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Síndrome de Burnout e o trabalho em turnos na equipe de enfermagem1 1 Artigo extraído da dissertação de mestrado “Estresse, burnout e qualidade de vida na equipe de enfermagem”, apresentada à Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR, Brasil.

RESUMO

Objetivo:

analisar os fatores associados à síndrome de Burnout, segundo o turno de trabalho da equipe de enfermagem.

Método:

estudo transversal, desenvolvido com uma amostra representativa de 502 trabalhadores de enfermagem de uma instituição hospitalar filantrópica. Os dados foram coletados por meio de um instrumento de caracterização, o Maslach Burnout Inventory-Human Service Survey e o Demand-Control-Support Questionnaire. Analisaram-se os dados por estatística descritiva e regressão logística binária múltipla.

Resultados:

os níveis da síndrome de Burnout foram significativamente maiores entre os trabalhadores de enfermagem do turno diurno. Entre os participantes que trabalhavam no período diurno, os fatores associados às dimensões da síndrome de Burnout foram: alta demanda, baixo controle, baixo apoio social, insatisfação com o sono e recursos financeiros, ser enfermeiro e, ainda, sedentarismo. Já no noturno, baixo apoio social, insatisfação com o sono e lazer, ter filhos, não ter religião, menor tempo de trabalho na instituição e ser auxiliar e técnico de enfermagem aumentaram significativamente as chances de altos níveis da síndrome.

Conclusão:

os fatores psicossociais e do contexto laboral, sobretudo o baixo apoio social, tiveram associação com as dimensões da síndrome entre os profissionais de enfermagem de ambos os turnos.

Descritores:
Enfermagem; Trabalho em Turnos; Ambiente de Trabalho; Esgotamento Profissional; Estresse Psicológico; Saúde do Trabalhador

ABSTRACT

Objective:

to analyze the factors associated with Burnout Syndrome among nursing workers according to work shift.

Method:

cross-sectional study addressing a representative sample of 502 nursing workers from a philanthropic hospital facility. Data were collected using a characterization instrument, the Maslach Burnout Inventory - Human Service Survey and the Demand-Control-Support Questionnaire. Data were analyzed using descriptive statistics and multiple binary logistic regression.

Results:

levels of Burnout Syndrome were significantly higher among those working the day shift and associated factors included: high demand; low control; low social support; dissatisfaction with sleep and financial resources; being a nurse; and sedentariness. Professionals working the night shift, having low social support, being dissatisfied with sleep, having children, not having a religion, having worked for a short period in the institution, and being a nursing technician or aid were significantly more likely to experience high levels of the syndrome.

Conclusion:

psychosocial factors and factors from the work context, mainly low social support, were associated with the syndrome dimensions among nursing workers of both shifts.

Descriptors:
Nursing; Shift Work; Workplace; Burnout, Professional; Stress Psychological; Occupational Health

RESUMEN

Objetivo:

analizar los factores asociados al síndrome de Burnout según el turno de trabajo del equipo de enfermería.

Método:

estudio transversal desarrollado con una muestra representativa de 502 trabajadores de enfermería, de una institución hospitalaria filantrópica. Los datos fueron recogidos con un instrumento de caracterización, el Maslach Burnout Inventory- Human Service Survey y el Demand-Control-Support Questionnaire. Se analizaron los datos con estadística descriptiva y regresión logística binaria múltiple.

Resultados:

los niveles del síndrome de Burnout fueron significativamente mayores entre los trabajadores de enfermería del turno diurno. Entre los participantes que trabajaban en el período diurno, los factores asociados a las dimensiones del síndrome de Burnout fueron: alta demanda, bajo control, bajo apoyo social, insatisfacción con el sueño y los recursos financieros, ser enfermero y sedentarismo. En el nocturno fueron bajo apoyo social, insatisfacción con el sueño y el tiempo libre, tener hijos, no tener religión, menor tiempo de trabajo en la institución y ser auxiliar y técnico de enfermería, estos factores aumentaron significativamente las probabilidades de altos niveles del síndrome.

Conclusión:

los factores psicosociales y del contexto laboral, sobre todo el bajo apoyo social, tuvieron asociación con las dimensiones del síndrome, entre los profesionales de enfermería en los dos turnos.

Descriptores:
Enfermería; Trabajo por Turnos; Ambiente de Trabajo; Agotamiento Profesional; Estrés Psicológico; Salud Laboral

Introdução

Na área hospitalar, o trabalho em turnos é necessário e indispensável para garantir a continuidade dos cuidados prestados aos pacientes. Nesse sentido, os trabalhadores de enfermagem estão entre os profissionais que precisam se submeter a essa forma de organização laboral, pois oferecem atendimento 24 horas por dia, todos os dias da semana11 Korompeli A, Chara T, Chrysoula L, Sourtzi P. Sleep disturbance in nursing personnel working shifts. Nurs Forum. 2013;48(1):45-53. doi: http://dx.doi.org/10.1111/nuf.12005
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. Entretanto, o trabalho em turnos tem sido associado a diversas alterações nas funções biológicas, que conduzem a agravos físicos e mentais22 Stimpfel AW, Brewer CS, Kovner CT. Scheduling and shift work characteristics associated with risk for occupational injury in newly licensed registered nurses: an observational study. Int J Nurs Stud. 2015;52(11):1686-93. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.ijnurstu.2015.06.011
https://doi.org/10.1016/j.ijnurstu.2015....
-33 Matheson A, O'Brien L, Reid JA. The impact of shiftwork on health: a literature review. J Clin Nurs. 2014;23(23-24):3309-20. doi: http://dx.doi.org/10.1111/jocn.12524
https://doi.org/10.1111/jocn.12524...
.

Somado ao labor em turnos, os trabalhadores de enfermagem têm um processo de trabalho fragmentado, relações interpessoais muitas vezes conflituosas, baixos salários, alta demanda de pacientes, recursos humanos e tecnológicos deficientes, tensão emocional, convívio cotidiano com o sofrimento e a morte. Portanto, confrontam-se frequentemente com agentes geradores de estresse ocupacional, que influenciam a saúde mental44 McHugh MD, Stimpfel AW. Nurse reported quality of care: a measure of hospital quality. Res Nurs Health. 2012;35(6):566-75. doi: http://dx.doi.org/10.1002/nur.21503
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-55 Pereira DS, Araújo TS, Gois CF, Gois JP, Rodriguez EO, Santos V. Occupational stressors among nurses working in urgent and emergency care units. Rev Gaúcha Enferm. 2014;35(1):55-61. doi: http://dx.doi.org/10.1590/1983-1447.2014.01.39824
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.

Nesse sentido, tem-se a síndrome de Burnout, um fenômeno psicossocial emergente entre os trabalhadores de enfermagem, em resposta ao complexo ambiente de trabalho em saúde em que estão inseridos66 Yao Y, Yao W, Wang W, Li H, Lan Y. Investigation of risk factors of psychological acceptance and Burnout syndrome among nurses in China. Int J Nurs Pract. 2013;19(5):530-8. doi: http://dx.doi.org/10.1111/ijn.12103
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. A síndrome constitui-se de três dimensões: exaustão emocional, entendida como ausência de energia e sentimento de esgotamento dos recursos emocionais; despersonalização, caracterizada por insensibilidade emocional; e baixa realização profissional, uma tendência dos indivíduos de autoavaliação negativa do desempenho laboral e insatisfação com o desenvolvimento profissional77 Maslach C, Jackson S. The measurement of experienced Burnout. J Occup Behav. 1981;2:99-113. doi: http://dx.doi.org/10.1002/job.4030020205
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. Logo, caracteriza-se pela perda de significado do trabalho, desmotivação, atitudes negativas e de distanciamento em relação aos outros, o que causa prejuízos no processo de trabalho em saúde88 Maslach C, Leiter MP. Understanding the Burnout experience: recent research and its implications for psychiatry. Wld Psychiatry. 2016;15(2):103-11. doi: http://dx.doi.org/10.1002/wps.20311
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-99 Van Bogaert P, Kowalski C, Weeks SM, Van Heusden D, Clarke SP. The relationship between nurse practice environment, nurse work characteristics, Burnout and job outcome and quality of nursing care: a cross-sectional survey. Int J Nurs Stud. 2013;50(12):1667-77. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.ijnurstu.2013.05.010
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.

Apesar da prevalência da síndrome de Burnout e o fato do trabalho da enfermagem em hospitais ser realizado por turnos, os estudos nacionais sobre essa relação foram desenvolvidos somente com enfermeiros de setores específicos, e os resultados foram divergentes1010 Vasconcelos EM, Martino MMF, França SPS. Burnout and depressive symptoms in intensive care nurses: relationship analysis. Rev Bras Enferm. 2018;71(1):135-41. doi: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0019
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-1111 Ribeiro VF, Ferreira Filho C, Valenti VE, Ferreira M, Abreu LC, Carvalho TD, et al. Prevalence of Burnout syndrome in clinical nurses at a hospital of excellence. Int Arch Med. 2014;7(22). doi: http://dx.doi.org/10.1186/1755-7682-7-22
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. Já nos internacionais, evidencia-se apenas que trabalhar em turnos de duração superior a 12 horas aumenta os níveis da síndrome de Burnout1212 Dall'Ora C, Griffiths P, Ball J, Simon M, Aiken L. Association of 12h shifts and nurses job satisfaction, Burnout and intention to leave: findings from a cross-sectional study of 12 European countries. BMJ Open. 2015;5(9):e008331. doi: http://dx.doi.org/10.1136/bmjopen-2015-008331
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-1313 Bae SH, Fabry D. Assessing the relationships between nurse work hours/overtime and nurse and patient outcomes: systematic literature review. Nurs Outlook. 2014;62:138-56. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.outlook.2013.10.009
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. Assim, torna-se importante ampliar os focos investigativos, incluindo a equipe de enfermagem, e verificar os fatores associados à síndrome segundo os turnos diurno e noturno33 Matheson A, O'Brien L, Reid JA. The impact of shiftwork on health: a literature review. J Clin Nurs. 2014;23(23-24):3309-20. doi: http://dx.doi.org/10.1111/jocn.12524
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,1414 Eldevik MF, Flo E, Moen BE, Pallesen S, Bjorvatn B. Insomnia, excessive sleepiness, excessive fatigue, anxiety, depression and shift work disorder in nurses having less than eleven hours in between shifts. PLoS One. 2013;8(8):e70882. doi: http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0070882
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. Essas pesquisas são relevantes para fornecer subsídios para os gestores e para os profissionais da enfermagem na elaboração de ações para melhorar as condições do trabalho nos diferentes turnos e propiciar melhor qualidade de vida laboral.

Em face do exposto, o objetivo neste estudo foi analisar os fatores associados à síndrome de Burnout, segundo o turno de trabalho da equipe de enfermagem.

Método

Estudo transversal, realizado em um hospital geral de uma cidade do Estado do Paraná, Brasil. Trata-se de instituição filantrópica que atende os níveis de média e alta complexidade em saúde, composta de 347 leitos, distribuídos em unidades de internação, de terapia intensiva, cuidados intermediários, maternidade, pediatria, pronto-socorro e centro cirúrgico.

A população de estudo constituiu-se dos 698 trabalhadores de enfermagem da referida instituição. Adotou-se como critérios de inclusão atuar na assistência direta aos pacientes e trabalhar na instituição há pelo menos um ano. Como critérios de exclusão, os que estavam exclusivamente em cargos de chefia e os afastados por licença de qualquer natureza.

Com base nesse número, procedeu-se ao cálculo do tamanho amostral, adotando-se 95% de intervalo de confiança e erro máximo de 5%, o que levou a um mínimo de 219 trabalhadores. Considerando os critérios de elegibilidade, verificou-se que 510 trabalhadores poderiam participar do estudo, dos quais 8 (1,57%) recusaram-se a participar da investigação. Dos 502 participantes, 193 (38,44%) eram enfermeiros, 273 (54,38%) técnicos de enfermagem e 36 (7,18%) auxiliares de enfermagem; 271 (53,98%) trabalhavam no turno diurno (das 7 às 13h e das 13 às19h) e 231 (46,02%) no noturno (das 19 às 7h). Destaca-se que 86 trabalhadores possuíam outro vínculo empregatício, mas o turno de trabalho equivalia ao da instituição em estudo, isto é, os participantes do turno diurno trabalhavam exclusivamente nesse turno em todos os seus vínculos, e o mesmo ocorreu para o noturno.

No período de agosto a novembro de 2016, esses trabalhadores foram direcionados a uma sala privativa no local de trabalho para receber esclarecimentos sobre o estudo; aos que consentiam assinando a participação por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), foi-lhes entregue um envelope contendo o instrumento para caracterização dos participantes, o Maslach Burnout Inventory-Human Service Survey (MBI-HSS) e o Demand-Control-Support Questionnaire (DCSQ). Ao final, os trabalhadores foram orientados a deixar o envelope dentro de uma urna na mesma sala, para evitar a sua identificação.

Para a caracterização sociodemográfica, ocupacional e de hábitos de vida dos participantes, foi elaborado um questionário com informações sobre faixa etária, sexo, estado civil, filhos, religião, escolaridade, turno de trabalho, categoria profissional, carga horária semanal de trabalho, tempo na instituição, número de vínculos empregatícios, renda mensal, atividade física (frequência e duração), tabagismo, satisfação com sono, lazer e recursos financeiros.

O MBI-HSS é um questionário autoaplicável contendo 22 itens que avalia a síndrome de Burnout por três dimensões: exaustão emocional (nove itens), despersonalização (cinco itens) e realização pessoal (oito itens). Por meio de uma escala do tipo Likert (0-6 pontos) o participante indica com que frequência vivencia determinadas situações no seu ambiente de trabalho. A predisposição à síndrome de Burnout é entendida pela combinação de alta exaustão emocional, alta despersonalização e baixa realização profissional. O instrumento foi elaborado em 1981, e a versão brasileira foi traduzida em 2001 e apresentou coeficiente alfa de Cronbach de 0,65 a 0,941515 Carlotto MS, Câmara SG. Psychometrics properties of Maslach Burnout Inventory in a multifunctional sample. Estud Psicol. 2007;24(3):325-32. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-166X2007000300004
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. O Maslach Burnout Inventory é o instrumento mais adotado em nível mundial, por ser o pioneiro e considerado padrão-ouro para a avaliação da síndrome de Burnout em diversas profissões, incluindo a enfermagem1616 Medeiros-Costa ME, Maciel RH, Rêgo DP, Lima LL, Silva MEP, Freitas JG. Occupational Burnout Syndrome in the nursing context: an integrative literature review. Rev Esc Enferm USP. 2017;51:e03235. doi: http://dx.doi.org/10.1590/s1980-220x2016023403235
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-1717 Loera B, Converso D, Viotti S. Evaluating the psychometric properties of the Maslach Burnout Inventory-Human Service Survey (MBI-HSS) among italian nurses: how many factors must a research consider? PLoS ONE. 2014;9:e114987. doi: http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0114987
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; razões que motivaram a escolha desse referencial teórico-metodológico.

O DCSQ foi elaborado em 1988, traduzido e validado para uso no Brasil em 20041818 Alves MGM, Chor D, Faerstein E, Lopes CS, Werneck GL. Short version of the "job stress scale": a Portuguese-language adaptation. Rev Saúde Pública. 2004;38(2). Available from: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102004000200003
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, com propriedades psicométricas adequadas e alfa de Cronbach entre 0,63 e 0,86. Trata-se de um questionário com 17 itens de respostas do tipo Likert (1-4) que avalia três dimensões: demandas psicológicas (cinco itens), controle no trabalho (seis itens) e apoio social recebido no trabalho (seis itens).

Os dados foram analisados no Statistical Package of Social Sciences (SPSS), versão 20.0. Não houve dados missing. O coeficiente alfa de Cronbach foi utilizado para avaliar a consistência interna do MBI-HSS e do DCSQ, considerando α>0,70 como adequado. Os dados foram descritos por frequências absolutas e relativas. Os testes qui-quadrado de Pearson e exato de Fisher foram utilizados para determinar as diferenças dos participantes entre os turnos.

As variáveis dependentes do estudo foram as dimensões da síndrome de Burnout: exaustão emocional, despersonalização e realização profissional, que foram dicotomizadas em alto e baixo, considerando a mediana como ponto de corte1919 Leiter MP, Maslach C. Latent Burnout profiles: A new approach to understanding the Burnout experience. Burnout Res. 2016;3(4):89-100. doi: https://doi.org/10.1016/j.burn.2016.09.001
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. Foram realizadas regressões logísticas binárias univariadas por turno de trabalho, para analisar o relacionamento das variáveis dependentes com as independentes (características sociodemográficas, ocupacionais, hábitos de vida e dimensões do DCSQ).

As variáveis independentes que apresentaram p<0,20 (recomendado para identificar potenciais fatores associados) foram ordenadas de forma decrescente pelos valores de significância e de likelihood ratio. Os modelos múltiplos foram elaborados por regressão logística pelo método de seleção stepwise forward, isto é, iniciaram-se os modelos pela variável independente de maior significância e, na sequência, adicionaram-se as demais variáveis, uma a uma, conforme a ordem pré-determinada. Permaneciam no modelo as variáveis com significância estatística (p<0,05) e as variáveis de ajuste. Todas as análises foram ajustadas pelas variáveis número de vínculos empregatícios, pelo critério estatístico de ajustar os valores de β em, no mínimo, 10%; e sexo, pela literatura indicar como aspecto a ser controlado77 Maslach C, Jackson S. The measurement of experienced Burnout. J Occup Behav. 1981;2:99-113. doi: http://dx.doi.org/10.1002/job.4030020205
https://doi.org/10.1002/job.4030020205...
,2020 Pu J, Zhou X, Zhu D, Zhong X, Yang L, Wang H, et al. Gender differences in psychological morbidity, Burnout, job stress and job satisfaction among Chinese neurologists: a national cross-sectional study. Psychol Health Med. 2017;22(6):680-92. doi: https://doi.org/10.1080/13548506.2016
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. Os resultados foram expressos por meio de odds ratio (OR) com intervalos de confiança. Verificou-se a qualidade do ajuste do modelo final pelo teste de Hosmer-Lemeshow, em que quanto maior o p-value, melhor é o ajuste.

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa local sob CAAE n.º 57591816.3.0000.5231, e conduzido em concordância com os preceitos éticos expressos nas normas nacionais e internacionais, incluindo a aquisição de 502 licenças para utilizar o MBI-HSS. O estudo foi financiado pelos próprios pesquisadores.

Resultados

A taxa de resposta foi de 98,43%, pois, dos 510 elegíveis, 502 trabalhadores participaram do estudo, dos quais 271 (53,98%) desenvolviam suas atividades no turno diurno e 231 (46,02%) no noturno, e 488 (97,21%) trabalhavam 42 horas semanais. A maioria dos participantes sem filhos, sedentários e satisfeitos com o sono trabalhavam no turno diurno. Os profissionais acima de 41 anos, do sexo masculino, com os maiores salários, maior tempo de trabalho na instituição e satisfeitos com o lazer trabalhavam predominantemente no turno noturno (Tabela 1).

Tabela 1
Características sociodemográficas, ocupacionais e hábitos de vida, segundo o turno dos trabalhadores de enfermagem (n=502). Londrina, PR, Brasil, 2016

Os níveis das dimensões da síndrome de Burnout e do DCSQ diferiram significativamente entre os turnos de trabalho, com exceção da despersonalização e do controle sobre o trabalho. Assim, constatou-se que os níveis de Burnout e do DCSQ foram mais elevados entre os trabalhadores de enfermagem do período diurno (Tabela 2).

Tabela 2
Confiabilidade e comparação das dimensões da síndrome de Burnout e do Demand-Control-Support Questionnaire por turno dos trabalhadores de enfermagem (n=502). Londrina, PR, Brasil, 2016

Entre os trabalhadores de enfermagem do turno diurno, o modelo múltiplo indicou que insatisfação com o sono, alta demanda e baixo controle sobre o trabalho aumentaram significativamente as chances de alta exaustão emocional. A alta despersonalização esteve associada aos enfermeiros, sedentários e insatisfeitos com o sono. O sedentarismo apresentou associação significativa com baixa realização profissional. Em contrapartida, satisfação com recursos financeiros reduziu as chances de alta despersonalização e baixa realização profissional (Tabela 3).

Tabela 3
Modelos múltiplos para as três dimensões da síndrome de Burnout entre trabalhadores de enfermagem do turno diurno (n=271). Londrina, PR, Brasil, 2016

Na Tabela 4, verificou-se que os participantes que trabalhavam no turno noturno insatisfeitos com o sono apresentaram chances aumentadas de alta exaustão emocional, enquanto os que não tinham filhos, as chances foram reduzidas. Aqueles que trabalhavam três anos ou mais na instituição foram associados a maior chance de alta despersonalização. Os trabalhadores que indicaram satisfação com lazer e ter religião apresentaram menores chances de alta despersonalização e de baixa realização profissional, respectivamente. Auxiliares e técnicos de enfermagem apresentaram mais chances de baixa realização profissional.

Tabela 4
Modelos múltiplos para as três dimensões da síndrome de Burnout entre trabalhadores de enfermagem do turno noturno (n=231). Londrina, PR, Brasil, 2016

O baixo apoio social esteve associado a todas as dimensões da síndrome de Burnout, independentemente do turno em que o profissional trabalhasse.

Discussão

A caracterização por turnos indicou que os profissionais mais velhos, do sexo masculino, com os maiores salários e maior tempo de trabalho na instituição eram do turno noturno. Pressupõe-se que seja uma forma de beneficiar os trabalhadores com idade mais avançada e com mais anos na instituição, pois o trabalho noturno possui demandas laborais menores em comparação ao dia e ganhos financeiros maiores44 McHugh MD, Stimpfel AW. Nurse reported quality of care: a measure of hospital quality. Res Nurs Health. 2012;35(6):566-75. doi: http://dx.doi.org/10.1002/nur.21503
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. Embora haja indicativo de, nesse turno, haver predomínio de jovens, solteiros, recém-formados ou com menor tempo de trabalho2424 Siqueira K, Griep RH, Rotenberg L, Costa A, Melo E, Fonseca MJ. Interrelationships between nursing workers' state of nutrition, socio demographic factors, work and health habits. Ciênc Saúde Coletiva. 2015;20(6):1925-5. doi: http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232015206.00792014
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, em estudos recentes foram indicados resultados semelhantes aos desta pesquisa22 Stimpfel AW, Brewer CS, Kovner CT. Scheduling and shift work characteristics associated with risk for occupational injury in newly licensed registered nurses: an observational study. Int J Nurs Stud. 2015;52(11):1686-93. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.ijnurstu.2015.06.011
https://doi.org/10.1016/j.ijnurstu.2015....
,2525 Fernandes JC, Portela LF, Griep RH, Rotenberg L. Working hours and health in nurses of public hospitals according to gender. Rev Saúde Pública. 2017;51:63. doi: https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2017051006808
https://doi.org/https://doi.org/10.1590/...
.

Os níveis de exaustão emocional e baixa realização profissional foram significativamente maiores entre os profissionais de enfermagem do turno diurno, o que pode estar relacionado ao fato de esse período apresentar maior número de mulheres jovens e com relacionamento conjugal estável, fatores já considerados de risco para a síndrome de Burnout66 Yao Y, Yao W, Wang W, Li H, Lan Y. Investigation of risk factors of psychological acceptance and Burnout syndrome among nurses in China. Int J Nurs Pract. 2013;19(5):530-8. doi: http://dx.doi.org/10.1111/ijn.12103
https://doi.org/10.1111/ijn.12103...
,2626 Gómez-Urquiza JL, Vargas C, De La Fuente EI, Fernández-Castillo R, Cañadas-De La Fuente GA. Age as a risk factor for Burnout syndrome in nursing professionals: a meta-analytic study. Res Nurs Health. 2017;40(2):99-110. doi: http://dx.doi.org/10.1002/nur.21774
https://doi.org/10.1002/nur.21774...
-2727 Orsal O, Duru P, Unsal A, Barlas, N. Evaluation of the factors associated with Burnout of nurses working at a state hospital in turkey. Nurs Pract Today. [Internet]. 2017 [cited Oct 23, 2017];4(1):21-34 Available from: http://journals.research.ac.ir/files/site1/rds_journals/357/article-357-351328.pdf
http://journals.research.ac.ir/files/sit...
. Além disso, durante o dia, o processo de trabalho é mais intenso, com alta demanda de atividades laborais devido ao maior volume de cuidados e procedimentos de enfermagem; e o relacionamento interpessoal com a equipe multidisciplinar é mais frequente, em razão dos atendimentos médicos e de outros profissionais de saúde, situações que aumentam o estresse ocupacional e o desenvolvimento da síndrome de Burnout66 Yao Y, Yao W, Wang W, Li H, Lan Y. Investigation of risk factors of psychological acceptance and Burnout syndrome among nurses in China. Int J Nurs Pract. 2013;19(5):530-8. doi: http://dx.doi.org/10.1111/ijn.12103
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,2828 Teixeira C, Ribeiro O, Fonseca AM, Carvalho AS. Burnout in intensive care units a consideration of the possible prevalence and frequency of new risk factors: a descriptive correlational multicentre study. BMC Anesthesiol. 2013;13(1):38. doi: http://dx.doi.org/10.1186/1471-2253-13-38
https://doi.org/10.1186/1471-2253-13-38...
, o que corroborou o modelo múltiplo da alta exaustão emocional obtido neste estudo, para esses trabalhadores.

Em relação aos fatores associados à alta exaustão emocional, em outros estudos também evidenciou-se que a carga de trabalho e as demandas emocionais foram positivamente associadas, enquanto a autonomia das atividades (controle sobre o trabalho) e o suporte social relacionaram-se negativamente à síndrome2929 Bakker AB, Demerouti E, Sanz-Vergel AI. Burnout and work engagement: the JD-R approach. Annu Rev Organ Psychol Organ Behav. 2014;1:389-411. doi: https://doi.org/10.1146/annurev-orgpsych-031413-091235
https://doi.org/https://doi.org/10.1146/...
-3030 Vander Elst T, De Cuyper N, Baillien E, Niesen W, De Witte H. Perceived control and psychological contract breach as explanations of the relationships between job insecurity, job strain and coping reactions: towards a theoretical integration. Stress Health. 2016;32(2):100-16. doi: https://doi.org/10.1002/smi.2584
https://doi.org/https://doi.org/10.1002/...
.

A alta despersonalização foi 95,10% (OR:1,95) maior entre os enfermeiros em relação aos auxiliares e técnicos de enfermagem. Embora eles tenham maior autonomia e controle sobre suas atividades laborais, são mais solicitados e apresentam ritmo de trabalho mais intenso, o que os predispõem ao adoecimento mental3131 Johansson G, Sandahl C, Hasson D. Role stress among first-line nurse managers and registered nurses - a comparative study. J Nurs Manag. 2013;21(3):449-58. doi: https://doi.org/10.1111/j.1365-2834.2011.01311.x
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e, consequentemente, ao desengajamento no trabalho.

Neste estudo, a maioria dos trabalhadores de enfermagem do turno diurno era sedentária, sendo esse um fator associado à alta despersonalização e à baixa realização profissional. Em estudos longitudinais realizados com profissionais de saúde demonstrou-se que a atividade física possui efeitos benéficos sobre a saúde mental. Também indicou-se que, quanto maior a intensidade dos exercícios físicos, menores foram os níveis de Burnout, ansiedade e depressão, pois a atividade física pode fornecer energia mental e reduzir os sentimentos de fadiga laboral, pela liberação de neurotransmissores, como a serotonina, que produz sensação de bem-estar. Além disso, é indicada como fator de proteção para diversas doenças físicas crônicas, como as cardiovasculares3232 Lindwall M, Gerber M, Jonsdottir IH, Börjesson M, Ahlborg G. The relationship of change in physical activity with change in depression, anxiety, and Burnout: a longitudinal study of Swedish healthcare workers. Health Psychol. 2014;33(11):1309-18. doi: https://doi.org/10.1037/a0034402
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-3333 Vries JD, Claessens BJ, Van Hooff ML, Geurts SA, Van Den Bossche SN, Kompier MA. Disentangling longitudinal relations between physical activity, work-related fatigue, and task demands. Int Arch Occup Environ Health. 2016;89(1):89-101. doi: https://doi.org/10.1007/s00420-015-1054-x
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Denota-se que pelo empenho físico necessário e pela falta de tempo diante das numerosas atividades cotidianas - motivações comuns para o sedentarismo -, verifica-se que essa mudança de comportamento não é tarefa fácil, mas deve ser enfrentada3333 Vries JD, Claessens BJ, Van Hooff ML, Geurts SA, Van Den Bossche SN, Kompier MA. Disentangling longitudinal relations between physical activity, work-related fatigue, and task demands. Int Arch Occup Environ Health. 2016;89(1):89-101. doi: https://doi.org/10.1007/s00420-015-1054-x
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. Isso posto, os gestores devem estimular os trabalhadores a realizar pelo menos 150 minutos de atividade física aeróbica de intensidade moderada-intensa ao longo da semana, no mínimo, por 30 minutos ininterruptos, considerando seus benefícios à saúde, promoção de bem-estar e qualidade de vida2121 Rosenbaum S, Tiedemann A, Sherrington C, Curtis J, Ward PB. Physical activity interventions for people with mental illness: a systematic review and meta-analysis. J Clin Psychiatry. 2014;75(9):964-74. doi: https://doi.org/10.4088/JCP.13r08765
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22 Lima DF, Levy RB, Luiz OC. Recommendations for physical activity and health: consensus, controversies, and ambiguities. Rev Panam Salud Pública. [Internet]. 2014 [cited Mar 23, 2018];36(3):164-70. Available from: https://www.scielosp.org/article/rpsp/2014.v36n3/164-170
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-2323 Fang YY, Huang CY, Hsu MC. Effects of physical activity program on weight, physical fitness, occupational stress, job satisfaction, and quality of life of overweight employees in high-tech industries: a randomized controlled study. Int J Occup Saf Ergon. 2018;21:1-23. doi: https://doi.org/10.1080/10803548.2018.1438839
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Nesta investigação, os trabalhadores de enfermagem satisfeitos com seus proventos apresentavam maior envolvimento com seu trabalho e consideravam-se profissionais eficientes. Acredita-se que esse achado esteja atrelado ao sentimento de reconhecimento profissional, pois a enfermagem é uma categoria com baixos salários e que não é remunerada de acordo com a qualificação e funções que o trabalhador desempenha. Desse modo, receber salário acima do recebido pelos pares faz com que os profissionais comprometam-se mais com o seu trabalho e sintam-se competentes3434 Bacha AM, Grassioto OR, Gonçalves SP, Higa R, Carvasan GAF, Machado HC, et al. Job satisfaction of nursing staff in a university hospital. Rev Bras Enferm. 2015;68(6):1130-8. doi: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167.2015680619i
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A insatisfação com os padrões de sono esteve associada à alta exaustão emocional entre os trabalhadores de ambos os turnos, bem como à alta despersonalização entre aqueles que trabalhavam no turno diurno. Em estudos indicou-se que o estresse ocupacional e a síndrome de Burnout são relacionados à pior qualidade do sono entre aqueles que trabalham em turnos. Ademais, vários distúrbios do sono como insônia, dificuldade em adormecer, despertar precoce, sono não restaurador, sonolência, sono de curta duração (inferior a 6 horas) e débito de sono foram relatados em pessoas com altos níveis da síndrome de Burnout1212 Dall'Ora C, Griffiths P, Ball J, Simon M, Aiken L. Association of 12h shifts and nurses job satisfaction, Burnout and intention to leave: findings from a cross-sectional study of 12 European countries. BMJ Open. 2015;5(9):e008331. doi: http://dx.doi.org/10.1136/bmjopen-2015-008331
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,3535 Portela LF, Kröning Luna C, Rotenberg L, Silva-Costa A, Toivanen S, Araújo T, et al. Job strain and self-reported insomnia symptoms among nurses: what about the influence of emotional demands and social support? Biomed Res Int. 2015;2015:820610. doi: http://dx.doi.org/10.1155/2015/820610
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Os profissionais de enfermagem julgam que o trabalho noturno é um ponto positivo em suas vidas, visto que conseguem conciliar seus horários e planejar a vida profissional e particular. Somam-se a isso vantagens percebidas, como um horário laboral com baixa supervisão, de menor movimento, na maioria das vezes, melhores salários, por causa do adicional noturno e maior proximidade com sua equipe. Porém, é fato que provoca distúrbios do ritmo biológico e doenças de natureza mental e física1212 Dall'Ora C, Griffiths P, Ball J, Simon M, Aiken L. Association of 12h shifts and nurses job satisfaction, Burnout and intention to leave: findings from a cross-sectional study of 12 European countries. BMJ Open. 2015;5(9):e008331. doi: http://dx.doi.org/10.1136/bmjopen-2015-008331
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,3636 Geiger-Brown J, Rogers VE, Trinkoff AM, Kane RL, Bausell RB, Scharf SM. Sleep, sleepiness, fatigue, and performance of 12-hour-shift nurses. Chronobiol Int. 2012;29(2):211-9. doi: http://dx.doi.org/10.3109/07420528.2011.645752
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Para os participantes deste estudo, que trabalhavam no turno noturno, não ter filhos, satisfação com as oportunidades de lazer e ter uma crença religiosa foram fatores de proteção contra alta exaustão, alta despersonalização e baixa realização profissional, respectivamente. As prioridades estabelecidas pelas pessoas levam-nas a relegar o lazer, o tempo para descanso e convívio familiar. Todavia, o lazer contribui para a melhora de numerosos aspectos na vida, sobretudo a saúde biopsicossocial, além de colaborar na prevenção e tratamento da síndrome de Burnout3737 Maciel RH, Martins JCO, Pimentel FHP, Pinheiro AAG. Leisure experience as prevention for Burnout syndrome. Psic Rev. [Internet]. 2015 [cited Oct 23, 2017];24(2):311-26. Available from: https://revistas.pucsp.br/index.php/psicorevista/article/view/27803/19631
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. Já a crença religiosa fortalece as pessoas no enfrentamento do estresse e adversidades laborais e, muitas vezes, atenua o impacto negativo deles sobre a saúde mental3838 Galea M. Assessing the incremental validity of spirituality in predicting nurses' Burnout. Arch Psychol Religion. 2014;36(1):118-36. doi: http://dx.doi.org/10.1163/15736121-12341276
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Entre os trabalhadores da noite, o maior tempo de trabalho na instituição esteve associado ao menor envolvimento laboral. Quanto a isso, não há consenso na literatura, pois em algumas pesquisas indica-se que enfermeiros experientes tornam-se mais comprometidos com seu trabalho, apresentam maior resiliência no enfrentamento de situações imprevisíveis e estressoras, manifestando níveis mais baixos de despersonalização3939 Portero de la Cruz S, Vaquero Abellán M. Professional Burnout, stress and job satisfaction of nursing staff at a university hospital. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2015;23(3):543-52. doi: http://dx.doi.org/10.1590/0104-1169.0284.2586
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40 Karanikola MN, Papathanassoglou EE. Exploration of the Burnout syndrome occurrence among mental health nurses in Cyprus. Arch Psychiatr Nurs. 2013;27(6):319-26. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.apnu.2013.08.004
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-4141 Myhren H, Ekeberg O, Stokland O. Job satisfaction and Burnout among intensive care unit nurses and physicians. Crit Care Res Pract. 2013;2013:786176. doi: http://dx.doi.org/10.1155/2013/786176
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. Em outros estudos afirma-se que eles tornam-se mais insensíveis e distantes, como uma forma de se protegerem da fadiga por compaixão e evitar sofrimento, ou seja, protegem sua saúde mental4242 Aytekin A, Yilmaz F, Kuguoglu S. Burnout levels in neonatal intensive care nurses and its effects on their quality of live. Aust J Adv Nurs. [Internet]. 2013 [cited Oct 23, 2017];31(2):39-47. Available from: https://search.informit.com.au/documentSummary;dn=285597367080297;res=IELHEA
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-4343 Yu H, Jiang A, Shen J. Prevalence and predictors of compassion fatigue, Burnout and compassion satisfaction among oncology nurses: a cross sectional survey. Int J Nurs Stud. 2016;57:28-38. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.ijnurstu.2016.01.012
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Essa divergência pode ser explicada pelo modo de enfrentamento individual: para alguns, trabalhar com pessoas que sofrem é motivo de sofrimento e, como estratégia de defesa, afastam-se do que lhes causa constrangimento; para outros, é razão de satisfação ajudar alguém que necessita de seus cuidados, aumentando o seu engajamento no trabalho4444 Gleichgerrcht E, Decety J. Empathy in clinical practice: how individual dispositions, gender, and experience moderate empathic concern, Burnout, and emotional distress in physicians. PLoS One. 2013;8(4):e61526. doi: http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0061526
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.

Neste estudo, auxiliares e técnicos de enfermagem revelaram maiores chances de baixa realização profissional. Apesar da importância do seu trabalho, têm menor autonomia em comparação aos demais membros da equipe de saúde e são pouco reconhecidos e valorizados, o que pode gerar sentimento de inutilidade e incompetência4545 Ferreira NN, Lucca SR. Burnout syndrome in nursing assistants of a public hospital in the state of São Paulo. Rev Bras Epidemiol. 2015;18(1):68-79. doi: http://dx.doi.org/10.1590/1980-5497201500010006
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Constatou-se que o baixo apoio social esteve associado a todas as dimensões da síndrome de Burnout, independentemente do turno em que o profissional trabalhe, resultado semelhante ao de estudo realizado na Grécia4646 Özden D, Karagözoglu S, Yildirim G. Intensive care nurses' perception of futility: job satisfaction and Burnout dimensions. Nurs Ethics. 2013;20(4):436-47. doi: http://dx.doi.org/10.1177/0969733012466002
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. O apoio social de supervisores e pares é essencial para evitar a síndrome de Burnout entre os profissionais de enfermagem que, por vivenciarem as mesmas situações, podem compartilhar experiências e promover um ambiente amistoso e de apoio mútuo4747 Li L, Ruan H, Yuan WJ. The relationship between social support and Burnout among ICU nurses in Shanghai: a cross sectional study. Chinese Nurs Res. 2015;2(2):45-50. doi: https://doi.org/10.1016/j.cnre.2015.04.003
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-4848 Woodhead EL, Northrop L, Edelstein B. Stress, social support, and Burnout among long-term care nursing staff. J Appl Gerontol. 2016;35(1):84-105. doi: http://dx.doi.org/10.1177/0733464814542465
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Nesse sentido, a incivilidade laboral, manifestada por comportamentos que violam as normas sociais de conduta cortês e respeitosa, tem sido indicada como um dos principais preditores da síndrome de Burnout4949 Laschinger HKS, Read EA. The effect of authentic leadership, person job fit, and civility norms on new graduate nurses' experiences of coworker incivility and Burnout. J Nurs Adm. 2016;46(11):574-80. doi: http://dx.doi.org/10.1097/NNA.0000000000000407
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-5050 Oyeleye O, Hanson F, O'Connor N, Dunn D. Relationship of workplace incivility, stress, and Burnout on nurses' turnover intentions and psychological empowerment. J Nurs Adm. 2013;43(10):536-42. doi: http://dx.doi.org/10.1097/NNA.0b013e3182a3e8c9
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. Delineia-se, assim, a importância das relações de trabalho saudáveis como protetoras da síndrome.

Diante das múltiplas consequências da síndrome de Burnout, como eventos adversos na assistência, diminuição da qualidade dos cuidados, bem-estar reduzido, absenteísmo, presenteísmo e taxas de rotatividade aumentadas, torna-se necessário que os gestores e os próprios trabalhadores conscientizem-se da problemática e que haja empenho em promover ambientes de trabalho mais saudáveis99 Van Bogaert P, Kowalski C, Weeks SM, Van Heusden D, Clarke SP. The relationship between nurse practice environment, nurse work characteristics, Burnout and job outcome and quality of nursing care: a cross-sectional survey. Int J Nurs Stud. 2013;50(12):1667-77. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.ijnurstu.2013.05.010
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Sobre as limitações do estudo, indicam-se o delineamento transversal em que não é possível tirar conclusões sobre as direções causais, bem como o “efeito do trabalhador sadio”, pois não foi investigado se havia indivíduos afastados do trabalho devido ao Burnout. Todas as informações coletadas foram autorrelatadas e as respostas podem ser afetadas pelos interesses e atitudes dos respondentes. Como os autores do MBI não recomendam estabelecer pontos de corte nas dimensões, nem uma pontuação global da escala, não foi possível verificar a prevalência da síndrome. Outro limite se refere à amostragem por conveniência de um hospital filantrópico, o que impede a generalização dos resultados.

Entretanto, com este estudo avança-se no conhecimento ao demonstrar-se que os níveis da síndrome de Burnout foram maiores entre os trabalhadores de enfermagem do turno diurno em comparação aos do noturno e, assim, os fatores associados, em sua maioria, também foram diferentes. Logo, este estudo poderá subsidiar futuras pesquisas de intervenção e para que os trabalhadores e gestores possam conjuntamente traçar estratégias sobre os fatores associados para evitar ou reduzir os níveis da síndrome de Burnout e, por consequência, maximizar a qualidade de vida no ambiente de trabalho e os cuidados prestados aos pacientes e familiares.

Conclusão

Os altos níveis das dimensões da síndrome de Burnout ocorreram entre os trabalhadores de enfermagem que trabalhavam no turno diurno. Os fatores psicossociais e do contexto laboral tiveram associação com as dimensões da síndrome de Burnout em ambos os turnos, visto que, no turno diurno, os fatores associados foram alta demanda, baixo controle, baixo apoio social, insatisfação com o sono e recursos financeiros, ser enfermeiro e sedentarismo; no turno noturno, os fatores associados foram baixo apoio social, insatisfação com o sono e lazer, ter filhos, não ter religião, menor tempo de trabalho na instituição e ser auxiliar e técnico de enfermagem.

As diferenças nos níveis da síndrome de Burnout e dos fatores associados entre os turnos indicam que as estratégias de prevenção e redução devem ser individualizadas por período, podendo ser focadas no incentivo à atividade física e, principalmente, na promoção do apoio social no trabalho.

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    Artigo extraído da dissertação de mestrado “Estresse, burnout e qualidade de vida na equipe de enfermagem”, apresentada à Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR, Brasil.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2018

Histórico

  • Recebido
    23 Nov 2017
  • Aceito
    06 Maio 2018
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