Características definidoras e fatores relacionados do diagnóstico de enfermagem padrão respiratório ineficaz

RESUMO

Objetivo:

Identificar na literatura as características definidoras e os fatores relacionados do diagnóstico de enfermagem Padrão respiratório ineficaz.

Método:

Revisão integrativa com as etapas formulação do problema, revisão da literatura, avaliação e análise dos dados e apresentação de resultados.

Resultados:

Foram incluídos 20 artigos e 02 dissertações. Em crianças, o fator relacionado mais prevalente nos estudos foi a secreção nos brônquios, seguido da hiperventilação. As principais características definidoras foram dispneia, taquipneia, tosse, uso da musculatura acessória para respirar, ortopneia e ruídos adventícios, sendo que a secreção nos brônquios, a tosse e os ruídos adventícios não constam na NANDA-Internacional (NANDA-I). Para adultos e idosos, os fatores relacionados foram fadiga, dor e obesidade. As características definidoras foram dispneia, ortopneia e taquipneia.

Conclusão:

Esse diagnóstico manifesta-se diferententemente de acordo com a faixa etária dos pacientes. Observou-se que algumas características definidoras e fator relacionado não constam na NANDA-I, cuja inclusão pode aprimorar esse diagnóstico de enfermagem.

Descritores:
Diagnóstico de Enfermagem; Sistema Respiratório; Sinais e Sintomas; Fatores de Risco; Enfermagem

ABSTRACT

Objective:

To identify in the literature the defining characteristics and related factors of the nursing diagnosis "ineffective breathing pattern".

Method:

Integrative review with the steps: problem identification, literature search, evaluation and analysis of data and presentation of results.

Results:

Twenty articles and two dissertations were included. In children, the most prevalent related factor was bronchial secretion, followed by hyperventilation. The main defining characteristics were dyspnea, tachypnea, cough, use of accessory muscles to breathe, orthopnea and adventitious breath sounds. Bronchial secretion, cough and adventitious breath sounds are not included in the NANDA-International (NANDA-I). For adults and older adults, the related factors were fatigue, pain and obesity and the defining characteristics were dyspnea, orthopnea and tachypnea.

Conclusion:

This diagnosis manifests differently according to the patients’ age group. It was observed that some defining characteristics and related factors are not included in the NANDA-I. Their inclusion can improve this nursing diagnosis.

Descriptors:
Nursing Diagnosis; Respiratory System; Signs and Symptoms; Risk Factors; Nursing

RESUMEN

Objetivo:

Identificar en la literatura las características definitorias y los factores relacionados del diagnóstico de enfermería estándar respiratorio ineficaz.

Método:

Se trata de una revisión integradora conteniendo las etapas de formulación del problema, revisión da literatura, evaluación y análisis de los datos y presentación de los resultados.

Resultados:

Se incluyeron 20 artículos y 02 disertaciones. En los niños, el factor relacionado que prevaleció fue la secreción en los bronquios seguido de hiperventilación. Las características definitorias principales fueron la disnea, la taquipnea, la tos, el uso de la musculatura accesoria para respirar, la ortopnea y los ruidos adventicios, siendo que la secreción en los bronquios, la tos y los ruidos adventicios no constan en la NANDA-Internacional (NANDA-I). Para los adultos y personas mayores, los factores relacionados fueron la fatiga, el dolor y la obesidad, y las características definitorias, la disnea, la ortopnea y la taquipnea.

Conclusión:

Este diagnóstico difiere según la edad de los pacientes; cabe destacar que ciertas características definitorias y factores relacionados no constan en la NANDA-I, cuya inclusión podría mejorar este diagnóstico de enfermería.

Descriptores:
Diagnóstico de Enfermería; Sistema Respiratorio; Signos y Síntomas; Factores de Riesgo; Enfermería

INTRODUÇÃO

O sistema respiratório tem como principal função a promoção das trocas gasosas, sendo responsável pela extração de oxigênio do ambiente e por seu transporte para os pulmões, além da troca por dióxido de carbono nos alvéolos e da devolução deste para o ambiente⁽¹⁾.

Em uma situação de deficiência, seja dos pulmões, dos músculos respiratórios ou de adjacentes, o corpo não recebe oxigênio suficiente para as células e ocorre um padrão respiratório anormal. Diversas são as causas que podem desencadear esse fenômeno, como insuficiência cardíaca, obstrução das vias aéreas, paralisia diafragmática, infecção, insuficiência neuromuscular, trauma ou cirurgia⁽¹⁾.

Os enfermeiros contribuem significativamente para a identificação de pacientes com problemas respiratórios, mediante a anamnese e o exame físico. Essa avaliação favorece a identificação das necessidades de cuidados, por meio do estabelecimento de diagnósticos de enfermagem e, posteriormente, das intervenções de enfermagem^(1-2).

O uso do Diagnóstico de Enfermagem (DE) aproxima o enfermeiro do seu objeto de trabalho, o que requer raciocínio clínico, análise dos sinais e sintomas (características definidoras) e das causas (fatores relacionados), identificados no exame físico e anamnese. Diagnosticar envolve um processo cognitivo, por meio do qual se fazem inferências sobre os dados observados e, quando interpretados corretamente, permitem direcionar as ações e prever os resultados desejados, aprimorando a qualidade da assistência de enfermagem⁽²⁾.

Assim, grandes esforços estão sendo realizados para padronizar e aprimorar a classificação de diagnósticos de enfermagem. Desde 1973, a NANDA-Internacional (NANDA-I) vem reunindo esforços para padronizar a linguagem dos Diagnósticos de Enfermagem⁽³⁾. Um desses diagnósticos é o Padrão Respiratório Ineficaz, definido como inspiração e/ou expiração que não favorece ventilação adequada⁽³⁾.

Esse diagnóstico tem alta prevalência em crianças e adultos, sendo identificado em 86,7% das crianças com cardiopatia congênita⁽⁴⁾ e em 85,7% dos adultos em serviços de emergência⁽⁵⁾. Assim, devido a essa alta prevalência, é fundamental a realização de estudos que identifiquem as características definidoras e fatores relacionados desse DE.

OBJETIVO

Identificar na literatura as características definidoras e os fatores relacionados do diagnóstico de enfermagem padrão respiratório ineficaz.

MÉTODO

A revisão integrativa da literatura foi realizada conforme o modelo descrito por Whittemore & Knafl’s⁽⁶⁾, incluindo as seguintes fases: identificação do problema, pesquisa na literatura, avaliação, análise e apresentação dos dados.

Foram consultadas as bases de dados Cochrane, JBC Conect, Scopus, Science Direct, Lilacs e Medline. Os critérios de inclusão foram: artigos ou dissertações/teses publicados em português, inglês e espanhol, no período compreendido entre 1990 e 2016, e que contivessem as características e/ou fatores relacionados do diagnóstico de enfermagem padrão respiratório ineficaz em pacientes em ventilação espontânea. Os critérios de exclusão foram: artigos de revisão e metanálise. A questão norteadora utilizada para esta revisão foi: Quais são as características definidoras e/ou os fatores relacionados de pacientes em ventilação espontânea com o diagnóstico de enfermagem Padrão Respiratório Ineficaz?

Os descritores e termos utilizados foram sinais e sintomas (signals and symptons e signos y síntomas), diagnósticos de enfermagem (nursing diagnosis e diagnóstico de enfermería), padrão respiratório ineficaz (ineffective breathing pattern e patrón respiratorio ineficaz), características definidoras (defining characteristics e características definidoras), fatores de risco (risk factors e factores de riesgo), fatores relacionados (related factors e factores relacionados) e ventilação pulmonar (pulmonary ventilation e ventilación pulmonar). A busca foi realizada utilizando os seguintes operados boleanos: ((diagnósticos de enfermagem AND padrão respiratório ineficaz) OR (ventilação pulmonar)) AND (sinais e sintomas OR características definidoras OR fatores de risco OR fatores relacionados).

A busca foi efetuada pelo acesso on-line e os resumos foram avaliados por duas pesquisadoras de maneira independente, sendo selecionados para leitura na íntegra os que alcançaram consenso entre as duas. Os artigos/teses selecionados foram lidos na íntegra pelas duas pesquisadoras e incluíram-se aqueles que contemplavam os critérios de inclusão. A amostra final foi constituída por 20 artigos e 02 dissertações (Figura 1).

Figura 1
Descrição geral sobre o processo da revisão integrativa

Para a extração dos dados, foi elaborado um instrumento pelas pesquisadoras contendo os seguintes itens: nome do artigo, nome do autor, qualidade do estudo, revista, objetivo, tipo de estudo, local de realização, amostra e resultado.

A qualidade metodológica foi avaliada pela Escala Newcastle-Ottawa, a qual avalia estudos não randomizados, incluindo os de caso-controle, coorte e transversais. Essa escala é uma colaboração contínua entre as universidades de Newcastle, Austrália, Ottawa e Canadá. Foi desenvolvido um "sistema de estrelas", no qual um estudo é julgado em três grandes perspectivas: a seleção dos grupos de estudo, a comparabilidade dos grupos e a apresentação e discussão dos dados obtidos. Tal sistema possibilita ao leitor a avaliação da aplicabilidade da revisão integrativa elaborada, de modo a atingir o objetivo desse método⁽⁷⁾. Para os estudos tranversais, as subescalas são representatividade da amostra (máximo 5 estrelas), comparabilidade (2 estrelas) e resultados (3 estrelas). Para os estudos de coorte, as subescalas são seleção de coortes (6 estrelas), comparabilidade das coortes (2 estrelas) e resultado (5 estrelas). Para estudos caso-controle, as subescalas são seleção de casos e controles (4 estrelas), comparabilidade de casos e controles (2 estrelas) e determinação da exposição (4 estrelas). As estrelas são convertidas em pontos, sendo os estudos com mais de seis pontos considerados de boa qualidade metodológica⁽⁷⁾.

RESULTADOS

Foram identificados 20 artigos^(8-27) e 2 dissertações^(28-29), sendo um oriundo do Science Direct, seis do Medline e 15 do Lilacs (Figura 1).

Em relação às revistas em que foram publicados os artigos, 13,6% foram publicados na Revista da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, 13,6% na Revista Brasileira de Enfermagem, 13,6% na Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, 9,1% no Journal of Clinical Nursing e apenas um artigo (4,55%) foi identificado em cada um dos seguintes periódicos: Journal of Pediatric Nursing,Applied Nursing Research, Chía, Journal of Nursing Scholarship,International Journal of Nursing Knowledgment, Revista Latino-Americana de Enfermagem, Acta Paulista de Enfermagem, Revista Eletrônica de Enfermagem, Cogitare Enfermagem. Observou-se também que 9,1% eram dissertações.

No que concerne ao delineamento dos estudos, 18 (81,8%) eram transversais, três (13,6%) coorte e um de validação clínica (4,6%). Em relação à localização dos estudos, apenas um foi realizado nos Estados Unidos (4,5%) e os outros 95,5% foram desenvolvidos no Brasil (Quadro 1 e 2).

Quadro 1
Artigos da revisão de literatura sobre PRI em crianças, 1980-2016

Autores e Ano	Qualidade do estudo	Tipo de estudo	Amostra	Resultados
Monteiro, Silva e Lopes (2006)(8)	Bom (6 de 10 pontos na escala Newcastle-Ottawa para estudos transversais).	Estudo transversal.	78 crianças até 5 anos de idade.	CD: - Ruídos adventícios (96,2%, n=75). - Dispneia (74,4%, n=58). - Respiração curta (69,2%, n=54). - Tosse (60,3%, n=47). - Mudança na frequência respiratória e ritmo (59,0%, n=46). - Uso musculatura acessória para respirar (25,6%, n=20). FR: - Secreções nos brônquios (98,7%, n=77). - Hiperventilação (74,4%, n=58).
Silveira, Lima e Lopes (2008)(9)	Bom (6 de 10 pontos na escala Newcastle-Ottawa para estudos transversais).	Estudo transversal.	42 crianças até 5 anos de idade com diagnóstico de asma.	CD: - Taquipneia (61,9%, n=26). - Dispneia (50,0%, n=21). - Ortopneia (40,5%, n=17). - Uso da musculatura acessória (35,7%, n=15). - Batimento de asa de nariz (4,8%, n=2). -Diâmetro anteroposterior aumentado (4,8%, n=2). - Excursão torácica alterada (2,4%, n=1). - Respiração com lábios franzidos (2,4%, n=1).
Cavalcante, Mendes, Lopes e Lima (2010)(10)	Bom (6 de 10 pontos na escala Newcastle-Ottawa para estudos transversais).	Estudo transversal.	147 crianças com asma.	CD: - Dispneia (56,4%, n=83). - Frequência respiratória alterada (50,3%, n=74). - Ortopneia (34,0%, n=50). - Uso musculatura acessória para respirar (32,7%, n=48). - Diâmetro anteroposterior aumentado (8,16%, n=12). - Batimento de asa nariz (3,4%, n=5). - Respiração lábios franzidos (3,4%, n=5). - Assumir posição três pontos (2,04%, n=3). - Excursão torácica alterada (2,04%, n=3).
Chagas, Lima, Oliveira e Luz (2011)(11)	Bom (6 de 10 pontos na escala Newcastle-Ottawa para estudos transversais).	Estudo transversal.	30 crianças até 5 anos de idade.	CD: - Dispneia (96,7%, n=29). -Alteração profundidade respiratória (73,3%, n=22). - Uso da musculatura acessória (56,7%, n=17). - Taquipneia (33,3%, n=10). - Batimento de asa de nariz (6,7%, n=2). FR: - Fadiga da musculatura respiratória (73,3%, n=22). - Obesidade (3,3%, n=1).
Andrade, Chaves, Silva, Beltrão e Lopes (2012)(12)	Bom (7 de 10 pontos na escala Newcastle-Ottawa para estudos transversais).	Estudo transversal.	151 crianças até 5 anos de idade.	CD: - Ruídos adventícios (77,5%, n=117). - Tosse (70,2%, n=106). - Dispneia (55,6%, n=84). - Taquipneia (54,3%, n=82). - Padrão respiratório anormal (54,3%, n=82). - Uso musculatura acessória (43,7%, n=66). - Ortopneia (32,5%, n=49). - Batimento asa nariz (3,3%, n=5). - Respiração lábios franzidos (0,7%, n=1). FR: - Secreções nos brônquios (89,4%, n=135). - Ansiedade (22,5%, n=34). - Dor (16,6%, n=25). - Deformidade parede tórax (2,6%, n=4).
Pascoal, Lopes, da Silva, Beltrão, Chaves, Santiago e Herdman (2014)(13)	Bom (6 de 10 pontos na escala Newcastle-Ottawa para estudos transversais).	Estudo de coorte prospectivo.	136 crianças de 0 a 5 anos com infecção respiratória aguda.	CD: - Alteração na profundadade respiratória (75%, n=99). - Dispneia (75%, n=99). - Ortopneia (61%, n=80,0). - Taquipneia (61%, n=80,0). - Uso de músculatura acessória para respirar (61%, n=80,0).
Beltrão, Herdman, Pascoal, Chaves, Silva, e Lopes (2015)(14)	Bom (6 de 10 pontos na escala Newcastle-Ottawa para estudos transversais).	Estudo transversal.	61 crianças e adolescentes (5 a 17 anos) com doença cardíaca congênita.	CD: - Dispneia (45,9%, n=28). -Alteração profundidade respiratória (36,1%, n=22). - Ortopneia (27,9%, n=17). - Taquipneia (19,7%, n=12). - Uso de musculatura acessória para respirar (18,0%, n=11). - Aumento no diâmetro anteroposterior (18,0%, n=11). - Assumir posição de três pontos (6,6%, n=4). - Bradipneia (4,9%, n=3).
Pascoal, Lopes, Silva, Beltrão, Chaves, Nunes e Castro (2016)(15)	Bom (7 de 10 pontos na escala Newcastle-Ottawa para estudo de coorte).	Estudo de coorte prospectivo.	136 crianças.	CD: - Padrão respiratório anormal (66,3%, n=65). - Batimento de asa de nariz (4,0%, n=4). - Bradipneia (1,0%, n= 0,76). - Aumento do diâmetro anterior-posterior (26,8%, n=30). - Dispneia (43,1%; n=51). - Excursão torácica alterada (1,5%, n=1,7). - Ortopneia (31,5; n=37,8). - Respiração com lábios franzidos (1,45%, n=2). - Taquipneia (55,3%, n=63). - Uso de musculatura acessória para respirar: (36,9%, n=43,3).
Pascoal, Lopes, Silva, Chaves, Beltrão, Nunes e Moura (2016)(16)	Bom (7 de 10 pontos na escala Newcastle-Ottawa para estudo de coorte).	Estudo de coorte.	136 crianças com infecção respiratória aguda.	CD: - Tosse (88,7%). - Respiração anormal (68,7%). - Ruídos adventícios (65,1%). - Taquipneia (55,8%. - Dispneia (45,7%). - Uso de musculatura acessória para respirar (38,4%). - Ortopneia (34,1%). -Murmúrios vesiculares diminuídos (34,0%). -Diâmetro anteroposterior aumentado (27,7%).
Chaves (2011)(28)	Bom (8 de 10 pontos na escala Newcastle-Ottawa para estudos transversais).	Estudo transversal.	249 crianças com diagnóstico médico de IRA.	CD: - Alteração na profundidade respiratória (73,9%, n=184). - Dispneia (68,3%, n=170). - Taquipneia (57,0%, n=142). - Ortopneia (54,2%, n=135). - Uso da musculatura acessória para respirar (51,8%, n=129).
Carvalho (2013)(29)	Bom (7 de 10 pontos na escala Newcastle-Ottawa para estudos transversais).	Estudo transversal.	205 crianças. De 01 a 05 anos de idade.	CD: - Alterações na profundidade respiratória (91,2%, n=187). - Assumir posição de três pontos (1%, n=2). - Batimento de asa de nariz (3,4%, n=7). - Respiração com lábios franzidos (0,5%, n=1). - Dispneia (99%, n=203). - Excursão torácica alterada (1%, n=2). - Ortopneia (91,2%, n=187). - Taquipneia (85,4%, n=175). - Uso da musculatura acessória para respirar (84,9%, n=174).

• Nota: CD= Características Definidoras; IRA= Insuficiência Respiratória Aguda; FR = fator relacionado.

Quadro 2
Artigos da revisão de literatura sobre PRI em adultos, 1980-2016

Autores e ano	Qualidade do estudo	Tipo de estudo	Amostra	Resultados
Carlson-Catalano, Lunney, Paradiso, Bruno, Luke, Martin, Massoni e Pachter (1998)(17)	-	Validação clínica.	76 pacientes adultos, sendo 45 clínicos e 31 cirúrgicos.	CD: - Dispneia. FR: - Ansiedade (15%, n=8). - Dor (17%, n=9). - Fadiga (38%, n=20). - Hiperventilação (8%, n=4). - Obesidade (4%, n=2). - Prejuízo musculoesquelético (6%, n=3). - Secreção brônquios (21%, n=11).
Arruda e Garcia (2000)(18)	Bom (6 de 10 pontos na escala Newcastle-Ottawa para estudos transversais).	Estudo transversal.	22 Pacientes.	CD: - Taquipneia (31,8%, n=7). - Dispneia (9,1%, n=2). FR: - Ansiedade (35,3%, n=6). - Síndrome da hipoventilação (17,6%, n=3).
Galdeano, Rossi e Pezzuto (2004)(19)	Bom (6 de 10 pontos na escala Newcastle-Ottawa para estudos transversais).	Estudo transversal.		CD: - Dispneia (100,0%, n=12). - Ortopneia (66,6%, n=8). - Respiração curta (16,6%, n=2). FR: - Energia diminuída/fadiga (100,0%, n=12). - Posição do corpo (66,6%, n=8). - Obesidade (33,3%, n=4).
Oliveira e Freitas (2009)(20)	Bom (6 de 10 pontos na escala Newcastle-Ottawa para estudos transversais).	Estudo transversal.	28 prontuários.	CD: - Ventilação minuto irregular (71,4%, n=20). - Dispneia (71,4%, n=20). - Excursão torácica aumentada (71,4%, n=20).
Silva, Bettencourt, Diccini, Belasco e Barbosa (2009)(21)	Bom (6 de 10 pontos na escala Newcastle-Ottawa para estudos transversais).	Estudo transversal.	60 pacientes.	CD: - Pressão inspiratória e expiratória diminuída (70,0%, n=42). - Dispneia (51,6%, n=31). FR: - Síndrome da hipoventilação (51,6%, n=31). - Dano neurológico/percepção (45,0%, n=27). - Disfunção neuromuscular (40,0%, n=24).
Lucena, Santos, Pereira, Almeida, Dias e Friedrich (2011)(22)	Bom (6 de 10 pontos na escala Newcastle-Ottawa para estudos transversais).	Estudo transversal.	194 internações de pacientes adultos em unidades clínicas e cirúrgicas em risco para UP.	FR: - Prejuízo neuromuscular e/ou músculo esquelético (34,0%, n=18).
Moreira, Caetano, Barros e Galvão (2013)(23)	Bom (7 de 10 pontos na escala Newcastle-Ottawa para estudos transversais).	Estudo transversal.	20 pacientes que fizeram cirurgia bariátrica.	FR: - Obesidade (100,0%, n=20). - Fadiga (55,0%, n=11). - Fadiga da musculatura respiratória (45,0%, n=9). - Ansiedade (10,0%, n=2).
Souza, Mata, Carvalho e Chianca (2013)(24)	Bom (7 de 10 pontos na escala Newcastle-Ottawa para estudos transversais).	Estudo transversal.	40 prontuários.	CD: - Taquipneia (100,0%, n=40). - Dispneia (66,7%, n=27). - Uso de musculatura acessória para respirar (22,2%, n=9). FR: - Hiperventilação (100,0%, n=40). - Dor (77,8%, n=31).
Barros, Moreira, Frota e Caetano (2015)(25)	Bom (7 de 10 pontos na escala Newcastle-Ottawa para estudos transversais).	Estudo transversal.	58 pacientes adultos.	CD: - Dispneia (68,2%, n=39). - Ortopneia (59,0%, n=34). FR: - Obesidade (86,4%, n=50) - Fadiga (77,3%, n=45). - Dor (63,6%, n=37). - Fadiga da musculatura respiratória (4,5%, n=3). - Ansiedade (4,5%, n=3).
Sousa, Pascoal, Nascimento, Matos, Beltrão, Silva e Lopes (2016)(26)	Bom (7 de 10 pontos na escala Newcastle-Ottawa para estudos transversais).	Estudo transversal.	98 pacientes.	CD: - Taquipneia (30,6%, n=30). - Dispneia (27,6%, n=27). - Ortopneia (25,5%, n=25). - Fase de expiração prolongada (14,3%, n=14). - Excursão torácica alterada (9,2%, n=2). - Bradipneia (7,1%, n=7). - Respiração com lábios franzidos (4,1%, n=4). - Aumento no diâmetro anteroposterior (1,0%, n=1). - Uso da musculatura acessória para respirar (1,0%, n=1).
Galvão, Gomes, Figueiredo e Bezerra (2016)(27)	Bom (7 de 10 pontos na escala Newcastle-Ottawa para estudos transversais).	Estudo transversal.	62 pacientes para tratamento agudo de ICC.	CD: - Dispneia (48,4%, n=30). - Ortopneia (8,1%, n=5). FR: - Hiperventilação (91,7%, n=22). - Fadiga da musculatura respiratória (33,3%, n=8). - Fadiga (77,4%, n= 48). - Dor (25,0%, n=6). - Obesidade (12,5%, n=3).

• Nota: CD= Características Definidoras; FR= Fator Relacionado; ICC= Insuficiência Cardíaca Congestiva; UP= Úlcera por Pressão.

Após a leitura, os artigos/dissertações foram separados em duas categorias: 1) Padrão respiratório ineficaz em crianças e 2) Padrão respiratório ineficaz em adultos e idosos. Foram encontrados onze estudos realizados em crianças e onze em adultos e idosos, sendo que 100,0% dos estudos com crianças foram realizados no Brasil (Quadro 1 e 2).

Em crianças, o fator relacionado mais prevalente nos estudos foi a secreção nos brônquios, seguido da hiperventilação. As principais características definidoras foram dispneia, taquipneia, tosse, uso da musculatura acessória para respirar, ortopneia e ruídos adventícios (Quadro 1). Nos adultos e idosos, os principais fatores relacionados foram fadiga, dor e obesidade. As principais características definidoras foram a dispneia, taquipneia e a ortopneia (Quadro 2).

Foram identificados também três estudos que descreveram as definições conceituais e operacionais das seguintes características definidoras e fatores relacionados: ansiedade⁽³⁰⁾, alteração na profundidade respiratória⁽³¹⁾, batimento de asa de nariz^(10,31), bradipneia⁽³¹⁾, capacidade vital diminuída^(10,30-31), diâmetro anteroposterior aumentado^(10,31), dispneia^(10,31), excursão torácica alterada^(10,31), fase de expiração prolongada^(10,31), pressão inspiratória diminuída^(10,31), pressão expiratória diminuída^(10,31), taquipneia⁽³¹⁾, uso da musculatura acessória para respirar^(10,31), ventilação minuto diminuída^(10,31), gemido expiratório⁽³¹⁾, murmúrio vesicular diminuído⁽³¹⁾, ortopneia^(10,31), respiração com lábios franzidos^(10,31), ruídos adventícios⁽³⁰⁾ e tosse⁽³⁰⁾.

Ao avaliar a qualidade metodológica dos estudos, observou-se que todos foram considerados como bons de acordo com a Escala Newcastle-Ottawa (Quadros 1 e 2).

DISCUSSÃO

Em crianças, o principal fator relacionado identificado na literatura para o diagnóstico de enfermagem Padrão respiratório ineficaz foi a secreção nos brônquios, o que não consta na NANDA-I, seguido da hiperventilação. As principais características definidoras foram dispneia, taquipneia, tosse, uso da musculatura acessória para respirar, ortopneia e ruídos adventícios, sendo que a tosse e os ruídos adventícios também não constam na NANDA-I, para o diagnóstico padrão respiratório ineficaz.

Em crianças, a presença do fator relacionado secreção nos brônquios está relacionada ao fato de que o diâmetro das vias aéreas é reduzido nas crianças jovens, culminando com o estreitamento do lúmen devido ao edema das mucosas e à produção exacerbada de secreções e infiltração de células inflamatórias, o que leva a graus variáveis de obstrução. Aliado a isso, as crianças também apresentam inabilidade em mobilizar ou expulsar as secreções espontaneamente do trato respiratório em razão da imaturidade dos mecanismos de tosse e inabilidade na expectoração, ocasionando dificuldade respiratória^(12,32).

Um estudo realizado com crianças de zero a cinco anos, em Fortaleza-CE, identificou que crianças com secreção nos brônquios apresentam 80,0% de chance de desenvolver padrão respiratório ineficaz⁽³³⁾. A presença de vias aéreas obstruídas gera níveis excessivos de dióxido de carbono e íons de hidrogênio no sangue, desencadeando o mecanismo de hiperventilação, que é o padrão de respiração mais profundo, mais rápido e mais longo do que o padrão normal e tem o objetivo de eliminar a retenção de dióxido de carbono^(33-34).

A hiperventilação caracteriza-se por uma ventilação que excede a demanda metabólica do organismo causada por dois mecanismos. O primeiro é a alcalose respiratória que, com o agravamento de uma doença pulmonar de base, juntamente com a fadiga da musculatura respiratória, levará à insuficiência respiratória, ao diagnóstico padrão respiratório ineficaz e a outros diagnósticos de enfermagem respiratórios. O outro mecanismo é referente ao estímulo direto do centro respiratório, que ocorre em doenças do sistema nervoso central, como as meningites, hemorragias ou trauma, aumentando a frequência e a amplitude do esforço respiratório. A hiperventilação também pode ser causada por alguma doença subjacente que cause dor, estresse ou ansiedade, o que é chamada de hiperventilação psicogênica, em que não há processo orgânico patológico responsável pela hiperventilação⁽³⁴⁾. Assim, durante o exame físico, é possível identificar a hipoxemia, principal mecanismo que acarreta hiperventilação, com diminuição da saturação de oxigênio verificada pela oximetria de pulso⁽²⁷⁾.

Estudo realizado com crianças de até cinco anos mostrou que a maioria das características definidoras estava relacionada com alterações respiratórias, sendo a dispneia presente em 74,4% das crianças⁽⁸⁾. Esses sintomas respiratórios podem ser atribuídos ao quadro clínico característico das doenças respiratórias, como a asma e a pneumonia, comumente encontradas em crianças de até cinco anos de idade^(35-36). Outro estudo mostrou que, na presença de dispneia, a criança tem 36 vezes mais chances de desenvolver padrão respiratório ineficaz⁽³³⁾.

Estudo de validação identificou a relação de padrão respiratório ineficaz com as infecções respiratórias agudas, sendo a dispneia encontrada em 98,0% das crianças. Essa característica definidora foi validada como importante achado entre os sinais e sintomas das infecções respiratórias agudas. A dispneia é citada como característica definidora mais sensível de padrão respiratório ineficaz em diversos estudos^(12,29,37). É uma característica definidora importante em lactentes com cardiopatia congênita, em que cerca de 99,0% das crianças manifestam esse sintoma no primeiro ano de vida^(4,38). Geralmente, é causada por doenças respiratórias em virtude de secreção nas vias aéreas, infecção ou obstrução, além de cardiopatias ou fatores psicogênicos, como a ansiedade⁽³⁴⁾.

A taquipneia, outra característica definidora encontrada no nosso estudo, é geralmente a primeira manifestação exibida por crianças com distúrbios respiratórios. É caracterizada por respiração superficial rápida, com mais de 20 respirações por minuto em adultos e acima de 60 respirações em crianças⁽¹⁾, e ocorre devido à diminuição da complacência ou à sobrecarga dos músculos respiratórios, sendo o resultado da hiperventilação pulmonar, que se desenvolve como uma tentativa adaptativa de compensação^(1,34). O fracasso desse mecanismo compensatório e o desequilíbrio entre a demanda e o fornecimento de oxigênio favorecem o diagnóstico padrão respiratório ineficaz⁽²⁶⁾. As principais patologias que causam a taquipneia são a doença pulmonar restritiva, choque hipovolêmico, pneumonia, edema pulmonar, acidose metabólica, septicemia, dor intensa, distúrbios neurológicos e fraturas de costelas⁽³⁴⁾.

Em relação à característica definidora uso da musculatura acessória para respirar, deve-se relembrar que vários músculos são responsáveis pela ventilação pulmonar, classificados em principais e acessórios. O diafragma e os intercostais são os principais músculos envolvidos na respiração e os acessórios auxiliam, quando existe uma demanda extra para a ventilação, como os músculos escalenos, esternocleidomastóideo, os peitorais maiores e os abdominais. Assim, mediante a exacerbação ou gravidade da disfunção respiratória, comum em doenças pulmonares crônicas, com comprometimento alveolar e consequente fadiga da musculatura respiratória, os músculos acessórios são requeridos⁽³⁴⁾. Um estudo realizado na cidade de Fortaleza-CE, com crianças asmáticas de zero a cinco anos, identificou que as crianças que têm essa característica definidora apresentaram sete vezes mais chance de ter o diagnóstico padrão respiratório ineficaz⁽⁹⁾.

Em relação à tosse e aos ruídos adventícios, estudo transversal feito em Fortaleza-CE, com 151 crianças com idade de zero a cinco anos, mostrou que o diagnóstico padrão respiratório ineficaz foi o mais prevalente, no qual as características definidoras mais encontradas foram os ruídos adventícios e a tosse⁽¹²⁾. A tosse é uma resposta do trato respiratório inferior devido à estimulação de receptores na mucosa das vias aéreas, sendo a asma a causa mais comum nas crianças⁽³⁴⁾. A tosse decorrente da função pulmonar está relacionada principalmente às secreções nas vias aéreas, à aspiração de corpos estranhos e à inalação de alérgenos⁽³⁴⁾. Os ruídos adventícios, por sua vez, são detectados na ausculta pulmonar e são o resultado da passagem de ar através de vias aéreas obstruídas e da colisão do ar contra secreções traqueobrônquicas⁽¹²⁾, características frequentes em pacientes com alterações respiratórias. Os ruídos adventícios são os sibilos (comuns na inspiração), roncos (devido ao acúmulo de secreção), estertores, atritos pleurais e a cornagem, sendo muito comum na criança com distúrbios do sistema respiratório⁽³⁴⁾.

Nos adultos e idosos, os principais fatores relacionados foram a fadiga, a dor e a obesidade, sendo que as principais características definidoras foram a dispneia, taquipneia e ortopneia.

A fadiga é caracterizada por fraqueza difusa e simétrica, que envolve a musculatura dos membros e músculos respiratórios, verbalizada pelo relato de cansaço e indisposição nas atividades cotidianas. Associa-se, independentemente, com ventilação mecânica prolongada, aumento da permanência na unidade de terapia intensiva (UTI) e no hospital e aumento da mortalidade⁽³⁹⁾. A fadiga pode estar presente em pacientes com diversas patologias, como cardíaca, pulmonar, hematológica, oncológica, assim como em pacientes que apresentam dor, desnutrição e manifestações psicológicas, como a ansiedade e a depressão, além de ser mais frequente em idosos e naqueles que apresentam maior número de comorbidades⁽⁴⁰⁾. Estudo mostrou que a idade, o estado funcional e cognitivo pré-UTI, a doença concomitante, principalmente cardiopatias, e as trajetórias da saúde também devem ser avaliadas para estratificar os pacientes com fadiga⁽⁴¹⁾. Em 1998, um estudo de validação americano realizado com 76 pacientes com diagnósticos clínicos e cirúrgicos, com média de idade de 59 anos, identificou e expressou a importância do fator relacionado fadiga e ansiedade como causa do diagnóstico padrão respiratório ineficaz⁽¹⁷⁾.

Quanto à dor, os pacientes com esse sintoma podem apresentar alterações na função cardiopulmonar e cerebral capazes de comprometer os mecanismos responsáveis pela oxigenação celular periférica e desencadear uma grande demanda para compensá-los, resultando em alteração de inspiração e expiração. Outros estudos também identificaram a dor como fator relacionado de padrão respiratório ineficaz^(42-43). A dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a dano aos tecidos, de difícil manejo. A transmissão da dor envolve a medula espinhal que transmite o impulso doloroso até o cérebro. Esse estímulo induz a liberação de adrenalina, cortisol, noradrenalina e outros hormônios, levando ao aumento da frequência respiratória, cardíaca, pressão sanguínea, dilatação pupilar, entre outras⁽⁴⁴⁾. Durante esse processo, a ventilação, antes conduzida automaticamente pelo bulbo, passa a ser controlada voluntariamente pelo córtex cerebral, no qual o indivíduo passa a ter respirações artificiais, dispneia com diminuição do fluxo de ar para os alvéolos, apresentando um padrão respiratório anormal⁽⁴⁵⁾.

Outro fator relacionado de padrão respiratório ineficaz identificado foi a obesidade. Vários fatores interferem na mecânica respiratória de indivíduos obesos, resultando em redução do volume e capacidade pulmonar, como o volume de reserva expiratória e a capacidade residual funcional. O excesso de tecido adiposo provoca compressão mecânica do diafragma, pulmão e tórax, resultando em insuficiência respiratória restritiva⁽⁴⁶⁾. A obesidade também promove a redução da complacência do sistema respiratório e aumento da resistência pulmonar. Esses fatores levam à sobrecarga inspiratória, com consequente aumento do trabalho respiratório, consumo de oxigênio e custo energético, o que pode desencadear as características definidoras do diagnóstico de enfermagem padrão respiratório ineficaz, como dispneia, fadiga, ortopneia e ansiedade^(47-48).

Em relação à característica definidora dispneia, estudo realizado em Ribeirão Preto-SP com pacientes adultos em pré-operatório de cirurgia cardíaca mostrou que a prevalência de padrão respiratório ineficaz foi alta (70,6%). Os pacientes relataram ter uma "sede de ar" ou a sensação de "necessidade de respirar mais", que pode ser entendida como dispneia e taquipneia⁽⁴⁸⁾. Todos os pacientes avaliados apresentaram dispneia e 66,6% também apresentaram ortopneia como característica definidora, além de 100% apresentarem fadiga como fator relacionado⁽¹⁶⁾. Em um estudo realizado em Fortaleza-CE, a dispneia foi característica definidora primária⁽⁴⁸⁾.

A taquipneia, a ortopneia e a dispneia são alterações muito comuns em pacientes com padrão respiratório ineficaz devido à fraqueza muscular respiratória oriunda da não resolução do problema de base que originou a descompensação respiratória. Com a presença de um desequilíbrio entre a carga e a força, observa-se o desenvolvimento de fraqueza muscular respiratória progressiva, com consequente desenvolvimento de dispneia e, posteriormente, taquipneia na tentativa de aumentar as incursões torácicas para resolução do problema. Porém, o que se observa é a fadiga da musculatura respiratória resultando em insuficiência respiratória⁽⁴⁹⁾. A fadiga respiratória nesses pacientes, resultante da não resolução da dispneia e taquipneia, pode levar à insuficiência respiratória com necessidade de ventilação mecânica. Um estudo realizado na cidade de São Paulo-SP identificou que as características definidoras associadas a esse diagnóstico em pacientes em ventilação mecânica foram gases sanguíneos anormais, alteração da frequência respiratória, hipoxemia e ronco⁽⁵⁰⁾.

Diante do exposto, observa-se que ainda são identificados na literatura outros indicadores clínicos (características definidoras e fatores relacionados) do diagnóstico de enfermagem padrão respiratório ineficaz que ainda não constam na NANDA-I, 2018-2020.

Limitações do estudo

Por se tratar de um estudo de revisão da literatura, os descritores escolhidos podem não ter identificado algum artigo que poderia ter contribuído com os achados desta pesquisa. Porém, os resultados encontrados indicaram novas características definidoras e fatores relacionados, cuja inclusão pode aprimorar o diagnóstico de enfermagem padrão respiratório ineficaz na taxonomia internacional de diagnósticos de enfermagem.

Contribuições para a área de enfermagem

Este estudo possibilitou a identificação do fator relacionado secreção nos brônquios e das características definidoras ruídos adventícios e tosse, que não estão contempladas na classificação da NANDA-I, mas que podem ser nela inseridas, contribuindo para o avanço da enfermagem e para o aprimoramento desse diagnóstico de enfermagem na prática clínica.

Espera-se que os resultados possam aprimorar a assistência ao paciente com o diagnóstico padrão respiratório ineficaz, em uma maior observância nas diferenças de etiologias por idade, assim como estabelecer o diagnóstico precoce.

CONCLUSÃO

A presente revisão identificou os fatores relacionados e as características definidoras de padrão respiratório ineficaz em crianças, adultos e idosos. Entre as crianças, os fatores relacionados encontrados foram secreções nos brônquios e hiperventilação e as características definidoras foram dispneia, tosse, ruídos adventícios, taquipneia e o uso de músculos acessórios para respirar. Deve-se observar que o fatores relacionados secreções nos brônquios e as características definidoras tosse e ruídos adventícios não estão incluídos na classificação da NANDA-I. A alta prevalência desses sinais, na faixa etária analisada, indica a necessidade de incluí-los nessa classificação.

Entre os adultos e idosos, os fatores relacionados identificados foram fadiga, obesidade e dor, e as características definidoras foram dispneia, taquipnea e ortopneia. Os fatores relacionados diferiram entre os grupos etários, possivelmente porque a maturidade do sistema respiratório e os distúrbios respiratórios variam entre eles, indicando que as intervenções direcionadas a cada fator relacionado são necessárias.

• FOMENTO
  Fundação de Amparo à Pesquisa do Acre (FAPAC), por meio da concessão da bolsa de doutorado da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

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Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  Jan-Feb 2019

Histórico

• Recebido
  06 Fev 2018
• Aceito
  21 Abr 2018