Acessibilidade / Reportar erro

Estado nutricional de idosos com doença de Parkinson e seus fatores associados: uma revisão integrativa

Resumo

Objetivo

Identificar os fatores associados ao Estado Nutricional de idosos com doença de Parkinson (DP) por meio de uma revisão integrativa da literatura.

Método

Foram utilizadas as bases de dados LILACS, MEDLINE, BDENF, Scielo e Pubmed, sem filtros para ano de publicação e desenho do estudo. Foram incluídos os estudos disponibilizados em português, inglês ou espanhol com população idosa (idade ≥60 anos). Foram excluídos estudos que não tratavam da temática, publicações não disponíveis na íntegra e que não atenderam à pergunta norteadora. Extraíram-se informações referentes aos objetivos, desenho de estudo, amostra investigada, instrumentos para a avaliação nutricional e principais resultados, além dos fatores associados. A qualidade metodológica dos estudos foi avaliada pelos instrumentos Critical Appraisal Skill Programme e Agency for Health care and Research and Quality. Para sumarização dos fatores associados foi considerado o percentual de estudos cuja análise intergrupo, associação ou correlação foi significativa para o desfecho esperado.

Resultados

A análise final resultou em 8 artigos. Os fatores associados ao Estado Nutricional entre as variáveis clínicas relacionadas à DP foram duração e gravidade da doença, sintomas motores e função cognitiva. Com relação às variáveis clínico-nutricionais apresentaram associação à gordura corporal, parâmetros bioquímicos, atividade física, doméstica e mobilidade, ingestão de energia e hábitos alimentares.

Conclusão

A perda de peso na DP é uma consequência complexa e multifatorial, sendo primordial diagnosticar precocemente mudanças nutricionais nesses pacientes. A realização de mais estudos nessa população é necessária, visando compreender melhor esse processo de perda de peso nos pacientes idosos com DP.

Palavras-Chave:
Saúde do Idoso; Estado Nutricional; Avaliação Nutricional; Doença de Parkinson

Abstract

Objective

Identify the factors associated with the Nutritional Status of old people with Parkinson’s disease (PD) through an integrative literature review.

Method

The databases LILACS, MEDLINE, BDENF, Scielo and Pubmed were used with no filters for year of publication nor study design. We included the studies with old population (age ≥60 years) in Portuguese, English or Spanish. Studies not addressing the subject, publications not available in full, and those that did not answer the guiding question were excluded. In addition to the associated factors, information regarding the objectives, study design, investigated sample, instruments for nutritional assessment, and main results were extracted. The methodological quality of the studies was assessed by the instruments Critical Appraisal Skill Program and Agency for Health care and Research and Quality. To summarize the associated factors, the percentage of studies whose intergroup analysis, association or correlation was significant for the expected outcome was considered.

Results

The final analysis resulted in 8 papers. The factors associated with the Nutritional Status among the PD-related clinical variables were duration and severity of the disease, motor symptoms, and cognitive function. Regarding the clinical-nutritional variables, they were associated with body fat, biochemical parameters, physical, domestic and mobility activities, energy intake, and eating habits.

Conclusion

Weight loss in PD is a complex and multifactorial consequence, and the early diagnose of nutritional changes in these patients is essential. Further studies in this population are necessary in order to better understand this process of weight loss in old patients with PD.

Keywords
Health of the Elderly; Nutritional Status; Nutritional Assessment; Parkinson’s Disease

INTRODUÇÃO

Com o processo do envelhecimento, as doenças neurodegenerativas tornam-se frequentes, como a doença de Parkinson (DP), segunda mais comum entre pessoas com 60 anos ou mais, tendendo a dobrar o número de casos até 205011 Floriano EN, Alves JF, Almeida IA, Souza RB, Christofoletti G, Santos SMS. Desempenho de dupla tarefa: uma comparação entre idosos saudáveis e portadores da doença de Parkinson. Fisioter Mov. 2015;28(2):251-8. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0103-5150.028.002.AO05.

A DP apresenta incidência de 0,5% a 1% para pessoas entre 65 e 69 anos e 1 a 3% naquelas com 80 anos ou mais22 Brienesse LA, Emerson MN. Effects of resistance training for people with Parkinson’s disease: a systematic review. J Am Med Dir Assoc. 2013; 14(4):236-41. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jamda.2012.11.012
https://doi.org/10.1016/j.jamda.2012.11....

3 Rodriguez M, Rodriguez-Sabate C, Morales I, Sanchez A, Sabate M. Parkinson’s disease as a result of aging. Aging Cell. 2015;14(3):293-308. Disponível em: https://doi.org/10.1111/acel.12312
-44 Collier TJ, Kanaan NM, Kordower JH. Aging and Parkinson’s disease: Different sides of the same coin?. Mov Disord. 2017;32(7):983-90. Disponível em: https://doi.org/10.1002/mds.27037. É provocada pela redução do neurotransmissor dopamina no sistema nervoso central (SNC), de progressão lenta, caracterizada por quatro componentes básicos: bradicinesia, tremor de repouso, rigidez e instabilidade postural, decorrentes do comprometimento da via nigroestriatal55 Kastem M, Kertelge L, Bruggemann N, Vegt JVD, Schmidt A, Tadoc V, et al. Non motor Symptoms in Genetic Parkinson Disease. Arch Neurol. 2010; 67(6):670-6. Disponível em: https://doi.org/10.1001/archneurol.67.6.670
https://doi.org/10.1001/archneurol.67.6....
,66 Guimarães MPA, Severino VC, Pinheiro HA. Correlação entre funcionalidade e gravidade da doença de Parkinson em idosos. Geriatr Gerontol Aging. 2013;7(3):203-7. Disponível em: http://www.ggaging.com/details/142/pt-BR. Os sintomas motores podem progressivamente levar a uma incapacidade grave e, juntamente com complicações não motoras, podem colaborar consideravelmente para as alterações no estado nutricional durante o curso da doença77 Quinn N. Parkinsonism-recognition and differential diagnosis. BMJ. 1995;310(6977):447-52. Disponível em: https://doi.org/10.1136/bmj.310.6977.447

8 Lorefät B, Ganowiak W, Wissing U, Granérus AK, Unosson M. Food habits and intake of nutrients in elderly patients with Parkinson’s disease. Gerontology. 2006;52(3):160-8. Disponível em: https://doi.org/10.1159/000091825
-99 Verbaan D, Marinus J, Visser M, van Rooden SM, Stiggelbout AM, van Hilten JJ. Patient-reported autonomic symptoms in Parkinson disease. Neurology. 2007;69(4):333-41. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/17646625/.

Cerca de 3% a 60% dos pacientes com DP apresentam risco de desnutrição1010 Paul BS, Singh T, Paul G, Jain D, Singh G, Kaushal S, et al. Prevalence of Malnutrition in Parkinson’s Disease and Correlation with Gastrointestinal Symptoms. Ann Indian Acad Neurol. 2019;22(4):447-52. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6839331/. A perda de peso nesses pacientes está relacionada ao aumento do gasto energético decorrente de alta atividade muscular, caracterizada por tremores, rigidez e discinesias induzidas por levodopa; além da baixa ingestão alimentar pela presença de anorexia, depressão, comprometimento cognitivo e sintomas gastrointestinais (disfagia, náuseas, refluxo, constipação e retardo do esvaziamento gástrico), culminando com aumento de saciedade e redução da absorção de nutrientes. Ainda há o aumento da dependência, pelo comprometimento das atividades de vida diária.1111 De Rui M, Inelmen EM, Trevisan C, Pigozzo S, Manzato E, Sergi G. Parkinson’s disease and the non-motor symptoms: hyposmia, weight loss, osteosarcopenia. Aging Clin Exp Res. 2020;32(7):1211-8. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s40520-020-01470-x

12 Barichella M, Cereda E, Madio C, Iorio L, Pusani C, Cancello R, et al. Nutritional risk and gastrointestinal dysautonomia symptoms in Parkinson’s disease out patients hospitalised on a scheduled basis. Br J Nutr. 2013;110(2):347-53. Disponível em: https://doi.org/10.1017/S0007114512004941
-1313 Capecci M, Petrelli M, Emanuelli B, Millevolte M, Nicolai A, Provinciali L, et al. Rest energy expenditure in Parkinson’s disease: role of disease progression and dopaminergic therapy. Parkinsonism Relat Disord. 2013;19(2):238-41. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.parkreldis.2012.10.016 podendo levar à progressão do quadro de desnutrição1010 Paul BS, Singh T, Paul G, Jain D, Singh G, Kaushal S, et al. Prevalence of Malnutrition in Parkinson’s Disease and Correlation with Gastrointestinal Symptoms. Ann Indian Acad Neurol. 2019;22(4):447-52. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6839331/.

A desnutrição em pacientes com DP compromete a qualidade de vida assim como, aumenta a taxa de morbimortalidade1414 Ongun N. Does nutritional status affect Parkinson’s Disease features and quality of life?. PLoS One. 2018;13(10): e0205100. Disponível em: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0205100. Os fatores associados ao estado nutricional encontram-se bem definidos na população idosa1515 Fávaro-Moreira NC, Krausch-Hofmann S, Matthys C, Vereecken C, Vanhauwaert E, Declercq A, et al. Risk Factors for Malnutrition in Older Adults: a Systematic Review of the Literature Based on Longitudinal Data. Adv Nutr. 2016;7(3):507-22. Disponível em: https://doi.org/10.3945/an.115.011254, todavia, na população idosa com DP há uma escassez de evidências sobre o impacto da desnutrição e um quantitativo reduzido de estudos, então, mediante a importância da desnutrição em pessoas idosas com DP , do crescimento da população idosa e do impacto no Estado Nutricional, este estudo objetiva identificar os fatores associados ao Estado Nutricional de idosos com DP por meio de uma revisão integrativa da literatura.

MÉTODO

Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura. Para sua realização, foram percorridas seis etapas: 1- identificação do tema e elaboração da questão norteadora da pesquisa; 2- estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão dos estudos; 3- definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados e posterior categorização; 4- avaliação dos estudos incluídos na revisão; 5-interpretação dos resultados; 6- apresentação da revisão e síntese do conhecimento1616 Sousa LMM, Marques-Vieira C, Severino S, Antunes V. Metodologia de Revisão Integrativa da Literatura em Enfermagem. Rev Invest Enferm. 2017;21(2):17-26. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/321319742_Metodologia_de_Revisao_Integrativa_da_Literatura_em _Enfermagem. Para a primeira etapa foi formulada a seguinte questão norteadora: Quais as evidências científicas publicadas sobre os fatores associados ao Estado Nutricional em idosos com a DP?

Em seguida, estabeleceram-se critérios de elegibilidade para a busca e seleção dos artigos entre novembro de 2019 a janeiro de 2020, no portal da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Através desse portal, foi possível realizar uma busca simultânea das publicações relevantes nas três principais bases de dados científicas no campo nacional e internacional: LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), MEDLINE (Literatura Internacional em Ciências da Saúde) e BDENF (Base de Dados em Enfermagem). Também foram realizadas buscas na Scielo (biblioteca eletrônica Scientific Electronic Library Online) e PubMed (National Library of Medicine and National Institutes of Health).

Os artigos incluídos deveriam tratar de fatores associados ao Estado Nutricional em idosos com DP. Não foram utilizados filtros para ano de publicação e desenho do estudo. Foram incluídos os estudos disponibilizados em português, inglês ou espanhol com população idosa (critério idade ≥ 60 anos). As referências dos artigos selecionados foram consideradas para inclusão (estratégia de “busca reversa”). Dois revisores independentes conduziram a extração dos dados com checagem da concordância da seleção dos estudos e a validação da lista final realizada por um terceiro revisor.

Foram excluídos estudos com presença de outras síndromes parkinsonianas, outras doenças neurológicas, ausência de definição da idade dos sujeitos do estudo, publicações não disponíveis eletronicamente de forma gratuita, estudos do tipo dissertação, tese, livro/capítulo de livro, editorial, matéria de jornal, revisão integrativa ou sistemática da literatura, carta ao editor, estudo reflexivo, relato de experiência e resumo de congresso. Para a busca dos artigos foram utilizadas palavras-chave indexadas ao aos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) – “dieta”, “regime alimentar”, “estado nutricional”, “estado de nutrição”, “avaliação nutricional” e “doença de Parkinson” e ao Medical Subject Headings (MESH) – “factors”, “nutritional assessment”, “nutritional status”, “nutritional”, “diet”, “Food Regime”, “Parkinson”, “Parkinson disease”, “parkinsonism”. O operador boleano de escolha foram “AND” e “OR”.

Para realizar a análise crítica metodológica dos artigos incluídos, foram aplicados dois instrumentos que possibilitaram a avaliação de diferentes desenhos de estudo: 1- Critical Appraisal Skill Programme (CASP)1717 Critical Appraisal Skills Programme. CASP make sense of evidence. 10 questions to help you make sense of qualitative research [Internet]. [unknown place]: CASP; 2017 [acesso em 25 fev. 2020]. Disponível em: http://media.wix.com/ugd/dded87_25658615020e427da194a325e7773d42.pdf
http://media.wix.com/ugd/dded87_25658615...
(adaptado) e 2- Agency for Health care and Research and Quality (AHRQ)1818 Stillwell SB, Fineout-Overholt E, Melnyk BM, Williamson KM. Evidence-based practice: step by step. Am J Nurs. 2010;110(5):41-7. Disponível em: https://doi.org/10.1097/01.NAJ.0000372071.24134.7e.

O CASP1919 Critical Appraisal Skills Programme. CASP Checklists [Internet]. Oxford: CASP; 2014 [acesso em 10 mar. 2020]. Disponível em: http://www.casp-uk. net/#!casp-tools-checklists/c18f8
http://www.casp-uk...
original contempla oito ferramentas específicas de avaliação para diferentes delineamentos de estudo como revisões, coortes, ensaios clínicos, estudos transversais, entre outros. Nesta revisão utilizou-se um instrumento adaptado do CASP que contemplou 10 itens a serem pontuados, incluindo: 1) objetivo; 2) adequação do método; 3) apresentação dos procedimentos teórico-metodológicos; 4) critérios de seleção da amostra; 5) detalhamento da amostra; 6) relação entre pesquisadores e pesquisados (randomização/cegamento); 7) respeito aos aspectos éticos; 8) rigor na análise dos dados; 9) propriedade para discutir resultados e 10) contribuições e limitações da pesquisa. Ao final, os estudos foram classificados em nível A (pontuação entre 6 e 10 pontos), sendo considerado de boa qualidade metodológica e viés reduzido, ou nível B (até 5 pontos) significando qualidade metodológica satisfatória, mas com risco de viés considerável1717 Critical Appraisal Skills Programme. CASP make sense of evidence. 10 questions to help you make sense of qualitative research [Internet]. [unknown place]: CASP; 2017 [acesso em 25 fev. 2020]. Disponível em: http://media.wix.com/ugd/dded87_25658615020e427da194a325e7773d42.pdf
http://media.wix.com/ugd/dded87_25658615...
.

O AHRQ classifica estudos em seis níveis de acordo com o nível de evidência: (1) revisão sistemática ou metanálise; (2) ensaios clínicos randomizados; (3) ensaios clínicos sem randomização; (4) estudos de coorte e de caso-controle; (5) revisão sistemática de estudos descritivos e qualitativos e (6) único estudo descritivo ou qualitativo1818 Stillwell SB, Fineout-Overholt E, Melnyk BM, Williamson KM. Evidence-based practice: step by step. Am J Nurs. 2010;110(5):41-7. Disponível em: https://doi.org/10.1097/01.NAJ.0000372071.24134.7e.

Para sumarização dos fatores associados foi considerado o percentual de estudos cuja análise intergrupo, associação ou correlação foi significativa para o desfecho esperado. As percentagens apresentadas referem-se ao número de estudos cujos resultados foram significativos dividido pelo número total de estudos2020 Vancampfort D, Mugisha J, Richards J, de Hert M, Probst M, Stubbs B. Physical activity correlates in people living with HIV/AIDS: a systematic review of 45 studies. Disabil Rehabil. 2018;40(14):1618-29. Disponível em: https://doi.org/10.1080/09638288.2017.1306587. Quando o número de estudos significativos é maior que o total dos estudos, o qual indica fator de associação com o estado nutricional, recebe código positivo “+”. Nos casos de empate ou de análise de apenas um estudo significativo não há consenso sobre a associação do fator com o estado nutricional. Esses estudos receberam código “?”. E os casos com nenhum estudo com resultado significativo ou minoria de estudos com resultado significativo o fator recebe código negativo “-“2020 Vancampfort D, Mugisha J, Richards J, de Hert M, Probst M, Stubbs B. Physical activity correlates in people living with HIV/AIDS: a systematic review of 45 studies. Disabil Rehabil. 2018;40(14):1618-29. Disponível em: https://doi.org/10.1080/09638288.2017.1306587,2121 Silva TAM, Silva LP, Faccio PF, Silva KMC, Arruda ARV, Silva LN, et al. Análise dos parâmetros espaço-temporais da marcha em indivíduos com disfunção neurológica tratados com prática mental: uma revisão sistemática. Acta Fisiátr. 2018;25(2):86-93. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v25i2a162567.

RESULTADOS

Foram pesquisadas cinco bases de dados utilizando uma combinação de palavras-chave relacionadas ao tema. Os resultados da busca estão resumidos no Quadro 1.

Quadro 1
Bases de dados consultadas e quantidade de artigos que compuseram a amostra do estudo. Recife, PE, 2020.

Foram encontrados 320 artigos, entretanto, 316 não foram elegíveis, resultando em oito artigos para análise final, sendo quatro artigos selecionados através de busca reversa (Figura 1).

Figura 1
Fluxograma do processo de seleção dos estudos. Recife, PE, 2020.

Todos os artigos da amostra final foram publicados em inglês e em revistas estrangeiras. Quanto aos anos de publicação, metade dos artigos foram publicados entre 2004 e 2008 e a outra metade entre 2009 e 2017. Os locais de estudo compreenderam cinco países Europeus (87,5%) e 1(12,5%) nos Estados Unidos da América.

Todos os estudos foram classificados como nível A em qualidade metodológica mediante instrumento adaptado do CASP1717 Critical Appraisal Skills Programme. CASP make sense of evidence. 10 questions to help you make sense of qualitative research [Internet]. [unknown place]: CASP; 2017 [acesso em 25 fev. 2020]. Disponível em: http://media.wix.com/ugd/dded87_25658615020e427da194a325e7773d42.pdf
http://media.wix.com/ugd/dded87_25658615...
. Em avaliação por meio do AHRQ1818 Stillwell SB, Fineout-Overholt E, Melnyk BM, Williamson KM. Evidence-based practice: step by step. Am J Nurs. 2010;110(5):41-7. Disponível em: https://doi.org/10.1097/01.NAJ.0000372071.24134.7e, quatro artigos foram estudos de Caso – Controle – nível quatro de evidência2222 Lorefält B, Ganowiak W, Palhagen S, Toss G, Unosson M, Granerus AK. Factors of importance for weight loss in elderly patients with Parkinson’s disease. Acta Neurol Scand. 2004;110:180-7. Disponível em: https://doi.org/10.1111/j.1600-0404.2004.00307.x

23 Lorefält B, Ganowiak W, Wissing U, Granérus AK, Unosson M. Food habits and intake of nutrients in elderly patients with Parkinson’s Disease. Gerontology. 2006;52:160-8. Disponível em: https://doi.org/10.1159/000091825

24 Lorefalt B, Toss G, Granerus AK. Weight loss, body fat mass, and leptina in Parkinson’s disease. Mov Disord. 2009;24:885-90. Disponível em: https://doi.org/10.1002/mds.22466
-2525 Cheshire WPJ, Wszolek ZK. Body mass index is reduced early in Parkinson’s disease, Parkinsonism. Relat Disord. 2005;11:35-8. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.parkreldis.2004.07.001, um de coorte prospectiva - nível quatro de evidência2626 Barichella M, Villa MC, Massarotto A, Cordara SE, Marczewska A, Vairo A, et al. Mini nutritional assessment in patients with Parkinson’s disease: correlation between worsening of the malnutrition and increasing number of disease-years. Nutr Neurosci. 2008;11:128-34. Disponível em: https://doi.org/10.1179/147683008X301441 e três observacionais transversais – nível seis de evidência2727 Jaafar AF, Gray WK, Porter B, Turnbull EJ, Walker RW. A cross-sectional study of the nutritional status of community-dwelling people with idiopathic Parkinson’s disease. BMC Neurol. 2010;10:1-9. Disponível em: https://doi.org/10.1186/1471-2377-10-124

28 van Steijn J, van Harten B, Flapper E, Droogsma E, van Walderveen P, Blaauw M, et al. The nutritional status of dutch elderly patients with Parkinson’s disease. J Nutr Health Aging. 2014;18(6):601-7. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s12603-014-0444-1
-2929 Tomic S, Pekic V, Popijac Z, Pucic T, Petek M, Kuric TG, et al. What increases the risk of malnutrition in Parkinson’s disease?. J Neurologic Sci. 2017;375:235-8. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jns.2017.01.070. Nenhum dos estudos apresentou abordagem qualitativa. As principais informações dos artigos desta revisão estão apresentadas no Quadro 2.

Quadro 2
Descrição compilada de cada estudo incluído na revisão integrativa. Recife, PE, 2020.

Os fatores associados ao Estado Nutricional dos idosos com DP extraídos dos estudos desta revisão encontram-se no Quadro 3.

Quadro 3
Descrição compilada dos fatores associados ao Estado Nutricional de idosos com doença de Parkinson. Recife-PE, 2020.

DISCUSSÃO

A desnutrição é um distúrbio que acomete grande parte da população idosa 3030 Damião R, Santos AS, Matijasevich A, Menezes PR. Factors associated with risk of malnutrition in the elderly in south-eastern Brazil. Rev Bras Epidemiol. 2017;20(4):1-9. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1980-5497201700040004, apresentando também uma alta prevalência em pacientes com DP. Observou-se que 62,5% da população idosa com DP apresentavam desnutrição ou risco de desnutrição, segundo a MAN3131 Carmo TPS, Ferreira CCD. Avaliação nutricional e o uso da levodopa com refeições proteicas em pacientes com doença de Parkinson do município de Macaé, Rio de Janeiro. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2016;19(2):223-34. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1809-98232016019.150141. Diante dessa elevada frequência, demonstra-se a importância de um olhar mais precoce e cuidadoso da condição nutricional nesses pacientes. Além disso, verificaram-se fatores associados ao Estado Nutricional entre as variáveis clínicas relacionadas à doença de Parkinson e entre as variáveis clínico-nutricionais.

Entre as variáveis pessoais, idade e sexo, não apresentaram associações, todavia, vale ressaltar que apesar de poucos estudos medirem essas associações, parece haver uma relação do aumento da idade com a piora do Estado Nutricional, fato esse que pode ser explicado pelas modificações fisiológicas inerentes ao envelhecimento associada a uma doença neurodegenerativa, que podem levar ao agravamento do Estado Nutricional. Já em relação ao sexo feminino, pode haver uma conexão com mais desvantagens nutricionais, decorrentes de fatores hormonais que influenciam a regulação metabólica2222 Lorefält B, Ganowiak W, Palhagen S, Toss G, Unosson M, Granerus AK. Factors of importance for weight loss in elderly patients with Parkinson’s disease. Acta Neurol Scand. 2004;110:180-7. Disponível em: https://doi.org/10.1111/j.1600-0404.2004.00307.x.

Segundo as condições clínicas relacionadas à doença de Parkinson destacaram-se duração e gravidade da doença, sintomas motores e função cognitiva. No que tange ao tempo, observou-se que uma média de seis a nove anos apresentou associação com diminuição do valor do IMC (IMC<20kg/m2)2727 Jaafar AF, Gray WK, Porter B, Turnbull EJ, Walker RW. A cross-sectional study of the nutritional status of community-dwelling people with idiopathic Parkinson’s disease. BMC Neurol. 2010;10:1-9. Disponível em: https://doi.org/10.1186/1471-2377-10-124 e com uma redução no score da MAN2626 Barichella M, Villa MC, Massarotto A, Cordara SE, Marczewska A, Vairo A, et al. Mini nutritional assessment in patients with Parkinson’s disease: correlation between worsening of the malnutrition and increasing number of disease-years. Nutr Neurosci. 2008;11:128-34. Disponível em: https://doi.org/10.1179/147683008X301441. Embora esse resultado tenha sido encontrado, o tempo relaciona-se à gravidade da doença, porque os anos adicionados a partir do diagnóstico, culminam com a progressão da doença, uma vez que a mesma não tem cura.

Corroborando esses achados, um estudo3232 Suzuki K, Okuma Y, Uchiyama T, Miyamoto M, Haruyama Y, Kobashi G, et al. Determinants of Low Body Mass Index in Patients with Parkinson’s Disease: A Multicenter Case-Control Study. J Parkinsons Dis. 2020;10(1):213-21. Disponível em: https://doi.org/10.3233/JPD-191741 realizou uma comparação entre dois grupos com base no IMC mediano dos pacientes com DP, constatando que quanto menor o IMC (<22kg/m2), maior a duração da doença, maior a gravidade dos aspectos motores da vida diária e das complicações motoras e maior a dose equivalente de levodopa (LED). Sugere-se que a perda de peso esteja relacionada ao aumento do gasto energético à medida que a doença progride2626 Barichella M, Villa MC, Massarotto A, Cordara SE, Marczewska A, Vairo A, et al. Mini nutritional assessment in patients with Parkinson’s disease: correlation between worsening of the malnutrition and increasing number of disease-years. Nutr Neurosci. 2008;11:128-34. Disponível em: https://doi.org/10.1179/147683008X301441,3232 Suzuki K, Okuma Y, Uchiyama T, Miyamoto M, Haruyama Y, Kobashi G, et al. Determinants of Low Body Mass Index in Patients with Parkinson’s Disease: A Multicenter Case-Control Study. J Parkinsons Dis. 2020;10(1):213-21. Disponível em: https://doi.org/10.3233/JPD-191741, como o gerado por discinesias, não sendo compensado pela ingestão adequada, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos2828 van Steijn J, van Harten B, Flapper E, Droogsma E, van Walderveen P, Blaauw M, et al. The nutritional status of dutch elderly patients with Parkinson’s disease. J Nutr Health Aging. 2014;18(6):601-7. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s12603-014-0444-1.

Com relação à ingestão alimentar inadequada é importante considerar possíveis alterações na deglutição. As disfagia orofaríngea e esofágica são muito comuns na DP e afeta mais de 80% dos indivíduos3333 Suttrup I, Warnecke T. Dysphagia in Parkinson’s Disease. Dysphagia. 2016;31(1):24-32. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s00455-015-9671-9, refletindo as deficiências motoras subjacentes e a extensão da progressão da doença3434 Umemoto G, Furuya H. Management of Dysphagia in Patients with Parkinson’s Disease and Related Disorders. Intern Med. 2020;59(1):7-14. Disponivel em: https://doi.org/10.2169/internalmedicine.2373-18. Está associada ainda à redução da qualidade de vida, ao isolamento social, desidratação, desnutrição e pneumonia aspirativa3535 Boccardi V, Ruggiero C, Patriti A, Marano L. Diagnostic assessment and management of dysphagia in patients with Alzheimer’s disease. J Alzheimers Dis. 2016;50(4):947-55. Disponível em: https://doi.org/10.3233/JAD-150931. Esta última, que é uma das principais causas de morte na DP3636 Andrade PA, Santos CA, Firmino HH, Rosa COB. Importância do rastreamento de disfagia e da avaliação nutricional em pacientes hospitalizados. Einstein (São Paulo). 2018;16(2):1-6. Disponível em: https://doi.org/10.1590/s1679-45082018ao4189. As mudanças relacionadas à disfagia têm uma influência direta sobre o estado nutricional, uma vez que modificações na consistência dos alimentos e a própria dificuldade de ingestão podem dificultar adequações dietéticas3636 Andrade PA, Santos CA, Firmino HH, Rosa COB. Importância do rastreamento de disfagia e da avaliação nutricional em pacientes hospitalizados. Einstein (São Paulo). 2018;16(2):1-6. Disponível em: https://doi.org/10.1590/s1679-45082018ao4189.

À medida que a DP progride, há um agravamento dos sintomas motores, como tremor, rigidez e discinesias, os quais podem contribuir para o aumento do gasto energético. Uma explicação possível é que o aumento do gasto energético pode desempenhar um papel no estágio inicial e o aumento da ingestão calórica é uma compensação pela perda de peso. Nos estágios iniciais da DP, o aumento do gasto energético seria a principal causa, enquanto nos estágios avançados o principal determinante da perda de peso provavelmente seria uma diminuição do consumo de energia3737 Ma K, Xiong N, Shen Y, Han C, Liu L, Zhang G, et al. Weight Loss and Malnutrition in Patients with Parkinson’s Disease: Current Knowledge and Future Prospects. Front Aging Neurosci. 2018;10:1-9. Disponível em: https://doi.org/10.3389/fnagi.2018.00001.

As desordens motoras podem impelir o idoso ao isolamento social, a perda de vontade para as atividades cotidianas, dependência para as atividades de vida diária, perda de autonomia e consequentemente redução da qualidade de vida3838 Filippin NT, Martins JS, Libera LBD, Halberstadt BF, Severo AR. Qualidade de vida de sujeitos com doença de Parkinson e seus cuidadores. Fisioter Mov. 2014;27(1):57-66. Disponível em: http://dx.doi.org.10.1590/0103-5150.027.001.AO06. Uma maior incapacidade em tarefas diárias, como compras, culinária e alimentação, podem exacerbar o efeito dos sintomas de impacto nutricional e da situação de vida na ingestão alimentar3939 Sheard JM, Ash S, Mellick GD, Silburn PA, Kerr GK. Markers of disease severity are associated with malnutrition in Parkinson’s disease. PLoS ONE. 2013;8(3):e57986. Disponível em: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0057986.

Declínio intelectual e distúrbios cognitivos também podem estar presentes na DP, costumando se intensificar com o avanço da doença, especialmente em pessoas idosas4040 Almeida M, Cruz G. Intervenções de terapeutas ocupacionais junto a idosos com doença de Parkinson. Rev Ter Ocup Univ São Paulo (Online). 2009;20(1):1-9. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v20i1p29-35. Assim, esses idosos podem perder um senso de autocontrole, de autoeficácia e muitas vezes apresentar sintomas de depressão4141 Almeida MHM, Castiglioni MC. Recursos tecnológicos: estratégia de promoção do autocuidado, atividades e participação para pessoas com doença de Parkinson. Rev Ter Ocup da Univ São Paulo (Online). 2007;18(3):152-7. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v18i3p152-157, favorecendo mudanças no comportamento alimentar, com baixa ingestão de alimentos e maior ocorrência de desnutrição4242 Silva JL, Marques APO, Leal MCC, Alencar DL, Melo EMA. Fatores associados à desnutrição em idosos institucionalizados. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2015;18(2);443-51. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1809-9823.2015.14026.

Com relação às variáveis clínico-nutricionais destacam-se gordura corporal, parâmetros bioquímicos, atividade física, doméstica e mobilidade, ingestão de energia e hábitos alimentares.

Um estudo4343 Bernhardt D, Müller H-P, Ludolph AC, Dupuis L, Kassubek J. Body fat distribution in Parkinson’s disease: an MRI-based body fat quantification study. Parkinsonism Related Disord. 2016;33:84-9. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.parkreldis.2016.09.016 detectou que quanto mais elevado o estágio da doença, menor a quantidade de gordura total (corporal, visceral e subcutânea), assim como menores níveis de leptina, hormônio produzido principalmente pelos adipócitos ou células gordurosas, diretamente relacionado à produção de gordura. Além disso, uma redução no peso corporal associada com o tempo de diagnóstico da doença, sugere também que além de ocorrer a alteração na distribuição de gordura em pacientes com DP, há redução do tecido adiposo subcutâneo e aumento da proporção de gordura visceral. Essa redistribuição alterada pode estar associada à perda de peso4343 Bernhardt D, Müller H-P, Ludolph AC, Dupuis L, Kassubek J. Body fat distribution in Parkinson’s disease: an MRI-based body fat quantification study. Parkinsonism Related Disord. 2016;33:84-9. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.parkreldis.2016.09.016 e também ser influenciada pelo processo de envelhecimento que acarreta em alterações na composição corporal4444 JafariNasabian P, Inglis JE, Kelly OJ, Ilich JZ. Osteosarcopenic obesity in women: impact, prevalence, and management challenges. Int J Womens Health. 2017;9:33-42. Disponível em: https://doi.org/10.2147/IJWH.S106107.

Outro estudo observou que os pacientes com DP apresentaram uma redução progressiva do peso corporal, IMC e aumento da ingestão de proteínas e calorias, com redução no GER, nível de atividade física e cálculo do gasto energético total. Supõe-se que o aumento na ingestão de calorias seja secundário, porém não é suficiente para compensar o aumento dos requisitos de energia associados com rigidez e discinesias4545 Barichella M, Cereda E, Cassani E, Pinelli G, Iorio L, Ferri V, et al. Dietary habits and neurological features of Parkinson’s disease patients: Implications for practice. Clin Nutr. 2017;36(4):1054-61. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.clnu.2016.06.020.

As disfunções gastrointestinais na DP são problemas bem reconhecidos por serem um sintoma inicial no processo patológico que eventualmente resulta em DP. Os sintomas gastrointestinais podem resultar do envolvimento do sistema nervoso central ou entérico, ou esses sintomas podem ser efeitos colaterais dos medicamentos antiparkinsonianos. Sialorreia, disfagia, náusea / gastroparesia, constipação e disfunção da defecação podem ocorrer4646 Kim JK, Sung HY. Gastrointestinal autonomic dysfunction in patients with Parkinson’s Disease. J Mov Disord. 2015;8(2):76-82. Disponível em: https://doi.org/10.14802/jmd.15008 e associadas à depressão e / ou demência podem contribuir para perda de peso em pacientes com DP4747 Femat-Roldán G, Palau MAG, Castilla-Cortázar I, Ochoa GE, Moreno NG, Martín-Estal I, et al. Altered Body Composition and Increased Resting Metabolic Rate Associated with the Postural Instability/Gait Difficulty Parkinson’s Disease Subtype. Parkinson’s Dis. 2020;2020:e8060259. Disponível em: https://doi.org/10.1155/2020/8060259.

Dentre as limitações observadas nesta revisão podemos ressaltar o pequeno quantitativo de estudos que abordam a DP no idoso, assim como, a insuficiência de artigos na população brasileira e de estudos longitudinais. Uma dificuldade encontrada foi a ausência de estudos longitudinais que acompanhem o paciente desde de antes do diagnóstico, o que é um achado, dessa forma encorajamos a realização de pesquisas futuras com estudos longitudinais dada a sua importância, já que alguns estudos mostram que a perda de peso é contínua e pode se apresentar antes do início da doença.

CONCLUSÃO

As variáveis que apresentaram associação com o Estado Nutricional de idosos com DP foram as condições clínicas relacionadas à DP representadas por duração e gravidade da doença, sintomas motores e função cognitiva e, dentre às variáveis clínico-nutricionais, destacaram-se gordura corporal, parâmetros bioquímicos, atividade física, doméstica e mobilidade. As características pessoais idade e sexo não apresentaram associações com o Estado Nutricional, todavia parece haver uma relação com o aumento da idade e as desvantagens do envelhecimento feminino.

Diante do exposto sugere-se que a perda de peso na DP é uma consequência complexa e multifatorial. Não é um fenômeno benéfico e tem várias consequências clínicas e prognósticas com aumento da morbimortalidade. Assim, é de suma importância diagnosticar precocemente mudanças nutricionais em pacientes com DP com ferramentas nutricionais específicas como a MAN na rotina dos serviços de saúde, a fim de prevenir a desnutrição e melhorar sua qualidade de vida.

Faz-se necessário também a realização de mais estudos nessa população, assim como, de estudos na população brasileira, visando compreender melhor esse processo de perda de peso nos pacientes idosos com DP.

  • Os autores declaram não haver conflito na concepção deste trabalho.

REFERENCES

  • 1
    Floriano EN, Alves JF, Almeida IA, Souza RB, Christofoletti G, Santos SMS. Desempenho de dupla tarefa: uma comparação entre idosos saudáveis e portadores da doença de Parkinson. Fisioter Mov. 2015;28(2):251-8. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0103-5150.028.002.AO05
  • 2
    Brienesse LA, Emerson MN. Effects of resistance training for people with Parkinson’s disease: a systematic review. J Am Med Dir Assoc. 2013; 14(4):236-41. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jamda.2012.11.012
    » https://doi.org/10.1016/j.jamda.2012.11.012
  • 3
    Rodriguez M, Rodriguez-Sabate C, Morales I, Sanchez A, Sabate M. Parkinson’s disease as a result of aging. Aging Cell. 2015;14(3):293-308. Disponível em: https://doi.org/10.1111/acel.12312
  • 4
    Collier TJ, Kanaan NM, Kordower JH. Aging and Parkinson’s disease: Different sides of the same coin?. Mov Disord. 2017;32(7):983-90. Disponível em: https://doi.org/10.1002/mds.27037
  • 5
    Kastem M, Kertelge L, Bruggemann N, Vegt JVD, Schmidt A, Tadoc V, et al. Non motor Symptoms in Genetic Parkinson Disease. Arch Neurol. 2010; 67(6):670-6. Disponível em: https://doi.org/10.1001/archneurol.67.6.670
    » https://doi.org/10.1001/archneurol.67.6.670
  • 6
    Guimarães MPA, Severino VC, Pinheiro HA. Correlação entre funcionalidade e gravidade da doença de Parkinson em idosos. Geriatr Gerontol Aging. 2013;7(3):203-7. Disponível em: http://www.ggaging.com/details/142/pt-BR
  • 7
    Quinn N. Parkinsonism-recognition and differential diagnosis. BMJ. 1995;310(6977):447-52. Disponível em: https://doi.org/10.1136/bmj.310.6977.447
  • 8
    Lorefät B, Ganowiak W, Wissing U, Granérus AK, Unosson M. Food habits and intake of nutrients in elderly patients with Parkinson’s disease. Gerontology. 2006;52(3):160-8. Disponível em: https://doi.org/10.1159/000091825
  • 9
    Verbaan D, Marinus J, Visser M, van Rooden SM, Stiggelbout AM, van Hilten JJ. Patient-reported autonomic symptoms in Parkinson disease. Neurology. 2007;69(4):333-41. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/17646625/
  • 10
    Paul BS, Singh T, Paul G, Jain D, Singh G, Kaushal S, et al. Prevalence of Malnutrition in Parkinson’s Disease and Correlation with Gastrointestinal Symptoms. Ann Indian Acad Neurol. 2019;22(4):447-52. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6839331/
  • 11
    De Rui M, Inelmen EM, Trevisan C, Pigozzo S, Manzato E, Sergi G. Parkinson’s disease and the non-motor symptoms: hyposmia, weight loss, osteosarcopenia. Aging Clin Exp Res. 2020;32(7):1211-8. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s40520-020-01470-x
  • 12
    Barichella M, Cereda E, Madio C, Iorio L, Pusani C, Cancello R, et al. Nutritional risk and gastrointestinal dysautonomia symptoms in Parkinson’s disease out patients hospitalised on a scheduled basis. Br J Nutr. 2013;110(2):347-53. Disponível em: https://doi.org/10.1017/S0007114512004941
  • 13
    Capecci M, Petrelli M, Emanuelli B, Millevolte M, Nicolai A, Provinciali L, et al. Rest energy expenditure in Parkinson’s disease: role of disease progression and dopaminergic therapy. Parkinsonism Relat Disord. 2013;19(2):238-41. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.parkreldis.2012.10.016
  • 14
    Ongun N. Does nutritional status affect Parkinson’s Disease features and quality of life?. PLoS One. 2018;13(10): e0205100. Disponível em: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0205100
  • 15
    Fávaro-Moreira NC, Krausch-Hofmann S, Matthys C, Vereecken C, Vanhauwaert E, Declercq A, et al. Risk Factors for Malnutrition in Older Adults: a Systematic Review of the Literature Based on Longitudinal Data. Adv Nutr. 2016;7(3):507-22. Disponível em: https://doi.org/10.3945/an.115.011254
  • 16
    Sousa LMM, Marques-Vieira C, Severino S, Antunes V. Metodologia de Revisão Integrativa da Literatura em Enfermagem. Rev Invest Enferm. 2017;21(2):17-26. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/321319742_Metodologia_de_Revisao_Integrativa_da_Literatura_em _Enfermagem
  • 17
    Critical Appraisal Skills Programme. CASP make sense of evidence. 10 questions to help you make sense of qualitative research [Internet]. [unknown place]: CASP; 2017 [acesso em 25 fev. 2020]. Disponível em: http://media.wix.com/ugd/dded87_25658615020e427da194a325e7773d42.pdf
    » http://media.wix.com/ugd/dded87_25658615020e427da194a325e7773d42.pdf
  • 18
    Stillwell SB, Fineout-Overholt E, Melnyk BM, Williamson KM. Evidence-based practice: step by step. Am J Nurs. 2010;110(5):41-7. Disponível em: https://doi.org/10.1097/01.NAJ.0000372071.24134.7e
  • 19
    Critical Appraisal Skills Programme. CASP Checklists [Internet]. Oxford: CASP; 2014 [acesso em 10 mar. 2020]. Disponível em: http://www.casp-uk net/#!casp-tools-checklists/c18f8
    » http://www.casp-uk
  • 20
    Vancampfort D, Mugisha J, Richards J, de Hert M, Probst M, Stubbs B. Physical activity correlates in people living with HIV/AIDS: a systematic review of 45 studies. Disabil Rehabil. 2018;40(14):1618-29. Disponível em: https://doi.org/10.1080/09638288.2017.1306587
  • 21
    Silva TAM, Silva LP, Faccio PF, Silva KMC, Arruda ARV, Silva LN, et al. Análise dos parâmetros espaço-temporais da marcha em indivíduos com disfunção neurológica tratados com prática mental: uma revisão sistemática. Acta Fisiátr. 2018;25(2):86-93. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v25i2a162567
  • 22
    Lorefält B, Ganowiak W, Palhagen S, Toss G, Unosson M, Granerus AK. Factors of importance for weight loss in elderly patients with Parkinson’s disease. Acta Neurol Scand. 2004;110:180-7. Disponível em: https://doi.org/10.1111/j.1600-0404.2004.00307.x
  • 23
    Lorefält B, Ganowiak W, Wissing U, Granérus AK, Unosson M. Food habits and intake of nutrients in elderly patients with Parkinson’s Disease. Gerontology. 2006;52:160-8. Disponível em: https://doi.org/10.1159/000091825
  • 24
    Lorefalt B, Toss G, Granerus AK. Weight loss, body fat mass, and leptina in Parkinson’s disease. Mov Disord. 2009;24:885-90. Disponível em: https://doi.org/10.1002/mds.22466
  • 25
    Cheshire WPJ, Wszolek ZK. Body mass index is reduced early in Parkinson’s disease, Parkinsonism. Relat Disord. 2005;11:35-8. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.parkreldis.2004.07.001
  • 26
    Barichella M, Villa MC, Massarotto A, Cordara SE, Marczewska A, Vairo A, et al. Mini nutritional assessment in patients with Parkinson’s disease: correlation between worsening of the malnutrition and increasing number of disease-years. Nutr Neurosci. 2008;11:128-34. Disponível em: https://doi.org/10.1179/147683008X301441
  • 27
    Jaafar AF, Gray WK, Porter B, Turnbull EJ, Walker RW. A cross-sectional study of the nutritional status of community-dwelling people with idiopathic Parkinson’s disease. BMC Neurol. 2010;10:1-9. Disponível em: https://doi.org/10.1186/1471-2377-10-124
  • 28
    van Steijn J, van Harten B, Flapper E, Droogsma E, van Walderveen P, Blaauw M, et al. The nutritional status of dutch elderly patients with Parkinson’s disease. J Nutr Health Aging. 2014;18(6):601-7. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s12603-014-0444-1
  • 29
    Tomic S, Pekic V, Popijac Z, Pucic T, Petek M, Kuric TG, et al. What increases the risk of malnutrition in Parkinson’s disease?. J Neurologic Sci. 2017;375:235-8. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jns.2017.01.070
  • 30
    Damião R, Santos AS, Matijasevich A, Menezes PR. Factors associated with risk of malnutrition in the elderly in south-eastern Brazil. Rev Bras Epidemiol. 2017;20(4):1-9. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1980-5497201700040004
  • 31
    Carmo TPS, Ferreira CCD. Avaliação nutricional e o uso da levodopa com refeições proteicas em pacientes com doença de Parkinson do município de Macaé, Rio de Janeiro. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2016;19(2):223-34. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1809-98232016019.150141
  • 32
    Suzuki K, Okuma Y, Uchiyama T, Miyamoto M, Haruyama Y, Kobashi G, et al. Determinants of Low Body Mass Index in Patients with Parkinson’s Disease: A Multicenter Case-Control Study. J Parkinsons Dis. 2020;10(1):213-21. Disponível em: https://doi.org/10.3233/JPD-191741
  • 33
    Suttrup I, Warnecke T. Dysphagia in Parkinson’s Disease. Dysphagia. 2016;31(1):24-32. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s00455-015-9671-9
  • 34
    Umemoto G, Furuya H. Management of Dysphagia in Patients with Parkinson’s Disease and Related Disorders. Intern Med. 2020;59(1):7-14. Disponivel em: https://doi.org/10.2169/internalmedicine.2373-18
  • 35
    Boccardi V, Ruggiero C, Patriti A, Marano L. Diagnostic assessment and management of dysphagia in patients with Alzheimer’s disease. J Alzheimers Dis. 2016;50(4):947-55. Disponível em: https://doi.org/10.3233/JAD-150931
  • 36
    Andrade PA, Santos CA, Firmino HH, Rosa COB. Importância do rastreamento de disfagia e da avaliação nutricional em pacientes hospitalizados. Einstein (São Paulo). 2018;16(2):1-6. Disponível em: https://doi.org/10.1590/s1679-45082018ao4189
  • 37
    Ma K, Xiong N, Shen Y, Han C, Liu L, Zhang G, et al. Weight Loss and Malnutrition in Patients with Parkinson’s Disease: Current Knowledge and Future Prospects. Front Aging Neurosci. 2018;10:1-9. Disponível em: https://doi.org/10.3389/fnagi.2018.00001
  • 38
    Filippin NT, Martins JS, Libera LBD, Halberstadt BF, Severo AR. Qualidade de vida de sujeitos com doença de Parkinson e seus cuidadores. Fisioter Mov. 2014;27(1):57-66. Disponível em: http://dx.doi.org.10.1590/0103-5150.027.001.AO06
  • 39
    Sheard JM, Ash S, Mellick GD, Silburn PA, Kerr GK. Markers of disease severity are associated with malnutrition in Parkinson’s disease. PLoS ONE. 2013;8(3):e57986. Disponível em: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0057986
  • 40
    Almeida M, Cruz G. Intervenções de terapeutas ocupacionais junto a idosos com doença de Parkinson. Rev Ter Ocup Univ São Paulo (Online). 2009;20(1):1-9. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v20i1p29-35
  • 41
    Almeida MHM, Castiglioni MC. Recursos tecnológicos: estratégia de promoção do autocuidado, atividades e participação para pessoas com doença de Parkinson. Rev Ter Ocup da Univ São Paulo (Online). 2007;18(3):152-7. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v18i3p152-157
  • 42
    Silva JL, Marques APO, Leal MCC, Alencar DL, Melo EMA. Fatores associados à desnutrição em idosos institucionalizados. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2015;18(2);443-51. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1809-9823.2015.14026
  • 43
    Bernhardt D, Müller H-P, Ludolph AC, Dupuis L, Kassubek J. Body fat distribution in Parkinson’s disease: an MRI-based body fat quantification study. Parkinsonism Related Disord. 2016;33:84-9. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.parkreldis.2016.09.016
  • 44
    JafariNasabian P, Inglis JE, Kelly OJ, Ilich JZ. Osteosarcopenic obesity in women: impact, prevalence, and management challenges. Int J Womens Health. 2017;9:33-42. Disponível em: https://doi.org/10.2147/IJWH.S106107
  • 45
    Barichella M, Cereda E, Cassani E, Pinelli G, Iorio L, Ferri V, et al. Dietary habits and neurological features of Parkinson’s disease patients: Implications for practice. Clin Nutr. 2017;36(4):1054-61. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.clnu.2016.06.020
  • 46
    Kim JK, Sung HY. Gastrointestinal autonomic dysfunction in patients with Parkinson’s Disease. J Mov Disord. 2015;8(2):76-82. Disponível em: https://doi.org/10.14802/jmd.15008
  • 47
    Femat-Roldán G, Palau MAG, Castilla-Cortázar I, Ochoa GE, Moreno NG, Martín-Estal I, et al. Altered Body Composition and Increased Resting Metabolic Rate Associated with the Postural Instability/Gait Difficulty Parkinson’s Disease Subtype. Parkinson’s Dis. 2020;2020:e8060259. Disponível em: https://doi.org/10.1155/2020/8060259

Editado por

Editado por: Ana Carolina Lima Cavaletti

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    19 Maio 2021
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    20 Ago 2020
  • Aceito
    18 Jan 2021
Universidade do Estado do Rio Janeiro Rua São Francisco Xavier, 524 - Bloco F, 20559-900 Rio de Janeiro - RJ Brasil, Tel.: (55 21) 2334-0168 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: revistabgg@gmail.com