Objetivo:
analisar a relação familiar, na infância e adolescência, de mulheres que vivenciam violência conjugal.
Método:
estudo qualitativo. Foram entrevistadas 19 mulheres, em vivência de violência conjugal, residentes em uma comunidade de Salvador, Bahia, Brasil. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (nº 42/2011).
Resultados:
os dados foram organizados pelo método Discurso do Sujeito Coletivo, identificando-se as ideias centrais síntese: presenciaram violência entre os pais; sofreram repercussões da violência entre os pais; indignaram-se com a submissão da mãe ao companheiro; e reproduziram a violência conjugal. O discurso mostrou que as mulheres presenciaram, na infância e adolescência, violência entre os pais, sendo agredidas fisicamente e moralmente. Diante da submissão da mãe surgiram sentimentos de indignação dos filhos. No entanto, na fase adulta, perceberam que sua vida conjugal assemelha-se a dos pais, reproduzindo a violência.
Conclusão:
é necessário o investimento em estratégias de rompimento da violência intergeracional, e os profissionais de saúde têm importância neste processo, por ser um fenômeno com repercussão na saúde. Por atuarem na Estratégia Saúde da Família, que foca na prevenção de agravos e doenças, promoção da saúde e intersetorialidade, os enfermeiros são essenciais no processo de prevenção e enfrentamento deste fenômeno.
Conflito Conjugal; Violência Doméstica; Violência contra a Mulher; Gastos em Saúde; Relação entre Gerações; Reprodução