Revisão de literatura sobre as práticas com audiovisuais na educação em Enfermagem

RESUMO

Objetivo:

realizar uma revisão da literatura para caracterizar a produção na área de Enfermagem sobre o uso de filmes e vídeos na educação em Enfermagem, relacionados a pressupostos de comunicação subjacentes e a conteúdos lecionados.

Método:

revisão bibliográfica integrativa realizada nas bases de dados PUBMED, portal de periódicos da CAPES, e na biblioteca on-line SCIELO, com estudos de 2007 a 2016.

Resultados:

foram incluídos 36 artigos, em que os audiovisuais fazem parte do objeto de pesquisa. Há predominância de estudos de validação e efetividade, em que os audiovisuais são utilizados em maior parte como um reproduzir a realidade, principalmente para desenvolver competências clínicas, com o propósito de ilustrar procedimentos ou aproximar os estudantes de contextos reais de atuação.

Considerações finais:

os resultados apontam a uma fragilidade na sustentação teórica da maior parte dos estudos. Sugere-se a realização de pesquisas empíricas mais bem fundamentadas para oferecer contribuições mais consistentes ao ensino em Enfermagem.

Descritores:
Educação em Enfermagem; Recursos Audiovisuais; Cinema como Assunto; Filmes e Vídeos Educativos; Tecnologia Educacional

ABSTRACT

Objective:

to carry out a literature review to characterize the production in the Nursing area about the use of movies and videos in Nursing education, related to underlying communication assumptions and contents taught.

Method:

integrative bibliographic review carried out in the PUBMED databases, CAPES journal portal, and SCIELO online library, with studies from 2007 to 2016.

Results:

36 articles were included, in which audiovisual resources are part of the research subject. There are predominance of validation and effectiveness studies, in which audiovisual resources are used mostly as a reproduction of reality, mainly to develop clinical skills, with the purpose of illustrating procedures or bringing students closer to real contexts of action.

Final considerations:

the results point to a weak theoretical support of most of the studies. It is suggested that more empirical research be conducted to offer more consistent contributions to Nursing teaching.

Descriptors:
Nursing Education; Audiovisual Resources; Cinema as Subject; Educational Movies and Videos; Educational Technology

RESUMEN

Objetivo:

realizar una revisión de la literatura para caracterizar la producción en el área de la Enfermería sobre el uso de películas y videos en la educación de Enfermería, relacionados a supuestos de comunicación subyacentes y a contenidos enseñados.

Método:

revisión bibliográfica integrativa realizada en las bases de datos PUBMED, portal de revistas de la CAPES, y en la biblioteca on line SCIELO, con estudios de 2007 a 2016.

Resultados:

se incluyeron 36 artículos, en los que los audiovisuales forman parte del objeto de investigación. Hay predominio de estudios de validación y efectividad, en los que los audiovisuales se utilizan en gran parte como un reproducir la realidad, principalmente para desarrollar competencias clínicas, con el propósito de ilustrar procedimientos o aproximar a los estudiantes de contextos reales de actuación.

Consideraciones finales:

los resultados apuntan a una fragilidad en la sustentación teórica de la gran parte de los estudios. Se sugiere la realización de investigaciones empíricas más bien fundamentadas para ofrecer contribuciones más consistentes a la enseñanza de Enfermería.

Descriptores:
Educación en Enfermería; Recursos Audiovisuales; Cine como Asunto; Películas y Videos Educativos; Tecnología Educativa

INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, vídeos e filmes vêm sendo mais utilizados como um recurso didático na educação. Desde vídeos educativos, vídeo-gravação de atividades, utilização de filmes do cinema comercial ou programas de TV, a podcasts de redes sociais, o audiovisual tem se constituído como uma ferramenta bastante comum nas dinâmicas de ensino e aprendizagem. Essa variedade de usos e apropriações de audiovisuais nas salas de aula, em geral, vem sendo sustentada por entendimentos de que os filmes e vídeos podem: permitir a percepção crítica da sociedade⁽¹⁾; despertar e reforçar o interesse de alunos e a motivação dos estudantes⁽²⁾; transportar fatos cotidianos para a sala de aula; e abrir um canal privilegiado de acesso aos níveis cognitivo e afetivo⁽³⁾.

Na formação em Saúde, esses argumentos também vêm sendo utilizados com alguma frequência. Alguns trabalhos trazem o entendimento de que os vídeos e filmes são importantes recursos para envolver emocionalmente os espectadores⁽⁴⁾, suscitar reflexões sobre temas relacionados à humanização da atenção em saúde⁽⁵⁾, além de ser recurso para o desenvolvimento de competências de comunicação⁽⁶⁾.

Especificamente, na formação em Enfermagem, o uso de filmes e vídeos é defendido, há mais de 30 anos, destacando⁽⁷⁾ vantagens como flexibilidade, possibilidade de playback, arquivamento, controle do ponto de vista e forma de apresentar a realidade aos estudantes. Nesse entendimento⁽⁷⁾, os vídeos podem ser utilizados para substituir apresentações/instruções ao vivo, complementar outros métodos de ensino e treinar habilidades. Mais recentemente, os filmes passaram a ser entendidos também como facilitadores de aprendizados teóricos, recursos para a experimentação de práticas sociais e culturais, para despertar interesses e desenvolver reflexões sobre o cotidiano profissional⁽⁸⁾, além de oferecer à formação em Enfermagem a possibilidade de aproximação dos estudantes a contextos de atendimento e ser fontes de experiências emocionais e cognitivas⁽⁹⁾. Já Silva Nicolau et al.⁽¹⁰⁾, destaca que os filmes são facilitadores para a visualização e compreensão do sujeito com transtornos psiquiátricos, pois promovem a reflexão e a projeção de si no outro.

Discursos como esses, que frequentemente vêm fundamentando o uso de audiovisuais nas salas de aulas, estão baseados em pressupostos que apresentam algumas limitações. A primeira dessas limitações é apontada por Sol Worth⁽¹¹⁾, já em 1974, que questionou a insuficiência de estudos empíricos que sustentassem esses argumentos sobre as potencialidades das imagens em seu uso na educação. Para o autor, esses argumentos, em geral, são sustentados pela crença da universalidade das imagens para comunicar a diferentes culturas, idades e gêneros, a superioridade psicológica e social das imagens em comunicar ("uma imagem vale mais que mil palavras").

No contexto dos Estudos Culturais Pós-estruturalistas, é possível indicar uma segunda limitação, que diz respeito ao modelo de comunicação subjacente aos argumentos questionados. Isso pois, baseando-se na crítica feita por Stuart Hall⁽¹²⁾ ao modelo tradicional (emissor-mensagem-receptor) de comunicação, esses argumentos estão fundados no entendimento da unilinearidade da comunicação e pressupõem a passividade dos espectadores/receptores. Isso fica claro exatamente quando os vídeos são entendidos como estímulos capazes de motivar, provocar reflexões, ou mesmo substituir uma experiência em algum contexto profissional. Sob essa perspectiva, caberia aos estudantes espectadores a simples assimilação de conteúdos transmitidos via o audiovisual, consistindo em dinâmica comportamentalista de estímulo/resposta. Em resposta a isso, Hall propõe pensar a comunicação em sua complexidade, multilineariadade e, principalmente, entendendo os espectadores como ativos na produção de sentidos de suas experiências a partir do filme/vídeo.

Compreendendo tais limitações na compreensão das dinâmicas de ensino e aprendizagem em que filmes e vídeos são usados, é relevante identificar na produção científica que entendimentos e suposições têm orientado os usos de vídeos e filmes na formação em Enfermagem e entender como essas práticas têm se relacionado com os conteúdos curriculares e atividades propostas. Diante disso, seguindo nossa experiência anterior na educação médica⁽¹³⁾, o presente estudo consiste de uma revisão bibliográfica sobre os usos e apropriações dos audiovisuais na formação em Enfermagem, a fim de investigar como a área tem se apropriado desses recursos, sob que concepções, objetivos e em que contextos disciplinares.

OBJETIVO

Realizar uma revisão de literatura para caracterizar a produção na área de Enfermagem sobre o uso de filmes e vídeos na educação em Enfermagem, relacionados a pressupostos de comunicação subjacentes e à relação com os conteúdos lecionados.

MÉTODO

Para a realização do presente estudo foi desenvolvida uma revisão bibliográfica sistemática integrativa. Uma revisão bibliográfica tem por propósito determinar o que as pesquisas dizem sobre um tópico, o que não dizem, o que é conhecido e o que não é conhecido; encontrar lacunas no conhecimento; e sintetizar resultados⁽¹⁴⁾. Especificamente, a revisão bibliográfica integrativa oferece a oportunidade de conhecer a evolução do tema ao longo do tempo e, com isso, visualizar possíveis oportunidades de pesquisa⁽¹⁵⁾. A revisão pode ser estrutura respeitando as seguintes 6 etapas para a realização desse tipo de revisão⁽¹⁵⁾: identificação do tema e seleção da questão de pesquisa; estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão; identificação dos estudos pré-selecionados e selecionados; categorização dos estudos selecionados; análise e interpretação dos resultados; apresentação da revisão/síntese do conhecimento. Essa revisão seguiu as diretrizes PRISMA.

A seleção foi realizada a partir do levantamento de trabalhos indexados na base PUBMED (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/) e publicados em revistas indexadas nos estratos QualisCapes da área de Enfermagem, encontrados via portal de periódicos da CAPES e SCIELO.

Os termos de busca foram "vídeo", "filme" e "cinema" nas revistas lusófonas, e "video ", "movie", "film" e "cinema" nas revistas anglófonas. Foram considerados apenas os trabalhos publicados nos últimos dez anos. Dessa forma, o levantamento foi realizado em janeiro de 2017 e, por esse motivo, contempla trabalhos publicados até dezembro de 2016. Apesar de haver a defesa de que um estudo de revisão deve-se ater aos últimos cinco ou sete anos^(14-15), entendemos que esse período também contribuiria para uma percepção história da produção, sem alargar muito o corpus da pesquisa.

Em seguida, foi realizada a leitura dos resumos a partir dos quais foram excluídos os artigos que não se voltassem especificamente ao ensino em Enfermagem e/ou em que os filmes e vídeos não fizessem parte dos objetos de pesquisa. No Quadro 1, a seguir, são apresentados os periódicos, classificações, países de origem e total de publicação encontradas e selecionadas para o estudo.

Quadro 1
Periódicos selecionados para a revisão de literatura

PERIÓDICO	CÓDIGO	QUALIS	ENCONTRADAS	SELECIONADAS
Escola Anna Nery Revista de Enfermagem	EANRE	B1 Enferm.	3	2
Revista Latino-americana de Enfermagem	RLE	A1 Enferm.	1	1
Revista da Escola de Enfermagem da USP	REEU	A2 Enferm.	3	0
Revista Brasileira de Enfermagem	REBEn	A2 Enferm.	7	1
Texto & Contexto Enfermagem	TCE	A2 Enferm.	7	2
Cadernos de Saúde Pública	CSP	A2 Enferm.	2	0
Nurse Education in Practice	NEP	A1 Enferm.	26	8
Nurse Education Today	NET	A1 Enferm.	28	15
Journal of Continuing Education in Nursing	JCEN	A1 Enferm	2	0
Journal of Trauma Nursing	JTN	A2 Enferm	1	1
International Journal of Medical Informatics	IJMI	A2 Enferm	1	1
Journal of Advanced Nursing	JAN	A1 Enferm	1	1
Computer, Informatics, Nursing	CIN	A1 Enferm	1	1
Contemporary Nursing	CN	A1 Enferm	1	0
Nurse Educator	NE	A1 Enferm	4	3
Total			88	36

Com base na leitura dos trabalhos selecionados, buscamos inicialmente responder às seguintes questões: 1) Em que tipo de estudo consiste o trabalho? 2) Que concepções trazem sobre vídeos e filmes e seus usos na educação em Enfermagem? 3) De que modo o vídeo é pesquisado? 4) O uso/estudo se relaciona a que disciplina de Enfermagem? 5) Qual é objetivo pedagógico do uso dos vídeos/filmes?

RESULTADOS

A partir dos critérios de seleção do material para a análise, chegamos a 36 estudos que, ao serem analisados sob as questões escolhidas, ofereceram insumos para a percepção de tendências e lacunas na produção científica das revistas com melhor avaliação no contexto brasileiro.

No quadro 2 listamos os trabalhos selecionados para o estudo.

Quadro 2
Trabalhos selecionados para a revisão

TÍTULO	ANO	REF.	PERIÓDICO
Uso do filme como estratégia de ensino-aprendizagem sobre pessoas com deficiência: percepção de alunos de Enfermagem	2012	( 9 )	EANRE
Efeito de vídeo educativo no conhecimento do aluno sobre higiene bucal de pacientes em quimioterapia	2015	( 16 )
Câmera e ação na execução do curativo do cateter venoso central	2015	( 17 )	RLE
Validação de um vídeo educativo para promoção do apego entre mãe soropositiva para HIV e seu filho	2011	( 18 )	RBEN
O processo de viver nos filmes: velhice, sexualidade e memória em Copacabana	2007	( 19 )	TCE
Aprendizagem em saúde mental por meio da produção videográfica: relato de experiência	2013	( 20 )
A focus group study of the use of video-recorded simulated objective structured clinical examinations in nurse practitioner education	2010	( 21 )	NEP
Challenging the shock of reality through digital storytelling	2011	( 22 )
Snapshots of simulation: Creative strategies used by Australian educators to enhance simulation learning experiences for Nursing students	2013	( 23 )
Comparing the effectiveness of video-assisted oral debriefing and oral debriefing alone on behaviors by undergraduate Nursing students during high-fidelity simulation	2014	( 24 )
Teaching midwife students how to break bad news using the cinema: An Italian qualitative study	2015	( 25 )
An education intervention to improve Nursing students' understanding of medication safety	2015	( 26 )
Madness in the movies: An evaluation of the use of cinema to explore mental health issues in nurse education	2016	( 27 )
The viewing room: A lens for developing ethical comportment	2016	( 28 )
Using on-line video clips to enhance self-efficacy toward dealing with difficult situations among Nursing students	2006	( 29 )	NET
Video streaming: Implementation and evaluation in an undergraduate Nursing program	2008	( 30 )
A multi-method study to determine the effectiveness of, and student attitudes to, online instructional videos for teaching clinical Nursing skills	2009	( 31 )
Video-based self-assessment: Implementation and evaluation in an undergraduate Nursing course	2009	( 32 )
Web-based video and feedback in the teaching of cardiopulmonary resuscitation	2012	( 33 )
Effect of a video on developing skills in undergraduate Nursing students for the management of totally implantable central venous access ports	2012	( 34 )
Learning concepts of cinenurducation: An integrative review	2012	( 35 )
A pilot project in distance education: Nurse practitioner students' experience of personal video capture technology as an assessment method of clinical skills	2013	( 36 )
Online video in clinical skills education of oral medication administration for undergraduate student nurses: A mixed method, prospective cohort study	2013	( 37 )
Attitudes toward Video-Assisted Debriefing after simulation in undergraduate Nursing students: An application of Q methodology	2014	( 38 )
Improving Chinese Nursing students' communication skills by utilizing video-stimulated recall and role-play case scenarios to introduce them to the SBAR technique	2016	( 39 )
Literature review: Use of commercial films as a teaching resource for Health Sciences students	2016	( 40 )
Nursing students' preferences of strategies surrounding cinenurducation in a first-year child growth and development courses: A mixed method study	2016	( 41 )
Piloting the feasibility of head-mounted video technology to augment student feedback during simulated clinical decision-making: An observational design pilot study	2016	( 42 )
Use of videos to support teaching and learning of clinical skills in Nursing education: A review	2016	( 43 )
Practitioner Perceptions of Trauma Video Review	2013	( 44 )	JTN
Evaluation of an interactive web-based Nursing course with streaming videos for medication administration skills	2014	( 45 )	IJMI
Effects of video-feedback on the communication, clinical competence and motivational interviewing skills of practice nurses: a pre-test post-test control group study	2014	( 46 )	JAN
Mobile-Based Video Learning Outcomes in Clinical Nursing Skill Education: A Randomized Controlled Trial	2016	( 47 )	CIN
Using Film, Television, and Other Media to Teach Management and Leadership Concepts	2013	( 48 )	NE
Cinematic Technology: The Role of Visual Learning	2011	( 49 )
Creating a Shared Experience Using Movies in Nursing Education	2008	( 50 )

Inicialmente, é preciso apontar que, entre os artigos selecionados, há 2 estudos de revisão de literatura, ambos da revista NET. O primeiro⁽³⁵⁾, analisa (em 11 trabalhos) o uso de filmes comerciais na educação em Enfermagem atenta ao conceito de cinurseducation (aglutinação das palavras cine, nurse e education – em português, cinema, Enfermagem e educação) para melhor definir esse termo. A autora relaciona o uso de filmes com os objetivos de desenvolver uma educação mais centrada nos estudantes, experiencial, reflexiva e voltada à solução de problemas. Já o segundo⁽⁴⁰⁾, desenvolveu revisão (em 54 trabalhos) sobre o uso de filmes comerciais na educação em Ciências da Saúde. Nesse trabalho, o principal resultado aponta para a insuficiência de estudos que demonstrem a utilidade e validade do uso de filmes como recurso didático, apesar de sua recorrente utilização.

Sobre a produção nacional selecionada, sobretudo se considerarmos a discrepância dessa produção em relação à internacional, é possível pensar que, apesar do uso recorrente de vídeos e filmes na educação em Enfermagem, o estudo dessas tecnologias ainda não se configura claramente como um tópico de interesse da área. Foram 30 artigos internacionais selecionados (dos 65 encontrados) e 6 nacionais selecionados (dos 23 encontrados). A produção nacional tem maior concentração nos últimos 5 anos. Em que pese a pouca quantidade de publicações, é possível observar uma tendência de aumento de publicações sobre o tópico aqui pesquisado. Já a produção internacional encontra-se um pouco mais pulverizada entre os últimos 10 anos, apesar de ser maior nos últimos 2 anos.

Em que tipo de estudos consistem os trabalhos analisados? Como o vídeo é pesquisado?

Nessa etapa da pesquisa, foram observados o tipo de pesquisa e o modo como o vídeo foi estudado ou fez parte da pesquisa. Um primeiro ponto a ser notado é a predominância de estudos empíricos em relação a aqueles apenas teóricos. Apenas as revistas TCE (1), NEP (2), NET (3) e NE (1) apresentaram estudos teóricos, totalizando seis estudos, do universo de 30 analisados.

A proporção entre estudos empíricos e teóricos é praticamente a mesma nas publicações nacionais e internacionais, ou seja, menos de 20% dos estudos selecionados são teóricos. Resta saber qual a qualidade e o escopo desses estudos empíricos.

Os estudos empíricos foram dos tipos: estudos de validação por especialistas (3), estudos comparativos com outras tecnologias ou práticas (10), estudos de eficácia dos usos (7) e estudos de casos e caraterização de experiências (9). É possível notar uma tendência nacional à validação por especialistas. Esses estudos^(17-18,20) consistem em apresentar alguma proposta de atividade educativa com uso de filmes ou vídeos e solicitar que profissionais da área ou pesquisadores da área de Enfermagem avaliem e validem tal proposta. É interessante notar que esses estudos contaram apenas com validadores da área de Enfermagem, deixando de contar com pessoas da área de Educação, Tecnologias e Comunicação, aspecto que fragiliza as validações apresentadas. Além disso, os instrumentos de validação deixam algumas dúvidas, como as questões de avaliação poderem estar mais voltadas aos gostos e conteúdo dos filmes, e a eficácia da dinâmica educativa com o uso de filmes e vídeos ou mesmo do papel vídeos/filmes nas atividades.

Já os trabalhos internacionais tenderam a ser estudos comparativos, de eficácia e estudos de caso. Nesses estudos, os vídeos são comparados às outras tecnologias educacionais, desde aulas expositivas^(23,30) e observação de atendimentos^(31-32,34) até leituras de textos⁽²⁴⁾ e simulações de atendimento em dinâmicas de Role-Play ⁽³⁹⁾. Também houve alguma recorrência de estudos em que a aprendizagem foi avaliada em pré-pós testes à exibição de um determinado filme ou vídeo^{(16,41,46-47)}. Também foi notável a quantidade de estudos de apresentação de casos e experiências com vídeos apontando vantagens e peculiaridades encontradas^{(15,22,25,33,45)}. Esses dados serão mais bem compreendidos na sequência de apresentação dos resultados.

Que concepções trazem sobre vídeos e filmes e seus usos na educação em Enfermagem?

De nossa análise emergiram 13 categorias não exclusivas. Nesse sentido, os vídeos podem: reproduzir a realidade, estimular à reflexão, conscientizar, compartilhar vivências, ser instrumentos para explorar a realidade, transmitir informação, substituir a escrita, facilitar o ensino, contribuir para a produção de subjetividades, despertar o interesse dos estudantes, transpor limites espaço-temporais, mudar comportamento, auxiliar a auto avaliação e reflexão. Na Figura 1 estão apresentadas as ocorrências dessas categorias.

Figura 1
Modos de estudar os filmes

A concepção mais frequente nesses trabalhos (nacionais e internacionais) foi a possibilidade dos filmes e vídeos reproduzirem/transportarem a realidade na sala de aula (trabalhos que fazem isso). Os vídeos e filmes seriam principalmente espelhos/reflexos da realidade^{(19-21,23-26,28-40,42-45,49-50)}, simuladores da realidade^{(17,23-24,34,39,43,45,50)} e possibilitariam aos estudantes vivenciar^{(19,22,25,28-29,35,39-44,49-50)} e explorar^{(31-32,34,36-38)} realidades distantes da sala de aula e de suas vivências^{(15,28,35,49-50)}. Nesse sentido, essas mídias ofereceriam acesso a um universo experiencial em que os estudantes poderiam imergir em contextos de atendimento, mas no ambiente seguro e controlado da sala de aula^(34-35).

Ainda sobre essa categoria, foi possível observar algumas diferenças quando se referiam a vídeos ou a filmes. Os filmes foram principalmente relacionados a uma dimensão mais existencial em apresentar contextos de atuação, se voltando a estimular reflexão e tomada de consciência, e oferecer vivências aos estudantes. Essa dimensão experiencial também se relaciona fortemente com as categorias compartilhar vivências, produzir subjetividades⁽²⁰⁾ e identidades⁽¹⁹⁾, além de estimular a reflexão^{(22,35,46,49)}. Entende-se, nesses trabalhos, que ao vivenciar as narrativas apresentadas pelos filmes os estudantes intensificariam o processo de amadurecimento pessoal e profissional⁽³⁹⁾.

Quando os trabalhos se relacionaram a vídeos como reprodutores da realidade, estes tinham mais o propósito de ilustrar um procedimento ou tipo de atendimento^{(26,28,33-34,43,47-48)}, ser dispositivos de memória^{(32-33,36,38,41)}, transmitir informações de modo mais fácil^{(15,24,32-33,37,40-41,47)}, e oferecer a oportunidade de os estudantes reverem seus atendimentos^(33,37-38) e assim poderem fazer uma auto avaliação, ou seja, de poderem explorar a realidade transpondo limites de espaço e tempo⁽²¹⁾ (principalmente quando relacionado à educação à distância). Essas concepções, mais frequentes na NET, parecem ser fortemente influenciadas pelo trabalho de McSweeney⁽⁷⁾ , publicado nessa mesma revista (trabalho excluído de nossa amostra), há 30 anos, em que são defendidas algumas vantagens para o uso de vídeos na educação em Enfermagem, como flexibilidade, acesso imediato, arquivamento de informações, apresentação da realidade e controle do ponto de vista. Isso dá indícios de que tais concepções parecem ter evoluído muito pouco desde a publicação do referido trabalho. Vale destacar que a NET também teve maior recorrências de trabalhos sobre filmes e com orientação epistemológica diferente daquela dos vídeos.

É importante dizer que, nas categorias transmitir informações, facilitar o ensino, despertar interesses e mudar comportamentos, fica claro a perspectiva behaviorista no uso dessas tecnologias educacionais. Essa tendência foi maior nas publicações nacionais, ainda que não predominasse. Esses objetivos revelam uma percepção dos estudantes como espectadores passivos que apenas devem seguir as orientações dos vídeos ou repetir os comportamentos/ações neles apresentados^(35,49).

Disciplinas e áreas de saber dos usos de filmes e vídeos na Enfermagem

Nesse tópico, o interesse foi identificar o contexto de utilização de filmes e vídeos. No tópico seguinte, o interesse será sobre os objetivos dos usos nessas disciplinas e áreas de saber. Na Figura 2 estão apresentadas as 16 áreas de saber e as ocorrências por revista.

Figura 2
Distribuição por disciplina ou áreas de saber dos usos dos filmes

Publicações nacionais tenderam a se voltar para áreas de especialidades médicas (Oncologia⁽¹⁶⁾, Gerontologia⁽¹⁹⁾, Saúde Bucal⁽¹⁶⁾, HIV⁽¹⁸⁾, Saúde Mental^(20,27), Saúde do Adulto⁽²⁰⁾, Obstetrícia e Pediatria⁽¹⁸⁾). Os vídeos sobre Oncologia, Saúde do Adulto, Saúde Bucal e Obstetrícia se voltaram a transmitir conteúdos, ilustrar e apresentar procedimentos os quais se esperavam que os estudantes aprendessem. Um dos vídeos sobre HIV também tinha o objetivo de trazer informações às mães de pacientes e as sensibilizar. No caso de Saúde Mental, Gerontologia e sobre pacientes portadores de deficiências, os trabalhos estudaram como os filmes podem oferecer vivências aos estudantes. Dessa maneira, os estudantes supostamente poderiam entender melhor seus futuros pacientes, desde suas perspectivas (postura empática) com relação à atenção em saúde mental, pacientes idosos e portadores de deficiências.

Nos estudos internacionais, o contexto de utilização de vídeos e filmes foi predominantemente em disciplinas voltadas ao desenvolvimento de competências clínicas e áreas multidisciplinares de saber. Houve maior frequência de uso de vídeos para ilustrar e exemplificar a administração de medicações⁽³⁷⁾, avaliação⁽²³⁾ e realização de procedimentos clínicos (ex.: aferir sinais vitais⁽³²⁾). Na avaliação, o filme foi utilizado principalmente como meio para o estudante poder revisar o seu atendimento^{(21,23-24,28-29,38,46)}, ter um feedback^(23,42) e assim poder melhorar a sua prática. Apesar de predominar o primeiro, filmes e vídeos foram utilizados para formar os estudantes para o atendimento. Nessa categoria, os filmes foram entendidos como universo experiencial em que os espectadores poderiam desenvolver saberes, conhecer outras realidades^{(21-24,29,48,50)}, refletir^{(15,20,22,25,27,32,35,38,40,50)} e melhor desenvolver habilidades sociais e competências comunicativas⁽²¹⁾, e ter contato com as emoções em si mobilizadas no contato com o outro^(25,37). Tanto vídeos quanto filmes se converteram em um ambiente de simulação da prática profissional e espaços para a produção de reflexões sobre sua futura prática.

Objetivo pedagógico do uso dos vídeos/filmes na formação em Enfermagem

Buscando caracterizar o objetivo pedagógico dos usos dessas mídias na formação em Enfermagem, emergiram dos dados oito categorias: ilustrar/demonstrar conteúdos^{(16,24,26,28,41)}, atendimentos^(24,29,38) e procedimento^{(17,23-24,26,33-34,43)}; aproximar a realidade cotidiana e experiência do outro^(16,34,43); provocar reflexão/discussão^{(15,20,22,27,32,35,45,49-50)}; oferecer autopercepção, avaliação, revisão de condutas clínicas^{(21,23-24,33)}; criar um ambiente de simulação de atendimentos^(23-24,33); transmitir informações^{(16-18,44,46-48)}; sensibilizar e conscientizar^{(25,32-33,47)}; e fornecer material para avaliação^{(23-24,32-33,36)}. Algumas dessas categorias já surgiram nos tópicos anteriores. Elas estão quantificadas no Figura 3.

Figura 3
Objetivos pedagógicos dos filmes

Reforçando os resultados anteriormente apresentados, foram mais comuns os objetivos de promover uma aproximação à (outra) realidade, ou uma percepção qualificada da própria realidade cotidiana, bem como ilustrar conteúdos e demonstrar procedimentos. O primeiro, em maior parte se deu com os usos de filmes e o segundo, com os usos de vídeos.

Com os filmes, a aproximação à realidade cumpre também o objetivo de provocar reflexão e discussão, além de buscar também sensibilizar e provocar a tomada de consciência. Esses objetivos estão principalmente relacionados ao propósito de buscar construir um olhar diferenciado à realidade já habitada e, assim, os estudantes poderem ter suas atenções chamadas a aspectos que demandam discussão e reflexão.

Os vídeos também seguiram tendências dos tópicos anteriores e foram utilizados como meio de ilustrar, transmitir informações e demonstrar realização de procedimentos. Além disso, os vídeos foram recorrentemente empregados na filmagem da atuação dos estudantes para a posterior avaliação, revisão. Ou seja, em ambos os tipos de apropriações de vídeos e filmes, foi seguida a tendência mais ampla de apropriação de vídeos na educação em Enfermagem.

DISCUSSÃO

Não foram encontradas, nos artigos selecionados, referências à qualidade do espectador. Na maioria das obras analisadas ficou mais claro o entendimento de que os alunos seguiriam passivamente os objetivos e propostas dos usos dos filmes e vídeos. E quando isso não ocorria, deveria voltar-se a estudar o vídeo/filme ou dinâmica de utilização para que esta fosse ajustada.

A recorrência de estudos de validação e comparativos demonstra que a não aprendizagem é entendida como uma falha do material e não como a possibilidade de os estudantes produzirem ativamente sentidos de que escapam os objetivos pretendidos com os usos dos filmes e vídeos. Cabe ainda ressaltar que os estudos de validade apenas avaliaram se os conteúdos estavam de acordo, e por essa razão foram apenas avaliados por enfermeiros. Essa prática tende a simplificar a complexidade da comunicação envolvendo filmes e vídeos na sala de aula, bem como a minimizar o papel dos espectadores na produção de sentidos. Seria interessante que, nesse tipo de estudo, profissionais de áreas correlatas e outras expertises também fossem incluídos e que estudos de recepção complementassem as conclusões sobre as atividades analisadas.

Na literatura internacional, prevaleceu o uso de vídeos como meio de treinar enfermeiros para a realização de procedimentos e para comunicação com o paciente. Nos usos dos filmes foram recorrentes as estratégias de sensibilização, conscientização e produção de reflexão. Em ambos havia o objetivo de as mídias serem estímulos e terem como resultado um comportamento, percepção e/ou determinado conhecimento a ser produzido pelos estudantes-espectadores. Isso reforça a ideia de uma concepção tradicional de comunicação que toma os espectadores/estudantes como passivos na dinâmica de ensino-aprendizagem envolvendo vídeos e filmes, o que segue, portanto, a tendência do campo mais amplo da educação.

Dentre as concepções que nortearam os usos dos vídeos e filmes, a mais frequente foi o entendimento de filmes como espelhos de realidade, simuladores de realidade, universo experiencial para os estudantes. Esse entendimento extrapola as limitações dos pressupostos apontados por Woth⁽¹⁰⁾ e oferece aos estudos da área uma possibilidade de superar o modelo tradicional de comunicação, entendendo a complexidade das experiências e existências dos estudantes em sala de aula e na sua relação com os filmes e vídeos. Entretanto, esse pressuposto de os filmes/vídeos serem um universo experiencial ou uma reprodução da realidade também não está satisfatoriamente fundamentado em dados empíricos. Alguns dos estudos chegam a esse resultado, mas partem desse mesmo lugar como pressuposto. Nesse sentido, consistem de tautologias. É importante que se desenvolvam mais pesquisas empíricas em que o pressuposto em questão seja mais bem estudado e sustentado.

Os estudos de revisão de literatura analisados no presente trabalho concordam que há uma insuficiência de estudos de uso dessas mídias na formação em Enfermagem. Essa insuficiência se configura não em quantidade, mas na qualidade dos trabalhos publicados. Há um predomínio de estudos empíricos, mas uma carência de reflexões sobre os resultados dessas pesquisas. Mesmo as citadas revisões apresentam pouca profundidade ou uma amostra restrita de trabalhos. O presente trabalho não buscou dar conta dessa demanda. Nossa proposta foi mais direcionada a caracterizar algumas carências dos estudos sobre usos de filmes e vídeos na Enfermagem.

Outro aspecto que merece destaque é a existência de poucas pesquisas nacionais sobre o uso dessas tecnologias educacionais. Dois periódicos internacionais dispuseram de quantidade de trabalho bem maior e qualidade superior de resultados e discussões em relação à produção nacional. A produção nacional ainda parece estar mais preocupada em validar as poucas experiências desenvolvidas do que em elaborar novas propostas ancoradas e estudos mais robustos sobre os usos dessas tecnologias.

Limitações do estudo

Este estudo apresenta a limitação de ter contado apenas com artigos publicados nas revistas indexadas e avaliadas pelo sistema QualisCapes (https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/veiculoPublicacaoQualis/listaConsultaGeralPeriodicos.jsf). Essa escolha teve por finalidade dar foco aos trabalhos publicados nas revistas mais relevantes para a área de Enfermagem. Outra limitação foi a não inclusão de três artigos de dois periódicos indexados, mas que não eram de acesso livre ou disponíveis pelo Portal de Periódicos da CAPES (http://www.periodicos.capes.gov.br). Tal aspecto não compromete significativamente os resultados, se considerado o total de artigos analisados.

Contribuições para a área da Enfermagem, Saúde ou Política Pública

A partir da análise de 36 artigos, o estudo contribui para a percepção de tendências sobre os usos de filmes e vídeos na educação em Enfermagem, ideias que sustentam esses usos em diversos momentos, saberes e espaços da formação em Enfermagem. Tais informações, além de ofertarem uma percepção crítica e um questionamento sobre esses usos, podem contribuir para a elaboração de novas formas de uso, bem como para a inovação de aulas que se apropriem de vídeos na formação em Enfermagem e outras áreas de formação em Saúde. No presente trabalho é possível perceber, na literatura internacional, uma variedade significativa de relatos sobre usos de filmes e vídeos na educação em Enfermagem, que não esteve presente na literatura nacional.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No presente estudo, observamos algumas tendências na produção científica sobre o uso de filmes e vídeo na formação em Enfermagem. Os filmes são recorrentemente entendidos como meio de acessar à realidade do serviço de saúde, vivenciar experiências ainda distantes aos estudantes (como situações de Oncologia e Geriatria) e compreender estados mentais dos pacientes de Saúde Mental. Os vídeos são utilizados em maior parte como ferramenta de avaliação/autoavaliação e treinamento para a realização de procedimentos e ilustração de aspectos relacionados à prática clínica do enfermeiro.

Esses usos, em geral, são orientados por entendimentos de comunicação que não são coerentes com a complexidade do serviço de saúde para o qual os estudantes são preparados. Nesse serviço é esperado que os profissionais disponham de autonomia (Art.14-I das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem de 2001), prática reflexiva e capacidade crítica, mas, em sua formação, os estudantes vêm sendo tomados como passivos na produção de saberes, sobretudo nas dinâmicas envolvendo o uso de filmes e vídeos. É exatamente nesse ponto que a inclusão de filmes e vídeos na formação em Enfermagem tem possivelmente a sua maior contribuição, ou seja, a provisão de um espaço de produção ativa e relativamente autônoma de saberes, em que os estudantes possam refletir sobre suas práticas, sobre si, e ter postura crítica em relação aos conteúdos e práticas estudadas.

Diante dos resultados aqui discutidos, fica latente a relevância de serem realizadas mais pesquisas sobre usos de filmes e vídeos na formação em Enfermagem, seja no treinamento para a realização de procedimentos, como meio de avaliação, ilustração ou como narrativa que ofereça um universo simbólico em que os estudantes possam ativamente desenvolver reflexões e melhor se desenvolver profissional e pessoalmente. Para isso, reforça-se a necessidade de estudos que não só contêm bases teóricas mais consistentes, mas que também tenham desenhos empíricos dedicados a dar conta da complexidade educacional brasileira e, assim, incluam os estudantes como produtores ativos dessa dinâmica, não só como espectadores de filmes e vídeos, mas como atuantes e autônomos na sua produção de saber.

Reforçando resultados de estudos anteriores, é notável que os filmes e vídeos vêm sendo recorrentemente apontados como recursos inovadores na educação em vários níveis e na qualidade de formação. Há um desequilibro entre as propostas que destacam as vantagens e potencialidades para o uso de vídeos na educação e os estudos sobre o uso efetivo dessas mídias nas dinâmicas de ensino e aprendizagem. Mesmo os estudos que, de bases empíricas, não tratam com clareza de seus pressupostos e se resumem a validar uma determinada prática educativa com os filmes e vídeos. Além disso, nos desenhos dessas pesquisas nem sempre há um claro entendimento da diferença entre educação nos filmes/vídeos e educação com filmes/vídeos. Isso resulta em imprecisões nas conclusões e possíveis contribuições a melhor se pensar os usos dessas mídias e mesmo entender em que inovações podem consistir.

• FOMENTO
  Esta pesquisa contou com auxílio financeiro CAPES contexto do Programa Nacional de Pós-Doutorado.

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Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  Jan-Feb 2019

Histórico

• Recebido
  19 Dez 2017
• Aceito
  08 Jun 2018