Objetivo avaliar a efetividade de uma intervenção educativa com trabalhadores da limpeza e higienização hospitalar na proteção de agravos por agentes biológicos.
Método estudo prospectivo, quase experimental, do tipo antes e depois, com grupo único, com a análise do comportamento dos trabalhadores na adesão ao cumprimento às precauções-padrão. A coleta de dados ocorreu com 106 trabalhadores da limpeza e higienização por meio de questionário demográfico e ocupacional e de conhecimento e comportamento referido sobre a prevenção de agravos por agentes biológicos. Realizada a observação do comportamento dos participantes relacionados à biossegurança, pré e pós-intervenção educativa. Análise estatística descritiva e inferencial.
Resultados 77,4% dos trabalhadores são do sexo feminino, aproximadamente 42% têm até um ano de serviço. Quanto ao grau de escolaridade, 39,6% do Ensino Médio completo e 29,2% Ensino Fundamental incompleto. Mediana do escore de adesão às precauções-padrão: pré-intervenção 14 pontos e pós-intervenção 17 pontos. Dentre a observação antes da paramentação a adesão da higienização das mãos com água e sabão de 41,7% para 75,0% após a intervenção.
Conclusão a intervenção educativa, fundamentada em oficinas teórico-práticas e metodologias ativas, melhorou a adesão às práticas de biossegurança, evidenciada tanto pelo comportamento relatado quanto pela observação direta. A liderança e o compromisso dos gestores hospitalares são cruciais para a continuidade da educação e as práticas de biossegurança, assegurando a segurança dos profissionais e pacientes. Estudos futuros devem focar na saúde dos trabalhadores de limpeza e higienização hospitalar, incluindo os programas educativos e a relação entre suas atividades e a segurança dos pacientes contra as infecções nos serviços de saúde.
Descritores:
Educação Continuada; Saúde Ocupacional; Zeladoria Hospitalar; Equipamento de Proteção Individual; Exposição Ocupacional; Capacitação em Serviço
Destaques:
(1) Inclusão dos profissionais de higienização e limpeza hospitalar para biossegurança. (2) Educação permanente para a promoção da biossegurança entre trabalhadores da limpeza. (3) Educação permanente por meio de metodologias ativas. (4) Educação permanente promove a adesão aos EPIs em trabalhadores da limpeza hospitalar.
Objective to evaluate the effectiveness of an educational intervention with hospital cleaning and sanitizing workers in protecting against injuries caused by biological agents.
Method this was a prospective, quasi-experimental, before-and-after study with a single group, analyzing workers’ behavior regarding adherence to standard precautions. Data was collected from 106 cleaning and sanitizing workers through a demographic and occupational questionnaire and a knowledge and behavioral survey on preventing diseases caused by biological agents. Participants’ behavior related to biosafety was observed before and after the educational intervention. Descriptive and inferential statistical analysis.
Results 77.4% of the workers are female and approximately 42% have worked for up to a year. As for the level of education, 39.6% had completed high school and 29.2% had incomplete primary education. The median score for adherence to standard precautions: pre-intervention 14 points and post-intervention 17 points. Among the observations before dressing, adherence to hand hygiene with soap and water rose from 41.7% to 75.0% after the intervention.
Conclusion the educational intervention, based on theoretical-practical workshops and active methodologies, improved adherence to biosafety practices, as evidenced by both reported behavior and direct observation. The leadership and commitment of hospital managers are crucial for the continuity of education and biosafety practices, ensuring the safety of professionals and patients. Future studies should focus on the health of hospital cleaning and sanitizing workers, including educational programs and the relationship between their activities and patient safety against infections in healthcare services.
Descriptors:
Continuing Education; Occupational Health; Hospital Housekeeping; Personal Protective Equipment; Occupational Exposure; Inservice Training
Highlights:
(1) Including hospital hygiene and cleaning professionals in biosafety. (2) Continuing education to promote biosafety among cleaning workers. (3) Continuing education using active methodologies. (4) Continuing education to promote adherence to PPE among hospital cleaning workers.
Objetivo evaluar la efectividad de una intervención educativa en los trabajadores de la limpieza e higienización hospitalaria en la protección de daños causados por agentes biológicos.
Método estudio prospectivo, casi experimental, del tipo antes y después, con grupo único, con el análisis del comportamiento de los trabajadores en la adhesión al cumplimiento de las precauciones estándar. La recolección de datos se realizó en 106 trabajadores de la limpieza e higienización, por medio de un cuestionario demográfico, ocupacional, de conocimiento y comportamiento sobre la prevención de daños causados por agentes biológicos. Se observó el comportamiento de los participantes relacionados a la bioseguridad, pre y post-intervención educativa. El análisis fue estadístico descriptivo e inferencial.
Resultados 77,4% de los trabajadores eran del sexo femenino; aproximadamente 42% tenían hasta un año de servicio. En cuanto al grado de escolaridad, 39,6% tenían la Enseñanza Media completa y 29,2% la Enseñanza Fundamental incompleta. La mediana del puntaje de adhesión a las Precauciones Estándar fue: pre intervención 14 puntos y post-intervención 17 puntos. Entre la observación antes de cambiar la ropa por vestimentas adecuadas, la adhesión a la higienización de las manos con agua y jabón fue de 41,7% pasando para 75,0% después de la intervención.
Conclusión la intervención educativa, fundamentada en talleres teórico-prácticos y metodologías activas, mejoró la adhesión a las prácticas de bioseguridad, lo que fue evidenciado tanto por el comportamiento relatado como por la observación directa. El liderazgo y el compromiso de los gestores hospitalarios son cruciales para la continuidad de la educación y las prácticas de bioseguridad, lo que aumenta la seguridad de los profesionales y pacientes. Estudios futuros deben enfocarse en la salud de los trabajadores de la limpieza e higienización hospitalaria, incluyendo los programas educativos y la relación entre sus actividades y la seguridad de los pacientes contra las infecciones en los servicios de salud.
Descriptores:
Educación Continua; Salud Laboral; Servicio de Limpieza en Hospital; Equipo de Protección Personal; Exposición Profesional; Capacitación em Servicio
Destacados:
(1) Inclusión de profesionales de higienización y limpieza hospitalaria en las normas de bioseguridad. (2) Educación permanente para la promoción de la bioseguridad entre los trabajadores de la limpieza. (3) Educación permanente por medio de metodologías. (4) La educación permanente promueve la adhesión a los EPIs en trabajadores de la limpieza hospitalaria.
Introdução
Biossegurança é definida pelas ações destinadas à prevenção, ao controle, à redução ou à eliminação de riscos advindos das atividades que possibilitem o comprometimento da qualidade de vida, da saúde humana e do meio ambiente(1). Os riscos se classificam em físicos, biológicos, químicos, ergonômicos ou de acidente, os quais são meios de contaminação seja em laboratórios de pesquisa ou em unidades de saúde(2).
Os microrganismos patogênicos representam uma preocupação significativa em ambientes fechados, especialmente em serviços como hospitais, devido ao risco de provocar infecções hospitalares(3). Portanto, os profissionais que atuam nesses ambientes estão mais suscetíveis às doenças infecciosas devido à exposição frequente a vírus, bactérias e fungos durante o trabalho(4).
Nessa perspectiva, é notável a importância do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) por funcionários hospitalares, considerando a Norma Regulamentadora (NR) nº 6 do Ministério do Trabalho que define que o EPI é “todo o dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos à segurança e saúde no trabalho”(5).
Destaca-se que os trabalhadores de limpeza e higienização hospitalar manuseiam diariamente potenciais agentes infectantes que podem se configurar em grande núcleo contaminador, caso não gerenciados corretamente(6). Apesar do reconhecimento global da importância da limpeza em cuidados de saúde, os trabalhadores da limpeza continuam subvalorizados, sendo frequentemente ignorados pelo pessoal clínico em enfermarias movimentadas(7).
Da mesma forma, implementar abordagens de educação em saúde dos agentes de limpeza pode aprimorar seu conhecimento sobre a biossegurança, contribuindo, assim, para um controle mais eficaz de infecções em ambientes de saúde(8).
Para tanto, destaca-se a importância da Educação Permanente em Saúde (EPS) na construção do aprendizado no cotidiano da equipe de trabalho. A EPS abrange as atividades educativas em saúde, gestão e controle social, visando analisar criticamente as necessidades dos usuários e promover mudanças na realidade do trabalho em saúde(9-9). Fortalecer a cultura de segurança dentro das instalações de saúde e fornecer treinamento contínuo são componentes essenciais da EPS, contribuindo para a proteção dos trabalhadores(11).
Diante desse contexto, torna-se evidente a necessidade de estudos que abordem a EPS com trabalhadores de limpeza e higienização hospitalar, com foco em biossegurança. Assim, surgem as questões norteadoras: “Qual a efetividade de uma intervenção educativa na adesão às medidas de biossegurança por trabalhadores de limpeza e higienização hospitalar na proteção contra os agravos causados por agentes biológicos?” e “Atividades de EPS podem contribuir na proteção destes trabalhadores de agravos causados por agentes biológicos?”.
As contribuições deste estudo para a área hospitalar são múltiplas. Primeiramente, ao evidenciar a importância de intervenções educativas na adesão às práticas de biossegurança, o estudo poderá proporcionar um ambiente mais seguro, tanto para os profissionais de saúde quanto para os pacientes. Além disso, a formação contínua e específica dos trabalhadores de limpeza e higienização poderá reduzir a incidência de infecções hospitalares, melhorando a qualidade do atendimento e os resultados clínicos. Por fim, ao promover a conscientização e o treinamento adequado, espera-se que este estudo contribua para a construção de uma cultura organizacional voltada à segurança e à prevenção de riscos, fortalecendo as políticas institucionais de saúde e segurança no trabalho.
Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar a efetividade de uma intervenção educativa com os trabalhadores de limpeza e higienização hospitalar na proteção contra os agravos causados por agentes biológicos.
Método
Delineamento do estudo
Trata-se de um estudo prospectivo, quase experimental, do tipo antes e depois, de grupo único, com a análise do comportamento dos trabalhadores na adesão ao cumprimento às precauções-padrão para a proteção de agravos causados por agentes biológicos. A redação deste estudo foi norteada pelo checklist do Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (Standards for Quality Improvement Reporting Excellence) (SQUIRE)(12).
Cenário da pesquisa
O estudo foi desenvolvido em uma unidade de saúde de grande porte, localizada no estado de Tocantins, Brasil. A instituição atende 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e é caracterizada como hospital de ensino, geral, público, de nível terciário. Este foi selecionado por tratar-se de um hospital escola e local onde as equipes de trabalhadores da limpeza e higienização atuam em ambientes com alto risco de infecção por material biológico. Os setores que fizeram parte desta pesquisa foram: pronto-socorro adulto, centro cirúrgico e internações.
População, critérios de seleção e definição da amostra
Todos os trabalhadores da limpeza e higienização hospitalar atuantes nas unidades da instituição foram convidados a participar do estudo. Adotaram-se como critérios de inclusão: ser trabalhador da limpeza e higienização hospitalar vinculado ao hospital pesquisado, não estar com desvio de função ou em cargo de chefia. Foram excluídos os que estavam afastados por qualquer motivo durante o período da coleta de dados e os que não participaram da intervenção educativa.
Para as etapas de observação, utilizou-se como critério de elegibilidade a participação nas demais etapas da pesquisa. Para o cálculo do tamanho amostral considerou-se a população 123 trabalhadores, adotou-se o intervalo de confiança de 99%, erro amostral de 5%, resultando em uma amostra mínima de 104 trabalhadores. Considerou-se as possíveis perdas devido a recusas ou afastamentos, e todos os trabalhadores presentes no ambiente laboral foram convidados a participar do estudo. Na pré-intervenção participaram 115 trabalhadores por meio de respostas aos questionários; na intervenção educativa participaram 106 trabalhadores, assim como na pós-intervenção.
Assim, 106 trabalhadores participaram de todas as etapas, constituindo a amostra final composta por aqueles que participaram tanto da etapa pré-intervenção quanto da intervenção e pós-intervenção.
Para a observação dos pesquisadores sobre a adesão às medidas de biossegurança na atividade laboral pelos trabalhadores da limpeza e higienização hospitalar, tanto na etapa de pré-intervenção, quanto na pós-intervenção, foram observados 12 trabalhadores; essa amostra aleatória simples representou cerca de 10% do total de participantes da primeira etapa da pesquisa.
Instrumentos utilizados
O instrumento de coleta de dados foi composto por um questionário, constituído por três partes: (1) demográfico e ocupacional; (2) conhecimento e comportamento referido sobre a prevenção de agravos por agentes biológicos; e (3) indagações sobre os tipos de EPI utilizados para as precauções baseadas na transmissão.
O questionário demográfico e ocupacional foi construído pelos autores deste estudo, contendo os seguintes itens: sexo biológico, idade, escolaridade, turno de trabalho e tempo de trabalho, participação prévia em capacitação sobre EPI (pré-intervenção).
O questionário de conhecimento e comportamento referido sobre a prevenção de agravos por agentes biológicos (pré e pós-intervenção) foi adaptado da escala da versão brasileira da Compliance With Standard Precautions Scale (CSPS-PB)(13), validada por meio de processos metodológicos como: tradução, consenso entre juízes, retrotradução, validação semântica e pré-teste.
A escala CSPS representa as alternativas para medir a adesão dos profissionais de Enfermagem na prática de controle da infecção. Devido à falta de instrumentos específicos para os trabalhadores da limpeza e higienização hospitalar e buscando a adequação a sua atividade laboral, o questionário adaptado a partir do CSPS foi mantido com 20 itens. Desses, os itens 3, 6, 7, 12, 13, 14, 15, 16 e 17 permaneceram inalterados em relação ao original. Os itens 1, 8, 10 e 19 foram modificados, enquanto os itens 2, 4, 5, 9, 11, 18 e 20 foram removidos. Além disso, foram adicionados sete novos itens relacionados ao uso de máscaras, paramentação e desparamentação dos EPIs. Previamente, o pré-teste foi realizado com alguns trabalhadores da limpeza e higienização hospitalar da instituição onde ocorreu o estudo.
Ao seguir os mesmos pressupostos da CSPS-PB, o questionário ficou com quatro opções de respostas que indicaram a frequência do cumprimento às precauções-padrão (PP), compreendendo “sempre”, “muitas vezes”, “raramente” ou “nunca”. Considerou-se, ainda, que os profissionais deveriam aderir integralmente às PP, sendo esperado que a opção “sempre” totalizasse a maioria das respostas(13).
O escore de cumprimento às PP varia de zero a 20, e quanto mais próximo de 20, melhor a adesão dos profissionais. Para a opção de resposta “sempre” foi atribuído o escore de “um” e para as opções “muitas vezes”, “raramente” ou “nunca” o escore atribuído foi “zero”.
Para registrar a observação do comportamento dos participantes (pré e pós-intervenção) utilizou-se um formulário denominado Checklist de avaliação da adesão às medidas de prevenção de agravos por agente biológicos/utilização de EPIs. Este instrumento é uma versão adaptada do Checklist dos EPIs para a paramentação e desparamentação(14-14).
Coleta de dados
A coleta de dados foi feita no período de dezembro de 2022 a abril de 2023 por pesquisadores previamente capacitados, sendo realizada em quatro etapas, distribuídas durante a pré-intervenção, intervenção e pós-intervenção.
Na primeira etapa realizou-se uma reunião com os trabalhadores de cada turno de trabalho para a apresentação do estudo, convite e aplicação do questionário sobre o perfil demográfico e ocupacional, e sobre o conhecimento e o comportamento referido em relação à prevenção de agravos por agentes biológicos.
Os instrumentos respondidos foram colocados pelo próprio participante em um envelope sem identificação, lacrado e entregue aos pesquisadores ao término do preenchimento. Durante a coleta de dados, os pesquisadores ficaram disponíveis para as eventuais dúvidas no preenchimento do questionário.
A segunda etapa compreendeu a fase de observação do comportamento dos participantes (pré e pós-intervenção) para a avaliação da adesão às medidas de prevenção de agravos por agentes biológicos/utilização de EPIs. Ocorreu em seis dias de campo, totalizando 72 horas, sendo possível realizá-la em todos os turnos.
Foram observadas as diferentes dinâmicas e rotinas do serviço, em horários e períodos alternados, considerando as possibilidades apresentadas pelo campo. Essa aproximação foi fundamental para a clareza, a identificação e a compreensão da organização e da dinâmica do processo de paramentação e desparamentação no cenário estudado.
Os observadores evitaram estabelecer contato direto com os participantes para não influenciar seu comportamento. Na observação dos participantes e registro dos comportamentos, cada trabalhador foi observado por dois pesquisadores durante momentos alternados(16).
Na terceira etapa da coleta de dados, foi implementada a intervenção educativa. Para tanto, elaborou-se um plano de ensino de acordo com a necessidade de educação permanente identificada por meio dos questionários aplicados e a observação dos participantes.
Esta etapa foi realizada no formato de oficina teórico-prática, com a utilização de metodologias ativas, contendo as seguintes temáticas: técnica de higienização das mãos; riscos biológicos e vias de contaminação; sequência indicada para paramentação e desparamentação; tipos de precauções; e EPI conforme o tipo de precaução.
Como parte das metodologias ativas utilizou-se a prática de higienização das mãos na “Caixa da verdade”; Teatro “Simulação do risco de contaminação”, onde elucidou-se sobre a transmissibilidade de agentes biológicos; Oficina de paramentação e desparamentação e “Jogo dos Erros”, por meio de imagens e simulações de situações de trabalho em que o trabalhador apontava os erros relativos à utilização de EPIs.
Na quarta etapa, após um mês da realização da intervenção educativa, foi efetuado o pós-teste, aplicando-se o questionário de conhecimento e comportamento referido sobre a prevenção de agravos por agente biológicos e observação dos participantes pós-intervenção.
Intervenção educativa
A intervenção educativa com os trabalhadores de limpeza e higienização hospitalar foi desenvolvida após a identificação do conhecimento prévio e observação das práticas relacionadas à biossegurança.
Optou-se pelo formato de oficinas teórico-práticas, trabalhando momentos dinâmicos para a assimilação dos conteúdos explanados. As atividades realizadas nessas dinâmicas foram:
Simulação da higienização das mãos na “Caixa da verdade” - Consiste em uma caixa organizadora com uma abertura lateral para a inserção das mãos e uma abertura na tampa para visualização. Na lateral interna direita, incorporou-se uma luz negra de cinco watts. Para realçar a iluminação proveniente da luz negra, o interior da caixa foi revestido com cor preta.
Como método de higienização, adotou-se uma solução de álcool em gel 70%, adicionada a uma tintura transparente que se torna fluorescente na presença da luz negra. Essa solução foi disponibilizada aos profissionais para a higienização das mãos.
Após a aplicação, os profissionais foram conduzidos até a “Caixa da verdade” para verificar a cobertura das mãos pela solução alcoólica fluorescente, identificando a presença de áreas não higienizadas adequadamente.
Peça teatral - Durante a demonstração realizada pelo membro da equipe de pesquisa, foi apresentada a simulação da transmissão de agentes biológicos. A cena retratou o profissional recolhendo o lixo contaminado, com o saco de lixo previamente sujo com tinta guache para representar os referidos agentes biológicos.
Na encenação, após coletar o lixo, o profissional abre uma porta e toca em sua máscara, coçando o nariz com as luvas que manipularam o saco de lixo contaminado. Posteriormente, ao remover as luvas, o profissional omite a higienização das mãos, cumprimenta um colega de trabalho com um aperto de mãos e continua suas atividades laborais.
Segurança do trabalho - Esta dinâmica envolveu o uso de dois balões, ambos inflados com ar, sendo que apenas um deles foi envolto por fita adesiva transparente. Foi explicado que o balão sem fita representava o profissional que não utiliza os EPIs ou o faz de maneira inadequada, enquanto o balão com fita representava os profissionais que utilizam os EPIs corretamente.
Uma agulha simbolizou o acidente de trabalho e os riscos de contaminação. Ao introduzir a agulha no balão sem fita, este se rompeu facilmente, enquanto ao inseri-la no balão com a fita, o balão permaneceu intacto.
Jogo dos erros - Foram exibidas imagens ou simulações de situações de trabalho que evidenciavam os equívocos no uso de EPIs, apresentando os riscos de contaminação, assim como inadequações nas práticas de paramentação e desparamentação. Os trabalhadores identificaram os erros nas cenas e apontaram as ações corretas apropriadas para cada situação.
O que está faltando? – Foram apresentados atores (pesquisadores) paramentados com EPIs, conforme as indicações de todas as precauções. Os trabalhadores, divididos em grupos, observaram e identificaram, verbalmente, quais EPIs estavam faltando.
Assim, a oficina pedagógica foi concebida com fundamentos na aprendizagem significativa, abordagem multimodal e a aplicação de metodologias ativas. Incluíram-se discussões sobre os temas apresentados, bem como os momentos dedicados às atividades práticas, visando proporcionar uma compreensão mais aprofundada para os trabalhadores na área de limpeza e higienização hospitalar.
Análise dos dados
A análise descritiva foi realizada por frequências absolutas e relativas para as variáveis qualitativas, e por médias e desvios-padrão para as quantitativas. O teste de McNemar foi utilizado para comparar aos itens que compõem a PP nos momentos pré e pós-intervenção, e o escore obtido pela pontuação da adesão foi comparado pelo teste de Wilcoxon, por não ter sido observada a aderência dos dados à distribuição normal, que por sua vez foi avaliada pelo teste de Shapiro-Wilk. O nível de significância foi de 5%. O programa utilizado foi o Stata (StataCorp, LC) versão 15.0.
Os registros da observação realizados pelos dois pesquisadores tiveram como grau de concordância obtido o coeficiente kappa 0,94, que evidenciou uma alta concordância.
Aspectos éticos
Este estudo foi realizado em consonância com a Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS)(17). O projeto obteve a autorização institucional para coleta de dados e foi apreciado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Tocantins (UFT) (CAAE-63028922.2.0000.5519/Parecer 5.694.479).
Resultados
A idade média dos participantes do estudo foi de 40,9 anos (dp 11,9), sendo a idade mínima 21 anos e a máxima 67 anos. A Tabela 1 apresenta o perfil demográfico e ocupacional dos 106 trabalhadores da limpeza e higienização hospitalar.
Dentro do espectro do sexo biológico, evidencia-se uma marcante predominância feminina, ou seja, 77,4%. Em relação à formação educacional, cerca de 40% dos profissionais alcançaram a culminância do Ensino Médio, e cerca de um terço não obteve a conclusão do Ensino Fundamental. Uma mera fração, 1,8%, ascendeu ao Ensino Superior. Notavelmente, 59,4% dos entrevistados operavam em turno diurno.
Ao se considerar o tempo de trabalho, aproximadamente 42% têm até um ano de serviço, com um quarto situando-se entre um e dois anos de atividade. O restante distribui-se entre dois e três anos, ou ultrapassa o marco de três anos.
No cerne da capacitação profissional, um destaque é a formação em EPIs. Em relação a esta variável 89,6% já foi imerso em treinamentos anteriores. Entretanto, identifica-se que 70,7% são de natureza teórica, embora cerca de um quarto tenham tido uma vertente prática ou teórico-prática.
A Tabela 2 ilustra o percentual de adesão pré e pós-intervenção educativa para cada item do questionário de adesão às precauções-padrão.
Inicialmente, destaca-se que na comparação do comportamento referido antes e após a intervenção educativa, todos os itens apresentaram positivamente uma diferença estatisticamente significativa, com valor de p< 0,001. O resultado contrasta com o item 7, onde o “uso luvas de borracha quando estou exposto a fluidos corporais, sangue ou derivados e qualquer excreção de pacientes” passou a ser zero após a intervenção, devido à ausência do EPI no serviço (substituído por luva de látex).
A mediana do escore global de adesão às PP, comparada entre pré e pós-intervenção, foi maior na pós-intervenção com 17 pontos (Figura 1).
A Tabela 3 apresenta a adesão aos EPIs específicos para as precauções respiratórias antes e depois da intervenção.
Efeitos da intervenção educativa sobre a pontuação da adesão às precauções padrão dos trabalhadores da limpeza e higienização hospitalar (n = 106). Tocantins, TO, Brasil, 2023
Pela análise descritiva simples, observa-se um aumento no percentual de adesão de diversos EPIs, tanto para as precauções com aerossóis, quanto para gotículas, com destaque para itens como gorro, avental de mangas longas (não impermeável), luvas de procedimento, e máscara N95 ou Peça Facial Filtrante Classe 2 (PFF2), a adesão passou a ser de 100% “sempre”.
No âmbito da transmissão respiratória por aerossóis, a adesão ao uso contínuo de gorros, aventais de mangas longas (não impermeáveis), luvas de procedimento, máscaras N95 ou PFF2 após a intervenção foi de 100%. Antes da intervenção, a utilização de máscaras cirúrgicas era baixa, com apenas 22,6% dos profissionais usando-as sempre, e 72,6% nunca as utilizando. No entanto, no período pós-intervenção, o uso desse EPI caiu para zero, sendo esse o resultado esperado, visto que o protocolo é a não utilização de máscara cirúrgicas em precauções de transmissão respiratória por aerossóis.
Nota-se que, em relação ao teste de vedação da N95, PFF2 ou similares, houve uma elevação na adesão de 61,3% no período pré-intervenção para 79,3% no pós-intervenção.
Em relação à transmissão respiratória por gotículas, observa-se que 75,5% dos profissionais sempre usavam máscaras cirúrgicas e aventais de mangas longas (não impermeáveis) no momento da pré-intervenção.
Na pós-intervenção, essa taxa alcançou 100%. As luvas de procedimento eram frequentemente usadas por 87,7% dos entrevistados antes da intervenção, valor que posteriormente também ascendeu a 100%. Por outro lado, antes da intervenção 30,2% dos profissionais sempre utilizavam óculos de proteção ou protetor facial e 34,0% faziam uso constante de avental impermeável de mangas longas.
Após a intervenção, ambas as práticas foram completamente descontinuadas. O avental padrão de pano ou lona tinha uma adesão de apenas 17,9% no pré-intervenção, e tal como os outros EPIs mencionados, seu uso também cessou no pós-intervenção.
A Tabela 4 apresenta os itens observados pelos pesquisadores nos atos anteriores à paramentação, durante a mesma e na desparamentação dos trabalhadores da limpeza e higienização, quando de forma aleatória foram observados o comportamento de 12 profissionais antes e após a intervenção, em relação às medidas de biossegurança.
Observa-se que todos os itens avaliados “antes da paramentação” tiveram aumento de adesão pós-intervenção educativa.
Durante a paramentação, todos os procedimentos associados à máscara cirúrgica, incluindo seu uso, posicionamento e ajuste, exibiram uma adesão de 100% após a intervenção, com exceção do procedimento de garantir que a máscara cobrisse o nariz, boca e queixo, que aumentou de 58,3% para 83,3%. Em contraste, o uso do gorro, que cobre cabelos e orelhas, alcançou 100% de adesão após a intervenção.
Quanto aos procedimentos observados durante a desparamentação, houve aumento na adesão em muitas práticas. No caso da retirada das luvas, a técnica de segurar no punho da luva da mão não dominante para retirar a primeira luva e a de posicionar o dedo indicador sob o punho da luva para retirar a segunda alcançaram 100% de adesão após a intervenção.
A higienização das mãos com preparação alcoólica a 70% depois da desparamentação do avental e da máscara cirúrgica passou de 50,0% e 0,0% para 100,0% e 75,0%, respectivamente. O procedimento de remover o avental, virando-o de dentro para fora e dobrando-o, aumentou de 8,3% para 83,3%.
Discussão
Este estudo focalizou-se na análise do perfil demográfico e ocupacional dos trabalhadores da limpeza e higienização hospitalar de um hospital no estado de Tocantins, Brasil, em 2022/2023, bem como na efetividade da intervenção de educação permanente sobre a biossegurança.
Em consonância com os estudos anteriores, identificou-se uma predominância feminina na limpeza e higienização hospitalar(18).
Em relação à formação educacional, uma análise minuciosa revelou nuances críticas. A limitada presença de profissionais com educação superior coadunou-se com a literatura, que sugere que essas funções são comumente ocupadas por indivíduos com menos anos de formação acadêmica(19).
A distribuição equitativa entre os turnos de trabalho diurno e noturno pode afetar tanto o bem-estar dos profissionais quanto a eficácia operacional das instituições. Os hospitais funcionam 24 horas por dia, exigindo que os profissionais de limpeza estejam preparados para atuar em turnos que cobrem todo o período, tanto diurno quanto noturno. A manutenção da higiene hospitalar é essencial ao longo do dia, mas o trabalho noturno pode apresentar desafios adicionais para a saúde(20). Os turnos de trabalho para pessoal idoso ou inexperiente devem ser organizados em períodos curtos durante a tarde, visando minimizar o risco de acidentes de trabalho. Além disso, o pessoal mais idoso deve ser alocado em unidades de baixo risco para prevenir acidentes(21).
Os dados destacaram uma alta participação em capacitações anteriores sobre EPIs, com a maior parte delas de natureza teórica. Tal dicotomia no treinamento, concomitante com a frequência de atualizações de EPI, evoca reflexões sobre a efetividade e a qualidade do treinamento oferecido. A carência de treinamento adequado também foi percebida em outros departamentos, onde os participantes declararam não dispor de todas as informações necessárias para desempenhar suas tarefas(22).
Ao reforçar a importância de implementar treinamentos eficazes nas unidades de saúde a partir das necessidades dos trabalhadores, essa abordagem proporciona mais chances de aprendizado, resultando em uma adesão mais ampla dos profissionais às medidas de proteção individual, ao mesmo tempo reduzindo a vulnerabilidade aos riscos(23). Por outro lado, o conhecimento, por si só, não indica necessariamente uma mudança de comportamento, visto que este pode estar relacionado aos fatores intrínsecos e extrínsecos.
Nesse sentido, o letramento em saúde está ligado à aquisição de conhecimento e à transformação de comportamentos individuais. Ele pode ser conceituado como um conjunto de competências fundamentais e recursos contextuais de que as pessoas necessitam para adquirir, compreender, avaliar, comunicar e aplicar as informações e os serviços de maneiras diversas, em vários cenários ao longo de suas vidas, com o propósito de aprimorar sua saúde e o bem-estar(24).
A educação em saúde tem o potencial de promover mudanças nos comportamentos humanos. Ela pode incentivar a reflexão sobre a organização do trabalho de limpeza, identificar os fatores que causam adoecimento e discutir as estratégias para reduzi-los. Isso ajuda a ressignificar as práticas de autocuidado e melhora a capacidade de enfrentar os problemas que afetam a saúde física e mental dos trabalhadores do Serviço Hospitalar de Limpeza(25).
Dessa forma, as competências que vão além do mero conhecimento e treinamento desempenham um papel significativo no desenvolvimento de habilidades práticas, como a paramentação, desparamentação e higienização das mãos, assim como na formação de atitudes positivas. Isso ressalta o impacto benéfico da intervenção realizada por meio de oficinas teórico-práticas que empregam metodologias ativas.
Após a intervenção educativa, observou-se um aumento expressivo na adesão às precauções-padrão. Estes resultados estão em sintonia com a literatura existente, que identifica a efetividade de várias estratégias, incluindo o treinamento, feedback e sistemas facilitadores(26-26).
Notou-se um aumento significativo na utilização de álcool como agente higienizador quando as mãos não apresentavam sujidade visível, evidenciado uma lacuna no conhecimento combinada com a falta de prática diária. A higienização das mãos, seja com água e sabonete líquido ou com preparações alcoólicas, em conformidade com os cinco momentos estabelecidos para essa prática nos serviços de saúde, deve ser uma rotina já internalizada por todos os profissionais de saúde. É imperativo reiterar sua importância como uma medida fundamental para a prevenção e o controle de infecções, tanto no presente quanto no futuro(28). Portanto, é crucial que as unidades de saúde ofereçam treinamentos contínuos, visando à conformidade com os padrões de higiene das mãos estabelecidos pelos órgãos competentes(29-29).
A conexão entre a implementação de práticas de biossegurança, a preservação da saúde dos trabalhadores e a segurança dos pacientes é vital. Isso enfatiza que a biossegurança é um procedimento funcional e operacional de extrema relevância nos diversos serviços de saúde, devendo ser reconhecida como um instrumento de proteção, tanto para o paciente quanto para os profissionais envolvidos na prestação de cuidados de saúde(31).
Houve melhorias notáveis nos seguintes aspectos: identificação do local correto para retirar os EPIs, uso adequado dos EPIs ao lidar com fluidos corporais, compreensão das combinações ideais de EPIs para garantir a segurança, tanto do profissional quanto do paciente, consideração sobre a reutilização dos EPIs, utilização dos EPIs para a descontaminação de equipamentos e superfícies e adoção correta de medidas para evitar a contaminação durante o processo de desparamentação. Esta melhoria está alinhada aos estudos anteriores que enfatizaram a proteção proporcionada por tais equipamentos em ambientes hospitalares(32).
Conforme as diretrizes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil (ANVISA), é recomendado que os profissionais de higiene e limpeza em serviços hospitalares utilizem óculos ou protetor facial (especialmente quando há risco de respingos de materiais orgânicos ou químicos), avental (se houver risco de contato com fluidos ou secreções do paciente que possam ultrapassar a barreira do avental de contato, o profissional deve usar avental impermeável), luvas de borracha de cano longo e botas impermeáveis de cano longo(28).
Quanto ao descarte de EPIs e materiais hospitalares, todos os profissionais demonstraram plena adesão aos itens 3, 12 e 19 no questionário de conhecimento autorreferido. O resultado corrobora outros estudos, em que o descarte impróprio de materiais foi identificado como uma das principais causas de acidentes com material biológico, ocorrendo com maior frequência quando os profissionais não utilizavam EPIs, representando 51% dos casos(33).
A adesão a algumas práticas de EPI antes da intervenção era modesta. Esta baixa adesão pré-intervenção sugeriu a existência de lacunas na sensibilização ou compreensão da importância dos EPIs. Na desparamentação, houve um aumento considerável na adesão aos procedimentos corretos pós-intervenção, alinhando-se com as diretrizes que sublinham a importância deste processo para evitar as contaminações(34).
O estudo se justifica pela escassez de trabalhos científicos focados na população dos trabalhadores de limpeza e higienização hospitalar. Entre as limitações encontradas, destaca-se a falta de questionários validados que abordem as medidas de biossegurança específicas para esses trabalhadores. O questionário de precaução-padrão não menciona os EPIs apropriados para essa categoria, como luvas de borracha e botas de borracha impermeáveis de cano longo. Portanto, sugere-se a realização de estudos para validar os questionários de biossegurança voltados para essa população.
Outra limitação do estudo é a aplicação dos resultados obtidos. A observação dos participantes pode interferir no comportamento deles em relação à adesão às medidas de biossegurança, já que podem perceber que estão sendo observados naquele momento, o que pode alterar suas ações.
As implicações para o profissional são significativas, visto que o estudo destaca a necessidade de desenvolvimento e validação de ferramentas específicas para avaliar a adesão às práticas de biossegurança entre os trabalhadores de limpeza e higienização hospitalar. Além disso, reforça a importância de estratégias de formação e conscientização contínuas para garantir a segurança e a saúde desses profissionais e a contaminação no ambiente hospitalar.
Conclusão
Houve uma notável melhoria na adesão às PP pelos comportamentos relatados, que incluem o uso adequado de EPI, higienização das mãos, descarte apropriado de materiais e medidas de prevenção da contaminação do ambiente, o que foi evidenciado estatisticamente pelo aumento no escore de adesão às PP.
Pela análise descritiva ao se comparar o percentual de utilização de EPIs em precauções específicas respiratórias, ressalva-se que a adesão atingiu consistentemente 100% para os itens como gorro, avental de mangas longas (não impermeável), luvas de procedimento e máscara N95 ou PFF2.
Também merece destaque a observação dos resultados do comportamento observado, com ênfase nas mudanças de comportamento, como a correta higienização das mãos, o uso apropriado do avental durante o processo de paramentação e desparamentação, a garantia de que a máscara cubra adequadamente o nariz, a boca e o queixo, a forma adequada de paramentação e desparamentação das luvas de procedimento no contexto, em relação à adesão antes e durante a paramentação e desparamentação para as precauções-padrão.
Assim, foi possível verificar que a intervenção educativa realizada por meio de oficina teórico-prática, com a utilização de metodologias ativas, a partir das necessidades dos trabalhadores, proporcionou uma melhora na adesão às medidas de biossegurança evidenciadas, tanto pelo comportamento referido quanto pela observação direta.
Conclui-se que o uso da intervenção educativa com as orientações de biossegurança voltadas aos trabalhadores da limpeza e higienização hospitalar foi efetiva e contribuiu para alcançar maiores percentuais de conhecimento e mudança de comportamento individual e coletivo.
Ademais, o papel dos gestores hospitalares é crucial na elaboração e implementação de estratégias que apoiem o desenvolvimento contínuo dos trabalhadores de limpeza e higiene. A liderança efetiva e o comprometimento dos gestores são fundamentais para assegurar a continuidade da educação e o cumprimento das práticas de biossegurança, garantindo não apenas a segurança dos profissionais, mas também a proteção dos pacientes contra as infecções nos serviços de saúde.
Sugere-se a realização de estudos subsequentes que enfoquem a saúde dos profissionais responsáveis pela limpeza e higienização hospitalar, incluindo a implementação de programas educativos direcionados a esse grupo. Além disso, é relevante estabelecer conexões entre as atividades desempenhadas por esses profissionais e a segurança dos pacientes em relação às infecções nos serviços de saúde.
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Artigo extraído da dissertação de mestrado “Intervenção educativa com trabalhadores da limpeza e higienização hospitalar na prevenção de agravos por agentes biológicos”, apresentada à Universidade Federal do Tocantins, Campus Palmas, Palmas, TO, Brasil.
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Como citar este artigo
Vasconcelos ACS, Lobo MAS, Rocha CAG, Pereira RSF, Santos LF, Almeida MCS. Educational intervention on biosafety with hospital hygiene and cleaning workers. Rev. Latino-Am. Enfermagem. [cited]. Available from: . https://doi.org/10.1590/1518-8345.7449.4518
Editado por
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Editora Associada:
Andrea Bernardes
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
19 Maio 2025 -
Data do Fascículo
2025
Histórico
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Recebido
16 Maio 2024 -
Aceito
03 Nov 2024


