RESUMO
Racional: Atresia de esôfago é anomalia congênita com mortalidade alta. Complicações cirúrgicas e alterações no estado nutricional são problemas comuns após correção cirúrgica.
Objetivo: Avaliar o estado nutricional, a estenose esofágica e as complicações respiratórias em crianças que tiveram a reparação de atresia de esôfago.
Métodos: Crianças com idade> 2 meses de idade com atresia esofágica reparada foram incluídas no estudo atual. Sexo, idade, peso e altura foram registrados para cada caso. A altura por idade e o peso por idade foram calculados para cada caso.
Resultados: De acordo com o peso para o percentil de comprimento, 41,02% dos casos estavam abaixo do peso. Estenose esofágica foi observada em 54,76% do esofagograma obtido.
Conclusão: O baixo peso esteve presente em 41,02 dos pacientes, de acordo com o percentil peso/estatura.
DESCRITORES: Estenose esofágica; Esôfago; Desnutrição
ABSTRACT
Background: Esophageal atresia is congenital anomaly with high mortality. Surgical complications and changes in nutritional status are common problems after surgical correction.
Aim: T o evaluate nutritional status, esophageal stenosis, and respiratory complications among children who had repaired esophageal atresia.
Methods: Children aged >2 months old with repaired esophageal atresia were included in the current study. Gender, age, weight, and height were recorded for each case. Height for age and weight for age were calculated for each case.
Results: According to weight for length percentile, 41.02% of the cases were underweight. Esophageal stenosis was seen in 54.76% of the obtained esophagograms.
Conclusion: Underweight was present in 41.02 of the patients according to weight-for-height percentile.
HEADINGS: Esophageal stenosis; Esophagus; Malnutrition
INTRODUÇÃO
A atresia de esôfago é anomalia congênita com estimativa de prevalência em torno de 1/2500-3000 nascidos vivos1. A mortalidade diminuiu de 75% para 58% em nosso cenário2. Assim, complicações cirúrgicas e estado nutricional das crianças são os problemas mais importantes em nosso hospital.
Existem poucas pesquisas publicadas com foco no estado nutricional entre as crianças com atresia esofágica reparada. O objetivo deste estudo foi avaliar a taxa de desnutrição com o reparo da atresia.
MÉTODOS
Este estudo foi transversal e retrospectivo. Foi aprovado pelo Comitê de Ética institucional sob o número IR. AJUMS.REC.1396.57
Foram revistos os prontuários hospitalares do Departamento de Cirurgia Pediátrica do Hospital Imam Khomeini e do ambulatório do Hospital Infantil de Abuzar, Iran, de crianças com idade >2 meses com atresia esofágica reparada. Gênero, idade, peso e altura foram registrados para cada caso e medido altura e peso para a idade em cada caso. Foi calculado o percentil de peso para a estatura para meninos e meninas (Tabela 1). Para crianças com menos de três anos, a posição reclinada foi usada para a medição do comprimento.
RESULTADOS
Das 43 crianças, 25 eram meninos e 18 meninas. Em 39, o peso corporal médio ao nascer registrado foi de 2914 g (1800-4500). De acordo com o peso/altura para o percentil, 41,02% dos casos estavam abaixo do peso (Tabela 2).
Among 41 records about respiratory problem, 14 (34.14%) children had persistent problem. Among 42 recorded data about contrast esophagograms, 23 children had esophageal stenosis; seven normal esophagus. Contrast esophagogram was not done for 12 due to esophageal stenosis. As a result esophageal stenosis was seen in 54.76% in esophagograms.
DISCUSSÃO
A literatura cita que na atresia esofágica o gênero masculino é ligeiramente mais afetado que o feminino3-5, semelhante ao presente estudo. Os resultados mostraram que, de acordo com o peso para o percentil de altura, a desnutrição acometeu 41,02% das crianças com atresia reparada. Em outro estudo da China com 10 pacientes, desnutrição leve foi observada em cinco e grave em um6. Ela em neste estudo foi um pouco menor do que o trabalho referido7. Essa alta taxa de desnutrição pode também ser devida à alta frequência de desnutrição em nosso país7,8.
Complicações respiratórias, observadas em 34,14% dos casos, são multifatoriais e podem ser decorrentes de fístulas anastomóticas9,10, recidiva da fístula e estenose da anastomose. A traqueomalácia foi observada em 37,5-75% das crianças submetidas à operação11,12. Outra razão para alta taxa de problemas respiratórios pode ser devido à doença do refluxo gastroesofágico13.
Estenose esofágica após reparo da atresia e/ou fístula traqueoesofágica foram observadas em 54,76% demonstradas em esofagogramas contrastados.
CONCLUSÃO
Na correção da atresia de esôfago a desnutrição foi observada em 41,02%, estenose esofágica em 54,7% e problemas respiratórios em 34,14% dos casos.
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Fonte de financiamento:
Este estudo foi apoiado pelo Technology and Research Development Department of Ahvaz, Jundishapur University of Medical Sciences.
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Mensagem central
A desnutrição é uma complicação frequente em crianças com atresia de esôfago reparada
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Perspectiva
A frequência de desnutrição, estenose esofágica e problemas respiratórios em crianças com atresia esofágica reparada foi alta. É importante ter um gerenciamento multidisciplinar, incluindo suporte nutricional, suporte pulmonar e gerenciamento gastrointestinal para que essas crianças tenham um futuro melhor.
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
13 Nov 2020 -
Data do Fascículo
2020
Histórico
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Recebido
15 Jan 2019 -
Aceito
23 Maio 2019