Acessibilidade / Reportar erro

Se “Tempo é Músculo”, então os Conhecimentos do Paciente devem Economizar Tempo

Palavras-chave
Infarto do Miocárdio; Intervenção Coronária Percutânea/métodos; Conscientização; Reperfusão Miocárdica; Assistência Integral à Saúde/economia; Isquemia Miocárdica/terapia

Há mais de meio século, o trabalho experimental do grupo de Eugene Braunwald sobre os fatores que influênciam o tamanho do infarto após oclusões das artérias coronárias levou ao conceito de “Tempo é músculo” no que se refere ao manejo do infarto agudo do miocárdio.11 Maroko PR, Kjekshus JK, Sobel BE, Watanabe T, Covell JW, Jr. JR, et al. Factors Influencing Infarct Size Following Experimental Coronary Artery Occlusions. Circulation. 1971;43(1):67–82. doi: 10.1161/01.cir.102.12.1358.
https://doi.org/10.1161/01.cir.102.12.13...

A reperfusão atempada das artérias coronárias ocluídas é fundamental para salvar as células miocárdicas isquêmicas em risco no infarto agudo do miocárdio com elevação do segmento ST (STEMI).

Nas últimas décadas, o foco tem sido colocado nos esforços para encurtar os tempos porta-agulha ou porta-balão e buscar melhores e mais seguras modalidades de terapias de reperfusão.

Quando diferentes modalidades de reperfusão devem ser consideradas, a duração dos sintomas e o tempo esperado para atingir a reperfusão são fundamentais para a escolha da melhor terapia para cada paciente. Esse conceito levou à comparação da terapia farmacológica lítica, iniciada na fase pré-hospitalar ou em hospitais sem laboratório de cateterismo, e intervenção coronária percutânea – ICP.22 Armstrong PW, Westerhout CM, Welsh RC. Duration of Symptoms Is the Key Modulator of the Choice of Reperfusion for ST-Elevation Myocardial Infarction. Circulation. 2009;119(9):1293–303. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.108.796383.
https://doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.1...

Independentemente da estratégia de reperfusão escolhida (lítica ou ICP), o tempo desde o início dos sintomas até a reperfusão bem-sucedida é fundamental para o prognóstico dos pacientes a curto e longo prazo.33 Westerhout CM, Bonnefoy E, Welsh RC, Steg PG, Boutitie F, Armstrong PW. The influence of time from symptom onset and reperfusion strategy on 1-year survival in ST-elevation myocardial infarction: A pooled analysis of an early fibrinolytic strategy versus primary percutaneous coronary intervention from CAPTIM and WEST. Am Heart J. 2011;161(2):283–90. DOI: 10.1016/j.ahj.2010.10.033
https://doi.org/10.1016/j.ahj.2010.10.03...
,44 Luca GD, Suryapranata H, Ottervanger JP, Antman EM. Time Delay to Treatment and Mortality in Primary Angioplasty for Acute Myocardial Infarction. Circulation. 2004;109(10):1223–5. doi: 10.1161/01.CIR.0000121424.76486.20
https://doi.org/10.1161/01.CIR.000012142...

Para citar o artigo histórico de Elliott M. Antman: “No futuro, os avanços no cuidado de pacientes com infarto do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCST) não virão da análise de estudos que não refletem a prática atual em um esforço para racionalizar o prolongamento do tempo de atraso relacionado à intervenção coronária percutânea (ICP). Devemos ir além desses argumentos e encontrar maneiras de encurtar o tempo total de isquemia.”55 Antman EM. Time Is Muscle Translation Into Practice. J Am Coll Cardiol. 2008;52(15):1216–21. doi: 10.1016/j.jacc.2008.07.011.
https://doi.org/10.1016/j.jacc.2008.07.0...

Terkelsen et al.,66 Terkelsen CJ, Sørensen JT, Maeng M, Jensen LO, Tilsted HH, Trautner S, et al. System Delay and Mortality Among Patients With STEMI Treated With Primary Percutaneous Coronary Intervention. JAMA.2010;304(7):763–71. doi: 10.1001/jama.2010.1139.
https://doi.org/10.1001/jama.2010.1139...
dividiram o tempo total de isquemia em ‘atraso do paciente’ e ‘atraso do sistema’, sugerindo que o último, mas não o primeiro, pode ser influenciado pelo profissional de saúde.

As diretrizes STEMI da Sociedade Europeia de Cardiologia de 201777 Ibanez B, James S, Agewall S, Antunes MJ, Bucciarelli-Ducci C, Bueno H, et al. 2017 ESC Guidelines for the management of acute myocardial infarction in patients presenting with ST-segment elevationThe Task Force for the management of acute myocardial infarction in patients presenting with ST-segment elevation of the European Society of Cardiology (ESC). Eur Heart J. 2017;39(2):119–77. doi: 10.1093/eurheartj/ehx393.
https://doi.org/10.1093/eurheartj/ehx393...
indicam que todos os componentes do atraso do sistema (determinado como o intervalo do primeiro contato médico (PCM) até a reperfusão) representam a qualidade do atendimento, sendo recomendado mensurá-los como indicadores de qualidade.

No entanto, como mencionado acima, o tempo isquêmico total é o principal determinante do tamanho do infarto no STEMI. A ênfase foi colocada na redução do componente de tempo de terapia porta-reperfusão (o chamado atraso do sistema), enquanto o sintoma-a-PCM (o atraso do paciente) é muitas vezes esquecido.

O atraso do paciente pode ser atribuído a várias características individuais, mas também sociais dos pacientes que apresentam STEMI. Vários artigos abordaram essa questão e descobriram que a decisão de procurar ajuda médica, ligando para os serviços de emergência ou apresentando-se a um centro médico, pode variar de pessoa para pessoa. No entanto, foram identificadas algumas características comuns que justificam a apresentação tardia dos pacientes ao primeiro contato médico.88 Pereira H, Calé R, Pinto FJ, Pereira E, Caldeira D, Mello S, et al. Factors influencing patient delay before primary percutaneous coronary intervention in ST-segment elevation myocardial infarction: The Stent for life initiative in Portugal. Rev Port Cardiol. 2018;37(5):409–21. doi: 10.1016/j.repc.2017.07.014
https://doi.org/10.1016/j.repc.2017.07.0...
1111 Manzo-Silberman S, Couturaud F, Charpentier S, Auffret V, Khoury CE, Breton HL, et al. Influence of gender on delays and early mortality in ST-segment elevation myocardial infarction: Insight from the first French Metaregistry, 2005–2012 patient-level pooled analysis. Int J Cardiol. 2018;262:1–8. doi: 10.1016/j.ijcard.2018.02.044.
https://doi.org/10.1016/j.ijcard.2018.02...

Neste número dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Khalfallah et al.,1212 Khalfallah M, Allaithy A, Maria DA. Impact of patient unawareness and socio-economic factors on patient presentation to primary percutaneous coronary intervention. Arq Bras Cardiol. 2022; 119(1):25-34. apresentam uma avaliação muito interessante de dois fatores que influenciam o atraso do paciente na reperfusão por ICP.1212 Khalfallah M, Allaithy A, Maria DA. Impact of patient unawareness and socio-economic factors on patient presentation to primary percutaneous coronary intervention. Arq Bras Cardiol. 2022; 119(1):25-34.

A conscientização do paciente sobre os sintomas relacionados à isquemia miocárdica e que esses sintomas podem alertar para uma doença grave (até mesmo com risco de vida) é um importante determinante da decisão atempada de procurar atendimento médico. Campanhas direcionadas para aumentar a conscientização do paciente têm mostrado resultados mistos, principalmente devido a diferentes abordagens que buscam melhorar a educação em saúde das populações em risco.88 Pereira H, Calé R, Pinto FJ, Pereira E, Caldeira D, Mello S, et al. Factors influencing patient delay before primary percutaneous coronary intervention in ST-segment elevation myocardial infarction: The Stent for life initiative in Portugal. Rev Port Cardiol. 2018;37(5):409–21. doi: 10.1016/j.repc.2017.07.014
https://doi.org/10.1016/j.repc.2017.07.0...
,1212 Khalfallah M, Allaithy A, Maria DA. Impact of patient unawareness and socio-economic factors on patient presentation to primary percutaneous coronary intervention. Arq Bras Cardiol. 2022; 119(1):25-34.

Outro aspecto relevante da conscientização do paciente é o conhecimento do paciente sobre os benefícios da reperfusão precoce. Khalfallah et al.,1212 Khalfallah M, Allaithy A, Maria DA. Impact of patient unawareness and socio-economic factors on patient presentation to primary percutaneous coronary intervention. Arq Bras Cardiol. 2022; 119(1):25-34. verificaram que a conscientização dos pacientes sobre os benefícios da revascularização precoce foi significativamente menor em pacientes com apresentação tardia, o que eles sugerem que pode ser outro motivo para a procura tardia de aconselhamento médico.1212 Khalfallah M, Allaithy A, Maria DA. Impact of patient unawareness and socio-economic factors on patient presentation to primary percutaneous coronary intervention. Arq Bras Cardiol. 2022; 119(1):25-34.

O outro achado relevante deste trabalho é a relação entre os fatores socioeconômicos dos pacientes e o momento da apresentação do paciente ao atendimento médico. Os autores realizaram uma análise de regressão multivariada para identificar os preditores socioeconômicos independentes que afetam a apresentação do paciente à ICP e descobriram que a proporção de pacientes com baixa escolaridade foi significativamente maior no grupo de apresentação tardia.1313 Caltabellotta T, Magne J, Salerno B, Pradel V, Petitcolin PB, Auzemery G, et al. Characteristics associated with patient delay during the management of ST-segment elevated myocardial infarction, and the influence of awareness campaigns. Arch Cardiovasc Dis. 2021;114(4):305–15. doi: 10.1016/j.acvd.2020.09.004.
https://doi.org/10.1016/j.acvd.2020.09.0...
Além disso, os pacientes que sofriam de isolamento social e os que moravam sozinhos foram mais prevalentes nesse grupo. Como os autores discutem, esses achados estão de acordo com outros estudos sobre o tema,1414 Jones DA, Howard JP, Rathod KS, Gallagher SM, Knight CJ, Jain AK, et al. The impact of socio-economic status on all-cause mortality after percutaneous coronary intervention: an observational cohort study of 13,770 patients. Eurointervention. 2015;10(11):e1–8. doi: 10.4244/EIJV10I10A196.
https://doi.org/10.4244/EIJV10I10A196...
,1515 Roth C, Berger R, Kuhn M. The role of the socio-economic environment on medical outcomes after ST-segment elevation myocardial infarction. Bmc Public Health. 2019;19(1):630. doi: 10.1186/s12889-019-6966-z.
https://doi.org/10.1186/s12889-019-6966-...
mas esta é outra área de relatos conflitantes, com outros autores relatando nenhuma relação entre fatores socioeconômicos e tempo de apresentação.1313 Caltabellotta T, Magne J, Salerno B, Pradel V, Petitcolin PB, Auzemery G, et al. Characteristics associated with patient delay during the management of ST-segment elevated myocardial infarction, and the influence of awareness campaigns. Arch Cardiovasc Dis. 2021;114(4):305–15. doi: 10.1016/j.acvd.2020.09.004.
https://doi.org/10.1016/j.acvd.2020.09.0...

Podemos, assim, concluir que esta é uma temática de grande interesse e investigação em curso e que são bem-vindos mais estudos que procurem avaliar o impacto da educação em saúde no prognóstico de doentes com STEMI. No entanto, as evidências mostram que os profissionais de saúde devem continuar prestando o melhor atendimento possível (incluindo reperfusão oportuna) aos apresentadores precoces e tardios.1616 Scholz KH, Meyer T, Lengenfelder B, Vahlhaus C, Tongers J, Schnupp S, et al. Patient delay and benefit of timely reperfusion in ST-segment elevation myocardial infarction. Open Heart. 2021;8(1):e001650. doi: 10.1136/openhrt-2021-001650.
https://doi.org/10.1136/openhrt-2021-001...

Os profissionais de saúde, principalmente os responsáveis pelo atendimento de pacientes de alto risco, devem aproveitar qualquer oportunidade para melhorar a educação em saúde de seus pacientes em relação aos sintomas relacionados à isquemia miocárdica, os riscos de apresentação tardia ao atendimento médico e os benefícios da reperfusão precoce no caso de suspeita de infarto do miocárdio.

  • Minieditorial referente ao artigo: Impacto do Desconhecimento do Paciente e Fatores Socioeconômicos na Apresentação do Paciente à Intervenção Coronária Percutânea Primária

Referências

  • 1
    Maroko PR, Kjekshus JK, Sobel BE, Watanabe T, Covell JW, Jr. JR, et al. Factors Influencing Infarct Size Following Experimental Coronary Artery Occlusions. Circulation. 1971;43(1):67–82. doi: 10.1161/01.cir.102.12.1358.
    » https://doi.org/10.1161/01.cir.102.12.1358
  • 2
    Armstrong PW, Westerhout CM, Welsh RC. Duration of Symptoms Is the Key Modulator of the Choice of Reperfusion for ST-Elevation Myocardial Infarction. Circulation. 2009;119(9):1293–303. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.108.796383.
    » https://doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.108.796383
  • 3
    Westerhout CM, Bonnefoy E, Welsh RC, Steg PG, Boutitie F, Armstrong PW. The influence of time from symptom onset and reperfusion strategy on 1-year survival in ST-elevation myocardial infarction: A pooled analysis of an early fibrinolytic strategy versus primary percutaneous coronary intervention from CAPTIM and WEST. Am Heart J. 2011;161(2):283–90. DOI: 10.1016/j.ahj.2010.10.033
    » https://doi.org/10.1016/j.ahj.2010.10.033
  • 4
    Luca GD, Suryapranata H, Ottervanger JP, Antman EM. Time Delay to Treatment and Mortality in Primary Angioplasty for Acute Myocardial Infarction. Circulation. 2004;109(10):1223–5. doi: 10.1161/01.CIR.0000121424.76486.20
    » https://doi.org/10.1161/01.CIR.0000121424.76486.20
  • 5
    Antman EM. Time Is Muscle Translation Into Practice. J Am Coll Cardiol. 2008;52(15):1216–21. doi: 10.1016/j.jacc.2008.07.011.
    » https://doi.org/10.1016/j.jacc.2008.07.011
  • 6
    Terkelsen CJ, Sørensen JT, Maeng M, Jensen LO, Tilsted HH, Trautner S, et al. System Delay and Mortality Among Patients With STEMI Treated With Primary Percutaneous Coronary Intervention. JAMA.2010;304(7):763–71. doi: 10.1001/jama.2010.1139.
    » https://doi.org/10.1001/jama.2010.1139
  • 7
    Ibanez B, James S, Agewall S, Antunes MJ, Bucciarelli-Ducci C, Bueno H, et al. 2017 ESC Guidelines for the management of acute myocardial infarction in patients presenting with ST-segment elevationThe Task Force for the management of acute myocardial infarction in patients presenting with ST-segment elevation of the European Society of Cardiology (ESC). Eur Heart J. 2017;39(2):119–77. doi: 10.1093/eurheartj/ehx393.
    » https://doi.org/10.1093/eurheartj/ehx393
  • 8
    Pereira H, Calé R, Pinto FJ, Pereira E, Caldeira D, Mello S, et al. Factors influencing patient delay before primary percutaneous coronary intervention in ST-segment elevation myocardial infarction: The Stent for life initiative in Portugal. Rev Port Cardiol. 2018;37(5):409–21. doi: 10.1016/j.repc.2017.07.014
    » https://doi.org/10.1016/j.repc.2017.07.014
  • 9
    Viana M, Laszczyńska O, Araújo C, Borges A, Barros V, Ribeiro AI, et al. Patient and system delays in the treatment of acute coronary syndrome. Rev Port Cardiol. 2020;39(3):123–31. doi: 10.1016/j.repc.2019.07.007
    » https://doi.org/10.1016/j.repc.2019.07.007
  • 10
    Rodrigues JA, Melleu K, Schmidt MM, Gottschall CAM, Moraes MAP de, Quadros AS de. Independent Predictors of Late Presentation in Patients with ST-Segment Elevation Myocardial Infarction. Arq Bras Cardiol. 2018;111(4):587–93. doi: 10.5935/abc.20180178.
    » https://doi.org/10.5935/abc.20180178
  • 11
    Manzo-Silberman S, Couturaud F, Charpentier S, Auffret V, Khoury CE, Breton HL, et al. Influence of gender on delays and early mortality in ST-segment elevation myocardial infarction: Insight from the first French Metaregistry, 2005–2012 patient-level pooled analysis. Int J Cardiol. 2018;262:1–8. doi: 10.1016/j.ijcard.2018.02.044.
    » https://doi.org/10.1016/j.ijcard.2018.02.044
  • 12
    Khalfallah M, Allaithy A, Maria DA. Impact of patient unawareness and socio-economic factors on patient presentation to primary percutaneous coronary intervention. Arq Bras Cardiol. 2022; 119(1):25-34.
  • 13
    Caltabellotta T, Magne J, Salerno B, Pradel V, Petitcolin PB, Auzemery G, et al. Characteristics associated with patient delay during the management of ST-segment elevated myocardial infarction, and the influence of awareness campaigns. Arch Cardiovasc Dis. 2021;114(4):305–15. doi: 10.1016/j.acvd.2020.09.004.
    » https://doi.org/10.1016/j.acvd.2020.09.004
  • 14
    Jones DA, Howard JP, Rathod KS, Gallagher SM, Knight CJ, Jain AK, et al. The impact of socio-economic status on all-cause mortality after percutaneous coronary intervention: an observational cohort study of 13,770 patients. Eurointervention. 2015;10(11):e1–8. doi: 10.4244/EIJV10I10A196.
    » https://doi.org/10.4244/EIJV10I10A196
  • 15
    Roth C, Berger R, Kuhn M. The role of the socio-economic environment on medical outcomes after ST-segment elevation myocardial infarction. Bmc Public Health. 2019;19(1):630. doi: 10.1186/s12889-019-6966-z.
    » https://doi.org/10.1186/s12889-019-6966-z
  • 16
    Scholz KH, Meyer T, Lengenfelder B, Vahlhaus C, Tongers J, Schnupp S, et al. Patient delay and benefit of timely reperfusion in ST-segment elevation myocardial infarction. Open Heart. 2021;8(1):e001650. doi: 10.1136/openhrt-2021-001650.
    » https://doi.org/10.1136/openhrt-2021-001650

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    11 Jul 2022
  • Data do Fascículo
    Jul 2022
Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC Avenida Marechal Câmara, 160, sala: 330, Centro, CEP: 20020-907, (21) 3478-2700 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil, Fax: +55 21 3478-2770 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista@cardiol.br