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RETRANSPLANTE DE FÍGADO: ESCORES PROGNÓSTICOS E RESULTADOS NO ESTADO DO PARANÁ

RESUMO

RACIONAL:

O retransplante hepático está associado a maior morbimortalidade do que o transplante primário. Dada a escassez de órgãos e a necessidade de alocação eficiente, avaliar parâmetros que possam prever a sobrevida pós-retransmissão é crucial.

OBJETIVOS:

Analisar os resultados dos retransplantes hepáticos em relação aos principais escores prognósticos.

MÉTODOS:

Foram analisados os transplantes primários e os retransplantes realizados no Estado do Paraná nos anos de 2019 e 2020. Os dois grupos foram comparados em relação à sobrevida em 30 dias e aos principais escores prognósticos do doador e do receptor: Model for End-Stage Liver Disease (MELD), MELD-albumin (MELD-a), Donor MELD (D-MELD), Survival Outcomes Following Liver Transplantation (SOFT), Preallocation Score to Predict Survival Outcomes Following Liver Transplantation (P-SOFT) e Balance of Risk (BAR).

RESULTADOS:

Foram incluídos 425 transplantes primários e 30 retransplantes. A principal etiologia da hepatopatia no transplante primário dos pacientes retransplantados foi o etilismo (n=140; 31,0%), e os principais motivos para os retransplantes foram o não funcionamento primário do enxerto (n=10; 33,3%) e a trombose da artéria hepática (n=8; 26,2%). A sobrevida em 30 dias foi maior nos transplantes primários em relação aos retransplantes (80,5% vs 36,7%; p=0,001). Os escores prognósticos foram mais elevados nos retransplantes em relação aos transplantes primários: MELD 30,6 vs 20,7 (p=0,001); MELD-a 31,5 vs 23,5 (p=0,001); D-MELD 1234,4 vs 834,0 (p=0,034); SOFT 22,3 vs 8,2 (p=0,001); P-SOFT 22,2 vs 7,8 (p=0,001); e BAR 15,6 vs 8,3 (p=0,001). Não foi observada diferença em relação ao Índice de Risco do Doador.

CONCLUSÕES:

Os retransplantes apresentam menor sobrevida em 30 dias, prevista nos escores prognósticos, porém sem relação com a qualidade dos doadores.

DESCRITORES:
Transplante de Fígado; Hepatopatias; Análise de Sobrevida; Medição de Risco

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