Acessibilidade / Reportar erro

Velocidade de marcha e desnutrição em paciente hospitalizados e qualidade de vida de seus cuidadores

RESUMO

Objetivo:

Verificar a relação da idade, estado nutricional e velocidade de marcha de indivíduos hospitalizados com a qualidade de vida de seus cuidadores.

Métodos:

Estudo observacional do tipo transversal com 54 pacientes e seus respectivos cuidadores em um hospital universitário da região Centro-Oeste do Brasil. Análises foram realizadas no programa SPSS considerando p < 0,05.

Resultados:

O domínio Relações sociais obteve o escore médio mais elevado (71,45±18,64) e o mais baixo foi do domínio Físico (57,80±12,01). Segundo avaliação nutricional subjetiva, 72,2% apresentavam algum grau de desnutrição. A maioria foi classificada com baixa velocidade de marcha (82%). Encontrou-se correlação significativa entre a idade e os domínios Físico e Qualidade de vida geral. O domínio Ambiente correlacionou-se significativamente com a velocidade de marcha.

Conclusão:

A idade e a velocidade de marcha do paciente estiveram relacionadas com a qualidade de vida do cuidador, porém não encontramos impacto no estado nutricional.

Descritores:
Cuidadores; Qualidade de Vida; Desnutrição; Estado Nutricional; Fragilidade

ABSTRACT

Objective:

To verify the age, nutritional status, and gait speed in hospitalized individuals, and their association with the quality of life of their caregivers.

Methods:

Observational cross-sectional study with 54 patients and their respective caretakers in a university hospital in the Brazilian Midwest. The analyses were carried out using the SPSS software, with p < 0.05.

Results:

The Social Relations domain had the highest mean score (71.45±18.64). The lowest score was in the Physical domain (57.80±12.01). According to a subjective nutritional evaluation, 72.2% presented some degree of malnutrition. Most were classified with low gait speeds (82%). There was a significant correlation between age and the Physical and General Quality of Life domains. The Environment domain was significantly correlated to the gait speed.

Conclusion:

The age and the gait speed of the patient were related to the quality of life of the caregiver, but the nutritional state was not affected.

Descriptors:
Caregivers; Quality of Life; Malnutrition; Nutritional Status; Frailty

RESUMEN

Objetivo:

Verificar la relación de la edad, estado nutricional y velocidad de la marcha de indivíduos hospitalizados con la calidad de vida de sus cuidadores.

Métodos:

Estudio observacional del tipo transversal con 54 pacientes y sus respectivos cuidadores en un hospital universitario del Medio oeste de Brasil. Análisis han sido realizadas en el programa SPSS considerando p < 0,05.

Resultados:

El dominio Relaciones sociales obtuvo la calificación media más elevada (71,45±18,64) y la más baja ha sido del dominio Físico (57,80±12,01). Segundo evaluación nutricional subjetiva, 72,2% presentaban alguno grado de desnutrición. La mayoría ha sido clasificada con baja velocidad de la marcha (82%). Se encontró correlación significativa entre la edad y los dominios Físico y Calidad de vida general. El dominio Ambiente se ha correlacionado significativamente con la velocidad de marcha.

Conclusión:

La edad y la velocidad de la marcha del paciente han estado relacionadas con la calidad de vida del cuidador, pero no encontramos impacto en el estado nutricional.

Descriptores:
Cuidadores; Calidad de Vida; Desnutrición; Estado Nutricional; Fragilidad

INTRODUÇÃO

O envelhecimento populacional vem acontecendo de modo acelerado no cenário mundial e se constitui como um desafio para a sociedade. O World Population Prospects 2019: Highlights, publicado pela Organização das Nações Unidas (ONU), estimou, para o ano de 2019, a existência de 1 idoso para cada 11 indivíduos no mundo; e a expectativa será de 1 para cada 6 até o ano de 2050, além de triplicar o número de indivíduos com 80 anos ou mais entre os anos de 2019 e 2050(11 United Nations. World Population Prospects 2019: Highlights. Department of Economic and Social Affairs [Internet]. 2019 [cited 2019 Sep 16]. Available from: https://population.un.org/wpp/Publications/Files/WPP2019_Highlights.pdf
https://population.un.org/wpp/Publicatio...
).

Com o aumento da expectativa de vida, paralelamente ao processo natural do envelhecimento, diversas mudanças no organismo ocorrem, e a probabilidade de desenvolver algum tipo de doença crônica também aumenta. Por sua vez, esses fatores podem resultar em um maior número de indivíduos fragilizados, aumentando, assim, o número de idosos que necessitam de cuidados em longo prazo(22 Veras R, Oliveira M. Care pathway for the elderly: detailing the model. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2016;19(6):887-905. doi: 10.1590/1981-22562016019.160205
https://doi.org/10.1590/1981-22562016019...
).

A fragilidade é uma síndrome geriátrica e ocorre devido a alterações multifatoriais que levam a um declínio e desequilíbrio homeostático. É caracterizada pela perda de peso referida, redução de força, exaustão autorreferida, baixo desempenho de marcha e baixa atividade física(33 Fried LP, Tangen CM, Walston J, Newman AB, Hirsch C, Gottdiener J, et al. Frailty in older adults: evidence for a phenotype. J Gerontol Ser A Biol Sci Med Sci. 2001;56(3):146-56. doi: 10.1093/gerona/56.3.m146
https://doi.org/10.1093/gerona/56.3.m146...
). Concomitante a essa alteração, uma condição frequentemente encontrada é a desnutriçãocomorbidities, Activities of Daily Living (ADL(44 Boulos C, Salameh P, Barberger-Gateau P. Malnutrition and frailty in community dwelling older adults living in a rural setting. Clin Nutr. 2016;35(1):138-43. doi: 10.1016/j.clnu.2015.01.008
https://doi.org/10.1016/j.clnu.2015.01.0...
), que continua sendo um problema de saúde pública nos países em desenvolvimento. Segundo uma revisão sistemática com 29.474 pacientes de 12 países da América Latina, as taxas de prevalência de desnutrição encontramse em torno de 40% a 60% no momento da admissão hospitalar(55 Correia MITD, Perman MI, Waitzberg DL. Hospital malnutrition in Latin America: a systematic review. Clin Nutr. 2017;36(4):958-67. doi: 10.1016/j.clnu.2016.06.025
https://doi.org/10.1016/j.clnu.2016.06.0...
).

Desse modo, é necessário que haja um rastreamento nutricional precoce e de qualidade para identificar o risco nutricional, além de uma avaliação nutricional detalhada, visando escolher a melhor conduta a ser tomada e traçar um plano de intervenção eficaz e individualizado(66 Cederholm T, Jensen GL, Correia MITD, Gonzalez MC, Fukushima R, Higashiguchi T, et al. GLIM criteria for the diagnosis of malnutrition: a consensus report from the global clinical nutrition community. Clin Nutr. 2019;38(1):1-9. doi: 10.1016/j.clnu.2018.08.002
https://doi.org/10.1016/j.clnu.2018.08.0...
). Para tanto, em ambiente hospitalar a ferramenta considerada padrão-ouro e amplamente utilizada é a Avaliação Subjetiva Global (ASG)(77 Detsky AS, McLaughlin JR, Baker JP, Johnston N, Whittaker S, Mendelson RA, et al. What is subjective global assessment of nutritional status? JPEN J Parenter Enteral Nutr. 1987;11(1)8-13. doi: 10.1177/014860718701100108
https://doi.org/10.1177/0148607187011001...
), com versão mais recente produzida pelo paciente, denominada ASGPPP(88 Jager-Wittenaar H, Ottery FD. Assessing nutritional status in cancer: role of the patient-generated subjective global assessment. Curr Opin Clin Nutr Metab Care. 2017;20(5):322-9. doi: 10.1097/MCO.0000000000000389
https://doi.org/10.1097/MCO.000000000000...
).

Para auxiliar na avaliação da saúde do paciente, a velocidade de marcha (VM) pode ser investigada, uma vez que se trata de um teste rápido, seguro e confiável. A VM é um marcador clínico relevante para conhecer o estado funcional do paciente, sobretudo dos idosos. Como resultado do próprio processo de envelhecimento e da inatividade física, ocorre a diminuição do estado funcional, que pode vir a culminar no desenvolvimento da fragilidade e da sarcopenia, sendo, portanto, um fator importante a ser analisado(99 Martinez BP, Batista AKMS, Ramos IR, Dantas JC, Gomes IB, Forgiarini LA, et al. Viabilidade do teste de velocidade de marcha em idosos hospitalizados. J Bras Pneumol. 2016;42(3):196-202. doi: 10.1590/S1806-37562015000000058
https://doi.org/10.1590/S1806-3756201500...
-1010 Cruz-Jentoft AJ, Bahat G, Bauer J, Boirie Y, Bruyère O, Cederholm T, et al. Sarcopenia: revised European consensus on definition and diagnosis. Age Ageing. 2019;48(1):16-31. doi: 10.1093/ageing/afy169
https://doi.org/10.1093/ageing/afy169...
). Os pacientes que se encontram em quadro de desnutrição e com VM diminuída podem apresentar maiores complicações e desfechos clínicos desfavoráveis, tais como declínio funcional, quedas, maior número de hospitalizações e institucionalização, maior dependência de cuidados e aumento dos riscos de mortalidade(1111 Waitzberg DL, Correia MI. Strategies for High-Quality Nutrition Therapy in Brazil. J Parenter Enter Nutr. 2015;40(1):73-82. doi: 10.1177/0148607115596159
https://doi.org/10.1177/0148607115596159...

12 Velázquez-Alva MC, Irigoyen-Camacho ME, Zepeda-Zepeda MA, et al. Sarcopenia, nutritional status and type 2 diabetes mellitus: a cross-sectional study in a group of Mexican women residing in a nursing home. Nutr Diet 2019. doi: 10.1111/1747-0080.12551
https://doi.org/10.1111/1747-0080.12551...

13 Studenski S, Faulkner K, Inzitari M, Brach J, Chandler J, Cawthon P, et al. Gait speed and survival in older adults. JAMA J Am Med Assoc. 2015;305(1):50-8. doi: 10.1001/jama.2010.1923
https://doi.org/10.1001/jama.2010.1923...
-1414 Guedes RC, Dias RC, Neri AL, Ferriolli E, Lourenço RA, Lustosa LP. Declínio da velocidade da marcha e desfechos de saúde em idosos: dados da Rede Fibra. Fisioter Pesqui. 2019;26(3)304-10. doi: 10.1590/1809-2950/18036026032019
https://doi.org/10.1590/1809-2950/180360...
).

Diante desse quadro de perda de independência, surge a figura do cuidador, definido de acordo com o Guia Prático do Cuidador(1515 Ministério da Saúde (BR). Guia Prático do Cuidador [Internet]. Ministério da Saúde. Brasília; 2008 [cited 2019 Sep 16]. 64 p. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_cuidador.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoe...
) como uma pessoa da família ou conhecido que presta cuidados a outro sujeito que apresente limitações físicas ou mentais, sendo tal trabalho remunerado ou não. O ato do cuidado vai além do simples fato de a pessoa estar responsável pela higiene, medicação e alimentação do paciente, envolve também a doação de tempo e companhia. Tendo isso em vista, o cuidador muitas vezes altera sua própria rotina em função do indivíduo a ser cuidado, restringe sua vida social e por vezes profissional, além de estar exposto à sobrecarga tanto física quanto emocional(1616 Peres PA, Buchalla CM, Silva SM. Aspectos da sobrecarga e qualidade de vida de cuidadores de pacientes hospitalizados: uma análise baseada na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). Rev Bras Saúde Ocup. 2018;6369:1-7. doi: 10.1590/2317-6369000013617
https://doi.org/10.1590/2317-63690000136...
), podendo, assim, impactar de modo negativo a própria qualidade de vida (QV), nas relações com os idosos(1717 Nunes DP, Brito TRP, Corona LP, Alexandre TS, Duarte YAO. Elderly and caregiver demand: proposal for a care need classification. Rev Bras Enferm. 2018;71(suppl 2):844-50. [Thematic Issue: Health of the Elderly]. doi: 10.1590/0034-7167-2017-0123
https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0...
) e no cuidado prestado ao paciente.

A QV é um conceito multidimensional que envolve diferentes fatores. De modo geral, pode ser entendida como a percepção do indivíduo quanto à sua posição na vida em consonância com aspectos físicos, psicológicos, meio ambiente e relações sociais(1818 Fleck MP, Louzada S, Xavier M, Chachamovich E, Vieira G, Santos L, et al. Application of the Portuguese version of the abbreviated instrument of quality life WHOQOL-bref. Rev Saude Publica. 2000;34(2):178-83. doi: 10.1590/S0034-89102000000200012
https://doi.org/10.1590/S0034-8910200000...
). Assim, considerando os comprometimentos a que o cuidador de um paciente hospitalizado está exposto, torna-se relevante conhecer a sua percepção sobre a própria QV.

Diante do exposto, será que o estado nutricional e a VM seriam aspectos relevantes em indivíduos hospitalizados e poderiam estar associados à QV de seus cuidadores? Essa indagação pode auxiliar na qualidade do cuidado prestado, visto que um cuidador com boa percepção da QV pode se sentir mais apto e motivado para desempenhar sua função e assim contribuir para a melhora do quadro clínico e recuperação do paciente(1919 Jesus ITM, Orlandi AAS, Zazzetta MS. Sobrecarga, perfil e cuidado: cuidadores de idosos em vulnerabilidade social. Rev Bras Geriatr e Gerontol. 2018;21(2):194-204. doi: 10.1590/1981-22562018021.170155
https://doi.org/10.1590/1981-22562018021...
).

OBJETIVO

Verificar a relação da idade, estado nutricional e velocidade de marcha de indivíduos hospitalizados com a qualidade de vida de seus cuidadores.

MÉTODOS

Aspectos éticos

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal da Grande Dourados. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A Resolução nº 466/12 e seus preceitos éticos para a pesquisa envolvendo seres humanos foram respeitados.

Desenho, período e local do estudo

Trata-se de um estudo observacional do tipo transversal, realizado entre abril e setembro de 2019, nas Unidades de Clínica Cirúrgica e Médica do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados - HU/UFGD, em Dourados (MS).

População; critérios de inclusão e exclusão

Utilizou-se amostra não probabilística por conveniências. Foram convidados 93 pacientes, de ambos os sexos, admitidos nas unidades de internação cirúrgica e clínica, nas primeiras 48 horas, com idade igual ou superior a 20 anos. Destes, apenas 73 concordaram com a participação, entretanto somente 54 deles, que possuíam cuidadores, foram incluídos na pesquisa. Cabe esclarecer que se trata de um estudo com amostra pareada, ou seja, para cada paciente incluído na amostra foi incluído também seu respectivo cuidador.

Os critérios de exclusão foram: pacientes em precaução respiratória, pacientes que não deambulavam, impossibilidade de avaliação nas primeiras 48 horas de admissão, déficit cognitivo, doenças neurodegenerativas ou disfunções psiquiátricas graves, indivíduos com idade inferior a 20 anos, gestantes/puérperas/lactantes e a população indígena.

Para compor a amostra de cuidadores, foram convidados a participar todos os indivíduos de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 20 anos, membros ou não da família, que estivessem responsáveis, totalmente, pelos cuidados do paciente durante o período de internação e, possivelmente, em casa.

Protocolo do estudo

Para caracterização da amostra total (pacientes e cuidadores), as variáveis sexo, idade (anos completos), estado civil (solteiro, casado, viúvo e separado/divorciado), presença de atividade laboral (presença ou ausência) e classe econômica foram investigadas. O Critério de Classificação Econômica Brasil - ABEP foi utilizado para classificar os indivíduos em níveis econômicos(2020 Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP). Critério de Classificação Econômica Brasil 2018 [Internet]. São Paulo: ABEP. 2018 [cited 2019 Oct 06]. Available from: http://www.abep.org/criterio-brasil
http://www.abep.org/criterio-brasil...
).

Para avaliar a QV do cuidador, utilizou-se a versão em português do World Health Organization Quality of Life Instrument-Abbreviated version (WHOQOL-Bref). Trata-se de um questionário autoaplicável composto por duas questões sobre qualidade de vida geral, sendo a primeira delas sobre a autopercepção geral da QV e a segunda sobre autoavaliação da saúde. Os demais itens (24) são divididos em quatro domínios. O domínio Físico abrange questões sobre dor, tratamento médico, energia, mobilidade, sono, atividades da vida cotidiana e trabalho (itens 3, 4, 10, 15, 16, 17 e 18). No domínio Psicológico, as questões referem-se a sentimento positivo, espiritualidade, concentração, imagem corporal, autoestima e sentimento negativo (itens 5, 6, 7, 11, 19 e 26). O domínio Relações sociais é sobre relacionamentos, atividade sexual e suporte social (itens 20, 21 e 22). E o domínio Meio ambiente trata de questões sobre segurança, quão o ambiente físico é saudável, finanças, informação, lazer, local da moradia, acesso aos serviços de saúde e transporte (itens 8, 9, 12, 13, 14, 23, 24 e 25).

Dessa forma, o instrumento é baseado em 26 itens com respostas dispostas em escala do tipo Likert de 5 pontos, incluindo muito ruim (1) a muito bom (5); muito insatisfeito (1) a muito satisfeito (5); nada (1) a extremamente (5); e nada (1) a completamente (5). Há três itens na escala com pontuação inversa: quanto a sua dor física impede de você de fazer o que precisa (item 3), o quanto você precisa de algum tratamento médico para levar sua vida (item 4) e a frequência com que tem sentimentos negativos (item 26). O escore médio indica a percepção de QV em cada domínio, sendo que, quanto maior a pontuação, melhor a QV(1818 Fleck MP, Louzada S, Xavier M, Chachamovich E, Vieira G, Santos L, et al. Application of the Portuguese version of the abbreviated instrument of quality life WHOQOL-bref. Rev Saude Publica. 2000;34(2):178-83. doi: 10.1590/S0034-89102000000200012
https://doi.org/10.1590/S0034-8910200000...
,2121 The World Health Organization Quality of Life Group. Development of the World Health Organization WHOQOL-BREF quality of life assessment. The WHOQOL Group. Psychol Med [Internet]. 1998 [cited 2019 Sep 20];28(3):551-8. Available from: https://pdfs.semanticscholar.org/e8ff/ae53509590129240f132b354ad36e649d6bd.pdf
https://pdfs.semanticscholar.org/e8ff/ae...
).

Os itens do WHOQOL-Bref foram processados de acordo com a recomendação do WHOQOL group(2121 The World Health Organization Quality of Life Group. Development of the World Health Organization WHOQOL-BREF quality of life assessment. The WHOQOL Group. Psychol Med [Internet]. 1998 [cited 2019 Sep 20];28(3):551-8. Available from: https://pdfs.semanticscholar.org/e8ff/ae53509590129240f132b354ad36e649d6bd.pdf
https://pdfs.semanticscholar.org/e8ff/ae...
). As pontuações obtidas nos itens 3, 4 e 26 foram recodificadas (1 = 5, 2 = 4, 3 = 3, 4 = 2 e 5 = 1). A média de cada domínio foi calculada com escores variando entre 0 e 100, que foram multiplicados por 4, por -4 e por 100/16. Vale mencionar que a autorização para utilização do WHOQOL-Bref nesta pesquisa foi dada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Cabe esclarecer que, embora o instrumento seja autoaplicável, o formato de entrevista neste estudo foi escolhido visando garantir o preenchimento de todos os itens do instrumento.

As variáveis clínicas do paciente, tais como como doenças crônicas pregressas e enfermaria onde o paciente se encontrava, foram obtidas por meio do prontuário e durante a entrevista pessoal nas primeiras 48 horas de admissão.

O estado nutricional do paciente foi avaliado com base no Índice de Massa Corporal (IMC), calculado por meio das medidas de peso (kg) e altura (m2) e da Avaliação Subjetiva Global produzida pelo Paciente (ASG-PPP). O IMC foi classificado de acordo com o padrão de referência da Organização Mundial da Saúde(2222 World Health Organization-WHO. Physical status: the use and interpretation of anthropometry: report of a WHO Expert Committee [Internet]. Geneva: World Health Organization. 1995 [cited 2019 Oct 6]. Available from: http://www.who.int/childgrowth/publications/physical_status/en/index.html
http://www.who.int/childgrowth/publicati...
) e de Lipschitz et al.(2323 Lipschitz DA. Screening for nutritional status in the elderly. Prim Care [Internet]. 1994[cited 2019 Oct 06];21(1)55-67. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8197257
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8197...
) para adultos e idosos, respectivamente. Para a ASG-PPP, foi utilizada a versão validada para o português do Brasil(2424 Gonzalez MC, Borges LR, Silveira DH, Assunção MCF, Orlandi SP. Validação da versão em português da avaliação subjetiva global produzida pelo paciente. Rev Bras Nutr Clin [Internet]. 2010[cited 2019 Oct 6];25(2):102-8. Available from: http://www.braspen.com.br/home/wp-content/uploads/2016/12/02-Valida%C3%A7%C3%A3o-da-vers%C3%A3o-em-portugu%C3%AAs-da-avalia%C3%A7%C3%A3o-subjetiva-global-produzida-pelo-paciente.pdf
http://www.braspen.com.br/home/wp-conten...
). O instrumento constitui-se de duas partes, sendo a primeira preenchida pelo próprio paciente (com ou sem o auxílio do cuidador); e a segunda, pelo profissional de saúde. Ao fim, classifica-se o paciente em três categorias (A = bem nutrido, B = desnutrição suspeita/moderada ou C = desnutrição grave), e gera-se um escore que define as intervenções nutricionais necessárias, segundo a pontuação (0-1 = nenhuma intervenção necessária no momento, 2-3 = aconselhamento do paciente e de seus familiares, 4-8 = requer intervenção nutricional e ≥ 9 = indica necessidade urgente de conduta nutricional para melhora dos sintomas)(88 Jager-Wittenaar H, Ottery FD. Assessing nutritional status in cancer: role of the patient-generated subjective global assessment. Curr Opin Clin Nutr Metab Care. 2017;20(5):322-9. doi: 10.1097/MCO.0000000000000389
https://doi.org/10.1097/MCO.000000000000...
).

A VM (m/s) foi avaliada na distância de um percurso de 4 metros, contemplando 1 metro para aceleração e 1 metro para desaceleração. Os pacientes usaram seu calçado habitual e foram orientados a andar na sua velocidade normal, e o tempo de deslocamento foi cronometrado pelo avaliador(2525 Maggio M, Ceda GP, Ticinesi A, De Vita F, Gelmini G, Costantino C, et al. Instrumental and non-instrumental evaluation of 4-meter walking speed in older individuals. PLoS One. 2016;11(4):1-10. doi: 10.1371 / journal.pone.0153583
https://doi.org/10.1371 / journal.pone.0...
).

A VM foi utilizada como variável contínua, utilizando-se o ponto de corte de ≤ 0,8m/s, ou seja, o paciente deveria cumprir o percurso estabelecido em um tempo de ≤ 5 segundos, indicado pelo European Working Group Sarcopenia in Older People (EWGSOP2) como o valor mais sensível para identificar desfechos adversos(1010 Cruz-Jentoft AJ, Bahat G, Bauer J, Boirie Y, Bruyère O, Cederholm T, et al. Sarcopenia: revised European consensus on definition and diagnosis. Age Ageing. 2019;48(1):16-31. doi: 10.1093/ageing/afy169
https://doi.org/10.1093/ageing/afy169...
).

Análise dos resultados e estatística

Inicialmente, realizou-se estatística descritiva. Os dados contínuos foram apresentados em média e desvio-padrão; e os categóricos, em frequências e percentuais. A fim de investigar a relação entre idade, estado nutricional e VM dos pacientes com a qualidade de vida dos seus cuidadores, foi calculado e analisado o coeficiente de correlação de Spearman. Com o objetivo de estudo de comparação entre os escores médios para cada domínio do WHOQOL-Bref, realizou-se Análise de Variância (ANOVA). Diante da violação do pressuposto de homocedasticidade, utilizou-se correção de Welch; e, nessa condição, foi usado como pós-teste o Games-Howell. Os testes foram considerados significativos quando se observou p < 0,05. As análises foram efetuadas no programa IBM SPSS Statistics (v. 22, SPSS An IMB Company, Chicago, IL).

RESULTADOS

Na Tabela 1, encontram-se as características da amostra de estudo.

Tabela 1
Caracterização dos participantes do estudo

A amostra do grupo de cuidadores foi composta por 54 indivíduos, com média de idade igual a 48,96±13,71 anos, sendo a maioria do sexo feminino (79,6%), casada (57,4%), com presença de atividade laboral (57,7%) e pertencente à classe econômica C (61,1%).

Dos 54 pacientes, a maioria era mulher (n = 28, 51,9%). A média de idade deles foi 67,48±10,04 anos, sendo 55,6% admitidos na clínica cirúrgica, a maioria (77,8%) era idoso e possuía de uma a três doenças crônicas (77,8%). De acordo com o indicador IMC, 48,1% (n = 26) apresentavam-se adequados; e, quando avaliados por meio da ASG-PPP, 48,1% (n = 26) totalizaram 9 pontos ou mais, ou seja, necessitavam com urgência de algum tipo de intervenção nutricional, e 72,2% (n = 39) apresentavam algum grau de desnutrição (categorias B e C). A média de velocidade de marcha dos pacientes foi igual a 9,25±4,32 segundos, sendo a mínima de 2,38 e a máxima de 23,05 segundos, estando a maioria na classificação de baixa velocidade de marcha (82%).

A Tabela 2 apresenta a distribuição geral das respostas dadas aos itens do WHOQOL-Bref pelos cuidadores. Na autoavaliação sobre a própria QV geral, a maioria dos cuidadores considerou como sendo boa (53,8%). Quanto à satisfação com a própria saúde, 50,9% (n = 27) encontravamse satisfeitos.

Tabela 2
Frequências de respostas dadas aos itens do World Health Organization Quality of Life-Abbreviated version (WHOQOL-Bref) pelos cuidadores

Ao serem questionados sobre a dor física, 37% (n = 20) dos cuidadores responderam que esse fator os impede de fazer alguma coisa do dia a dia, enquanto 41,5% (n = 22) realizam algum tipo de tratamento médico. Apesar disso, esses cuidadores estão satisfeitos (48,1%) quanto à sua capacidade para o trabalho.

Quando questionados sobre o quanto sua vida tem sentido, 52,8% (n = 28) consideraram a resposta "bastante". Já com relação à frequência com que sentem sentimentos negativos: 44,4% (n = 24) os sentem muito frequentemente; e 20,4% (n = 11), sempre.

No tocante à satisfação com suas relações pessoais, vida sexual e com o apoio que recebem de seus amigos e parentes, observou-se que os cuidadores estavam satisfeitos 42,6%, 51,9% e 53,7%, respectivamente.

Com relação ao domínio Ambiente, que contém questões sobre segurança, a maioria (63%) relatou estar bastante satisfeita, embora 29,6% relataram pouca oportunidade de lazer (29,6%).

Na Tabela 3, apresentam-se os escores médios e a comparação entre os domínios Físico, Psicológico, Relações sociais, Meio ambiente e Qualidade de vida geral, obtidos do WHOQOL-Bref para a amostra de cuidadores.

Tabela 3
Escores médios e comparação entre os domínios do World Health Organization Quality of Life-Abbreviated version (WHOQOL-bref) dos cuidadores

Observa-se que o escore médio mais elevado de qualidade de vida foi no DRS, com 71,45±18,64; e o domínio mais comprometido (prejudicado) foi DF, com 57,80±12,01. Quando comparados os escores médios, foram encontradas diferenças significativas entre os domínios (F = 116,740; poder do teste = 1,000; p < 0,001).

Na Tabela 4, apresenta-se a correlação dos domínios Físico, Psicológico, Relações sociais, Ambiente e Qualidade de vida geral com as variáveis "idade", "estado nutricional" e "velocidade de marcha dos pacientes".

Tabela 4
Correlação dos domínios Físico, Psicológico, Relações sociais, Meio ambiente e Qualidade de vida geral do cuidador com as variáveis idade, estado nutricional e velocidade de marcha do paciente

Encontrou-se correlacao significativa entre a idade e os dominios Fisico (ρ = -0,412; p = 0,002) e QV geral (ρ = -0,296; p = 0,030). Alem disso, o dominio Meio ambiente apresentou correlação significativa com a velocidade de marcha avaliada pelo teste de caminhada de 4 m (ρ = 0,312; p = 0,027).

DISCUSSÃO

Este estudo buscou contribuir com a literatura no que se refere à identificação de que o declínio da velocidade de marcha é uma característica do paciente relacionada com a qualidade de vida do cuidador, especialmente com aspectos ligados ao ambiente. Além disso, observamos que a desnutrição, embora culmine com desfechos desfavoráveis ao paciente, neste estudo não foi associada à qualidade de vida do cuidador, mesmo a maioria dos pacientes estando classificada com algum grau de desnutrição. Ainda, constatamos que a idade do paciente é uma variável relacionada com a QV geral do cuidador e com o aspecto físico, uma vez que a população deste estudo é predominantemente idosa, exigindo uma maior necessidade de atenção e cuidado.

A predominância de indivíduos do sexo feminino neste estudo pode ser explicada pelo fato de que o ato de cuidar é naturalizado como exercício da mulher, portanto o cuidado com a família, incluindo os indivíduos dependentes, é visto, socialmente, como uma tarefa cotidiana sua, perpetuando a ideia de que as responsabilidades domésticas devem ser atribuídas à mulher. Da mesma forma, os homens são responsáveis por tarefas políticas e econômicas e, quando inseridos no contexto de cuidado, configuram-se como cuidadores secundários, lhes sendo atribuídas atividades indiretas, como transporte e organização financeira da pessoa cuidada(2626 Kantorski LP, Jardim VMR, Treichel CAS, Andrade APM, Silva MSSJ, Coimbra VCC. Gênero como marcador das relações de cuidado informal em saúde mental. Cad Saúde Colet. 2019;27(1):60-6. doi: 10.1590/1414-462x201900010071
https://doi.org/10.1590/1414-462x2019000...
).

Tanto os pacientes quanto os cuidadores deste estudo encontram-se, em sua maioria, na classe econômica C. Em estudo epidemiológico, conduzido por Alexandre et al.(2727 Alexandre TS, Corona LP, Brito TRP, Santos JLF, Duarte YAO, Lebrão ML. Gender differences in the incidence and determinants of components of the frailty phenotype among older adults: findings from the SABE Study. J Aging Health. 2018;30(2):190-212. doi: 10.1177/0898264316671228
https://doi.org/10.1177/0898264316671228...
), que avaliou 1.413 idosos com o objetivo de analisar as diferenças de gênero sobre a incidência e determinantes dos componentes do fenótipo de fragilidade, a maioria dos indivíduos apresentou-se com percepção de renda insuficiente, assim como em nosso estudo. Níveis socioeconômicos mais baixos podem interferir na limitação do acesso aos cuidados alimentares, sociais e de saúde. Isso talvez possa justificar o número de casos de desnutrição obtido.

Quanto aos domínios da QV do cuidador, o escore mais elevado foi encontrado no DRS, cujos itens investigam as relações sociais, suporte (apoio) social e atividade sexual. Podemos especular que os cuidadores deste estudo tenham recebido apoio de amigos e familiares, visto que isso auxilia no fortalecimento de parcerias e minimiza as dificuldades encontradas no ato de cuidar. No geral, os cuidadores parecem estar satisfeitos com a sua QV. Tal fato pode ser justificado pela amostra do estudo, pois os pacientes que a compuseram não possuíam demências e/ou doenças neurodegenerativas, deambulavam (mesmo que com ajuda) e encontravam-se aptos inclusive a realizar o teste de velocidade de marcha, preenchendo critérios de elegibilidade bem específicos.

À medida que a idade avança, maiores são as chances de se desenvolver a síndrome de fragilidade(2828 Duarte M, Paúl C. Prevalence of phenotypic frailty during the aging process in a Portuguese community. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2015;18(4):871-80. doi: 10.1590/1809-9823.2015.14160
https://doi.org/10.1590/1809-9823.2015.1...
), que pode culminar em maiores chances de hospitalizações, incremento nos custos diários dos cuidados e dependência(2929 Butler A, Gallagher D, Gillespie P, Crosby L, Ryan D, Lacey L, et al. Frailty: a costly phenomenon in caring for elders with cognitive impairment. Int J Geriatr Psychiatry. 2016;31(2):161-8. doi: 10.1590/1809-9823.2015.14160
https://doi.org/10.1590/1809-9823.2015.1...
). Essa prestação de cuidados no longo prazo acarreta sobrecarga física, emocional e até mesmo o surgimento de doenças crônicas como artrite e doenças vasculares periféricas(3030 Brigola AG, Luchesi BM, Rossetti ES, Mioshi E, Inouye K, Pavarini SCI. Perfil de saúde de cuidadores familiares de idosos e sua relação com variáveis do cuidado: um estudo no contexto rural. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2017;20(3): 410-422. doi: 10.1590/1981-22562017020.160202
https://doi.org/10.1590/1981-22562017020...
), alterando, assim, aspectos inerentes à qualidade de vida do cuidador. Isso confirma os nossos resultados de que, quanto mais avançada a idade, maior o impacto negativo sobre os domínios Físico e Qualidade de vida geral.

Limitações do estudo

Uma limitação do estudo foi o seu desenho transversal, que não permite inferirmos relações de causa. Outra foi o fato de a entrevista com o cuidador ter sido realizada nas primeiras 48 horas de admissão do paciente, pois muitas vezes a necessidade do cuidado pode ter ocorrido apenas no momento da cirurgia ou hospitalização.

Contribuições para a área da Enfermagem, Saúde ou Política Pública

Como contribuições, destacamos que este estudo poderá propiciar o desenvolvimento de novas pesquisas que visem fortalecer as discussões acerca da temática abordada dentro da perspectiva multimodal. Dessa forma, será possível o auxílio na formulação de políticas públicas direcionadas aos cuidadores, com maior capacitação e atenção da equipe de saúde, bem como realização de ações e intervenções voltadas a este público, para que assim o trabalho do cuidador seja menos árduo e haja melhoria em sua própria qualidade de vida e no cuidado prestado.

CONCLUSÃO

A idade do paciente foi uma característica que se relacionou significativamente com a qualidade de vida do cuidador no domínio Físico. Já a velocidade de marcha do paciente se relacionou com a qualidade de vida geral dos cuidadores. Para a amostra investigada, não encontramos impacto do estado nutricional na QV do cuidador, mesmo considerando os resultados da avaliação pelo IMC e o fato de os pacientes estarem em sua maioria desnutridos segundo a ASG-PPP.

REFERENCES

  • 1
    United Nations. World Population Prospects 2019: Highlights. Department of Economic and Social Affairs [Internet]. 2019 [cited 2019 Sep 16]. Available from: https://population.un.org/wpp/Publications/Files/WPP2019_Highlights.pdf
    » https://population.un.org/wpp/Publications/Files/WPP2019_Highlights.pdf
  • 2
    Veras R, Oliveira M. Care pathway for the elderly: detailing the model. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2016;19(6):887-905. doi: 10.1590/1981-22562016019.160205
    » https://doi.org/10.1590/1981-22562016019.160205
  • 3
    Fried LP, Tangen CM, Walston J, Newman AB, Hirsch C, Gottdiener J, et al. Frailty in older adults: evidence for a phenotype. J Gerontol Ser A Biol Sci Med Sci. 2001;56(3):146-56. doi: 10.1093/gerona/56.3.m146
    » https://doi.org/10.1093/gerona/56.3.m146
  • 4
    Boulos C, Salameh P, Barberger-Gateau P. Malnutrition and frailty in community dwelling older adults living in a rural setting. Clin Nutr. 2016;35(1):138-43. doi: 10.1016/j.clnu.2015.01.008
    » https://doi.org/10.1016/j.clnu.2015.01.008
  • 5
    Correia MITD, Perman MI, Waitzberg DL. Hospital malnutrition in Latin America: a systematic review. Clin Nutr. 2017;36(4):958-67. doi: 10.1016/j.clnu.2016.06.025
    » https://doi.org/10.1016/j.clnu.2016.06.025
  • 6
    Cederholm T, Jensen GL, Correia MITD, Gonzalez MC, Fukushima R, Higashiguchi T, et al. GLIM criteria for the diagnosis of malnutrition: a consensus report from the global clinical nutrition community. Clin Nutr. 2019;38(1):1-9. doi: 10.1016/j.clnu.2018.08.002
    » https://doi.org/10.1016/j.clnu.2018.08.002
  • 7
    Detsky AS, McLaughlin JR, Baker JP, Johnston N, Whittaker S, Mendelson RA, et al. What is subjective global assessment of nutritional status? JPEN J Parenter Enteral Nutr. 1987;11(1)8-13. doi: 10.1177/014860718701100108
    » https://doi.org/10.1177/014860718701100108
  • 8
    Jager-Wittenaar H, Ottery FD. Assessing nutritional status in cancer: role of the patient-generated subjective global assessment. Curr Opin Clin Nutr Metab Care. 2017;20(5):322-9. doi: 10.1097/MCO.0000000000000389
    » https://doi.org/10.1097/MCO.0000000000000389
  • 9
    Martinez BP, Batista AKMS, Ramos IR, Dantas JC, Gomes IB, Forgiarini LA, et al. Viabilidade do teste de velocidade de marcha em idosos hospitalizados. J Bras Pneumol. 2016;42(3):196-202. doi: 10.1590/S1806-37562015000000058
    » https://doi.org/10.1590/S1806-37562015000000058
  • 10
    Cruz-Jentoft AJ, Bahat G, Bauer J, Boirie Y, Bruyère O, Cederholm T, et al. Sarcopenia: revised European consensus on definition and diagnosis. Age Ageing. 2019;48(1):16-31. doi: 10.1093/ageing/afy169
    » https://doi.org/10.1093/ageing/afy169
  • 11
    Waitzberg DL, Correia MI. Strategies for High-Quality Nutrition Therapy in Brazil. J Parenter Enter Nutr. 2015;40(1):73-82. doi: 10.1177/0148607115596159
    » https://doi.org/10.1177/0148607115596159
  • 12
    Velázquez-Alva MC, Irigoyen-Camacho ME, Zepeda-Zepeda MA, et al. Sarcopenia, nutritional status and type 2 diabetes mellitus: a cross-sectional study in a group of Mexican women residing in a nursing home. Nutr Diet 2019. doi: 10.1111/1747-0080.12551
    » https://doi.org/10.1111/1747-0080.12551
  • 13
    Studenski S, Faulkner K, Inzitari M, Brach J, Chandler J, Cawthon P, et al. Gait speed and survival in older adults. JAMA J Am Med Assoc. 2015;305(1):50-8. doi: 10.1001/jama.2010.1923
    » https://doi.org/10.1001/jama.2010.1923
  • 14
    Guedes RC, Dias RC, Neri AL, Ferriolli E, Lourenço RA, Lustosa LP. Declínio da velocidade da marcha e desfechos de saúde em idosos: dados da Rede Fibra. Fisioter Pesqui. 2019;26(3)304-10. doi: 10.1590/1809-2950/18036026032019
    » https://doi.org/10.1590/1809-2950/18036026032019
  • 15
    Ministério da Saúde (BR). Guia Prático do Cuidador [Internet]. Ministério da Saúde. Brasília; 2008 [cited 2019 Sep 16]. 64 p. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_cuidador.pdf
    » http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_cuidador.pdf
  • 16
    Peres PA, Buchalla CM, Silva SM. Aspectos da sobrecarga e qualidade de vida de cuidadores de pacientes hospitalizados: uma análise baseada na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). Rev Bras Saúde Ocup. 2018;6369:1-7. doi: 10.1590/2317-6369000013617
    » https://doi.org/10.1590/2317-6369000013617
  • 17
    Nunes DP, Brito TRP, Corona LP, Alexandre TS, Duarte YAO. Elderly and caregiver demand: proposal for a care need classification. Rev Bras Enferm. 2018;71(suppl 2):844-50. [Thematic Issue: Health of the Elderly]. doi: 10.1590/0034-7167-2017-0123
    » https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0123
  • 18
    Fleck MP, Louzada S, Xavier M, Chachamovich E, Vieira G, Santos L, et al. Application of the Portuguese version of the abbreviated instrument of quality life WHOQOL-bref. Rev Saude Publica. 2000;34(2):178-83. doi: 10.1590/S0034-89102000000200012
    » https://doi.org/10.1590/S0034-89102000000200012
  • 19
    Jesus ITM, Orlandi AAS, Zazzetta MS. Sobrecarga, perfil e cuidado: cuidadores de idosos em vulnerabilidade social. Rev Bras Geriatr e Gerontol. 2018;21(2):194-204. doi: 10.1590/1981-22562018021.170155
    » https://doi.org/10.1590/1981-22562018021.170155
  • 20
    Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP). Critério de Classificação Econômica Brasil 2018 [Internet]. São Paulo: ABEP. 2018 [cited 2019 Oct 06]. Available from: http://www.abep.org/criterio-brasil
    » http://www.abep.org/criterio-brasil
  • 21
    The World Health Organization Quality of Life Group. Development of the World Health Organization WHOQOL-BREF quality of life assessment. The WHOQOL Group. Psychol Med [Internet]. 1998 [cited 2019 Sep 20];28(3):551-8. Available from: https://pdfs.semanticscholar.org/e8ff/ae53509590129240f132b354ad36e649d6bd.pdf
    » https://pdfs.semanticscholar.org/e8ff/ae53509590129240f132b354ad36e649d6bd.pdf
  • 22
    World Health Organization-WHO. Physical status: the use and interpretation of anthropometry: report of a WHO Expert Committee [Internet]. Geneva: World Health Organization. 1995 [cited 2019 Oct 6]. Available from: http://www.who.int/childgrowth/publications/physical_status/en/index.html
    » http://www.who.int/childgrowth/publications/physical_status/en/index.html
  • 23
    Lipschitz DA. Screening for nutritional status in the elderly. Prim Care [Internet]. 1994[cited 2019 Oct 06];21(1)55-67. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8197257
    » https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8197257
  • 24
    Gonzalez MC, Borges LR, Silveira DH, Assunção MCF, Orlandi SP. Validação da versão em português da avaliação subjetiva global produzida pelo paciente. Rev Bras Nutr Clin [Internet]. 2010[cited 2019 Oct 6];25(2):102-8. Available from: http://www.braspen.com.br/home/wp-content/uploads/2016/12/02-Valida%C3%A7%C3%A3o-da-vers%C3%A3o-em-portugu%C3%AAs-da-avalia%C3%A7%C3%A3o-subjetiva-global-produzida-pelo-paciente.pdf
    » http://www.braspen.com.br/home/wp-content/uploads/2016/12/02-Valida%C3%A7%C3%A3o-da-vers%C3%A3o-em-portugu%C3%AAs-da-avalia%C3%A7%C3%A3o-subjetiva-global-produzida-pelo-paciente.pdf
  • 25
    Maggio M, Ceda GP, Ticinesi A, De Vita F, Gelmini G, Costantino C, et al. Instrumental and non-instrumental evaluation of 4-meter walking speed in older individuals. PLoS One. 2016;11(4):1-10. doi: 10.1371 / journal.pone.0153583
    » https://doi.org/10.1371 / journal.pone.0153583
  • 26
    Kantorski LP, Jardim VMR, Treichel CAS, Andrade APM, Silva MSSJ, Coimbra VCC. Gênero como marcador das relações de cuidado informal em saúde mental. Cad Saúde Colet. 2019;27(1):60-6. doi: 10.1590/1414-462x201900010071
    » https://doi.org/10.1590/1414-462x201900010071
  • 27
    Alexandre TS, Corona LP, Brito TRP, Santos JLF, Duarte YAO, Lebrão ML. Gender differences in the incidence and determinants of components of the frailty phenotype among older adults: findings from the SABE Study. J Aging Health. 2018;30(2):190-212. doi: 10.1177/0898264316671228
    » https://doi.org/10.1177/0898264316671228
  • 28
    Duarte M, Paúl C. Prevalence of phenotypic frailty during the aging process in a Portuguese community. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2015;18(4):871-80. doi: 10.1590/1809-9823.2015.14160
    » https://doi.org/10.1590/1809-9823.2015.14160
  • 29
    Butler A, Gallagher D, Gillespie P, Crosby L, Ryan D, Lacey L, et al. Frailty: a costly phenomenon in caring for elders with cognitive impairment. Int J Geriatr Psychiatry. 2016;31(2):161-8. doi: 10.1590/1809-9823.2015.14160
    » https://doi.org/10.1590/1809-9823.2015.14160
  • 30
    Brigola AG, Luchesi BM, Rossetti ES, Mioshi E, Inouye K, Pavarini SCI. Perfil de saúde de cuidadores familiares de idosos e sua relação com variáveis do cuidado: um estudo no contexto rural. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2017;20(3): 410-422. doi: 10.1590/1981-22562017020.160202
    » https://doi.org/10.1590/1981-22562017020.160202

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    30 Set 2020
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    27 Jan 2020
  • Aceito
    24 Maio 2020
Associação Brasileira de Enfermagem SGA Norte Quadra 603 Conj. "B" - Av. L2 Norte 70830-102 Brasília, DF, Brasil, Tel.: (55 61) 3226-0653, Fax: (55 61) 3225-4473 - Brasília - DF - Brazil
E-mail: reben@abennacional.org.br