Acessibilidade / Reportar erro

Relação entre o Escore de Cálcio e a Cintilografia Miocárdica no Diagnóstico da Doença Coronariana

Resumo

Metade dos pacientes com doença arterial coronariana apresenta, como primeiro sintoma, morte súbita ou infarto agudo, tornando o diagnóstico precoce fundamental. A cintilografia de perfusão miocárdica é utilizada, com frequência, na avaliação desses pacientes, porém, não detecta a doença sem restrição de fluxo, expõe o paciente a uma maior radiação e seu custo é alto. Por outro lado, com menor exposição radiológica, o escore de cálcio se correlaciona diretamente com a presença e a extensão da aterosclerose coronariana e, também, com o risco de eventos cardiovasculares. Apesar do escore de cálcio ser um método estabelecido e comprovado para a estratificação de pacientes assintomáticos, sua utilização ainda é reduzida nesse contexto uma vez que as diretrizes atuais são contraditórias em relação a sua utilização na doença sintomática. Essa revisão tem como objetivo identificar, nos pacientes em investigação para doença arterial coronariana, as principais evidências em relação ao uso do escore de cálcio associado à avaliação funcional com a cintilografia.

Palavras-chave
Doença Arterial Coronariana / diagnóstico; Cintilografia; Sinalização do Cálcio; Tomografia Computadorizada de Emissão

Abstract

Half the patients with coronary artery disease present with sudden death - or acute infarction as first symptom, making early diagnosis pivotal. Myocardial perfusion scintigraphy is frequently used in the assessment of these patients, but it does not detect the disease without flow restriction, exposes the patient to high levels of radiation and is costly. On the other hand, with less radiological exposure, calcium score is directly correlated to the presence and extension of coronary atherosclerosis, and also to the risk of cardiovascular events. Even though calcium score is a tried-and-true method for stratification of asymptomatic patients, its use is still reduced in this context, since current guidelines are contradictory to its use on symptomatic diseases. The aim of this review is to identify, on patients under investigation for coronary artery disease, the main evidence of the use of calcium score associated with functional evaluation and scintigraphy.

Keywords
Coronary Artery Disease / diagnoses; Scintigraphy; Calcium Signaling; Tomography, Emission Computed

Introdução

As doenças cardiovasculares (DCV) permanecem como a principal causa de mortalidade no Brasil e no mundo, sendo responsáveis por mais de 30% do total de mortes em todo o planeta e a doença arterial coronariana (DAC) está relacionada com metade desses casos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, no ano de 2008, cerca de 17 milhões de mortes foram relacionadas a distúrbios do sistema cardiovascular e, apesar de algumas regiões apresentarem reduções dos índices, os números absolutos ainda são alarmantes.11 Butler D. UN targets top killers. Nature. 2011;477(7364):260-1.

Segundo a American Heart Association, em 2009, uma em cada seis internações hospitalares nos Estados Unidos da América deveu-se a doenças cardiovasculares, totalizando 6 milhões de pacientes. Estima-se que, somente nos EUA, 15 milhões de pessoas sofram de distúrbios coronarianos, e dados de 2004 apontam que as internações e procedimentos relacionados à doença arterial coronariana resultaram em gastos superiores a 44 bilhões de dólares.22 Go AS, Mozaffarian D, Roger VL, Benjamin EJ, Berry JD, Borden WB, et al; American Heart Association Statistics Committee and Stroke Statistics Subcommittee. Heart disease and stroke statistics-2013 update: a report from the American Heart Association. Circulation. 2013;127(1):e6-245.

Nas últimas décadas, observou-se que nos países em desenvolvimento, o avanço das DCV foi maior em relação aos países desenvolvidos.11 Butler D. UN targets top killers. Nature. 2011;477(7364):260-1. Grande parte das mortes se concentram em regiões não-desenvolvidas chegando a ser de quatro a cinco vezes mais frequentes. Isso demonstra que, na América Latina, a transição epidemiológica das doenças cardiovasculares encontra-se em diferente fase daquela dos países da América do Norte e Europa Ocidental.33 Schmidt MI, Duncan BB, Azevedo e Silva G, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM, et al. Chronic non-communicable diseases in Brazil: burden and current challenges. Lancet. 2011;377(9781):1949-61.

No Brasil, as estatísticas apontam para o mesmo sentido. As DCV ainda permanecem como a principal causa de mortalidade, tanto em homens, quanto em mulheres, representando cerca de vinte por cento de todas as mortes no país. Segundo o Ministério da Saúde, em 2009, mais de 193 mil mortes foram causadas por distúrbios relacionados à aterosclerose.44 Mansur Ade P, Favarato D. Mortality due to cardiovascular diseases in Brazil and in the metropolitan region of São Paulo: a 2011 update. Arq Bras Cardiol. 2012;99(2):755-61. A incidência de doença cerebrovascular ainda é superior à de doença coronariana, o que pode indicar que a DAC, nas próximas décadas, venha a se tornar mais frequente na nossa população e se torne a maior causa de mortes, se a transição epidemiológica seguir o mesmo caminho dos países desenvolvidos.55 Mansur Ade P, Lopes AI, Favarato D, Avakian SD, César LA, Ramires JA. Epidemiologic transition in mortality rate from circulatory diseases in Brazil. Arq Bras Cardiol. 2009;93(5):506-10.

Fisiopatologia da aterosclerose

A insuficiência coronariana tem como causa principal a doença aterosclerótica, definida como distúrbio inflamatório. A formação da placa se inicia com o acúmulo precoce de partículas de lipoproteína de baixa densidade (LDL) na camada íntima arterial.66 Ross R. Atherosclerosis--an inflammatory disease. N Engl J Med. 1999;340(2):115-26. A oxidação do material lipídico é um dos fatores responsáveis pela agressão ao endotélio, alterando sua permeabilidade e aumentando a expressão de moléculas de adesão, integrinas e selectinas, que participam da migração de monócitos como parte da resposta inflamatória inata.77 Libby P, Ridker PM, Hansson GK; Leducq Transatlantic Network on Atherothrombosis. Inflammation in atherosclerosis: from pathophysiology to practice. J Am Coll Cardiol. 2009;54(23):2129-38.

Os macrófagos iniciam a fagocitose do LDL, resultando na formação de células espumosas que produzem citocinas e metaloproteinases, amplificam a resposta inflamatória e recrutam plaquetas e linfócitos T.66 Ross R. Atherosclerosis--an inflammatory disease. N Engl J Med. 1999;340(2):115-26.,77 Libby P, Ridker PM, Hansson GK; Leducq Transatlantic Network on Atherothrombosis. Inflammation in atherosclerosis: from pathophysiology to practice. J Am Coll Cardiol. 2009;54(23):2129-38. As plaquetas aderem à lesão e liberam prostaglandinas e leucotrienos, além de fatores de crescimento que induzem a multiplicação de monócitos e células de músculo liso.77 Libby P, Ridker PM, Hansson GK; Leducq Transatlantic Network on Atherothrombosis. Inflammation in atherosclerosis: from pathophysiology to practice. J Am Coll Cardiol. 2009;54(23):2129-38. Os linfócitos T são apresentados a antígenos da lesão por células dendríticas, passam a produzir citocinas e modulam a resposta imune adaptativa.66 Ross R. Atherosclerosis--an inflammatory disease. N Engl J Med. 1999;340(2):115-26.

A deposição da matriz extracelular produzida pelo músculo liso diferenciado, a multiplicação celular, necrose e angiogênese promovem a expansão da placa.88 Schoenhagen P, Ziada KM, Vince DG, Nissen SE, Tuzcu EM. Arterial remodeling and coronary artery disease: the concept of "dilated" versus "obstructive" coronary atherosclerosis. J Am Coll Cardiol. 2001;38(2):297-306. A progressão da doença aterosclerótica, no entanto, não obstrui a luz vascular na mesma proporção, devido ao remodelamento positivo dos vasos que não compromete o diâmetro luminal.88 Schoenhagen P, Ziada KM, Vince DG, Nissen SE, Tuzcu EM. Arterial remodeling and coronary artery disease: the concept of "dilated" versus "obstructive" coronary atherosclerosis. J Am Coll Cardiol. 2001;38(2):297-306.,99 Wexler L, Brundage B, Crouse J, Detrano R, Fuster V, Maddahi J, et al. Coronary artery calcification: pathophysiology, epidemiology, imaging methods, and clinical implications. A statement for health professionals from the American Heart Association. Writing Group. Circulation. 1996;94(5):1175-92. Ao atingir o máximo da capacidade, ocorrem o remodelamento negativo e o avanço da placa para o interior da artéria que, comprometendo gradativamente o fluxo, pode causar isquemia miocárdica.88 Schoenhagen P, Ziada KM, Vince DG, Nissen SE, Tuzcu EM. Arterial remodeling and coronary artery disease: the concept of "dilated" versus "obstructive" coronary atherosclerosis. J Am Coll Cardiol. 2001;38(2):297-306.

A migração e multiplicação de células de músculo liso pouco diferenciadas na camada íntima promove a mineralização da placa aterosclerótica.99 Wexler L, Brundage B, Crouse J, Detrano R, Fuster V, Maddahi J, et al. Coronary artery calcification: pathophysiology, epidemiology, imaging methods, and clinical implications. A statement for health professionals from the American Heart Association. Writing Group. Circulation. 1996;94(5):1175-92. Essas células são capazes de se diferenciar em osteoblastos, produzir matriz extracelular mineralizada e depositar cristais de hidroxiapatita, acumulando cálcio no interior da lesão99 Wexler L, Brundage B, Crouse J, Detrano R, Fuster V, Maddahi J, et al. Coronary artery calcification: pathophysiology, epidemiology, imaging methods, and clinical implications. A statement for health professionals from the American Heart Association. Writing Group. Circulation. 1996;94(5):1175-92.,1010 Madhavan MV, Tarigopula M, Mintz GS, Maehara A, Stone GW, Généreux P. Coronary artery calcification: pathogenesis and prognostic implications. J Am Coll Cardiol. 2014;63(17):1703-14. em processo semelhante à osteogênese. As microcalcificações e os depósitos calcíficos podem levar à cavitação, erosão e ruptura da placa, aumentando o risco de trombose coronariana.1010 Madhavan MV, Tarigopula M, Mintz GS, Maehara A, Stone GW, Généreux P. Coronary artery calcification: pathogenesis and prognostic implications. J Am Coll Cardiol. 2014;63(17):1703-14.

Avaliação da doença arterial coronariana

Apesar da lenta progressão da doença aterosclerótica na camada íntima das artérias coronárias (demora anos para as lesões precursoras tornarem-se uma placa causando a obstrução luminal), a possibilidade de se tornar instável e causar ruptura da placa fazem da aterosclerose, mesmo subclínica, um risco para a ocorrência de eventos coronarianos agudos.1111 Montalescot G, Sechtem U, Achenbach S, Andreotti F, Arden C, Budaj A, et al; Task Force Members. 2013 ESC guidelines on the management of stable coronary artery disease: the Task Force on the management of stable coronary artery disease of the European Society of Cardiology. Eur Heart J. 2013;34(38):2949-3003. Erratum in: Eur Heart J. 2014;35(33):2260-1

Aproximadamente metade dos pacientes com DAC apresenta, como primeiro sintoma, a morte súbita ou o infarto agudo do miocárdio (IAM), tornando, fundamental, o diagnóstico precoce. A detecção precoce por meio de avaliação conjunta dos dados clínicos, laboratoriais e fatores de risco, associados a métodos de imagem não-invasivos em pacientes selecionados, permite a aplicação de melhores estratégias de prevenção e de estratificação de risco.1212 Simão AF, Precoma DB, Andrade JP, Correa Filho H, Saraiva JF, Oliveira GM, et al; Sociedade Brasileira de Cardiologia. [I Brazilian Guidelines for cardiovascular prevention]. Arq Bras Cardiol. 2013;101(6 Suppl 2):1-63. Erratum in: Arq Bras Cardiol. 2014;102(4):415.

Múltiplos fatores de risco estão classicamente associados à ocorrência de eventos agudos em pacientes com DAC e podem ser clinicamente avaliados por meio de escores de risco cardiovascular. No entanto, essa abordagem, exclusivamente clínica, se mostrou limitada no diagnóstico e na predição de eventos como IAM e morte cardíaca, quando comparadas à predição de risco com utilização de métodos complementares associados.1313 Goff DC, Lloyd-Jones DM, Bennett G, Coady S, D'Agostino RB, Gibbons R, et al; American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. 2013 ACC/AHA Guideline on the Assessment of Cardiovascular Risk: A Report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. Circulation. 2014;129(25 Suppl 2):S49-73. Erratum in: Circulation. 2014;129(25 Suppl 2):S74-5.

Nas últimas décadas, diversos métodos diagnósticos têm sido estudados para estimar o risco cardiovascular e diagnosticar a aterosclerose subclínica em pacientes assintomáticos. Dentre eles, o escore de cálcio (EC) coronariano mostrou excelente acurácia em estimar o risco de eventos futuros e detectar a doença precoce de forma isolada ou associada aos escores clínicos.1414 Hulten E, Villines TC, Cheezum MK, Berman DS, Dunning A, Achenbach S, et al; CONFIRM Investigators. Calcium score, coronary artery disease extent and severity, and clinical outcomes among low Framingham risk patients with low vs high lifetime risk: results from the CONFIRM registry. J Nucl Cardiol. 2014;21(1):29-37.

A capacidade do EC de estratificação do risco cardiovascular também foi comparada aos chamados novos fatores de risco capazes de estimar a aterosclerose subclínica, como a medida do espessamento da camada médio-intimal carotídea, o índice tornozelo-braquial e a proteína C-reativa. Entretanto, a calcificação coronariana foi melhor na reclassificação de risco de grupos de pacientes estimado por escores clínicos, com grande poder, ainda que utilizada de forma isolada.1515 Yeboah J, McClelland RL, Polonsky TS, Burke GL, Sibley CT, O'Leary D, et al. Comparison of novel risk markers for improvement in cardiovascular risk assessment in intermediate-risk individuals. JAMA. 2012;308(8):788-95.

16 Gepner AD, Young R, Delaney JA, Tattersall MC, Blaha MJ, Post WS, et al. Comparison of coronary artery calcium presence, carotid plaque presence, and carotid intima-media thickness for cardiovascular disease prediction in the multi-ethnic study of atherosclerosis. Circ Cardiovasc Imaging. 2015;8(1):e002262.
-1717 Blaha MJ, Cainzos-Achirica M, Greenland P, McEvoy JW, Blankstein R, Budoff MJ, et al. Role of coronary artery calcium score of zero and other negative risk markers for cardiovascular disease: The Multi-Ethnic Study of Atherosclerosis (MESA). Circulation. 2016;133(9):849-58.

Por outro lado, a estratificação não-invasiva do paciente sintomático se utiliza de métodos mais avançados para o estudo anatômico ou funcional. Apesar de diversos métodos terem comprovada acurácia na detecção da doença coronariana, a cintilografia de perfusão miocárdica (CPM) é, na prática clínica, o mais frequentemente solicitado para avaliação diagnóstica e prognóstica desses pacientes.1818 Ferket BS, Genders TS, Colkesen EB, Visser JJ, Spronk S, Steyerberg EW, et al. Systematic review of guidelines on imaging of asymptomatic coronary artery disease. J Am Coll Cardiol. 2011;57(15):1591-600.

Cintilografia de perfusão miocárdica

A cintilografia de perfusão miocárdica foi introduzida na década de 70 para avaliação da perfusão cardíaca e da função ventricular.1919 Notghi A, Low CS. Myocardial perfusion scintigraphy: past, present and future. Br J Radiol. 2011;84 Spec No 3:S229-36. Ao longo dos anos, devido à vasta literatura fornecendo evidências de sua acurácia, seu valor diagnóstico, prognóstico e seu custo-efetividade, a técnica evoluiu para uma importante ferramenta de estratificação de risco e predição de eventos cardiovasculares, tornando-se um dos métodos não-invasivos mais utilizados na cardiologia.1919 Notghi A, Low CS. Myocardial perfusion scintigraphy: past, present and future. Br J Radiol. 2011;84 Spec No 3:S229-36.

20 Mastrocolla LE, Sousa AG, Smanio PE, Staico R, Pinto IF, Meneghelo RS, et al. [Adenosine myocardial perfusion SPECT with Tc-99m-MIBI in patients with obstructive coronary artery disease: correlation between quantitative coronary angiography and intravascular ultrasound measurements]. Arq Bras Cardiol. 2006;86(1):3-13.
-2121 Sabharwal NK, Lahiri A. Role of myocardial perfusion imaging for risk stratification in suspected or known coronary artery disease. Heart. 2003;89(11):1291-7.

A cintilografia é um método baseado na formação de imagens através da aquisição de fótons emitidos por radiofármacos captados por detectores localizados em uma estrutura chamada gamma-câmara, tendo o tecnécio-99m e o cloreto de tálio-2012222 Case JA. Bateman TM. Taking the perfect nuclear image: quality control, acquisition, and processing techniques for cardiac SPECT, PET, and hybrid imaging. J Nucl Cardiol. 2013;20(5):891-907.,2323 Anagnostopoulos C, Neill J, Reyes E, Prvulovich E. Myocardial perfusion scintigraphy: technical innovations and evolving clinical applications. Heart. 2012;98(5):353-9. como principais substâncias radioativas (radioisótopos) utilizadas para fornecer imagens do coração. Os dados da perfusão miocárdica são reconstruídos em imagens multiplanares, utilizando-se softwares específicos, que correspondem à perfusão do tecido cardíaco no momento da administração da medicação.2424 Hung GU. Diagnosing CAD: additional markers from myocardial perfusion SPECT. J Biomed Res. 2013;27(6):467-77.

O exame é realizado em dois momentos distintos: repouso e esforço - em protocolos de um ou dois dias. O esforço pode ser físico ou farmacológico, utilizando-se substâncias vasodilatadoras ou inotrópicos. É capaz de avaliar a perfusão miocárdica pela comparação das imagens adquiridas no esforço e no repouso e detectar defeitos perfusionais reversíveis, sugestivos de isquemia. Além disso, fornece informações sobre a viabilidade miocárdica, a função cardíaca, a fração de ejeção, os volumes cavitários e o sincronismo ventricular.2323 Anagnostopoulos C, Neill J, Reyes E, Prvulovich E. Myocardial perfusion scintigraphy: technical innovations and evolving clinical applications. Heart. 2012;98(5):353-9.

24 Hung GU. Diagnosing CAD: additional markers from myocardial perfusion SPECT. J Biomed Res. 2013;27(6):467-77.
-2525 Mc Ardle BA, Dowsley TF, deKemp RA, Wells GA, Beanlands RS. Does rubidium-82 PET have superior accuracy to SPECT perfusion imaging for the diagnosis of obstructive coronary disease?: A systematic review and meta-analysis. J Am Coll Cardiol. 2012;60(18):1828-37.

Nas últimas décadas, foram realizados esforços no desenvolvimento de tecnologias para otimização e aumento da segurança para o paciente. Câmaras com detectores de telureto de cádmio e zinco (CZT) demonstraram melhorias na qualidade das imagens, menor exposição radiológica e tempo de aquisição reduzido, promovendo um grande salto em relação às câmaras tradicionais. Além dos avanços nas gamma-câmaras, programas eletrônicos de tratamento das imagens, notadamente a reconstrução iterativa, também permitem exames de maior qualidade, utilizando-se menores doses de radiotraçadores.2626 Case JA, Bateman TM. Taking the perfect nuclear image: quality control, acquisition, and processing techniques for cardiac SPECT, PET, and hybrid imaging. J Nucl Cardiol. 2013;20(5):891-907.,2727 De Lorenzo A, Peclat T, Amaral AC, Lima RS. Prognostic evaluation in obese patients using a dedicated multipinhole cadmium-zinc telluride SPECT camera. Int J Cardiovasc Imaging. 2016;32(2):355-61.

A cintilografia de perfusão miocárdica é uma técnica estabelecida e consolidada para a detecção de isquemia e avaliação prognóstica. O exame apresenta grande capacidade de detectar lesões com restrição de fluxo.2828 Parker MW, Iskandar A, Limone B, Perugini A, Kim H, Jones C, et al. Diagnostic accuracy of cardiac positron emission tomography versus single photon emission computed tomography for coronary artery disease: a bivariate meta-analysis. Circ Cardiovasc Imaging. 2012;5(6):700-7.,2929 George RT, Mehra VC, Chen MY, Kitagawa K, Arbab-Zadeh A, Miller JM, et al. Myocardial CT perfusion imaging and SPECT for the diagnosis of coronary artery disease: a head-to-head comparison from the CORE320 multicenter diagnostic performance study. Radiology. 2014;272(2):407-16. Erratum in: Radiology. 2015;274(2):626. O mesmo método é, também, capaz de determinar o prognóstico do paciente, pois um exame normal está, na maioria das vezes, associado a menos de 1% de eventos cardiovasculares adversos por ano, enquanto um exame com evidência de isquemia indica um risco aumentado proporcionalmente à extensão do defeito.3030 Hachamovitch R, Hayes SW, Friedman JD, Cohen I, Berman DS. A prognostic score for prediction of cardiac mortality risk after adenosine stress myocardial perfusion scintigraphy. J Am Coll Cardiol. 2005;45(5):722-9.

Escore de cálcio coronariano

A presença de cálcio nas artérias coronárias é um forte indício de DAC. Por isso, desde que foi descrito e passou a ser utilizado como técnica para detecção da doença coronariana, inicialmente pela fluoroscopia e pela tomografia computadorizada por feixe de elétrons na década de 70, despertou grande interesse nas possibilidades de aplicação diagnóstica e prognóstica.3131 Budoff MJ, Gul KM. Expert review on coronary calcium. Vasc Health Risk Manag. 2008;4(2):315-24.

32 Gökdeniz T, Kalaycioglu E, Aykan AÇ, Boyaci F, Turan T, Gül I, et al. Value of coronary artery calcium score to predict severity or complexity of coronary artery disease. Arq Bras Cardiol. 2014;102(2):120-7.
-3333 Azevedo CF, Rochitte CE, Lima JA. Coronary artery calcium score and coronary computed tomographic angiography for cardiovascular risk stratification. Arq Bras Cardiol. 2012;98(6):559-68.

A partir da introdução, na década de oitenta, da tomografia computadorizada com múltiplos detectores, a técnica foi adaptada para a realização nesses novos aparelhos, apresentando resultados semelhantes, com resultados superiores em alguns pontos, principalmente, quando disponíveis, sistemas com 64 detectores ou mais.3232 Gökdeniz T, Kalaycioglu E, Aykan AÇ, Boyaci F, Turan T, Gül I, et al. Value of coronary artery calcium score to predict severity or complexity of coronary artery disease. Arq Bras Cardiol. 2014;102(2):120-7.

33 Azevedo CF, Rochitte CE, Lima JA. Coronary artery calcium score and coronary computed tomographic angiography for cardiovascular risk stratification. Arq Bras Cardiol. 2012;98(6):559-68.
-3434 Agatston AS, Janowitz WR, Hildner FJ, Zusmer NR, Viamonte M Jr, Detrano R. Quantification of coronary artery calcium using ultrafast computed tomography. J Am Coll Cardiol. 1990;15(4):827-32.

O escore de cálcio é obtido a partir da aquisição de imagens axiais do tórax, de forma sincronizada ao eletrocardiograma, com cortes de 3 mm de espessura, sem utilização de contraste iodado. Em geral, a dose efetiva de radiação é reduzida podendo variar com as características do tomógrafo e da técnica utilizados.3232 Gökdeniz T, Kalaycioglu E, Aykan AÇ, Boyaci F, Turan T, Gül I, et al. Value of coronary artery calcium score to predict severity or complexity of coronary artery disease. Arq Bras Cardiol. 2014;102(2):120-7.

33 Azevedo CF, Rochitte CE, Lima JA. Coronary artery calcium score and coronary computed tomographic angiography for cardiovascular risk stratification. Arq Bras Cardiol. 2012;98(6):559-68.

34 Agatston AS, Janowitz WR, Hildner FJ, Zusmer NR, Viamonte M Jr, Detrano R. Quantification of coronary artery calcium using ultrafast computed tomography. J Am Coll Cardiol. 1990;15(4):827-32.
-3535 Detrano R, Guerci AD, Carr JJ, Bild DE, Burke G, Folsom AR, et al. Coronary calcium as a predictor of coronary events in four racial or ethnic groups. N Engl J Med. 2008;358(13):1336-45.

São quantificadas as lesões hiperatenuantes com intensidade de sinal acima de 130 unidades Hounsfield e área igual ou maior a 3 pixels contíguos. Pode ser fornecido o volume total, a massa ou a soma ponderada pelo escore de Agatston. A técnica descrita por Agatston et al. é a mais utilizada na literatura e a que apresenta maiores evidências.3232 Gökdeniz T, Kalaycioglu E, Aykan AÇ, Boyaci F, Turan T, Gül I, et al. Value of coronary artery calcium score to predict severity or complexity of coronary artery disease. Arq Bras Cardiol. 2014;102(2):120-7.

33 Azevedo CF, Rochitte CE, Lima JA. Coronary artery calcium score and coronary computed tomographic angiography for cardiovascular risk stratification. Arq Bras Cardiol. 2012;98(6):559-68.

34 Agatston AS, Janowitz WR, Hildner FJ, Zusmer NR, Viamonte M Jr, Detrano R. Quantification of coronary artery calcium using ultrafast computed tomography. J Am Coll Cardiol. 1990;15(4):827-32.
-3535 Detrano R, Guerci AD, Carr JJ, Bild DE, Burke G, Folsom AR, et al. Coronary calcium as a predictor of coronary events in four racial or ethnic groups. N Engl J Med. 2008;358(13):1336-45.

Os pacientes podem ser divididos em grupos de acordo com a extensão da doença: ausência de calcificação, calcificação mínima (1-10), leve (11-100), moderada (101-400), severa (401-1000) e extensa (maior que 1000). Podem ainda ser classificados em grupos de acordo com o percentil para a idade, sexo e etnia.3535 Detrano R, Guerci AD, Carr JJ, Bild DE, Burke G, Folsom AR, et al. Coronary calcium as a predictor of coronary events in four racial or ethnic groups. N Engl J Med. 2008;358(13):1336-45.

Inicialmente, uma série de trabalhos abordaram a capacidade do escore de cálcio predizer a presença de lesões anatômicas significativas na coronariografia invasiva e seu papel nas síndromes coronarianas agudas como triagem para a realização de cateterismo.3131 Budoff MJ, Gul KM. Expert review on coronary calcium. Vasc Health Risk Manag. 2008;4(2):315-24.,3232 Gökdeniz T, Kalaycioglu E, Aykan AÇ, Boyaci F, Turan T, Gül I, et al. Value of coronary artery calcium score to predict severity or complexity of coronary artery disease. Arq Bras Cardiol. 2014;102(2):120-7.,3636 Nasir K, Clouse M. Role of nonenhanced multidetector CT coronary artery calcium testing in asymptomatic and symptomatic individuals. Radiology. 2012;264(3):637-49. Com o passar dos anos, o interesse se voltou para o poder prognóstico e a capacidade de predizer a ocorrência de eventos cardiovasculares.3333 Azevedo CF, Rochitte CE, Lima JA. Coronary artery calcium score and coronary computed tomographic angiography for cardiovascular risk stratification. Arq Bras Cardiol. 2012;98(6):559-68.,3737 Sarwar A, Shaw LJ, Shapiro MD, Blankstein R, Hoffmann U, Cury RC, et al. Diagnostic and prognostic value of absence of coronary artery calcification. JACC Cardiovasc Imaging. 2009;2(6):675-88. Erratum in: JACC Cardiovasc Imaging. 2010;3(10):1089.

38 Budoff MJ, McClelland RL, Nasir K, Greenland P, Kronmal RA, Kondos GT, et al. Cardiovascular events with absent or minimal coronary calcification: the Multi-Ethnic Study of Atherosclerosis (MESA). Am Heart J. 2009;158(4):554-61.

39 Budoff MJ, Shaw LJ, Liu ST, Weinstein SR, Mosler TP, Tseng PH, et al. Long-term prognosis associated with coronary calcification: observations from a registry of 25,253 patients. J Am Coll Cardiol. 2007;49(18):1860-70.
-4040 Shaw LJ, Giambrone AE, Blaha MJ, Knapper JT, Berman DS, Bellam N, et al. Long-term prognosis after coronary artery calcification testing in asymptomatic patients: a cohort study. Ann Intern Med. 2015;163(1):14-21.

Diversos estudos demonstraram que, por ser um indicador da aterosclerose e do risco cardiovascular de forma independente e superior a outros métodos e escores clínicos,3333 Azevedo CF, Rochitte CE, Lima JA. Coronary artery calcium score and coronary computed tomographic angiography for cardiovascular risk stratification. Arq Bras Cardiol. 2012;98(6):559-68.,3737 Sarwar A, Shaw LJ, Shapiro MD, Blankstein R, Hoffmann U, Cury RC, et al. Diagnostic and prognostic value of absence of coronary artery calcification. JACC Cardiovasc Imaging. 2009;2(6):675-88. Erratum in: JACC Cardiovasc Imaging. 2010;3(10):1089.

38 Budoff MJ, McClelland RL, Nasir K, Greenland P, Kronmal RA, Kondos GT, et al. Cardiovascular events with absent or minimal coronary calcification: the Multi-Ethnic Study of Atherosclerosis (MESA). Am Heart J. 2009;158(4):554-61.

39 Budoff MJ, Shaw LJ, Liu ST, Weinstein SR, Mosler TP, Tseng PH, et al. Long-term prognosis associated with coronary calcification: observations from a registry of 25,253 patients. J Am Coll Cardiol. 2007;49(18):1860-70.
-4040 Shaw LJ, Giambrone AE, Blaha MJ, Knapper JT, Berman DS, Bellam N, et al. Long-term prognosis after coronary artery calcification testing in asymptomatic patients: a cohort study. Ann Intern Med. 2015;163(1):14-21. a presença de calcificação coronariana se correlaciona com eventos cardiovasculares. O risco de pacientes com EC acima de 1000 chega a ser 12 vezes superior, e mesmo a calcificação mínima confere um risco aumentado de 2 a 3 vezes.3939 Budoff MJ, Shaw LJ, Liu ST, Weinstein SR, Mosler TP, Tseng PH, et al. Long-term prognosis associated with coronary calcification: observations from a registry of 25,253 patients. J Am Coll Cardiol. 2007;49(18):1860-70.

Por outro lado, na presença de um escore igual a zero, é pequena a probabilidade de doença em pacientes com risco baixo a intermediário, mesmo que apresentem sintomas.3737 Sarwar A, Shaw LJ, Shapiro MD, Blankstein R, Hoffmann U, Cury RC, et al. Diagnostic and prognostic value of absence of coronary artery calcification. JACC Cardiovasc Imaging. 2009;2(6):675-88. Erratum in: JACC Cardiovasc Imaging. 2010;3(10):1089.,3838 Budoff MJ, McClelland RL, Nasir K, Greenland P, Kronmal RA, Kondos GT, et al. Cardiovascular events with absent or minimal coronary calcification: the Multi-Ethnic Study of Atherosclerosis (MESA). Am Heart J. 2009;158(4):554-61. Além disso, denota que a doença não demonstra grande extensão, sendo um indicador de bom prognóstico. A ausência de cálcio nas coronárias determina um risco anual próximo a 0,1%.4040 Shaw LJ, Giambrone AE, Blaha MJ, Knapper JT, Berman DS, Bellam N, et al. Long-term prognosis after coronary artery calcification testing in asymptomatic patients: a cohort study. Ann Intern Med. 2015;163(1):14-21.

A CPM é um excelente método para avaliar a doença obstrutiva e indica bom prognóstico quando negativa, contudo, tem a limitação de não identificar lesões sem restrição de fluxo.2727 De Lorenzo A, Peclat T, Amaral AC, Lima RS. Prognostic evaluation in obese patients using a dedicated multipinhole cadmium-zinc telluride SPECT camera. Int J Cardiovasc Imaging. 2016;32(2):355-61. Além disso, tem custo elevado, utiliza maiores doses de radiação ionizante que o escore de cálcio, exige aparato tecnológico específico, pessoal especializado e fornecimento de material radiológico.2424 Hung GU. Diagnosing CAD: additional markers from myocardial perfusion SPECT. J Biomed Res. 2013;27(6):467-77.

Em contrapartida, o EC se relaciona diretamente com a presença e extensão da aterosclerose coronariana. Além disso, tem uma potencial disponibilidade maior e custo inferior em relação à cintilografia, além de menor dose efetiva de radiação. No entanto, não é capaz de quantificar a estenose coronariana e tem um papel ainda indefinido na doença sintomática.3737 Sarwar A, Shaw LJ, Shapiro MD, Blankstein R, Hoffmann U, Cury RC, et al. Diagnostic and prognostic value of absence of coronary artery calcification. JACC Cardiovasc Imaging. 2009;2(6):675-88. Erratum in: JACC Cardiovasc Imaging. 2010;3(10):1089.

As informações fornecidas pelos métodos são possivelmente complementares, possibilitando uma abordagem conjunta. Entretanto, a correlação entre os resultados, a influência das características populacionais sobre os achados e a utilização dos métodos de forma sequencial não estão estabelecidas de forma definitiva.3838 Budoff MJ, McClelland RL, Nasir K, Greenland P, Kronmal RA, Kondos GT, et al. Cardiovascular events with absent or minimal coronary calcification: the Multi-Ethnic Study of Atherosclerosis (MESA). Am Heart J. 2009;158(4):554-61.

39 Budoff MJ, Shaw LJ, Liu ST, Weinstein SR, Mosler TP, Tseng PH, et al. Long-term prognosis associated with coronary calcification: observations from a registry of 25,253 patients. J Am Coll Cardiol. 2007;49(18):1860-70.
-4040 Shaw LJ, Giambrone AE, Blaha MJ, Knapper JT, Berman DS, Bellam N, et al. Long-term prognosis after coronary artery calcification testing in asymptomatic patients: a cohort study. Ann Intern Med. 2015;163(1):14-21. Sendo assim, não existe, até o momento, consenso nas diretrizes clínicas em relação à forma de aplicação conjunta do escore de cálcio e da cintilografia.

Correlação entre os métodos

Há algumas décadas, surgiu especial interesse na acurácia dos métodos não-invasivos para detecção da aterosclerose das artérias coronárias, buscando-se estabelecer um paralelo entre as diversas formas de abordar a doença coronariana. Foi abordada, por diversos estudos na literatura,4141 Berman DS, Wong ND, Gransar H, Miranda-Peats R, Dahlbeck J, Hayes SW, et al. Relationship between stress-induced myocardial ischemia and atherosclerosis measured by coronary calcium tomography. J Am Coll Cardiol. 2004;44(4):923-30.

42 Anand DV, Lim E, Raval U, Lipkin D, Lahiri A. Prevalence of silent myocardial ischemia in asymptomatic individuals with subclinical atherosclerosis detected by electron beam tomography. J Nucl Cardiol. 2004;11(4):450-7.

43 Ramakrishna G, Miller TD, Breen JF, Araoz PA, Hodge DO, Gibbons RJ. Relationship and prognostic value of coronary artery calcification by electron beam computed tomography to stress-induced ischemia by single photon emission computed tomography. Am Heart J. 2007;153(5):807-14.

44 Wong ND, Rozanski A, Gransar H, Miranda-Peats R, Kang X, Hayes S, et al. Metabolic syndrome and diabetes are associated with an increased likelihood of inducible myocardial ischemia among patients with subclinical atherosclerosis. Diabetes Care. 2005;28(6):1445-50.

45 Anand DV, Lim E, Hopkins D, Corder R, Shaw LJ, Sharp P, et al. Risk stratification in uncomplicated type 2 diabetes: prospective evaluation of the combined use of coronary artery calcium imaging and selective myocardial perfusion scintigraphy. Eur Heart J. 2006;27(6):713-21.

46 Rozanski A, Gransar H, Wong ND, Shaw LJ, Miranda-Peats R, Hayes SW, et al. Use of coronary calcium scanning for predicting inducible myocardial ischemia: Influence of patients' clinical presentation. J Nucl Cardiol. 2007;14(5):669-79.

47 von Ziegler F, Brendel M, Uebleis C, Helbig S, Greif M, Ruemmler J, et al. SPECT myocardial perfusion imaging as an adjunct to coronary calcium score for the detection of hemodynamically significant coronary artery stenosis. BMC Cardiovasc Disord. 2012;12:116.

48 Schepis T, Gaemperli O, Koepfli P, Namdar M, Valenta I, Scheffel H, et al. Added value of coronary artery calcium score as an adjunct to gated SPECT for the evaluation of coronary artery disease in an intermediate-risk population. J Nucl Med. 2007;48(9):1424-30.

49 Schuijf JD, Wijns W, Jukema JW, Decramer I, Atsma DE, de Roos A, et al. A comparative regional analysis of coronary atherosclerosis and calcium score on multislice CT versus myocardial perfusion on SPECT. J Nucl Med. 2006;47(11):1749-55.
-5050 Ghadri JR, Fiechter M, Fuchs TA, Scherrer A, Stehli J, Gebhard C, et al. Registry for the Evaluation of the PROgnostic value of a novel integrated imaging approach combining Single Photon Emission Computed Tomography with coronary calcification imaging (REPROSPECT). Eur Heart J Cardiovasc Imaging. 2013;14(4):374-80. a capacidade do EC de identificar, no exame de cintilografia miocárdica, pacientes sob risco de apresentar isquemia.

Os resultados apontam para uma correlação entre o cálcio coronariano total e a cintilografia, demonstrando que, em faixas superiores do escore de cálcio, defeitos de perfusão são mais frequentes e a gravidade da área isquêmica é maior.4141 Berman DS, Wong ND, Gransar H, Miranda-Peats R, Dahlbeck J, Hayes SW, et al. Relationship between stress-induced myocardial ischemia and atherosclerosis measured by coronary calcium tomography. J Am Coll Cardiol. 2004;44(4):923-30.,4242 Anand DV, Lim E, Raval U, Lipkin D, Lahiri A. Prevalence of silent myocardial ischemia in asymptomatic individuals with subclinical atherosclerosis detected by electron beam tomography. J Nucl Cardiol. 2004;11(4):450-7. O oposto também é verdadeiro, sendo menor a incidência de isquemia em pacientes com escore de cálcio reduzido.4141 Berman DS, Wong ND, Gransar H, Miranda-Peats R, Dahlbeck J, Hayes SW, et al. Relationship between stress-induced myocardial ischemia and atherosclerosis measured by coronary calcium tomography. J Am Coll Cardiol. 2004;44(4):923-30.

42 Anand DV, Lim E, Raval U, Lipkin D, Lahiri A. Prevalence of silent myocardial ischemia in asymptomatic individuals with subclinical atherosclerosis detected by electron beam tomography. J Nucl Cardiol. 2004;11(4):450-7.
-4343 Ramakrishna G, Miller TD, Breen JF, Araoz PA, Hodge DO, Gibbons RJ. Relationship and prognostic value of coronary artery calcification by electron beam computed tomography to stress-induced ischemia by single photon emission computed tomography. Am Heart J. 2007;153(5):807-14.

O aumento da calcificação coronariana se correlaciona, de forma geral, a maior ocorrência de isquemia. Pacientes com distúrbios metabólicos e presença de cálcio coronariano têm, ainda, maior probabilidade de apresentar alterações perfusionais que pacientes sem comorbidades.4444 Wong ND, Rozanski A, Gransar H, Miranda-Peats R, Kang X, Hayes S, et al. Metabolic syndrome and diabetes are associated with an increased likelihood of inducible myocardial ischemia among patients with subclinical atherosclerosis. Diabetes Care. 2005;28(6):1445-50. Na população diabética, o escore de cálcio demonstra correlação com a presença de alterações na cintilografia de forma superior aos fatores de risco tradicionais.4545 Anand DV, Lim E, Hopkins D, Corder R, Shaw LJ, Sharp P, et al. Risk stratification in uncomplicated type 2 diabetes: prospective evaluation of the combined use of coronary artery calcium imaging and selective myocardial perfusion scintigraphy. Eur Heart J. 2006;27(6):713-21.

Apesar das evidências descritas, a correlação entre escore de cálcio e perfusão miocárdica pode variar de acordo com as características populacionais e sintomas.4747 von Ziegler F, Brendel M, Uebleis C, Helbig S, Greif M, Ruemmler J, et al. SPECT myocardial perfusion imaging as an adjunct to coronary calcium score for the detection of hemodynamically significant coronary artery stenosis. BMC Cardiovasc Disord. 2012;12:116. A apresentação clínica tem grande importância na correlação entre os métodos. Em pacientes sintomáticos com alto risco para DAC, a ocorrência de alterações no exame funcional, mesmo quando a calcificação era reduzida, foi mais frequente em relação aos de probabilidade baixa ou intermediária.4747 von Ziegler F, Brendel M, Uebleis C, Helbig S, Greif M, Ruemmler J, et al. SPECT myocardial perfusion imaging as an adjunct to coronary calcium score for the detection of hemodynamically significant coronary artery stenosis. BMC Cardiovasc Disord. 2012;12:116.,4848 Schepis T, Gaemperli O, Koepfli P, Namdar M, Valenta I, Scheffel H, et al. Added value of coronary artery calcium score as an adjunct to gated SPECT for the evaluation of coronary artery disease in an intermediate-risk population. J Nucl Med. 2007;48(9):1424-30.

A análise por leito coronariano demonstra ainda que, em coronárias com escore de cálcio baixo, a presença de isquemia em seus territórios foi significativamente menor com valores preditivos semelhantes ao da angiotomografia.4949 Schuijf JD, Wijns W, Jukema JW, Decramer I, Atsma DE, de Roos A, et al. A comparative regional analysis of coronary atherosclerosis and calcium score on multislice CT versus myocardial perfusion on SPECT. J Nucl Med. 2006;47(11):1749-55.,5050 Ghadri JR, Fiechter M, Fuchs TA, Scherrer A, Stehli J, Gebhard C, et al. Registry for the Evaluation of the PROgnostic value of a novel integrated imaging approach combining Single Photon Emission Computed Tomography with coronary calcification imaging (REPROSPECT). Eur Heart J Cardiovasc Imaging. 2013;14(4):374-80. Apesar do escore de cálcio se correlacionar com a extensão da doença e não com o grau de estenose, demonstrou capacidade semelhante à da angiotomografia de predizer alterações da perfusão miocárdica.4949 Schuijf JD, Wijns W, Jukema JW, Decramer I, Atsma DE, de Roos A, et al. A comparative regional analysis of coronary atherosclerosis and calcium score on multislice CT versus myocardial perfusion on SPECT. J Nucl Med. 2006;47(11):1749-55.

Escore de cálcio zero

O escore de cálcio, além de adicionar informações complementares à cintilografia, mostrou-se uma poderosa ferramenta na avaliação da doença coronariana. No entanto, algumas situações se sobressaem, como o escore de cálcio zero.3636 Nasir K, Clouse M. Role of nonenhanced multidetector CT coronary artery calcium testing in asymptomatic and symptomatic individuals. Radiology. 2012;264(3):637-49.

37 Sarwar A, Shaw LJ, Shapiro MD, Blankstein R, Hoffmann U, Cury RC, et al. Diagnostic and prognostic value of absence of coronary artery calcification. JACC Cardiovasc Imaging. 2009;2(6):675-88. Erratum in: JACC Cardiovasc Imaging. 2010;3(10):1089.

38 Budoff MJ, McClelland RL, Nasir K, Greenland P, Kronmal RA, Kondos GT, et al. Cardiovascular events with absent or minimal coronary calcification: the Multi-Ethnic Study of Atherosclerosis (MESA). Am Heart J. 2009;158(4):554-61.

39 Budoff MJ, Shaw LJ, Liu ST, Weinstein SR, Mosler TP, Tseng PH, et al. Long-term prognosis associated with coronary calcification: observations from a registry of 25,253 patients. J Am Coll Cardiol. 2007;49(18):1860-70.
-4040 Shaw LJ, Giambrone AE, Blaha MJ, Knapper JT, Berman DS, Bellam N, et al. Long-term prognosis after coronary artery calcification testing in asymptomatic patients: a cohort study. Ann Intern Med. 2015;163(1):14-21. A ausência de cálcio nas artérias coronárias não significa a inexistência de aterosclerose, pois pode haver placas não-calcificadas. Porém, nessa situação se correlaciona com uma doença de menor extensão.3939 Budoff MJ, Shaw LJ, Liu ST, Weinstein SR, Mosler TP, Tseng PH, et al. Long-term prognosis associated with coronary calcification: observations from a registry of 25,253 patients. J Am Coll Cardiol. 2007;49(18):1860-70.,4040 Shaw LJ, Giambrone AE, Blaha MJ, Knapper JT, Berman DS, Bellam N, et al. Long-term prognosis after coronary artery calcification testing in asymptomatic patients: a cohort study. Ann Intern Med. 2015;163(1):14-21.

Apesar de a utilização do EC nos pacientes assintomáticos constar nas diretrizes mais recentes, o mesmo não ocorre com os pacientes sintomáticos.1616 Gepner AD, Young R, Delaney JA, Tattersall MC, Blaha MJ, Post WS, et al. Comparison of coronary artery calcium presence, carotid plaque presence, and carotid intima-media thickness for cardiovascular disease prediction in the multi-ethnic study of atherosclerosis. Circ Cardiovasc Imaging. 2015;8(1):e002262.

17 Blaha MJ, Cainzos-Achirica M, Greenland P, McEvoy JW, Blankstein R, Budoff MJ, et al. Role of coronary artery calcium score of zero and other negative risk markers for cardiovascular disease: The Multi-Ethnic Study of Atherosclerosis (MESA). Circulation. 2016;133(9):849-58.
-1818 Ferket BS, Genders TS, Colkesen EB, Visser JJ, Spronk S, Steyerberg EW, et al. Systematic review of guidelines on imaging of asymptomatic coronary artery disease. J Am Coll Cardiol. 2011;57(15):1591-600. Entretanto, em exames como a cintilografia5151 Mouden M, Timmer JR, Reiffers S, Oostdijk AH, Knollema S, Ottervanger JP, et al. Coronary artery calcium scoring to exclude flow-limiting coronary artery disease in symptomatic stable patients at low or intermediate risk. Radiology. 2013;269(1):77-83. a literatura sinaliza que, em pacientes com sintomas e risco, baixo ou intermediário, para doença coronariana, o escore zero é capaz de afastar a presença de alterações perfusionais.

A partir de estudos iniciais, surgiu especial interesse na capacidade do escore de cálcio afastar DAC e se correlacionar com a perfusão miocárdica normal. Em um exame funcional normal, a ausência de calcificação coronariana é um forte indicativo de ausência de doença aterosclerótica. Quando comparado à cineangiocoronariografia, é improvável a presença de lesões significativas, necessidade de intervenção ou ocorrência de IAM.4747 von Ziegler F, Brendel M, Uebleis C, Helbig S, Greif M, Ruemmler J, et al. SPECT myocardial perfusion imaging as an adjunct to coronary calcium score for the detection of hemodynamically significant coronary artery stenosis. BMC Cardiovasc Disord. 2012;12:116.,5151 Mouden M, Timmer JR, Reiffers S, Oostdijk AH, Knollema S, Ottervanger JP, et al. Coronary artery calcium scoring to exclude flow-limiting coronary artery disease in symptomatic stable patients at low or intermediate risk. Radiology. 2013;269(1):77-83.

52 Schmermund A, Denktas AE, Rumberger JA, Christian TF, Sheedy PF 2nd, Bailey KR, et al. Independent and incremental value of coronary artery calcium for predicting the extent of angiographic coronary artery disease: comparison with cardiac risk factors and radionuclide perfusion imaging. J Am Coll Cardiol. 1999;34(3):777-86.

53 Rosário MA, Lima JJ, Parga JR, Avila LF, Gowdak LH, Lemos PA, et al. Coronary calcium score as predictor of stenosis and events in pretransplant renal chronic failure. Arq Bras Cardiol. 2010;94(2):236-43, 252-60, 239-47.
-5454 Korley FK, George RT, Jaffe AS, Rothman RE, Sokoll LJ, Fernandez C, et al. Low high-sensitivity troponin I and zero coronary artery calcium score identifies coronary CT angiography candidates in whom further testing could be avoided. Acad Radiol. 2015;22(8):1060-7.

A ausência de cálcio coronariano se mostrou capaz de afastar a isquemia ocasionada pela DAC em pacientes com sintomas e probabilidade, baixa ou intermediária, de doença significativa, e o EC quando utilizado em conjunto com a cintilografia mostra acréscimo na especificidade e no valor preditivo positivo da estratégia diagnóstica (Figura 1).5151 Mouden M, Timmer JR, Reiffers S, Oostdijk AH, Knollema S, Ottervanger JP, et al. Coronary artery calcium scoring to exclude flow-limiting coronary artery disease in symptomatic stable patients at low or intermediate risk. Radiology. 2013;269(1):77-83.,5555 de Carvalho MS, de Araújo Gonçalves P, Garcia-Garcia HM, de Sousa PJ, Dores H, Ferreira A, et al. Prevalence and predictors of coronary artery disease in patients with a calcium score of zero. Int J Cardiovasc Imaging. 2013;29(8):1839-46.,5656 Matsuo S, Nakajima K, Okuda K, Kinuya S. The relationship between stress-induced myocardial ischemia and coronary artery atherosclerosis measured by hybrid SPECT/CT camera. Ann Nucl Med. 2011;25(9):650-6.

Figura 1
Paciente com Escore de Cálcio zero. (A) Ausência de placas calcificadas. Risco inferior a 5% de coronariopatia e risco baixo de eventos cardiovasculares (0,1% por ano). (B) Cintilografia miocárdica normal.

Todavia, na apresentação aguda dos sintomas na sala de emergência ou em pacientes de alto risco para DAC, a utilização do EC é limitada, uma vez que os fenômenos aterotrombóticos das síndromes coronarianas agudas podem cursar sem calcificação. A ausência de cálcio em pacientes sintomáticos com indicação de cineangiocoronariografia não é capaz de excluir a presença de lesões significativas.5757 Schaap J, Kauling RM, Boekholdt SM, Post MC, Van der Heyden JA, de Kroon TL, et al. Usefulness of coronary calcium scoring to myocardial perfusion SPECT in the diagnosis of coronary artery disease in a predominantly high risk population. Int J Cardiovasc Imaging. 2013;29(3):677-84. Nesses casos, o EC não adiciona informações diagnósticas e prognósticas, tendo menor poder de predição de eventos que a cintilografia.5858 Staniak HL, Bittencourt MS, Sharovsky R, Benseñor I, Olmos RD, Lotufo PA. Calcium score to evaluate chest pain in the emergency room. Arq Bras Cardiol. 2013;100(1):90-3.

59 Gottlieb I, Miller JM, Arbab-Zadeh A, Dewey M, Clouse ME, Sara L, et al. The absence of coronary calcification does not exclude obstructive coronary artery disease or the need for revascularization in patients referred for conventional coronary angiography. J Am Coll Cardiol. 2010;55(7):627-34.
-6060 Peix A, Batista E, Cabrera LO, Rodríguez L, Padrón K, Saínz B, et al. Gated-SPECT myocardial perfusion imaging and coronary calcium score for evaluation of patients with acute chest pain and a normal or nondiagnostic electrocardiogram. Coron Artery Dis. 2012;23(7):438-44.

Calcificação coronariana elevada

Por outro lado, a calcificação coronariana severa se mostrou um fator preditor de risco independente e complementar a praticamente todos as outras formas de avaliação da doença arterial coronariana, seja ela clínica - por meio de escores de risco - ou complementar - via outros métodos não-invasivos e testes funcionais -, como o teste ergométrico e a cintilografia.6161 Ghadri JR, Pazhenkottil AP, Nkoulou RN, Goetti R, Buechel RR, Husmann L, et al. Very high coronary calcium score unmasks obstructive coronary artery disease in patients with normal SPECT MPI. Heart. 2011;97(12):998-1003.

62 Thompson RC, McGhie AI, Moser KW, O'Keefe JH Jr, Stevens TL, House J, et al. Clinical utility of coronary calcium scoring after nonischemic myocardial perfusion imaging. J Nucl Cardiol. 2005;12(4):392-400.

63 Mouden M, Ottervanger JP, Timmer JR, Reiffers S, Oostdijk AH, Knollema S, et al. Myocardial perfusion imaging in stable symptomatic patients with extensive coronary atherosclerosis. Eur J Nucl Med Mol Imaging. 2014;41(1):136-43.

64 He ZX, Hedrick TD, Pratt CM, Verani MS, Aquino V, Roberts R, et al. Severity of coronary artery calcification by electron beam computed tomography predicts silent myocardial ischemia. Circulation. 2000;101(3):244-51.

65 Ho J, Fitz Gerald S, Stolfus L, Cannaday J, Radford N. Severe coronary artery calcifications are associated with ischemia in patients undergoing medical therapy. J Nucl Cardiol. 2007;14(3):341-6.

66 Madsen C, Andersen KF, Zerahn B. High coronary artery calcium score affects clinical outcome despite normal stress myocardial perfusion imaging and normal left ventricular ejection fraction. Coron Artery Dis. 2013;24(2):142-7.

67 Chang SM, Nabi F, Xu J, Pratt CM, Mahmarian AC, Frias ME, et al. Value of CACS compared with ETT and myocardial perfusion imaging for predicting long-term cardiac outcome in asymptomatic and symptomatic patients at low risk for coronary disease. JACC Cardiovasc Imaging. 2015;8(2):134-44.
-6868 Rozanski A, Cohen R, Uretsky S. The coronary calcium treadmill test: a new approach to the initial workup of patients with suspected coronary artery disease. J Nucl Cardiol. 2013;20(5):719-30.

O escore de cálcio elevado é um indicador de maior risco para eventos cardiovasculares como o infarto e a morte cardíaca, apresentando maior acurácia isoladamente ou em conjunto do que o escores clínicos de risco (Figura 2 e 3). Sua presença indica um pior prognóstico nesses pacientes, reclassificando-os para grupos de maior risco, independentemente das características populacionais.3636 Nasir K, Clouse M. Role of nonenhanced multidetector CT coronary artery calcium testing in asymptomatic and symptomatic individuals. Radiology. 2012;264(3):637-49.

37 Sarwar A, Shaw LJ, Shapiro MD, Blankstein R, Hoffmann U, Cury RC, et al. Diagnostic and prognostic value of absence of coronary artery calcification. JACC Cardiovasc Imaging. 2009;2(6):675-88. Erratum in: JACC Cardiovasc Imaging. 2010;3(10):1089.

38 Budoff MJ, McClelland RL, Nasir K, Greenland P, Kronmal RA, Kondos GT, et al. Cardiovascular events with absent or minimal coronary calcification: the Multi-Ethnic Study of Atherosclerosis (MESA). Am Heart J. 2009;158(4):554-61.

39 Budoff MJ, Shaw LJ, Liu ST, Weinstein SR, Mosler TP, Tseng PH, et al. Long-term prognosis associated with coronary calcification: observations from a registry of 25,253 patients. J Am Coll Cardiol. 2007;49(18):1860-70.
-4040 Shaw LJ, Giambrone AE, Blaha MJ, Knapper JT, Berman DS, Bellam N, et al. Long-term prognosis after coronary artery calcification testing in asymptomatic patients: a cohort study. Ann Intern Med. 2015;163(1):14-21.

Figura 2
Paciente com Escore de Cálcio 1-10. (A) Mínima quantidade de placas calcificadas no território da artéria descendente anterior. Provável risco (inferior a 10% de doença coronária obstrutiva). (B) Cintilografia miocárdica normal.

Figura 3
Paciente com Escore de Cálcio 11-100. (A) Discreta quantidade de placas calcificadas no território da coronária direita. Doença arterial coronária definitiva, porém discreta. (B) Cintilografia miocárdica apresenta isquemia na parede inferior em região com atenuação por partes moles.

A presença de um escore de cálcio severamente elevado está relacionada também a maior frequência de lesões significativas, mesmo em pacientes com a cintilografia normal.6161 Ghadri JR, Pazhenkottil AP, Nkoulou RN, Goetti R, Buechel RR, Husmann L, et al. Very high coronary calcium score unmasks obstructive coronary artery disease in patients with normal SPECT MPI. Heart. 2011;97(12):998-1003. Em pacientes persistentemente sintomáticos sem alterações perfusionais, a calcificação coronariana extensa se correlaciona com a presença de lesões significativas e pode indicar a necessidade de cineangiocoronariografia e intervenção percutânea ou cirúrgica.6262 Thompson RC, McGhie AI, Moser KW, O'Keefe JH Jr, Stevens TL, House J, et al. Clinical utility of coronary calcium scoring after nonischemic myocardial perfusion imaging. J Nucl Cardiol. 2005;12(4):392-400.

A presença de calcificação coronariana extensa se relaciona ainda com a maior incidência de doença obstrutiva significativa e revascularização, mesmo quando o resultado do teste provocativo é normal.6363 Mouden M, Ottervanger JP, Timmer JR, Reiffers S, Oostdijk AH, Knollema S, et al. Myocardial perfusion imaging in stable symptomatic patients with extensive coronary atherosclerosis. Eur J Nucl Med Mol Imaging. 2014;41(1):136-43.

64 He ZX, Hedrick TD, Pratt CM, Verani MS, Aquino V, Roberts R, et al. Severity of coronary artery calcification by electron beam computed tomography predicts silent myocardial ischemia. Circulation. 2000;101(3):244-51.
-6565 Ho J, Fitz Gerald S, Stolfus L, Cannaday J, Radford N. Severe coronary artery calcifications are associated with ischemia in patients undergoing medical therapy. J Nucl Cardiol. 2007;14(3):341-6. Analogamente, pacientes com alterações na cintilografia apresentam maiores valores de escore de cálcio, quando comparados a pacientes com exames de perfusão normal.4141 Berman DS, Wong ND, Gransar H, Miranda-Peats R, Dahlbeck J, Hayes SW, et al. Relationship between stress-induced myocardial ischemia and atherosclerosis measured by coronary calcium tomography. J Am Coll Cardiol. 2004;44(4):923-30.

42 Anand DV, Lim E, Raval U, Lipkin D, Lahiri A. Prevalence of silent myocardial ischemia in asymptomatic individuals with subclinical atherosclerosis detected by electron beam tomography. J Nucl Cardiol. 2004;11(4):450-7.
-4343 Ramakrishna G, Miller TD, Breen JF, Araoz PA, Hodge DO, Gibbons RJ. Relationship and prognostic value of coronary artery calcification by electron beam computed tomography to stress-induced ischemia by single photon emission computed tomography. Am Heart J. 2007;153(5):807-14.

A calcificação coronariana aumentada é, portanto, capaz de se correlacionar com a presença de lesão obstrutiva, mesmo quando o teste provocativo é normal, minimizando os resultados falso-negativos com a utilização conjunta dos dois métodos.6666 Madsen C, Andersen KF, Zerahn B. High coronary artery calcium score affects clinical outcome despite normal stress myocardial perfusion imaging and normal left ventricular ejection fraction. Coron Artery Dis. 2013;24(2):142-7. A estratégia conjunta tem ainda a capacidade de indicar pacientes que se beneficiariam de investigação adicional ou abordagem invasiva (Figura 4 e 5).6969 Choudhary G, Shin V, Punjani S, Ritter N, Sharma SC, Wu WC. The role of calcium score and CT angiography in the medical management of patients with normal myocardial perfusion imaging. J Nucl Cardiol. 2010;17(1):45-51.

Figura 4
Paciente com Escore de Cálcio 101-400. (A) Moderada quantidade de placas calcificadas nos territórios das artérias descendente anterior e circunflexa. Doença arterial coronária moderada. (B) Cintilografia miocárdica com presença de isquemia ínfero-lateral.

Figura 5
Paciente com Escore de Cálcio acima de 400. (A) Grande quantidade de placas calcificadas no território da artéria descendente anterior. Doença arterial coronariana importante. (B) Cintilografia miocárdica com presença de isquemia anterior e antero septal.

Informações independentes e complementares

Os valores intermediários do escore de cálcio também são importantes na avaliação da doença coronariana. O EC se mostrou complementar à CPM, independentemente da presença ou não de isquemia.7070 Chang SM, Nabi F, Xu J, Peterson LE, Achari A, Pratt CM, et al. The coronary artery calcium score and stress myocardial perfusion imaging provide independent and complementary prediction of cardiac risk. J Am Coll Cardiol. 2009;54(20):1872-82. Em pacientes com a cintilografia normal, a presença de um escore alterado indica maior risco, apesar do bom prognóstico da cintilografia normal, e os pacientes com defeitos perfusionais apresentam ainda maior risco de eventos e pior prognóstico.7171 Ghadri JR, Fiechter M, Veraguth K, Gebhard C, Pazhenkottil AP, Fuchs TA, et al. Coronary calcium score as an adjunct to nuclear myocardial perfusion imaging for risk stratification before noncardiac surgery. J Nucl Med. 2012;53(7):1081-6.

A associação dos métodos apresenta maior acurácia diagnóstica tanto ao detectar quanto ao afastar a doença coronariana, além de determinar de forma mais contundente o prognóstico desses pacientes. Além disso, a presença dos resultados dos exames em paralelo possibilita uma melhor interpretação dos resultados, minimizando achados equívocos e melhorando o desempenho dos métodos.7272 Almoudi M, Sun ZH. A head-to-head comparison of the coronary calcium score by computed tomography with myocardial perfusion imaging in predicting coronary artery disease. J Geriatr Cardiol. 2012;9(4):349-54.,7373 Moser KW, O'Keefe JH Jr, Bateman TM, McGhie IA. Coronary calcium screening in asymptomatic patients as a guide to risk factor modification and stress myocardial perfusion imaging. J Nucl Cardiol. 2003;10(6):590-8.

Nos pacientes com cintilografia normal, o escore de cálcio informa sobre a doença subclínica e pode auxiliar na exclusão de DAC ou inferir a presença de lesões obstrutivas significativas.7474 Jang JJ, Krishnaswami A, Hung YY. Predictive values of Framingham risk and coronary artery calcium scores in the detection of obstructive CAD in patients with normal SPECT. Angiology. 2012;63(4):275-81. Em pacientes persistentemente sintomáticos, o escore de cálcio elevado foi um fator preditor de estenose coronariana significativa a despeito dos resultados da cintilografia.6464 He ZX, Hedrick TD, Pratt CM, Verani MS, Aquino V, Roberts R, et al. Severity of coronary artery calcification by electron beam computed tomography predicts silent myocardial ischemia. Circulation. 2000;101(3):244-51.

A utilização conjunta do escore de cálcio e da cintilografia se torna ainda mais interessante se levarmos em consideração o valor prognóstico dos métodos para DAC. A ocorrência de mortalidade e eventos cardíacos se relaciona com a severidade da calcificação coronariana, independentemente do resultado da cintilografia.7474 Jang JJ, Krishnaswami A, Hung YY. Predictive values of Framingham risk and coronary artery calcium scores in the detection of obstructive CAD in patients with normal SPECT. Angiology. 2012;63(4):275-81.

75 Rozanski A, Gransar H, Wong ND, Shaw LJ, Miranda-Peats R, Polk D, et al. Clinical outcomes after both coronary calcium scanning and exercise myocardial perfusion scintigraphy. J Am Coll Cardiol. 2007;49(12):1352-61.
-7676 Uebleis C, Becker A, Griesshammer I, Cumming P, Becker C, Schmidt M, et al. Stable coronary artery disease: prognostic value of myocardial perfusion SPECT in relation to coronary calcium scoring--long-term follow-up. Radiology. 2009;252(3):682-90.

Entretanto, o prognóstico estabelecido pela cintilografia é caracteristicamente de curto a médio prazo, sendo um resultado normal preditor de bom prognóstico neste período, mesmo em grupos com EC elevado.7575 Rozanski A, Gransar H, Wong ND, Shaw LJ, Miranda-Peats R, Polk D, et al. Clinical outcomes after both coronary calcium scanning and exercise myocardial perfusion scintigraphy. J Am Coll Cardiol. 2007;49(12):1352-61.,7676 Uebleis C, Becker A, Griesshammer I, Cumming P, Becker C, Schmidt M, et al. Stable coronary artery disease: prognostic value of myocardial perfusion SPECT in relation to coronary calcium scoring--long-term follow-up. Radiology. 2009;252(3):682-90. Por outro lado, o escore de cálcio pode estimar o risco a prazos maiores de 10 a 15 anos, como observado recentemente, situação na qual a calcificação coronariana elevada se sobrepõe à ausência de defeitos perfusionais.3939 Budoff MJ, Shaw LJ, Liu ST, Weinstein SR, Mosler TP, Tseng PH, et al. Long-term prognosis associated with coronary calcification: observations from a registry of 25,253 patients. J Am Coll Cardiol. 2007;49(18):1860-70.,4040 Shaw LJ, Giambrone AE, Blaha MJ, Knapper JT, Berman DS, Bellam N, et al. Long-term prognosis after coronary artery calcification testing in asymptomatic patients: a cohort study. Ann Intern Med. 2015;163(1):14-21.,7474 Jang JJ, Krishnaswami A, Hung YY. Predictive values of Framingham risk and coronary artery calcium scores in the detection of obstructive CAD in patients with normal SPECT. Angiology. 2012;63(4):275-81.,7676 Uebleis C, Becker A, Griesshammer I, Cumming P, Becker C, Schmidt M, et al. Stable coronary artery disease: prognostic value of myocardial perfusion SPECT in relation to coronary calcium scoring--long-term follow-up. Radiology. 2009;252(3):682-90.

Além disso, um importante aspecto da correlação entre o escore de cálcio e a CPM é o impacto que o resultado de um método tem sobre a interpretação do outro. As informações adicionais e o acréscimo à probabilidade pré-teste fornecidas pela calcificação coronariana exercem influência positiva na interpretação da cintilografia, melhorando a acurácia e reduzindo a quantidade de resultados equívocos na análise conjunta desses dois métodos.7777 Mouden M, Ottervanger JP, Timmer JR, Reiffers S, Oostdijk AH, Knollema S, et al. The influence of coronary calcium score on the interpretation of myocardial perfusion imaging. J Nucl Cardiol. 2014;21(2):368-74.

Exposição à radiação

Em relação à radiação, o método do escore de cálcio leva clara vantagem por expor o paciente a doses menores que as da cintilografia. Estudos multicêntricos demonstraram que a dose média de radiação da cintilografia foi superior a 10 milisieverts (mSv), com médias ainda maiores em regiões como América Latina e Ásia (15 mSv).7878 Jerome SD, Tilkemeier PL, Farrell MB, Shaw LJ. Nationwide laboratory adherence to myocardial perfusion imaging radiation dose reduction practices: a report from the intersocietal accreditation commission data repository. JACC Cardiovasc Imaging. 2015;8(10):1170-6.,7979 Einstein AJ, Pascual TN, Mercuri M, Karthikeyan G, Vitola JV, Mahmarian JJ, et al. Current worldwide nuclear cardiology practices and radiation exposure: results from the 65 country IAEA Nuclear Cardiology Protocols Cross-Sectional Study (INCAPS). Eur Heart J. 2015;36(26):1689-96.

É importante ressaltar que os recentes avanços tecnológicos da cintilografia, tanto em detectores quanto em softwares de reconstrução de imagens, possibilitam que esses exames sejam realizados com exposição à radiação muito inferior em relação às técnicas tradicionais. A utilização desses avanços permite exames com dose efetiva abaixo de 5 mSv com utilização de protocolos de dose ultra-reduzida de radiotraçador.2626 Case JA, Bateman TM. Taking the perfect nuclear image: quality control, acquisition, and processing techniques for cardiac SPECT, PET, and hybrid imaging. J Nucl Cardiol. 2013;20(5):891-907.,2727 De Lorenzo A, Peclat T, Amaral AC, Lima RS. Prognostic evaluation in obese patients using a dedicated multipinhole cadmium-zinc telluride SPECT camera. Int J Cardiovasc Imaging. 2016;32(2):355-61.,8080 Mouden M, Timmer JR, Ottervanger JP, Reiffers S, Oostdijk AH, Knollema S, et al. Impact of a new ultrafast CZT SPECT camera for myocardial perfusion imaging: fewer equivocal results and lower radiation dose. Eur J Nucl Med Mol Imaging. 2012;39(6):1048-55.,8181 van Dijk JD, Jager PL, Ottervanger JP, Slump CH, de Boer J, Oostdijk AH, et al. Minimizing patient-specific tracer dose in myocardial perfusion imaging using CZT SPECT. J Nucl Med Technol. 2015;43(1):36-40.

Por outro lado, a realização do escore de cálcio apresenta baixa dose de radiação, e nos pacientes encaminhados para cintilografia não se torna elevada de forma impeditiva à estratégia. Nos estudos que avaliaram a dose efetiva do escore de cálcio, a média foi de 2,5 mSv.8282 Hunold P, Vogt FM, Schmermund A, Debatin JF, Kerkhoff G, Budde T, et al. Radiation exposure during cardiac CT: effective doses at multi-detector row CT and electron-beam CT. Radiology. 2003;226(1):145-52.,8383 Morin RL, Gerber TC, McCollough CH. Radiation dose in computed tomography of the heart. Circulation. 2003;107(6):917-22. Dessa forma, o escore de cálcio se mantém em uma faixa de risco segura para neoplasias.8484 Smith-Bindman R, Lipson J, Marcus R, Kim KP, Mahesh M, Gould R. Radiation dose associated with common computed tomography examinations and the associated lifetime attributable risk of cancer. Arch Intern Med. 2009;169(22):2078-86.

Conclusão

A revisão da literatura demonstra que tanto o escore de cálcio quanto a cintilografia exercem importante papel na avaliação diagnóstica da doença aterosclerótica do coração. A possibilidade de afastar a coronariopatia de grande extensão por meio de um escore de cálcio zero, ou ainda indicar a presença de uma doença extensa quando este estiver severamente aumentado, justifica a utilização desse método na avaliação, inicial ou conjunta, de pacientes assintomáticos com suspeita de DAC e na estratificação do risco cardiovascular. A avaliação de pacientes sintomáticos de baixo risco, apesar de indícios que apontem positivamente nessa direção, deverá ser reavaliada nas próximas diretrizes.

A confirmação da doença com aplicação de métodos de maior especificidade e valor preditivo positivo como a cintilografia de perfusão miocárdica ainda se mostra fundamental em determinados pacientes. Dessa forma, apesar de a literatura sinalizar que a utilização sequencial ou conjunta dos dois métodos é vantajosa, ainda são necessários mais dados no estabelecimento de uma estratégia custo-efetiva para a avaliação diagnóstica. Parece justificável, portanto, do ponto de vista da qualidade e acurácia da avaliação e no âmbito econômico da saúde pública, que novos estudos continuem pesquisando o papel dessas importantes ferramentas.

  • Fontes de financiamento
    O presente estudo não teve fontes de financiamento externas.
  • Vinculação acadêmica
    Este artigo é parte de Dissertação de Mestrado de Fabio Paiva Rossini Siqueira pela Universidade Federal Fluminense.

Agradecimentos

Os autores gostariam de agradecer ao Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) da Universidade Federal Fluminense (UFF) pelo suporte na realização dos exames de angiotomografia de coronária e medicina nuclear.

References

  • 1
    Butler D. UN targets top killers. Nature. 2011;477(7364):260-1.
  • 2
    Go AS, Mozaffarian D, Roger VL, Benjamin EJ, Berry JD, Borden WB, et al; American Heart Association Statistics Committee and Stroke Statistics Subcommittee. Heart disease and stroke statistics-2013 update: a report from the American Heart Association. Circulation. 2013;127(1):e6-245.
  • 3
    Schmidt MI, Duncan BB, Azevedo e Silva G, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM, et al. Chronic non-communicable diseases in Brazil: burden and current challenges. Lancet. 2011;377(9781):1949-61.
  • 4
    Mansur Ade P, Favarato D. Mortality due to cardiovascular diseases in Brazil and in the metropolitan region of São Paulo: a 2011 update. Arq Bras Cardiol. 2012;99(2):755-61.
  • 5
    Mansur Ade P, Lopes AI, Favarato D, Avakian SD, César LA, Ramires JA. Epidemiologic transition in mortality rate from circulatory diseases in Brazil. Arq Bras Cardiol. 2009;93(5):506-10.
  • 6
    Ross R. Atherosclerosis--an inflammatory disease. N Engl J Med. 1999;340(2):115-26.
  • 7
    Libby P, Ridker PM, Hansson GK; Leducq Transatlantic Network on Atherothrombosis. Inflammation in atherosclerosis: from pathophysiology to practice. J Am Coll Cardiol. 2009;54(23):2129-38.
  • 8
    Schoenhagen P, Ziada KM, Vince DG, Nissen SE, Tuzcu EM. Arterial remodeling and coronary artery disease: the concept of "dilated" versus "obstructive" coronary atherosclerosis. J Am Coll Cardiol. 2001;38(2):297-306.
  • 9
    Wexler L, Brundage B, Crouse J, Detrano R, Fuster V, Maddahi J, et al. Coronary artery calcification: pathophysiology, epidemiology, imaging methods, and clinical implications. A statement for health professionals from the American Heart Association. Writing Group. Circulation. 1996;94(5):1175-92.
  • 10
    Madhavan MV, Tarigopula M, Mintz GS, Maehara A, Stone GW, Généreux P. Coronary artery calcification: pathogenesis and prognostic implications. J Am Coll Cardiol. 2014;63(17):1703-14.
  • 11
    Montalescot G, Sechtem U, Achenbach S, Andreotti F, Arden C, Budaj A, et al; Task Force Members. 2013 ESC guidelines on the management of stable coronary artery disease: the Task Force on the management of stable coronary artery disease of the European Society of Cardiology. Eur Heart J. 2013;34(38):2949-3003. Erratum in: Eur Heart J. 2014;35(33):2260-1
  • 12
    Simão AF, Precoma DB, Andrade JP, Correa Filho H, Saraiva JF, Oliveira GM, et al; Sociedade Brasileira de Cardiologia. [I Brazilian Guidelines for cardiovascular prevention]. Arq Bras Cardiol. 2013;101(6 Suppl 2):1-63. Erratum in: Arq Bras Cardiol. 2014;102(4):415.
  • 13
    Goff DC, Lloyd-Jones DM, Bennett G, Coady S, D'Agostino RB, Gibbons R, et al; American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. 2013 ACC/AHA Guideline on the Assessment of Cardiovascular Risk: A Report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. Circulation. 2014;129(25 Suppl 2):S49-73. Erratum in: Circulation. 2014;129(25 Suppl 2):S74-5.
  • 14
    Hulten E, Villines TC, Cheezum MK, Berman DS, Dunning A, Achenbach S, et al; CONFIRM Investigators. Calcium score, coronary artery disease extent and severity, and clinical outcomes among low Framingham risk patients with low vs high lifetime risk: results from the CONFIRM registry. J Nucl Cardiol. 2014;21(1):29-37.
  • 15
    Yeboah J, McClelland RL, Polonsky TS, Burke GL, Sibley CT, O'Leary D, et al. Comparison of novel risk markers for improvement in cardiovascular risk assessment in intermediate-risk individuals. JAMA. 2012;308(8):788-95.
  • 16
    Gepner AD, Young R, Delaney JA, Tattersall MC, Blaha MJ, Post WS, et al. Comparison of coronary artery calcium presence, carotid plaque presence, and carotid intima-media thickness for cardiovascular disease prediction in the multi-ethnic study of atherosclerosis. Circ Cardiovasc Imaging. 2015;8(1):e002262.
  • 17
    Blaha MJ, Cainzos-Achirica M, Greenland P, McEvoy JW, Blankstein R, Budoff MJ, et al. Role of coronary artery calcium score of zero and other negative risk markers for cardiovascular disease: The Multi-Ethnic Study of Atherosclerosis (MESA). Circulation. 2016;133(9):849-58.
  • 18
    Ferket BS, Genders TS, Colkesen EB, Visser JJ, Spronk S, Steyerberg EW, et al. Systematic review of guidelines on imaging of asymptomatic coronary artery disease. J Am Coll Cardiol. 2011;57(15):1591-600.
  • 19
    Notghi A, Low CS. Myocardial perfusion scintigraphy: past, present and future. Br J Radiol. 2011;84 Spec No 3:S229-36.
  • 20
    Mastrocolla LE, Sousa AG, Smanio PE, Staico R, Pinto IF, Meneghelo RS, et al. [Adenosine myocardial perfusion SPECT with Tc-99m-MIBI in patients with obstructive coronary artery disease: correlation between quantitative coronary angiography and intravascular ultrasound measurements]. Arq Bras Cardiol. 2006;86(1):3-13.
  • 21
    Sabharwal NK, Lahiri A. Role of myocardial perfusion imaging for risk stratification in suspected or known coronary artery disease. Heart. 2003;89(11):1291-7.
  • 22
    Case JA. Bateman TM. Taking the perfect nuclear image: quality control, acquisition, and processing techniques for cardiac SPECT, PET, and hybrid imaging. J Nucl Cardiol. 2013;20(5):891-907.
  • 23
    Anagnostopoulos C, Neill J, Reyes E, Prvulovich E. Myocardial perfusion scintigraphy: technical innovations and evolving clinical applications. Heart. 2012;98(5):353-9.
  • 24
    Hung GU. Diagnosing CAD: additional markers from myocardial perfusion SPECT. J Biomed Res. 2013;27(6):467-77.
  • 25
    Mc Ardle BA, Dowsley TF, deKemp RA, Wells GA, Beanlands RS. Does rubidium-82 PET have superior accuracy to SPECT perfusion imaging for the diagnosis of obstructive coronary disease?: A systematic review and meta-analysis. J Am Coll Cardiol. 2012;60(18):1828-37.
  • 26
    Case JA, Bateman TM. Taking the perfect nuclear image: quality control, acquisition, and processing techniques for cardiac SPECT, PET, and hybrid imaging. J Nucl Cardiol. 2013;20(5):891-907.
  • 27
    De Lorenzo A, Peclat T, Amaral AC, Lima RS. Prognostic evaluation in obese patients using a dedicated multipinhole cadmium-zinc telluride SPECT camera. Int J Cardiovasc Imaging. 2016;32(2):355-61.
  • 28
    Parker MW, Iskandar A, Limone B, Perugini A, Kim H, Jones C, et al. Diagnostic accuracy of cardiac positron emission tomography versus single photon emission computed tomography for coronary artery disease: a bivariate meta-analysis. Circ Cardiovasc Imaging. 2012;5(6):700-7.
  • 29
    George RT, Mehra VC, Chen MY, Kitagawa K, Arbab-Zadeh A, Miller JM, et al. Myocardial CT perfusion imaging and SPECT for the diagnosis of coronary artery disease: a head-to-head comparison from the CORE320 multicenter diagnostic performance study. Radiology. 2014;272(2):407-16. Erratum in: Radiology. 2015;274(2):626.
  • 30
    Hachamovitch R, Hayes SW, Friedman JD, Cohen I, Berman DS. A prognostic score for prediction of cardiac mortality risk after adenosine stress myocardial perfusion scintigraphy. J Am Coll Cardiol. 2005;45(5):722-9.
  • 31
    Budoff MJ, Gul KM. Expert review on coronary calcium. Vasc Health Risk Manag. 2008;4(2):315-24.
  • 32
    Gökdeniz T, Kalaycioglu E, Aykan AÇ, Boyaci F, Turan T, Gül I, et al. Value of coronary artery calcium score to predict severity or complexity of coronary artery disease. Arq Bras Cardiol. 2014;102(2):120-7.
  • 33
    Azevedo CF, Rochitte CE, Lima JA. Coronary artery calcium score and coronary computed tomographic angiography for cardiovascular risk stratification. Arq Bras Cardiol. 2012;98(6):559-68.
  • 34
    Agatston AS, Janowitz WR, Hildner FJ, Zusmer NR, Viamonte M Jr, Detrano R. Quantification of coronary artery calcium using ultrafast computed tomography. J Am Coll Cardiol. 1990;15(4):827-32.
  • 35
    Detrano R, Guerci AD, Carr JJ, Bild DE, Burke G, Folsom AR, et al. Coronary calcium as a predictor of coronary events in four racial or ethnic groups. N Engl J Med. 2008;358(13):1336-45.
  • 36
    Nasir K, Clouse M. Role of nonenhanced multidetector CT coronary artery calcium testing in asymptomatic and symptomatic individuals. Radiology. 2012;264(3):637-49.
  • 37
    Sarwar A, Shaw LJ, Shapiro MD, Blankstein R, Hoffmann U, Cury RC, et al. Diagnostic and prognostic value of absence of coronary artery calcification. JACC Cardiovasc Imaging. 2009;2(6):675-88. Erratum in: JACC Cardiovasc Imaging. 2010;3(10):1089.
  • 38
    Budoff MJ, McClelland RL, Nasir K, Greenland P, Kronmal RA, Kondos GT, et al. Cardiovascular events with absent or minimal coronary calcification: the Multi-Ethnic Study of Atherosclerosis (MESA). Am Heart J. 2009;158(4):554-61.
  • 39
    Budoff MJ, Shaw LJ, Liu ST, Weinstein SR, Mosler TP, Tseng PH, et al. Long-term prognosis associated with coronary calcification: observations from a registry of 25,253 patients. J Am Coll Cardiol. 2007;49(18):1860-70.
  • 40
    Shaw LJ, Giambrone AE, Blaha MJ, Knapper JT, Berman DS, Bellam N, et al. Long-term prognosis after coronary artery calcification testing in asymptomatic patients: a cohort study. Ann Intern Med. 2015;163(1):14-21.
  • 41
    Berman DS, Wong ND, Gransar H, Miranda-Peats R, Dahlbeck J, Hayes SW, et al. Relationship between stress-induced myocardial ischemia and atherosclerosis measured by coronary calcium tomography. J Am Coll Cardiol. 2004;44(4):923-30.
  • 42
    Anand DV, Lim E, Raval U, Lipkin D, Lahiri A. Prevalence of silent myocardial ischemia in asymptomatic individuals with subclinical atherosclerosis detected by electron beam tomography. J Nucl Cardiol. 2004;11(4):450-7.
  • 43
    Ramakrishna G, Miller TD, Breen JF, Araoz PA, Hodge DO, Gibbons RJ. Relationship and prognostic value of coronary artery calcification by electron beam computed tomography to stress-induced ischemia by single photon emission computed tomography. Am Heart J. 2007;153(5):807-14.
  • 44
    Wong ND, Rozanski A, Gransar H, Miranda-Peats R, Kang X, Hayes S, et al. Metabolic syndrome and diabetes are associated with an increased likelihood of inducible myocardial ischemia among patients with subclinical atherosclerosis. Diabetes Care. 2005;28(6):1445-50.
  • 45
    Anand DV, Lim E, Hopkins D, Corder R, Shaw LJ, Sharp P, et al. Risk stratification in uncomplicated type 2 diabetes: prospective evaluation of the combined use of coronary artery calcium imaging and selective myocardial perfusion scintigraphy. Eur Heart J. 2006;27(6):713-21.
  • 46
    Rozanski A, Gransar H, Wong ND, Shaw LJ, Miranda-Peats R, Hayes SW, et al. Use of coronary calcium scanning for predicting inducible myocardial ischemia: Influence of patients' clinical presentation. J Nucl Cardiol. 2007;14(5):669-79.
  • 47
    von Ziegler F, Brendel M, Uebleis C, Helbig S, Greif M, Ruemmler J, et al. SPECT myocardial perfusion imaging as an adjunct to coronary calcium score for the detection of hemodynamically significant coronary artery stenosis. BMC Cardiovasc Disord. 2012;12:116.
  • 48
    Schepis T, Gaemperli O, Koepfli P, Namdar M, Valenta I, Scheffel H, et al. Added value of coronary artery calcium score as an adjunct to gated SPECT for the evaluation of coronary artery disease in an intermediate-risk population. J Nucl Med. 2007;48(9):1424-30.
  • 49
    Schuijf JD, Wijns W, Jukema JW, Decramer I, Atsma DE, de Roos A, et al. A comparative regional analysis of coronary atherosclerosis and calcium score on multislice CT versus myocardial perfusion on SPECT. J Nucl Med. 2006;47(11):1749-55.
  • 50
    Ghadri JR, Fiechter M, Fuchs TA, Scherrer A, Stehli J, Gebhard C, et al. Registry for the Evaluation of the PROgnostic value of a novel integrated imaging approach combining Single Photon Emission Computed Tomography with coronary calcification imaging (REPROSPECT). Eur Heart J Cardiovasc Imaging. 2013;14(4):374-80.
  • 51
    Mouden M, Timmer JR, Reiffers S, Oostdijk AH, Knollema S, Ottervanger JP, et al. Coronary artery calcium scoring to exclude flow-limiting coronary artery disease in symptomatic stable patients at low or intermediate risk. Radiology. 2013;269(1):77-83.
  • 52
    Schmermund A, Denktas AE, Rumberger JA, Christian TF, Sheedy PF 2nd, Bailey KR, et al. Independent and incremental value of coronary artery calcium for predicting the extent of angiographic coronary artery disease: comparison with cardiac risk factors and radionuclide perfusion imaging. J Am Coll Cardiol. 1999;34(3):777-86.
  • 53
    Rosário MA, Lima JJ, Parga JR, Avila LF, Gowdak LH, Lemos PA, et al. Coronary calcium score as predictor of stenosis and events in pretransplant renal chronic failure. Arq Bras Cardiol. 2010;94(2):236-43, 252-60, 239-47.
  • 54
    Korley FK, George RT, Jaffe AS, Rothman RE, Sokoll LJ, Fernandez C, et al. Low high-sensitivity troponin I and zero coronary artery calcium score identifies coronary CT angiography candidates in whom further testing could be avoided. Acad Radiol. 2015;22(8):1060-7.
  • 55
    de Carvalho MS, de Araújo Gonçalves P, Garcia-Garcia HM, de Sousa PJ, Dores H, Ferreira A, et al. Prevalence and predictors of coronary artery disease in patients with a calcium score of zero. Int J Cardiovasc Imaging. 2013;29(8):1839-46.
  • 56
    Matsuo S, Nakajima K, Okuda K, Kinuya S. The relationship between stress-induced myocardial ischemia and coronary artery atherosclerosis measured by hybrid SPECT/CT camera. Ann Nucl Med. 2011;25(9):650-6.
  • 57
    Schaap J, Kauling RM, Boekholdt SM, Post MC, Van der Heyden JA, de Kroon TL, et al. Usefulness of coronary calcium scoring to myocardial perfusion SPECT in the diagnosis of coronary artery disease in a predominantly high risk population. Int J Cardiovasc Imaging. 2013;29(3):677-84.
  • 58
    Staniak HL, Bittencourt MS, Sharovsky R, Benseñor I, Olmos RD, Lotufo PA. Calcium score to evaluate chest pain in the emergency room. Arq Bras Cardiol. 2013;100(1):90-3.
  • 59
    Gottlieb I, Miller JM, Arbab-Zadeh A, Dewey M, Clouse ME, Sara L, et al. The absence of coronary calcification does not exclude obstructive coronary artery disease or the need for revascularization in patients referred for conventional coronary angiography. J Am Coll Cardiol. 2010;55(7):627-34.
  • 60
    Peix A, Batista E, Cabrera LO, Rodríguez L, Padrón K, Saínz B, et al. Gated-SPECT myocardial perfusion imaging and coronary calcium score for evaluation of patients with acute chest pain and a normal or nondiagnostic electrocardiogram. Coron Artery Dis. 2012;23(7):438-44.
  • 61
    Ghadri JR, Pazhenkottil AP, Nkoulou RN, Goetti R, Buechel RR, Husmann L, et al. Very high coronary calcium score unmasks obstructive coronary artery disease in patients with normal SPECT MPI. Heart. 2011;97(12):998-1003.
  • 62
    Thompson RC, McGhie AI, Moser KW, O'Keefe JH Jr, Stevens TL, House J, et al. Clinical utility of coronary calcium scoring after nonischemic myocardial perfusion imaging. J Nucl Cardiol. 2005;12(4):392-400.
  • 63
    Mouden M, Ottervanger JP, Timmer JR, Reiffers S, Oostdijk AH, Knollema S, et al. Myocardial perfusion imaging in stable symptomatic patients with extensive coronary atherosclerosis. Eur J Nucl Med Mol Imaging. 2014;41(1):136-43.
  • 64
    He ZX, Hedrick TD, Pratt CM, Verani MS, Aquino V, Roberts R, et al. Severity of coronary artery calcification by electron beam computed tomography predicts silent myocardial ischemia. Circulation. 2000;101(3):244-51.
  • 65
    Ho J, Fitz Gerald S, Stolfus L, Cannaday J, Radford N. Severe coronary artery calcifications are associated with ischemia in patients undergoing medical therapy. J Nucl Cardiol. 2007;14(3):341-6.
  • 66
    Madsen C, Andersen KF, Zerahn B. High coronary artery calcium score affects clinical outcome despite normal stress myocardial perfusion imaging and normal left ventricular ejection fraction. Coron Artery Dis. 2013;24(2):142-7.
  • 67
    Chang SM, Nabi F, Xu J, Pratt CM, Mahmarian AC, Frias ME, et al. Value of CACS compared with ETT and myocardial perfusion imaging for predicting long-term cardiac outcome in asymptomatic and symptomatic patients at low risk for coronary disease. JACC Cardiovasc Imaging. 2015;8(2):134-44.
  • 68
    Rozanski A, Cohen R, Uretsky S. The coronary calcium treadmill test: a new approach to the initial workup of patients with suspected coronary artery disease. J Nucl Cardiol. 2013;20(5):719-30.
  • 69
    Choudhary G, Shin V, Punjani S, Ritter N, Sharma SC, Wu WC. The role of calcium score and CT angiography in the medical management of patients with normal myocardial perfusion imaging. J Nucl Cardiol. 2010;17(1):45-51.
  • 70
    Chang SM, Nabi F, Xu J, Peterson LE, Achari A, Pratt CM, et al. The coronary artery calcium score and stress myocardial perfusion imaging provide independent and complementary prediction of cardiac risk. J Am Coll Cardiol. 2009;54(20):1872-82.
  • 71
    Ghadri JR, Fiechter M, Veraguth K, Gebhard C, Pazhenkottil AP, Fuchs TA, et al. Coronary calcium score as an adjunct to nuclear myocardial perfusion imaging for risk stratification before noncardiac surgery. J Nucl Med. 2012;53(7):1081-6.
  • 72
    Almoudi M, Sun ZH. A head-to-head comparison of the coronary calcium score by computed tomography with myocardial perfusion imaging in predicting coronary artery disease. J Geriatr Cardiol. 2012;9(4):349-54.
  • 73
    Moser KW, O'Keefe JH Jr, Bateman TM, McGhie IA. Coronary calcium screening in asymptomatic patients as a guide to risk factor modification and stress myocardial perfusion imaging. J Nucl Cardiol. 2003;10(6):590-8.
  • 74
    Jang JJ, Krishnaswami A, Hung YY. Predictive values of Framingham risk and coronary artery calcium scores in the detection of obstructive CAD in patients with normal SPECT. Angiology. 2012;63(4):275-81.
  • 75
    Rozanski A, Gransar H, Wong ND, Shaw LJ, Miranda-Peats R, Polk D, et al. Clinical outcomes after both coronary calcium scanning and exercise myocardial perfusion scintigraphy. J Am Coll Cardiol. 2007;49(12):1352-61.
  • 76
    Uebleis C, Becker A, Griesshammer I, Cumming P, Becker C, Schmidt M, et al. Stable coronary artery disease: prognostic value of myocardial perfusion SPECT in relation to coronary calcium scoring--long-term follow-up. Radiology. 2009;252(3):682-90.
  • 77
    Mouden M, Ottervanger JP, Timmer JR, Reiffers S, Oostdijk AH, Knollema S, et al. The influence of coronary calcium score on the interpretation of myocardial perfusion imaging. J Nucl Cardiol. 2014;21(2):368-74.
  • 78
    Jerome SD, Tilkemeier PL, Farrell MB, Shaw LJ. Nationwide laboratory adherence to myocardial perfusion imaging radiation dose reduction practices: a report from the intersocietal accreditation commission data repository. JACC Cardiovasc Imaging. 2015;8(10):1170-6.
  • 79
    Einstein AJ, Pascual TN, Mercuri M, Karthikeyan G, Vitola JV, Mahmarian JJ, et al. Current worldwide nuclear cardiology practices and radiation exposure: results from the 65 country IAEA Nuclear Cardiology Protocols Cross-Sectional Study (INCAPS). Eur Heart J. 2015;36(26):1689-96.
  • 80
    Mouden M, Timmer JR, Ottervanger JP, Reiffers S, Oostdijk AH, Knollema S, et al. Impact of a new ultrafast CZT SPECT camera for myocardial perfusion imaging: fewer equivocal results and lower radiation dose. Eur J Nucl Med Mol Imaging. 2012;39(6):1048-55.
  • 81
    van Dijk JD, Jager PL, Ottervanger JP, Slump CH, de Boer J, Oostdijk AH, et al. Minimizing patient-specific tracer dose in myocardial perfusion imaging using CZT SPECT. J Nucl Med Technol. 2015;43(1):36-40.
  • 82
    Hunold P, Vogt FM, Schmermund A, Debatin JF, Kerkhoff G, Budde T, et al. Radiation exposure during cardiac CT: effective doses at multi-detector row CT and electron-beam CT. Radiology. 2003;226(1):145-52.
  • 83
    Morin RL, Gerber TC, McCollough CH. Radiation dose in computed tomography of the heart. Circulation. 2003;107(6):917-22.
  • 84
    Smith-Bindman R, Lipson J, Marcus R, Kim KP, Mahesh M, Gould R. Radiation dose associated with common computed tomography examinations and the associated lifetime attributable risk of cancer. Arch Intern Med. 2009;169(22):2078-86.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    18 Jul 2016
  • Data do Fascículo
    Out 2016

Histórico

  • Recebido
    07 Nov 2015
  • Revisado
    12 Abr 2016
  • Aceito
    13 Abr 2016
Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC Avenida Marechal Câmara, 160, sala: 330, Centro, CEP: 20020-907, (21) 3478-2700 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil, Fax: +55 21 3478-2770 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista@cardiol.br