Acessibilidade / Reportar erro

Osteocondroma: ignorar ou investigar?

Resumos

Osteocondromas são protuberâncias ósseas envolvidas por uma camada de cartilagem. Atingem, habitualmente, as extremidades dos ossos longos no esqueleto imaturo e os deformam. Em geral são únicos, mas a forma de apresentação múltipla pode ser encontrada. De aspecto bastante característico, são de fácil diagnóstico. Contudo, por vezes, a localização atípica (esqueleto axial) e/ou a malignização da lesão podem dificultar a sua pronta identificacão por exames radiográficos. Nesses casos, exames de imagem mais apurados são necessários. Apesar de não afetarem diretamente a expectativa de vida do portador, algumas complições, com variados graus de gravidade, podem ocorrer.

Osteocondroma/etiologia; Osteocondroma/fisiopatologia; Osteocondroma/diagnóstico; Neoplasias ósseas


Osteochondromas are bone protuberances surrounded by a cartilage layer. They generally affect the extremities of the longbones in an immature skeleton and deform them. They usually occur singly, but a multiple form of presentation may be found. They have a very characteristic appearance and are easily diagnosed. However, an atypical site (in the axial skeleton) and/or malignant transformation of the lesion may sometimes make it difficult to identify osteochondromas immediately by means of radiographic examination. In these cases, imaging examinations that are more refined are necessary. Although osteochondromas do not directly affect these patients' life expectancy, certain complications may occur, with varying degrees of severity.

Osteochondroma/etiology; Osteochondroma/physiopathology; Osteochondroma/diagnosis; Bone neoplasms


Introdução

Permanece o debate se o osteocondroma é uma desordem do desenvolvimento (lesão pseudotumoral) ou uma neoplasia.11. Khurana J, Abdul-Karim F, Bovée JVM. Osteochondroma. In: Fletcher CD, Unni KK, Mertens F, editors. Pathology and genetics of tumours of the soft tissues and bones. Lyon: IARC Press; 2002. p. 234–7. Seja ele uma lesão pseudotumoral ou o mais comum tumor benigno do osso,22. Murphey MD, Choi JJ, Kransdorf MJ, Flemming DJ, Gannon FH. Imaging of osteochondroma: variants and complications with radiologic–pathologic correlation. Radiographics. 2000;20(5):1407–34. certamente é uma exostose (proliferacão óssea externa que deforma o osso).33. Costeira O. Termos e expressões da prática médica. Rio de Janeiro: Farmoquímica; 2001. Protuberância óssea, essa, habitualmente encontrada no esqueleto imaturo das crianças e dos adolescentes (fig. 1).

Figura 1
Radiografias em AP (anteroposterior) (A) e Perfil (B) do joelho esquerdo. Notar exostose (osteocondroma – setas) na região proximal da tíbia em um paciente com esqueleto imaturo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os oste-ocondromas são projeções ósseas, envolvidas por uma capa cartilaginosa, que se elevam na superfície externa do osso.11. Khurana J, Abdul-Karim F, Bovée JVM. Osteochondroma. In: Fletcher CD, Unni KK, Mertens F, editors. Pathology and genetics of tumours of the soft tissues and bones. Lyon: IARC Press; 2002. p. 234–7. Apesar da predominante composição óssea, o seu crescimento ocorre na porção cartilaginosa.44. Unni KK. Osteochondroma. Dahlin's bone tumors: general aspects and data on 11,087 cases. 5th ed. Springfield: Thomas; 1996. p. 11–23.

Apresentam-se sob duas formas clínicas distintas:55. Dorfman HD, Czerniak B. Osteochondroma. Bone tumors. St. Louis: Mosby; 1998. p. 331–46. lesão única (osteocondroma solitário) ou diversas lesões (osteocon-dromas múltiplos).

Osteocondroma solitário

Entidade também denominada exostose osteocondromatosa,11. Khurana J, Abdul-Karim F, Bovée JVM. Osteochondroma. In: Fletcher CD, Unni KK, Mertens F, editors. Pathology and genetics of tumours of the soft tissues and bones. Lyon: IARC Press; 2002. p. 234–7. exostose osteocartilaginosa44. Unni KK. Osteochondroma. Dahlin's bone tumors: general aspects and data on 11,087 cases. 5th ed. Springfield: Thomas; 1996. p. 11–23.,55. Dorfman HD, Czerniak B. Osteochondroma. Bone tumors. St. Louis: Mosby; 1998. p. 331–46. ou, simplesmente exostose.22. Murphey MD, Choi JJ, Kransdorf MJ, Flemming DJ, Gannon FH. Imaging of osteochondroma: variants and complications with radiologic–pathologic correlation. Radiographics. 2000;20(5):1407–34.

Osteocondromas múltiplos

Dentre os diversos sinônimos usados na literatura, são os mais comuns: exostose múltipla hereditária, exostose cartilaginosa múltipla, osteocondromatose hereditária e osteocondromatose múltipla hereditária.

Epidemiologia

Osteocondroma solitário

Constitui 10% de todos os tumores ósseos e, dentre eles, 35% (20-50%) dos benignos.11. Khurana J, Abdul-Karim F, Bovée JVM. Osteochondroma. In: Fletcher CD, Unni KK, Mertens F, editors. Pathology and genetics of tumours of the soft tissues and bones. Lyon: IARC Press; 2002. p. 234–7.,44. Unni KK. Osteochondroma. Dahlin's bone tumors: general aspects and data on 11,087 cases. 5th ed. Springfield: Thomas; 1996. p. 11–23.88. Scarborough MT, Moreau G. Benign cartilage tumors. Orthop Clin North Am. 1996;27(3):583–9. Lesão única é encontrada em 85% dos indivíduos diagnosticados com osteocondroma.55. Dorfman HD, Czerniak B. Osteochondroma. Bone tumors. St. Louis: Mosby; 1998. p. 331–46. A exostose é, comumente, identificada na infância e na adolescência.11. Khurana J, Abdul-Karim F, Bovée JVM. Osteochondroma. In: Fletcher CD, Unni KK, Mertens F, editors. Pathology and genetics of tumours of the soft tissues and bones. Lyon: IARC Press; 2002. p. 234–7.,44. Unni KK. Osteochondroma. Dahlin's bone tumors: general aspects and data on 11,087 cases. 5th ed. Springfield: Thomas; 1996. p. 11–23.

Os osteocondromas acometem, com mais frequencia, o esqueleto apendicular (membros superiores e inferiores).55. Dorfman HD, Czerniak B. Osteochondroma. Bone tumors. St. Louis: Mosby; 1998. p. 331–46. Os ossos longos dos membros inferiores são mais comumente afetados.66. Resnick D, Kyriakos M, Greenway GD. Osteochondroma. In: Resnick D, editor. Diagnosis of bone and joint disorders. 3rd ed. Philadelphia: Saunders; 1995. p. 3725–46.,99. Mirra JM. Benign cartilaginous exostoses: osteo-chondroma and osteochondromatosis. Bone tumors: clinical, radiologic, and pathologic correlations. Philadelphia: Lea & Febiger; 1989. p. 1626–59.1111. Keith A. Studies on the anatomical changes which accompany certain growth-disorders of the human body: I. The nature of the structural alterations in the disorder known as multiple exostoses. J Anat. 1920;54 Pt 2–3:101–15. A região do joelho (40% dos casos) é a mais envolvida (fig. 2).55. Dorfman HD, Czerniak B. Osteochondroma. Bone tumors. St. Louis: Mosby; 1998. p. 331–46.77. Giudici MA, Moser RP Jr, Kransdorf MJ. Cartilaginous bone tumors. Radiol Clin North Am. 1993;31(2):237–59.,1212. Unni KK. Chondrosarcoma (primary, secondary, dedifferentiated, and clear-cell). Dahlin's bone tumors: general aspects and data on 11,087 cases. 5th ed. Springfield: Thomas; 1996. p. 71–108. Após o joelho, as porções proximais do fêmur e do úmero são os sítios preferencialmente atingidos. Uma vez no osso longo, habitualmente se localiza na metáfise e é raro na diáfise.22. Murphey MD, Choi JJ, Kransdorf MJ, Flemming DJ, Gannon FH. Imaging of osteochondroma: variants and complications with radiologic–pathologic correlation. Radiographics. 2000;20(5):1407–34. Ossos chatos, como a escápula e quadril, também podem ser envolvidos (fig. 3).55. Dorfman HD, Czerniak B. Osteochondroma. Bone tumors. St. Louis: Mosby; 1998. p. 331–46.

Figura 2
Os ossos longos dos membros inferiores (região do joelho) são mais comumente afetados. (A) Radiografia simples em perfil. (B) Reconstrução de TC em 3 D. Observar lesão (setas) na região proximal da tíbia.
Figura 3
Imagem de reconstrução em 3 D de tomografia computadorizada do tórax. Notar, no interior da figura oval preta, exostose única na região do corpo da escápula esquerda, junto aos arcos costais.

Apesar da leve predominância do gênero masculino em relação ao oposto, referida por alguns autores,44. Unni KK. Osteochondroma. Dahlin's bone tumors: general aspects and data on 11,087 cases. 5th ed. Springfield: Thomas; 1996. p. 11–23.,55. Dorfman HD, Czerniak B. Osteochondroma. Bone tumors. St. Louis: Mosby; 1998. p. 331–46.,77. Giudici MA, Moser RP Jr, Kransdorf MJ. Cartilaginous bone tumors. Radiol Clin North Am. 1993;31(2):237–59. parece não existir uma efetiva predileção pelo gênero.11. Khurana J, Abdul-Karim F, Bovée JVM. Osteochondroma. In: Fletcher CD, Unni KK, Mertens F, editors. Pathology and genetics of tumours of the soft tissues and bones. Lyon: IARC Press; 2002. p. 234–7.

Osteocondromas múltiplos

Alguns autores reportam uma incidência de 1:50.000 pessoas.11. Khurana J, Abdul-Karim F, Bovée JVM. Osteochondroma. In: Fletcher CD, Unni KK, Mertens F, editors. Pathology and genetics of tumours of the soft tissues and bones. Lyon: IARC Press; 2002. p. 234–7.,1313. Schmale GA, Conrad EU 3rd, Raskind WH. The natural history of hereditary multiple exostoses. J Bone Joint Surg Am. 1994;76(7):986–92. Dos pacientes com exostose, 15% têm múltiplas lesões.11. Khurana J, Abdul-Karim F, Bovée JVM. Osteochondroma. In: Fletcher CD, Unni KK, Mertens F, editors. Pathology and genetics of tumours of the soft tissues and bones. Lyon: IARC Press; 2002. p. 234–7. Nessa apresentação, o osteocondroma tende a ser grande e séssil com uma lobulada e abundante capa cartilaginosa.55. Dorfman HD, Czerniak B. Osteochondroma. Bone tumors. St. Louis: Mosby; 1998. p. 331–46. De forma similar ao solitário, o osteocondroma múltiplo tem uma predileção pela metáfise dos ossos longos, especialmente do membro inferior (fig. 4).1414. Stieber JR, Dormans JP. Manifestations of hereditary multiple exostoses. J Am Acad Orthop Surg. 2005;13(2):110–20.

Figura 4
Exostose múltipla hereditária. (A e B) Nos joelhos, radiografias evidenciam lesões múltiplas nas regiões proximais das tíbias e das fíbulas.

A idade dos pacientes com lesões múltiplas é semelhante à de outros com exostose única e não existe também predileção pelo gênero.11. Khurana J, Abdul-Karim F, Bovée JVM. Osteochondroma. In: Fletcher CD, Unni KK, Mertens F, editors. Pathology and genetics of tumours of the soft tissues and bones. Lyon: IARC Press; 2002. p. 234–7.

Etiologia

Sua causa permanece desconhecida. Baseado na semelhança da capa cartilaginosa da exostose com a cartilagem de crescimento (fise) do osso, várias hipóteses têm sido aventadas: todas elas relacionadas com alterações da fise.11. Khurana J, Abdul-Karim F, Bovée JVM. Osteochondroma. In: Fletcher CD, Unni KK, Mertens F, editors. Pathology and genetics of tumours of the soft tissues and bones. Lyon: IARC Press; 2002. p. 234–7. Outro dado que corrobora a possível correlação entre as cartilagens (do osteocondroma e da placa epifisial) é que, usualmente, com a maturidade esquelética (após a adolescência), o crescimento da lesão também cessa.22. Murphey MD, Choi JJ, Kransdorf MJ, Flemming DJ, Gannon FH. Imaging of osteochondroma: variants and complications with radiologic–pathologic correlation. Radiographics. 2000;20(5):1407–34. Assim, a lesão parece resultar da separação de um fragmento da cartilagem de crescimento (do esqueleto imaturo) que sofre uma herniação.22. Murphey MD, Choi JJ, Kransdorf MJ, Flemming DJ, Gannon FH. Imaging of osteochondroma: variants and complications with radiologic–pathologic correlation. Radiographics. 2000;20(5):1407–34. O crescimento contínuo desse pedaco solto de cartilagem e sua subsequente ossificação endocondral formam uma saliência que se projeta da superfície óssea, recoberta com uma capa de cartilagem.22. Murphey MD, Choi JJ, Kransdorf MJ, Flemming DJ, Gannon FH. Imaging of osteochondroma: variants and complications with radiologic–pathologic correlation. Radiographics. 2000;20(5):1407–34. Contudo, ainda não está claro como de fato a referida separação ocorre.22. Murphey MD, Choi JJ, Kransdorf MJ, Flemming DJ, Gannon FH. Imaging of osteochondroma: variants and complications with radiologic–pathologic correlation. Radiographics. 2000;20(5):1407–34.

A variante com múltiplas lesões é uma alteração autosômica dominante1515. Steiner GC. Benign cartilage tumors. In: Taveras JM, Ferrucci JT, editors. Radiology: diagnosis – imaging – intervention. Philadelphia: JB Lippincott; 1992. p. 1–3.,1616. Harms SE, Greenway G. Musculoskeletal tumors. In: Stark DD, Bradley WG, editors. Magnetic resonance imaging. 2nd ed. St. Louis: Mosby Year Book; 1992. p. 2132–3. transmitida para ambos os sexos e caracterizada pela presenca de diversos osteocondromas.22. Murphey MD, Choi JJ, Kransdorf MJ, Flemming DJ, Gannon FH. Imaging of osteochondroma: variants and complications with radiologic–pathologic correlation. Radiographics. 2000;20(5):1407–34. Nesse grupo, há na maioria dos indivíduos uma história familiar positiva e/ou mutação em um dos genes EXT.1717. Legeai-Mallet L, Munnich A, Maroteaux P, Le Merrer M. Incomplete penetrance and expressivity skewing in hereditary multiple exostoses. Clin Genet. 1997;52(1):12–6.,1818. Bovée JV, Hogendoorn PC. Multiple osteochondromas. In: Fletcher CD, Unni KK, Mertens F, editors. World Health Organization Classification of Tumours. Pathology and genetics of tumours of soft tissue and bone. Lyon: IARC Press; 2002. p. 360–2. Esses genes (EXT1, EXT2 e EXT3) são encontrados nos cromossomos 8,11 e 19, respectivamente.1919. Wu YQ, Heutink P, de Vries BB, Sandkuijl LA, van den Ouweland AM, Niermeijer MF, et al. Assignment of a second locus for multiple exostoses to the pericentromeric region of chromosome 11. Hum Mol Genet. 1994;3(1):167–71.2222. Hecht JT, Hogue D, Strong LC, Hansen MF, Blanton SH, Wagner M. Hereditary multiple exostosis and chondrosarcoma: linkage to chromosome II and loss of heterozygosity for EXT-linked markers on chromosomes II and 8. Am J Hum Genet. 1995;56(5):1125–31.

Diagnóstico clínico

Osteocondroma solitário

Dentre os solitários, a imensa maioria é assintomática.77. Giudici MA, Moser RP Jr, Kransdorf MJ. Cartilaginous bone tumors. Radiol Clin North Am. 1993;31(2):237–59.,88. Scarborough MT, Moreau G. Benign cartilage tumors. Orthop Clin North Am. 1996;27(3):583–9.,1515. Steiner GC. Benign cartilage tumors. In: Taveras JM, Ferrucci JT, editors. Radiology: diagnosis – imaging – intervention. Philadelphia: JB Lippincott; 1992. p. 1–3.,2323. Resnick D, Kyriakos M, Greenway GD. Tumors and tumor-like lesions of bone: imaging and pathology of specific lesions. In: Resnick D, Niwayama G, editors. Diagnosis of bone and joint disorders. 2nd ed. Philadelphia: Saunders; 1988. p. 3648–720. Na verdade, sua descoberta é habitualmente ocasional. Uma vez detectados, apresentam um abaulamento de crescimento lento, consistência endurecida e indolor (fig. 5).11. Khurana J, Abdul-Karim F, Bovée JVM. Osteochondroma. In: Fletcher CD, Unni KK, Mertens F, editors. Pathology and genetics of tumours of the soft tissues and bones. Lyon: IARC Press; 2002. p. 234–7.,22. Murphey MD, Choi JJ, Kransdorf MJ, Flemming DJ, Gannon FH. Imaging of osteochondroma: variants and complications with radiologic–pathologic correlation. Radiographics. 2000;20(5):1407–34.

Figura 5
No exame clínico (A), por vezes, observa-se abaulamento de crescimento lento, consistência endurecida e indolor. (B) Radiografia da região proximal do úmero direito do mesmo paciente.

Já os sintomáticos estão, muitas vezes, relacionados ao tamanho e à localização da exostose. Como vimos, no esqueleto imaturo o osteocondroma acompanha o crescimento do osso envolvido, lenta e progressivamente, e para ao atingir a maturidade esquelética.2424. Margolis M, McLennan MK. Radiology rounds. Osteochondroma. Can Fam Physician. 1995;41(216):220–2.

Em poucos casos, a dor mais intensa pode estar presente e associada às complicações de origem mecânica,11. Khurana J, Abdul-Karim F, Bovée JVM. Osteochondroma. In: Fletcher CD, Unni KK, Mertens F, editors. Pathology and genetics of tumours of the soft tissues and bones. Lyon: IARC Press; 2002. p. 234–7. promovidas pela projeção do tecido duro (osso) nas partes moles:1414. Stieber JR, Dormans JP. Manifestations of hereditary multiple exostoses. J Am Acad Orthop Surg. 2005;13(2):110–20. seja por simples contato, compressão ou atrito, podemos observar (em diversos graus) parestesias, paresias, estalidos, edema, rubor ou palidez, a depender da estrutura anatômica atingida pela exostose.

No osteocondroma do tipo pediculado (ver Diagnóstico por Imagem), a dor aguda pode ocorrer por fratura da base (do pedículo) após trauma local.11. Khurana J, Abdul-Karim F, Bovée JVM. Osteochondroma. In: Fletcher CD, Unni KK, Mertens F, editors. Pathology and genetics of tumours of the soft tissues and bones. Lyon: IARC Press; 2002. p. 234–7.,44. Unni KK. Osteochondroma. Dahlin's bone tumors: general aspects and data on 11,087 cases. 5th ed. Springfield: Thomas; 1996. p. 11–23.,1414. Stieber JR, Dormans JP. Manifestations of hereditary multiple exostoses. J Am Acad Orthop Surg. 2005;13(2):110–20.,2525. Tanigawa N, Kariya S, Kojima H, Komemushi A, Fujii H, Sawada S. Lower limb ischaemia caused by fractured osteochondroma of the femur. Br J Radiol. 2007;80(952):e78–80.

Osteocondromas múltiplos

Na forma múltipla da afecção são observadas: baixa estatura, deformidades dos ossos afetados e desproporção do tronco e dos membros.22. Murphey MD, Choi JJ, Kransdorf MJ, Flemming DJ, Gannon FH. Imaging of osteochondroma: variants and complications with radiologic–pathologic correlation. Radiographics. 2000;20(5):1407–34.,55. Dorfman HD, Czerniak B. Osteochondroma. Bone tumors. St. Louis: Mosby; 1998. p. 331–46.,1414. Stieber JR, Dormans JP. Manifestations of hereditary multiple exostoses. J Am Acad Orthop Surg. 2005;13(2):110–20.,1717. Legeai-Mallet L, Munnich A, Maroteaux P, Le Merrer M. Incomplete penetrance and expressivity skewing in hereditary multiple exostoses. Clin Genet. 1997;52(1):12–6.,2626. Wicklund CL, Pauli RM, Johnston D, Hecht JT. Natural history study of hereditary multiple exostoses. Am J Med Genet. 1995;55(1):43–6.2828. Hennekam RC. Hereditary multiple exostoses. J Med Genet. 1991;28(4):262–6. Envolvimento severo de alguns ossos promovem encurtamento e deformidade osteoarticular, com consequente restrição1414. Stieber JR, Dormans JP. Manifestations of hereditary multiple exostoses. J Am Acad Orthop Surg. 2005;13(2):110–20. da amplitude de movimento da articulação. Como principais exemplos temos: deformidade do antebraco (por encurtamento da ulna), desigualdade no comprimento dos membros inferiores e angulação (varo ou valgo) do joelho (fig. 6).1313. Schmale GA, Conrad EU 3rd, Raskind WH. The natural history of hereditary multiple exostoses. J Bone Joint Surg Am. 1994;76(7):986–92.,2929. Shapiro F, Simon S, Glimcher MJ. Hereditary multiple exostoses. Anthropometric, roentgenographic, and clinical aspects. J Bone Joint Surg Am. 1979;61(6):815–24.,3030. Shah ZK, Peh WC, Wong Y, Shek TW, Davies AM. Sarcomatous transformation in diaphyseal aclasis. Australas Radiol. 2007;51(2):110–9.

Figura 6
Radiografia de indivíduo com exostose múltipla hereditária. Notar deformidade do antebraço (por encurtamento da ulna).

Transformação maligna

Rápido aumento no tamanho da lesão e processo álgico local sugerem transformação sarcomatosa em indivíduos com osteocondroma previamente assintomáticos.11. Khurana J, Abdul-Karim F, Bovée JVM. Osteochondroma. In: Fletcher CD, Unni KK, Mertens F, editors. Pathology and genetics of tumours of the soft tissues and bones. Lyon: IARC Press; 2002. p. 234–7.,1616. Harms SE, Greenway G. Musculoskeletal tumors. In: Stark DD, Bradley WG, editors. Magnetic resonance imaging. 2nd ed. St. Louis: Mosby Year Book; 1992. p. 2132–3.,2828. Hennekam RC. Hereditary multiple exostoses. J Med Genet. 1991;28(4):262–6.,3030. Shah ZK, Peh WC, Wong Y, Shek TW, Davies AM. Sarcomatous transformation in diaphyseal aclasis. Australas Radiol. 2007;51(2):110–9.,3131. Greenspan A. Tumors of cartilage origin. Orthop Clin North Am. 1989;20(3):347–66. A continuidade do crescimento da lesão após maturidade esquelética também deve despertar tal suspeita. Outros achados clínicos ocasionalmente relacionados: discreto aumento de partes moles, elevação da temperatura e eritema locais.3030. Shah ZK, Peh WC, Wong Y, Shek TW, Davies AM. Sarcomatous transformation in diaphyseal aclasis. Australas Radiol. 2007;51(2):110–9.

Diagnóstico por imagem

Radiografias simples

A aparência radiográfica reflete uma lesão composta de tecido ósseo cortical e medular22. Murphey MD, Choi JJ, Kransdorf MJ, Flemming DJ, Gannon FH. Imaging of osteochondroma: variants and complications with radiologic–pathologic correlation. Radiographics. 2000;20(5):1407–34. que se projeta para fora do osso acometido. É exatamente a continuidade da lesão com a superfície do osso hospedeiro que é patognomônico do osteocondroma.22. Murphey MD, Choi JJ, Kransdorf MJ, Flemming DJ, Gannon FH. Imaging of osteochondroma: variants and complications with radiologic–pathologic correlation. Radiographics. 2000;20(5):1407–34. Essa continuidade é facilmente observada nas lesões que "habitam" os ossos longos,22. Murphey MD, Choi JJ, Kransdorf MJ, Flemming DJ, Gannon FH. Imaging of osteochondroma: variants and complications with radiologic–pathologic correlation. Radiographics. 2000;20(5):1407–34. naquelas incidências radiográficas padrões (duas imagens em planos ortogonais). Contudo, nos ossos planos (bacia e escápula) e irregulares (vértebras), essa relação e, como consequência, o diagnóstico podem não ser evidentes apenas nas radiografias simples (fig. 7).22. Murphey MD, Choi JJ, Kransdorf MJ, Flemming DJ, Gannon FH. Imaging of osteochondroma: variants and complications with radiologic–pathologic correlation. Radiographics. 2000;20(5):1407–34.

Figura 7
Radiografias com osteocondromas projetados (setas vazadas) de diferentes tipos de ossos. (A) Nos ossos longos (p. ex. falange – seta cheia), as incidências radiográficas padrão (duas imagens em planos ortogonais) são suficientes para o diagnóstico. (B) Contudo, nos ossos planos (p. ex. escápula – seta cheia) e irregulares, as exostoses podem não ser tão evidentes apenas nas radiografias simples.

A imagem característica é de uma protuberância óssea (externa)11. Khurana J, Abdul-Karim F, Bovée JVM. Osteochondroma. In: Fletcher CD, Unni KK, Mertens F, editors. Pathology and genetics of tumours of the soft tissues and bones. Lyon: IARC Press; 2002. p. 234–7.,44. Unni KK. Osteochondroma. Dahlin's bone tumors: general aspects and data on 11,087 cases. 5th ed. Springfield: Thomas; 1996. p. 11–23. e pode ter a base larga (séssil) ou estreita (pediculado ou pedunculado) (fig. 8). Pelo seu aspecto único é possível, por exemplo, prescindir da biópsia, na maioria dos casos, para o seu diagnóstico.

Figura 8
Diferentes tipos de osteocondroma. Notar que no exame (A) a lesão do úmero é séssil (tem base alargada – setas); enquanto que no (B) é pediculada ou pedunculada (base estreita seta] menor em relação à sua altura).

Comumente a sua capa cartilaginosa não é visível nesses exames, pois a sua densidade é similar aos tecidos moles circundantes.1515. Steiner GC. Benign cartilage tumors. In: Taveras JM, Ferrucci JT, editors. Radiology: diagnosis – imaging – intervention. Philadelphia: JB Lippincott; 1992. p. 1–3. Entretanto, calcificações cartilaginosas, algumas vezes, podem ser observadas.1515. Steiner GC. Benign cartilage tumors. In: Taveras JM, Ferrucci JT, editors. Radiology: diagnosis – imaging – intervention. Philadelphia: JB Lippincott; 1992. p. 1–3.,2323. Resnick D, Kyriakos M, Greenway GD. Tumors and tumor-like lesions of bone: imaging and pathology of specific lesions. In: Resnick D, Niwayama G, editors. Diagnosis of bone and joint disorders. 2nd ed. Philadelphia: Saunders; 1988. p. 3648–720.,3131. Greenspan A. Tumors of cartilage origin. Orthop Clin North Am. 1989;20(3):347–66. Calcificação irregular é por vezes vista.11. Khurana J, Abdul-Karim F, Bovée JVM. Osteochondroma. In: Fletcher CD, Unni KK, Mertens F, editors. Pathology and genetics of tumours of the soft tissues and bones. Lyon: IARC Press; 2002. p. 234–7. Porém, nas radiografias com excessiva calcificação tipo "flocos",11. Khurana J, Abdul-Karim F, Bovée JVM. Osteochondroma. In: Fletcher CD, Unni KK, Mertens F, editors. Pathology and genetics of tumours of the soft tissues and bones. Lyon: IARC Press; 2002. p. 234–7. devemos suspeitar de transformação sarcomatosa do osteocondroma.

Tomografia computadorizada

Complementam as radiografias que mostram detalhes da continuidade do osso cortical e esponjoso no interior da lesão3232. Kenney PJ, Gilula LA, Murphy WA. The use of computed tomography to distinguish osteochondroma and chondrosarcoma. Radiology. 1981;139(1):129–37.3737. Moriwaka F, Hozen H, Nakane K, Sasaki H, Tashiro K, Abe H. Myelopathy due to osteochondroma: MR and CT studies. J Comput Assist Tomogr. 1990;14(1):128–30. e sua relação com as partes moles adjacentes (fig. 9). Seus cortes axiais facilitam a interpretação22. Murphey MD, Choi JJ, Kransdorf MJ, Flemming DJ, Gannon FH. Imaging of osteochondroma: variants and complications with radiologic–pathologic correlation. Radiographics. 2000;20(5):1407–34. das lesões que se localizam em sítios anatômicos mais complexos,2323. Resnick D, Kyriakos M, Greenway GD. Tumors and tumor-like lesions of bone: imaging and pathology of specific lesions. In: Resnick D, Niwayama G, editors. Diagnosis of bone and joint disorders. 2nd ed. Philadelphia: Saunders; 1988. p. 3648–720. a exemplo da coluna e dos cíngulos dos membros superiores e inferiores (fig. 10).

Figura 9
Cortes axiais de tomografia computadorizada da região distal da coxa. Detalhe da exostose na região medial (figura oval branca). Observar continuidade da lesão com a cortical do osso (seta preta vazada) e a sua relação com as partes moles adjacentes.
Figura 10
As imagens de tomografia computadorizada facilitam a localização de exostoses (figuras ovais brancas) em sítios anatômicos mais complexos (a exemplo da coluna – região sacral). (A) Imagem axial. (B) Reconstrução em 3 D.

Ressonância magnética

É um exame que também demonstra continuidade cortical e medular entre o osteocondroma e o osso hospedeiro.22. Murphey MD, Choi JJ, Kransdorf MJ, Flemming DJ, Gannon FH. Imaging of osteochondroma: variants and complications with radiologic–pathologic correlation. Radiographics. 2000;20(5):1407–34. De forma idêntica a uma porção normal do osso, na exostose a cortical apresenta uma baixa intensidade de sinal (hipossinal) em todas as sequências, enquanto o componente medular permanece com a aparência da medula amarela (fig. 11A).22. Murphey MD, Choi JJ, Kransdorf MJ, Flemming DJ, Gannon FH. Imaging of osteochondroma: variants and complications with radiologic–pathologic correlation. Radiographics. 2000;20(5):1407–34.

Figura 11
Imagens de ressonância magnética. (A) Imagem sagital ponderada em T1 (notar hipossinal das corticais do osso e da lesão setas vazadas]; e hiperssinal da medula óssea em ambos setas cheias]). (B) Imagem sagital ponderada em T2 (observar que a maior espessura da capa cartilaginosa apresenta cerca de 1,5 cm entre setas]).

É aceito como o mais seguro método de imagem para avaliar as estruturas adjacentes ao osteocondroma e para observar e mensurar a capa de cartilagem22. Murphey MD, Choi JJ, Kransdorf MJ, Flemming DJ, Gannon FH. Imaging of osteochondroma: variants and complications with radiologic–pathologic correlation. Radiographics. 2000;20(5):1407–34.,3030. Shah ZK, Peh WC, Wong Y, Shek TW, Davies AM. Sarcomatous transformation in diaphyseal aclasis. Australas Radiol. 2007;51(2):110–9. que envolve a exostose. A espessura dessa camada é usada como critério para diferenciação11. Khurana J, Abdul-Karim F, Bovée JVM. Osteochondroma. In: Fletcher CD, Unni KK, Mertens F, editors. Pathology and genetics of tumours of the soft tissues and bones. Lyon: IARC Press; 2002. p. 234–7.,3030. Shah ZK, Peh WC, Wong Y, Shek TW, Davies AM. Sarcomatous transformation in diaphyseal aclasis. Australas Radiol. 2007;51(2):110–9. na suspeita de malignização sarcomatosa do tecido cartilaginoso (fig. 11B). Contudo, a esse respeito as opiniões não são consenso.3030. Shah ZK, Peh WC, Wong Y, Shek TW, Davies AM. Sarcomatous transformation in diaphyseal aclasis. Australas Radiol. 2007;51(2):110–9. Alguns autores11. Khurana J, Abdul-Karim F, Bovée JVM. Osteochondroma. In: Fletcher CD, Unni KK, Mertens F, editors. Pathology and genetics of tumours of the soft tissues and bones. Lyon: IARC Press; 2002. p. 234–7.,44. Unni KK. Osteochondroma. Dahlin's bone tumors: general aspects and data on 11,087 cases. 5th ed. Springfield: Thomas; 1996. p. 11–23.,3838. Lee JK, Yao L, Wirth CR. MR imaging of solitary osteochondromas: report of eight cases. AJR Am J Roentgenol. 1987;149(3):557–60. sugerem que uma espessura maior do que 2 cm (no adulto) pode ser indicativa de malignização; outros aceitam essa possibilidade quando superior a 1,5 cm.22. Murphey MD, Choi JJ, Kransdorf MJ, Flemming DJ, Gannon FH. Imaging of osteochondroma: variants and complications with radiologic–pathologic correlation. Radiographics. 2000;20(5):1407–34. Necessário lembrar que no período da infância essa camada de cartilagem é naturalmente mais espessa do que no esqueleto maduro e pode chegar a até 3 cm. Áreas calcificadas da capa apresentam baixa intensidade de sinal nas sequências ponderadas em T1 e T2.22. Murphey MD, Choi JJ, Kransdorf MJ, Flemming DJ, Gannon FH. Imaging of osteochondroma: variants and complications with radiologic–pathologic correlation. Radiographics. 2000;20(5):1407–34. Todavia, a alta concentração de água na porção não calcificada dessa camada demonstra sinal intermediário a baixo nas imagens ponderadas em T1 e alto sinal em T2.22. Murphey MD, Choi JJ, Kransdorf MJ, Flemming DJ, Gannon FH. Imaging of osteochondroma: variants and complications with radiologic–pathologic correlation. Radiographics. 2000;20(5):1407–34.

Cintilografia óssea

O tecido cartilaginoso (capa) da exostose pode (ou não) apresentar hipercaptação do radiofármaco tanto na condição de normalidade como na de transformação maligna (condrossarcoma secundário). Por isso, não teria grande valor na diferenciação entre a lesão cartilaginosa benigna e maligna.3939. Lee FY, Yu J, Chang SS, Fawwaz R, Parisien MV. Diagnostic value and limitations of fluorine-18 fluorodeoxyglucose positron emission tomography for cartilaginous tumors of bone. J Bone Joint Surg Am. 2004;86(12):2677–85.

Diagnóstico anatomopatológico

Macroscopia

Sua superfície é lobulada e revestida por uma abundante capa cartilaginosa (fig. 12).55. Dorfman HD, Czerniak B. Osteochondroma. Bone tumors. St. Louis: Mosby; 1998. p. 331–46. São lesões que variam consideravelmente de tamanho: de 1 a 10 cm.22. Murphey MD, Choi JJ, Kransdorf MJ, Flemming DJ, Gannon FH. Imaging of osteochondroma: variants and complications with radiologic–pathologic correlation. Radiographics. 2000;20(5):1407–34. Já a capa de cartilagem pode apresentar dimensões de 1 a 3 cm de espessura nos pacientes mais jovens.66. Resnick D, Kyriakos M, Greenway GD. Osteochondroma. In: Resnick D, editor. Diagnosis of bone and joint disorders. 3rd ed. Philadelphia: Saunders; 1995. p. 3725–46.,99. Mirra JM. Benign cartilaginous exostoses: osteo-chondroma and osteochondromatosis. Bone tumors: clinical, radiologic, and pathologic correlations. Philadelphia: Lea & Febiger; 1989. p. 1626–59.,1212. Unni KK. Chondrosarcoma (primary, secondary, dedifferentiated, and clear-cell). Dahlin's bone tumors: general aspects and data on 11,087 cases. 5th ed. Springfield: Thomas; 1996. p. 71–108.,3232. Kenney PJ, Gilula LA, Murphy WA. The use of computed tomography to distinguish osteochondroma and chondrosarcoma. Radiology. 1981;139(1):129–37.,3333. Lange RH, Lange TA, Rao BK. Correlative radiographic, scintigraphic, and histological evaluation of exostoses. J Bone Joint Surg Am. 1984;66(9):1454–9.,4040. Malghem J, Vande Berg B, Noël H, Maldague B. Benign osteochondromas and exostotic chondrosarcomas: evaluation of cartilage cap thickness by ultrasound. Skeletal Radiol. 1992;21(1):33–7.,4141. Garrison RC, Unni KK, McLeod RA, Pritchard DJ, Dahlin DC. Chondrosarcoma arising in osteochondroma. Cancer. 1982;49(9):1890–7.

Figura 12
Fotografia do intraoperatório de exérese de osteocondroma. Observar sua superfície multilobulada e revestida por uma capa de cartilagem.

Microscopía

Osteocondromas, solitários ou múltiplos, são histologicamente similares.3030. Shah ZK, Peh WC, Wong Y, Shek TW, Davies AM. Sarcomatous transformation in diaphyseal aclasis. Australas Radiol. 2007;51(2):110–9. A lesão apresenta três camadas:11. Khurana J, Abdul-Karim F, Bovée JVM. Osteochondroma. In: Fletcher CD, Unni KK, Mertens F, editors. Pathology and genetics of tumours of the soft tissues and bones. Lyon: IARC Press; 2002. p. 234–7. pericôndrio (mais externa), cartilagem (intermediária) e o osso (mais interna).

Transformação maligna

Geralmente a diferenciação da cartilagem normal se dá para condrossarcoma (secundário) de baixo grau de malignidade.3030. Shah ZK, Peh WC, Wong Y, Shek TW, Davies AM. Sarcomatous transformation in diaphyseal aclasis. Australas Radiol. 2007;51(2):110–9. Perda da arquitetura da cartilagem, atividade mitótica, presenca de atipia celular e necrose são alguns dos achados que podem indicar transformação maligna secundária.11. Khurana J, Abdul-Karim F, Bovée JVM. Osteochondroma. In: Fletcher CD, Unni KK, Mertens F, editors. Pathology and genetics of tumours of the soft tissues and bones. Lyon: IARC Press; 2002. p. 234–7.

Tratamento

Osteocondroma solitário

Uma exostose é, por si só, razão insuficiente para a sua exérese cirúrgica, especialmente nos casos isolados.4242. Bispo Júnior RZ, de Souza AMG, Mello Júnior CF. Osteocondroma. In: Bispo Júnior RZ, Mello Júnior CF, editors. Ortopedia Básica. Cap 6. Rio de Janeiro: Revinter; 2014. p. 63–9. Para indivíduos com lesão única, na grande maioria das vezes, a conduta é expectante, com retornos sucessivos, pela probabilidade (mesmo que pequena) de transformação maligna.

Remoção cirúrgica está indicada se o tumor promove dor ou incapacidade funcional,44. Unni KK. Osteochondroma. Dahlin's bone tumors: general aspects and data on 11,087 cases. 5th ed. Springfield: Thomas; 1996. p. 11–23. seja por compressão neurovascular ou limitação do movimento articular (fig. 13). Outra situação está relacionada à fratura da base do osteocondroma.2525. Tanigawa N, Kariya S, Kojima H, Komemushi A, Fujii H, Sawada S. Lower limb ischaemia caused by fractured osteochondroma of the femur. Br J Radiol. 2007;80(952):e78–80.

Figura 13
Opção por ressecção cirúrgica (peca) de uma exostose que promovia compressão vascular na região poplítea.

Osteocondromas múltiplos

Nesses pacientes o tratamento é mais complexo. Nas formas múltiplas da patologia, osteocondromas são removidos cirurgicamente por razões cosméticas,4343. Bovée JV. Multiple osteochondromas. Orphanet J Rare Dis. 2008;3:3. a fim de evitar progressão das deformidades ósseas. No antebraço, por exemplo, a simples exérese da lesão (na porção distal da ulna) pode impedir a deformidade local.4444. Akita S, Murase T, Yonenobu K, Shimada K, Masada K, Yoshikawa H. Long-term results of surgery for forearm deformities in patients with multiple cartilaginous exostoses. J Bone Joint Surg Am. 2007;89(9):1993–9.

Transformação maligna

A transformação sarcomatosa é geralmente tratada com ressecção cirúrgica ampla e preservação do membro3030. Shah ZK, Peh WC, Wong Y, Shek TW, Davies AM. Sarcomatous transformation in diaphyseal aclasis. Australas Radiol. 2007;51(2):110–9. e segue rigorosos critérios oncológicos.

Complicações

Dentre as possíveis complicacões dessas lesões estão as fraturas (geralmente das exostoses pedunculares, na sua base), lesões vasculares (formação de pseudoaneurisma) e neurológicas (compressão de nervos periféricos, que envolve a coluna ou as regiões periarticulares), formação de bursa (que acomete a superfície cartilaginosa da lesão, resultado do atrito local) e a transformação maligna.55. Dorfman HD, Czerniak B. Osteochondroma. Bone tumors. St. Louis: Mosby; 1998. p. 331–46.,1414. Stieber JR, Dormans JP. Manifestations of hereditary multiple exostoses. J Am Acad Orthop Surg. 2005;13(2):110–20.,3030. Shah ZK, Peh WC, Wong Y, Shek TW, Davies AM. Sarcomatous transformation in diaphyseal aclasis. Australas Radiol. 2007;51(2):110–9.,4545. Severo A, Calieron LG, Kuhn A. Compressão do nervo fibular comum por osteocondroma: relato de caso. Rev Bras Ortop. 2001;36(9):356–8. Essa última, a mais temida de todas as complicações, é bastante variável: no osteocondroma solitário é inferior a 1%;11. Khurana J, Abdul-Karim F, Bovée JVM. Osteochondroma. In: Fletcher CD, Unni KK, Mertens F, editors. Pathology and genetics of tumours of the soft tissues and bones. Lyon: IARC Press; 2002. p. 234–7.,1616. Harms SE, Greenway G. Musculoskeletal tumors. In: Stark DD, Bradley WG, editors. Magnetic resonance imaging. 2nd ed. St. Louis: Mosby Year Book; 1992. p. 2132–3.,2323. Resnick D, Kyriakos M, Greenway GD. Tumors and tumor-like lesions of bone: imaging and pathology of specific lesions. In: Resnick D, Niwayama G, editors. Diagnosis of bone and joint disorders. 2nd ed. Philadelphia: Saunders; 1988. p. 3648–720.,4545. Severo A, Calieron LG, Kuhn A. Compressão do nervo fibular comum por osteocondroma: relato de caso. Rev Bras Ortop. 2001;36(9):356–8. nos pacientes com lesões múltiplas, varia de 1% a 30%11. Khurana J, Abdul-Karim F, Bovée JVM. Osteochondroma. In: Fletcher CD, Unni KK, Mertens F, editors. Pathology and genetics of tumours of the soft tissues and bones. Lyon: IARC Press; 2002. p. 234–7.,44. Unni KK. Osteochondroma. Dahlin's bone tumors: general aspects and data on 11,087 cases. 5th ed. Springfield: Thomas; 1996. p. 11–23.66. Resnick D, Kyriakos M, Greenway GD. Osteochondroma. In: Resnick D, editor. Diagnosis of bone and joint disorders. 3rd ed. Philadelphia: Saunders; 1995. p. 3725–46.,99. Mirra JM. Benign cartilaginous exostoses: osteo-chondroma and osteochondromatosis. Bone tumors: clinical, radiologic, and pathologic correlations. Philadelphia: Lea & Febiger; 1989. p. 1626–59.,4646. Meissner SA, Vieth V, August C, Winkelmann W. Radiology–pathology conference: osteosarcoma in a cartilaginous exostosis of the femur. Clin Imaging. 2006;30(3):206–9.4848. Lee KC, Davies AM, Cassar-Pullicino VN. Imaging the complications of osteochondromas. Clin Radiol. 2002;57(1):18–28. em diversas séries. Contudo, estudos mais recentes sugerem uma prevalência mais baixa: 3% a 5% nos indivíduos com osteocondromatose múltipla.4949. Fischgrund JS, Cantor JB, Samberg LC. Malignant degeneration of a vertebral osteochondroma with epidural tumor extension: a report of the case and review of the literature. J Spinal Disord. 1994;7(1):86–90.5454. Ostlere SJ, Gold RH, Mirra JM, Perlman RD. Case report 658: chondrosarcoma of the proximal phalanx of right fourth finger secondary to multiple hereditary exostoses (MHE). Skeletal Radiol. 1991;20(2):145–8.

Considerações finais

Osteocondromas são lesões benignas e não afetam a expectativa de vida. Contudo, o risco de malignização (para condrossarcoma secundário) deve ser considerado, especialmente, nas exostoses múltiplas.

Nos casos sintomáticos ou de localização atípica, outras modalidades de exames de imagem devem ser solicitadas, com vistas ao diagnóstico preciso. Também, na suspeição clínica de transformação maligna e/ou alteracões radiográficas comparativas (exames antigos), a ressonância magnética está bem indicada para uma análise detalhada da espessura da capa cartilaginosa.

Quando optado pela exérese do osteocondroma, ela usualmente é curativa. Recorrência é vista com a incompleta remoção.

A sobrevida global dos pacientes portadores de transformação sarcomatosa em geral é boa. Todavia, aqueles com lesões desdiferenciadas têm um prognóstico ainda pior.

References

  • 1
    Khurana J, Abdul-Karim F, Bovée JVM. Osteochondroma. In: Fletcher CD, Unni KK, Mertens F, editors. Pathology and genetics of tumours of the soft tissues and bones. Lyon: IARC Press; 2002. p. 234–7.
  • 2
    Murphey MD, Choi JJ, Kransdorf MJ, Flemming DJ, Gannon FH. Imaging of osteochondroma: variants and complications with radiologic–pathologic correlation. Radiographics. 2000;20(5):1407–34.
  • 3
    Costeira O. Termos e expressões da prática médica. Rio de Janeiro: Farmoquímica; 2001.
  • 4
    Unni KK. Osteochondroma. Dahlin's bone tumors: general aspects and data on 11,087 cases. 5th ed. Springfield: Thomas; 1996. p. 11–23.
  • 5
    Dorfman HD, Czerniak B. Osteochondroma. Bone tumors. St. Louis: Mosby; 1998. p. 331–46.
  • 6
    Resnick D, Kyriakos M, Greenway GD. Osteochondroma. In: Resnick D, editor. Diagnosis of bone and joint disorders. 3rd ed. Philadelphia: Saunders; 1995. p. 3725–46.
  • 7
    Giudici MA, Moser RP Jr, Kransdorf MJ. Cartilaginous bone tumors. Radiol Clin North Am. 1993;31(2):237–59.
  • 8
    Scarborough MT, Moreau G. Benign cartilage tumors. Orthop Clin North Am. 1996;27(3):583–9.
  • 9
    Mirra JM. Benign cartilaginous exostoses: osteo-chondroma and osteochondromatosis. Bone tumors: clinical, radiologic, and pathologic correlations. Philadelphia: Lea & Febiger; 1989. p. 1626–59.
  • 10
    Milgram JW. The origins of osteochondromas and enchondromas. A histopathologic study. Clin Orthop Relat Res. 1983;(174):264–84.
  • 11
    Keith A. Studies on the anatomical changes which accompany certain growth-disorders of the human body: I. The nature of the structural alterations in the disorder known as multiple exostoses. J Anat. 1920;54 Pt 2–3:101–15.
  • 12
    Unni KK. Chondrosarcoma (primary, secondary, dedifferentiated, and clear-cell). Dahlin's bone tumors: general aspects and data on 11,087 cases. 5th ed. Springfield: Thomas; 1996. p. 71–108.
  • 13
    Schmale GA, Conrad EU 3rd, Raskind WH. The natural history of hereditary multiple exostoses. J Bone Joint Surg Am. 1994;76(7):986–92.
  • 14
    Stieber JR, Dormans JP. Manifestations of hereditary multiple exostoses. J Am Acad Orthop Surg. 2005;13(2):110–20.
  • 15
    Steiner GC. Benign cartilage tumors. In: Taveras JM, Ferrucci JT, editors. Radiology: diagnosis – imaging – intervention. Philadelphia: JB Lippincott; 1992. p. 1–3.
  • 16
    Harms SE, Greenway G. Musculoskeletal tumors. In: Stark DD, Bradley WG, editors. Magnetic resonance imaging. 2nd ed. St. Louis: Mosby Year Book; 1992. p. 2132–3.
  • 17
    Legeai-Mallet L, Munnich A, Maroteaux P, Le Merrer M. Incomplete penetrance and expressivity skewing in hereditary multiple exostoses. Clin Genet. 1997;52(1):12–6.
  • 18
    Bovée JV, Hogendoorn PC. Multiple osteochondromas. In: Fletcher CD, Unni KK, Mertens F, editors. World Health Organization Classification of Tumours. Pathology and genetics of tumours of soft tissue and bone. Lyon: IARC Press; 2002. p. 360–2.
  • 19
    Wu YQ, Heutink P, de Vries BB, Sandkuijl LA, van den Ouweland AM, Niermeijer MF, et al. Assignment of a second locus for multiple exostoses to the pericentromeric region of chromosome 11. Hum Mol Genet. 1994;3(1):167–71.
  • 20
    Lüdecke HJ, Johnson C, Wagner MJ, Wells DE, Turleau C, Tommerup N, et al. Molecular definition of the shortest region of deletion overlap in the Langer-Giedion syndrome. Am J Hum Genet. 1991;49(6):1197–206.
  • 21
    Parrish JE, Wagner MJ, Hecht JT, Scott CI Jr, Wells DE. Molecular analysis of overlapping chromosomal deletions in patients with Langer-Giedion syndrome. Genomics. 1991;11(1):54–61.
  • 22
    Hecht JT, Hogue D, Strong LC, Hansen MF, Blanton SH, Wagner M. Hereditary multiple exostosis and chondrosarcoma: linkage to chromosome II and loss of heterozygosity for EXT-linked markers on chromosomes II and 8. Am J Hum Genet. 1995;56(5):1125–31.
  • 23
    Resnick D, Kyriakos M, Greenway GD. Tumors and tumor-like lesions of bone: imaging and pathology of specific lesions. In: Resnick D, Niwayama G, editors. Diagnosis of bone and joint disorders. 2nd ed. Philadelphia: Saunders; 1988. p. 3648–720.
  • 24
    Margolis M, McLennan MK. Radiology rounds. Osteochondroma. Can Fam Physician. 1995;41(216):220–2.
  • 25
    Tanigawa N, Kariya S, Kojima H, Komemushi A, Fujii H, Sawada S. Lower limb ischaemia caused by fractured osteochondroma of the femur. Br J Radiol. 2007;80(952):e78–80.
  • 26
    Wicklund CL, Pauli RM, Johnston D, Hecht JT. Natural history study of hereditary multiple exostoses. Am J Med Genet. 1995;55(1):43–6.
  • 27
    McCormick C, Duncan G, Tufaro F. New perspectives on the molecular basis of hereditary bone tumours. Mol Med Today. 1999;5(11):481–6.
  • 28
    Hennekam RC. Hereditary multiple exostoses. J Med Genet. 1991;28(4):262–6.
  • 29
    Shapiro F, Simon S, Glimcher MJ. Hereditary multiple exostoses. Anthropometric, roentgenographic, and clinical aspects. J Bone Joint Surg Am. 1979;61(6):815–24.
  • 30
    Shah ZK, Peh WC, Wong Y, Shek TW, Davies AM. Sarcomatous transformation in diaphyseal aclasis. Australas Radiol. 2007;51(2):110–9.
  • 31
    Greenspan A. Tumors of cartilage origin. Orthop Clin North Am. 1989;20(3):347–66.
  • 32
    Kenney PJ, Gilula LA, Murphy WA. The use of computed tomography to distinguish osteochondroma and chondrosarcoma. Radiology. 1981;139(1):129–37.
  • 33
    Lange RH, Lange TA, Rao BK. Correlative radiographic, scintigraphic, and histological evaluation of exostoses. J Bone Joint Surg Am. 1984;66(9):1454–9.
  • 34
    Hudson TM, Springfield DS, Spanier SS, Enneking WF, Hamlin DJ. Benign exostoses and exostotic chondrosarcomas: evaluation of cartilage thickness by CT. Radiology. 1984;152(3):595–9.
  • 35
    Kobayashi H, Kotoura Y, Hosono M, Fujimoto R, Tsuboyama T, Itoh H, et al. 3D-spiral CT of multiple exostoses. Comput Med Imaging Graph. 1995;19(5):419–22.
  • 36
    Lee PC, Chen WJ, Tu YK, Chen LH. Solitary osteochondroma of the lumbar spine with cord compression: a case report. Changgeng Yi Xue Za Zhi. 1998;21(2):227–31.
  • 37
    Moriwaka F, Hozen H, Nakane K, Sasaki H, Tashiro K, Abe H. Myelopathy due to osteochondroma: MR and CT studies. J Comput Assist Tomogr. 1990;14(1):128–30.
  • 38
    Lee JK, Yao L, Wirth CR. MR imaging of solitary osteochondromas: report of eight cases. AJR Am J Roentgenol. 1987;149(3):557–60.
  • 39
    Lee FY, Yu J, Chang SS, Fawwaz R, Parisien MV. Diagnostic value and limitations of fluorine-18 fluorodeoxyglucose positron emission tomography for cartilaginous tumors of bone. J Bone Joint Surg Am. 2004;86(12):2677–85.
  • 40
    Malghem J, Vande Berg B, Noël H, Maldague B. Benign osteochondromas and exostotic chondrosarcomas: evaluation of cartilage cap thickness by ultrasound. Skeletal Radiol. 1992;21(1):33–7.
  • 41
    Garrison RC, Unni KK, McLeod RA, Pritchard DJ, Dahlin DC. Chondrosarcoma arising in osteochondroma. Cancer. 1982;49(9):1890–7.
  • 42
    Bispo Júnior RZ, de Souza AMG, Mello Júnior CF. Osteocondroma. In: Bispo Júnior RZ, Mello Júnior CF, editors. Ortopedia Básica. Cap 6. Rio de Janeiro: Revinter; 2014. p. 63–9.
  • 43
    Bovée JV. Multiple osteochondromas. Orphanet J Rare Dis. 2008;3:3.
  • 44
    Akita S, Murase T, Yonenobu K, Shimada K, Masada K, Yoshikawa H. Long-term results of surgery for forearm deformities in patients with multiple cartilaginous exostoses. J Bone Joint Surg Am. 2007;89(9):1993–9.
  • 45
    Severo A, Calieron LG, Kuhn A. Compressão do nervo fibular comum por osteocondroma: relato de caso. Rev Bras Ortop. 2001;36(9):356–8.
  • 46
    Meissner SA, Vieth V, August C, Winkelmann W. Radiology–pathology conference: osteosarcoma in a cartilaginous exostosis of the femur. Clin Imaging. 2006;30(3):206–9.
  • 47
    Pierz KA, Stieber JR, Kusumi K, Dormans JP. Hereditary multiple exostoses: one center's experience and review of etiology. Clin Orthop Relat Res. 2002;(401):49–59.
  • 48
    Lee KC, Davies AM, Cassar-Pullicino VN. Imaging the complications of osteochondromas. Clin Radiol. 2002;57(1):18–28.
  • 49
    Fischgrund JS, Cantor JB, Samberg LC. Malignant degeneration of a vertebral osteochondroma with epidural tumor extension: a report of the case and review of the literature. J Spinal Disord. 1994;7(1):86–90.
  • 50
    Young CL, Sim FH, Unni KK, McLeod RA. Chondrosarcoma of bone in children. Cancer. 1990;66(7):1641–8.
  • 51
    Norman A, Sissons HA. Radiographic hallmarks of peripheral chondrosarcoma. Radiology. 1984;151(3):589–96.
  • 52
    Willms R, Hartwig CH, Böhm P, Sell S. Malignant transformation of a multiple cartilaginous exostosis – a case report. Int Orthop. 1997;21(2):133–6.
  • 53
    Bell RS. Musculoskeletal images. Malignant transformation in familial osteochondromatosis? Can J Surg. 1999;42(1):8.
  • 54
    Ostlere SJ, Gold RH, Mirra JM, Perlman RD. Case report 658: chondrosarcoma of the proximal phalanx of right fourth finger secondary to multiple hereditary exostoses (MHE). Skeletal Radiol. 1991;20(2):145–8.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Nov-Dec 2014

Histórico

  • Recebido
    23 Ago 2013
  • Aceito
    31 Out 2013
Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia Al. Lorena, 427 14º andar, 01424-000 São Paulo - SP - Brasil, Tel.: 55 11 2137-5400 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: rbo@sbot.org.br