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Significados do adoecer para pacientes com lúpus eritematoso sistêmico: revisão da literatura Departamento: Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas/Área de Saúde Mental, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil.

Resumo

O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença autoimune, que provoca diversas repercussões psicológicas que têm sido estudadas por meio de pesquisas qualitativas. Essas são consideradas relevantes, uma vez que reveladoras da amplitude vivenciada pelos pacientes. Face a essa relevância, este artigo buscou mapear a produção qualitativa na temática, oriunda de estudos de vivências de pacientes adultos de ambos os gêneros e que tivessem usado como instrumento a entrevista semiestruturada e/ou a observação de campo, além do critério de amostragem por saturação na definição do número de participantes de cada estudo. O levantamento foi feito nas bases de dados Pubmed, Lilacs, Psycinfo e Cochrane em busca de produções em língua inglesa e portuguesa publicadas entre janeiro de 2005 e junho de 2012. Os 19 artigos revisados que se ocuparam com pacientes em fase aguda da doença revelaram temas categorizados em oito tópicos que contemplaram o processo vivenciado nas diversas etapas, desde o desencadeamento da doença, passando pelo conhecimento do diagnóstico pela e compreensão das manifestações da doença, até o tratamento medicamentoso e os cuidados gerais, a evolução e o prognóstico. Apontam também a difícil compreensão pelos pacientes do que consiste a chamada fase de remissão, bem como nos revela que se trata de uma fase clínica pouco explorada pelos estudos psicológicos.

Palavras-chave
Lúpus eritematoso sistêmico; Doença crônica; Adaptação psicológica; Pesquisa qualitativa

Abstract

Systemic lupus erythematosus is an autoimmune disease that causes many psychological repercussions that have been studied through qualitative research. These are considered relevant, since they reveal the amplitude experienced by patients. Given this importance, this study aims to map the qualitative production in this theme, derived from studies of experiences of adult patients of both genders and that had used as a tool a semi-structured interview and/or field observations, and had made use of a sampling by a saturation criterion to determine the number of participants in each study. The survey was conducted in Pubmed, Lilacs, Psycinfo e Cochrane databases, searching productions in English and Portuguese idioms published between January 2005 and June 2012. The 19 revised papers that have dealt with patients in the acute phase of the disease showed themes that were categorized into eight topics that contemplated the experienced process at various stages, from the onset of the disease, extending through the knowledge of the diagnosis and the understanding of the manifestations of the disease, drug treatment and general care, evolution and prognosis. The collected papers also point to the difficulty of understanding, of the patients, on what consists the remission phase, revealing also that this is a clinical stage underexplored by psychological studies.

Keywords
Systemic lupus erythematosus; Chronic disease; Psychological adaptation; Qualitative research

Introdução

O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença com características multissistêmicas, crônicas e inflamatórias que acomete em sua maioria mulheres jovens, numa proporção de nove para um homem. Alguns autores atribuem o desencadeamento do LES a fatores hormonais, ambientais, hereditários e emocionais.11 Ayache DCG, Costa IP. Alterações da personalidade no lúpus eritematoso sistêmico. Rev Bras Reum. 2005;4:313-8.,22 Bonfá ED, Borba Neto EFB. Lúpus eritematoso sistêmico. In: Bonfá ED, editor. Reumatologia para o clínico. São Paulo: Roca; 2000. p. 25–33.

A literatura científica refere como situação frequente que, até a obtenção do correto diagnóstico da doença, muitos pacientes acabem sendo acompanhados por várias especialidades médicas. Assim, as visitas ao médico e os sintomas sempre recorrentes são referidos como desencadeantes de sensações de insegurança, medo, angústia e estresse.33 Sato EL, Bonfá ED, Costalatt LTL, Silva NA, Brenol JCT, Santiago MB, et al. Consenso brasileiro para o tratamento de lúpus eritematoso sistêmico. Rev Bras Reum. 2002;42:362-9. Com o diagnóstico, essas sensações, dirimidas ou não, se farão acompanhar de outros estados emocionais, agora oriundos do tratamento, que podem acentuar esse quadro de incertezas pessoais.33 Sato EL, Bonfá ED, Costalatt LTL, Silva NA, Brenol JCT, Santiago MB, et al. Consenso brasileiro para o tratamento de lúpus eritematoso sistêmico. Rev Bras Reum. 2002;42:362-9. São essas vivências que as pesquisas qualitativas visam a estudar, com a intenção de compreendê-las de forma dinâmica,44 Turato ER. Tratado da metodologia da pesquisa clínico-qualitativa. In: Construção teórico-epistemológica, discussão comparada e aplicação na área da saúde e humanas. 2ª ed. Petrópolis: Vozes; 2003. bem como sua inter-relação com o enfrentamento de todo o tratamento. O objetivo desses estudos é contribuir para práticas mais assertivas para com o paciente de LES e auxiliar na qualidade do tratamento.

Face à relevância dessas vivências e à pequena exploração delas na literatura cientifica pela via da metodologia qualitativa, desenvolveu-se um estudo bibliográfico do tema com o intuito de mapear os achados desse modelo de pesquisa direcionados à exploração específica dos significados atribuídos pelos pacientes de LES.

A intenção é que o estudo contribua para a compreensão da configuração dos aspectos emocionais que permeiam a vivência do tratamento de pacientes com LES já explorados nessa literatura e para a indicação daqueles ainda não estudados, de forma a facilitar, cada vez mais, a abordagem pelos profissionais de saúde.

Método

A presente revisão decorreu de um levantamento feito nas bases de dados Pubmed, Lilacs, Psycinfo e Cochrane de janeiro de 2005 a junho de 2012. Como estratégia de busca, usou-se o descritor “lúpus” combinado com qualitative study. O levantamento resultou em 28 artigos. Desses, 19 atenderam aos critérios de inclusão: publicações em língua inglesa e/ou portuguesa cujos estudos tivessem priorizado as vivências de pacientes adultos de ambos os gêneros com LES e que, para tanto, tivessem usado como instrumento a entrevista semiestruturada e/ou a observação de campo, além do critério de amostragem por saturação na definição do número de participantes.

Os 19 artigos foram lidos na íntegra e seus achados foram analisados, sintetizados de forma integrativa e agrupados em categorias temáticas.55 Casate JC, E Corrêa AK. Humanização do atendimento em saúde: conhecimento veiculado na literatura brasileira de enfermagem. Rev Latino-Am Enfermagem. 2005;13:105-11. A construção dessas categorias foi validada pelos pesquisadores do grupo de pertencimento dos autores.

Resultados

Este levantamento bibliográfico possibilitou confirmar o interesse crescente, notadamente nos últimos sete anos, pelos estudos qualitativos sobre o processo do adoecimento do LES. Trata-se de um fenômeno editorial que se mostra mais frequente a partir de 2006. Anteriormente a esse período, além de serem escassos, os estudos qualitativos se dedicavam a apenas descrever dados sobre sintomas da doença e sobrepunham-se aos resultados de estudos de natureza quantitativa.

A produção analisada, ilustrada na Tabela 1, teve origem diversa.66 Hale ED, Trehame GJ, et al. "Joining the dots" for patients with systemic lupus erythematosus: personal perspectives of health care from a qualitative study. Ann Rheum Dis. 2006;65:585-9.

7 Goodmamn D, Morrissey S, Graham D, Bossingham D. Illness representations of systemic lupus erythematosus. Qual Helth Research.. 2005;15:606-19.

8 Mattje GD, Turato ER. Life with systemic lupus erythematosus as reported in outpatient's perspective: a clinical-qualitative study in Brazil. Rev Latino-Am Enfermagem. 2006;14:475-82.

9 Stamm TA, Bauernfeind B, Coenen M, Feierl E, Mathis M, Stucki G, et al. Concepts important to person with systemic lupus erytehematosus and their coverage by standard measures of disease activity and health status. Arthritis Rheum. 2007;57:1287-95.

10 Costernbaden KH, Brome D, Blanch D, Gall V, Karlson E, Liang MH. Factors determing participation in prevention trials among systemic lupus erithematosus patients: a qualitative study. Arthritis Rheum.. 2007;57:49-55.

11 Wittmann L, Sensky T, Meder L, Michel B, Stoll T, Büchi S. Suffering and posttraumatic growth in women with systemic lupus erythematosus (SLE): a qualitative/quantitative case study. Psychosomatics. 2009;50:362-74.

12 Meldson C. Managing a medically and socially complex life: women living with lupus. Qual Health Res. 2006;16:982-97.

13 Chambers SA, Raine R, Rahman A, Isenberg D. Why do patients with systemic lupus erythematosus take or fail to take their prescribed medications? A qualitative study in a UK cohort. Rheumatology (Oxford). 2009;48:266-71.

14 Chambers S, Rine R, Rahman A, Hagley K, De Ceulaer K, Isenberg D. Factors influencing adherence to medications in a group of patients with systemic lupus erythematosus in Jamaica. Lupus. 2008;17:761-9.

15 McElbhone K, Abbott J, Gray J, Williams A, Teh LS. Patient perspective of systemic lupus erythematosus in relation to health-related quality of life concepts: a qualitative study. Lupus. 2010;19:1640-7.

16 Berckerman NL. Living with lupus: a qualitative report. Soc Work Health Care. 2011;50:330-43.

17 Robinson D, Aguilar D, Schoenwetter M, Dubois R, Russak S, Ramsey-Goldman R. Impact of systemic lupus erythematosus on health, family and work: the patient perspective. Arthritis Care Res. (Roboken). 2010;62:266-73.

18 Woods-Giscombe CL. Superwoman schema: African-American women's view on stress and health. Qual Health Res. 2010;20:668-83.

19 Kumar K, Gordon C, Barry R, Shaw K, Horne R, Raza K. It's like taking poison to kill poison, but I have to get better: a qualitative study of beliefs about medicines in rheumatoid arthritis (RA) and systemic lupus erythematosus (SLE) patients of South Asian Origin. Lupus. 2011;20:837-44.

20 Waldon N, Brown S, Hewlett S, Elliott B, McHugh N, McCabe C. It's more scary not to know: a qualitative study exploring the information needs patients with systemic lupus erythematosus at the time diagnosis. Musculoskeletal Care. 2011;9:228-38.

21 Mattson M, Möller B, Stamm T, Gard G, Boström C. Uncertainty and opportunities in patients with established systemic lupus erythematosus: a qualitative study. Musculosketal Care. 2012;10:1-12.

22 Pettersson S, Möller S, Svenungsson E, Gunnarsson I, Welin Henriksson E. Women's experiences of SLE related fatigue: a focus group interview study. Rheumatology (Oxford). 2010;49:1935-42.

23 Araújo AD, Traverso-Yepez M. Expressões e sentidos do lúpus eritematoso sistêmico (LES). Est Psicol. 2007;12:119-27.
-2424 Gallop K, Nixon A, Swinburn P, Sterling KL, Naegeli AN, Silk ME. Development of a conceptual model of health-related quality of life for systemic lupus erythematosus (SLE) from the patients' perspective. Lupus. 2012;21:934-43. Nove artigos mostraram resultados de estudos conduzidos na Europa; quatro na América Latina; cinco na América do Norte e um na Ásia. Contudo, não foi encontrado qualquer estudo acerca de vivências de sexualidade, espiritualidade ou mesmo sobre as relações interpessoais de pacientes com LES. Também não foram encontrados estudos referentes às vivências dos cuidadores de pacientes com LES, nem tampouco direcionados às vivências dos profissionais de saúde a eles dedicados.

Tabela 1
Artigos analisados

Cabe ressaltar ainda que os artigos não evidenciaram há quanto tempo os pacientes de LES tinham a doença quando do momento das entrevistas, nem tampouco forneceram dados se acaso se encontravam em fase de reincidência.

Os estudos analisados permitiram uma síntese integrativa da compreensão desenhada para diversas vivências dos participantes do estudo com LES, tal como referido pelas pesquisas que se debruçaram sobre as experiências desses quando em fase aguda e ativa da doença. São esses achados que, agrupados em oito categorias temáticas, encontram-se descritos.55 Casate JC, E Corrêa AK. Humanização do atendimento em saúde: conhecimento veiculado na literatura brasileira de enfermagem. Rev Latino-Am Enfermagem. 2005;13:105-11.

A dificuldade na obtenção do diagnóstico

Em 12 dos artigos analisados, tem-se o registro da dificuldade dos pacientes de lidar com a espera pelo fechamento do diagnóstico, um evento até então considerado como gerador de ansiedades e incertezas. Essa situação, por consequência, é considerada desencadeadora de problemas de ordem emocional, tais como reações depressivas. Encontrou-se, igualmente registrada a ideia de um efeito tranquilizador atingido quando da apresentação do diagnóstico nosológico.66 Hale ED, Trehame GJ, et al. "Joining the dots" for patients with systemic lupus erythematosus: personal perspectives of health care from a qualitative study. Ann Rheum Dis. 2006;65:585-9.

7 Goodmamn D, Morrissey S, Graham D, Bossingham D. Illness representations of systemic lupus erythematosus. Qual Helth Research.. 2005;15:606-19.

8 Mattje GD, Turato ER. Life with systemic lupus erythematosus as reported in outpatient's perspective: a clinical-qualitative study in Brazil. Rev Latino-Am Enfermagem. 2006;14:475-82.

9 Stamm TA, Bauernfeind B, Coenen M, Feierl E, Mathis M, Stucki G, et al. Concepts important to person with systemic lupus erytehematosus and their coverage by standard measures of disease activity and health status. Arthritis Rheum. 2007;57:1287-95.

10 Costernbaden KH, Brome D, Blanch D, Gall V, Karlson E, Liang MH. Factors determing participation in prevention trials among systemic lupus erithematosus patients: a qualitative study. Arthritis Rheum.. 2007;57:49-55.

11 Wittmann L, Sensky T, Meder L, Michel B, Stoll T, Büchi S. Suffering and posttraumatic growth in women with systemic lupus erythematosus (SLE): a qualitative/quantitative case study. Psychosomatics. 2009;50:362-74.
-1212 Meldson C. Managing a medically and socially complex life: women living with lupus. Qual Health Res. 2006;16:982-97.,1717 Robinson D, Aguilar D, Schoenwetter M, Dubois R, Russak S, Ramsey-Goldman R. Impact of systemic lupus erythematosus on health, family and work: the patient perspective. Arthritis Care Res. (Roboken). 2010;62:266-73.,1919 Kumar K, Gordon C, Barry R, Shaw K, Horne R, Raza K. It's like taking poison to kill poison, but I have to get better: a qualitative study of beliefs about medicines in rheumatoid arthritis (RA) and systemic lupus erythematosus (SLE) patients of South Asian Origin. Lupus. 2011;20:837-44.,2020 Waldon N, Brown S, Hewlett S, Elliott B, McHugh N, McCabe C. It's more scary not to know: a qualitative study exploring the information needs patients with systemic lupus erythematosus at the time diagnosis. Musculoskeletal Care. 2011;9:228-38.,2222 Pettersson S, Möller S, Svenungsson E, Gunnarsson I, Welin Henriksson E. Women's experiences of SLE related fatigue: a focus group interview study. Rheumatology (Oxford). 2010;49:1935-42.,2424 Gallop K, Nixon A, Swinburn P, Sterling KL, Naegeli AN, Silk ME. Development of a conceptual model of health-related quality of life for systemic lupus erythematosus (SLE) from the patients' perspective. Lupus. 2012;21:934-43.

A compreensão da doença

Os autores de seis dos estudos delinearam como, após a obtenção do diagnóstico, alguns pacientes não conseguiam compreender a constituição da doença, mesmo tendo recebido orientação médica. Essa vivência foi compreendida como fruto de uma resistência ao diagnóstico, pois negá-lo ou não compreender a cronicidade da doença resultava, por vezes, em não aceitar a necessidade do tratamento longitudinal. Esse comportamento foi considerado como em conexão com a não adesão ao tratamento.77 Goodmamn D, Morrissey S, Graham D, Bossingham D. Illness representations of systemic lupus erythematosus. Qual Helth Research.. 2005;15:606-19.,1111 Wittmann L, Sensky T, Meder L, Michel B, Stoll T, Büchi S. Suffering and posttraumatic growth in women with systemic lupus erythematosus (SLE): a qualitative/quantitative case study. Psychosomatics. 2009;50:362-74.,1212 Meldson C. Managing a medically and socially complex life: women living with lupus. Qual Health Res. 2006;16:982-97.,1414 Chambers S, Rine R, Rahman A, Hagley K, De Ceulaer K, Isenberg D. Factors influencing adherence to medications in a group of patients with systemic lupus erythematosus in Jamaica. Lupus. 2008;17:761-9.,1919 Kumar K, Gordon C, Barry R, Shaw K, Horne R, Raza K. It's like taking poison to kill poison, but I have to get better: a qualitative study of beliefs about medicines in rheumatoid arthritis (RA) and systemic lupus erythematosus (SLE) patients of South Asian Origin. Lupus. 2011;20:837-44.,2020 Waldon N, Brown S, Hewlett S, Elliott B, McHugh N, McCabe C. It's more scary not to know: a qualitative study exploring the information needs patients with systemic lupus erythematosus at the time diagnosis. Musculoskeletal Care. 2011;9:228-38.

A compreensão da doença por terceiros

Seis outros estudos, por sua vez, revelaram a dificuldade dos cuidadores de pacientes com LES de compreender a doença. Essas dificuldades referiam-se principalmente às peculiaridades da doença, como as fases de exacerbação ou de remissão.66 Hale ED, Trehame GJ, et al. "Joining the dots" for patients with systemic lupus erythematosus: personal perspectives of health care from a qualitative study. Ann Rheum Dis. 2006;65:585-9.,88 Mattje GD, Turato ER. Life with systemic lupus erythematosus as reported in outpatient's perspective: a clinical-qualitative study in Brazil. Rev Latino-Am Enfermagem. 2006;14:475-82.,1111 Wittmann L, Sensky T, Meder L, Michel B, Stoll T, Büchi S. Suffering and posttraumatic growth in women with systemic lupus erythematosus (SLE): a qualitative/quantitative case study. Psychosomatics. 2009;50:362-74.,1212 Meldson C. Managing a medically and socially complex life: women living with lupus. Qual Health Res. 2006;16:982-97.,1414 Chambers S, Rine R, Rahman A, Hagley K, De Ceulaer K, Isenberg D. Factors influencing adherence to medications in a group of patients with systemic lupus erythematosus in Jamaica. Lupus. 2008;17:761-9.,1717 Robinson D, Aguilar D, Schoenwetter M, Dubois R, Russak S, Ramsey-Goldman R. Impact of systemic lupus erythematosus on health, family and work: the patient perspective. Arthritis Care Res. (Roboken). 2010;62:266-73.

A modificação temporal do corpo

Os autores de 12 estudos apontaram a transformação corporal vivenciada por alguns pacientes como algo doloroso, tanto no sentido físico como emocional. A transformação do corpo foi apontada como decorrente da sintomatologia clínica (dores, inchaços e alopecia), bem como do próprio tratamento, quando, por exemplo, o uso de alguns medicamentos provoca a retenção de líquidos.66 Hale ED, Trehame GJ, et al. "Joining the dots" for patients with systemic lupus erythematosus: personal perspectives of health care from a qualitative study. Ann Rheum Dis. 2006;65:585-9.

7 Goodmamn D, Morrissey S, Graham D, Bossingham D. Illness representations of systemic lupus erythematosus. Qual Helth Research.. 2005;15:606-19.

8 Mattje GD, Turato ER. Life with systemic lupus erythematosus as reported in outpatient's perspective: a clinical-qualitative study in Brazil. Rev Latino-Am Enfermagem. 2006;14:475-82.

9 Stamm TA, Bauernfeind B, Coenen M, Feierl E, Mathis M, Stucki G, et al. Concepts important to person with systemic lupus erytehematosus and their coverage by standard measures of disease activity and health status. Arthritis Rheum. 2007;57:1287-95.

10 Costernbaden KH, Brome D, Blanch D, Gall V, Karlson E, Liang MH. Factors determing participation in prevention trials among systemic lupus erithematosus patients: a qualitative study. Arthritis Rheum.. 2007;57:49-55.

11 Wittmann L, Sensky T, Meder L, Michel B, Stoll T, Büchi S. Suffering and posttraumatic growth in women with systemic lupus erythematosus (SLE): a qualitative/quantitative case study. Psychosomatics. 2009;50:362-74.

12 Meldson C. Managing a medically and socially complex life: women living with lupus. Qual Health Res. 2006;16:982-97.

13 Chambers SA, Raine R, Rahman A, Isenberg D. Why do patients with systemic lupus erythematosus take or fail to take their prescribed medications? A qualitative study in a UK cohort. Rheumatology (Oxford). 2009;48:266-71.
-1414 Chambers S, Rine R, Rahman A, Hagley K, De Ceulaer K, Isenberg D. Factors influencing adherence to medications in a group of patients with systemic lupus erythematosus in Jamaica. Lupus. 2008;17:761-9.,1717 Robinson D, Aguilar D, Schoenwetter M, Dubois R, Russak S, Ramsey-Goldman R. Impact of systemic lupus erythematosus on health, family and work: the patient perspective. Arthritis Care Res. (Roboken). 2010;62:266-73.,2121 Mattson M, Möller B, Stamm T, Gard G, Boström C. Uncertainty and opportunities in patients with established systemic lupus erythematosus: a qualitative study. Musculosketal Care. 2012;10:1-12.,2424 Gallop K, Nixon A, Swinburn P, Sterling KL, Naegeli AN, Silk ME. Development of a conceptual model of health-related quality of life for systemic lupus erythematosus (SLE) from the patients' perspective. Lupus. 2012;21:934-43.

A vivência da fadiga

Os entrevistados, conforme emergente em 13 dos estudos, descreveram a fadiga como algo recorrente, que persistia mesmo com a doença controlada. Os resultados desses artigos delinearam a fadiga vivenciada de forma negativa por dificultar atividades rotineiras, tanto atuais quanto antigas.66 Hale ED, Trehame GJ, et al. "Joining the dots" for patients with systemic lupus erythematosus: personal perspectives of health care from a qualitative study. Ann Rheum Dis. 2006;65:585-9.

7 Goodmamn D, Morrissey S, Graham D, Bossingham D. Illness representations of systemic lupus erythematosus. Qual Helth Research.. 2005;15:606-19.

8 Mattje GD, Turato ER. Life with systemic lupus erythematosus as reported in outpatient's perspective: a clinical-qualitative study in Brazil. Rev Latino-Am Enfermagem. 2006;14:475-82.

9 Stamm TA, Bauernfeind B, Coenen M, Feierl E, Mathis M, Stucki G, et al. Concepts important to person with systemic lupus erytehematosus and their coverage by standard measures of disease activity and health status. Arthritis Rheum. 2007;57:1287-95.

10 Costernbaden KH, Brome D, Blanch D, Gall V, Karlson E, Liang MH. Factors determing participation in prevention trials among systemic lupus erithematosus patients: a qualitative study. Arthritis Rheum.. 2007;57:49-55.

11 Wittmann L, Sensky T, Meder L, Michel B, Stoll T, Büchi S. Suffering and posttraumatic growth in women with systemic lupus erythematosus (SLE): a qualitative/quantitative case study. Psychosomatics. 2009;50:362-74.
-1212 Meldson C. Managing a medically and socially complex life: women living with lupus. Qual Health Res. 2006;16:982-97.,1515 McElbhone K, Abbott J, Gray J, Williams A, Teh LS. Patient perspective of systemic lupus erythematosus in relation to health-related quality of life concepts: a qualitative study. Lupus. 2010;19:1640-7.

16 Berckerman NL. Living with lupus: a qualitative report. Soc Work Health Care. 2011;50:330-43.
-1717 Robinson D, Aguilar D, Schoenwetter M, Dubois R, Russak S, Ramsey-Goldman R. Impact of systemic lupus erythematosus on health, family and work: the patient perspective. Arthritis Care Res. (Roboken). 2010;62:266-73.,2020 Waldon N, Brown S, Hewlett S, Elliott B, McHugh N, McCabe C. It's more scary not to know: a qualitative study exploring the information needs patients with systemic lupus erythematosus at the time diagnosis. Musculoskeletal Care. 2011;9:228-38.

21 Mattson M, Möller B, Stamm T, Gard G, Boström C. Uncertainty and opportunities in patients with established systemic lupus erythematosus: a qualitative study. Musculosketal Care. 2012;10:1-12.

22 Pettersson S, Möller S, Svenungsson E, Gunnarsson I, Welin Henriksson E. Women's experiences of SLE related fatigue: a focus group interview study. Rheumatology (Oxford). 2010;49:1935-42.

23 Araújo AD, Traverso-Yepez M. Expressões e sentidos do lúpus eritematoso sistêmico (LES). Est Psicol. 2007;12:119-27.
-2424 Gallop K, Nixon A, Swinburn P, Sterling KL, Naegeli AN, Silk ME. Development of a conceptual model of health-related quality of life for systemic lupus erythematosus (SLE) from the patients' perspective. Lupus. 2012;21:934-43.

Retorno à rotina diária

O anseio pela retomada da antiga rotina de vida ou a realização de planos consistiu em outra vivência apontada em oito estudos. Em certos casos, como descreveram os autores, havia expectativa, do paciente, de que a doença se extinguisse com o passar do tempo e permitisse, então, concluir projetos de vida interrompidos.66 Hale ED, Trehame GJ, et al. "Joining the dots" for patients with systemic lupus erythematosus: personal perspectives of health care from a qualitative study. Ann Rheum Dis. 2006;65:585-9.

7 Goodmamn D, Morrissey S, Graham D, Bossingham D. Illness representations of systemic lupus erythematosus. Qual Helth Research.. 2005;15:606-19.
-88 Mattje GD, Turato ER. Life with systemic lupus erythematosus as reported in outpatient's perspective: a clinical-qualitative study in Brazil. Rev Latino-Am Enfermagem. 2006;14:475-82.,1010 Costernbaden KH, Brome D, Blanch D, Gall V, Karlson E, Liang MH. Factors determing participation in prevention trials among systemic lupus erithematosus patients: a qualitative study. Arthritis Rheum.. 2007;57:49-55.,1212 Meldson C. Managing a medically and socially complex life: women living with lupus. Qual Health Res. 2006;16:982-97.,2222 Pettersson S, Möller S, Svenungsson E, Gunnarsson I, Welin Henriksson E. Women's experiences of SLE related fatigue: a focus group interview study. Rheumatology (Oxford). 2010;49:1935-42.

23 Araújo AD, Traverso-Yepez M. Expressões e sentidos do lúpus eritematoso sistêmico (LES). Est Psicol. 2007;12:119-27.
-2424 Gallop K, Nixon A, Swinburn P, Sterling KL, Naegeli AN, Silk ME. Development of a conceptual model of health-related quality of life for systemic lupus erythematosus (SLE) from the patients' perspective. Lupus. 2012;21:934-43.

O uso das medicações por tempo indeterminado

Oito estudos dedicaram-se ao questionamento sobre remédios em específico. Contudo, nos textos analisados, a vivência do uso da medicação foi qualificada pelos pacientes como negativa em suas vidas, haja vista o uso contínuo, por tempo indeterminado, ou então os efeitos colaterais dos fármacos. O uso da medicação foi referido com significados da condição mantida de ainda “ser doente”, mesmo quando não apresentavam os sintomas do antigo período agudo da doença.66 Hale ED, Trehame GJ, et al. "Joining the dots" for patients with systemic lupus erythematosus: personal perspectives of health care from a qualitative study. Ann Rheum Dis. 2006;65:585-9.,77 Goodmamn D, Morrissey S, Graham D, Bossingham D. Illness representations of systemic lupus erythematosus. Qual Helth Research.. 2005;15:606-19.,1010 Costernbaden KH, Brome D, Blanch D, Gall V, Karlson E, Liang MH. Factors determing participation in prevention trials among systemic lupus erithematosus patients: a qualitative study. Arthritis Rheum.. 2007;57:49-55.,1212 Meldson C. Managing a medically and socially complex life: women living with lupus. Qual Health Res. 2006;16:982-97.

13 Chambers SA, Raine R, Rahman A, Isenberg D. Why do patients with systemic lupus erythematosus take or fail to take their prescribed medications? A qualitative study in a UK cohort. Rheumatology (Oxford). 2009;48:266-71.
-1414 Chambers S, Rine R, Rahman A, Hagley K, De Ceulaer K, Isenberg D. Factors influencing adherence to medications in a group of patients with systemic lupus erythematosus in Jamaica. Lupus. 2008;17:761-9.,2020 Waldon N, Brown S, Hewlett S, Elliott B, McHugh N, McCabe C. It's more scary not to know: a qualitative study exploring the information needs patients with systemic lupus erythematosus at the time diagnosis. Musculoskeletal Care. 2011;9:228-38.,2222 Pettersson S, Möller S, Svenungsson E, Gunnarsson I, Welin Henriksson E. Women's experiences of SLE related fatigue: a focus group interview study. Rheumatology (Oxford). 2010;49:1935-42.

O acesso ao apoio profissional necessário

O apoio profissional foi apontado, pelos autores de cinco estudos, como outra dificuldade vivenciada pelos pacientes. Tal apoio era referido, por vezes, como de difícil acesso, principalmente para responder a dúvidas sobre a doença propriamente dita. Em outros momentos, era referido como deficitário na compreensão das singularidades de cada paciente.66 Hale ED, Trehame GJ, et al. "Joining the dots" for patients with systemic lupus erythematosus: personal perspectives of health care from a qualitative study. Ann Rheum Dis. 2006;65:585-9.,77 Goodmamn D, Morrissey S, Graham D, Bossingham D. Illness representations of systemic lupus erythematosus. Qual Helth Research.. 2005;15:606-19.,1313 Chambers SA, Raine R, Rahman A, Isenberg D. Why do patients with systemic lupus erythematosus take or fail to take their prescribed medications? A qualitative study in a UK cohort. Rheumatology (Oxford). 2009;48:266-71.,2020 Waldon N, Brown S, Hewlett S, Elliott B, McHugh N, McCabe C. It's more scary not to know: a qualitative study exploring the information needs patients with systemic lupus erythematosus at the time diagnosis. Musculoskeletal Care. 2011;9:228-38.,2121 Mattson M, Möller B, Stamm T, Gard G, Boström C. Uncertainty and opportunities in patients with established systemic lupus erythematosus: a qualitative study. Musculosketal Care. 2012;10:1-12.

Os estudos revisados mostraram a singularidade das diferentes vivências dos pacientes de LES. Seu conjunto revela uma configuração para as diversas etapas vivenciais da doença, que se iniciam com seu desencadeamento e estendem-se até o diagnóstico e prognóstico, passando pela compreensão do processo do adoecimento e pelo tratamento medicamentoso e seus efeitos evolutivos sobre a doença. Os estudos possibilitam ainda constatar que os pacientes com LES vivem na expectativa natural da melhoria de seus sintomas. Contudo, quando a remissão dos sintomas ocorre, há dificuldades de compreensão acerca da permanência do caráter de cronicidade da doença. Esse momento pode ser entendido por alguns pacientes como cura, quando se trata, na realidade, de apenas uma fase da doença que merece ser mais bem explorada, algo não feito pelos estudos, e que a amplitude dos métodos qualitativos, como igualmente evidenciada no presente texto, permite delinear a compreensão das vivências desses pacientes, de fato, em todas as fases, bem como o manejo pelo paciente.

  • Departamento: Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas/Área de Saúde Mental, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil.

Agradecimentos

Agradecemos a colaboração de todos os participantes do Laboratório de Pesquisa Clínico-Qualitativa do DPMP-FCM-Unicamp na revisão crítica deste artigo.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Nov-Dec 2015

Histórico

  • Recebido
    12 Dez 2013
  • Aceito
    26 Ago 2014
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