Acessibilidade / Reportar erro
Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva, Volume: 16, Número: 1, Publicado: 2008
  • A vasta área de atuação das técnicas intervencionistas percutâneas Editoriais

    Chaves, Áurea J.
  • Time is brain: recanalização precoce no acidente vascular cerebral isquêmico agudo Editoriais

    Chaves, Cláudia J.; Caplan, Louis R.
  • Terapia celular: novos conceitos - novas perspectivas Editoriais

    Perin, Emerson C.; Fernandes, Marlos R.; Silva, Guilherme V.
  • Inibidores da glicoproteína e intervenção coronária percutânea no infarto agudo do miocárdio: to be, or not IIb/IIIa, eis a questão! Editoriais

    Mattos, Luiz Alberto
  • Um questionamento na oclusão percutânea das comunicações interatriais: com quantas cajadadas se mata um, dois ou mais coelhos? Editoriais

    Pedra, Carlos A. C.
  • Papel dos inibidores da glicoproteína IIb/IIIa na resolução do segmento ST em pacientes submetidos a angioplastia primária Artigos Originais

    Sartori, Caetano; Manica, André; Sarmento-Leite, Rogério; Heineck, Gilberto; Almeida, Guilherme; Quadros, Alexandre; Gottschall, Carlos A. M.

    Resumo em Português:

    INTRODUÇÃO: A combinação de angioplastia (ATC) e inibidores da glicoproteína IIb/IIIa no tratamento do infarto agudo do miocárdio (IAM) com supradesnivelamento do segmento ST ainda apresenta resultados conflitantes. OBJETIVO: Determinar se o uso de inibidores da glicoproteína IIb/IIIa adjunto à ATC primária está associado a maior resolução do segmento ST (RST) do eletrocardiograma (ECG). MÉTODO: No período compreendido entre 2000 e 2002, 85 pacientes foram submetidos a ATC primária, dos quais 35 utilizaram inibidores da glicoproteína IIb/IIIa de forma adjunta ao procedimento e 50 não receberam o fármaco (grupo controle). Os grupos foram comparados quanto às variáveis clínicas, eletrocardiográficas e angiográficas, demonstrando-se semelhantes. Os desfechos analisados foram RST do ECG precoce (nas primeiras seis horas após a ATC) e tardio (em 12 a 40 horas), eventos clínicos adversos maiores intra-hospitalares (ECAM) e pico enzimático. Considerou-se significativo p < 0,05. RESULTADOS: O grupo que recebeu inibidores da glicoproteína IIb/IIIa apresentou tendência a maior RST no ECG precoce (73% vs. 62%; p = 0,08), diferença não observada quando analisado o ECG tardio (72% vs. 73%; p = ns). A diferença entre a RST no ECG precoce versus tardio no grupo controle foi estatisticamente significante (62% vs. 73%; p = 0,006). Foram preditores de RST completa no ECG (> 70%): ausência de diabetes melito, IAM, tempo de isquemia inferior a seis horas e uso de inibidores da glicoproteína IIb/IIIa (p = 0,04; OR = 3,1; IC 95% 1 a 10). Não houve diferença quanto a ECAM e pico enzimático entre os grupos. CONCLUSÃO: O uso de inibidores da glicoproteína IIb/IIIa adjunto à ATC primária está associado a maior RST no ECG precoce e esse fenômeno pode estar associado à reperfusão miocárdica precoce facilitada por esse potente antiagregante plaquetário endovenoso.

    Resumo em Inglês:

    INTRODUCTION: Combination of angioplasty PTCA and glycoprotein IIb/IIIa inhibitors (IGpIIb/IIIa) already had conflicting results in treatment of patients (pts) with ST-elevation segment myocardial infarction (STEMI). OBJECTIVE: Determine if IIb/ IIIa as an adjunctive therapy to the primary PTCA is associated with a better ST segment (STSR) resolution in the electrocardiogram (EKG). METHODS: Of 85 patients submitted to a primary PTCA between 2000-2002, 35 used IIb/IIIa as an adjunct therapy and 50 did not use the drug (control group). Baseline characteristics were compared, and clinical, electrocardiographic and angiographic variables were similar between the groups. Outcomes analyzed were STSRs of early (first 6 hours after PTCA) and late EKGs (12 to 40 hours), in-hospital major adverse clinical cardiovascular events (MACE) and serum enzimatic peak. Significance was set at p < 0.05. RESULTS: The IIb/IIIa group showed a trend to a better STSR in early EKGs (73% vs 62%, p = 0.08), not observed when compared late EKGs (72% vs 73%, p = ns). A significant difference was found when the STSR between early vs. late EKGs in the control group (62% vs 73%, p = 0.006), but not in in the IIb/ IIIa group. Diabetes, inferior AMI, onset of symptoms in less then 6 hours and IIb/IIIa were predictors to a complete STSR (p = 0.04; OR = 3.1; IC 95% = 1 to 10). No differences were observed in the presence of in-hospital MACE or enzymatic peak. CONCLUSION: IIb/IIIa as an adjunctive therapy to the primary PTCA in the treatment of STEMI is associated with a better STSR in early EKG, which may indicate that the drug accelerates myocardial reperfusion in these patients.
  • Stents farmacológicos versus não-farmacológicos para o tratamento de pacientes uniarteriais portadores de lesão em artéria descendente anterior: seguimento clínico de dois anos Artigos Originais

    Lasave, Leandro Ignacio; Costa Jr., José de Ribamar; Abizaid, Alexandre; Feres, Fausto; Sanchez, Andrés; Costa, Ricardo; Staico, Rodolfo; Siqueira, Dimytri; Mattos, Luiz Alberto; Tanajura, Luiz Fernando; Chaves, Áurea; Centemero, Marinella; Abizaid, Andrea; Seixas, Ana Cristina; Sousa, Amanda G. M. R.; Sousa, J. Eduardo

    Resumo em Português:

    INTRODUÇÃO: O tratamento percutâneo com cateter-balão e stents não-farmacológicos (SNF) de lesões na artéria descendente anterior (DA), quando comparado ao tratamento das outras artérias epicárdicas, freqüentemente cursa com taxas maiores de reestenose, comprometendo o resultado tardio da abordagem percutânea. OBJETIVO: Comparar a segurança e a eficácia tardia dos stents farmacológicos (SF) versus os SNF no tratamento de lesões únicas na DA. MÉTODO: Entre junho de 2002 e junho de 2003, 166 pacientes com lesão única em DA foram tratados com SF e comparados a uma coorte histórica de 141 pacientes tratados com SNF sob os mesmos critérios de inclusão/exclusão. Seguimento clínico tardio (aproximadamente dois anos) foi obtido em todos os pacientes. Objetivou-se comparar a taxa de eventos cardíacos adversos maiores (ECAM), definidos como morte cardíaca, infarto do miocárdio e revascularização da lesão-alvo (RLA), entre os dois grupos. RESULTADOS: Os grupos não diferiram quanto às características basais. O sucesso do procedimento foi obtido em todos os casos, não havendo eventos maiores na fase intra-hospitalar. Ao final de dois anos, 95,7% dos pacientes tratados com SF e 73,7% dos que receberam SNF estavam livres de ECAM (p < 0,0001). RLA ocorreu em 15,6% e 1,2% dos pacientes tratados com SNF e SF, respectivamente (p < 0,0001). Ainda que não significativa, a mortalidade cardíaca foi maior no grupo que recebeu SNF, comparativamente ao que recebeu SF (6,38% vs. 1,81%, respectivamente; p = 0,07). CONCLUSÃO: O implante de SF para o tratamento de lesões únicas na DA mostrou-se superior ao de SNF, reduzindo de forma significativa a taxa de ECAM, sobretudo a necessidade de nova RLA.

    Resumo em Inglês:

    INTRODUCTION: Percutaneous treatment (PCI) of single lesions in the LAD with balloon angioplasty or bare-metal stent (BMS) often have poorer outcomes when compared to PCI of lesions in the other major coronary arteries. OBJECTIVE: To compare the long term safety and efficacy of DES vs. BMS for the treatment of single lesions in the LAD. METHODS: Between June 2002 and June 2003, 166 patients with single lesions in the LAD were treated with DES and compared to a historic cohort of 141 patients treated with BMS under the same inclusion/exclusion criteria. Long term clinical follow-up (approximately 2 years) was obtained in all patients. The primary endpoint was the comparison of major adverse cardiac events (MACE) defined as cardiac death, non fatal MI and target-lesion revascularization (TLR) between the two groups. RESULTS: Baseline clinical characteristics did not differ between groups. Procedure success was achieved in all cases with no in hospital MACE. After two years of follow-up, 95.7% of patients treated with DES and 73.7% treated with BMS were free from any MACE (p < 0.0001). TLR occurred in 15.6% and 1.2% of the patients receiving BMS and DES respectively (p < 0.0001). Although not significantly reduced, cardiac death was less frequent among patients treated with these DES (6.38% vs. 1.81%, p = 0.07). CONCLUSION: The use of DES for the treatment of single LAD lesions was superior to BMS due to a marked reduction in MACE rates, mainly at the expense of a very low need for RLA.
  • Stents farmacológicos no mundo real: impacto de sua disponibilidade no perfil de pacientes tratados por meio de intervenção coronária percutânea em um hospital público Artigos Originais

    Tanajura, Luiz Fernando; Feres, Fausto; Abizaid, Alexandre C.; Mattos, Luiz Alberto P.; Siqueira, Dimytri A.; Centemero, Marinella P.; Chaves, Áurea J.; Abizaid, Andréa S.; Sousa, Amanda Guerra M. R.; Sousa, J. Eduardo M. R.

    Resumo em Português:

    INTRODUÇÃO: Pacientes submetidos a intervenção percutânea em hospitais públicos brasileiros não têm acesso aos stents farmacológicos. No início de 2006, participamos de um registro multicêntrico internacional que disponibilizava o uso rotineiro dessas próteses, no cenário do mundo real. Neste artigo, procuramos identificar os perfis clínico, angiográfico e do procedimento de pacientes consecutivamente tratados em períodos subseqüentes de dois meses, de acordo com a disponibilidade desses modelos, visando à identificação de eventuais alterações nesses perfis. MÉTODO: Estudo observacional de uma série de 471 pacientes, divididos em dois grupos: A, 229 casos dilatados na vigência da disponibilidade de stents farmacológicos; e B, 242 pacientes subseqüentes tratados da forma usual. Não houve critérios de inclusão/exclusão. RESULTADOS: Stents farmacológicos foram mais implantados no grupo A (44% vs. 2%; p < 0,0001). No que se refere às características de base, observou-se predomínio significante de diabéticos dependentes de insulina em A (8% vs. 3%; p = 0,02), o mesmo ocorrendo com lesões-alvo tipos B2 ou C (73% vs. 57%; p < 0,0001), lesões situadas em bifurcações (15% vs. 9%; p = 0,02) e intervenções multiarteriais (15% vs. 6%; p = 0,003). A angiografia quantitativa identificou os casos de A como portadores de estenoses situadas em vasos de menor calibre (2,4 mm vs. 2,6 mm; p = 0,0004), também exibindo lesões mais longas (14,9 mm vs. 12,7 mm; p = 0,0008). CONCLUSÕES: A disponibilidade dos stents farmacológicos gerou alterações no perfil dos casos tratados, que passou a abordar situações mais predispostas à reestenose, como os diabéticos dependentes de insulina, os multiarteriais com lesões de alta complexidade e os portadores de lesões mais longas em vasos de fino calibre.

    Resumo em Inglês:

    INTRODUCTION: Patients submitted to percutaneous intervention in public hospitals in Brazil have no access to DES. At the beginning of 2006, we participated in an international multicenter registry which made available the routine use of these prosthesis, in a "real world" scenario. In this article, we intend to identify the clinical, angiographical and procedural profiles of the patients, consecutively treated in two-month subsequent periods, according to the availability of these models, with the aim of identifying eventual changes in their profiles. METHOD: Observational series of 471 patients, divided into two groups: A) 229 cases, treated during a period of availability of DES for routine use; and B) 242 patients subsequently treated as usual (no routine avalilability of DES). There were no inclusion/exclusion criteria. RESULTS: More DES were implanted in group A (44% vs. 2%; p<0.0001). Regarding baseline clinical and angiographic characteristics, a significant predominance of insulin-dependent diabetics was observed in group A (8% vs. 3%; p=0.02), as well as B2 or C lesions (73% vs. 57%; p<0.0001); lesions in bifurcations (15% vs. 9%; p=0.02), and multiarterial interventions (15% vs. 6%; p=0.003). Quantitative angiography identified the A group cases as bearers of stenosis placed in smaller vessels (2.4 mm vs. 2.6 mm; p=0.0004), also exhibiting longer lesions (14.9 mm vs. 12.7 mm; p=0.0008). CONCLUSIONS: The availability of DES changed the profile of the patients treated, being more likely situations prone to restenosis, such as insulin dependent diabetics, multiarterial disease, patients presenting complex lesions, longer lesions and smaller target vessels.
  • Análise volumétrica tardia após implante de stents eluidores de sirolimus versus biolimus A9 Artigos Originais

    Missel, Eduardo; Abizaid, Alexandre; Cesar, Felipe; Centemero, Marinella P.; Mattos, Luiz A.; Feres, Fausto; Staico, Rodolfo; Tanajura, Luis F.; Chaves, Áurea; Beraldo, Pedro; Abizaid, Andrea; Sousa, Amanda; Grube, Eberhard; Sousa, J. Eduardo

    Resumo em Português:

    INTRODUÇÃO: Os stents eluidores de sirolimus (SES) reduzem significativamente a incidência de reestenose e de eventos cardíacos maiores em comparação a stents convencionais. O biolimus A9 (BA9), um análogo do sirolimus, demonstrou eficácia e segurança similares no estudo randomizado e controlado STEALTH I. O objetivo deste estudo é comparar a eficácia do stent eluidor de BA9 com os SES, assim como seu desempenho em relação aos respectivos grupos controle, utilizando a análise volumétrica pelo ultra-som intracoronário (3D-USIC). MÉTODO: No total, 45 pacientes foram randomizados 2:1 para o grupo submetido a implante de stents eluidores de BA9 (n = 30) ou para o grupo controle (n = 15). Os resultados de angiografia coronária quantitativa e 3D-USIC foram comparados a uma série histórica de pacientes submetidos a implante de SES (n = 30) ou controles (n = 15). As características clínicas e angiográficas foram semelhantes entre os grupos, exceto pela maior quantidade de lesões tipo C e mulheres no grupo dos stents eluidores de BA9. RESULTADOS: Aos seis meses de seguimento, a perda tardia intrastent foi significativamente inferior nos grupos de BA9 e SES em comparação aos respectivos controles, mas foi semelhante quando estes foram comparados entre si (0,24 ± 0,39 mm vs. 0,15± 0,38 mm, respectivamente; p = NS). A obstrução volumétrica intra-stent foi significativamente reduzida nos grupos de BA9 e SES em comparação aos controles, mas semelhante quando comparados entre si (2,23% vs. 3,30%, respectivamente; p = NS). CONCLUSÃO: Os stents eluidores de BA9 reduziram significativamente a proliferação neo-intimal se comparados ao grupo controle, com eficácia similar à observada para os SES.

    Resumo em Inglês:

    INTRODUCTION: Sirolimus-eluting stents (SES) significantly reduce restenosis and major adverse cardiac events (MACE) compared to bare metal stents (BMS). The novel sirolimus analog, Biolimus A9T (BA9), presented similar safety and efficacy in the randomized, controlled STEALTH I trial. This study compared the efficacy of a BA9-eluting stent versus sirolimus-eluting and bare metal control stents. METHODS: Forty-five patients with de novo coronary lesions were randomly assigned in a 2:1 basis to receive either BA9-eluting (n = 30) or bare metal (n=15) S-stents. Quantitative coronary angiography (QCA) and intravascular ultrasound (IVUS), at 6 months, were then compared to a matched series of patients who received either sirolimuseluting (n = 30) or bare metal (n = 15) Bx Velocity stents. Baseline clinical and angiographic characteristics were similar among all groups, except for a significantly higher percentage of females and Class C lesions in the BA9eluting stent group. RESULTS: At 6 month follow-up, there was no significant difference in clinical outcomes between any of the groups. QCA revealed significantly lower late loss in both drug-eluting stents (DES) groups compared to bare metal controls, but no significant difference between BA9 and SES groups was observed (0.24 ± 0.39mm vs. 0.15 ± 0.38mm, p = NS). Obstruction volume measured by 3D IVUS was significantly reduced in both DES groups compared to bare metal controls, but did not differ between the BA9 and SES groups (2.23% vs. 3.30%, BA9 vs. SES, p=NS). CONCLUSIONS: BA9-eluting stents reduce neointimal hyperplasia, safely and effectively, compared to BMS, and the magnitude of this inhibition is similar to that of SES.
  • Técnica de pull-back para implante de stent em lesões de bifurcação com envolvimento único do óstio do ramo lateral: avaliação dos resultados iniciais e aos seis meses pós-implante Artigos Originais

    Abreu Filho, Luciano Maurício de; Meireles, George César Ximenes; Forte, Antonio Artur da Cruz; Sumita, Marcos Kiyoshi; Aliaga, José Del Carmen Solano; Pedroso, Alessandro Pina; Favarato, Desidério

    Resumo em Português:

    INTRODUÇÃO: Lesões coronárias em bifurcação ainda representam um desafio ao tratamento percutâneo, com sucesso do procedimento abaixo do esperado e altas taxas de reestenose. A técnica de pull-back é uma opção no tratamento de lesões coronárias de bifurcações que apresentam acometimento isolado do óstio de ramos laterais, embora seus resultados a médio prazo ainda não sejam conhecidos. O objetivo deste estudo foi avaliar os resultados angiográficos iniciais e aos seis meses com essa técnica em nossa casuística. MÉTODO: A técnica consiste no posicionamento de duas guias, seguido do stent no ramo lateral e do balão no vaso principal encobrindo a origem do ramo. Após a insuflação do balão no vaso principal, o stent é tracionado em direção ao vaso principal até contato com o balão e, então, liberado. RESULTADOS: Foram tratados 37 pacientes consecutivos. Os ramos diagonais foram os mais freqüentemente abordados (70,3%). O diâmetro de referência dos ramos laterais foi de 2,51 ± 0,37 mm e a extensão da lesão, de 11,1 ± 3,7 mm. A pressão de liberação dos stents no ramo lateral foi de 12,8 ± 1,9 atm e a pressão de insuflação do balão no vaso principal, de 7,8 ± 0,9 atm. O sucesso do implante ocorreu em todos os procedimentos. Foram submetidos a coronariografia tardia 22 (59,5%) pacientes, tendo sido observada reestenose no ramo lateral em nove (40,9%) pacientes e desenvolvimento de lesões > 50% no vaso principal em sete (31,8%). CONCLUSÃO: Lesões isoladas localizadas no óstio de ramos laterais tratadas com stent pela técnica de pull-back apresentaram elevadas taxas de sucesso do procedimento. No seguimento a médio prazo, entretanto, observou-se elevada taxa de reestenose no ramo lateral e alto risco de desenvolvimento de uma nova obstrução no vaso principal.

    Resumo em Inglês:

    INTRODUCTION: Bifurcated coronary lesions are still a challenge to the percutaneous treatment, with a lower than expected success rate and high rates of restenosis. The pull-back technique is an option for the treatment of coronary lesions in bifurcations that compromises exclusively the ostium of lateral branches, but its middle term results are still not known. The aim of this study is to assess the initial and 6-month angiographic results of this technique in our casuistic. METHOD: The technique consists in the positioning of two guide-wires, followed by the stent in the lateral branch and the balloon in the main vessel, covering the origin of the branch. After insufflating the balloon in the main vessel, the stent is pulled back towards the main vessel until it touches the balloon, and then implanted. RESULTS: Thirty-seven consecutive patients were treated. The diagonal branches were the most commonly treated (70.3%). The reference diameter of the lateral branches was 2.51 ± 0.37 mm and the extension of the lesion 11.1 ± 3.7 mm. The release pressure of the stents within the lateral branch was 12.8 ± 1.9 atm and the insufflation pressure of the balloon in the main vessel was 7.8 ± 0.9 atm. The stent was successfully implanted in all procedures. Twenty-two (59.5%) patients were submitted to late coronariography and restenosis was observed in the lateral branch in 9 (40.9%) patients, and the development of lesions > 50% in the main vessel was observed in 7 (31.8%) patients. CONCLUSION: Isolated lesions found in the ostial of lateral branches treated with the "pull-back" stent implantation technique presented high rates of procedural success. However, in the middle term follow-up, a high restenosis rate in the lateral branch was observed, as well as a high risk of developing a new obstruction in the main vessel.
  • Valor prognóstico dos critérios de obesidade em pacientes submetidos a intervenção coronária percutânea Artigos Originais

    Tarastchuk, José Carlos Estival; Bueno, Ronaldo da Rocha Loures; Andrade, Paulo Maurício Piá de; Nercolini, Deborah Christina; Guérios, Ênio Eduardo; Ferraz, João Gustavo Gongora

    Resumo em Português:

    INTRODUÇÃO: Não há critérios de obesidade específicos para a população brasileira. Os pontos de corte preconizados para os sexos feminino e masculino (circunferência abdominal [CA] - 80 cm e 90 cm, relação cintura-quadril [RCQ] - 0,80 e 0,90, índice de conicidade - 1,18 e 1,25, e índice de massa corporal [IMC] - 30, respectivamente) necessitam ser validados como fatores prognósticos após intervenção coronária percutânea (ICP). OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi verificar os pontos de corte de índices antropométricos da população estudada e compará-los à literatura, quanto à ocorrência de desfechos pós-ICP. MÉTODO: Foram incluídos nesta análise 308 pacientes submetidos a ICP, predominantemente do sexo masculino (60,7%), com idade de 61,9 ± 11,1 anos. Após seis meses, pesquisaram-se os desfechos óbito, infarto agudo do miocárdio, revascularização do vaso-alvo, angina ou prova funcional isquêmica. Os pacientes foram divididos em: Grupo 1 (com desfechos; n = 91) e Grupo 2 (sem desfechos; n = 217). Para obtenção dos pontos de corte, foram construídas curvas receiver operating characteristic (ROC) dos índices antropométricos versus desfechos. RESULTADOS: Nas mulheres, os pontos de corte encontrados foram: CA, 102 cm; RCQ, 0,93; índice de conicidade, 1,18; e IMC, 24,5. Nos homens, os pontos de corte foram: CA, 102 cm; RCQ, 0,94; índice de conicidade, 1,24; e IMC, 24,98. Comparados à literatura, os valores obtidos de CA e RCQ, para ambos os sexos, ganharam em especificidade, mas perderam em sensibilidade, enquanto o contrário foi observado para o IMC. O índice de conicidade coincidiu com os valores da literatura no sexo feminino; no sexo masculino, porém, aumentou a sensibilidade, mas diminuiu a especificidade. O poder discriminatório foi baixo para todos os índices, que não se mostraram preditores de desfechos no médio prazo pós-ICP. CONCLUSÃO: Nesta comparação, os pontos de corte dos índices antropométricos que melhor se correlacionam com desfechos pós-ICP não coincidiram com os da literatura. Esses pontos de corte, por um lado, ganharam sensibilidade (ou especificidade), mas, por outro, perderam especificidade (ou sensibilidade) e não se mostraram preditores de desfechos no médio prazo pós-ICP. Nossos dados sugerem que, para valor prognóstico, limites específicos para cada população e doença necessitam ser estabelecidos.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND: No evidence supports obesity cutoff points recommended by literature for the Brazilian population. Some female/male known cutoff points are: waist circumference (WC) 80/90cm, waist-to-hip ratio (WHR) 0.80/0.90, conicity index (CI) 1.18/1.25, body mass index (BMI) 30. These cutoff points need to be validated for the Brazilian population as prognostic after percutaneous coronary intervention (PCI). OBJECTIVE: To verify cutoff points of obesity anthropometric indexes in this population and to compare them to International Diabetes Federation values for Latin America in determining MACE after PCI. METHODS: 308 patients (mean age 61.92 ± 11.06 years old, 60.7% men) undergoing successful PCI. Six months after, patients were contacted for clinical follow-up. MACE included death, acute myocardial infarction, cardiac surgery, reintervention or evidence of myocardial ischemia in a non-invasive test. Patients were divided into 2 groups: group 1 (with MACE, n = 91), Group 2 (without MACE, n = 217). In order to obtain cutoff points, ROC curves were plotted based on anthropometric indexes and MACE. RESULTS: The cutoff points obtained for women were: WC 102cm, WHR 0.93, CI 1.18 and BMI 24.53. Compared with IDF values, WC and WHR obtained had more specificity (76.83% X 31.71% and 43.9% X 7.32%), BMI had more sensibility (66.67% X 20.51%). For men, the cutoff points were: WC 102 cm, WHR 0.94, CI 1.24 and BMI 24.98. WC and WHR had more specificity (69.63% X 45.19% and 7.41% X 2.94%). BMI and CI had more sensibility (65.38% X 28.85% and 55.77% X 53.85%). CONCLUSION: Cutoff points of anthropometric indexes of this population that better correlate with MACE are different than the literature. Our results suggest that, for prognostic information, we need specific anthropometric cutoff points for each population or disease.
  • Implante contemporâneo de stents convencionais: comparação dos stents de hastes finas de aço inoxidável versus cromo-cobalto Artigos Originais

    Salles, José Ary Boechat e; Andréa, Júlio César Machado; Cortes, Leandro Assumpção; Camillis, Felipe; Carestiato, Lilian; Figueira, Hélio Roque

    Resumo em Português:

    INTRODUÇÃO: A maior espessura das hastes dos stents coronários está associada a maior risco de reestenose pósimplante de stents convencionais. Novos stents convencionais com hastes finas têm sido desenvolvidos, porém poucos estudos comparando esses novos dispositivos estão disponíveis. MÉTODO: No período de fevereiro de 2004 a janeiro de 2007, 475 pacientes consecutivos foram tratados exclusivamente com stents convencionais de hastes finas: 111 com stents de aço inoxidável (Liberté® - grupo I) e 364 com implante de stents de liga de cromo-cobalto (Driver® - grupo II). Foram abordadas lesões de novo em vasos nativos, sendo excluídos enxertos de safena, reestenoses de stent e pacientes em choque cardiogênico. Os pacientes foram avaliados quanto à evolução tanto hospitalar como tardia. RESULTADOS: Sucesso angiográfico foi obtido na quase totalidade dos casos, com reduzida ocorrência de complicações cardíacas na fase hospitalar. No período médio de 18 meses, não foram observadas diferenças entre os stents, com baixa incidência de eventos cardíacos maiores (10,1% vs. 7,3%; p = 0,2) e da necessidade de revascularização do vaso-alvo (8,6% vs. 6,9%; p = 0,3). CONCLUSÃO: O implante da nova geração de stents coronários convencionais com hastes de fina espessura, no tratamento de lesões de novo em população selecionada, reduz a necessidade de reintervenção para níveis abaixo de 10%, com resultados similares entre os dispositivos avaliados.

    Resumo em Inglês:

    INTRODUCTION: Higher strut thickness of coronary bare metal stents is associated with restenosis risk after bare metal stent implantation. New bare metal stents with thin struts have been developed, but there have been few studies comparing these new devices. METHODS: from February 2004 until January 2007, 475 consecutive patients underwent percutaneous coronary intervention treating "de novo" coronary lesions exclusively using BMS. One hundred and eleven patients with stainless steel stent (Liberté® group I) and 364 with cobalt chromium stent (Driver® group II). Bypass venous graft, cardiogenic shock and restenosis were excluded. Patient progress was evaluated during their hospital stay and an average 18-month outpatient follow-up. RESULTS: Angiographic success in almost all cases, with reduced in-hospital cardiac complications. Over an average 18-month period we found a low incidence of major adverse cardiac events (10.1 vs 7.3%; p=0.2) and a reduction in target vessel revascularization procedures (8.6 vs 6.9%; p=0.3). CONCLUSION: Implantation of new generation BMS with thinner-struts to treat "de novo" coronary lesions, in a select population, reduces target vessel revascularization to below 10%, with both devices achieving similar results.
  • Intervenção coronariana percutânea em pacientes com mais de 70 anos: análise de desfechos intra-hospitalares na era contemporânea Artigos Originais

    Cardoso, Cristiano de Oliveira; Cardoso, Carlos Roberto; Rodrigues, La Hore Correa; Staudt, Clacir; Duarte, Aldo Fernando Somavilla; Miller, Vasco Morosini; Cardoso, Michelle de Oliveira; Rodrigues Jr., La Hore Correa; Yordi, Luis Maria Cabreira

    Resumo em Português:

    INTRODUÇÃO: Dados observacionais da década de 90 sugerem que pacientes com mais de 70 anos de idade evoluem com maior risco de eventos quando submetidos a intervenção coronariana percutânea (ICP). OBJETIVO: Avaliar os desfechos hospitalares em pacientes com idade superior a 70 anos submetidos a ICP na era contemporânea. MÉTODO: Entre janeiro de 2005 e junho de 2007, pacientes submetidos a ICP foram incluídos consecutivamente em um registro. Informações referentes a fatores de risco, indicação do exame, detalhes técnicos da ICP e desfechos intra-hospitalares foram prospectivamente coletadas. Os pacientes foram divididos em dois grupos: idade < ou > 70 anos. Para comparação, foram utilizados os testes t de Student e qui-quadrado, para variáveis contínuas e categóricas, respectivamente. Valores de p < 0,05 foram considerados diferença estatisticamente significante. RESULTADOS: Foram incluídos na análise 296 pacientes (186 com < 70 anos e 110 com > 70 anos). Não foi observada diferença em relação às características clínico-angiográficas entre os grupos e o sucesso angiográfico foi semelhante (96,6% vs. 97,1%; p = 0,91). Ocorreu tendência a maior mortalidade (1,81% vs. 0,53%; p = 0,06) e a maior incidência de acidente vascular encefálico (1,81% vs. 0%; p = 0,06) no grupo mais idoso. A incidência de cirurgia de urgência e de complicações vasculares não diferiu entre os grupos. Ocorreu maior incidência de nefropatia induzida pelo contraste no grupo > 70 anos (2,7% vs. 0%; p = 0,02). CONCLUSÃO: Pacientes com idade > 70 anos apresentaram incidência aumentada de nefropatia induzida pelo contraste e tendência a maior mortalidade e a maior ocorrência de acidente vascular encefálico.

    Resumo em Inglês:

    INTRODUCTION: Observational data from the 90's demonstrates that elderly population has an increased risk when treated by percutaneous coronary intervention (PCI). OBJECTIVE: To evaluate in-hospital outcomes in patients aged > 70 years old who underwent PCI in the current era. METHODS: In a single center, from January/2005 to June/2007, a total of 296 patients who underwent PCI were included in this analysis. The presence of risk factors, angiographic characteristics and in-hospital outcomes were recorded and compared among patients < 70-yo (n = 186) and > 70-yo (n = 110) in a dedicated database. For comparison purposes, unpaired t test and chi-square were used for continuous and dichotomous variables respectively. An alpha < 0.05 was considered significant. RESULTS: There was no difference between groups < 70-yo and > 70-yo regarding clinical presentation and the presence of risk factors for cardiovascular disease. Also, there was a homogenous distribution of treated vessels, angiographic pattern, coronary calcification and success rate (96.6% in > 70-yo group x 97.1% < 70-yo, p = 0.91). Regarding complications, there was an increased rate of contrast induced nephropathy in the older group (2.7% x 0%, p = 0.02) that required dialysis. Additionally, we observed a trend in higher mortality (1.81% x 0.53%, p = 0.06) and neurological compromise (1.81% x 0%, p = 0.06) in the elderly population. Vascular complication rates and urgent surgical revascularization were similar in both groups. CONCLUSION: Patients older and younger than 70-yo present similar clinical profile, angiographic characteristics and success rate. However, the incidence of contrast-induced nephropathy requiring dialysis, mortality and neurological compromise are higher in the older group.
  • Tônus e diâmetro arterial coronário não se correlacionam com o grau de denervação autonômica em pacientes com cardiopatia chagásica crônica Artigos Originais

    Simões, Marcus Vinicius; Marin, Guilherme Bromberg; Antloga, Cleide Marques; Maciel, Benedito Carlos; Marin-Neto, José Antonio

    Resumo em Português:

    INTRODUÇÃO: Portadores de cardiopatia chagásica crônica (CCC) apresentam precoce e intensa disautonomia, postulando-se potenciais anormalidades vasomotoras coronárias e conseqüente isquemia e fibrose miocárdica. Esta investigação correlacionou o grau de denervação parassimpática cardíaca com o diâmetro e o tônus arterial coronário. MÉTODO: Em 18 pacientes com CCC (55 ± 9 anos, 8 do gênero masculino) e 23 voluntários normais (37 ± 11 anos, 16 do gênero masculino), avaliou-se a sensibilidade barorreflexa (SBR) com monitoração contínua da pressão arterial (PA) e indução de aumentos transitórios da PA por administração endovenosa de fenilefrina (50 µg a 150 µg). Cateterismo cardíaco com cinecoronariografia basal e 5 minutos após 5 mg de dinitrato de isossorbida (DNIS) foi realizado em pacientes chagásicos. Análise quantitativa do diâmetro arterial coronário foi realizada off-line nas duas condições. O tônus basal arterial coronário foi estimado pelo aumento porcentual do diâmetro após DNIS. A fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) foi calculada pelo método de Dodge biplanar na ventriculografia de contraste, usando-se ecocardiografia bidimensional para o diâmetro diastólico (DDVE) e estimativa da massa do ventrículo esquerdo. RESULTADOS: Verificou-se acentuada redução da SBR (4,1 ± 1,7 ms/mmHg) na CCC comparativamente aos controles (15,0 ± 1,5 ms/mmHg) (p < 0,001). O diâmetro coronário médio foi de 2,2 ± 0,3 mm, correlacionando-se significativamente com variáveis expressando remodelamento cardíaco: FEVE (p = 0,017, R = 0,554), DDVE (p = 0,0036, R = 0,648) e massa VE (p = 0,022, R = 0,534). Não foi observada correlação significante entre diâmetro coronário e SBR (p = 0,457, R = 0,187). O tônus arterial coronário basal foi de 13 ± 17%, sem correlação com qualquer variável, incluindo o diâmetro coronário (p = 0,386, R = 0,218) e a SBR (p = 0,822, R = 0,057). CONCLUSÕES: A denervação parassimpática não parece influenciar o diâmetro e o tônus arterial coronário basal na CCC.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND: Chronic Chagas Cardiomyopathy (CCC) induces early severe cardiac dysautonomia, potentially causing derangements in the regulation of coronary vasomotion and leading to myocardial ischemia and fibrosis. We assessed the correlation between dysautonomia severity and coronary artery diameter and tonus. METHODS: Eighteen patients with CCC (55±9 yrs, 8 males) and 23 normal volunteers (37±11 yrs, 16 males) were investigated. Both groups underwent evaluation of baroreflex sensitivity (BRS) by means of invasive arterial pressure (AP) monitoring and transient increases of AP induced by intravenous phenilephrinefrin injections (50-150µg). Patients with CCC had cardiac catheterization and coronary angiography at baseline and 5 min. after administration of 5mg of isosorbidedinitrate (ISDN). Quantitative coronary analysis was performed off-line for both conditions (baseline and post-ISDN). Baseline coronary artery tonus was calculated by the percent diameter increase after ISDN. LVEF was calculated by Dodge biplane method from contrast ventriculography and 2D-echocardiogram was used for the measurement of LV diastolic diameter and mass. RESULTS: CCC patients showed severe reduction of the BRS (4.1 ± 1.7 ms/mmHg) as compared to controls (15.0 ± 1.5 ms/mmHg), p < 0.001. Mean coronary artery diameter was 2.2 ± 0.3 mm, and was significantly correlated with parameters of LV remodeling: LEFF (p = 0.017, R = 0.554), LVDD (p = 0.0036, R = 0.648) and LV mass (p = 0.022, R = 0.534). No significant correlation occurred between coronary diameter and the BRS (p = 0.457, R = 0.187). Baseline coronary tonus was 13 ± 17%, without correlation with any variables, including coronary diameter (p = 0.386, R = 0.218) and BRS (p = 0.822, R = 0.057). CONCLUSIONS: Cardiac parasympathetic impairment does not seem to determine coronary artery diameter and tonus in patients with CCC.
  • Oclusão percutânea dos defeitos do septo atrial utilizando mais de uma prótese Artigos Originais

    Chamié, Francisco; Chamié, Daniel; Ramos, Sérgio; Tress, João Carlos; Victer, Rosaura

    Resumo em Português:

    INTRODUÇÃO: O fechamento percutâneo das comunicações interatriais (CIAs) é uma alternativa à cirurgia, aceita em todo o mundo. O uso de mais de uma prótese tem sido descrito, mas ainda há poucos estudos sobre o assunto, especialmente no que diz respeito ao seguimento a longo prazo. Neste trabalho, apresentamos nossa experiência com o uso de mais de uma prótese para o fechamento dos defeitos atriais múltiplos, e discutimos as diferentes condições em que isso se faz necessário. MÉTODO: Este é um estudo retrospectivo, em que foram analisados todos os casos submetidos a fechamento percutâneo de CIAs, no período de abril de 1999 a dezembro de 2007. Do total de casos, selecionamos aqueles portadores de defeitos múltiplos, concentrando nosso relato nos que necessitaram de mais de uma prótese para sua oclusão. Incluímos, também, dois casos de pacientes com shunt residual após o implante prévio de uma primeira prótese e que necessitaram de um segundo dispositivo. Os casos foram todos selecionados por meio de ecocardiogramas transesofágicos (ETE). RESULTADOS: No período mencionado, 211 pacientes foram submetidos a fechamento percutâneo de CIAs. Em 12 (5,6%) desses pacientes foi preciso utilizar duas próteses para oclusão de seus defeitos, como se segue: oito pacientes tinham dois orifícios; dois tinham três orifícios; e dois tinham quatro orifícios. A média das idades foi de 27,5 ± 14,6 anos. Dois casos apresentaram acidentes isquêmicos cerebrais prévios. Foram utilizadas 24 próteses, sendo 23 Amplatzer para CIAs e uma Amplatzer para forame oval (FOP). O implante foi possível em todos os casos. O diâmetro dos orifícios menores era de 10,5 ± 4,0 mm e dos maiores, de 20,6 ± 5,5 mm. O diâmetro central das próteses de CIA variou de 5 mm a 34 mm (16,8 ± 7,6 mm). Não houve complicações graves ou óbitos. Shunt residual imediato estava presente em dois (16,6%) pacientes. Foram acrescentados à casuística mais dois casos de shunt residual significativo, fechados, com sucesso, com uma segunda prótese Amplatzer para CIA. CONCLUSÕES: Apesar de tecnicamente mais complexo, o fechamento das CIAs com duas próteses é possível, seguro e eficaz. Até o presente momento, o uso de duas próteses metálicas não parece ser danoso ao septo atrial ou a estruturas vizinhas. Apesar disso, mais estudos são necessários para definir a segurança desse procedimento, especialmente em crianças.

    Resumo em Inglês:

    INTRODUCTION: Transcatheter Atrial Septal Defect (ASD) closure is a worldwide accepted alternative to surgical repair. The use of more than one device has been described, however, there are just a limited number of studies available with a long term follow-up. In this study, the authors present their experience in transcatheter closure of multiple atrial septal defects utilizing more than one device, and discuss the different situations where this approach has become necessary. METHODS: This is a retrospective study where all patients submitted to ASD device closure from April 1999 to December 2007 were analyzed. We selected those with multiple ASD and focused our study on those who had two devices implanted. We also included two patients who had significant residual shunts after the first procedure and were closed with a second device. All patients were selected based on transesophageal echo-cardiogram (TEE) results. RESULTS: In the aforementioned period, 211 patients were submitted to transcatheter ASD closure. Twelve (5.6%) patients needed two devices to close their defects, described as follows: eight patients had 2 orifices, two had 3 orifices, and two had 4 orifices. Mean age was 27.5 ± 14.6 years. Two patients suffered ischemic cerebral events (stroke) prior to occlusion. Twenty-four devices were utilized: 23 Amplatzer ASD Occluder devices and one 25mm Amplatzer PFO Occluder device. The device implantation was possible in all cases. Average diameter for small defects was 10.5 ± 4.0 mm, and 20.6 ± 5.5 mm for larger defects. Mean central diameter of the devices varied from 5 to 34 mm (16.8 ± 7.6 mm). There were no major complications or deaths related to the procedure. Immediate post-procedural residual shunts were present in two (16.6%) patients. Two additional patients were included with significant residual shunt that required a second Amplatzer ASD device. CONCLUSION: Although technically more demanding, two device ASD closure is feasible, safe and effective. Implanting two metallic devices does not seem to be deleterious to atrial septum or surrounding structures, so far. In spite of that, more studies are deemed necessary to define the safety of the procedure, especially in children.
  • Oclusão percutânea do pequeno canal arterial com molas de gianturco: impacto da otimização da seleção das molas e dos pacientes e da não-tolerância ao fluxo residual significativo imediato nos resultados Artigos Originais

    Pedra, Carlos Augusto Cardoso; Esteves, César Augusto; Braga, Sérgio Luiz Navarro; Pedra, Simone Rolim Fernandes Fontes; Pontes Júnior, Sérgio Cunha; Silva, Maria Aparecida de Paula; Almeida, Gisele de Montalvão e Alpuim Lousadas; Santana, Maria Virgínia Tavares; Fontes, Valmir Fernandes

    Resumo em Português:

    INTRODUÇÃO: A oclusão percutânea do canal arterial persistente (PCA) com implante retrógrado não controlado de molas de Gianturco tem sido freqüentemente empregada. MÉTODO: Desde janeiro de 2001, temos aplicado essa técnica em pacientes com canais < 3 mm, dos tipos A, D e E, e não tolerado fluxos residuais imediatos significativos, implantando outra mola. Neste artigo, descrevemos os resultados desse tipo de abordagem. RESULTADOS: Desde janeiro de 2001, 178 pacientes (110 do sexo feminino; mediana de idade e peso: cinco anos e 17 kg, respectivamente) foram submetidos ao procedimento. A média do diâmetro mínimo do PCA foi de 1,8 ± 0,6 mm (0,5 mm a 3,0 mm), sendo 157 do tipo A, nove do tipo D e 12 do tipo E. Em três pacientes, houve embolização inicial das molas com resgate, sendo reimplantadas em dois (taxa de sucesso: 99,4%). Mais de uma mola foi utilizada em 32 (18%) pacientes, com canais significativamente maiores que os restantes (2,3 ± 0,5 mm vs. 1,6 ± 0,5 mm; p < 0,001). Oclusão imediata foi observada em 160 pacientes e 17 (9,6%) possuíam fluxo residual discreto, difuso e de baixa velocidade. Redução de pulsos e transfusão foram complicações observadas em dois pacientes. Um paciente com fluxo residual discreto não retornou. Todos os 176 pacientes, à ecocardiografia, apresentavam oclusão e nenhum apresentava distúrbios de fluxo na aorta ou na artéria pulmonar no seguimento (mediana: seis meses). CONCLUSÃO: A tolerância zero para fluxos residuais imediatos e a seleção otimizada das molas e dos pacientes, provavelmente, explicam esses ótimos resultados. O procedimento é simples, custo efetivo, seguro e altamente eficaz.

    Resumo em Inglês:

    INTRODUCTION: Percutaneous occlusion of the patent ductus arteriosus (PDA) by non-controlled retrogade release of Gianturco coils has been frequently employed. METHODS: Since January of 2001, we have applied this technique for patients with type A, D and E PDAs with < 3 mm and have not tolerated significant immediate residual leaks, implanting additional coils. In this paper we report the outcome of this approach. RESULTS: From January 2001, 178 patients (110 females; median age and weight: 5 years and 17 kg, respectively) underwent the procedure. The mean minimal diameter of the PDA was 1.8 ± 0.6 mm (0.5 to 3.0 mm) with 157, 9 and 12 being of types A, D and E, respectively. In 3 patients, there was initial embolization with percutaneous retrieval followed by coil re-implantation in 2 (success rate: 99.4%). More than one coil was required in 32 patients with PDAs significantly larger than the remainder (2.3 ± 0.5 versus 1.6 ± 0.5 mm; p < 0.001). Immediate occlusion was observed in 160 patients with 17 (9.6%) having discrete, diffuse, low velocity residual leaks. Pulse reduction and transfusion were complications observed in 2 patients. One patient with mild residual leak was lost to follow up. On echocardiography, all 176 patients had occlusion and none had flow disturbances in the aorta or in the pulmonary artery on follow up (average 6 months). CONCLUSION: Zero tolerance for significant immediate residual leaks and optimized selection of coils and patients probably explain these excellent outcomes. The procedure is easy to perform, cost effective, safe and highly efficient.
  • Evolução clínica da enxaqueca após oclusão percutânea de forame oval patente Artigos Originais

    Selig, Fábio Augusto; Souza Filho, Newton Fernando Stadler de; Kovacs, Pedro André; Mendel, Eduardo

    Resumo em Português:

    INTRODUÇÃO: A enxaqueca atinge aproximadamente 18% das mulheres e 6% dos homens. Cerca de 50% dos pacientes com enxaqueca com aura (MA+) e 30% dos sem aura (MA-) são portadores de forame oval patente (FOP), incidência maior que na população geral. Este estudo teve como objetivo avaliar a evolução clínica de pacientes com MA+ e MA- submetidos a oclusão percutânea. MÉTODO: Foram incluídos pacientes portadores de enxaqueca crônica refratária a tratamento clínico encaminhados ao Laboratório de Hemodinâmica do Hospital Ecoville, entre agosto de 2006 e maio de 2007, para oclusão do FOP. A cefaléia foi caracterizada clinicamente quanto a intensidade, freqüência, duração e presença de aura, bem como foram avaliados os fatores de co-morbidade. A avaliação complementar foi realizada por meio de ressonância magnética de crânio (RMC), ecocardiografia Doppler transesofágica (ETE) e Doppler transcraniano (DTC), os dois últimos métodos com injeção de microbolhas e manobra de Valsalva. Foram, então, realizados cateterismo cardíaco e oclusão do FOP com prótese. Os pacientes foram acompanhados com reavaliação dos mesmos critérios pré-operatórios. RESULTADOS: No total, foram avaliados sete pacientes (seis do sexo feminino), entre 18 e 65 anos de idade, cinco deles portadores de MA+ (enxaqueca clássica) e outros dois portadores de MA-. Em quatro pacientes foram observadas crises moderadas e em três, crises graves. Todos, exceto um, apresentavam alterações isquêmicas à RMC, quatro apresentavam associação com depressão e um, com doença de Behçet. Todos tinham resultados de ETE e DTC positivos, que foram negativados até três meses após a oclusão. Apenas um paciente não apresentou melhora após o tratamento. CONCLUSÃO: Apesar do número ainda pequeno de pacientes, a oclusão percutânea do FOP com prótese parece ser método promissor para o tratamento complementar da enxaqueca.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND: Migraine is present in 18% of women and 6% of men. 50% of the patients that suffer migraine with aura (MA+) and 30% that suffer migraine without aura (MA-) have Patent Oval Foramen (POF), a larger incidence compared to the general population. This study aimed to evaluate clinical evolution of patients MA+ and MA- that underwent POF closure. METHOD: The inclusion criterion was patients with chronic migraine without pharmacological therapy response that underwent POF closure between August 2006 and May 2007. Migraine severity was classified by its intensity, frequency, duration and presence of aura, and presence of associated diseases. Further investigation was done by cranial magnetic resonance (CMR), transesophageal echocardiography (TEE) and transcranial doppler (TCD), the last two done with microbubble-enhanced contrast and Valsalva maneuver. After percutaneous treatment, patients were followed-up with the same criteria as before closure. RESULTS: Of the seven patients who underwent POF closure, six were female. Ages ranged between 18 and 65 years of age. Five patients were MA+ and two were MA-. The migraine severity was classified as severe in four cases and moderated in three. All, except one patient, had CMR ischaemic abnormalities. Four patients also had depression and one had Behçet disease. All of them had positive TEE and TCD investigation, that turned out to be negative at the follow-up, three months later. Just one patient did not improve migraine crisis after POF closure. CONCLUSIONS: In spite of the low sample number, POF closure seems to be a good adjunct treatment of migraine.
  • Células-tronco mesenquimais para reparo cardíaco Artigo De Revisão

    Schuster, Michael D.; Martens, Timothy P.; Itescu, Silviu

    Resumo em Português:

    As células-tronco mesenquimais (CTMs) são uma população adulta de células que compartilham algumas características fenotípicas com as células-tronco embrionárias, mas carecem da preocupação ética ou da segurança associadas a tais células indiferenciadas. As CTMs estão localizadas, principalmente, na medula óssea e, em menor grau, em outros tecidos. Elas podem ser positivamente selecionadas, expandidas em cultura ex vivo, e se diferenciar para a linhagem de osteócitos, condrócitos e adipócitos do tecido mesenquimal. As chamadas células mesenquimais progenitoras (CMPs), precursoras de CTMs, podem ser isoladas da medula óssea, resultando em produto homogêneo, contendo uma população marcadamente mais pura de CTMs, ou seja, sem o elevado número de células contaminantes inerentes às técnicas de isolamento. Além disso, as CTMs carecem de certos receptores coestimulantes, como os antígenos de histocompatibilidade (HLA) da classe II, e, localmente, secretam fatores, diminuindo a resposta das células T e permitindo a utilização alogênica como produto já disponível. As CTMs aumentaram a neovascularização e a regeneração de cardiomiócitos em uma série de modelos animais, acarretando a melhoria do resultado funcional cardíaco e a limitação do progresso da insuficiência cardíaca. O(s) mecanismo(s) de melhoria permanece(m) um assunto discutível. As alternativas incluem diferenciação direta das CTMs versus secreção parácrina de fatores que indiretamente afetam o tecido endógeno e as células progenitoras locais. Apesar de ainda se buscar o mecanismo exato da melhoria cardíaca, fica claro que as CTMs alogênicas oferecem terapia celular reprodutível, barata e amigável, do ponto de vista regulatório, para o tratamento de moléstia cardiovascular, que, para maior segurança e eficiência, precisarão ser investigadas por ensaios clínicos.

    Resumo em Inglês:

    Mesenchymal stem cells (MSCs) are an adult stem cell population that share some phenotypic characteristics with embryonic stem cells but lack the ethical or safety concerns associated with such undifferentiated cells. MSCs are located primarily in the bone marrow and to a lesser extent other tissues and can be positively selected, ex vivo culture expanded and are able to differentiate into the mesenchymal tissue lineage of osteocytes, chondrocytes and adipocytes. A precursor of MSCs termed mesenchymal progenitor cells (MPCs) can be further isolated from bone marrow resulting in a homogenous product containing a significantly purer population of MSCs without the high number of contaminating cells inherent toMSC isolation techniques. Additionally, MSCs lack certain co-stimulatory receptors such as HLA class II and locally secrete factors downregulating T cell responses allowing for allogeneic usage as an off-the-shelf product. MSCs increase neovascularization and cardiomyocyte regeneration in a number of animal models resulting in improvement in cardiac functional outcome and limitation of the progression to heart failure. The mechanism(s) of improvement remains a matter of debate. Alternatives include direct differentiation of the MSCs vs. paracrine secretion of factors that indirectly effect endogenous tissue and local progenitor cells. While the exact mechanism of cardiac improvement continues to be explored, it is clear that allogeneic MSCs offer a reproducible, inexpensive, regulatory-friendly cellular therapy treatment for cardiovascular disease that will need to be investigated in larger safety and efficacy clinical trials.
  • Terapia de recanalização endovascular de oclusão da artéria carótida em paciente com acidente vascular cerebral agudo Relatos De Caso

    Sánchez, Andrés G.; Kambara, Antonio M.; Moreira, Samuel M.; Chaves, Áurea J.; Cano, Manuel N.; Mattos, Luiz A.; Abizaid, Alexandre; Feres, Fausto; Sousa, Amanda G.M.R.; Sousa, J. Eduardo

    Resumo em Português:

    Relatamos o caso de uma paciente de 69 anos, que, após a realização de arteriografia carotídea, apresentou trombose sintomática da bifurcação carotídea. A paciente foi submetida imediatamente a reperfusão endovascular mecânica, com implante bem-sucedido de stent carotídeo, obtendo reversão completa do déficit neurológico.

    Resumo em Inglês:

    A 69 year-old woman developed symptomatic internal carotid artery thrombosis after carotid angiography. She was immediately submitted to mechanical endovascular reperfusion with successful carotid stent implantation and complete neurological recovery.
  • Fratura de stent como causa de reestenose em stent farmacológico Relatos De Caso

    Andréa, Júlio César Machado; Salles, José Ary Boechat e; Goldberg, Filipe; Cortes, Leandro; Figueira, Hélio Roque

    Resumo em Português:

    Os stents coronários são usados em mais de 90% das intervenções coronárias percutâneas. Entretanto, sua eficácia está limitada pela ocorrência de reestenose, variando de 15% a 50% dos casos, dependendo da morfologia da lesão e da presença de co-morbidades (como, por exemplo, diabetes melito e insuficiência renal). Nos últimos anos, os stents farmacológicos provaram ser eficazes em suprimir a hiperplasia neo-intimal, reduzindo a taxa de reestenose para um dígito. Neste artigo, os autores descrevem um caso de reestenose em stent com eluição de sirolimus relacionada à fratura do stent.

    Resumo em Inglês:

    The latest great revolution in the management of restenosis has been the introduction of the drug-eluting-stents (DES). They have been proven very effective in suppressing neointimal proliferation and reduces restenosis rates to single digit numbers. A case of DES strut fracture-induced restenosis is described.
  • Olhar para a frente (e para o lado)!: por que olhar para trás? Visão do "radialista" Carta Ao Editor

    Tebet, Marden Andre; Andrade, Pedro Beraldo de; Labrunie, André
Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista - SBHCI R. Beira Rio, 45, 7o andar - Cj 71, 04548-050 São Paulo – SP, Tel. (55 11) 3849-5034, Fax (55 11) 4081-8727 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: sbhci@sbhci.org.br