RESUMO
Objetivos: analisar a relação entre autocuidado e a complexidade farmacológica em indivíduos com artrite reumatoide.
Métodos: estudo transversal, realizado em um hospital-escola da região Centro-Oeste, de outubro a dezembro de 2023. Foram incluídos indivíduos com artrite reumatoide em tratamento há pelo menos três meses. Utilizou-se um formulário sociodemográfico, o Appraisal of Self-Care Agency Scale-Revised e o Índice de Complexidade da Farmacoterapia. Foi empregada estatística analítica por percentis, Shapiro-Wilk, post hoc, ANOVA e Kruskal-Wallis.
Resultados: a amostra foi composta por 96 indivíduos. As médias para autocuidado e complexidade da farmacoterapia estavam em níveis intermediários, respectivamente, 56,33 e 18,29. Foram encontradas relações entre frequência das doses e desenvolvimento do autocuidado, bem como entre complexidade farmacológica global e falta de poder para o autocuidado.
Conclusões: uma alta dosagem pode ser positiva para desenvolvimento do autocuidado em indivíduos com artrite, enquanto escores mais elevados de complexidade da farmacoterapia podem prejudicar o poder para autocuidado.
Descritores:
Autocuidado; Tratamento Farmacológico; Artrite Reumatoide; Promoção da Saúde, Autogestão
ABSTRACT
Objectives: to analyze the relationship between self-care and pharmacotherapy complexity in individuals with rheumatoid arthritis.
Methods: this cross-sectional study was conducted at a teaching hospital in the Central-West region of Brazil from October to December 2023. Individuals with rheumatoid arthritis undergoing treatment for at least three months were included. A sociodemographic questionnaire, the Appraisal of Self-Care Agency Scale-Revised, and the Pharmacotherapy Complexity Index were used. Analytical statistics were applied using percentiles, the Shapiro-Wilk test, post hoc analysis, ANOVA, and the Kruskal-Wallis test.
Results: the sample consisted of 96 individuals. The mean self-care and pharmacotherapy complexity scores were at intermediate levels, 56.33 and 18.29, respectively. Relationships were identified between dose frequency and self-care development, as well as between overall pharmacotherapy complexity and reduced self-care capacity.
Conclusions: a high dosage frequency may positively influence self-care development in individuals with arthritis, whereas higher pharmacotherapy complexity scores may impair self-care capacity.
Descriptors:
Self Care; Drug Therapy; Arthritis, Rheumatoid; Health Promotion; Self-Management
RESUMEN
Objetivos: analizar la relación entre autocuidado y complejidad farmacológica en indivíduos con artritis reumatoide.
Métodos: estudio transversal, realizado en un hospital docente de la región Centro-Oeste, de octubre a diciembre de 2023. Se incluyeron individuos con artritis reumatoide en tratamiento durante al menos tres meses. Se utilizó formulario sociodemográfico, Escala de Evaluación de la Agencia de Autocuidado Revisada y Índice de Complejidad Farmacoterapéutica. Se utilizaron estadísticas analíticas mediante percentiles, Shapiro-Wilk, post hoc, ANOVA y Kruskal-Wallis.
Resultados: la muestra estuvo constituida por 96 individuos. Medias de complejidad de autocuidado y farmacoterapia se situaron en niveles intermedios, respectivamente, 56,33 y 18,29. Se encontraron relaciones entre frecuencia de dosis y desarrollo del autocuidado, así como entre complejidad farmacológica global y falta de poder para autocuidado.
Conclusiones: dosis alta puede ser positiva para desarrollo del autocuidado en individuos con artritis, mientras que puntuaciones más altas de complejidad farmacoterapéutica pueden perjudicar el poder del autocuidado.
Descriptores:
Autocuidado; Quimioterapia; Artritis Reumatoide; Promoción de la Salud; Automanejo
INTRODUÇÃO
A artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória crônica caracterizada pela destruição articular irreversível na membrana sinovial após um estímulo de origem autoimune ou infecciosa(1). A AR leva à piora da qualidade de vida, incapacidade funcional e perda de produtividade, fatores que impactam diretamente o autocuidado dos indivíduos e também podem gerar aumento dos gastos para o sistema de saúde(2).
A presença da AR exige modificações nas atividades de vida diária e adaptações ao tratamento medicamentoso e não medicamentoso, como dieta e prática regular de exercícios, que podem impactar diretamente o autocuidado(3).
Para que o tratamento da AR seja bem-sucedido, é necessário abordar a necessidade de autocuidado e considerar o impacto da doença no tratamento. Por isso, o conhecimento sobre a complexidade da farmacoterapia, bem como a participação dos profissionais e da família, são fatores decisivos na adesão medicamentosa e, por consequência, no autocuidado(4).
O autocuidado, segundo a Teoria do Déficit de Autocuidado de Dorothea Orem (1980), é definido como as atividades que o indivíduo realiza para manter, restaurar ou melhorar sua saúde. Essa teoria tem seu uso aplicado principalmente em doenças crônicas, com enfoque na conscientização e no aprendizado para a promoção de um estilo de vida voltado ao autodesenvolvimento(5).
A complexidade da farmacoterapia é definida como as múltiplas características do tratamento medicamentoso, que podem impactar a adesão ao tratamento. São elas: número de medicamentos, quantidade de doses diárias, número de unidades por dose, forma farmacêutica e instruções adicionais de administração(6).
Devido ao curso incerto da AR, assim como à utilização de múltiplos medicamentos no regime terapêutico para seu tratamento e ao impacto na qualidade de vida(7), faz-se necessário o desenvolvimento de pesquisas para elucidar a lacuna do conhecimento na relação entre a condição de autocuidado de indivíduos com AR e a complexidade farmacológica. Já se sabe que pessoas com AR têm necessidade de informações sobre o tratamento e os medicamentos(4), mas a relação entre o autocuidado e a complexidade farmacológica ainda é pouco elucidada. Com o desenvolvimento de tecnologias para a melhora do autocuidado na AR, a compreensão dessa relação é vital para que essas intervenções sejam informadas pelas necessidades dos pacientes(3).
OBJETIVOS
Analisar a relação entre o autocuidado e a complexidade farmacológica em indivíduos com artrite reumatoide.
MÉTODOS
Aspectos éticos
O estudo foi conduzido de acordo com as diretrizes éticas nacionais e internacionais para pesquisas, tendo sido aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, cujo parecer está anexado à presente submissão, em conformidade com a Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, que regulamenta a pesquisa com seres humanos no Brasil(8).
Os instrumentos utilizados nesta pesquisa, o Índice de Complexidade da Farmacoterapia (ICFT) e o Appraisal of Self-Care Agency Scale-Revised (ASAS-R), foram liberados para uso por seus respectivos autores. O hospital-escola, local do estudo, forneceu aprovação e autorização para a execução da pesquisa diretamente com os pacientes e para a consulta aos dados contidos nos prontuários.
Para a coleta de dados, os indivíduos foram abordados de forma individualizada no ambulatório de reumatologia e, após explicações sobre a pesquisa, aqueles que concordaram em participar assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido em duas vias.
Desenho, período e local do estudo
Trata-se de um estudo transversal, descritivo e analítico, norteado pela ferramenta STROBE(9). O estudo foi realizado em um hospital-escola da região Centro-Oeste do Brasil, referência no atendimento ambulatorial de condições reumatológicas no estado, com cerca de 900 atendimentos por ano. A coleta de dados ocorreu de outubro a dezembro de 2023 na sala de espera do ambulatório de reumatologia.
Amostra
A amostragem ocorreu por conveniência. O cálculo amostral foi realizado por meio do software G*Power 3.1.9.7, considerando um poder do teste de 80%, erro do tipo I de 5%, effect size de 0,153 e inclusão de até cinco variáveis independentes para eventuais análises ajustadas pelos preditores, resultando em uma amostra mínima de 90 indivíduos.
A amostra foi ampliada em 6,6% antes do início da coleta de dados para garantir um número adequado de participantes, totalizando uma amostra mínima de 96 indivíduos. Posteriormente, ajustou-se o cálculo amostral para a análise de variância (ANOVA) de um fator, considerando três grupos de comparação (níveis de complexidade da farmacoterapia). O poder do teste e a probabilidade de erro do tipo I foram mantidos (80% e 5%, respectivamente), com ajuste do valor de effect size para 0,325. Durante o período do estudo, aproximadamente 150 pacientes com AR foram atendidos no ambulatório.
Critérios de inclusão e exclusão
Os participantes foram indivíduos com diagnóstico confirmado de AR atendidos no ambulatório de reumatologia do hospital-escola. Foram considerados critérios de inclusão: ter idade igual ou superior a 18 anos, de ambos os sexos, com critérios de diagnóstico do CID-10 para AR e tratamento regular há pelo menos três meses no referido ambulatório, de modo a garantir que o início das recomendações de tratamento tenha sido realizado.
O diagnóstico tem como base o envolvimento articular (número de articulações acometidas), as provas sorológicas de anticorpo contra peptídeo citrulinado (anti-CCP) ou fator reumatoide (FR) baixo positivo ou alto positivo, resultados anormais dos reagentes de fase aguda (velocidade de hemossedimentação ou proteína C reativa) e a duração dos sinais/sintomas superior a seis meses. Para confirmação, o paciente deve: I) ter pelo menos uma articulação com sinovite clínica definida; e II) apresentar sinovite não explicada por outra doença(10).
Foram excluídos indivíduos com transtornos mentais severos, para evitar influências das variáveis(11). Foi realizada ainda a análise de prontuário para identificar a presença de transtornos mentais, e aqueles que apresentavam algum transtorno severo passaram pela aplicação do Mini-Exame do Estado Mental(12) como etapa confirmatória para exclusão. Também foram excluídos os pacientes incapazes de responder ao formulário em decorrência de condições clínicas diversas e os prontuários incompletos em relação à prescrição médica.
Protocolo do estudo
Foram utilizados um formulário sociodemográfico e de saúde desenvolvido pelos pesquisadores e dois instrumentos validados: o ASAS-R(13) e o ICFT(14). Para o preenchimento do ICFT e a validação das informações de saúde relatadas, houve consulta ao sistema de prontuários eletrônicos institucionais.
O formulário sociodemográfico e de saúde foi composto pelas seguintes variáveis: CID-10, idade, sexo, estado civil, religião, grau de instrução, cor/raça, tempo de diagnóstico, tempo de tratamento, local de residência, benefícios sociais, plano de saúde, presença de doenças crônicas, hábitos de vida, tratamento não farmacológico e nível de dor, avaliado pela Escala Visual Analógica (EVA) da dor.
O autocuidado foi avaliado por meio do ASAS-R, que é uma ferramenta composta por 15 questões, divididas em três fatores: I) tendo poder para o autocuidado; II) desenvolvendo poder para o autocuidado; e III) faltando poder para o autocuidado(15). O instrumento foi traduzido, adaptado e validado em 2014 para uso no Brasil(13).
A complexidade da farmacoterapia foi avaliada por meio do ICFT(14), estruturado em três seções: A) sobre as formas de dosagem; B) sobre a frequência das doses; e C) informações adicionais, como uso com alimentos, horário específico e outros. O instrumento foi validado para a realidade brasileira em 2007(16).
Análise dos resultados e estatísticas
A análise estatística descritiva, realizada por meio do programa SPSS versão 20.0, foi empregada para caracterizar a amostra de participantes do estudo, considerando variáveis sociodemográficas, clínicas e comportamentais, bem como identificar valores centrais e de dispersão para o autocuidado (ASAS-R Global e por fatores) e para a complexidade da farmacoterapia (ICFT Global e por fatores). Para tanto, foram utilizadas frequências absolutas e relativas, valores mínimo e máximo, médias, medianas, desvio padrão e percentis. Também foram obtidos os valores do coeficiente de variação percentual.
Os percentis foram calculados de forma estratificada por faixa etária (“menos de 60 anos” e “60 anos ou mais”), permitindo a categorização em níveis de complexidade farmacológica (Baixa, Intermediária e Alta) a partir das pontuações globais e por fatores, conforme metodologia utilizada em outro estudo(17). Os valores posicionados até o percentil 25 (p25) foram considerados baixos; aqueles superiores ao p25 e inferiores ao percentil 75 (p75), intermediários; e os iguais ou superiores ao p75, altos.
Aplicou-se o teste de Shapiro-Wilk para avaliar a normalidade das pontuações do autocuidado, considerando os valores observados para cada categoria de nível de complexidade da farmacoterapia (Baixa, Intermediária e Alta), tanto para o ICFT Global quanto por fatores, visto que as subamostras dessas categorias eram menores que 50.
Com base nos resultados do teste de normalidade, definiu-se a análise de comparação de médias/medianas por meio da ANOVA de um fator (para dados com distribuição normal) e do teste de Kruskal-Wallis (para dados sem distribuição normal). Quando foram identificadas diferenças nos valores do ASAS-R para o conjunto das categorias de ICFT, foram realizadas análises post hoc ou testes de comparações múltiplas (par a par entre as categorias).
Foram calculados intervalos de confiança de 95% para as estimativas referentes às proporções observadas e às medianas identificadas. O nível de significância adotado para as comparações de médias/medianas foi de 5%.
RESULTADOS
Foram abordados 112 indivíduos, dos quais nove não foram incluídos por não atenderem aos critérios diagnósticos para AR, e sete recusaram participar do estudo. A amostra final foi composta por 96 indivíduos.
A maioria dos participantes tinha 60 anos ou mais, era do sexo feminino, de cor/raça parda, com ensino fundamental completo, não trabalhava e recebia benefícios sociais. Além disso, a maioria não possuía plano de saúde, residia em área urbana e na capital do estado. A maior parte dos participantes relatou ser casada ou estar em união estável e se declarar adepta da religião evangélica (Tabela 1).
Caracterização sociodemográfica da amostra de pessoas com artrite reumatoide (N = 96), Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil, 2024
Dentre as características clínicas, verificou-se que a maioria dos participantes se enquadrava no diagnóstico de AR soropositiva (CID-10 M05) e possuía alguma comorbidade (Tabela 2). A maior parte dos participantes relatou sentir dor com frequência e afirmou que essa dor interferia nas atividades diárias (Tabela 2).
Caracterização clínica e comportamental da amostra de pessoas com artrite reumatoide, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil, 2024
Com a aplicação da Escala Visual Analógica de Dor, observou-se que a ausência de dor (0 pontos) foi a pontuação mais frequente (n = 24; 25,0%), seguida de 7 pontos (n = 14; 14,6%) e 8 pontos (n = 12; 12,5%). A pontuação média foi de 4,63 (desvio padrão = 3,41; mediana = 5,0; mínimo = 0,0; máximo = 10) (resultados não tabelados).
A maioria dos participantes não realizava tratamentos não farmacológicos nem possuía acompanhamento com psicólogos ou psiquiatras. No âmbito comportamental, a maioria não fazia uso de cigarro ou álcool.
Na Tabela 3 é possível observar a descrição de medidas de tendência central e de dispersão para os valores globais e por fatores de autocuidado e de complexidade da terapêutica farmacológica.
Descrição das pontuações para o autocuidado e de complexidade da terapêutica farmacológica para a amostra de pessoas com artrite reumatoide, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil, 2024
Os resultados dos valores de p25 e p75 para adultos foram os seguintes: 11,0 e 22,0, para global; 1,0 e 5,0, para o Fator 1; 7,0 e 14,0 para o Fator 2; e 0,0 e 4,0 para o Fator 3. Para os idosos, foram identificados os valores a seguir: 13,0 e 25,5, para o valor Global; 1,0 e 5,0 para o Fator 1; 8,5 e 18,0 para o Fator 2; e 1,0 e 4,0 para o Fator 3. Com isso, em termos globais, verificou-se que a maior parte da amostra apresentou complexidade intermediária. O mesmo ocorreu quando se analisou separadamente as pontuações obtidas para o Fator 2 do ICFT. Para o Fator 1, a maior parte da amostra se enquadrou em baixa complexidade, ao passo que, para o Fator 3, a maior parte dos participantes esteve entre intermediária e alta complexidade (Tabela 4).
Frequências dos níveis de complexidade farmacológica conforme ICFT Global e por fatores para a amostra de pessoas com artrite reumatoide, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil, 2024
Conforme a Tabela 5, foram verificadas diferenças significativas nas pontuações medianas para o autocuidado nos Fatores 2 e 3 do ASAS-R. As diferenças pontualmente observadas se deram, respectivamente, entre os indivíduos com níveis Baixo e Alto no Fator 2 do ICFT (p = 0,042) e Intermediário e Alto para o ICFT Global (p = 0,011). Verificando-se valores de IC95% para as medianas em cada comparação em que se identificou diferença, observa-se que os intervalos se sobrepõem no caso dos resultados referentes ao Fator 2 do ASAS-R e Fator 2 do ICFT (Baixo = 18,00 – 21,00 vs. Alto = 20,51 – 24,00). Com isso, é possível que indivíduos com maior frequência de doses tenham maior poder para desenvolver seu autocuidado.
Relação entre o autocuidado e complexidade da terapêutica farmacológica para a amostra de pessoas com artrite reumatoide, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil, 2024
Por outro lado, sobre os resultados acerca da relação entre Fator 3 do ASAS-R e ICFT Global, esta sobreposição não ocorre (Intermediário = 11,00 – 14,00 vs. Alto = 8,00 – 10,00), o que reforça a existência da diferença nas pontuações entre os referidos grupos. Dessa forma, é possível que alta complexidade da farmacoterapia global favoreça o déficit de poder para o autocuidado.
DISCUSSÃO
Algumas características sociodemográficas presentes na amostra deste estudo incluem faixa etária elevada, sexo feminino, nível de escolaridade fundamental, presença de comorbidades e dificuldades no controle da dor. Vale ressaltar que essas características já foram relatadas em outro estudo realizado em Portugal e podem estar relacionadas à complexidade da farmacoterapia, a qual pode impactar o autocuidado devido a prejuízos na autonomia funcional(18).
A maioria dos indivíduos tinha 60 anos ou mais, estava em regime de polimedicamentos e apresentava múltiplas comorbidades. Evidências indicam que esses fatores parecem estar relacionados à ocorrência de problemas com a terapia medica-mentosa(19), sendo que o uso de múltiplos medicamentos podem estar associado a comportamentos de não adesão(20), além de levantar a possibilidade de também influenciar o autocuidado.
Vale destacar que a presença de comorbidades como hipertensão arterial e diabetes (incidência na amostra de 50% e 27%, respectivamente) pode aumentar a complexidade da farmacoterapia devido à introdução de diferentes formas farmacêuticas, frequências de dosagem e instruções adicionais(21). Além da alta complexidade, outras dificuldades podem comprometer o tratamento farmaco-terapêutico e não são contempladas no ICFT, tais como: confusão entre os medicamentos, necessidade de lembretes e dependência de auxílio de um cuidador ou familiar responsável(22).
A relação entre a pontuação do ASAS-R Global e do ICFT Global não foi estatisticamente significativa. Entretanto, foi identificada uma relação significativa entre o fator 2 (frequência das doses) do ICFT e o fator 2 (desenvolvendo poder para o autocuidado) do ASAS-R (p = 0,048). A diferença foi observada entre os níveis Baixo e Alto no fator 2 (frequência das doses) do ICFT e o fator 2 do ASAS-R (desenvolvendo poder para o autocuidado) (p = 0,042). Assim, sugere-se que uma alta frequência de doses tenha relação positiva com o autocuidado de indivíduos com AR.
Evidências indicam que pessoas com condições crônicas e outras comorbidades relatam dificuldades no dia a dia devido à necessidade de doses frequentes de medicação(23). Apesar de ser percebido de forma negativa, um regime de tratamento com alta frequência de doses pode, na prática, favorecer o autocuidado.
Também foi observada uma relação significativa entre o ICFT Global e o fator 3 (faltando poder para o autocuidado) do ASAS-R (p = 0,015). Outra relação significativa foi identificada entre o fator 3 do ASAS-R (faltando poder para o autocuidado) e os níveis intermediário e alto do ICFT Global (p = 0,011). Sugere-se que um número elevado de medicamentos, maiores frequências de doses e um maior volume de informações adicionais possam contribuir para um estado de déficit de poder para o autocuidado.
A literatura aponta que a elevada complexidade do regime terapêutico pode dificultar a adoção de comportamentos de autocuidado(24). Entretanto, entre idosos domiciliados, é possível que uma maior complexidade da terapia farmacológica seja benéfica no desenvolvimento do autocuidado e na adesão à medicação, devido ao apoio fornecido pela família na manutenção do tratamento medicamentoso(25).
A alta complexidade da farmacoterapia foi associada a menor adesão medicamentosa(26). A literatura destaca que uma maior adesão à medicação pode ser um fator de influência positiva no autocuidado(27), sendo a adesão um elemento de potencial importância na análise dessa relação(28).
Modificar os fatores da complexidade da farmacoterapia pode ser desafiador e deve contar com a interação da equipe multiprofissional, que desempenha um papel fundamental no processo de tomada de decisão sobre medicamentos(29) O uso de estratégias de simplificação para a redução da carga de comprimidos e da frequência de dosagem tem sido relatado e apresenta dados positivos, indicando que a adesão e os resultados clínicos melhoram após a simplificação do regime, com destaque para os medicamentos injetáveis(30). Além disso, a automatização do ICFT por meio de software pode otimizar sua utilização nas rotinas de atendimento multiprofissional, permitindo que qualquer profissional o utilize e obtenha resultados rapidamente para um direcionamento precoce da simplificação da terapia farmacológica em indivíduos com maior complexidade(31).
Os valores encontrados por meio do ASAS-R representam um nível intermediário de autocuidado, semelhante ao identificado em outro estudo realizado com pacientes com fibromialgia (outra condição reumatológica)(32). O provável obstáculo para que essa pontuação não tenha atingido um nível alto são os impactos da doença, que se manifestam principalmente sob a forma de dor, fadiga e deformidades articulares(33). Esses fatores prejudicam a qualidade de vida, que, em indivíduos com AR, é inferior à da população geral(34).
Para elevar o autocuidado, é necessário compreender que o estímulo está vinculado às habilidades de autogestão. Um indivíduo com crenças positivas em suas próprias capacidades pode gerenciar problemas específicos. A busca pela ausência de sintomas e o retorno às atividades diárias são fatores importantes que impulsionam o autocuidado(35).
Pesquisas futuras em indivíduos com AR devem buscar desenvolver intervenções voltadas para a melhoria dos fatores de autocuidado avaliados pelo ASAS-R e da complexidade da farmacoterapia, além de avaliar a aplicação da estratégia de simplificação do regime terapêutico.
Limitações do Estudo
Este estudo possui algumas limitações, sendo possível que os dados coletados não apresentem um alto nível de aleatoriedade. O aumento da amostra, em algum nível, pode ter reduzido essa limitação. Os dados não permitem determinar uma relação entre o ASAS-R Global e o ICFT Global; no entanto, a análise entre fatores identificou pontos de relação entre as escalas. Além disso, há um número limitado de estudos que busquem essa relação, o que impossibilitou a comparação com outros achados. Para algumas comparações, foi necessário recorrer a estudos sobre outras condições semelhantes à AR, como a fibromialgia.
Contribuições para a área de enfermagem, saúde ou política pública
Na prática do cuidado em enfermagem, com foco no autocuidado, pessoas com alta frequência de doses apresentam maior fragilidade no desenvolvimento do autocuidado, e aquelas com níveis mais altos de complexidade farmacoterapêutica podem apresentar déficit de poder para o autocuidado.
Ao identificar indivíduos idosos, com múltiplas comorbidades, polifarmácia e alta complexidade farmacoterapêutica, o enfermeiro deve buscar alternativas para modificar esse nível de complexidade. Recorrer a intervenções com a equipe multidisciplinar e ao uso de estratégias de simplificação pode ser uma ferramenta útil para a prática da enfermagem.
No ensino, a implementação da análise da complexidade da farmacoterapia e do uso de intervenções para sua redução, tanto de forma teórica quanto prática, pode capacitar os acadêmicos para abordagens e resoluções de casos envolvendo alta complexidade farmacoterapêutica.
CONCLUSÕES
Indivíduos com escores mais elevados de complexidade farmacoterapêutica (número de medicamentos, frequência de doses e informações adicionais) podem ter prejuízo no poder para o autocuidado. Por outro lado, uma maior frequência de doses, sem escores elevados para o número de medicamentos e informações adicionais, pode favorecer o desenvolvimento do autocuidado em indivíduos com AR.
A polifarmácia, as comorbidades e outras variáveis demográficas e clínicas podem estar negativamente relacionadas ao autocuidado e à complexidade farmacoterapêutica. Intervenções com a equipe multidisciplinar e o uso de estratégias de simplificação do regime terapêutico podem ser alternativas eficazes para reduzir o ICFT e melhorar o autocuidado de pacientes com AR.
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FOMENTOCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) – Brasil.
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Editado por
-
EDITOR CHEFE:
Antonio José de Almeida Filho
-
EDITOR ASSOCIADO:
Ana Fátima Fernandes
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
08 Set 2025 -
Data do Fascículo
2025
Histórico
-
Recebido
13 Set 2024 -
Aceito
05 Fev 2025
