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Cuidado familiar de pessoas com doenças mentais graves: uma revisão integrativa

Resumos

OBJETIVO:

analisar a produção científica sobre o cuidado familiar de pessoas com transtorno mental grave em casa.

MÉTODO:

revisão integrativa de 14 bases de dados (CINALH, Cochrane Plus, Cuidatge, CUIDEN, Eric, IBECS, EMI, ISOC, JBI Connect, LILACS, PsycInfo e PubMed, SciELO, e Scopus), com as palavras-chave "cuidadores familiares", "TMG" (transtornos mentais graves ) e "casa", realizada entre 2003 e 2013.

RESULTADOS:

dos 787 artigos retornados, somente 85 atenderam os critérios de inclusão. Os artigos vieram de 61 periódicos de diferentes áreas e disciplinas, principalmente de enfermagem (36%). Os países com maior produção científica sobre enfermagem foram o Brasil, o Reino Unido e os Estados Unidos, e a autoria era predominantemente de centros universitários. Um total de 54,12% dos estudos apresentou delineamento quantitativo, e os descritivos se destacaram. Os principais temas desses trabalhos foram sobrecarga de trabalho, perspectivas subjetivas e recursos.

CONCLUSÕES:

a produção cientifica internacional sobre o cuidado familiar informal de pessoas com doenças mentais graves em casa é limitada. A pesquisa em enfermagem se destaca nesse campo. Os temas prevalentes coincidem com a evolução do sistema de saúde mental. Estimula-se a expansão da abordagem científica do cuidado familiar de modo a encontrar evidências para criar guias para cuidadores familiares e para a prática clínica de cuidadores profissionais.

Enfermagem; Cuidadores; Transtornos Mentais; Revisão


OBJECTIVE:

to analyze the scientific literature on home-based family care of people with severe mental illness.

METHOD:

integrative review of 14 databases (CINALH, Cochrane Plus, Cuidatge, CUIDEN, Eric, IBECS, EMI, ISOC, JBI COnNECT, LILACS, PsycINFO, PubMed, SciELO, and Scopus) searched with the key words "family caregivers", "severe mental illness", and "home" between 2003 and 2013.

RESULTS:

of 787 articles retrieved, only 85 met the inclusion criteria. The articles appeared in 61 journals from different areas and disciplines, mainly from nursing (36%). The countries producing the most scientific literature on nursing were Brazil, the UK, and the US, and authorship predominantly belonged to university centers. A total of 54.12% of the studies presented quantitative designs, with descriptive ones standing out. Work overload, subjective perspectives, and resources were the main topics of these papers.

CONCLUSIONS:

the international scientific literature on home-based, informal family care of people with severe mental disorder is limited. Nursing research stands out in this field. The prevalent topics coincide with the evolution of the mental health system. The expansion of the scientific approach to family care is promoted to create evidence-based guidelines for family caregivers and for the clinical practice of professional caregivers.

Nursing; Caregivers; Mental Disorders; Review


OBJETIVO:

analizar la producción científica sobre el cuidado familiar de la persona con trastorno mental grave en el hogar familiar.

MÉTODO:

revisión integradora en 14 bases de datos (CINALH, Cochrane Plus, Cuidatge, CUIDEN, Eric, IBECS, IME, ISOC, JBI ConNECT, LILACS, PsycInfo, PubMed, SciELO y Scopus), con las palabras clave "cuidadores familiares", "TMG" y "hogar"; realizada entre 2003 y 2013.

RESULTADOS:

de 787 artículos recuperados, sólo 85 cumplieron con los criterios de inclusión. Los artículos procedieron de 61 revistas de diferentes áreas y disciplinas destacando la disciplina de enfermería (36%). Los países con mayor producción científica sobre enfermería fueron Brasil, Reino Unido y EEUU. En la autoría predominaron los centros universitarios. El 54,12% de los estudios presentó diseño cuantitativo, sobresaliendo los descriptivos. Las temáticas destacadas fueron sobrecarga, perspectivas subjetivas y recursos.

CONCLUSIONES:

la producción científica internacional sobre el cuidado informal familiar de la persona con trastorno mental grave, en el contexto del hogar familiar, es limitada. En este campo, destaca la investigación de enfermería. Las temáticas prevalentes coinciden con la evolución del sistema de salud mental. Se estimula la ampliación del abordaje científico del cuidado familiar con el fin de encontrar evidencias para la elaboración de guías de cuidadores familiares y para la práctica clínica de cuidadores profesionales.

Enfermería; Cuidadores; Trastornos Mentales; Revisión


Introdução

Doenças ou transtornos mentais podem ser classificados em dois grupos principais: transtornos mentais comuns (TMC) e transtornos mentais graves (TMG)(11. Ministerio de Sanidad y Consumo - MSC (ES). Estrategia de Salud Mental del Sistema Nacional de Salud. Madrid: Ministerio de Salud y Consumo; 2006.

2. Retolaza A. Trastornos mentales comunes: manual de orientación. Madrid: Asociación Española de Neuropsiquiatría; 2009.
-33. Organización Mundial de la Salud (OMS). Carga mundial de trastornos mentales y necesidad de que el sector de la salud y el sector social respondan de modo integral y coordinado a escala de país. Informe de la Secretaría. Consejo Ejecutivo. Ginebra: Organización Mundial de la Salud; 2011. [acesso em: 1 dez 2013]. Disponível em: http://apps.who.int/gb/ebwha/pdf_files/EB130/B130_9-sp.pdf
http://apps.who.int/gb/ebwha/pdf_files/E...
). Os TMC são mais frequentes e menos incapacitantes para os indivíduos e geralmente são tratados por um único profissional de saúde(11. Ministerio de Sanidad y Consumo - MSC (ES). Estrategia de Salud Mental del Sistema Nacional de Salud. Madrid: Ministerio de Salud y Consumo; 2006.). Os TMG são mais incapacitantes e cumprem três condições: a) um diagnóstico médico que engloba transtornos psicóticos (excluindo os orgânicos) e alguns transtornos de personalidade, b) um período de duração da doença e do tratamento superior a dois anos e c) presença de incapacidade, entendida como dificuldade moderada ou severa de funcionamento geral (social, familiar e no trabalho)(44. National Institute of Mental Health (NIMH). Towards a model for a comprehensive community based mental health system. Washington (DC): National Institute of Mental Health; 1987.). Alguns deles incluem esquizofrenia, transtorno bipolar, transtorno delirante e transtorno esquizoafetivo.

Dados epidemiológicos sobre a prevalência de TMG na população são difíceis de obter devido à variabilidade das fontes de informação. No entanto, a comunidade científica internacional concordou que entre 2,5 e 3% da população adulta apresenta um TMG(11. Ministerio de Sanidad y Consumo - MSC (ES). Estrategia de Salud Mental del Sistema Nacional de Salud. Madrid: Ministerio de Salud y Consumo; 2006.). A carga mundial de mortalidade relacionada à incapacidade atribuível a transtornos mentais, neurológicos e abuso de substâncias atinge 14%(55. Organización Mundial de la Salud (OMS). mhGAP. Programa de acción para superar las brechas en salud mental. Mejora y ampliación de la atención de los trastornos mentales, neurológicos y por abuso de sustancias. Ginebra: Organización Mundial de la Salud; 2008. [acesso em: 1 dez 2013]. Disponível em: http://www.who.int/mental_health/evidence/mhgap_spanish.pdf?ua=1
http://www.who.int/mental_health/evidenc...
). O custo econômico de transtornos mentais em países com economia de mercado fica próximo de 3% do PIB(66. Lehtinen V, Riikonen E, Lahtinen E. Promotion of Mental Health on the European Agenda. Report. Helsinky: Finnish Ministry of Social Affairs and Health, Dpt. For Prevention and Promotion; 2000.). O custo de transtornos mentais na União Europeia é estimado entre 3 e 4% do PIB(77. Comisión de las Comunidades Europeas (CCE). Libro Verde. Mejorar la salud mental de la población. Hacia una estrategia de la Unión Europea en materia de salud mental. Bruselas: Comisión de las Comunidades Europeas; 2005. [acesso em: 3 dez 2013]. Disponível em: http://ec.europa.eu/health/ph_determinants/life_style/mental/green_paper/mental_gp_es.pdf
http://ec.europa.eu/health/ph_determinan...
).

Na história da humanidade, o tratamento dado pela sociedade a indivíduos com TMG inclui principalmente a internação em instituições como asilos ou manicômios. Essa tendência se inverteu na segunda metade do século XX, um momento histórico internacional que testemunhou grandes mudanças que permitiram a integração de pessoas com TMG à sociedade. De acordo com a Organização Mundial da saúde (OMS), essas mudanças incluíram a descoberta de novas drogas que permitiram novas intervenções sociais, o aumento do movimento de defesa dos direitos humanos e a incorporação de componentes mentais e sociais à definição de saúde mental(88. Organización Mundial de la Salud (OMS). Informe sobre la salud en el mundo. Salud Mental: Nuevos conocimientos, nuevas esperanzas. Ginebra: Organización Mundial de la Salud; 2001. [acesso em: 1 dez 2013]. Disponível em: http://www.who.int/whr/2001/es/Índex.html
http://www.who.int/whr/2001/es/Índex.htm...
). Essa chamada reforma psiquiátrica deixa de lado o antigo modelo de cuidados em asilos, dando ênfase ao novo modelo de atenção comunitária à saúde mental(99. Organización Panamericana de la Salud (OPS). Estrategia y plan de acción sobre salud mental. Washington (DC) EUA: Organización Panamericana de la Salud; 2009. [acesso em: 1 dez 2013]. Disponível em: http://www2.paho.org/hq/dmdocuments/2009/SALUD_MENTAL_final_web.pdf
http://www2.paho.org/hq/dmdocuments/2009...

10. Desviat M, Moreno A. La reforma psiquiátrica. In: Desviat M, Moreno A. Acciones de salud mental en la comunidad. Madrid: Asociación Española de Neuropsiquiatría; 2012. p. 28-36.
-1111. Desviat M, Moreno A. Las reformas tardías. In: Desviat M, Moreno A. Acciones de salud mental en la comunidad. Madrid: Asociación Española de Neuropsiquiatría; 2012. p. 37-48. ). Além disso, também ocorre o desenvolvimento da atenção primária impulsionado pela OMS na Declaração de Alma-Ata(1212. Organización Mundial de la Salud (OMS). Atención Primaria de Salud: Informe de la Conferencia Internacional sobre Atención Primaria de Salud, Alma-Ata, URSS, 6-12 de septiembre de 1978. Ginebra: Organización Mundial de la Salud, Serie Salud para todos, nº1; 1978.).

Gradualmente, as pessoas com TMG são integradas à comunidade, o que significa que as responsabilidades pelos cuidados dessas pessoas são transferidas da instituição para a comunidade(1313. Mendiondo Osinaga VL, Ferreira Furegato AR, Ferreira Santos JL. Users of three psychiatric services: profile and opinion. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2007;15(1):70-7. doi: 10.1590/S0104-11692007000100011.
https://doi.org/10.1590/S0104-1169200700...
). Estima-se que entre 40 e 90% das pessoas que sofrem de problemas mentais permanecem em contato próximo ou moram com familiares(1414. Salud Mental en Europa (Internet). Cuidadores y familiares de las personas con problemas mentales. En: Salud Mental en Europa. Políticas y prácticas. Líneas futuras en Salud Mental [internet]. Barcelona: Ministerio de Sanidad y Consumo, Observatorio del Sistema Nacional de Salud de la Dirección General de la Agencia de Calidad del Sistema Nacional de Salud; 2007; [acesso em: 3 dez 2013]; p. 417-40. Disponível em: http://www.msc.es/organizacion/sns/planCalidadSNS/pdf/equidad/saludMentalEuropa.pdf
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). Esse novo modelo de atenção comunitária à saúde mental implica cuidados compartilhados da pessoa com TMG. Os agentes responsáveis por esse cuidado são profissionais de saúde (cuidado formal) e cuidadores familiares (cuidado informal). A famílias assumem um papel ativo no cuidado de familiares doentes, fazendo com que ele seja um recurso viável e inevitável no contexto da comunidade(1515. Fornés Vives J. Plan de cuidados de apoyo al cuidador informal. In: Fornés Vives J. Enfermería de salud mental y psiquiátrica: planes de cuidados. Madrid: Médica Panamericana; 2005. p. 211-21.

16. Jorge MSB, Ramírez ARA, Lopes CHAF, Queiroz MVO, Bastos VB. Representações sociais das famílias e dos usuários sobre participação de pessoas com transtorno mental. Rev Esc Enferm USP. 2008;42(1):135-42. doi: 10.1590/S0080-62342008000100018.
https://doi.org/10.1590/S0080-6234200800...
-1717. Silva MB, Sadigursky D. Representações sociais sobre o cuidar do doente mental no domicílio. Rev Bras Enferm. 2008;61(4):428-34. doi: 10.1590/S0034-71672008000400005.
https://doi.org/10.1590/S0034-7167200800...
).

Um estudo Europeu(1818. European Federation of Associations of Families of People with Mental Illness (EUFAMI). The silent partners: The needs of the caring family of people with a severe mental illness. A European perspective. An overview of the EUFAMI survey into carers' needs. EUFAMI; 1996. [acesso em: 3 dez 2013]. Disponível em: http://www.eufami.org/images/eufami/main/file/silent_partners.pdf
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) que incluiu 442 cuidadores de pessoas com TMG fornece informações sobre os perfis dos cuidadores, revelando os seguintes dados: mulheres (73-88%), idade média (51-66 anos), porcentagem de cuidadores que moram com familiares doentes (21-84%), cuidador que trabalha fora de casa (25%), período de cuidados maior do que 10 anos (48-61%) e mínimo de 31 horas semanais dedicadas aos cuidados (13-48%).

As mudanças no modelo de atenção à saúde mental de asilo para o modelo comunitário têm repercussões sobre o cuidado proporcionado. Pessoas com TMG convivem, em maior parte, com a família; assim, seus cuidados recaem sobre profissionais de saúde e familiares. O cuidado compartilhado, formal e informal, é um ponto chave para o desenvolvimento positivo do indivíduo na comunidade; por essa razão, profissionais de atenção primária à saúde precisam de cuidadores informais. O profissional de enfermagem em saúde mental cuida do indivíduo com TMG com a ajuda do cuidador familiar. Portanto, nos perguntamos: O que conhecemos sobre o cuidado familiar em casa para pessoas com TMG? Essa é uma realidade que deve ser analisada com mais cuidado, e esse é o objetivo deste estudo.

Método

Utilizando uma abordagem qualitativa, este estudo analisa a produção científica sobre o cuidado familiar de pessoas com TMG durante a última década. A implementação do estudo envolveu uma revisão integrativa da literatura através de um processo de sistematização e análise dos resultados dirigido à compreensão de um determinado tema a partir de estudos independentes(1919. Ganong LH. Integrative reviews of nursing research. Res Nurs Health. 1987;10(1):1-11.).

As seguintes etapas devem ser seguidas para realizar a revisão (existem pequenas variações entre os autores)(1919. Ganong LH. Integrative reviews of nursing research. Res Nurs Health. 1987;10(1):1-11.

20. Whittemore R, Knafl K. The integrative review: update methodology. J Adv Nurs. 2005;52(5):546-53.

21. Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saude e na enfermagem. Texto Contexto Enferm. 2008;17(4):758-64. doi: 0.1590/S0104-07072008000400018
-2222. Souza MT, Silva MD, Carvalho R. Integrative review: what is it? How to do it? Rev Einstein. 2010; 8(1):102-6. ): seleção da pergunta da pesquisa; definição dos critérios de inclusão e exclusão; categorização dos estudos selecionados; análise crítica dos achados através da identificação de diferenças e conflitos; interpretação dos achados; e síntese das informações encontradas.

A seleção da pergunta resulta da necessidade de determinar a produção científica sobre o cuidado familiar de pessoas com TMG em casa. A pesquisa foi conduzida em fevereiro e março de 2013, como parte de um estudo mais amplo sobre o cuidado familiar de pessoas com TMG em casa.

A estratégia para a identificação e seleção do artigo consistiu em buscar artigos científicos indexados em bases de dados (BD) de várias áreas do conhecimento científico (enfermagem, psiquiatria, psicologia e educação), tanto de fontes do Estado (Cuidatge, CUIDEN, IME e ISOC) quanto de fontes internacionais (CINALH, Cochrane, Eric, IBECS, JBI Connect, LILACS, PsycInfo e PubMed, SciELO, Scopus).

A estratégia de busca baseou-se nas palavras-chave "cuidadores familiares", "transtorno mental grave" e "hogar" (lar), que apareciam no título ou no resumo, através de linguagem natural (espanhol e inglês) e linguagem controlada (DeCS e MeSH). A busca foi limitada aos anos de 2003 a 2013 e aos seguintes idiomas: espanhol, inglês e português. Para atender aos critérios de inclusão, os artigos tinham de conter as três palavras-chave, investigar populações maiores de idade (maior ou igual a 18 anos) e ter sido escritos em qualquer um dos idiomas citados. Os artigos eram excluídos se não cumprissem algum dos critérios de inclusão citados.

Após chegar a um consenso sobre as informações relevantes de cada artigo, os pesquisadores as sintetizavam. As variáveis de pesquisa e uma definição operacional das informações reunidas são apresentadas na Figura 1. As variáveis são categóricas/qualitativas e politômicas(2323. Salamanca Castro AB. El aeiou de la investigación en enfermería. Madrid: FUDEN; 2011.).

Figura 1 -
Relação das variáveis estudadas em artigos científicos. Castelló de la Plana, Espanha, 2013

Os artigos foram selecionados de acordo com os critérios de inclusão e as variáveis pesquisadas foram definidas através de revisão por pares. Posteriormente, as informações foram inseridas em uma planilha criada especificamente para esse propósito. Discrepâncias entre os revisores foram resolvidas por consenso. Os dados obtidos foram tratados estatisticamente através de distribuição de frequências utilizando uma planilha eletrônica.

Resultados

A estratégia de busca retornou um total de 787 artigos. Somente 85 (10,80%) cumpriam os critérios de inclusão. A distribuição de artigos por BD é apresentada na Tabela 1. Dos 85 artigos selecionados, somente 1 (1,18%) apareceu em três BDs; 8 (9,41%) deles foram encontrados em duas BDs e os 76 (89,41%) artigos restantes não se repetem em nenhuma BD.

Tabela 1 -
Localização de artigos nas BDs consultadas. Castelló de la Plana, Espanha, 2013

As BDs com maior precisão e especificidade em relação à estratégia de busca e aos critérios de inclusão foram JBI ConNECT, com 100% dos artigos selecionados e Cochrane Plus, com 81,81% dos artigos selecionados. A SciELO contribuiu com 33% dos artigos selecionados e a IBECS com 25,71%. CINAHL (12,82%), Scopus (11,29%), LILACS (12%), PubMed (6,82%), CUIDEN (5%) e Cuidatge (2,7%) vieram em seguida.

Os artigos selecionados foram encontrados em 61 periódicos científicos de diferentes áreas (saúde, social, econômica e educativa) e disciplinas (enfermagem, medicina, psicologia e sociologia). Havia 22 (36%) periódicos sobre enfermagem. O Brasil foi o país com o maior número de periódicos, com 8 periódicos, seguido pela Grã-Bretanha, com 4, e os EUA, com 3 periódicos.

Um total de 9 temas relacionados a cuidadores familiares (CF) foram identificados com base no conteúdo dos artigos. Esses temas são apresentados na Tabela 2.

Tabela 2 -
Principais temas dos artigos. Castelló de la Plana, Espanha, 2013

Em relação ao número de autores, há três autores em 20 (23,52%) artigos; dois autores em 15 (17,65%); quatro autores em 13 (15,29%); mais do que seis autores em 13 (15,29%); cinco autores em 10 (11,76%); seis autores em 7 (8,23%) e um único autor em 7 (8,23%) artigos. O ano de 2012 é o ano em que a maioria dos artigos foi publicada, 12 no total, seguido por 2007, com 11, e 2010, com 10 artigos.

Em relação ao local de trabalho, vale destacar que somente 38 (44,7%) artigos foram escritos em instituições educacionais (universidades); seguidos por 9 (10,59%) artigos escritos conjuntamente por instituições educativas e hospitais. Em 31 (36,47%) artigos, nenhum dado foi encontrado nessa variável. Os países com a maior contribuição científica foram Brasil, com 16 trabalhos (18,8%); EUA, com 15 (17,6%); Espanha, com 6 (7%); e Reino Unido, com 5 (5,9%). Quando agrupados por continente, a América se destaca com 37 (43,6%) artigos, seguida pela Europa, com 21 (24,7%).

Em 98,82% dos artigos, a população estudada está representada por cuidadores informais em sua comunidade ou local de residência. Em somente 1,18% dos casos, a população estudada era o indivíduo com TMG. Mesmo quando os cuidadores são a única população estudada, em 57,64% dos estudos, eles não são a única população estudada nessa área. Os CFs e as pessoas com TMG aparecem em 35,3% dos estudos, enquanto 3,53% dos artigos focam nos CFs e nos cuidadores formais. Por fim, 2,35% dos artigos analisados focam em pessoas com TMG e ambos os tipos de cuidadores.

Em relação ao tipo de estudo, 71 (83,54%) deles eram primários e 7 (8,23%) secundários. Outros tipos de estudo abordaram a validação de instrumentos de avaliação (7,06%) e 1,17% não forneceram dados. Em relação ao delineamento metodológico, 25 (29,42%) estudos apresentaram uma análise qualitativa e 46 (54,12%) uma análise quantitativa. Dentro da metodologia qualitativa, os estudos foram classificados da seguinte maneira: 3 (12%) etnográficos, 7 (28%) fenomenológicos, 5 (20%) teoria fundamentada, 1 (4%) investigação-ação participativa, 3 (12%) biográficos e 6 (24%) qualitativos sem especificação. Em relação à metodologia quantitativa, 8 (17,39%) eram ensaios clínicos randomizados, 31 (67,40%) descritivos, 3 (6,52%) de coortes, 1 (2,17%) caso-controle e 3 (6,52%) quasi-experimentais.

Em relação à coleta de dados, 38,14% eram questionários; 37,11% escalas e 12,37% entrevistas semiestruturadas. Somente 4,12% incluíram a BD para esse fim. As outras técnicas qualitativas não excederam 4%, e 2,58% dos artigos não forneceram dados. Em relação ao tratamento dos dados, os testes estatísticos mais utilizados foram os univariados (28,57%) e os bivariados (27,82%). O uso da análise de conteúdo alcançou 17,30% e a análise multivariada 12,78%. Um total de 9,02% dos artigos não forneceram dados.

Discussão

As revisões integrativas constituem um tipo de pesquisa que combina pesquisa experimental e não experimental para obter uma compreensão completa do fenômeno analisado, integrando dados da literatura empírica e teórica(2121. Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saude e na enfermagem. Texto Contexto Enferm. 2008;17(4):758-64. doi: 0.1590/S0104-07072008000400018 ). Esse tipo de pesquisa não só expande o conhecimento sobre o tema estudado, mas também apresenta uma síntese do estado da questão e detecta lacunas no conhecimento para análises futuras.

Investigar a produção científica relacionada aos cuidadores familiares de pessoas com TMG requer uma abordagem multidisciplinar, já que diferentes áreas e disciplinas estão envolvidas. Tal abordagem é implementada consultando diferentes bases de dados. A consulta em 14 BDs multidisciplinares permitiu aproximar-se do número máximo de artigos. Por outro lado, ao restringir o escopo da pesquisa para TMG dentro do contexto do lar, somente um décimo dos artigos encontrados atenderam os critérios de inclusão (85 estudos de 787).

O foco no cuidado familiar em casa implicou buscas em BD precisas e específicas e o uso de estratégias de busca e critérios de inclusão(2424. Rodríguez Yunta L. Evaluación e indicadores de calidad en bases de datos. Rev Esp Doc Cient. 1998; 21(1):9-23. [acesso em: 21 jan 2014]. Disponível em: http://redc.revistas.csic.es/index.php/redc/issue/view/40
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). Nesse caso, essas BDs foram JBI ConNECT e Cochrane Plus, ambas cruciais para a prática clínica baseada em evidências. Ainda assim, este estudo não deve ser um impedimento para pesquisas futuras sobre outros tipos de estudos descritivos em diferentes BDs(2121. Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saude e na enfermagem. Texto Contexto Enferm. 2008;17(4):758-64. doi: 0.1590/S0104-07072008000400018 ) que permitam aumentar o conhecimento de CF de pessoas com TMG em casa.

Os 85 artigos científicos foram publicados em 61 periódicos científicos diferentes. Essa pluralidade de publicações detectadas reflete a importância do cuidado familiar de pessoas com TMG tanto nas disciplinas sociais como nas disciplinas de saúde. O estudo meticuloso dessas publicações mostrou que mais de um terço dos periódicos examinados correspondem ao escopo de conhecimento em enfermagem. Isso constitui um achado significante, já que a estratégia de busca não incluiu palavras-chave como "enfermeria" (enfermagem) (DeCS) e "nursing" (enfermagem) (MeSH) e não foi limitada a bases de dados específicas para essa disciplina.

Dos 22 (100%) periódicos no campo científico da enfermagem, 11 (50%) tiveram um fator de impacto(2525. ISI Web of Knowledge [internet]. New York: Thomson Reuters; 2013 [acesso em: 18 jan 2014]. Disponível em: http://admin-apps.webofknowledge.com/JCR/JCR
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). Esse fato mostra que o cuidado familiar de pessoas com TMG em casa é um tema de interesse tanto para novos pesquisadores em enfermagem como para enfermeiros com uma trajetória de pesquisa bem estabelecida.

Mais da metade dos periódicos da área de enfermagem foram publicados no continente americano, seguidos por Europa e Austrália. O principal país editor foi o Brasil, seguido pelo Reino Unido e pelos EUA. Um estudo de Juve Udina et al.(2626. Juvé Udina ME, Pastor Mailing L, Estrem Cuesta MM, Blanco Aguilar C, Verge Monedero JM, Coiduras Charles A, et al. ¿De qué se ocupan las enfermeras? Estudio Transversal de la Producción científica Enfermera. Nursing. 2011;29(10):56-9.) sobre a produção científica em enfermagem aponta países anglo-saxões como os maiores produtores de publicações nessa área (conhecido como o efeito Nightingale), e países emergentes, particularmente China Taiwan e Brasil, ocupam o segundo lugar (como efeito do desenvolvimento econômico). Esses resultados diferem dos apresentados neste estudo, possivelmente pela especificidade do tema pesquisado. O estudo mencionado anteriormente(26) examina a produção científica em enfermagem de modo geral, enquanto esta revisão está limitada ao cuidado familiar de pessoas com TMG em casa. Nesse sentido, o Brasil poderia ser o principal produtor de artigos, particularmente porque durante o desenvolvimento deste estudo, o país estava implementando uma reforma psiquiátrica. Por outro lado, a ausência de publicações sobre este tema em países Asiáticos específicos, como China e Taiwan, poderia apontar para uma diferente taxa de evolução na reforma psiquiátrica ou poderia estar relacionada aos critérios de inclusão desta revisão.

Observa-se um aumento constante na produção de artigos durante o período investigado, apresentando uma tendência ascendente de 2005 a 2012. Esse aumento poderia ser devido à visibilidade do cuidado familiar e à necessidade evidente de trabalho conjunto entre profissionais de saúde e cuidadores informais no campo da saúde mental. O trabalho conjunto formal-informal representa uma aposta em direção à sustentabilidade do sistema. A maioria dos artigos sobre cuidado familiar são escritos por vários autores, o que indica que esse tema normalmente é examinado em equipes. Além disso, os centros universitários destacam-se na publicação de artigos. No entanto, a colaboração entre os âmbitos clínico e docente está se tornando uma realidade. Essa colaboração pedagógica-clínica é essencial para obter as melhores evidências e para sua aplicação na prática clínica.

A maioria dos artigos analisados aqui são estudos primários. Esses estudos servem como base para estudos futuros, incluindo estudos secundários, que facilitam a produção de dados para a prática clínica. Estudos sobre o cuidado familiar de pessoas com TMG em casa apresentaram delineamentos quantitativos, colocando a metodologia qualitativa em segundo plano. Além disso, há uma evidente falta de estudos de longo prazo (estudos longitudinais) que acompanhem o cuidado familiar e explorem suas forças e fraquezas para identificar futuras áreas com necessidade de melhora no cuidado. Diante dessa constatação, a natureza da enfermagem como disciplina deveria ser revisada em vista das potenciais contribuições que a metodologia qualitativa pode oferecer. A prestação de cuidados para indivíduos de maneira holística requer uma investigação qualitativa capaz de explorar a complexidade e o contexto sociocultural do indivíduo(2323. Salamanca Castro AB. El aeiou de la investigación en enfermería. Madrid: FUDEN; 2011.). Aprofundar o conhecimento sobre as experiências relacionadas ao cuidado familiar requer muita atenção, e os profissionais de enfermagem estão plenamente capacitados para esse fim. A metodologia qualitativa irá fornecer uma melhor compreensão da prática de cuidado familiar(27).

Quanto à temática, o tema mais estudado é sobrecarga de trabalho, particularmente do cuidador familiar. A preocupação com esse tema pode resultar de mudanças no modelo de atenção à saúde mental(1111. Desviat M, Moreno A. Las reformas tardías. In: Desviat M, Moreno A. Acciones de salud mental en la comunidad. Madrid: Asociación Española de Neuropsiquiatría; 2012. p. 37-48. ) no contexto internacional, mudando do cuidado formal para o cuidado informal. Na Espanha, os cuidadores familiares fornecem 88% do cuidado enquanto 12% depende de cuidadores formais (28-29).

Analisar a perspectiva subjetiva de cuidadores familiares, o segundo tema mais investigado, permite que profissionais de saúde obtenham um melhor entendimento do cuidado familiar. Como resultado, esse maior conhecimento pode ser utilizado no desenvolvimento de guias e espaços de treinamento para cuidadores familiares, sejam eles iniciantes ou não, de pessoas com TMG na casa da família, aplicando assim os conhecimentos da pesquisa à prática clínica. Diferentes autores(1414. Salud Mental en Europa (Internet). Cuidadores y familiares de las personas con problemas mentales. En: Salud Mental en Europa. Políticas y prácticas. Líneas futuras en Salud Mental [internet]. Barcelona: Ministerio de Sanidad y Consumo, Observatorio del Sistema Nacional de Salud de la Dirección General de la Agencia de Calidad del Sistema Nacional de Salud; 2007; [acesso em: 3 dez 2013]; p. 417-40. Disponível em: http://www.msc.es/organizacion/sns/planCalidadSNS/pdf/equidad/saludMentalEuropa.pdf
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,3030. Schulz R, Sherwood PR. Physical and mental health effects of family caregiving. Am J Nurs. 2008;108(9):23-7.

31. Rogero-García, J. Las consecuencias del cuidado familiar sobre el cuidador: Una valoración compleja y necesaria. Index Enferm. 2010;19(1):47-50. [acesso em: 28 jan 2014]. Disponível em: <http://www.index-f.com/index-enfermeria/v19n1/7060.php>
http://www.index-f.com/index-enfermeria/...
-3232. Caussa A. Formación y prácticas significativas. Revista de Educación Social, 2011; julio 13: 1-14. [acesso em: 31 jan 2014]. Disponível em: http://www.eduso.net/res.
http://www.eduso.net/res...
) apontaram a importância de analisar a percepção do cuidador na avaliação do impacto do cuidado familiar e os aspectos positivos de cuidar de um membro da família. Ampliar o horizonte dos cuidados de saúde em enfermagem trará uma nova perspectiva sobre aspectos e efeitos positivos do cuidado familiar em casa assim como sobre aspectos negativos bem estudados, como o esgotamento do cuidador(3030. Schulz R, Sherwood PR. Physical and mental health effects of family caregiving. Am J Nurs. 2008;108(9):23-7.,3333. Tweedell D, Forchuk C, Jewell J, Steinnagel L. Families' experience during recovery or nonrecovery from psychosis. Arch Psychiatr Nurs. 2004;18(1):17-25.). Também é necessário realizar mais estudos sobre a prevenção e o cuidado da saúde do cuidador familiar(3131. Rogero-García, J. Las consecuencias del cuidado familiar sobre el cuidador: Una valoración compleja y necesaria. Index Enferm. 2010;19(1):47-50. [acesso em: 28 jan 2014]. Disponível em: <http://www.index-f.com/index-enfermeria/v19n1/7060.php>
http://www.index-f.com/index-enfermeria/...
).

Finalmente, em relação aos recursos, destacam-se os artigos que analisam a implementação de novas tecnologias no campo da saúde mental.

Em relação às limitações deste estudo, a variabilidade internacional do significado da palavra-chave hogar/home (casa/lar) introduziu uma interferência na seleção de artigos ao introduzir artigos que não correspondem ao tema deste estudo. As diferenças entre os sistemas de saúde mental e seu desenvolvimento variado na atenção primária à saúde é outra das limitações encontradas(1111. Desviat M, Moreno A. Las reformas tardías. In: Desviat M, Moreno A. Acciones de salud mental en la comunidad. Madrid: Asociación Española de Neuropsiquiatría; 2012. p. 37-48. ,3434. Rodríguez J, González R, editors. La Reforma de la Servicios de Salud Mental: 15 años después de la Declaración de Caracas. Washington (DC): OPS; 2007. 331 p.). Cada país apresenta diferentes graus de desenvolvimento dos recursos de saúde, apesar das recomendações feitas por agências internacionais.

Os fatores sociais, políticos, econômicos e de desenvolvimento das profissões de saúde em cada país também devem ser considerados. Esses fatores podem, por sua vez, influenciar a produção científica. Finalmente, a literatura cinza (teses de doutorado, relatórios não publicados etc.) sobre o tema também deve ser considerada.

Conclusões

As bases de dados com maior experiência na área da saúde são as que hospedam mais artigos sobre o tema deste estudo. Por outro lado, a busca em bases de dados específicas sobre educação, ciências sociais ou psicologia não contribuiu com artigos para esta revisão.

Uma ampla gama de periódicos são sensíveis ao tema estudado e um terço deles pertence à área da enfermagem. Esse fato mostra o interesse de pesquisadores em enfermagem em relação ao cuidado familiar de pessoas com TMG. Isso destaca a importância do cuidado na ciência da enfermagem e tanto pesquisadores novos quanto experientes devem focar na produção científica sobre prestação de cuidados.

Estudos primários constituem grande parte das pesquisas analisadas. De acordo com o paradigma predominante em ciências da saúde, a metodologia quantitativa tem maior peso nesta revisão.

A sobrecarga familiar foi o tema mais estudado; no entanto, a pesquisa relacionada às perspectivas subjetivas sobre o cuidado familiar e ao relacionamento cuidador profissional-cuidador familiar começa a ser representada em estudos sobre o cuidado de pessoas com TMG em casa. Um conhecimento mais exaustivo sobre o cuidado familiar de pessoas com TMG em casa - através do aumento da pesquisa em todas as disciplinas - permitirá documentar o progresso e os obstáculos ao cuidado familiar, assim como reorientar os recursos para atender melhor às necessidades do cuidador familiar de pessoas com TMG. Profissionais de enfermagem e cuidadores formais que já atendem os cuidadores informais familiares - ou que serão progressivamente obrigados a fazê-lo pela reforma da saúde mental - poderão aplicar essa análise no desenvolvimento de sua prática clínica.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Feb-Apr 2015

Histórico

  • Recebido
    02 Maio 2014
  • Aceito
    04 Dez 2014
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