de framework de ambiente colaborativo e o estende para project studies, dando um importante contributo para essa área. Trata-se de uma estrutura que representa um ambiente complexo, pois envolve atores de múltiplas organizações guiadas, não raras vezes, por distintas lógicas institucionais. Uma possível forma de se abordar a complexidade das colaborações é, na óptica da Teoria das Vantagem Colaborativa (Huxham & Vangen, 2005Huxham C., & Vangen S. (2005). Managing to collaborate: The theory and practice of collaborative advantage. Routledge.), pela exploração de questões relacionadas com os objetivos da parceria, com os aspectos culturais, de comunicação, de poder e de confiança, já que podem ser decisivas para o seu sucesso das colaborações. O framework conceitual proposto resulta da integração de perspectivas complementares para enriquecer a compreensão do fenômeno que é o ecossistema de um centro de pesquisas em project studies.

Como implicação prática, o ambiente guiado pelo framework aqui proposto poderá diretamente beneficiar acadêmicos e praticantes. A aproximação de praticantes com acadêmicos ajuda a diminuir o hiato entre pesquisa e prática, incentiva a coprodução de conhecimento com o entendimento do valor da pesquisa que questiona a prática, como sustentado por Söderlund e Maylor (2012)Söderlund, J., & Maylor, H. (2012). Project management scholarship: Relevance, impact and five integrative challenges for business and management schools. International Journal of Project Management, 30(6), 686-696. https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2012.03.007
https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2012....
, e aumenta a probabilidade de que os resultados das pesquisas criem impactos nos níveis de indivíduos, das organizações e da socie-dade. À medida que a integração dos atores envolvidos aumenta e desen-volve relacionamentos significativos e duradouros, baseados na confiança e no compromisso, criam-se condições essenciais que potencializam o sucesso e a expansão dos processos colaborativos, como já indicado por Davey et al. (2011)Davey, T., Baaken, T., Galán-Muros, V., & Meerman, A. (2011). Study on the cooperation between higher education institutions and public and private organisations in Europe. European Commission, DG Education, and Culture, 978-992. e sustentado pela Teoria da Vantagem Colaborativa (Huxham & Vangen, 2005Huxham C., & Vangen S. (2005). Managing to collaborate: The theory and practice of collaborative advantage. Routledge.).

Pelo lado dos praticantes, o envolvimento em pesquisas sistemáticas em gestão de projetos pode se desdobrar em sua incorporação nos processos de tomada de decisão das organizações. Pelo lado dos acadêmicos, possibilita agregar novos conhecimentos, enriquecer agendas de pesquisas e melhorar a compreensão de como os trabalhos científicos podem ser projetados e conduzidos para que sejam diretamente relevantes para a prática.

Como possibilidade de resultados práticos, esperam-se produtos tecnológicos com elevado grau de novidade, frutos da aplicação de novos conhecimentos científicos e técnicas e expertises desenvolvidos, usados diretamente na solução de problemas de organizações produtoras de bens ou na prestação de serviços à população visando ao bem-estar social. Ativos de propriedade intelectual, atividades de capacitação, produtos de editoração, softwares, normas ou marcos regulatórios, relatórios técnicos conclusivos, manuais e protocolos-base de dados técnico-científicos, e processos e produtos não patenteáveis são resultados tecnológicos efetivamente esperados (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, 2019Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (2019). Produção técnica. http://www.capes.gov.br/relatorios-tecnicos-dav
http://www.capes.gov.br/relatorios-tecni...
).

Este estudo inevitavelmente apresenta limitações. A primeira pode ser definida em termo do escopo da pesquisa, já que foram definidas duas bases de dados deixando, possivelmente, de considerar periódicos que também poderiam abordar o tema estudado. Uma outra limitação se refere a distintas abordagens de elementos conceituais pelos diferentes autores considerados, o que, de alguma forma, pode ter interferido no processo de análise.

Como estudos futuros, sugerem-se a ampliação dos elementos e subelementos cujas origens poderão ser tanto teóricas quanto empíricas com vistas a sustentar a estrutura, resultando em um framework mais robusto; a avaliação do framework em um ambiente acadêmico colaborativo, verificando assim sua utilidade; e a apreciação de possíveis implicações tanto para os atores do ambiente acadêmico quanto para os externos.

Agradecimentos

Esta pesquisa é patrocinada por fundos nacionais através da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) (Portugal), sob o projeto UIDB/00285/2020 e LA/P/0112/2020 e é financiada em parte pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) (Brasil).

REFERENCES

  • Ahlemann, F., Arbi, F. E., Kaiser, M. G., & Heck, A. (2013). A process framework for theoretically grounded prescriptive research in the project mana-gement field. International Journal of Project Management, 31(1), 43-56. https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2012.03.008
    » https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2012.03.008
  • Alunurm, R., Rõigas, K., & Varblane, U. (2020). The relative significance of higher education-industry cooperation barriers for different firms. Industry & Higher Education, 34(6), 377-390. https://doi.org/10.1177/0950422220909737
    » https://doi.org/10.1177/0950422220909737
  • Ankrah, S., & AL-Tabbaa, O. (2015). Universities-industry collaboration: A systematic review. Scandinavian Journal of Management, 31(3), 387-408. https://doi.org/10.1016/j.scaman.2015.02.003
    » https://doi.org/10.1016/j.scaman.2015.02.003
  • Archambault, É., Campbell, D., Gingras, Y., & Larivière, V. (2009). Com-paring bibliometric statistics obtained from the Web of Science and Scopus. Journal of the American Society for Information Science and Technology, 60(7), 1320-1326. https://doi.org/10.1002/asi.21062
    » https://doi.org/10.1002/asi.21062
  • Berggren, C., & Söderlund, J. (2011). Management education for practicing managers: Combining academic rigor with personal change and organizational action. Journal of Management Education, 35(3), 377-405. https://doi.org/10.1177/1052562910390369
    » https://doi.org/10.1177/1052562910390369
  • Bickman, L. (1987). The functions of program theory. In L. Bickman (Ed.), Using program theory in evaluation: New directions for evaluation Jossey-Bass.
  • Boardman, C., & Gray, D. (2010). The new science and engineering management: Cooperative research centers as government policies, industry strategies, and organizations. The Journal of Technology Transfer, 35, 445-459. https://doi.org/10.1007/s10961-010-9162-y
    » https://doi.org/10.1007/s10961-010-9162-y
  • Bozeman, B., & Boardman, P. C. (2003). Managing the new multipurpose, multi-discipline university research center: Institutional innovation in the academic community IBM Endowment for the Business of Government.
  • Bruneel, J., D’Este, P., & Salter, A. (2010). Investigating the factors that diminish the barriers to university-industry collaboration. Research Policy, 39(7), 858-868. https://doi.org/10.1016/j.respol.2010.03.006
    » https://doi.org/10.1016/j.respol.2010.03.006
  • Bukvova, H. (2010). Studying research collaboration: A literature review. Working papers, Information Systems, 10(3). https://aisel.aisnet.org/sprouts_all/326
    » https://aisel.aisnet.org/sprouts_all/326
  • Chai, S., & Shih, W. (2016). Bridging science and technology through academic-industry partnerships. Research Policy, 45(1), 148-158. https://doi.org/10.1016/j.respol.2015.07.007
    » https://doi.org/10.1016/j.respol.2015.07.007
  • Chen, K., Lu, W., & Wang, J. (2020). University-industry collaboration for BIM education: Lessons learned from a case study. Industry & Higher Education, 34(6), 401-409. https://doi.org/10.1177/0950422220908799
    » https://doi.org/10.1177/0950422220908799
  • Cherney, A., & McGee, T. R. (2011). Utilization of social science research: Results of a pilot study among Australian sociologists and criminologists. Journal of Sociology, 47(2), 144-162. https://doi.org/10.1177/1440783310386831
    » https://doi.org/10.1177/1440783310386831
  • Cheruvelil, K. S., Soranno, P. A., Weathers, K. C., Hanson, P. C., Goring, S. J., Filstrup, C. T., & Read, E. K. (2014). Creating and maintaining highperforming collaborative research teams: The importance of diversity and interpersonal skills. Frontiers in Ecology and the Environment, 12(1), 31-38. https://doi.org/10.1890/130001
    » https://doi.org/10.1890/130001
  • Chryssou, C. E. (2020). University-industry interactions in the Sultanate of Oman: Challenges and opportunities. Industry and Higher Education, 34(5), 342-357. https://doi.org/10.1177/0950422219896748
    » https://doi.org/10.1177/0950422219896748
  • Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (2019). Produção técnica. http://www.capes.gov.br/relatorios-tecnicos-dav
    » http://www.capes.gov.br/relatorios-tecnicos-dav
  • Crona, B. I., & Parker, J. N. (2011). Network determinants of knowledge utilization: Preliminary lessons from a boundary organization. Science Communication, 33(4), 448-471. https://doi.org/10.1177/1075547011408116
    » https://doi.org/10.1177/1075547011408116
  • Cuevas, O. C. C., Martín, A. A. S., Ballesteros, J. C. M., Santamaria, L. E. B., Pinzón, D. B. G., Erazo, C. O. B., Jalizev, R. A. R., Vargas, A. G. C., & Arango, M. A. P. (2019, October 2-4). Organizational model proposal for the creation of university-industry relationship and coworking R+D+I. Congreso Internacional de Innovación y Tendencias em Ingenieria https://doi.org/10.1109/CONIITI48476.2019.8960703
    » https://doi.org/10.1109/CONIITI48476.2019.8960703
  • Daoud, A. O., Tsehayae, A. A., & Fayek, A. R. (2017). A guided evaluation of the impact of R&D partnerships on university, industry, and government. Canadian Journal of Civil Engineering, 44(4), 253-263. https://doi.org/10.1139/cjce-2016-0381
    » https://doi.org/10.1139/cjce-2016-0381
  • Davey, T. (2017). Converting university knowledge into value: How conceptual frameworks contribute to the understanding of the third mission role of European universities. International Journal of Technology Transfer and Commercialisation, 15(1), 65-96. https://doi.org/10.1504/IJTTC.2017.084637
    » https://doi.org/10.1504/IJTTC.2017.084637
  • Davey, T., Baaken, T., Galán-Muros, V., & Meerman, A. (2011). Study on the cooperation between higher education institutions and public and private organisations in Europe. European Commission, DG Education, and Culture, 978-992.
  • Denyer, D., & Tranfield, D. (2009). Producing a systematic review. In D. A. Buchanan & A. Bryman (Eds.), The Sage handbook of organizational research methods (pp. 671-689). Sage.
  • D’Este, P., & Perkmann, M. (2011). Why do academics engage with industry? The entrepreneurial university and individual motivations. The Journal Technology Transfer, 36, 316-339. https://doi.org/10.1007/s10961-010-9153-z
    » https://doi.org/10.1007/s10961-010-9153-z
  • Drucker, J., & Goldstein, H. (2007). Assessing the regional economic development impacts of universities: A review of current approaches. International Regional Science Review, 30(1), 20-46. https://doi.org/10.1177/0160017606296731
    » https://doi.org/10.1177/0160017606296731
  • Durst, S., & Poutanen, P. (2013). Success factors of innovation ecosystems: A literature review. In R. Smeds & O. Irrmann (Eds.), CO-CREATE 2013: The Boundary-Crossing Conference on Co-Design in Innovation (pp. 27-38).
  • Etzkowitz, H., & Leydesdorff, L. (1998). The endless transition: A “triple helix” of university-industry-government relations. Minerva, 36(3), 203-208. https://www.jstor.org/stable/41821107
    » https://www.jstor.org/stable/41821107
  • Faccin, K., & Balestrin, A. (2015) Práticas colaborativas em P&D: Um estudo na indústria brasileira de semicondutores. Revista de Administração Mackenzie, 16(6), 190-219. https://doi.org/10.1590/1678-69712015/administracao.v16n6p190-219
    » https://doi.org/10.1590/1678-69712015/administracao.v16n6p190-219
  • Fernandes, G., O’ Sullivan, D., Pinto, E. B., Araújo, M., & Machado, R. J. (2020). Value of project management in university-industry R&D collaborations. International Journal of Managing Projects in Business, 13(4), 819-843. https://doi.org/10.1108/IJMPB-08-2019-0191
    » https://doi.org/10.1108/IJMPB-08-2019-0191
  • Fukuda, K., & Watanabe, C. (2008). Japanese and US perspectives on the national innovation ecosystem. Technology in Society, 30(1), 49-63. https://doi.org/10.1016/j.techsoc.2007.10.008
    » https://doi.org/10.1016/j.techsoc.2007.10.008
  • Galán-Muros, V., & Davey, T. (2019). The UBC ecosystem: Putting together a comprehensive framework for university-business cooperation. The Journal of Technology Transfer, 44, 1311-1346. https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-3
    » https://doi.org/10.1007/s10961-017-9562-3
  • Galán-Muros, V., van der Sijde, P., Groenewegen, P., & Baaken, T. (2017). Nurture over nature: How do European universities support their collaboration with business? Journal of Technology Transfer, 42, 184-205. https://doi.org/10.1007/s10961-015-9451-6
    » https://doi.org/10.1007/s10961-015-9451-6
  • Geraldi, J., & Söderlund, J. (2016). Project studies and engaged scholarship: Directions towards contextualized and reflexive research on projects. International Journal of Managing Projects in Business, 9(4), 767-797. https://doi.org/10.1108/IJMPB-02-2016-0016
    » https://doi.org/10.1108/IJMPB-02-2016-0016
  • Geraldi, J., & Söderlund, J. (2018). Project studies: What it is, where it is going. International Journal of Project Management, 36(1), 55-70. https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2017.06.004
    » https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2017.06.004
  • Geraldi, J., Söderlund, J., & van Marrewijk, A. (2020). Advancing theory and debate in project studies. Project Management Journal, 51(4), 351-356. https://doi.org/10.1177/8756972820932002
    » https://doi.org/10.1177/8756972820932002
  • Gill, T. G., & Hevner, A. R. (2013). A fitness-utility model for design science research. ACM Transactions Management Information System, 4(2), 1-24. https://doi.org/10.1145/2499962.2499963
    » https://doi.org/10.1145/2499962.2499963
  • Grabher, G., & Ibert, O. (2014). Distance as asset? Knowledge collaboration in hybrid virtual communities. Journal of Economic Geography, 14(1), 97-123. https://doi.org/10.1093/jeg/lbt014
    » https://doi.org/10.1093/jeg/lbt014
  • Hegenberg, L. (1969). Explicações científicas: Introdução à filosofia da ciência Herder.
  • Hevner, A. R., March, S. T., Park, J., & Ram, S. (2004). Design science in information systems research. MIS Quarterly, 28(1), 75-105. https://doi.org/10.2307/25148625
    » https://doi.org/10.2307/25148625
  • Huxham C., & Vangen S. (2005). Managing to collaborate: The theory and practice of collaborative advantage Routledge.
  • Kabir, M., & Rusu, L. (2016). IT project development using capability maturity model. Information Resources Management Journal, 29(4), 35-48. https://doi.org/10.4018/IRMJ.2016100103
    » https://doi.org/10.4018/IRMJ.2016100103
  • Kellogg Foundation (2004). W. K. Kellogg Foundation Logic Model Development Guide. http://www.epa.gov/evaluate/pdf/eval-guides/logic-model-development-guide.pdf
    » http://www.epa.gov/evaluate/pdf/eval-guides/logic-model-development-guide.pdf
  • Kochanek, J. R., Scholz, C., & Garcia, A. J. (2015). Mapping the collaborative research process. Education Policy Analysis Archives, 23(121), 1-30. https://doi.org/10.14507/epaa.v23.2031
    » https://doi.org/10.14507/epaa.v23.2031
  • Korff, N., van der Sijde, P., Groenewegen, P., & Davey, T. (2014). Supporting university-industry linkages: A case study of the relationship between the organizational and individual levels. Industry and Higher Education, 28(4), 281-300. https://doi.org/10.5367/ihe.2014.0213
    » https://doi.org/10.5367/ihe.2014.0213
  • Kurowska-Pysz, J., & Walanci, M. (2017). The relationships in the process of knowledge transfer according to the triple helix model. European Journal of Economics and Business Studies, 3(3), 339-349. https://doi.org/10.26417/ejes.v9i1.p339-349
    » https://doi.org/10.26417/ejes.v9i1.p339-349
  • Lauriol, J. (2006). Proposals for designing and controlling a doctoral research project in management sciences. The Electronic Journal of Business Research Methods, 4(1), 31-38. https://academic-publishing.org/index.php/ejbrm/article/view/1203
    » https://academic-publishing.org/index.php/ejbrm/article/view/1203
  • Löhr, K., Bonatti, M, Homem, L. H. I. R., Schlindwein, S. L., & Sieber, S. (2018). Operational challenges in collaborative research projects: Addressing conflict multidimensionality. Kybernetes, 47(6), 1074-1089. https://doi.org/10.1108/K-04-2017-0124
    » https://doi.org/10.1108/K-04-2017-0124
  • Löhr, K., Graef, F., Bonatti, M., Mahoo, H. F., Wambura, J., & Sieber, S. (2017). Conflict management systems for large scientific research projects. International Journal of Conflict Management, 28(3), 322-345. https://doi.org/10.1108/IJCMA-04-2016-0022
    » https://doi.org/10.1108/IJCMA-04-2016-0022
  • Mascarenhas, C., Marques, C., & Ferreira, J. J. (2019). One for all and all for one: Collaboration and cooperation in triple helix knowledge cocreation. International Regional Science Review, 43(4) 316-343. https://doi.org/10.1177/0160017619889677
    » https://doi.org/10.1177/0160017619889677
  • Matzner, M., Plenter, F., Chasin, F., Betzing, J. H., & von Hoffen, M. (2018, June 23-28). New service development through action design research in joint research projects. Twenty-Sixth European Conference on Information Systems https://aisel.aisnet.org/ecis2018_rp/110
    » https://aisel.aisnet.org/ecis2018_rp/110
  • McLaughlin, J. A., & Jordan, G. B. (2015). Using logic models. In K. E. Newcomer, H. P. Hatry, & J. F. Wholey (Eds.), Handbook of practical program evaluation (4th ed., pp. 62-87). Jossey-Bass. https://doi.org/10.1002/9781119171386.ch3
    » https://doi.org/10.1002/9781119171386.ch3
  • Meredith, J. (1993). Theory building through conceptual methods. International Journal of Operations & Production Management, 13(5), 3-11. https://doi.org/10.1108/01443579310028120
    » https://doi.org/10.1108/01443579310028120
  • Miles, M. B., & Huberman, A. M. (1994). Qualitative data analysis: An expanded sourcebook (2nd ed.). Sage.
  • Moore, J. F. (1993). Predators and prey: A new ecology of competition. Harvard Business Review, 71(3), 75-86. https://hbr.org/1993/05/predators-and-prey-a-new-ecology-of-competition
    » https://hbr.org/1993/05/predators-and-prey-a-new-ecology-of-competition
  • Moore, J. F. (1998). The rise of a new corporate form. Washington Quarterly, 21(1), 167-181. https://doi.org/10.1080/01636609809550301
    » https://doi.org/10.1080/01636609809550301
  • Mora, M., Gelman, O., Paradice, D., & Cervantes, F. (2008). The case for conceptual research in information systems. CONFIRM 2008 Proceedings, 52 https://aisel.aisnet.org/confirm2008/52
    » https://aisel.aisnet.org/confirm2008/52
  • Morris, P. W. G. (2010). Research and the future of project management. International Journal of Managing Projects in Business, 3(1), 139-146. https://doi.org/10.1108/17538371011014080
    » https://doi.org/10.1108/17538371011014080
  • Moutinho, J. A., & Rabechini Jr., R. (2021). Centro de pesquisa universi-tária: Caracterização do ambiente de pesquisa. Cadernos EBAPE.BR, 19(4), 887-900. http://dx.doi.org/10.1590/1679-395120200178
    » http://dx.doi.org/10.1590/1679-395120200178
  • Nowotny, H., Scott, P., & Gibbons, M. (2003). Re-thinking science: Knowledge and the public in an age of uncertainty Polity Press.
  • Nursall, A. (2003). Building public knowledge: Collaborations between science centres, universities, and industry. International Journal of Technology Management, 25(5), 381-389. http://dx.doi.org/10.1504/IJTM.2003.003107
    » http://dx.doi.org/10.1504/IJTM.2003.003107
  • Orazbayeva, B., Plewa, C., Davey, T., & Galan-Muros, V. (2019). The future of university-business cooperation: Research and practice priorities. Journal of Engineering and Technology Management, 54, 67-80. https://doi.org/10.1016/j.jengtecman.2019.10.001
    » https://doi.org/10.1016/j.jengtecman.2019.10.001
  • Padalkar, M., & Gopinath, S. (2016). Six decades of project management research: Thematic trends and future opportunities. International Journal of Project Management, 34(7), 1305-1321. http://dx.doi.org/10.1016/J.IJPROMAN.2016.06.006
    » http://dx.doi.org/10.1016/J.IJPROMAN.2016.06.006
  • Pastakia, S. D., Tran, D. N., Manji, I., Schellhase, E., Karwa, R., Miller, M. L., Aruasa, W., & Khan, Z. M. (2020). Framework and case study for establishing impactful global health programs through academia-biopharmaceutical industry partnerships. Research in Social and Administrative Pharmacy, 16(11), 1519-1525. https://doi.org/10.1016/j.sapharm.2020.07.018
    » https://doi.org/10.1016/j.sapharm.2020.07.018
  • Pettigrew, A. M. (1997). The double hurdles for management research. In T. Clarke. (Ed.), Advancement in organizational behaviour: Essays in Honour of D.S. Pugh (pp. 277-296). Dartmouth Press.
  • Philbin, S. P. (2008). Process model for university-industry research collaboration. European Journal of Innovation Management, 11(4), 488-521. https://doi.org/10.1108/14601060810911138
    » https://doi.org/10.1108/14601060810911138
  • Pinto, E. B., & Fernandes, G. (2020). Collaborative R&D the key cooperation domain for university-industry partnerships sustainability: Position paper. Procedia Computer Science, 181, 102-109. https://doi.org/10.1016/j.procs.2021.01.109
    » https://doi.org/10.1016/j.procs.2021.01.109
  • Ponomariov, B. L., & Boardman, P. C. (2010). Influencing scientists’ collaboration and productivity patterns through new institutions: University research centers and scientific and technical human capital. Research Policy, 39(5), 613-624. https://doi.org/10.1016/j.respol.2010.02.013
    » https://doi.org/10.1016/j.respol.2010.02.013
  • Ribeiro, S. X., & Nagano, M. S. (2018). Elements influencing knowledge management in university-business-government collaboration: Case studies in National Institutes of Science and Technology. Knowledge and Process Management, 25(3), 207-219. https://doi.org/10.1002/kpm.1576
    » https://doi.org/10.1002/kpm.1576
  • Rybnicek, R., & Königsgruber, R. (2018). What makes industry-university collaboration succeed? A systematic review of the literature. Journal of Business Economics, 89, 221-250. https://doi.org/10.1007/s11573-018-0916-6
    » https://doi.org/10.1007/s11573-018-0916-6
  • Simon, H. A. (1996). The science of the artificial (3rd ed.). MIT Press.
  • Söderlund, J., & Maylor, H. (2012). Project management scholarship: Relevance, impact and five integrative challenges for business and management schools. International Journal of Project Management, 30(6), 686-696. https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2012.03.007
    » https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2012.03.007
  • Sonnenberg, C., & vom Brocke, J. (2012). Evaluations in the science of the artificial: Reconsidering the build-evaluate pattern in design science research. In K. Peffers, M. Rothenberger, & B. Kuechler, (Eds.), Lecture notes in Computer Science: Vol. 7286. Design science research in information systems, advances in theory and practice (pp. 381-397). Springer. https://doi.org/10.1007/978-3-642-29863-9_28
    » https://doi.org/10.1007/978-3-642-29863-9_28
  • Sonnenwald, D. H. (2007). Scientific collaboration. Annual Review of Infor-mation Science and Technology, 41, 643-681. https://doi.org/10.1002/aris.2007.1440410121
    » https://doi.org/10.1002/aris.2007.1440410121
  • Stamer, D., Zimmermann, O., & Sandkuhl, K. (2016). What is a framework: A systematic literature review in the field of information systems. In V. Rˇ epa & T. Bruckner (Eds.), Perspective in business informatics research (pp. 145-158). Springer.
  • Styhre, A., & Lind, F. (2010). Balancing centripetal and centrifugal forces in the entrepreneurial university: A study of 10 research centers in a technical university. Technology Analysis & Strategic Management, 22(8), 909-924. https://doi.org/10.1080/09537325.2010.520471
    » https://doi.org/10.1080/09537325.2010.520471
  • Thune, T., & Gulbrandsen, M. (2011). Institutionalization of university-industry interaction: An empirical study of the impact of formal structures on collaboration patterns. Science and Public Policy, 38(2), 99-107. https://doi.org/10.3152/030234211X12924093660110
    » https://doi.org/10.3152/030234211X12924093660110
  • Tranfield, D., Denyer, D., & Smart, P. (2003). Towards a methodology for developing evidence-informed management knowledge by means of systematic review. British Journal of Management, 14(3), 207-222. https://doi.org/10.1111/1467-8551.00375
    » https://doi.org/10.1111/1467-8551.00375
  • van der Sijde, P.C. (2012). Profiting from knowledge circulation: The gains from university-industry interaction. Industry and Higher Education, 26(1), 15-19. https://doi.org/10.5367/ihe.2012.0082
    » https://doi.org/10.5367/ihe.2012.0082
  • Venable, J., Pries-Heje, J., & Baskerville, R. A. (2012). Comprehensive framework for evaluation in design science research. In K. Peffers, M. Rothenberger, & B. Kuechler (Eds.), Lecture notes in computer science: Vol. 7286. Design science research in information systems, advances in theory and practice (pp. 423-438). Springer. https://doi.org/10.1007/978-3-642-29863-9_31
    » https://doi.org/10.1007/978-3-642-29863-9_31
  • Walker, D. H. T. (2008). Reflections on developing a project management doctorate. International Journal of Project Management, 26(3), 316-325. https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2008.01.006
    » https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2008.01.006
  • Walker, D. H. T., Cicmil, S., Thomas, J., Anbari, F., & Bredillet, C. (2008). Collaborative academic/ practitioner research in project management: Theory and models. International Journal of Managing Projects in Business, 1(1), 17-32. https://doi.org/10.1108/17538370810846397
    » https://doi.org/10.1108/17538370810846397
  • Wholey, J. S. (1987). Evaluability assessment: Developing program theory. In L. Bickman (Ed.), Using program theory in evaluation (pp. 77-92). Jossey-Bass.
  • Zittoun, T., Baucal, A., Cornish, F., & Gillespie, A. (2007). Collaborative research, knowledge and emergence. Integrative Psychological and Behavioral Science, 41(2), 208-217. https://doi.org/10.1007/s12124-007-9021-z
    » https://doi.org/10.1007/s12124-007-9021-z

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    11 Ago 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    28 Out 2021
  • Aceito
    19 Jul 2022
Editora Mackenzie; Universidade Presbiteriana Mackenzie Rua da Consolação, 896, Edifício Rev. Modesto Carvalhosa, Térreo - Coordenação da RAM, Consolação - São Paulo - SP - Brasil - cep 01302-907 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista.adm@mackenzie.br