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Digestibilidade in situ das frações fibrosas de silagens de seis genótipos de sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench) em diferentes estádios de maturação

In situ digestibility of fibrous fractions of six sorghum genotipes in different stages of maturation

Resumos

Com o objetivo de avaliar a digestibilidade in situ das frações fibrosas de silagens de seis híbridos de sorgo em diferentes estádios de maturação, foram utilizados quatro bovinos machos, fistulados no rúmen, castrados, mestiços Holandês-Zebu, alimentados com feno de gramínea à vontade. Amostras de silagens secas e moídas foram colocadas em sacos de náilon que foram introduzidos nas fístulas dos bovinos. Após períodos de incubação de 6, 12, 24, 48, 72 e 96 horas, os sacos foram removidos e as amostras de um mesmo híbrido, animal e período de incubação foram transformadas em um "pool" homogêneo, moído e armazenado para análises posteriores das frações fibrosas. O delineamento experimental utilizado foi o de parcelas sub-subdivididas no qual as parcelas eram as silagens de híbridos, as sub-parcelas os estádios de maturação e as sub-sub-parcelas os períodos de incubação. No corte 1, exceto nos tempos de incubação de 6, 24 e 96 horas, os híbridos não diferiram quanto ao desaparecimento médio de FDN. No corte 2 houve diferenças entre híbridos apenas no tempo de 12 e 96 horas e no corte 3, apenas no tempo de 12 horas. Em todos os híbridos registrou-se estabilização do processo fermentativo a partir de 72 horas, exceto nos híbridos BR 304 nos cortes 1 e 3 e BRS 701 no corte 3. Não houve diferenças entre híbridos quanto ao desaparecimento médio de FDA em nenhum dos tempos estudados, exceto para o tempo de 96 horas no corte 1 e no tempo de 72 horas no corte 3. As curvas de degradação demonstraram tendência de estabilização do processo fermentativo a partir de 72 horas, à exceção dos híbridos BR 304 no corte 1 e BRS 701 no corte 3. A participação de grãos nas silagens não influenciou o desaparecimento das frações fibrosas. Entretanto, houve influência do estádio de maturação das plantas sobre sua degradabilidade efetiva, favorecendo os cortes mais precoces.

Sorgo; silagem; digestibilidade in situ; frações fibrosas


In order to evaluate the in situ digestibility of fibrous fractions of silages of six sorghum genotypes in different stages of maturation, four fistulated male crossbred Holstein-Zebu bovines fed with grass hay ad libitum were used. Silages samples were dried and milled and then placed in nylon bags and introduced into the rumen through the fistulas. After different times of incubation (6, 12, 24, 48, 72 and 96 hours later), the nylon bags were removed, the samples from the same genotype, animal and time of incubation were transformed into a homogenous pool and milled, and then stored for further analysis of fibrous fractions. It was used the split-plot design, in which the parcels were the silages of different genotypes, the sub-parcels were the periods of harvesting and the sub-sub-parcels were the periods of incubation. In the period 1, except at 6, 24 and 96 hours of incubation, no differences among hybrids related to the NDF mean disappearance were found. In the period 2, differences among hybrids just after 12 and 96 hours of incubation, and in the period 3, just after 12 hours of incubation were found. There was stabilization of the fermentative processes from the 72 hours period ahead, except in the BR 304 hybrid at the periods 1 and 3 and BRS 701 at the period 3. No differences among hybrids related to the ADF mean disappearance at any time, except for the 96 hours period in period 1 and the 72 hours period in period 3 were observed. The degradation graphics demonstrate a stabilization tendency of the fermentative process at the 72 hours period, except for the BR 304 hybrid in the period 1 and the BRS 701 hybrid in the period 3. The percentage of grains in silages did not influence the disappearance of the fibrous fractions. However, the stage of maturation of the plant influenced the effective degradability of fibrous fractions, benefiting early stages.

Silage; sorghum; in situ digestibility; fibrous fractions


Digestibilidade in situ das frações fibrosas de silagens de seis genótipos de sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench) em diferentes estádios de maturação

[In situ digestibility of fibrous fractions of six sorghum genotipes in different stages of maturation]

L.R. Molina1, L.C. Gonçalves1, N.M. Rodriguez1, J.A.S. Rodrigues2, J.J. Ferreira3, A.G. Castro Neto1

1Escola de Veterinária da UFMG

Caixa Postal 567

30123-970 – Belo Horizonte, MG

2Embrapa – Milho e Sorgo – Sete Lagoas

3EPAMIG

Recebido para publicação em 5 de dezembro de 2000.

Recebido para publicação, após modificações, em 9 de janeiro de 2002.

E-mail: lmolina@vet.ufmg.br

RESUMO

Com o objetivo de avaliar a digestibilidade in situ das frações fibrosas de silagens de seis híbridos de sorgo em diferentes estádios de maturação, foram utilizados quatro bovinos machos, fistulados no rúmen, castrados, mestiços Holandês-Zebu, alimentados com feno de gramínea à vontade. Amostras de silagens secas e moídas foram colocadas em sacos de náilon que foram introduzidos nas fístulas dos bovinos. Após períodos de incubação de 6, 12, 24, 48, 72 e 96 horas, os sacos foram removidos e as amostras de um mesmo híbrido, animal e período de incubação foram transformadas em um “pool” homogêneo, moído e armazenado para análises posteriores das frações fibrosas. O delineamento experimental utilizado foi o de parcelas sub-subdivididas no qual as parcelas eram as silagens de híbridos, as sub-parcelas os estádios de maturação e as sub-sub-parcelas os períodos de incubação. No corte 1, exceto nos tempos de incubação de 6, 24 e 96 horas, os híbridos não diferiram quanto ao desaparecimento médio de FDN. No corte 2 houve diferenças entre híbridos apenas no tempo de 12 e 96 horas e no corte 3, apenas no tempo de 12 horas. Em todos os híbridos registrou-se estabilização do processo fermentativo a partir de 72 horas, exceto nos híbridos BR 304 nos cortes 1 e 3 e BRS 701 no corte 3. Não houve diferenças entre híbridos quanto ao desaparecimento médio de FDA em nenhum dos tempos estudados, exceto para o tempo de 96 horas no corte 1 e no tempo de 72 horas no corte 3. As curvas de degradação demonstraram tendência de estabilização do processo fermentativo a partir de 72 horas, à exceção dos híbridos BR 304 no corte 1 e BRS 701 no corte 3. A participação de grãos nas silagens não influenciou o desaparecimento das frações fibrosas. Entretanto, houve influência do estádio de maturação das plantas sobre sua degradabilidade efetiva, favorecendo os cortes mais precoces.

Palavras-chave: Sorgo, silagem, digestibilidade in situ, frações fibrosas

ABSTRACT

In order to evaluate the in situ digestibility of fibrous fractions of silages of six sorghum genotypes in different stages of maturation, four fistulated male crossbred Holstein-Zebu bovines fed with grass hay ad libitum were used. Silages samples were dried and milled and then placed in nylon bags and introduced into the rumen through the fistulas. After different times of incubation (6, 12, 24, 48, 72 and 96 hours later), the nylon bags were removed, the samples from the same genotype, animal and time of incubation were transformed into a homogenous pool and milled, and then stored for further analysis of fibrous fractions. It was used the split-plot design, in which the parcels were the silages of different genotypes, the sub-parcels were the periods of harvesting and the sub-sub-parcels were the periods of incubation. In the period 1, except at 6, 24 and 96 hours of incubation, no differences among hybrids related to the NDF mean disappearance were found. In the period 2, differences among hybrids just after 12 and 96 hours of incubation, and in the period 3, just after 12 hours of incubation were found. There was stabilization of the fermentative processes from the 72 hours period ahead, except in the BR 304 hybrid at the periods 1 and 3 and BRS 701 at the period 3. No differences among hybrids related to the ADF mean disappearance at any time, except for the 96 hours period in period 1 and the 72 hours period in period 3 were observed. The degradation graphics demonstrate a stabilization tendency of the fermentative process at the 72 hours period, except for the BR 304 hybrid in the period 1 and the BRS 701 hybrid in the period 3. The percentage of grains in silages did not influence the disappearance of the fibrous fractions. However, the stage of maturation of the plant influenced the effective degradability of fibrous fractions, benefiting early stages.

Keywords: Silage, sorghum, in situ digestibility, fibrous fractions

INTRODUÇÃO

Como forma de avaliação de alimentos para ruminantes, a técnica do saco de náilon tem se apresentado como uma alternativa, principalmente em função de sua simplicidade e economicidade. Conhecida por degradabilidade in situ, tem sido adotada pelo AFRC (1992) como metodologia padrão para caracterização da degradabilidade ruminal do nitrogênio, pelo fato de fornecer as melhores comparações com os resultados in vivo. Embora a técnica tenha sido mais amplamente empregada para estudos de degradabilidade de proteína, a dinâmica ruminal de outros nutrientes pode também ser avaliada. (Orskov & McDonald, 1979). Ela tem sido sujeita à críticas com relação a muitos fatores que influenciam a digestão, como por exemplo, tamanho da partícula, tamanho do poro do saco e quantidade de amostra (Nocek, 1997).

Vários modelos têm sido propostos para descrever a digestão e a passagem de alimentos pelo trato digestivo do ruminante (Mertens & Ely, 1979; France et al. 1982; Baldwin et al. 1987, apud Mertens, 1993). Nesses modelos, os resíduos de alimento desaparecem do trato digestivo por degradação e absorção ou por passagem para as fezes. A proporção de nutrientes consumidos que se torna disponível para os ruminantes é o resultado da competição entre digestão e passagem. A taxa e a extensão da digestão são variáveis críticas na descrição do processo digestivo. Esses parâmetros cinéticos são importantes porque eles não só descrevem a digestão, mas também caracterizam as propriedades intrínsecas dos alimentos que limitam sua disponibilidade aos ruminantes (Mertens, 1993). De acordo com Mehrez & Orskov (1977), os modelos semi-logarítmicos ou exponenciais são apropriados para o estudo da degradação das forrageiras. Orskov & McDonald (1979) sugeriram um modelo exponencial para auxiliar no estudo da degradação de forrageiras no rúmen e uma equação baseada no princípio de redução do material durante a incubação no estudo da degradação em função do tempo de incubação no rúmen.

McDonald (1981) sugeriu a existência de uma fase anterior ao início do processo de degradação, na qual a colonização microbiana teria começado, mas não a ponto de causar quebra no material incubado e denominou-a lag time ou lag phase, a qual poderia ser chamada de tempo de colonização. Se o tempo de colonização não for considerado no modelo, a assíntota é superestimada e a taxa de degradação é subestimada (Stensig et al., 1994).

A mensuração da degradabilidade no rúmen sem considerar a taxa de passagem superestima a extensão da degradação em determinado tempo, pois em condições normais partículas do alimento estão sujeitas a passagem para o compartimento seguinte antes de serem completamente degradadas (Orskov, 1982).

A técnica in situ tem sido comparada com diversos outros métodos de determinação do valor nutritivo dos alimentos. Madsen & Hveplund (1985) compararam a degradabilidade da proteína in vivo e in vitro e a solubilidade em tampão e em sacos de náilon e concluíram que o método com relação mais estreita com o in vivo foi o dos sacos de náilon. A correlação mais próxima entre as degradabilidades in vivo e in situ para vacas que consumiam cerca de 14kg de MS por dia foi obtida a uma taxa de passagem de 0,08/hora. Esses autores encontraram correlação linear (R2 = 0,97) entre o conteúdo de N na MS e a degradabilidade da proteína para gramíneas e silagem de gramíneas.

O objetivo deste trabalho foi estudar a degradabilidade “in situ” das frações fibrosas das silagens de seis híbridos de sorgo em três estádios de maturação.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais. Para avaliação da degradabilidade in situ das silagens de seis híbridos de sorgo foram utilizados quatro bovinos machos, fistulados no rúmen, castrados, mestiços de Holandês-Zebu, com peso aproximado de 350 kg e idade entre 30 e 36 meses.

Os animais, alojados em baias individuais com livre acesso à água e sal mineral, foram alimentados duas vezes ao dia com feno de gramínea. Houve um período de 20 dias para sua adaptação à dieta.

Os híbridos de sorgo usados foram AG 2006, BR 601, BR 700, BRS 701, BR 303 e BR 304. A produção de matéria natural (MN) e MS dos híbridos e as suas respectivas proporções entre as folhas, o colmo e panícula encontram-se em Molina et al. (2002).

O material foi colhido em três estádios de maturação da panícula (leitoso, corte 1; pastoso, corte 2; farináceo, corte 3) e imediatamente ensilado em 72 silos de “PVC”. O material original foi analisado quanto ao teor de MS.

Após a abertura dos silos, os procedimentos seguidos foram aqueles descritos por Serafim et al. (2000). Nas amostras pré-secas foram determinados os componentes da parede celular (FDN, FDA, hemicelulose, celulose e lignina) pelo método seqüencial (Van Soest et al., 1991). Utilizou-se o teste SNK para a comparação entre as médias dos híbridos, dentro de cada período, e entre as médias dos diferentes períodos, dentro de cada híbrido (P<0,05), segundo delineamento inteiramente ao acaso com 18 tratamentos, seis híbridos em três épocas de corte, em quatro repetições.

As equações de regressão para o desaparecimento de FDN, FDA, celulose e hemicelulose foram estimadas em microcomputador por meio do programa SAEG 7.0, utilizando-se os procedimentos de MARQUARDT e REGREMD-1. As equações de degradabilidade foram determinadas a partir do modelo proposto por Orskov & McDonald (1979), com as adaptações propostas por Sampaio (1995). As degradabilidades efetivas (DE) foram calculadas segundo o modelo proposto por Orskov & Mc Donald (1979).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Tab. 1 mostra o desaparecimento médio da FDN no tempo zero e nos tempos de incubação ruminal. No corte 1, exceto nos tempos de incubação de 6, 24 e 96 horas, os híbridos não diferiram quanto ao desaparecimento médio de FDN. No corte 2, houve diferenças entre híbridos apenas nos tempos de 12 e 96 horas e no corte 3, apenas no tempo de 12 horas. Em todos os híbridos registrou-se estabilização do processo fermentativo a partir de 72 horas, exceto nos híbridos BR 304 nos cortes 1 e 3 e BRS 701 no corte 3.

Os resultados obtidos foram superiores aos obtidos por Serafim (2000), que obteve 52 a 57 % de desaparecimento de FDN após 96 horas de incubação e manteve-se próximo aos 60 % relatados por Ruiz et al. (1990) para silagem de sorgo.

Na Tab. 2 aparecem os parâmetros de degradação ruminal da fibra em detergente neutro dos híbridos de sorgo em diferentes cortes.

As degradabilidades efetivas (%) da FDN incubadas no rúmen por seis tempos, calculadas para taxas de passagem de 0,02, 0,05 e 0,08 /h encontram-se na Tab. 3.

A maior degradabilidade efetiva da FDN foi alcançada pelo híbrido BR 601 no corte 1 (51,8, 40,3 e 35,3) e o menor valor de DE foi obtido para o híbrido BR 700 no corte 1 (29,7; 25,2 e 23,4) para taxas de passagem de 0,02, 0,05 e 0,08 /h, respectivamente. Observa-se para todos os híbridos, com exceção do BR 700, tendência de queda na DE da FDN com o aumento da maturidade, semelhante ao ocorrido com a taxa de degradação da FDN. O desaparecimento médio (%) da FDA no tempo zero (t0) e nos tempos de incubação ruminal são mostrados na Tab. 4.

Não houve diferenças entre híbridos quanto ao desaparecimento médio de FDA em nenhum dos tempos estudados, exceto para o tempo de 96 horas no corte 1 e no tempo de 72 horas no corte 3. As curvas de degradação demonstraram tendência de estabilização do processo fermentativo a partir de 72 horas, à exceção dos híbridos BR 304 no corte 1 e BRS 701 no corte 3. Serafim (2000) encontrou 53 a 57% de desaparecimento de FDA após 96 horas de incubação ruminal para silagens de sorgo.

Na Tab. 5 aparecem os parâmetros de degradação ruminal da fibra em detergente ácido dos híbridos de sorgo em diferentes cortes.

Houve convergência das silagens dos híbridos ao modelo exponencial para a degradação ruminal da FDA. Nos cortes 2 e 3 dos híbridos BR304, BR601, BR700 e BRS701, as taxas de degradação foram baixas, inferiores ao estimado por Sampaio (1995) para alimentos de qualidade razoável (parâmetro “c” de 2 a 6%).

As degradabilidades efetivas (%) da FDA são apresentadas na Tab. 6.

A menor DE foi observada para o híbrido BR 700 no corte 1 (26,3, 19,3 e 16,6) e a maior DE foi observada para o híbrido BR 601 no corte 1 (45,2, 30,7 e 24,0) para taxas de passagem de 0,02, 0,05 e 0,08 /h, respectivamente. Observa-se queda na taxa de degradação da FDA com o aumento da maturidade. A DE da FDA não seguiu um padrão em relação à maturidade da planta.

O desaparecimento médio (%) da hemicelulose no tempo zero (t0) e nos tempos de incubação ruminal aparecem na Tab. 7.

Os parâmetros de degradação ruminal da hemicelulose dos híbridos de sorgo em diferentes cortes encontram-se na Tab. 8. A taxa de degradação diminuiu com o aumento da maturidade da planta para os híbridos BR 304 e BR 601, mas houve aparente efeito quadrático nos demais, sendo a taxa de degradação menor no corte 2, exceto para o híbrido BR 700, cujo valor de “c“ foi superior no corte 2.

As degradabilidades efetivas (%) da hemicelulose são apresentadas na Tab. 9. A menor DE de hemicelulose foi obtida para o híbrido BRS 701, seguido de perto pelo BR 700 no corte 1 e a maior DE foi no híbrido BR 601 no corte 1, seguindo a mesma tendência dos outros componentes da parede celular anteriormente discutidos.

O desaparecimento médio (%) da celulose no tempo zero (t0) e nos tempos de incubação ruminal encontram-se na Tab. 10. Com exceção do híbrido BR 304 no corte 1, a estabilização do processo de degradação foi conseguida às 72 horas de incubação. Não houve diferenças entre híbridos quanto ao desaparecimento médio de celulose em nenhum dos tempos estudados, exceto para os tempos de 24 e 48 horas no corte 1 e 2 e 6 horas no corte 3.

Os parâmetros de degradação ruminal da celulose dos híbridos de sorgo em diferentes cortes são apresentados na Tab. 11.

As degradabilidades efetivas (%) da celulose são apresentadas na Tab. 12. A menor DE de celulose foi obtida para o híbrido BR 303 no corte 3 e a maior DE foi no híbrido AG 2006 no corte 3. Observa-se queda na taxa de degradação da CEL com o aumento da maturidade, com exceção do híbrido AG 2006, que apresentou valor de “c” maior no corte 2. A DE da CEL não seguiu um padrão em relação a maturidade da planta.

Os baixos coeficientes de determinação (R2) encontrados em alguns tratamentos provavelmente podem ser explicados pela possível variação entre indivíduos quanto à capacidade de digestão, e representam pontos falhos na técnica. Outras possibilidades são as diferenças no conteúdo dos saquinhos quanto à porcentagem de grãos, folhas e colmos das plantas, resultando em material com digestibilidade completamente diferente.

CONCLUSÕES

Neste estudo houve diferenças quanto ao desaparecimento das frações fibrosas nas silagens de sorgo, embora as diferenças não possam ser atribuídas à porcentagem de grãos dos híbridos. O estádio de maturação das plantas influenciou a degradabilidade efetiva das frações digestíveis, favorecendo os cortes mais precoces.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Jul 2002
  • Data do Fascículo
    Abr 2002

Histórico

  • Recebido
    05 Dez 2000
  • Aceito
    09 Jan 2002
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