Tecnologias digitais no cuidado a pessoas com diabetes durante a pandemia de COVID-19: revisão de escopo

RESUMO

Objetivo:

Mapear as evidências sobre a utilização de tecnologias digitais no cuidado a pessoas com diabetes durante a pandemia de COVID-19.

Método:

Revisão de escopo, fundamentada no manual do JBI, que incluiu artigos científicos e literatura cinza oriunda de nove bancos de dados primários e sete secundários. Os artigos foram avaliados de forma independente por dois revisores. Utilizou-se o Rayyan^® para seleção dos estudos. A descrição da caracterização dos estudos se encontra apresentada em tabela e quadros, findando em síntese narrativa.

Resultados:

Identificaram-se 1.964 estudos e, após seleção, restaram 23 publicações para análise. Revelou-se que a telemedicina foi utilizada em todos os estudos e as tecnologias de apoio à consulta remotas incluíam dispositivos de monitoramento de glicose contínuo, software de análise de dados de glicose, sistemas de aplicação de insulina, aplicativos, aparelhos de comunicação áudio e/ou voz, que facilitaram o acompanhamento e o gerenciamento remoto do diabetes mellitus.

Conclusão:

Telessaúde, tecnologias de monitoramento, sistemas de aplicação de insulina e aparelhos de comunicação foram ferramentas utilizadas para o acompanhamento dos pacientes com diabetes durante a pandemia.

DESCRITORES
Tecnologia; Tecnologia Educacional; Aplicativos Móveis; Infecções por Coronavírus; Síndrome Respiratória Aguda Grave; Diabetes Mellitus

Abstract

Objective:

To map evidence on the use of digital technologies in the care of people with diabetes during the COVID-19 pandemic.

Method:

This is a scoping review, based on the JBI manual, which included scientific articles and gray literature from nine primary and seven secondary databases. Articles were independently assessed by two reviewers. Rayyan^® was used to select the studies. The description of study characterization is presented in a table and tables, ending in a narrative synthesis.

Results:

A total of 1,964 studies were identified and, after selection, 23 publications remained for analysis. It turned out that telemedicine was used in all studies and remote consultation support technologies included continuous glucose monitoring devices, glucose data analysis software, insulin delivery systems, applications, audio and/or voice communication devices, which facilitated remote diabetes mellitus monitoring and management.

Conclusion:

Telehealth, monitoring technologies, insulin delivery systems and communication devices were tools used to monitor patients with diabetes during the pandemic.

DESCRIPTORS
Technology; Educational Technology; Mobile Applications; Coronavirus Infections; Severe Acute Respiratory Syndrome; Diabetes Mellitus

RESUMEN

Objetivo:

Mapear la evidencia sobre el uso de tecnologías digitales en la atención de personas con diabetes durante la pandemia de COVID-19.

Método:

Revisión del alcance, basada en el manual del JBI, que incluyó artículos científicos y literatura gris de nueve bases de datos primarias y siete secundarias. Los artículos fueron evaluados de forma independiente por dos revisores. Se utilizó Rayyan^® para la selección de estudios. La descripción de la caracterización de los estudios se presenta en tabla y tablas, finalizando en una síntesis narrativa.

Resultados:

Se identificaron 1.964 estudios y, tras la selección, quedaron 23 publicaciones para análisis. Resultó que la telemedicina se utilizó en todos los estudios y las tecnologías de apoyo a la consulta remota incluyeron dispositivos de monitoreo continuo de glucosa, software de análisis de datos de glucosa, sistemas de administración de insulina, aplicaciones, dispositivos de comunicación de audio y/o voz, que facilitaron el control y el manejo remotos de la diabetes mellitus.

Conclusión:

La telesalud, las tecnologías de monitoreo, los sistemas de administración de insulina y los dispositivos de comunicación fueron herramientas utilizadas para monitorear a los pacientes con diabetes durante la pandemia.

DESCRIPTORES
Tecnología; Tecnología Educacional; Aplicaciones Móviles; Infecciones por Coronavirus; Síndrome Respiratorio Agudo Severo; Diabetes Mellitus

INTRODUÇÃO

A pandemia de COVID-19 impôs a necessidade de novas estratégias e adequações dos serviços de saúde para a atuação frente à realidade de distanciamento social. Tal fato oportunizou melhoria de processos e fluxos do uso de tecnologias digitais em saúde, pois essas ferramentas podem melhorar o acesso e a qualidade de atendimento, sendo efetivas na facilitação do contato entre profissionais da saúde e pacientes(¹).

Estudo identificou que a maioria das tecnologias implementadas na pandemia contemplou provedores e consumidores de saúde, devido às medidas extremas impostas para evitar a disseminação da COVID-19, interrompendo a prestação de serviços de saúde para muitos pacientes, especialmente àqueles com condições crônicas(²). Nessa perspectiva, múltiplos países buscaram adotar inovações em saúde, com o intuito de prover atendimento contínuo à clientela em condições crônicas e de risco para a COVID-19, como os pacientes com diabetes mellitus (DM).

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, aponta-se uma relação bidirecional entre COVID-19 e DM. Por um lado, as pessoas com DM correm maior risco de desenvolver complicações quando têm COVID-19, e, por outro, o SARS-CoV-2 poderia atuar como agente diabetogênico, pois é capaz de causar danos diretos ao pâncreas, o que pode piorar a hiperglicemia e até induzir DM em indivíduos sem a doença(³).

Além disso, pessoas com DM infectadas com SARS-CoV-2 têm taxa mais elevada de hospitalização, pneumonia grave e mortalidade mais elevada em comparação com indivíduos sem DM. Portanto, o controle da glicemia e das comorbidades deve ser individualizado, para reduzir a incidência de complicações e diminuir a carga sobre os sistemas de saúde(³). Assim, é essencial o uso de tecnologias digitais junto a esses pacientes, durante a pandemia, para acompanhar continuamente a clínica, permitindo melhor gerenciamento da doença.

Embora estudos sobre prevenção, tratamento e COVID-19 em DM tenham sido desenvolvidos(³–⁵), até o momento, poucos trabalhos sobre uso de tecnologias digitais na saúde(²) e no cuidado a pessoas com DM durante a pandemia foram identificados(⁶), sendo necessária atualização e continuidade do mapeamento de novas evidências que suportem o cuidado em DM mediado por tecnologias durante a pandemia. Por isso, objetivou-se mapear as evidências sobre a utilização de tecnologias digitais no cuidado a pessoas com DM durante a pandemia de COVID-19.

MÉTODO

Desenho do Estudo

Trata-se de revisão de escopo, conduzida com base na estrutura metodológica desenvolvida pelo JBI(⁷) e no checklist Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR, ver Arquivo Suplementar 1)(⁸). A revisão foi cadastrada no Open Science Framework (Osf.io/wqd4p), com identificação DOI 10.17605/OSF.IO/WQD4P.

A revisão foi desenvolvida em cinco etapas(⁷,⁹): (1) identificação da questão da pesquisa; (2) levantamento de estudos relevantes, que viabilizassem amplitude e abrangência da revisão; (3) seleção dos estudos, conforme critérios predefinidos; (4) mapeamento dos dados; e (5) apresentação dos resultados.

Coleta de Dados

Para estruturação da pergunta de pesquisa (etapa 1), utilizou-se o mnemônico PCC (População, Conceito, Contexto)(⁷): o P consistiu em pessoas com DM; o C, nas tecnologias digitais; e o C, na COVID-19. Desta forma, a pergunta norteadora foi: quais as evidências sobre a utilização de tecnologias digitais no cuidado a pessoas com DM durante a pandemia de COVID-19?

A elaboração da equação de busca recebeu auxílio de bibliotecário da área da saúde, para maior sensibilidade e refinamento. As buscas aconteceram no dia 17 de março de 2021 nas bases: Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) via PubMed, MEDLINE via Elton B. Stephens Company (EBSCO), MEDLINE via Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Web of Science, Scopus, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), Cochrane Library e Embase.

A literatura cinza foi recuperada em sete fontes: Google Scholar, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), Catálogo de Teses e Dissertações (CTD) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), OpenGrey, New York Academy of Medicine (NYAM) Library, ProQuest Dissertations and Theses (PQDT) e Open Access Theses and Dissertations (OATD). A recuperação dos documentos no Google Scholar foi realizada nas dez primeiras páginas, com filtro temporal 2019–2021, pois a temática eclodiu no final do ano 2019. A estratégia de busca foi construída com três vocabulários controlados em saúde, Descritores em Ciência da Saúde (DeCS), Medical Subject Headings (MeSH), EMTREE e linguagem natural, em conjunto com operadores booleanos AND e OR, para obtenção de amplo espectro de resultados nas diferentes bases de dados(¹⁰). Nas bases de dados pesquisadas, utilizou-se a estruturação apresentada no Quadro 1.

Quadro 1.
Estratégia de busca para recuperação dos documentos. Fortaleza, CE, Brasil, 2021.

Critérios de Seleção

Como critérios de elegibilidade da presente revisão de escopo, estabeleceram-se: publicações sobre cuidado a pessoas com DM mediado por tecnologias digitais durante a pandemia, a partir do ano de 2019, início dos primeiros relatos da COVID-19, sem restrição de idiomas. Quanto ao tipo de estudo, elegeram-se pesquisas primárias e secundárias, empíricas, quantitativas e qualitativas de qualquer desenho ou metodologia. Excluíram-se cartas ao editor, resumos em anais de eventos, artigos incompletos, estudos em fase de projeto ou ainda sem resultados.

Após a busca desenvolvida conforme a estratégia exposta anteriormente, procedeu-se à seleção dos estudos (etapa 3). Os resultados obtidos nas bases foram exportados para o gerenciador de referências Rayyan^®, desenvolvido pelo Qatar Computing Research Institute (QCRI)(¹¹) para retirada de duplicidades, seleção e triagem dos estudos por dois pesquisadores, de forma independente, sendo as divergências resolvidas com participação de terceiro examinador. A primeira fase compreendeu leitura de títulos e resumos. Estudos que atenderam aos critérios de inclusão foram analisados na segunda fase via leitura dos manuscritos na íntegra. Por fim, realizaram-se buscas manuais nas referências dos estudos incluídos.

Análise e Tratamento dos Dados

Os estudos selecionados foram analisados em momentos distintos para mapeamento (etapa 4). Primeiramente, os dados foram extraídos por dois revisores, de maneira independente, com o uso de planilhas do Microsoft Excel ^®. As informações foram confirmadas pelo terceiro revisor e divergências e dúvidas foram resolvidas em debates, até ser alcançado consenso entre os autores. O mapeamento das informações ocorreu com base no instrumento do JBI para caracterizar as produções(⁷). O quadro de extração incluiu autoria, periódico de publicação, país de origem, ano da publicação, objetivos, desenho, número da amostra e principais resultados referentes à identificação da tecnologia utilizada para acompanhamento da pessoa com DM. A descrição da caracterização dos estudos se encontra apresentada em tabela e quadros, findando em síntese narrativa.

RESULTADOS

A pesquisa identificou 1.964 estudos potencialmente relevantes nas bases de dados e em outras fontes, dos quais 931 foram removidos por serem duplicados. Analisaram-se 1.033 publicações pelo título e resumo, sendo eliminados 922 estudos por não cumprirem os critérios de inclusão. Logo, 111 artigos, juntamente com as listas de referências, foram avaliados na íntegra quanto à elegibilidade. Ao final, selecionaram-se 22 documentos e adicionou-se uma publicação da lista de referências, totalizando 23 artigos para compor a amostra(¹²–³⁴).

A Figura 1 exibe o processo de busca, exclusão e seleção dos estudos encontrados, de acordo com as recomendações do PRISMA-ScR(⁸).

Figura 1.
Fluxograma da seleção das publicações para revisão de escopo de acordo com as recomendações do PRISMA-ScR(⁸). Fortaleza, CE, Brasil, 2021.

Majoritariamente, os artigos foram desenvolvidos na Espanha (n = 4), Índia (n = 3) e Brasil (n = 2), seguidos por estudos publicados nos Estados Unidos da América (EUA), Singapura, Reino Unido, Israel, Itália, Austrália, Colômbia, Japão, Alemanha, França, Arábia Saudita, China, Inglaterra e Grécia, que publicaram um artigo cada. Os documentos estavam na língua inglesa, sendo publicações dos anos 2021 (n = 13) e 2020 (n = 10).

Quanto aos periódicos, não se limitaram àqueles específicos das áreas de endocrinologia e diabetes (n = 18), como também em medicina (n = 4) e enfermagem (n = 1). Os estudos eram do tipo transversal (n = 7), observações clínicas (n = 1), série de casos (n = 1), coorte (n = 7), observacional retrospectivo (n = 4), relato de casos (n = 1), ensaio clínico randomizado (n = 2). Participaram dos estudos 8.001 pessoas, destas, 5.904 tinham DM tipo 2, 1.843 tinham DM tipo 1, 43 tinham DM gestacional, um tinha DM pancreatogênica e 210 não descreveram tipo de DM (Quadro 2).

Quadro 2.
Caracterização dos artigos incluídos nesta revisão. Fortaleza, CE, Brasil, 2021.

A seguir, estão apresentados os principais resultados e as tecnologias utilizadas no cuidado de pessoas com DM durante a pandemia de COVID-19 (Quadro 3).

Quadro 3.
Síntese dos artigos mapeados, segundo principais resultados e tecnologias digitais identificadas no cuidado em diabetes. Fortaleza, CE, Brasil, 2021.

DISCUSSÃO

Esta revisão mostrou que as restrições oriundas da COVID-19 proporcionaram aumento na utilização de telemedicina ou telessaúde ou atendimento remoto para a linha de frente no manejo do DM. Durante o período pandêmico, as inovações tecnológicas na área da saúde e o desenvolvimento de novos dispositivos para armazenar e transferir dados baseados na web possibilitam ainda mais a troca de informações entre pacientes, familiares e profissionais de saúde.

De forma geral, a eficácia das visitas virtuais, por meio de chamadas telefônicas, mensagens de texto, aplicativos móveis ou visitas eletrônicas, no contexto da pandemia de COVID-19, foi descrita nos estudos desta revisão(¹²–³⁴). Adicionalmente, a literatura reforça a evidência de que as consultas virtuais podem acarretar atendimento adequado durante uma pandemia ou quando uma visita presencial não pode ser realizada por qualquer motivo. O compartilhamento de dados e as visitas remotas ajudam a manter ou atingir o controle glicêmico adequado por meio de análises de dados e ajustes de terapia(³⁵).

Além disso, observou-se que diversas categorias profissionais que estavam envolvidas nos cenários das pesquisas, como médico, enfermeiros, podólogos, educadores diabetólogos, nutricionais, psicólogos, assistentes sociais e farmacêuticos, compartilhavam decisões nos ajustes terapêuticos e no desenvolvimento de ações educacionais, para convencer os pacientes a manter um estilo de vida saudável. Pesquisa do Reino Unido evidenciou que, com o aumento da familiaridade dos sistemas estabelecidos, os profissionais de saúde em DM estarão mais abertos para adotar o atendimento virtual na prática rotineira e podem ser oportunidade para o cuidado compartilhado entre as pessoas com DM e a equipe. Vários membros da equipe multidisciplinar em DM podem se reunir para videoconferência, tomar decisões colaborativas com os pacientes, de modo a resultar em assistência mais eficaz, segura e de qualidade(³⁶).

Entre os estudos que abordam o cuidado de pessoas com DM2, encontram-se aqueles que apresentam lesões nos pés, no enfrentamento dos desafios impostos pela pandemia(¹⁸,¹⁹). Diante desse panorama, é importante que os serviços de saúde se concentrem na tríade de cuidado às pessoas com úlceras do pé diabético: (1) manter esses usuários fora dos hospitais, a fim de diminuir a exposição ao risco e não sobrecarregar o sistema de saúde; (2) assegurar as condições para que o cuidado seja garantido no domicílio, considerando um plano de intervenção que atente para além da oferta de medicamentos, contemplando também aspectos alimentares, funcionais, psicológicos e de autocuidado; e (3) proporcionar segurança, de modo a possibilitar boa evolução desses indivíduos(³⁷).

Além disso, mais da metade dos estudos selecionados revelou que o acompanhamento remoto, com auxílio das plataformas integradas na web, constitui ferramenta importante para assegurar a faixa glicêmica em nível adequado entre crianças, adolescentes e adultos jovens com DM1(¹⁵,¹⁷,¹⁸,²¹,²²,²⁵,²⁶,²⁹–³¹,³³,³⁴). Em concordância, estudo observacional prospectivo mostrou que as visitas virtuais estruturadas mantêm adequadamente o controle glicêmico preexistente ou melhoram o tempo na faixa-alvo entre os indivíduos com DM1, durante uma emergência, quando as consultas presenciais não são permitidas(³⁵).

Sabe-se que a tecnologia se tornou essencial durante a pandemia de COVID-19. Em época de isolamento e distanciamento social, o mundo confiou na tecnologia para aprender, viver e se manter conectado. A tecnologia é mais bem usada para alavancar e manter o bem-estar social, físico, emocional, intelectual e espiritual das crianças em ambiente onde as crianças estão envolvidas com um adulto(³⁸). Neste cenário, é essencial que os familiares ou cuidadores sejam envolvidos nos planos de cuidado em DM, principalmente para o público de crianças e adolescentes, que precisam de supervisão e apoio familiar para lidar com as inovações tecnológicas.

As tecnologias mobiles de celular, que carregam dados clínicos e glicêmicos, mostraram-se úteis durante a pandemia e na assistência remota às mulheres com DMG(¹²,²⁰). Ademais, dados de uma série de casos declararam que o uso da telediabetologia gestacional auxiliada com glicosímetros sincronizados aos telefones celulares armazena dados na nuvem para os profissionais acessarem, podendo ser considerada no manejo da hiperglicemia na gravidez no cenário atual. Embora tenha vantagens e desvantagens, a telessaúde para o controle do DMG pode ser ferramenta útil em situações selecionadas, em que as pacientes são assintomáticas e clinicamente estáveis. Mais pesquisas são necessárias para estudar os benefícios, riscos e resultados dos cuidados da telediabetologia gestacional(³⁹).

Na década atual, grandes esforços vêm sendo feitos para mudar o sistema de detecção de glicose para o monitoramento interno e gerenciamento remoto de pacientes com DM(⁴⁰). Para prevenir o risco de transmissão de coronavírus, o seguimento remoto dos níveis de glicose é necessário para fornecer cuidados domiciliares personalizados. Assim, o desenvolvimento do monitoramento contínuo personalizado da glicose atraiu mais atenção durante esta pandemia para controlar o DM de forma eficiente e evitar a disseminação do coronavírus(⁴¹). Esses resultados podem atrair a atenção dos profissionais de saúde para explorar não apenas os dispositivos de monitoramento contínuo de glicose, mas também os sistemas de infusão contínua de insulina subcutânea (bombas) precisos e confiáveis, que podem estimular a adesão do paciente, buscando melhor controle do DM durante a pandemia.

Portanto, no contexto desses tempos inéditos, a intervenção da telemedicina, em apoio ao monitoramento de glicose contínuo, seria a solução ideal para o controle do DM, o que possibilita a consulta clínica remota para pacientes com DM via automonitoramento de glicose com o suporte de dispositivos de monitoramento contínuo de glicose personalizados, não favorecendo apenas a eficácia no tratamento do DM, mas limitando a exposição ao coronavírus entre pacientes e profissionais para contribuir com os esforços globais contra o coronavírus(⁴⁰). Esta revisão evidencia as tendências atuais, no decorrer do período pandêmico, em termos de medição de glicose que utiliza diferentes técnicas não invasivas para monitoramento de glicose em tempo real e/ou em arquivo(¹⁷,¹⁸,²²,²⁵,³¹–³⁴).

O monitoramento contínuo da glicose, que inclui acompanhar com precisão as flutuações dos níveis glicêmicos sem aumentar o risco de exposição ao coronavírus, torna-se estratégia importante para o autogerenciamento do DM estanho decurso da pandemia, contribuindo de forma eficiente para o tratamento do DM e combate à COVID-19(⁴⁰). Ademais, faz-se necessário que treinamentos sobre o uso de bombas, sensores e contagem de carboidratos sejam agendados com especialistas, incluindo nutricionistas e/ou enfermeiras. Assim, potencializa-se o papel educativo da assistência virtual e é favorecido o acesso às tecnologias, apesar do distanciamento físico(⁴²).

Pondera-se ainda que a consequência crítica e duradoura da pandemia será a adoção acelerada da tecnologia digital na prestação de cuidados de saúde. Neste contexto, encontra-se que o atendimento ao DM é um excelente exemplo da confluência da pandemia e da importância crescente da tecnologia para transformar a prestação de cuidados e maximizar os resultados, apesar dos macros desafios(⁴³).

Diante do exposto, pode-se inferir que a revolução tecnológica na área da saúde é uma grande aliada para o tratamento das pessoas em condições crônicas. Observou-se, em geral, que o uso das tecnologias para o cuidado à pessoa com DM foi potencializado em resposta à pandemia do novo coronavírus. As instituições de saúde tiveram que inovar e gerenciar o acompanhamento das pessoas com DM, havendo crescente ampliação de novas tecnologias disponíveis que, até pouco tempo atrás, nem se idealizava que pudessem existir e, atualmente, são consideradas ferramentas essenciais para o autocuidado do DM.

Compreende-se como limitações desta revisão de escopo o fato de que o início da pandemia e o intenso fluxo de informações sobre a temática dificultam a disponibilidade de recomendações estáveis. A presença de estudos sem teor metodológico robusto aumenta os riscos de vieses das informações. Além disso, a escolha por selecionar estudos apenas nas dez primeiras páginas do Google Scholar tem a possibilidade de omissão de documentos potencialmente relevantes.

Com o conjunto de informações destacas neste estudo, espera-se contribuir com a construção de conhecimentos a respeito das tecnologias aliadas ao tratamento do DM em tempos da pandemia de COVID-19. Conforme discutido, as mudanças emergentes no universo estão dando frutos no contexto da saúde, em que o crescimento da dependência da tecnologia para fornecer cuidados durante a pandemia está transformando as formas tradicionais de fazer assistência e, provavelmente, resultará em um modelo positivo de consulta remota, quando for cabível, no novo mundo pós-pandemia. Almeja-se ainda incentivar a comunidade científica à elaboração de novos estudos, com o intuito de conhecer melhor a aplicabilidade das tecnologias digitais em DM, bem como avaliá-lo e incrementá-lo a partir de estudos com delineamento metodológico robusto.

CONCLUSÃO

Telessaúde, tecnologias de monitoramento, sistemas de aplicação de insulina e aparelhos de comunicação foram ferramentas utilizadas para o acompanhamento dos pacientes com DM durante a pandemia de COVID-19. As tecnologias digitais foram utilizadas no cuidado a pessoas com DM acentuada, no decurso da pandemia de COVID-19. Espera-se que essa evolução persista no período pós-pandêmico, para acompanhamento e gerenciamento do DM, via presencial ou remota, visando melhoria e continuidade do cuidado a essa doença.

REFERENCES

• ^1.
  Celuppi IC, Lima GS, Rossi E, Wazlawick RS, Dalmarco EM. An analysis of the development of digital health technologies to fight COVID-19 in Brazil and the world. Cad Saude Pública. 2021;37(3):e00243220. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-311x00243220
  » https://doi.org/10.1590/0102-311x00243220
• ^2.
  Abd-Alrazaq A, Hassan A, Abuelezz I, Ahmed A, Alzubaidi M, Shah U, Alhuwail D, Giannicchi A, Househ M. Overview of technologies implemented during the first wave of the COVID-19 pandemic: Scoping review. J Med Internet Res. 2021;23(9):e29136. DOI: https://doi.org/10.2196/29136
  » https://doi.org/10.2196/29136
• ^3.
  Lima-Martínez MM, Carrera Boada C, Madera-Silva MD, Marín W, Contreras M. COVID-19 e diabetes: Uma relação bidirecional. Clin Investig Arterioscler. 2021;33(3):151-57. DOI: https://doi.org/10.1016/j.arteri.2020.10.001
  » https://doi.org/10.1016/j.arteri.2020.10.001
• ^4.
  Nassar M, Nso N, Baraka B, Alfishawy M, Mohamed M, Nyabera A, Sachmechi I. The association between COVID-19 and type 1 diabetes mellitus: A systematic review. Diabetes Metab Syndr. 2021;15(1):447-54. DOI: https://doi.org/10.1016/j.dsx.2021.02.009
  » https://doi.org/10.1016/j.dsx.2021.02.009
• ^5.
  Corona G, Pizzocaro A, Vena W, Rastrelli G, Semearo F, Isidori AM, et al. Diabetes is most important cause for mortality in COVID-19 hospitalized patients: Systematic review and meta-analysis. Rev Endocr Metab Disord. 2021;22:275-96. DOI: https://doi.org/10.1007/s11154-021-09630-8
  » https://doi.org/10.1007/s11154-021-09630-8
• ^6.
  Purnamayanti NKD, Wicaksana AL. Digital health services among patients with diabetes during the COVID-19 pandemic. Indian J Endocrinol Metab. 2021;2:86-91. DOI: https://doi.org/10.4103/ijem.ijem_153_21
  » https://doi.org/10.4103/ijem.ijem_153_21
• ^7.
  Peters MDJ, Godfrey C, McInerney P, Munn Z, Tricco AC, Khalil H. Scoping reviews (2020 version). In: Aromataris E, Munn Z, editors. Joanna Briggs Institute manual for evidence synthesis. Adelaide: JBI; 2020.
• ^8.
  Tricco AC, Lillie E, Zarin W, O’Brien KK, Colquhoun H, Levac D, et al. Prisma extension for scoping reviews (Prisma-ScR): checklist and explanation. Ann Intern Med. 2018;169(7):467-73. DOI: https://doi.org/10.7326/M18-0850
  » https://doi.org/10.7326/M18-0850
• ^9.
  Arksey H, O’Malley L. Scoping studies: towards a methodological framework. Int J Soc Res Methodol. 2005;8:19-32. DOI: https://doi.org/10.1080/1364557032000119616
  » https://doi.org/10.1080/1364557032000119616
• ^10.
  Araújo WCO. Recuperação da informação em saúde: construção, modelos e estratégias. Convergências em Ciência da Informação. 2020;3(2): 100-34. DOI: https://doi.org/10.33467/conci.v3i2.13447
  » https://doi.org/10.33467/conci.v3i2.13447
• ^11.
  Ouzzani M, Hammady H, Fedorowicz Z, Elmagarmid A. Rayyan-a web and mobile app for systematic reviews. Systematic Reviews. 2016;5(1):210. DOI: https://doi.org/10.1186/s13643-016-0384-4
  » https://doi.org/10.1186/s13643-016-0384-4
• ^12.
  Albert L, Capel I, García-Sáez G, Martín-Redondo P, Hernando ME, Rigla M. Managing gestational diabetes mellitus using a smartphone application with artificial intelligence (SineDie) during the COVID-19 pandemic: Much more than just telemedicine. Diabetes Res Clin Pract. 2020;169:108396. DOI: https://doi.org/10.1016/j.diabres.2020.108396
  » https://doi.org/10.1016/j.diabres.2020.108396
• ^13.
  Jiwani R, Dennis B, Bess C, Monk S, Meyer K, Wang J, et al. Assessing acceptability and patient experience of a behavioral lifestyle intervention using fitbit technology in older adults to manage type 2 diabetes amid COVID-19 pandemic: A focus group study. Geriatr Nurs. 2021;42(1):57-64. DOI: https://doi.org/10.1016/j.gerinurse.2020.11.007
  » https://doi.org/10.1016/j.gerinurse.2020.11.007
• ^14.
  Joshi R, Atal S, Fatima Z, Balakrishnan S, Sharma S, Joshi A. Diabetes care during COVID-19 lockdown at a tertiary care centre in India. Diabetes Res Clin Pract. 2020;166:108316. DOI: https://doi.org/10.1016/j.diabres.2020.108316
  » https://doi.org/10.1016/j.diabres.2020.108316
• ^15.
  Lim ST, Yap F, Chin X. Bridging the needs of adolescent diabetes care during COVID-19: a nurse-led telehealth initiative. J Adolesc Health. 2020;67(4):615-7. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jadohealth.2020.07.012
  » https://doi.org/10.1016/j.jadohealth.2020.07.012
• ^16.
  Shin L, Bowling FL, Armstrong DG, Boulton AJM. Saving the diabetic foot during the COVID-19 pandemic: a tale of two cities. Diabetes Care. 2020;43(8):1704-9. DOI: https://doi.org/10.2337/dc20-1176
  » https://doi.org/10.2337/dc20-1176
• ^17.
  Rachmiel M, Lebenthal Y, Mazor-Aronovitch K, Brener A, Levek N, Levran N, et al. Glycaemic control in the paediatric and young adult population with type 1 diabetes following a single telehealth visit – what have we learned from the COVID-19 lockdown? Acta Diabetol. 2021;58:697-705. DOI: https://doi.org/10.1007/s00592-021-01673-2
  » https://doi.org/10.1007/s00592-021-01673-2
• ^18.
  Predieri B, Leo F, Candia F, Lucaccioni L, Madeo SF, Pugliese M, et al. Glycemic control improvement in Italian children and adolescents with type 1 diabetes followed through telemedicine during lockdown due to the COVID-19 pandemic. Front Endocrinol (Lausanne). 2020;11:595735. DOI: https://doi.org/10.3389/fendo.2020.595735
  » https://doi.org/10.3389/fendo.2020.595735
• ^19.
  Kavitha KV, Deshpande SR, Pandit AP, Unnikrishnan AG. Application of tele-podiatry in diabetic foot management: a series of illustrative cases. Diabetes Metab Syndr. 2020;14(6):1991-5. DOI: https://doi.org/10.1016/j.dsx.2020.10.009
  » https://doi.org/10.1016/j.dsx.2020.10.009
• ^20.
  Varnfield M, Redd C, Stoney RM, Higgins L, Scolari N, Warwick R, et al. M♡THer, an mHealth system to support women with gestational diabetes mellitus: feasibility and acceptability study. Diabetes Technol Ther. 2021;23(5):358-66. DOI: https://doi.org/10.1089/dia.2020.0509
  » https://doi.org/10.1089/dia.2020.0509
• ^21.
  Tejera-Perez C, Moreno-Pérez Ó, Rios J, Reyes-García R. People living with type 1 diabetes point of view in COVID-19 times (COVIDT1 study): disease impact, health system pitfalls and lessons for the future. Diabetes Res Clin Pract. 2021;171:108547. DOI: https://doi.org/10.1016/j.diabres.2020.108547
  » https://doi.org/10.1016/j.diabres.2020.108547
• ^22.
  Gómez AM, Henao D, Parra D, Kerguelen A, Pinilla MV, Muñoz OM, et al. Virtual training on the hybrid close loop system in people with type 1 diabetes (T1D) during the COVID-19 pandemic. Diabetes Metab Syndr. 2021;15(1):243-7. DOI: https://doi.org/10.1016/j.dsx.2020.12.041
  » https://doi.org/10.1016/j.dsx.2020.12.041
• ^23.
  Onishi Y, Yoshida Y, Takao T, Tahara T, Kikuchi T, Kobori T, et al. Diabetes management by either telemedicine or clinic visit improved glycemic control during the coronavirus disease 2019 pandemic state of emergency in Japan. J Diabetes Investig. 2021 Mar:1-5. DOI: https://doi.org/10.1111/jdi.13546
  » https://doi.org/10.1111/jdi.13546
• ^24.
  Alessi J, Oliveira GB, Franco DW, Becker AS, Knijnik CP, Kobe GL, et al. Telehealth strategy to mitigate the negative psychological impact of the COVID-19 pandemic on type 2 diabetes: A randomized controlled trial. Acta Diabetol. 2021;58:899-909. DOI: https://doi.org/10.1007/s00592-021-01690-1
  » https://doi.org/10.1007/s00592-021-01690-1
• ^25.
  Braune K, Boss K, Schmidt-Herzel J, Gajewska KA, Thieffry A, Schulze L, et al. Shaping workflows in digital and remote diabetes care during the covid-19 pandemic via service design: prospective, longitudinal, open-label feasibility trial. JMIR Mhealth Uhealth. 2021;9(4):e24374. DOI: https://doi.org/10.2196/24374
  » https://doi.org/10.2196/24374
• ^26.
  Flocard M, Meyer L, Fabacher T, Bahougne T, Ortéga F, Paris D, et al. Prise en charge par téléconsultation des patients diabétiques dans le contexte de la pandémie de la COVID-19: étude prospective observationnelle. Médecine Des Maladies Métaboliques. 2021;15(1):24-32. DOI: https://doi.org/10.1016/j.mmm.2020.11.002
  » https://doi.org/10.1016/j.mmm.2020.11.002
• ^27.
  Tourkmani AM, ALHarbi TJ, Rsheed AMB, Alrasheedy AA, ALMadani W, ALJuraisi F, et al. The impact of telemedicine on patients with uncontrolled type 2 diabetes mellitus during the COVID-19 pandemic in Saudi Arabia: findings and implications. J Telemed Telecare. 2021 Feb:1. DOI: https://doi.org/10.1177/1357633X20985763
  » https://doi.org/10.1177/1357633X20985763
• ^28.
  Kang J, Chen Y, Zhao Y, Zhang C. Effect of remote management on comprehensive management of diabetes mellitus during the COVID-19 epidemic. Prim Care Diabetes. 2021;15(3):417-23. DOI: https://doi.org/10.1016/j.pcd.2020.12.004
  » https://doi.org/10.1016/j.pcd.2020.12.004
• ^29.
  Matheus ASM, Cabizuca CA, Tannus LRM, Passos AC, Schmidt AC, Gouveia AT, et al. Telemonitoring type 1 diabetes patients during the COVID-19 pandemic in Brazil: was it useful? Arch Endocrinol Metab. 2020;65(1):105-11. DOI: https://doi.org/10.20945/2359-3997000000309
  » https://doi.org/10.20945/2359-3997000000309
• ^30.
  Viñals C, Mesa A, Roca D, Vidal M, Pueyo I, Conget I, et al. Management of glucose profile throughout strict COVID-19 lockdown by patients with type 1 diabetes prone to hypoglycaemia using sensor-augmented pump. Acta Diabetol. 2021;58(3):383-8. DOI: https://doi.org/10.1007/s00592-020-01625-2
  » https://doi.org/10.1007/s00592-020-01625-2
• ^31.
  Navis JP, Leelarathna L, Mubita W, Urwin A, Rutter MK, Schofield J, et al. Impact of COVID-19 lockdown on flash and real-time glucose sensor users with type 1 diabetes in England. Acta Diabetol. 2021;58(2):231-7. DOI: https://doi.org/10.1007/s00592-020-01614-5
  » https://doi.org/10.1007/s00592-020-01614-5
• ^32.
  Anjana RM, Pradeepa R, Deepa M, Jebarani S, Venkatesan U, Parvathi SJ, et al. Acceptability and utilization of newer technologies and effects on glycemic control in type 2 diabetes: lessons learned from lockdown. Diabetes Technol Ther. 2020;22(7):527-34. DOI: https://doi.org/10.1089/dia.2020.0240
  » https://doi.org/10.1089/dia.2020.0240
• ^33.
  Christoforidis A, Kavoura E, Nemtsa A, Pappa K, Dimitriadou M. Coronavirus lockdown effect on type 1 diabetes management on children wearing insulin pump equipped with continuous glucose monitoring system. Diabetes Res Clin Pract. 2020;166:108307. DOI: https://doi.org/10.1016/j.diabres.2020.108307
  » https://doi.org/10.1016/j.diabres.2020.108307
• ^34.
  Mesa A, Viñals C, Pueyo I, Roca D, Vidal M, Giménez M, et al. The impact of strict COVID-19 lockdown in Spain on glycemic profiles in patients with type 1 diabetes prone to hypoglycemia using standalone continuous glucose monitoring. Diabetes Res Clin Pract. 2020;167:108354. DOI: https://doi.org/10.1016/j.diabres.2020.108354
  » https://doi.org/10.1016/j.diabres.2020.108354
• ^35.
  Parise M, Tartaglione L, Cutruzzolà A, Maiorino MI, Esposito K, Pitocco D, et al. Teleassistance for patients with type 1 diabetes during the COVID-19 pandemic: results of a pilot study. J Med Internet Res. 2021;23(4):e24552. DOI: https://doi.org/10.2196/24552
  » https://doi.org/10.2196/24552
• ^36.
  Quinn LM, Davies MJ, Hadjiconstantinou M. Virtual consultations and the role of technology during the COVID-19 pandemic for people with type 2 diabetes: the UK perspective. J Med Internet Res. 2020;22(8):e21609. DOI: https://doi.org/10.2196/21609
  » https://doi.org/10.2196/21609
• ^37.
  Cerqueira MMBF, Merces MC, Cerqueira JMF, Silva DAR, Almeida OS, Gomes AMT. Proposals on self-care for diabetic foot during the COVID-19 pandemic in Brazil. Acta Paulista de Enfermagem. 2020;33:e-EDT20200005. DOI: https://doi.org/10.37689/acta-ape/2020EDT0005
  » https://doi.org/10.37689/acta-ape/2020EDT0005
• ^38.
  Goldschmidt K. The COVID-19 pandemic: technology use to support the wellbeing of children. J Pediatr Nurs. 2020;53:88-90. DOI: https://doi.org/10.1016/j.pedn.2020.04.013
  » https://doi.org/10.1016/j.pedn.2020.04.013
• ^39.
  Simon MR, Sarkar N, Kumaran S, Chittake A, Purandare V, Unnikrishnan AG. Telemedicine for the initial management of newly diagnosed gestational diabetes in the pandemic period: a report of three case studies. Journal of Diabetology. 2020;11(3):144-7. DOI: https://doi.org/10.4103/JOD.JOD_44_20
  » https://doi.org/10.4103/JOD.JOD_44_20
• ^40.
  Phan LMT, Vo TAT, Hoang TX, Selvam SP, Pham HL, Kim JY, et al. Trending technology of glucose monitoring during COVID-19 pandemic: challenges in personalized healthcare. Adv Mater Technol. 2021;2100020:1-21. DOI: https://doi.org/10.1002/admt.202100020
  » https://doi.org/10.1002/admt.202100020
• ^41.
  Shehav-Zaltzman G, Segal G, Konvalina N, Tirosh A. Remote glucose monitoring of hospitalized, quarantined patients with diabetes and COVID-19. Diabetes Care. 2020;43(7):e75-e76. DOI: https://doi.org/10.2337/dc20-0696
  » https://doi.org/10.2337/dc20-0696
• ^42.
  Vigersky RA, Velado K, Zhong A, Agrawal P, Cordero TL. The effectiveness of virtual training on the MiniMed™ 670G system in people with type 1 diabetes during the COVID-19 pandemic. Diabetes Technol Ther. 2021;23(2):104-9. DOI: https://doi.org/10.1089/dia.2020.0234
  » https://doi.org/10.1089/dia.2020.0234
• ^43.
  Garg S, Norman GJ. Impact of COVID-19 on health economics and technology of diabetes care: use cases of real-time continuous glucose monitoring to transform health care during a global pandemic. Diabetes Technol Ther. 2021;23(Suppl 1):S15-S20. DOI: https://doi.org/10.1089/dia.2020.0656
  » https://doi.org/10.1089/dia.2020.0656

Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  24 Nov 2021
• Data do Fascículo
  2021

Histórico

• Recebido
  29 Jun 2021
• Aceito
  18 Out 2021