De 411 casos de tumores cerebrais foram estudados 86 (19,4%) que apresentaram manifestações epilépticas. A epilepsia foi estudada quanto à duração, ao tipo de manifestação e à severidade, em relação à natureza e à localização dos tumores cerebrais. A análise dos resultados permitiu aos autores chegarem às seguintes conclusões: 1) a epilepsia incidiu em 19,4% dos casos; 2) o oligodendroglioma, as metástases carcinomatosas e o glioblastoma multiforme foram, pela ordem, os tumores mais epileptogênicos; 3) as áreas frontal, parietal e temporal foram, nessa ordem, as localizações mais epileptogênicas; 4) os carcinomas metastáticos predominaram nos casos com epilepsia com menos de um ano de evolução, enquanto que os astrocitomas predominaram nos casos com mais de três anos; quanto à topografia, predominou a região frontal no primeiro grupo e a temporal, no segundo; 5) nas formas mais severas de epilepsia predominaram os oligodendrogliomas e os meningeomas, quanto à natureza, e a região frontotemporal e a foice, quanto à localização; 6) os craniofaringeomas e os meduloblastomas foram os tumores que mais freqüentemente determinaram o aparecimento de convulsões puras; nesses casos, a sela túrsica e a fossa posterior foram as sedes mais freqüentes; 7) os carcinomas metastáticos e os meningeomas, quanto à natureza, e as regiões frontoparietal e parietal, quanto à localização, foram os mais freqüentemente encontrados nos casos com crises de tipo bravais-jacksoniano.