Acessibilidade / Reportar erro

Cochilo durante o plantão noturno e a recuperação após o trabalho entre enfermeiros de hospitais1 1 Artigo extraído da dissertação de mestrado "Associação entre a duração do cochilo durante o plantão noturno e a recuperação após o trabalho entre enfermeiros dos maiores hospitais públicos do município do Rio de Janeiro" apresentada à Escola de Enfermagem Anna Nery, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Resumos

OBJETIVO:

analisar a associação entre duração do cochilo durante o plantão noturno e recuperação após o trabalho, entre enfermeiros.

MÉTODO:

estudo epidemiológico seccional com 1940 enfermeiros, de 18 hospitais públicos, do Município do Rio de Janeiro. Utilizou-se questionário multidimensional e autopreenchível com informações sobre saúde, características sociodemográficas, ocupacionais, comportamentos relacionados à saúde e trabalho doméstico. Utilizou-se a regressão logística múltipla, buscando identificar a associação ajustada por variáveis de confundimento.

RESULTADOS:

as análises brutas mostraram chances 44%, 127% e 66% mais elevadas de alta recuperação após o trabalho, para aqueles que dormem até 2 horas, de 2,1 a 3 horas e de 3,1 horas ou mais, respectivamente, comparados aos que não dormem. Após o ajuste por variáveis de confundimento, a associação permanece significativa apenas para o grupo que dorme de 2,1 a 3 horas durante o plantão noturno (OR=1,79; IC95%=1,33-2,41).

CONCLUSÃO:

a associação entre tempo de cochilo e alta recuperação após o trabalho, confirmada nos resultados, pode compor os estudos que buscam subsidiar políticas mais adequadas voltadas à melhoria das condições de trabalho, de vida e saúde dos trabalhadores, não apenas da enfermagem, mas trabalhadores noturnos de forma geral.

Descritores
Enfermeiros; Enfermeiras; Trabalho Noturno; Sono; Saúde do Trabalhador


OBJECTIVE:

To analyze the association between the length of napping during the night shift and the recovery after work among nurses.

METHOD:

Cross-sectional epidemiological study involving 1940 nurses from 18 public hospitals in the City of Rio de Janeiro. A multidimensional and self-applied questionnaire was used with information about health, sociodemographic and occupational characteristics, health-related behaviors and housework. Multiple logistic regression was applied to identify the association, adjusted for confounding variables.

RESULTS:

The gross analyses showed 44%, 127% and 66% higher chances of a high level of recovery after work for nurses who sleep up to two hours, between 2.1 and 3 hours and 3.1 hours or more, respectively, when compared to the nurses who do not sleep. After adjusting for confounding variables, the association only continues significant for the group that sleeps 2.1 to 3 hours during the night shift (OR=1.79; 95%CI=1.33-2.41).

CONCLUSION:

The association between the length of napping and the high level of recovery after work, confirmed in the present results, can be included in the studies that aim to support more appropriate policies aimed at improving the workers' work, life and health conditions, not only in nursing, but night-shift workers in general.

Descriptors
Nurses, Male; Nurses; Night Work; Sleep; Occupational Health


OBJETIVO:

Analizar la asociación entre la duración de la siesta durante la guardia nocturna y la recuperación tras el trabajo entre enfermeros.

MÉTODO:

Estudio epidemiológico seccional con 1940 enfermeros de dieciocho hospitales públicos del Municipio de Rio de Janeiro. Fue utilizado cuestionario tipo multidimensional y autollenado con informaciones sobre salud, características sociodemográficas, ocupacionales, comportamientos relacionados a la salud y trabajo doméstico. Fue utilizada la regresión logística múltipla, buscando identificar la asociación ajustada por variables de confusión.

RESULTADOS:

Los análisis brutos mostraron posibilidades 44%, 127% y 66% más elevadas de alta recuperación tras el trabajo, para aquellos que duermen hasta 2 horas, de 2,1 a 3 horas y de 3,1 horas o más, respectivamente, comparados a aquellos que no duermen. Tras el ajuste por variables de confusión, la asociación sigue significativa solamente para el grupo que duerme de 2,1 a 3 horas durante la guardia nocturna (OR=1,79; IC95%=1,33-2,41).

CONCLUSIÓN:

La asociación entre el tiempo de siesta y la alta recuperación tras el trabajo, confirmada en nuestros resultados, puede componer los estudios con objeto de subsidiar políticas más adecuadas dirigidas a la mejora de las condiciones de trabajo, de vida y salud de los trabajadores, no solamente enfermeros, pero trabajadores nocturnos de manera general.

Descriptores
Enfermeros; Enfermeras; Trabajo Nocturno; Sueño; Salud Laboral


Introdução

O trabalho produz esforço que reflete em sintomas emocionais, cognitivos e comportamentais, cuja reversão leva certo tempo( 1van Veldhoven M, Broersen S. Measurement quality and validity of the "need for recovery scale". Occup Environ Med. 2003;60(Suppl1):3-9. ). Com tempo adequado e possibilidades suficientes de recuperação (durante e após o trabalho), o retorno ao trabalho ocorrerá sem os sintomas residuais do esforço prévio. No entanto, quando a recuperação é insuficiente e cumulativa, a necessidade de recuperação aumenta, sendo gradualmente substituída por sintomas mais sérios, relacionados à fadiga em longo prazo e ao adoecimento( 2Sluiter JK, Beek AJ, Frings-Dressen MHV. The influence of work characteristics on the need for recovery and experienced health: a study on coach drivers. Ergonomics. 1999;42(4):573-83. ). A necessidade de recuperação após o trabalho caracteriza-se como posição intermediária entre as demandas do trabalho e o estado futuro de saúde, e está relacionada ao estágio inicial do processo contínuo, que pode levar à fadiga crônica( 3Jansen NWH, Kant IJ, van den Brandt PA. Need for recovery in the working population: description and associations with fatigue and psychological distress. Int J Behav Med. 2002;9(4):322-40. ).

O hospital tem funcionamento ininterrupto, o que implica em esquemas de trabalho diurnos e noturnos. Um aspecto essencial da saúde a ser analisado, em relação às pessoas que trabalham em turnos, em especial no noturno, refere-se à influência dos horários de trabalho na qualidade e duração do sono( 4Zverev YP, Misiri HE. Perceived effects of rotating shift work on nurses sleep quality and duration. Malawi Med J. 2009;21(1):19-21. ) e, por sua vez, na recuperação após o trabalho( 5Jansen N, Kant I, van Amelsvoort L, Nijhuis F, van den Brandt P. Need for recovery from work: evaluating short-term effects of working hours, patterns and schedules. Ergonomics. 2003;46(7):664-80. ). O sono, em termos de qualidade e duração varia em diferentes momentos das 24 horas. O sono diurno, usualmente adotado por trabalhadores noturnos, tende a apresentar pior qualidade e menor duração( 6Borges FNS, Fischer FM, Rotenberg L, Soares NS, Fonseca MB, Smolensky MH, et al. Effects of naps at work on the sleepiness of 12-hour night shift nursing personnel. Sleep Sci. 2009;2(1):24-9. ), quando comparado ao sono noturno.

Nesta perspectiva, a redução na duração e alterações na qualidade do sono, em profissionais de enfermagem que trabalham em plantões noturnos, foi demonstrada em estudos nacionais( 6Borges FNS, Fischer FM, Rotenberg L, Soares NS, Fonseca MB, Smolensky MH, et al. Effects of naps at work on the sleepiness of 12-hour night shift nursing personnel. Sleep Sci. 2009;2(1):24-9. - 7Rocha MCP, De Martino MMF. O estresse e qualidade de sono do enfermeiro nos diferentes turnos hospitalares. Revista Esc Enferm USP. 2010;44(2):280-6. ) e internacionais( 4Zverev YP, Misiri HE. Perceived effects of rotating shift work on nurses sleep quality and duration. Malawi Med J. 2009;21(1):19-21. ). A redução da duração do sono e, mais severamente, a privação do sono, geram maiores riscos para ferimentos e acidentes de trabalho, assim como, prejuízos à saúde e qualidade de vida( 7Rocha MCP, De Martino MMF. O estresse e qualidade de sono do enfermeiro nos diferentes turnos hospitalares. Revista Esc Enferm USP. 2010;44(2):280-6. ) , em função da maior sonolência no trabalho e redução do estado de alerta, decorrentes do trabalho noturno( 6Borges FNS, Fischer FM, Rotenberg L, Soares NS, Fonseca MB, Smolensky MH, et al. Effects of naps at work on the sleepiness of 12-hour night shift nursing personnel. Sleep Sci. 2009;2(1):24-9. ).

Cochilos durante o trabalho noturno são uma forma de lidar com a privação parcial do sono( 8Fallis WM, McMillan DE, Edwards MP. Napping during night shift: practices, preferences and perceptions of critical care and emergency department nurses. Crit Care Nurse. 2011;31(2):1-11. ). Definido como qualquer período de sono, inferior a 50% da duração média do sono noturno( 9Dinges D, Orne MT, Whitehouse WG, Orne EC. Temporal placement of a nap for alertness: Contributions of circadian phase and prior wakefulness. Sleep. 1987;10(4):313-29. ), o cochilo durante o plantão noturno está associado à menor sonolência durante o trabalho( 8Fallis WM, McMillan DE, Edwards MP. Napping during night shift: practices, preferences and perceptions of critical care and emergency department nurses. Crit Care Nurse. 2011;31(2):1-11. ), à manutenção do alerta e do desempenho( 1010 Ruggiero JS, Redeker NS. Effects of napping on sleepiness and sleep-related performance deficits in night-shift workers: a systematic review. Biol Res Nurs. 2014;16(2):134-42. ) e pode compensar o sono curto em casa( 1111 Ribeiro-Silva F, Rotenberg L, Soares RE, Pessanha J, Ferreira FL, Oliveira P, et al. Sleep on the job partially compensates for sleep loss in night-shift nurses. Chronobiol Int. 2006;23(6):1389-99. ).

Em um contexto de trabalhadores de enfermagem, com predominância feminina, o cochilo noturno pode ter maior relevância para trabalhadoras com sobrecarga de trabalho doméstico, que possuem menos tempo para o sono diurno durante os dias de folga( 1212 Silva-Costa A, Fischer FM, Griep RH, Rotenberg L. Relationship between napping during night shift and household obligations of female nursing personnel. Int J of Gen Med. 2013;6:227-31. ). Além disso, os esquemas de plantões de 12 horas, seguidos por 36 ou 60 horas de descanso( 1212 Silva-Costa A, Fischer FM, Griep RH, Rotenberg L. Relationship between napping during night shift and household obligations of female nursing personnel. Int J of Gen Med. 2013;6:227-31. - 1313 Silva-Costa A, Rotenberg L, Griep RH, Fischer FM. Relationship between sleeping on the night shift and recovery from work among nursing workers - the influence of domestic work. J Adv Nurs. 2011;67(5):365-8. ), possibilitam que os profissionais dediquem-se a mais de uma atividade produtiva, e as longas jornadas de trabalho dos profissionais de enfermagem brasileiros podem interferir na disponibilidade de tempo para o sono( 1212 Silva-Costa A, Fischer FM, Griep RH, Rotenberg L. Relationship between napping during night shift and household obligations of female nursing personnel. Int J of Gen Med. 2013;6:227-31. ).

A importância do cochilo durante o plantão noturno na recuperação após o trabalho foi demonstrada em estudo no contexto da enfermagem brasileira( 1313 Silva-Costa A, Rotenberg L, Griep RH, Fischer FM. Relationship between sleeping on the night shift and recovery from work among nursing workers - the influence of domestic work. J Adv Nurs. 2011;67(5):365-8. ), que identificou a associação do cochilo com melhor recuperação, desde que a jornada de trabalho doméstico não ultrapassasse 10 horas semanais. O presente estudo pretende complementar estudos acerca da importância do cochilo durante o trabalho noturno na recuperação após o trabalho, com amostra ampliada e considerando uma população heterogênea, no que tange a variável sexo.

Este artigo teve como objetivo analisar a associação entre duração do cochilo durante o plantão noturno e recuperação após o trabalho, entre enfermeiros que atuam nos maiores hospitais públicos do Rio de Janeiro.

Método

Descrição do estudo e amostra

O presente artigo utiliza dados do Estudo da Saúde dos Enfermeiros. Trata-se de um estudo com delineamento epidemiológico seccional, realizado nos 18 maiores hospitais públicos do município do Rio de Janeiro, RJ, sob as gestões federais, estaduais e municipais. A coleta de dados foi realizada entre 2010 e 2011, através da aplicação de um questionário estruturado, multidimensional e autoaplicável. Para a divulgação do estudo, os hospitais foram visitados e reuniões foram agendadas junto às chefias de enfermagem. A listagem do nome e o setor de trabalho foram solicitados para abordagem face a face. Os questionários foram entregues aos enfermeiros, acompanhados de carta-convite para participação e do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Após a assinatura do TCLE, o enfermeiro preenchia e lacrava o questionário, entregando a um dos colaboradores do estudo. As análises dos dados foram feitas no software SPSS (v.19). Fizeram parte do presente artigo dados de 1940 enfermeiros (61,4% do total de enfermeiros abordados) que atuavam em plantões noturnos na assistência.

Variável de exposição: o tempo de cochilo durante o plantão noturno

A variável foi avaliada através da seguinte questão: "Em relação ao horário para dormir ou descansar durante o plantão, você diria que na maioria das vezes: "somente descansa"; "dorme por cerca de ___h___min"; "não dorme, nem descansa". A variável foi categorizada em quatro níveis: (i)"não dorme" (categoria de referência), (ii)"dorme até 2 horas", (iii)"dorme de 2,1 a 3 horas" e (iv)"dorme 3,1 horas ou mais". Os grupos que relataram que "não dorme, nem descansa" e "somente descansa" foram incluídos na categoria dos que não dormem.

Variável de desfecho: recuperação após o trabalho

A recuperação após o trabalho foi avaliada através da versão curta da escala de necessidade de recuperação após o trabalho (Need for recovery - NFR). Este instrumento avalia efeitos de curto prazo do trabalho induzidos pela fadiga, como falta de atenção, irritabilidade, isolamento social, desempenho reduzido e qualidade do tempo de recuperação depois do trabalho( 1van Veldhoven M, Broersen S. Measurement quality and validity of the "need for recovery scale". Occup Environ Med. 2003;60(Suppl1):3-9. , 3Jansen NWH, Kant IJ, van den Brandt PA. Need for recovery in the working population: description and associations with fatigue and psychological distress. Int J Behav Med. 2002;9(4):322-40. ). A escala original, composta por 11 itens, foi adaptada para o português brasileiro( 1414 Moriguchi CS, Alem MER, van Veldhoven M, Coury HJCG. Cultural adaptation and psychometric properties of Brazilian Need for Recovery Scale. Rev Saúde Pública. 2010;44(1):131-9. ). Utilizou-se a escala reduzida, proposta recentemente pelo autor da escala e enviada por comunicação pessoal. Esta versão é composta por seis itens da versão original, com padrões de resposta do tipo Likert (1-4) e com escores variando entre "sempre" e "nunca", que incluem aspectos relacionados à fadiga após um dia de trabalho. Os itens foram agrupados em um escore, através da soma dos pontos obtidos no conjunto dos itens da escala, que variou de 6 a 24. O escore foi categorizado em tercis de recuperação, sendo os escores de 6-13 considerados como baixa recuperação; os escores de 14-17, média recuperação; e os escores de 18-24, alta recuperação. Após esta categorização, agrupou-se as categorias média e alta, obtendo-se apenas duas categorias: baixa (categoria de referência) e alta recuperação (agrupando os escores médio e alto).

Covariáveis

Foram incluídas covariáveis sociodemográficas, ocupacionais e relacionadas aos comportamentos de saúde: sexo, idade (agrupada em "23 a 35 anos", "36 a 45 anos" e "46 a 67 anos"), situação conjugal (agrupada em "casado", "separado, divorciado ou viúvo" e "solteiro"), renda familiar per capita ("até R$ 1.394,83", "de R$ 1.400,90 a R$ 2.324,50" e "de "R$ 2.324,83 a R$ 7.440,00"), presença de filhos menores de 6 anos, carga horária semanal de trabalho profissional (agrupada em "até 30 horas", "de 31 a 60 horas" e "acima de 61 horas"), sobrecarga doméstica (agrupada em "baixa" e "alta" sobrecarga), tempo de trabalho noturno na enfermagem (categorizada em "menos de 1 ano", "1 a 5 anos", "6 a 10 anos", "11 a 20 anos" e "21 anos ou mais"), permissão para dormir durante o plantão noturno, tempo de cochilo, consumo de álcool (agrupada em "não bebe", "baixo risco", "médio risco" e "alto risco"), queixas de insônia e atividades físicas.

Análises estatísticas

Foi avaliado o desempenho psicométrico da versão resumida da escala de necessidade de recuperação após o trabalho, pois trata-se da primeira vez que foi utilizada no contexto brasileiro. A estrutura dimensional e a avaliação da consistência interna foram realizadas por análise fatorial exploratória, utilizando-se o software Mplus - versão 7.1, adotando a rotação Geomin e estimador robusto de mínimos quadrados ponderados (WLSMV), adequado para variáveis (itens) categóricas ou ordinais.

Para avaliar a adequação do modelo foram utilizados três índices de ajuste: o índice de ajuste comparativo (CFI), o índice Tucker-Lewis (TLI) e a raiz do erro médio quadrático de aproximação (RMSEA). O índice de ajuste comparativo e o índice de Tucker-Lewis avaliam o ajuste incremental do modelo comparado a um modelo nulo. Ambos variam de 0 a 1, e valores acima de 0,90 indicam ajuste adequado( 1515 Brown TA. Confirmatory Factor Analysis for Applied Reaserch. New York: The Guilford Press; 2006. ).

A raiz do erro médio quadrático de aproximação (RMSEA) é um índice de ajuste que avalia a parcimônia do modelo proposto em relação ao número de coeficientes estimados. É uma medida que tenta corrigir a tendência da estatística qui-quadrado, rejeitando qualquer modelo especificado com amostra suficientemente grande. Valores abaixo de 0,06 podem ser considerados adequados( 1515 Brown TA. Confirmatory Factor Analysis for Applied Reaserch. New York: The Guilford Press; 2006. ).

A consistência interna, que indica se os itens representam um construto teórico em comum é frequentemente aferida por meio do coeficiente alfa de Cronbach, como medida de confiabilidade( 1515 Brown TA. Confirmatory Factor Analysis for Applied Reaserch. New York: The Guilford Press; 2006. ). Entretanto, neste estudo optou-se por utilizar a confiabilidade composta, um coeficiente de confiabilidade baseado na modelagem de equações estruturais, com o objetivo de superar as limitações do alfa de Cronbach, que subestima a confiabilidade da escala, como em situações de violação do pressuposto detau-equivalência( 1515 Brown TA. Confirmatory Factor Analysis for Applied Reaserch. New York: The Guilford Press; 2006. ). A confiabilidade composta avalia se os itens apresentam consistência interna, e para essa medida, valores iguais ou maiores que 0,7 são considerados satisfatórios. Ela baseia-se nas estimativas de cargas fatoriais, variância e covariância de erros de medida.

Foram realizadas análises univariadas e bivariadas para verificação de associação entre a variável de exposição e a variável de desfecho. As análises múltiplas, por sua vez, foram feitas utilizando-se a regressão logística múltipla, buscando identificar a associação ajustada por variáveis de confundimento.

Aspectos éticos

O estudo atendeu aos procedimentos recomendados pela Resolução 196/96, submetido e aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa - CEP Fiocruz, sob nº 472/08 e dos hospitais participantes. Foi autorizado pela chefia do serviço de enfermagem de cada hospital, solicitando aos participantes a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para participação e divulgação dos resultados, garantindo o anonimato. As presentes análises foram submetidas ao Comitê de Ética e Pesquisa da Escola de Enfermagem Anna Nery/UFRJ, aprovada sob nº 191.240.

Resultados

Dentre os enfermeiros avaliados observou-se predominância do sexo feminino (84,7%). Um total de 44,6% tinham 35 anos ou menos (idade média de 38 anos, DP=9,4 anos e variação de 23 a 67 anos). A maioria era casada, com rendaper capita em média de R$ 2.101,41 (DP=R$ 1.454,21) e 19,1% referiram ter filhos menores de seis anos. A carga horária semanal de trabalho profissional foi, em média, de 61 horas (DP=21,7 horas), com mínima de 5 horas semanais e máxima de 132 horas semanais e 46,5% referiram carga horária semanal de trabalho profissional maior ou igual a 61 horas. Cerca de 29,5% dos enfermeiros apresentaram alta sobrecarga doméstica.

Em relação ao tempo de trabalho noturno na enfermagem, os participantes tinham, em média, nove anos (DP=7,8 anos), sendo que 44,4% trabalhavam há menos de cinco anos no plantão noturno. Quase todos (97,6%) referiram ter permissão para dormir durante o plantão noturno. No entanto, quase a metade referiu não dormir (46,6%), 26,9% dormiam de 2,1 a 3 horas (121 a 180 minutos) e 19,4% dormiam até 2 horas. A duração média dos cochilos durante o plantão noturno foi de 159 minutos, desvio padrão de 47,5 minutos e variação de 60 a 390 minutos.

Cerca de 30% dos participantes apresentaram médio/alto risco quanto ao consumo de álcool, um terço relatou queixas de insônia e quase 70% referiu não praticar atividades físicas nas duas semanas que precederam a coleta de dados, conforme aTabela 1.

Tabela 1 -
Caracterização dos enfermeiros que participaram do Estudo da Saúde dos Enfermeiros (n=1940). Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2010-2011

Seguindo o modelo originalmente proposto, a escala unidimensional apresentou cargas dos itens no fator variando de 0,578 a 0,924. Os indicadores de ajuste foram: Comparativefit index (CFI)=0,959, Tucker-Lewis index (TLI)=0,931 e Root mean square error of approximation(RMSEA)=0,223. A confiabilidade composta (CC) foi igual a 0,90 e a variância média extraída (VME) igual a 0,61. A avaliação dos índices de modificação mostrou alta correlação entre os itens' b' e 'c' e entre os itens 'e' e 'f'. Os valores do RMSEA foram, respectivamente, 0,118 (0,108-0,128) e 0,064 (0,054-0,076), após as especificações das correlações entre os itens 'b' e 'c', e 'e' e 'f", conforme Tabela 2 a seguir.

Tabela 2 -
Análise fatorial confirmatória da versão resumida da escala de necessidade de recuperação após o trabalho. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2010-2011

Identificou-se associação entre cochilo durante o plantão noturno e recuperação após o trabalho. Frequências mais elevadas (82,5%), de alta recuperação após o trabalho, foram observadas entre aqueles que dormem de 2,1 a 3 horas durante o plantão noturno. O grupo que referiu dormir mais de 3 horas apresentou frequência de recuperação inferior (78,6%) ao grupo que referiu dormir de 2,1 a 3 horas.

Na Tabela 3 são apresentadas as análises brutas e ajustadas da associação entre duração do cochilo durante o plantão noturno e recuperação após o trabalho. As análises brutas mostraram chances 44%, 127% e 66% mais elevadas de alta recuperação após o trabalho, para aqueles que domem até 2 horas, de 2,1 a 3 horas e 3,1 horas ou mais, respectivamente, comparados aos que não dormem. Após o ajuste por variáveis sociodemográficas (Modelo 2), comportamentos e problemas relacionados à saúde e trabalho doméstico (Modelo 3), a associação permanece significativa apenas para o grupo que dorme de 2,1 a 3 horas durante o plantão noturno (OR=1,79; IC95%=1,33-2,41). Além disso, observa-se um gradiente nas chances entre quem dorme até 2 horas e de 2,1 a 3 horas. No entanto, não se observa aumento nas chances de recuperação para quem dorme 3,1 horas ou mais.

Tabela 3 -
Associação bruta e ajustada entre duração do cochilo durante o plantão noturno e recuperação após o trabalho dos enfermeiros que participaram do Estudo da Saúde dos Enfermeiros (n=1940). Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2010-2011

Discussão

No presente estudo, o cochilo durante o plantão noturno, num período de 2,1 a 3 horas, esteve associado à maior recuperação após o trabalho. As outras classificações de tempo de cochilo não permaneceram associadas após o ajuste por variáveis de confundimento. Resultados semelhantes foram identificados em estudo realizado com profissionais de enfermagem do sexo feminino, mas apenas entre aquelas submetidas à curta duração de trabalho doméstico( 1212 Silva-Costa A, Fischer FM, Griep RH, Rotenberg L. Relationship between napping during night shift and household obligations of female nursing personnel. Int J of Gen Med. 2013;6:227-31. - 1313 Silva-Costa A, Rotenberg L, Griep RH, Fischer FM. Relationship between sleeping on the night shift and recovery from work among nursing workers - the influence of domestic work. J Adv Nurs. 2011;67(5):365-8. ).

Os resultados do presente estudo sugerem um efeito benéfico do cochilo noturno, de 2 a 3 horas, em termos de recuperação após o trabalho. Cabe considerar, no entanto, os aspectos relacionados à inércia do sono, sensação de letargia e redução transitória do desempenho cognitivo e motor que pode ocorrer ao despertar, em função do tempo prévio de vigília, do momento do cochilo e de sua duração( 8Fallis WM, McMillan DE, Edwards MP. Napping during night shift: practices, preferences and perceptions of critical care and emergency department nurses. Crit Care Nurse. 2011;31(2):1-11. , 1616 Ferrara M, De Gennaro L. The sleep inertia phenomenon during the sleep-wake transition: theoretical and operational issues. Aviat Space Environ Med. 2000;71(8):843-8. ). De fato, este aspecto merece aprofundamento, pois pode constituir um fator limitante da implementação desta prática no contexto dos cuidados em saúde.

Na presente investigação, o tempo menor que 2 horas parece insuficiente para garantir a recuperação após o trabalho, possivelmente devido à extensa carga de trabalho a que esses trabalhadores estão submetidos. Os resultados indicaram carga semanal média de 61 horas. A carga extensiva de trabalho tem sido demonstrada no contexto dos trabalhadores brasileiros de enfermagem( 1313 Silva-Costa A, Rotenberg L, Griep RH, Fischer FM. Relationship between sleeping on the night shift and recovery from work among nursing workers - the influence of domestic work. J Adv Nurs. 2011;67(5):365-8. , 1717 Silva AA, Rotenberg L, Fischer FM. Jornadas de trabalho na enfermagem: entre necessidades individuais e condições de trabalho. Rev Saúde Pública. 2011;45(6):1117-26. ), sendo muito mais elevada em comparação aos enfermeiros de diversos países europeus( 1818  Tackenberg P, Hasselhorn HM, Buscher A. Nursing in Europe In: Working conditions and intent to leave the profession among nursing staff in Europe. 7th ed. Europe: NEXT-Study; 2003;19-27 . ). Cargas elevadas podem afetar tanto a saúde dos trabalhadores quanto a qualidade da assistência prestada( 1919 Trinkoff AM, Johantgen M, Storr CL, Gurses AP, Liang Y, Han K. Nurses' Work Schedule characteristics, nurse staffing, and patient mortality. Nur Res. 2011;60(1):18-9. ).

Não só a ocorrência do cochilo influencia a recuperação após o trabalho, mas também a sua duração( 1313 Silva-Costa A, Rotenberg L, Griep RH, Fischer FM. Relationship between sleeping on the night shift and recovery from work among nursing workers - the influence of domestic work. J Adv Nurs. 2011;67(5):365-8. ). A duração média dos cochilos durante o plantão noturno foi em torno de 2 horas e meia (159 minutos), ou seja, mais elevada do que aquela identificada em outros estudos( 6Borges FNS, Fischer FM, Rotenberg L, Soares NS, Fonseca MB, Smolensky MH, et al. Effects of naps at work on the sleepiness of 12-hour night shift nursing personnel. Sleep Sci. 2009;2(1):24-9. , 1111 Ribeiro-Silva F, Rotenberg L, Soares RE, Pessanha J, Ferreira FL, Oliveira P, et al. Sleep on the job partially compensates for sleep loss in night-shift nurses. Chronobiol Int. 2006;23(6):1389-99. - 1212 Silva-Costa A, Fischer FM, Griep RH, Rotenberg L. Relationship between napping during night shift and household obligations of female nursing personnel. Int J of Gen Med. 2013;6:227-31. ), com médias de 120, 138, 141 e 150 minutos, respectivamente. É possível que a extensa carga horária semanal dos trabalhadores estudados explique, em parte, o maior tempo de cochilo. Diante da possibilidade de cochilar no plantão noturno, os profissionais de enfermagem se organizam em função da demanda de trabalho e da preferência de cada um( 1212 Silva-Costa A, Fischer FM, Griep RH, Rotenberg L. Relationship between napping during night shift and household obligations of female nursing personnel. Int J of Gen Med. 2013;6:227-31. , 2020 Silva-Costa A, Araújo MM, Nagai R, Fischer FM. Environmental and organizational conditions for napping during night work: a qualitative study among nursing professionals. Sleep Sci. 2010;3(1):11-5. ). Os horários de cochilo são, geralmente, organizados pelos próprios trabalhadores, dividindo-os em dois períodos, o primeiro entre 00:00h e 03:00h e o segundo entre 03:00h e 06:00h( 6Borges FNS, Fischer FM, Rotenberg L, Soares NS, Fonseca MB, Smolensky MH, et al. Effects of naps at work on the sleepiness of 12-hour night shift nursing personnel. Sleep Sci. 2009;2(1):24-9. , 1212 Silva-Costa A, Fischer FM, Griep RH, Rotenberg L. Relationship between napping during night shift and household obligations of female nursing personnel. Int J of Gen Med. 2013;6:227-31. , 2020 Silva-Costa A, Araújo MM, Nagai R, Fischer FM. Environmental and organizational conditions for napping during night work: a qualitative study among nursing professionals. Sleep Sci. 2010;3(1):11-5. ).

Entre os trabalhadores que referiram dormir mais de 3 horas não se observou chances mais elevadas de recuperação, quando comparados àqueles que não dormiam. A grande variabilidade na duração dos cochilos, observada no grupo que dormia por mais de 3 horas, pode explicar, em parte, estes resultados. Além disso, este grupo apresenta características diferenciadas quando comparados aos outros grupos. Reconhecendo-se que, a rigor, não se trata de cochilo durante o plantão noturno (o tempo ultrapassa a definição do que seja considerado cochilo), optou-se por mantê-lo nas análises e avaliá-lo no contexto do estudo, uma vez que um número considerável de enfermeiros referiu esta condição.

Embora o cochilo durante o plantão noturno não seja regulamentado no Brasil, a maioria dos participantes tinha acordos tácitos com as respectivas chefias, que lhes permitiam cochilar/dormir durante o plantão noturno, considerando-se uma prática comum em hospitais públicos brasileiros( 6Borges FNS, Fischer FM, Rotenberg L, Soares NS, Fonseca MB, Smolensky MH, et al. Effects of naps at work on the sleepiness of 12-hour night shift nursing personnel. Sleep Sci. 2009;2(1):24-9. , 1111 Ribeiro-Silva F, Rotenberg L, Soares RE, Pessanha J, Ferreira FL, Oliveira P, et al. Sleep on the job partially compensates for sleep loss in night-shift nurses. Chronobiol Int. 2006;23(6):1389-99. - 1212 Silva-Costa A, Fischer FM, Griep RH, Rotenberg L. Relationship between napping during night shift and household obligations of female nursing personnel. Int J of Gen Med. 2013;6:227-31. , 2020 Silva-Costa A, Araújo MM, Nagai R, Fischer FM. Environmental and organizational conditions for napping during night work: a qualitative study among nursing professionals. Sleep Sci. 2010;3(1):11-5. ). Vale ressaltar que, apesar da permissão para dormir, 46,6% dos trabalhadores referiu não dormir. É possível que este achado esteja parcialmente relacionado ao fato de muitos hospitais não possuírem locais adequados para o cochilo noturno, como mostrado em estudo qualitativo sobre a percepção dos trabalhadores de enfermagem, acerca das condições para dormir ou descansar durante o período noturno. Os autores mostraram que a falta de regulamentação do cochilo foi um dos questionamentos feitos pelos trabalhadores, que alegaram que mesmo sendo benéfico, do ponto de vista físico e mental, por não ser formalizado, havia restrições quanto a sua ocorrência( 2020 Silva-Costa A, Araújo MM, Nagai R, Fischer FM. Environmental and organizational conditions for napping during night work: a qualitative study among nursing professionals. Sleep Sci. 2010;3(1):11-5. ).

A avaliação da dimensionalidade da escala apontou para a necessidade da reavaliação de alguns itens, uma vez que ajustes adequados no modelo unidimensional foram observados apenas quando se incluiu a correlação entre dois pares de itens. É possivel que as perguntas não tenham discriminabilidade semântica suficiente para captar diferentes aspectos relacionados à necessidade de recuperação. Poucos estudos avaliaram as propriedades psicométricas da escala( 1van Veldhoven M, Broersen S. Measurement quality and validity of the "need for recovery scale". Occup Environ Med. 2003;60(Suppl1):3-9. , 1414 Moriguchi CS, Alem MER, van Veldhoven M, Coury HJCG. Cultural adaptation and psychometric properties of Brazilian Need for Recovery Scale. Rev Saúde Pública. 2010;44(1):131-9. ), e nenhum estudo identificado avaliou a validade dimensional da escala, de forma a permitir a comparação dos resultados apresentados. Sugere-se que outras avaliações que confirmem estes resultados sejam realizadas em outros estudos.

Conclusão

A associação entre o tempo de 2,1 a 3 horas de cochilo e a alta recuperação após o trabalho, foi confirmada nos resultados. O cochilo durante o plantão noturno aumenta a chance de recuperação após o trabalho. Considerando o caráter inevitável dos plantões noturnos em hospitais, o presente estudo aponta a relevância do cochilo como estratégia para lidar com as dificuldades inerentes ao trabalho noturno. Neste sentido, a principal contribuição do estudo para a enfermagem refere-se à gestão do trabalho hospitalar, no que tange a saúde do trabalhador e a qualidade da assistência. O conhecimento dessa realidade contribuirá para a proposição e implantação de estratégias gerenciais que promovam a revisão dos processos assistenciais e a reformulação da política de recursos humanos, levando em conta um número adequado de profissionais de enfermagem, sem que haja prejuízo aos pacientes. Espera-se, portanto, que esta pesquisa contribua para o planejamento de uma assistência adequada, além de auxiliar outros estudos que busquem subsidiar políticas mais apropriadas, voltadas à melhoria das condições de trabalho, de vida e saúde dos trabalhadores, não apenas da enfermagem, mas trabalhadores noturnos de forma geral.

References

  • 1
    van Veldhoven M, Broersen S. Measurement quality and validity of the "need for recovery scale". Occup Environ Med. 2003;60(Suppl1):3-9.
  • 2
    Sluiter JK, Beek AJ, Frings-Dressen MHV. The influence of work characteristics on the need for recovery and experienced health: a study on coach drivers. Ergonomics. 1999;42(4):573-83.
  • 3
    Jansen NWH, Kant IJ, van den Brandt PA. Need for recovery in the working population: description and associations with fatigue and psychological distress. Int J Behav Med. 2002;9(4):322-40.
  • 4
    Zverev YP, Misiri HE. Perceived effects of rotating shift work on nurses sleep quality and duration. Malawi Med J. 2009;21(1):19-21.
  • 5
    Jansen N, Kant I, van Amelsvoort L, Nijhuis F, van den Brandt P. Need for recovery from work: evaluating short-term effects of working hours, patterns and schedules. Ergonomics. 2003;46(7):664-80.
  • 6
    Borges FNS, Fischer FM, Rotenberg L, Soares NS, Fonseca MB, Smolensky MH, et al. Effects of naps at work on the sleepiness of 12-hour night shift nursing personnel. Sleep Sci. 2009;2(1):24-9.
  • 7
    Rocha MCP, De Martino MMF. O estresse e qualidade de sono do enfermeiro nos diferentes turnos hospitalares. Revista Esc Enferm USP. 2010;44(2):280-6.
  • 8
    Fallis WM, McMillan DE, Edwards MP. Napping during night shift: practices, preferences and perceptions of critical care and emergency department nurses. Crit Care Nurse. 2011;31(2):1-11.
  • 9
    Dinges D, Orne MT, Whitehouse WG, Orne EC. Temporal placement of a nap for alertness: Contributions of circadian phase and prior wakefulness. Sleep. 1987;10(4):313-29.
  • 10
    Ruggiero JS, Redeker NS. Effects of napping on sleepiness and sleep-related performance deficits in night-shift workers: a systematic review. Biol Res Nurs. 2014;16(2):134-42.
  • 11
    Ribeiro-Silva F, Rotenberg L, Soares RE, Pessanha J, Ferreira FL, Oliveira P, et al. Sleep on the job partially compensates for sleep loss in night-shift nurses. Chronobiol Int. 2006;23(6):1389-99.
  • 12
    Silva-Costa A, Fischer FM, Griep RH, Rotenberg L. Relationship between napping during night shift and household obligations of female nursing personnel. Int J of Gen Med. 2013;6:227-31.
  • 13
    Silva-Costa A, Rotenberg L, Griep RH, Fischer FM. Relationship between sleeping on the night shift and recovery from work among nursing workers - the influence of domestic work. J Adv Nurs. 2011;67(5):365-8.
  • 14
    Moriguchi CS, Alem MER, van Veldhoven M, Coury HJCG. Cultural adaptation and psychometric properties of Brazilian Need for Recovery Scale. Rev Saúde Pública. 2010;44(1):131-9.
  • 15
    Brown TA. Confirmatory Factor Analysis for Applied Reaserch. New York: The Guilford Press; 2006.
  • 16
    Ferrara M, De Gennaro L. The sleep inertia phenomenon during the sleep-wake transition: theoretical and operational issues. Aviat Space Environ Med. 2000;71(8):843-8.
  • 17
    Silva AA, Rotenberg L, Fischer FM. Jornadas de trabalho na enfermagem: entre necessidades individuais e condições de trabalho. Rev Saúde Pública. 2011;45(6):1117-26.
  • 18
    Tackenberg P, Hasselhorn HM, Buscher A. Nursing in Europe In: Working conditions and intent to leave the profession among nursing staff in Europe. 7th ed. Europe: NEXT-Study; 2003;19-27 .
  • 19
    Trinkoff AM, Johantgen M, Storr CL, Gurses AP, Liang Y, Han K. Nurses' Work Schedule characteristics, nurse staffing, and patient mortality. Nur Res. 2011;60(1):18-9.
  • 20
    Silva-Costa A, Araújo MM, Nagai R, Fischer FM. Environmental and organizational conditions for napping during night work: a qualitative study among nursing professionals. Sleep Sci. 2010;3(1):11-5.
  • 1
    Artigo extraído da dissertação de mestrado "Associação entre a duração do cochilo durante o plantão noturno e a recuperação após o trabalho entre enfermeiros dos maiores hospitais públicos do município do Rio de Janeiro" apresentada à Escola de Enfermagem Anna Nery, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Feb 2015

Histórico

  • Recebido
    22 Maio 2014
  • Aceito
    27 Out 2014
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto / Universidade de São Paulo Av. Bandeirantes, 3900, 14040-902 Ribeirão Preto SP Brazil, Tel.: +55 (16) 3315-3451 / 3315-4407 - Ribeirão Preto - SP - Brazil
E-mail: rlae@eerp.usp.br