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SOBRADPEC

Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento da Pesquisa em Cirurgia

VII Congresso Nacional São Paulo

INSTITUIÇÕES:

UNIFESP-EPM

Laboratório de Cirurgia Experimental - Instituto Dante Pazzanesi

Laboratório de Investigação em Cirurgia do Trauma,UNICAMP - Campinas

Faculdade de Medicina e Instituto de Biociências da UNESP - Botucatu

Técnica Cirúrgica e Bases da Anestesiologia da Faculdade de Medicina, UNISA

1

EFEITOS DE DIFERENTES TEMPOS DE ISQUEMIA NO FíGADO DE RATOS.

Sebe AA, Gomes PO, Nigro AJT, Simões MJ, Novo NF, Juliano Y

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

O experimento foi realizado com a finalidade de estudar os efeitos de diferentes tempos de isquemia no fígado de ratos. Foram utilizados 40 ratos da linhagem EPM-1 Wistar, machos, com três meses e peso de 300 :t 70 g. Foram distribuídos em quatro grupos de 10 animais, de acordo com tempo de isquemia, Grupo S (O), " Grupo E1 (10'), Grupo E2 (20') e Grupo E3 (30'). A anestesia foi feita com quetamina e xilazina, via intra-muscular. Através de incisão mediana no abdome, fez-se o clampeamento do hilo hepático. Foram feitas dosagens bioquímicas. O fígado foi avaliado macroscópicamente e por microscopia ótica com coloração de HE e reação imunohistoquímica da fosfatase ácida (para contagem de lisossomas) e por microscopia eletrônica. Os dados foram analisados estatisticamente através de análise de variância, complementada pelo teste de contraste de Tukey e pela análise de variância de Kruskal-Wallis, complementada pelo teste de comparações múltiplas (a £ 0,05). Obteve-se que TGO, TGP, BT, BI e DHL do E3 são significantemente maiores que as do S. Em relação a TGP e DHL temos que as do E2 são maiores que do S. Notou-se congestão vascular ausente no S, evoluindo a acentuada no E3. Na contagem de lisossomas encontrou-se menor número nos grupos E2 e E3 em relação ao S. Na microscopia eletrônica notou-se nos grupos E2 e E3 início de lesões nos lisossomas, mitocOndrias, alterações citoplasmáticas e nos núcleos dos hepatócitos. Concluiu-se que com 20' já se inicia lesão em organelas dos hepatócitos e que aos 30'esta lesão é mais acentuada.

2

EFEITOS DA DRENAGEM BILIODIGESTIVA TRANSPAPILAR OU EXTRAPAPILAR SOBRE O SISTEMA HEPATOBILIAR DE CÃES

Melges Júnior AM, Nigro AJT, Taha MO

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

O experimento foi realizado com a finalidade de estudar e comparar as alterações que ocorrem no fígado, vesícula biliar e duodeno quando se interpõe um dreno de poliuretano na via biliar principal com trajeto transpapilar ou extrapapilar . Cinquenta e dois foram igualmente distribuídos em 2 grupos: Experimento (E) e Controle (C), os quais foram subdivididos em 2 subgrupos: E-7 e E-2I, e C-7 e C-2I, observados até o 7°ou 21° dia de pós-operatório. A anestesia foi feita com cloridrato de tiletamina, zolazepam e clorpromazina, IM. Por incisão mediana xifo-umbilical, foi inserido um dreno de poliuretano cateterizando o colédoco e comunicandoo com a luz duodenal, com trajeto transpapilar e extrapapilar. Foram coletadas amostras de sangue venoso para dosagens bioquímicas. Foram realizadas biópsias do fígado, vesícula biliar e parede duodenal, foram coletadas amostras de bile da vesícula biliar e suco duodenal. Os fragmentos dos órgãos foram corados pela H.E. e estudados à luz de microscopia óptica. As amostras de bile e suco duodenal e ainda um fragmento de figado foram semeados em caldos e placas para cultura. Os dados foram analisados estatisticamente. Observou-se perda de peso, aumento de bilirrubinas, fosfatase alcalina, GGT, AST, ALT, quando das reoperações. O colesterol e as proteínas séricas, pouco se alteraram e as alterações anatomo-patológicas ocorreram sem significância estatística. As culturas para aeróbios e anaeróbios no tecido hepático, na bile da vesícula e no suco duodenal foram positivas em todos os grupos de animais estudados na reoperação. Concluiu-se que no período estudado, a interposição do dreno de poliuretano na via biliar, comunicando o colédoco com a luz duodenal com trajeto transpapilar provocou menores alterações morfofisiopatológicas e bioquímicas do que com o trajeto extrapapilar.

3

ASPECTOS MORFOLÓGICOS DA BULLA TYMPANICA DE CÃES APÓS OSTEOTOMIA RESTRITA VENTRAL E LATERAL

Silva AM, Fagundes DJ, Taha MO, Goldenberg S, Machado FG, Juliano Y, Novo NF

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

O objetivo deste trabalho foi investigar os aspectos morfológicos da bulIa tympanica após osteotomia ventral e lateral. Quarenta cães adultos foram distribuídos em dois grupos de 20 animais cada. No grupo A , os animais foram submetidos a osteotomia ventral da bulIa tympanica e no grupo B, a osteotomia lateral da bulIa tympanica. Cada grupo foi constituído de 2 subgrupos, de acordo com o período de observação: AI e Bl (6 semanas), A2 e B2 (12 semanas). A osteotomia ventral pôde ser significantemente demonstrada através da interrupção ou achatamento do contorno da bulIa tympanica nas radiografias em projeção lateral oblíqua realizadas no pós-operatório imediato e antes da eutanásia. A projeção lateral oblíqua também demonstrou de maneira significante a osteotomia lateral nos animais do grupo B, através de uma todas as bullae tympanicae operadas era semelhante às normais. Os estudos histológicos demonstraram que a regeneração completa da bulIa tympanica ocorreu em apenas alguns animais de cada subgrupo. A presença de tecido conjuntivo na área de osteotomia foi verificada na maioria das bullae tympanicae operadas, resultado estatisticamente significante. A análise histológica e a histomorfometria computadorizada não demonstraram diferença significante conformação da bulIa tympanica de cães submetida a osteotomia ventral ou lateral; e que a regeneração total da bulIa tympanica geralmente não ocorreu antes de 12 semanas de pós-operatório.

4

COMPARAÇÃO ENTRE HIDROXIAPATITA POROSA DE CORAL E ENXERTO ÓSSEO AUTÓGENO EM COELHOS.

Figueiredo AS, Fagundes DJ, Novo NF, Juliano Y, Inouye CM

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

A transplantação de osso autógeno continua sendo usada com sucesso, apesar das limitações que apresenta, principalmente no que se refere à morbidade aumentada, operações adicionais e aumento do custo. O objetivo desta pesquisa foi verificar a integração da hidroxiapatita porosa de coral como alternativa biológica, em forma de cerâmica, para substituir o enxerto ósseo autógeno. Foram avaliados os aspectos da evolução clínica diária dos animais. Após duas, quatro e doze semanas, grupos de 14 animais foram sacrificados e feita a avaliação radiológica e macroscópica da integração dos enxertos. Peças das regiões operadas foram colhidas para estudo histológico dessa integração. Os resultados macroscópicos mostraram que a integridade óssea, coloração, cicatrização da cortical e mobilidade dos implantes não foram estatisticamente significantes para os dois tipos de enxertos, nos diferentes tempos de observação. A diferença de uma progressiva e melhor integração dos enxertos ocorreu apenas quando se compararam os três tempos de observação, e foi considerada como conseqüência direta da evolução natural do processo cicatricial. Os parâmetros radiológicos de integração seguiram o mesmo padrão dos achados macroscópicos. Os achados microscópicos mostraram que o aparecimento de tecido ósseo maduro é retardado nos enxertos de hidroxiapatita com a ocorrência de cavidades císticas. Concluiu-se que a hidroxiapatita porosa de coral foi um substituto adequado ao enxerto ósseo autógeno em coelhos.

5

ASPECTOS HISTOLÓGICOS DO FÍGADO DE RATO APÓS DENERVAÇÃO HEPÁTICA MICROCIRÚRGICA

Pedrosa ME, Monteiro EFS, Lanzoni VP, Simões MJ

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

O experimento foi realizado com o objetivo de avaliar as alterações da morfologia hepática, através da microscopia de luz, após a denervação microcirúrgica do fígado de ratos. Foram utilizados 54 ratos EPM-1 Wistar, machos, distribuídos em três grupos. I. Grupo Denervado (GD); II. Grupo Manipulado (GM); III. Grupo Controle (GC). A coleta do fígado para o estudo histológico foi feita em um dos seguintes tempos: T0: imediatamente após a denervação; T30min: 30 min após a denervação; T2h: 2h após a denervação, para GD, e nos mesmos tempos correspondentes para GM e GC. As laminas histológicas foram coradas pela técnica de H.E. À microscopia óptica observou-se que o GC mantém sua citoarquitetura sem alterações, em qualquer tempo de estudo. No tempo T30min nota-se a presença de provável esteatose hepática microvesicular (80% para GD e 50% para GM). As maiores alterações estão presentes no T2h , em ambos os grupos de estudo, GD e GM. No entanto, o GD apresenta maior quantidade de necrose de coagulação e de restos de hepatócitos na luz da veia centro-lobular, fenômeno que ocorre em um número maior de animais (83%), porém apresenta a citoarquitetura dos lóbulos mais preservada, em relação ao GM. A denervação e manipulação hepáticas promovem alterações morfológicas no fígado de ratos, sendo que estas alterações são mais acentuadas no GD.

6

EFEITOS DO CIANOACRILATO NA PAREDE VENOSA

Maia CC, Cruz Filho M, Abrahão S, Silva JCCB,Gomes PO, Soufen MA, Novo NF, Juliano Y

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

O objetivo foi investigar o efeito da injeção de etilcianoacrilato na parede venosa em 42 cães, sem raça definida, adultos, machos, peso variando entre 10 a 13 kg, distribuídos de modo aleatório, em três grupos: grupo 1 -7 dias, grupo 2 -14 dias e grupo 3 -21 dias. Optou-se pela sua aplicação, em virtude do mesmo ter sido pouco pesquisado, rápida polimerização, facilidades de obtenção e aplicação, além de custo compatível. O procedimento operatório consistiu de duas fases, em tempos diferentes. A primeira constou da injeção de 1 mL de etil-cianoacrilato, por meio de punção única, na veia cefálica do membro torácico do cão. A segunda, realizada 7, 14 e 21 dias após, constou da retirada da peça operatória, com o polímero no seu interior, e da contralateral sem o polímero, para estudo histológico, conforme o grupo a que o animal pertencesse. Utilizou-se coloração histológica -o método da hematoxilinaeosina, para se estudar os parâmetros pesquisados: obliteração, reações inflamatórias aguda e crônica, tecido de granulação e lesão de parede das velas. Para o estudo dos resultados obtidos foi realizada análise estatística. A comparação entre os grupos mostrou que o etil-cianoacrilato, quando injetado na veia cefálica do membro torácico do cão, provocou obliteração completa e lesão de parede em todos os tempos e casos, reações inflamatórias aguda e crônica em graus variáveis, nos períodos de 14 ou 21 dias e a presença de tecido de granulação em locais e graus variáveis no período de 21 dias O cianoacrilato provoca obliteração completa da veia cefálica aos 14 e 21 dias após a aplicação.

7

ESTUDO MORFOLÓGICO DA ARTICULAÇÃO DO JOELHO DE COELHOS, APÓS A REPARAÇÃO DE UM DEFEITO OSTEOCONDRAL COM O FIO DE SUTURA POLIDIOXANONE.

Inouye CM, Nigro AJT, Faloppa F, Fagundes DJ, Novo NF, Juliano Y, Figueiredo A, Sakihama AK

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

A investigação teve como objetivo estudar a morfologia da articulação do joelho de coelhos, após a reparação de um defeito osteocondral padronizado, com fio de sutura polidioxanone. Procedeu-se a confecção de um defeito osteocondral em côndilo femoral medial de coelhos com a finalidade de estudar morfologicamente o efeito da síntese com fio de sutura monofilamentado, absorvível, polidioxanone (PDX) com recolocação do fragmento ou enxerto autólogo, comparando com a ressecção simples do fragmento osteocondral, no joelho contralateral. Fez-se estudo dínico, macroscópico, radiográfico e histológico nos dois grupos com seguimentos de 7 e 42 dias, respectivamente. A presença de osteofitos observada na técnica C foi significantemente maior que a da técnica A e B. A análise mostrou associação significante entre técnica C e a presença de osteófito. Concluiu-se que a reconstituição da superfície articular com recolocação do fragmento ou o enxerto osteocondral fixado com fio de sutura PDX é exeqüível e apresentou melhor resultado do que a ressecção simples do fragmento.

8

USO SISTÊMICO DA ARNICA (SOLIDAGO MICROGLOSSA DC) EM CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS CUTÂNEAS ABERTA EM RATOS.

Facury Neto MA, Fagundes DJ, Juliano Y

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

A utilização de plantas na medicina popular vem ocorrendo de modo indiscriminado e muitas vezes sem base científica. Uma destas plantas, a arnica (solidago microglossa DC) tem seu uso difundido em nosso meio. O objetivo desta pesquisa foi testar o efeito do extrato aquoso da planta, em aplicação sistêmica, sobre a cicatrização de feridas cutâneas abertas e a função hepática de ratos. Noventa ratos albinos, machos, peso médio 311g foram distribuídos em: grupo controle que não sofreu nenhum procedimento, grupo simulado que recebeu o diluente e o grupo que recebeu doses diárias intraperitoneais de 5mg.mL-1 de arnica em solução salina. A dose foi escolhida após ensaio biológico da determinação da DL50 e DL100. Anestesiados com xilazina e quetamina intramuscular, os animais foram submetidos a exèrese de um retalho dermato-cutâneo dorsal padronizado e observados por períodos de 7 ou 14 dias. Avaliou-se: a evolução ponderal; as áreas das feridas operatórias; as dosagens séricas da ATL (alanina amino-transferase); a absorbância dos espectros visível e ultravioleta de preparações de arnica no extrato liofilizado, fígado e no soro dos animais; a presença de tecido de granulação, fibras colágenas, células monucleares, polimorfonucleares na ferida operatória com microscopia de luz; a presença de alterações nas mitocôndrias, retículo endoplasmático granular e degenerações citoplasmáticas das células hepáticas com microscopia eletrônica de transmissão (MET). Os achados mostraram uma perda ponderal nos animais do grupo estudo aos sete dias, porém estabilizada aos quatorze dias. A área de cicatrização foi menor no grupo que usou a arnica, mais significante aos quatorze dias de observação. As atividades enzimáticas da ATL e AST não foram diferentes nos diversos grupos, embora alguns animais do grupo estudo ocorreram alterações não significantes de organelas citoplasmáticas (degeneração gordurosa) na MET. A absorbância não foi conclusiva por limitações de sensibilidade do método aplicado. Concluiu-se que a dose de 5 mg.mL-1 de extrato aquoso liofilizado de arnica por via intraperitoneal promove uma redução significante da área das feridas cutâneas abertas de ratos aos quatorze dias de observação, em relação aos animais que receberam somente solução salina ou nenhum tipo de tratamento; e que a dose empregada não exibe sinais de toxicidade hepática detectável pela sorologia e sinais não significantes na MET.

9

A REPARAÇÃO DE LESÕES PADRONIZADAS DE BAÇO COM CIANOACRILATO E POLIGLECAPRONE, EM RATOS

Silva FP, Fagundes DJ, Taha MO

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

O objetivo foi avaliar experimentalmente o adesivo N-Butil-cianoacrilato (Histoacrilâ ) na hemostasia do parênquima esplênico em ratos. Foram utilizados 60 ratos Wistar, distribuidos em 2 grupos (GI-secção parcial e GII-secção total) de 30 animais e redistribuídos em 6 subgrupos de 10 animais. Cada grupo foi submetido a anestesia e a coleta de sangue para determinação do hematócrito, hemoglobina e proteína plasmática; foi realizada a laparotomia e a lesão padronizada do baço. Nos subgrupos IA e IIA não realizou-se procedimentos de hemostasia; após 2 horas nos subgrupos IB e IIB realizou-se procedimento de hemostasia com o adesivo; nos subgrupos IC e IIC realizou-se a síntese com poliglenocaprone (Monocrylâ). Após 4 horas realizou-se coleta do sangue para os exames laboratoriais e laparotomia para exérese do baço. As peças foram enviadas ao exame histológico e coradas por hematoxilina-eosina, sendo feita observação qualitativa da lesão aguda no parênquima esplênico ( áreas de hemorragia, necrose e coaptação das bordas). Os resultados da análise sangüínea foram inconclusivos, considerando que provavelmente o método utilizado não apresentou sensibilidade ou que aspectos especiais da coagulação do rato interferiram de modo diferente do que estamos habituados com seres humanos. A análise histológica não mostrou diferenças entre os animais de todos os grupos. Apesar destes achados é inegável a maior facilidade de manipulação operatória do adesivo em relação ao fio cirúrgico. De acordo com a metodologia empregada não foi possível estabelecer diferenças significantes entre os dois métodos de hemostasia.

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AVALIAÇÃO RESPIRATÓRIA E HEMODINÂMICA DE RATOS ANESTESIADOS, COM INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL E PNEUMOPERTÔNIO

Souza FC, Taha MO, Fagundes DJ, Novo NF

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

A cirurgia laparoscópica com a insuflação por CO2 está associada a efeitos adversos nos sistemas respiratório e hemodinâmico. Hipercapnia ocorre durante este tipo de procedimento e se deve ao aumento do espaço morto ventilatório após a expansão da cavidade peritoneal com prejuízo para a complacência do diafragma, e o aumento da absorção de CO2 pelo peritoneo. A intubação oro-traqueal tem alguns benefícios nos procedimentos anestésicos, no pneumoperitônio com CO2 . O objetivo desta pequisa foi estudar as alterações hemodinâmicas e respiratórias em ratos submetidos ao pneumoperitônio com CO2 e intubação oro-traqueal. Quarenta ratos machos, albinos, com peso médio de 300g, foram distribuídos em quatro grupos: (A) - submetidos à anestesia com intubação oro-traqueal por uma hora e com pneumoperitônio de 4 mmHg de CO2; (B) - submetidos à anestesia sem intubação oro-traqueal por uma hora e com pneumoperitônio de 4mmHg de CO2; (C) - submetidos à anestesia sem intubação oro-traqueal por uma hora e sem pneumoperitônio; (D) - submetidos à anestesia com intubação oro-traqueal por uma hora e sem pneumoperitônio. A PAM, FC, FR, PVC, STO2, ph, PCO23, FC, HCO3, SO2, Hb e Ht foram investigados no começo do experimento (MO), 30 minutos (M1) e 60 minutos (M2). Os resultados revelaram um aumento da PAM, PCO2, HCO3, FC, PVC e uma diminuição do ph, SO2, STO2 no grupo B (não intubado, com pneumoperitônio), em relação aos outros grupos. Nos concluímos que a anestesia geral com intubação oro-traqueal associada ao pneumoperitônio de 4 mmHg, por um período de uma hora, mostrou vantagens do ponto de vista respiratório e hemodinâmico, em relação aos animais com pneumoperitônio e sem intubação.

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APLICAÇÃO TRANSVAGINAL DE N-BUTIL-2-CIANOACRILATO E O ESTUDO DA PERVIEDADE DAS TUBAS UTERINAS DE COELHAS

Rivoire HC, Fagundes DJ, Taha MO, Novo NF, Juliano Y

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

Com o objetivo de estudar a pervidade da tuba uterina de coelhas submetidas a aplicação transvaginal de n-butil-2-cianoacrilato Foram utilizados 20 animais (Orictolagus cuniculus) da linhagem Nova Zelândia, distribuídos em dois grupos, I (controle) e II (experimento). O grupo controle foi submetido a técnica operatória para esterilização pelo método proposto por Pomeroy e o grupo experimento teve a aplicação de 0,25mL do adesivo cirúrgico n-butil-2-cianoacrilato no lúmen tubário através da via transvaginal. Após quatro semamas e quatro acasalamentos e o diagnóstico clínico da presença de gestação, foram submetidos a 3 testes de perviedade: histerosalpingografia (in vivo), teste de perviedade com corante azul de metileno (in vitro) e teste de pressão de rompimento (in vitro). Foi realizada a morfometria computadorizada digitalizada para medir o diâmetro tubário, a mucosa e o miosalpinge. A análise estatística foi feita pelo teste de análise de variância para os pesos dos animais, teste "t" para análise comparativa dos pesos entre os grupos, teste exato de Fischer para presença ou não de gestação, presença ou não de perviedade na histerosalpingografia, no teste do azul de metileno e no teste de pressão de rompimento, e a morfometria foi avaliada pelo teste "t" para grupos emparelhados e para grupos independentes, fixando-se em 5% o nível para rejeição da hipótese de nulidades. Os resultados mostraram vazamento em somente 1 tuba uterina do grupo II, embora o adesivo estivesse presente no lúmen tubário, o que foi não significante estatisticamente. Apresentou significância estatística a morfometria que mostrou aumento nas medidas do diâmetro tubário, da mucosa e do miosalpinge, que consideramos ser pela presença do polímero formado pelo adesivo, não havendo danos celulares. Concluímos que a aplicação transvaginal de n-butil-2-cianoacrilato no lúmen tubário de coelhas é tão eficaz para esterilização quanto o método de Pomeroy.

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ESTUDO COMPARATIVO ENTRE CIRCUITOS RESPIRATÓRIOS VALVULARES E AVAL VULARES EM ANESTESIA GERAL DE CÃES

Mattos JFA, Fagundes DJ, Luna SPL

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

Na anestesia inalatória em cães deve-se considerar o tamanho do circuito anestésico em animais de baixo peso corpóreo. Diante do exposto, o presente trabalho objetivou comparar diferentes circuitos anestésicos em cães. Utilizaram-se 12 cães adultos, (peso 4,8:t:0,8 kg), sem raça definida, anestesiados em uma única ocasião. Após jejum prévio de 12 horas, os animais foram pré-medicados com levomepromazina (1 mg/kg/IV), sendo a anestesia induzida com tiopental sódico (12,5 mg/kg/IV) e mantida com ha1otano (1,5 CAM) diluído em O2 a 100% por 180 minutos. Durante o experimento, utilizaram-se 3 diferentes circuitos anestésicos: circuito de Bain (fluxo de O2 = 400 ml/kgimin) e circuito circular valvular adulto e infantil (fluxo de O2 = 100 ml/kgimin). Cada circuito foi empregado durante 60 minutos, na ordem da sua utilização foi aleatória, sob a forma de quadrado latino. Foram mensurados os parâmetros de temperatura esofágica (Temp), freqüência respiratória (FR), volume corrente (VT), volume minuto (VM), concentração de CO2 inspirado (ICO2) e expirado (ETCO2), bem como hemogasometria arterial. A hemogasometria foi realizada ao final da utilização de cada circuito anestésico, os demais parâmetros foram anotados a intervalos de 15 minutos durante o experimento. Os valores obtidos foram submetidos à análise de variância por postos de Friedman. No circuito circular valvular adulto os valores de VM, VT, ICO2 ETCO2 e PaCO2 foram significativamente maiores e do pH menores que no circuito de Bain. O circuito circular infantil se comportou de forma intermediária aos demais circuitos, não resultando em elevação significativa da PaCO2. De acordo com os resultados obtidos, pode-se concluir que o circuito de Bain é superior ao circuito circular valvular adulto no que se refere à manutenção da função respiratória, enquanto o circuito circular infantil se comporta de forma intermediária.

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ESTUDO DA RESPOSTA PROLIFERATIVA DO FÍGADO INTACTO DE RATAS À ADMINISTRAÇÃO INTRAPERITONEAL DE SUBSTÂNCIAS HEPATOTRÓFICAS

Gorla Junior JA, Fagundes DJ, Novo NF, Juliano Y

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

O estímulo da regeneração hepática é desejável em situações de insuficiência grave causada por hepatopatias, cirurgia ou isquemia. A maioria dos estudos sobre regeneração hepática adota o modelo da hepatectomia. Seria interessante melhor compreender o processo no órgão intacto pois é sobre ele que, na prática clínica, a estimulação do fenômeno será feita na maior parte das vezes. A injeção intra-peritoneal de dose única diária de fatores hepatotróficos exógenos (FH) produziu resposta proliferativa significante em fígados intactos, porém com alta mortalidade. Neste estudo avaliamos o crescimento do fígado intacto com doses fracionadas de FH Estudaram-se 4 grupos de 10 ratos, fêmeas Wistar, com peso aproximado de 200g. Dois grupos, FHI e FHSC, receberam FH (glicose, aminoácidos, insulina, glucagon, triiodotironina, vitaminas e oligoelementos) por via peritoneal e subcutânea respectivamente. Dois grupos, SFI e SFSC, receberam solução salina 0,9% pelas mesmas vias. A dose para todos os grupos foi de 4ml a cada 12h durante 7 dias. No 8º dia fez-se a eutanásia por inalação de éter. Constatou-se uma relação peso hepático/peso corpóreo de 4,6% no grupo FHI contra 4% no grupo SFI (P<0,05). A dosagem média de DNA (mg/g de tecido) foi de 3,02 no grupo FHI contra 1,73 no grupo SFI (P<0,01). A taxa média de proteína tecidual obtida (mg/g de tecido) foi de 20,8 no grupo FHI contra 11,8 no grupo SFI (P<0,01). A histometria revelou um volume médio dos núcleos dos hepatócitos (µm3) de 234,45 no grupo FHI contra 111,13 no grupo SFI (P<0,01). Não houve mortalidade nos grupos estudados. Ocorreu perda significante de peso corpóreo entre o início e o final do experimento, provavelmente por estresse e/ou estímulo hiperglicemiante, pois foi maior também no grupo FHSC. Estes dados demonstram a ocorrência de resposta de crescimento hepático significante às custas de estímulo proliferativo o que, somado à ausência de mortalidade no experimento pode sinalizar para a possibilidade de futuras aplicações clínicas no campo da hepatologia cirúrgica (pré-transplante ou hepatectomias extensas) ou clínica (perda de parênquima e/ou função do órgão em necroses, abcessos, cirrose, hepatites).

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MODELO DE TRAUMA EM MEDULA ESPINHAL DE COELHOS

Vargas KSM, Fagundes DJ, Taha MO

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

A padronização de um modelo experimental de trauma medular em coelhos é uma necessidade para a avaliação de lesões nervosas e a eventual ação de posteriores procedimentos cirúrgicos ou medicamentosos. Com este propósito, uma lesão medular puntiforme foi realizada com agulha de punção lombar, em coelhos albinos, adultos e machos. Foram avaliadas as conseqüentes alterações morfológicas na medula espinhal, após um período de seis horas. Os animais(n=34) foram sorteados em dois grupos(n=17):Grupo Trauma (GT) e Grupo Controle (GC). No GT foi realizada laminectomia torácica seguida por lesão medular puntiforme e no GC apenas a laminectomia. Foram realizadas avaliações histológicas e por espectrofotometria. A análise estatística foi realizada pelos testes G de Cochran, Quiquadrado, exato de Fisher, Mann-Whitney e Wilcoxon (p£ 0,05). Os resultados mostraram maior presença de hemorragia nas meninges (peridural, subdural e subaracnóidéia), e nas substâncias branca e cinzenta no GT; o edema extracelular e a degeneração acidófila dos neurônios também foi maior neste grupo. Os achados estiveram de acordo com o esperado e foi possível estabelecer uma relação entre o trauma produzido e as lesões observadas. Pode-se inferir que o modelo é confiável para o estabelecimento de uma lesão medular, e que os eventuais benefícios de um tratamento cirúrgico ou medicamentoso, poderão ser então adequadamente avaliados.

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ESTUDO COMPARATIVO DAS SOLUÇÕES DE CELSIOR E U. W. ASSOCIADAS AO ANTIOXIDANTE U-74389G NA PRESERVAÇÃO HIPOTÉRMICA DO INTESTINO DELGADO DE RATOS.

Ribeiro Jr. MAF, Taha MO, Nigro AJT

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

Nos transplantes de intestino delgado (ID), o enxerto é transplantado tão logo seja possível após sua extração. Tendo em vista que as técnicas de preservação hoje utilizadas são menos eficazes em prevenir as lesões isquêmicas do ID quando comparadas a outros órgãos, o objetivo do presente estudo é de comparar uma nova solução de preservação idealizada para o transplante cardíaco à solução hoje utilizada, U. W., associando ou não à presença de um antioxidante aminoesteróide (0743890). Foram utilizados 72 ratos Wistar-EPM isogênicos, com peso variando entre 150250g, submetidos à laparotomia e cirurgia do doador conforme descrito por Monchik e Russel (1971). Em 36 animais, dez minutos antes de se promover o clampeamento da aorta (Ao) infundiram-se 6mg/kg de U743890 IV. O ID era isolado junto a seu pedículo vascular e perfundido via Ao, primeiro com 4ml/min de ringer lactato por 10 minutos e, então, com 10 ml de uma das soluções de preservação. O lúmen intestinal foi lavado com 10 ml da solução e armazenado na mesma a 4°C por 12, 18 ou 24 horas. Após este período, os enxertos foram submetidos à fixação em parafma para estudo histológico, teste de função contrátil com estímulo pela metacolina e estudo por microscopia eletrônica de transmissão a fim de avaliar as alterações estruturais e funcionais do enxerto. Sob o ponto de vista histológico observou-se que as lesões isquêmicas encontradas no grupo Celsior preservado por 12 horas foram menos graves do que as encontradas no grupo U. W. 12 horas e Celsior 24 horas. Quanto à resposta contrátil nos grupos preservados por 18 horas, observou-se uma melhor resposta do grupo Celsior sem lazaróide quando comparado aos grupos Celsior com lazaróide e U. W. sem lazaróide, assim como no grupo U. W. com lazaróide quando comparado ao grupo sem lazaróide. Não foi observada no presente estudo, influência do lazaróide sobre as lesões de isquemia induzidas pela preservação do enxerto, exceto no grupo U. W. preservado por 18 horas.

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MODELO EXPERIMENTAL DE HÉRNIA VENTRAL EM RATOS

Mardegam MJ, Fagundes DJ, Bandeira COP, Novo NF, Juliano Y

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

O objetivo deste experimento foi estudar o comportamento de defeitos provocados na parede abdominal, com a finalidade de estabelecer um modelo de hérnia ventral no rato. Cento e treze ratos com peso de 230 a 260g e idade de 3 meses foram distribuídos em dois grupos. No grupo I os animais foram submetidos a uma incisão padronizada na linha alba. No grupo II os animais foram submetidos à exérese padronizada músculoaponeurótica da região anterior do abdome. Em ambos os grupos os animais foram redistribuídos em três subgrupos (A, B e C), conforme o tempo de observação de 15, 30 e 45 dias respectivamente. Nas hérnias desenvolvidas foram analisadas dimensões lineares e volume, presença de aderências e aspectos histológicos de fragmentos do saco herniário. Para análise de resultados foram empregados testes estatísticos. Nos animais dos subgrupos I A, I B e I C, respectivamente 93,3%, 45% e 53,3% e dos subgrupos II A, II B e II C, respectivamente 66,7%, 35% e 47,7%, desenvolveram hérnias. Em ambos os grupos as medidas do eixo maior dos ânulos herniários ultrapassaram 3 centímetros e os volumes em média superiores a 3 rnl, classificando-as como hérnias de grandes dimensões. Aderências foram encontradas praticamente em todos os animais. A mortalidade pós-operatória foi em média de 8% no grupo I e de 18% no grupo II, sendo a evisceração a causa dos óbitos. O estudo histológico mostrou maturação do saco herniário aos 30 dias de observação em ambos os grupos. De acordo com os resultados obtidos, o modelo incisão (Grupo I) foi o mais adequado para simular hérnia ventral no rato, apesar de não ter havido desenvolvimento de hérnia em todos os animais.

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ESTUDO ANATÔMICO DA VASCULARIZAÇÃO DO FUNDO GÁSTRICO DE CÃES APÓS LIGADURA ARTERIAL PARCIAL.

Gomes M, Oliveira P, Ramaciotti E

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

A principal complicação da esofagectomia subtotal trans-hiatal com reconstrução esôfago-gástrica é a fístula esôfago-cutânea, responsável por grande número de óbitos no pós-operatório. Acredita-se que esta complicação deva-se à isquemia do fundo gástrico, provocada pela ligadura das artérias gástricas curtas, artéria gástrica esquerda e e artéria gastro-omental esquerda. Porém a literatura é controversa. Com o objetivo de estudar a vascularização do fundo gástrico após a ligadura das artérias gástricas curtas, gástrica esquerda e artéria gastro-omental esquerda realizou-se um estudo experimental em cães. Quarenta cães foram divididos em dois grupos: Grupo Controle, formado por 15 cães submetidos à simulação da cirurgia e Grupo Experimento, formado por 25 cães submetidos à ligadura das artérias mencionadas. Para o estudo da vascularização foi realizado nos dois grupos o teste da fluoresceína, mumificação gástrica e análise morfométrica de imagem pelo programa OPTIMAS®. O teste da fluoresceína mostrou, no Grupo Experimento, um retardo na chegada do corante ao fundo gástrico e uma coloração parcial do mesmo, quando comparado ao fundo gástrico do Grupo Controle. A análise das imagens, adquiridas a partir das amostras do corpo e fundo gástricos mumificados, pelo programa de análise de imagem, mostrou uma diminuição significativa do número de vasos sangüíneos no fundo gástrico dos cães que pertenciam ao Grupo Experimento. Conclui-se que a ligadura das artérias gástricas curtas, gástrica esquerda e gastro-omental esquerda provoca diminuição da circulação sangüínea e do número de vasos na face anterior do fundo gástrico de cães.

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COMPARAÇÁO HISTOMORFOMÉTRlCA DAS VILOSIDADES E DAS CÉLULAS CALICIFORMES DA MUCOSA DE SEGMENTOS ILEAIS EXCLUSOS, INCORPORADOS À PELE OU À BEXIGA URINÁRIA DE RATAS

Garcia MDS, Simões MJ, Julianao Y, Novo NF, Gomes PO, Ortiz V

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

Para continuar a Linha de Pesquisa em TOCE da UNIFESP-EPM, que usa segmentos do trato digestório, para reconstrução do aparelho urogenital, criou-se este modelo experimental. Objetivo - Comparar a histomorfometria das vilosidades e das células caliciformes, da mucosa de segmentos ileais exclusos, incorporados à pele ou à bexiga urinária em ratas. Quarenta e oito ratas de Wistar, divididas em dois grupos de operações, subdivididas em subgrupos de 12 animais, foram analisados em 4 (TI) e 12 semanas (T2) e tiveram 1,0 cm de segmento ileal isolado no tempo zero (TO) de cada operação para controle (SC). Na ileocistoplastia (SIC) e ileocutaneostomia (SIE), após TI e T2, eram retirados para análise, os segmentos ileais desfuncionalizados, impregnados no Líquido de Boüin com os controles, e processados até coloração, por H.E. e A.B. (PH 2,5) O.G., para análise microscópica. Os valores de contagens e mensurações de altura das vilosidades ileais e contagens das células caliciformes ileais, foram avaliados por testes estatísticos aplicativos (a £ 0,05). Há aumento progressivo das células caliciformes ileais até 12 semanas na SIC, e diminuição na SIE. Há redução do número médio das vilosidades ileais e da média das suas alturas, na SIC e SIE (TI) e mais acentuada na SIE (T2), comparada à SIC (T2). As alterações ocorridas na mucosa em contato com a urina, não se devem apenas à desfuncionalização de segmento ileal pediculado. A arquitetura da mucosa ileal e o número das células caliciformes ileais, sofreu alterações na SIC e SIE, em comparação ao SC.

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EFEITOS DO OLEATO DE ETANOLAMINA NA VENA CEPHALICA DE CÃES.

Cruz Filho M, Maia CC, Abrahão S, Silva JCCB, Gomes PO, Soufen MA, Novo NF, Juliano Y

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

PÔSTER

Com o objetivo de se avaliar qual a resposta biológica em veias, que o oleato de etanolamina desencadeia, procedeu-se a um estudo experimental. Utilizou-se o oleato de etanolamina em veia cefálica de cães. Injetou-se três subgrupos de 13 animais (n=39), avaliados após 7, 14 e 21 dias. As alterações nos cortes histológicos (hematoxilina-eosina e tricrômico de MASSON) foram: trombose venosa, organização e recanalização do trombo, lesão e processo inflamatório em túnica média venosa, processo inflamatório em camada adventícia, presença de hemossiderina, extravasamento de esclerosante além da camada adventícia e ocorrência de material hia1ino amorfo. 1 - O oleato de monoetanolamina foi muito eficaz na produção de trombose venosa, a qual se organizou em todos os casos, sem que fosse observada sua recanalização do modo significante, durante o tempo deste ensaio; 2 -Houve lesão da túnica média venosa em todos animais estudados, sem que observasse reação inflamatória reativa nesse local;3 -Na túnica adventícia venosa observou-se aparecimento de processo inflamatório reativo, de sinais de extravasamento do esclerosante, da presença de hemossiderina e de material hialino externos à veia.

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EFEITOS DA ADRENALECTOMIA BILATERAL COM ASSOCIAÇÃO DE GONADOTROFINA CORIÔNICA SOBRE OS NÍVEIS PLASMÁTICOS DA TESTOSTERONA DE RATOS PREVIAMENTE CASTRADOS POR DUAS TÉCNICAS DIFERENTES.

Simão OP, Ortiz V, Srougi M, Juliano Y,Gomes PO, Nigro AJT

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

Esse experimento objetivou estudar os níveis de testosterona plasmática em ratos submetidos bilateralmente a orquiepididimectomia ou orquiectomia subcapsular, seguido de adrenalectomia bilateral e administração de gonadotrofina coriônica (HCG). Quarenta e oito ratos Wistar adultos foram distribuídos em 3 grupos. No grupo I (16 animais) realizou-se a orquiepididimectomia, no grupo 11 (16 animais) realizou-se a orquiectomia subcapsular e no grupo III (16 animais) realizou-se uma operação simulada. Após 3 meses, realizou-se adrenalectomia bilateral e administrava-se 100 UI de HCG. Coletou-se 1 mL de sangue e as amostras foram agrupadas de duas em duas, para dosagem de testosterona plasmática antes da operação, após 3 meses da orquiectomia bilateral (Pós 1) e uma semana após a adrenalectomia bilateral e HCG (Pós 2). Obteve-se respectivamente como média da testosterona plasmática pré-operatória, pós-orquiectomia (Pós 1) e pós -adrenalectomia e HCG (Pós 2) os seguintes valores: Grupo I: 235,87 ngidL, 158ngidL (queda de 27,32%) e 132,5 ngidL (queda de 40,52%). No Grupo ll: 254,62 ngidL, 158,0 ngidL (queda de 45,81 %) e 132,5 ngidL (queda de 38,43%). No Grupo III: 265,88 ngidL, 455,88 ngidL (aumento de 59,89%) e 471,13 ngidL (aumento de 74,55%). Conclui-se que a orquiepididimectomia ou a orquiectomia subcapsular reduzem igualmente os níveis plasmáticos de testosterona no rato, após 3 meses de observação e que a adrenalectomia bilateral seguido de estímulo com HCG também reduz igualmente os níveis de testosterona dos animais submetidos às duas técnicas de orquiectomias.

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ESTUDO COMPARATIVO ENTRE SUTURA CONTÍNUA E O USO DO OCTILCIANOACRILATO EM ARTÉRIA FEMORAL DE CÃES.

Nakano KA, Sakai VN, Gomes PO, Taha MO, Francisco Neto A, Marinho LC

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

PÔSTER

A utilização de adesivo sintético em diversos procedimentos operatórios e em diferentes tecidos tem sido uma constante na busca de alternativas para facilitar o trabalho do cirurgião bem como, ajudar o paciente encurtando o tempo operatório, diminuindo hemorragias e mantendo funcionante o órgão ou a estrutura lesada. A cirurgia vascular tem se utilizado dos adesivos principalmente para diminuir as dificuldades técnicas que se acentuam à medida que se realizam anastomoses em vasos sanguíneos de diâmetro inferior a 2mm. No entanto, sempre se interrogou a toxicidade ou não dos adesivos sintéticos em especial os acrilatos. Verifica-se que a controvérsia se mantém salientando-se que os cianoacrilatos de cadeia mais longa seriam menos tóxicos mas também perderiam o poder de adesividade. Atualmente, se dispõe comercialmente do adesivo octilcianoacrilato sendo permitido a sua utilização na síntese de pele.Para poder comprovar a possibilidade da utilização do adesivo na síntese vascular elaborou-se este projeto com o objetivo: realizar um estudo comparativo entre a sutura contínua e o uso do adesivo sintético na artéria femoral de cães. O animal utilizado foi o cão (n=10) fornecidos pelo Biotério Central da UNIFESP -EPM e distribuídos em dois grupos A e B. Cada grupo consta de 5( cinco) animais. Nos animais do grupo A, o adesivo foi aplicado na artéria femoral direita e a sutura foi realizada na artéria femoral esquerda. Nos animais do grupo B, o adesivo foi aplicado na artéria femoral esquerda e a sutura foi realizada na artéria femoral direita. Os animais de ambos os grupos permaneceram em observação por um período de 14 dias quando foram reoperados. Parâmetros analisados: 1. Tempo operatório: será o tempo cronometrado do início da sutura até o término da mesma e do início da aplicação do adesivo até a retirada das pinças homeostáticas vasculares; 2. Sangramento: observado seu aparecimento ou não ao se retirar as pinças homeostáticas vasculares; 3. Estudo microcsópico da cicatrização: histologia. Foi observado tempo menor na síntese das artérias com o uso da cola quanto comparada com síntese com fio. Não foram observados nenhum tipo de infecção ou obstrução da luz das artérias em ambos os grupos com e sem adesivo. Em relação a parâmetro aderência: foi observado maior aderência nas suturas artérias com cola.

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ESTUDO COMPARATIVO ENTRE COLA BIOLÓGICA E SUTURA MANUAL EM LESÃO DE CÓLON DE COELHO.

Arie PM, Milher LMP, Fagundes DI, Nigro AIT, Taha MO, Souz IH,Salim CS

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

PÔSTER

No início do século a taxa de mortalidade por lesão de colon era de 90% . O tratamento do trauma de cólon teve grande desenvolvimento durante as duas guerras mundiais, com a introdução de novas normas. Essas foram somadas às de Woodhall & Ochsner (1951), quando a taxa de mortalidade decaiu para 15,9%. Apesar dos avanços, a deiscência desse tipo de anastomose continua sendo freqüente, e associada a um aumento significante da morbidade e mortalidade. O uso de adesivos surgiu como alternativa para a sutura convencional, com a possível vantagem de menor tempo da sutura, diminuição do sangramento e da reação inflamatória e a aceleração do processo da cicatrização (por estimular o influxo de macrófagos quê produzem substâncias estimuladoras da angiogênese, proliferação de fibroblastos e produção de colágeno). Neste estudo comparou-se a cola biológica e o fio de sutura na lesão provocada do cólon de coelho. Os resultados foram: a) amostra: foram utilizados 16 coelhos machos, pesando entre 3,0 e 3,5 kg, distribuídos aleatoriamente em dois grupos: controle (n=8) e experimental (n=8). b) procedimentos: os animais foram pré-anestesiados com acepromazina 1M, na dosagem de 1 mg/kg e a indução anestésica foi realizada com ketamina 1M, na dose de 40 mg/kg. O acesso à cavidade peritonial deu-se por meio de uma incisão mediana de 5cm. Foi realizada uma incisão transversal de 3 cm na extensão da parede anterior do cólon transverso. Foi aplicado 0,3ml da cola biológica (cola a base de fibrinogênio e trombina -Tissucol@) com o uso de uma seringa fornecida pelo fabricante, o tempo dado para a vedação foi de 3 minutos; a solidificação do coágulo ocorreu entre 10 a 20 segundos. A parede abdominal foi fechada por planos. O mesmo procedimento foi realizado no grupo controle, utilizando-se fio de Superlon@ 5 zeros. No sétimo dia pós-operatório os animais foram sacrificados e os segmentos de cólon operados foram retirados para a análise morfológica. Foram estudados aspectos macroscópicos (presença de aderências, deiscência de sutura, fistulas, abscessos, hematoma e coaptação das bordas e dos planos da ferida) e microscópicos (as diferentes estruturas e proliferação de células durante o processo de cicatrização). Pode-se observar: vantagem do grupo cola biológica quanto a diminuição do tempo de sangramento e melhor processo de cicatrização, desvantagem quanto a presença de maior número de aderências com o uso da cola. O tempo operatório foi semelhante nos dois grupos.

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ESTUDO MORFOLÓGICO DA ANASTOMOSE ESÔFAGO-ESOFÁGICA CERVICAL COM ADESIVO EM CÃES.

Prado Filho OR, Fagundes DJ, Novo NF

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

A deiscência de sutura da anastomose esofágica é uma complicação grave associada à alta mortalidade.Várias técnicas operatórias e materiais têm sido usados para tratar o problema. A invaginação submucosa é uma proposta que se mostrou satisfatória em trabalhos anteriores. O objetivo desta pesquisa foi estudar os efeitos da associação desta técnica ao uso de adesivo cirúrgico de fibrina. Quarenta e oito cães de ambos os sexos,com peso médio de 10Kg foram alocados em três grupos: grupo I com sutura circunferencial de 12 pontos, grupo II com sutura circunferencial de 4 pontos e grupo III com sutura de 4 pontos e vedação com adesivo de fibrina. A avaliação das anastomoses ocorreu no 7º e 14º dia de pós-operatório, sendo avaliados os aspectos macroscópicos como a evolução ponderal, o índice de estenose, a incidência de deiscências e fístulas, a presença de secreções ou pus na tela sub-cutânea; presença de líquido intersticial, matriz protéica, celularidade, fibroblastos, fibras de colágeno e hidroxiprolina nas áreas das anastomoses na microscopia óptica com digitalização de imagens. A evolução ponderal foi semelhante nos grupos. O índice de estenose foi menor para os animais do grupo I no sétimo de observação em comparação com os outros dois grupos, embora aos quatorze dias não se observou diferença significante entre os três grupos. A incidência de fístulas foi significante no grupo II aos sete dias (12,5%), assim como a presença de deiscências aos sete dias nos grupos II (12,5%) e III (12,5%) e aos quatorze dias nos grupos II (25%) e III (25%). A presença de secreção serosa na tela sub-cutânea foi maior aos sete dias nos grupos II (50%) e III (12,5%) e aos quatorze dias nos grupos II(50%) e III(75%). A secreção purulenta foi maior aos sete dias e quatorze dias (12,5%) no grupo II I e aos quatorze dias no grupo III (12,5%). A concentração de hidroxiprolina foi significantemente maior aos quatorze dias nos grupos II e III. Os fibroblastos e fibras de colágeno tiveram presença mais acentuada no grupo III aos quatorze dias. Em vista dos achados macroscópicos pode-se considerar que a anastomose por invaginação submucosa-mucosa com 4 pontos com ou sem complementação de vedação com adesivo apresentou piores resultados que a anastomose convencional de doze pontos circunferenciais.

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EFEITO PROTETOR DO ALFA-TOCOFEROL NA PRESERVAÇÃO HIPOTÉRMICA DO INTESTINO DELGADO.

Brandão SC, Taha MO, Lapa JA, Soucar C, Nigro AJT

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

PÔSTER

O alfa-tocoferol é um dos mais importantes antioxidantes biológicos, combate a formação de radicais livres durante os períodos de isquemia prolongada, que são observados na preservação hipotérmica de órgãos. Decidiu-se então, avaliar seu efeito na resposta contrátil da musculatura longitudinal do intestino delgado preservado. Foram utilizados 54 ratos Wistar, machos com peso variando de 200-300 gramas, que foram divididos em três grupos de 18 animais: um grupo que recebeu durante três dias uma dose de 100mg/kg de succinato de alfatocoferol diluído em óleo vegetal via intra-peritoneal; um segundo grupo que recebeu pelo mesmo número de dias apenas o óleo vegetal; e um terceito onde foi administrado soro fisiológico 0,9%. Todos animais foram submetidos ao mesmo procedimento operatório -no qual se isolou a artéria aorta e a veia cava inferior abaixo dos pedículos renais, e após heparinização sistêmica, a aorta foi ligada acima do tronco celíaco. Em seqüência, foi ligada a veia cava inferior e introduzido um cateter na aorta previamente isolada, iniciando-se a perfusão com solução resfriada de Ringer Lactato durante dez minutos num fluxo de 4ml/min, controlado por uma bomba de infusão. A seguir foi retirado um segmento de 10 cm de jejuno, sendo este preservado em 50 ml de Ringer Lactato a 4°C por períodos de 12, 18 e 24 horas. A seguir, dois segmentos do jejuno foram submetidos ao teste farmacológico, que consistia na obtenção de uma curva dose resposta cumulativa sob o estímulo da metacolina para avaliação da resposta contrátil. Foram analisadas as curvas-digestivas cumulativas e o e-max para cada grupo, apresentadas em tabelas e gráficos.Foi observada uma melhor resposta contrátil da musculatura lisa intestinal nos segmentos submetidos ao tratamento com alfa-tocoferol.

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ESTUDO DOS PULMÕES DO RATO NA SÉPSE INDUZIDA POR PERITONITE POLIMICROBIANA

Guidugli RBF, Fagundes DJ, Taha MO

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

O objetivo da pesquisa foi estabelecer em um modelo animal uma relação entre a gravidade de uma sepse induzida por peritonite e as alterações compatíveis com a síndrome do pulmão úmido. Ratos Wistar (n=40), foram distribuidos em 2 grupos: grupo experimento(n=35) submetidos a ligadura e punção do ceco e grupo controle(n=5) submetidos apenas a laparotomia sem lesão das vísceras. A avaliação clínica estabeleceu padrões de gravidade da evolução da sepse em períodos de trinta minutos até a ocorrência do óbito ou até o período máximo de três dias para os sobreviventes. Foram colhidas amostras de sangue para o leucograma e de secreção peritoneal para cultura, avaliada a intensidade da peritonite e exame microscópico dos pulmões.Dezenove animais do grupo experimental (óbito até 30 horas de PO) apresentaram sinais clínicos e laboratoriais graves devidos a infecção abdominal difusa com alterações morfológicas pulmonares de grande intensidade tais como: hemorragia alveolar, infiltrado leucocitário intersticial e focos de broncopneumonia. Os 16 animais do mesmo grupo que sobreviveram( sacrificados no 3º.PO) exibiram sinais clínicos e laboratoriais de infecção mais discretos e apresentaram um bloqueio de epiploo e alças intestinais sobre a áreas do ceco perfurado com uma peritonite bloqueada. Nos 5 animais do grupo controle não foram observados alterações laboratoriais e anátomo-patológicas. Pode-se concluir que uma peritonite difusa provoca alterações pulmonares bem mais intensas do que uma peritonite bloqueada e pode-se estabelecer um gradiente de gravidade entre a intensidade da sepse e o comprometimento pulmonar.

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ESTUDO MORFOLÓGICO DO REIMPLANTE DA ARTÉRIA FEMORAL DE RATOS, SOB A AÇÃO DA RADIAÇÃO GAMA.

Costa RFB, Fagundes DJ, Juliano Y, Novo NF

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

Foi objetivo dessa investigação estudar a morfologia do reimplante da artéria femoral em ratos, submetidos à radiação gama. Foram utilizados 62 animais (Rattus norvegicus albinus) da linhagem OUTB Wistar, distribuídos em dois grupos I (Controle) e II (Irradiado), constituídos de três subgrupos de observação: 2, 7 e 21 dias de pós-operatório (PO). As artérias femorais direitas foram retiradas e reimplantadas (anastomose término-terminal) por meio da técnica microcirúrgica. Os animais do grupo II, no primeiro dia de PO, foram irradiados na dose única de 15Gy, emitida de fonte externa. Para análise estatística dos dados, aplicaram-se os testes exato de Fischer, qui-quadrado, Mann-Whitney, Kruskal-Wallis e análise de variância. O exame histológico foi realizado através da metodologia convencional (hematoxilina e eosina, Verhoeff e tricômio de Masson). As alterações morfológicas da parede vascular foram quantificadas, a partir das imagens capturadas de um microscópio, usando-se um programa de computador. Analisou-se a camada íntima (neo-íntima e células endoteliais neoformadas) e a porcentagem de núcleos das células musculares lisas foi determinada na camada média e na neo-íntima. Nas avaliações clínicas não foram observadas alterações siginificantes. Observou-se que, no grupo irradiado, a presença de núcleos das células musculares lisas na neo-íntima foi menor comparada a do grupo controle, embora não siginificante para o tamanho da amostra estudada. A estenose foi significantemente menor no grupo irradiado e a ocorrência de neo-íntima e a porcentagem da presença de núcleos de células musculares lisas na camada média foram significantemente menor aos 7 e 21 dias de observação.

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USO DE CORRENTE ELÉTRICA EM PEQUENOS VASOS VENOSOS EM ORELHAS DE COELHOS.

Santiago S, Taha MO, Fagundes DJ

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

Foi idealizado e construído um aparelho que utiliza a corrente elétrica galvânica em baixa amperagem (100 µA, 200 µA e 300 µA) com o propósito de causar esclerose em vasos venosos de pequeno calibre, utilizando por exemplo a veia marginal da orelha direita do coelho. Pouquíssimos autores estudaram a utilização de corrente elétrica como técnica para esclerose de vasos venosos. O presente estudo buscou verificar um modelo experimental em coelhos, o efeito da corrente elétrica galvânica em baixa amperagem sobre a veia marginal da orelha do coelho. Foram utilizados como amostra 45 coelhos Nova Zelândia, distribuídos em 3 grupos de 15 animais cada, sendo usada como controle a orelha esquerda e experimento a orelha direita. No grupo experimento, os animais do grupo I foram submetidos à corrente elétrica galvânica de 100 µA, o grupo 11 a 200 µA, o grupo III a 300 µA. No grupo controle, os animais foram submetidos somente ao procedimento mecânico de aplicação da agulha ao longo da veia marginal da orelha esquerda, sendo, uma, duas e três aplicações com intervalo de sete dias entre cada aplicação. Todos os animais foram avaliados catorze dias após, através do anátomo-patológico com documentação fotográfica. A documentação fotográfica macroscópica e avaliação macroscópica (tecido de granulação, fibrose, infiltração leucocitária, hiperplasia epidérmica- lesão do endotélio e parede venosa) não mostraram diferença nos testes estatísticos do quiquadrado e Mc Newman. Tanto a corrente elétrica galvânica em baixa amperagem quanto o simples trauma mecânico da agulha não são capazes de produzir esclerose na veia marginal da orelha do coelho de modo estatisticamente significante.

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ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS FIOS DE POLIDIOXANONA E POLIAMIDA NA TENORRAFIA DE COELHOS.

Silva RA, Fagundes DJ, Novo NF, Juliano Y, Brochado A

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

O estudo teve como objetivo comparar os fios de polidioxanona e poliamida na tenorrafia de coelhos. Cinquenta e seis coelhos, Nova Zelândia, machos, adultos, com peso variando de 2,53 à 2,88kg. Esses animais foram distribuídos em dois grupos e quatro subgrupos através de sorteio no momento do experimento. Os animais eram pesados e anestesiados com quetamina (25mg/Kg de peso) e xilazida (25mg/Kg de peso), via intramuscular. Após, era feita a epilação e antissepsia, e então o tendão flexor digital longo era acessado e dissecado, para então ser seccionado transversalmente à 5 mm do maléolo. A partir daí, o procedimento variou conforme cada grupo: GI A -tenorrafias realizadas com fio de polidioxanona 4-0 e a avaliação feita com duas semanas de pós operatório; GI B -idem ao grupo anterior, mas com período de avaliação de quatro semanas de pós operatório; Gil A -tenorrafias efetuadas com fio de poliamida 4-0 e a avaliação foi feita com duas semanas de pós-operatório; Gil B -idem ao grupo anterior, mas com período de avaliação de quatro semanas. A técnica utilizada para realizar as tenorrafias foi Kessler modificada por Masson e Allen. Todos os animais foram imobilizados por todo o período pós operatório. Foi realizado avaliação biomecânica das peças. Ao analisarmos a carga máxima, a deformação, a carga no limite de proporcionabilidade, a deformação no limite de proporcionalidade e o coeficiente de rigidez, comparando os grupos nos quais se realizou a tenorrafia com a poliamida e com a polidioxanona, em todos os casos os tendões suturados com poliamida mostraram-se, de forma significante, mais resistentes à tração, quando avaliados com quinze dias de pós operatório. Pode-se concluir que: 1. O fio de poliamida apresentou maior resistência à tração que apolidioxanona aos quinze dias de pós operatório, período crítico da cicatrização dos tendões. 2. Não houve diferença significante entre os fios de poliamida e polidioxanona, quanto a resistencia à tração aos trinta dias de pós operatório.

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A FUNÇÃO RENAL DE RATOS ESPONTANEAMENTE HIPERTENSOS SUBMETIDOS AO PNEUMOPERITÔNIO

Moreira MB, Monteiro EFS, Fagundes DJ, Chida VV, Rocha LRF, Ramalho CEB, Paes Leme LF

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

A investigação objetivou estudar a função renal de ratos espontaneamente hipertensos submetidos ao pneumoperitônio. Foram utilizados 60 ratos, sendo 30 Wistar Spontaneously hypertensive rats (SHR) e 30 EPM-1 Wistar (Rattus norvegicus albinus), com idade ao redor de 4 meses, pesando em torno de 350g. A amostra foi distribuída em dois grupos A e B, de acordo com a linhagem, SHR e EPM-1 Wistar. Cada grupo foi redistribuído em dois subgrupos (1 e 2), com 15 animais cada, de acordo com a pressão de pneumoperitônio, 10 e 4mmHg. Os animais foram anestesiados e posicionados, dando início ao procedimento de cateterização da artéria femoral esquerda que permitiu aferição da pressão arterial média e a coleta sangüínea durante todo o experimento. Após a antissepsia, procedeu-se, a realização de incisão transversa de 5mm de comprimento na região central do abdome para introdução do trocarte de 2mm por onde foi introduzida a agulha de Veress; permitindo a insuflação de CO2 até atingir a pressão estabelecida para cada grupo (4mmHg ou 10mmHg), que foi mantida durante uma hora, seguida de 1 hora da desinsuflação. Ao término do período de desinsuflação todos os animais de todos os grupos, ainda sob efeito anestésico, foram submetidos à eutanásia por exangüinação, através do cateter arterial. As amostras de sangue foram coletadas em três fases: 1) após a cateterização, 2) 1 hora de pneumoperitônio e 3) 1 hora da desinsuflação, sendo conduzidas ao laboratório para dosagens de uréia e creatinina.Houve um aumento da creatinina para o rato SHR durante pneumoperitônio com pressão de 10mmHg enquanto o Wistar manteve-se nos níveis basais; já a uréia mostrou-se aumentada tanto para o SHR quanto para o Wistar, durante o pneumoperitônio com uma pressão de 10mmHg. Durante o pneumoperitônio com pressão de 4mmHg a creatinina e a uréia mantiveram-se nos níveis basais. A função renal do SHR se altera de forma transitória, semelhante ao rato não-hipertenso quando submetido ao pneumoperitônio.

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ESTUDO DA FUNÇÃO HEPÁTICA DE RATOS ESPONTANEAMENTE HIPERTENSOS SUBMETIDOS A DIFERENTES PRESSÕES INTRAPERITONEAIS

Chida VV, Montero EFS, Fagundes DJ, Taha MO, Moreira MB, Flaquer RR, Ramalho CEB

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

A investigação objetivou estudar a função hepática de ratos espontaneamente hipertensos submetidos a diferentes pressões intraperitoneais. Foram utilizados 60 ratos machos, adultos, com idade aproximada de 4 meses e com peso variando de 280 a 400 g, sendo 30 ratos da linhagem EPM-1 Wistar e 30 ratos SHR ("Spontaneously Hypertensive Rats"- Outbred Rats). Distribuiu-se os animais aleatoriamente em dois grupos de trinta animais cada, denominados de Grupo 4mm Hg e Grupo 10mm Hg. A arteria femoral esquerda foi puncionada com um cateter de polietileno PE 50, para medir a pressão arterial média e a coleta de sangue (1,5 ml). As amonstras para análise e controle da ALT, AST, BT, BD, BI e DHL foram colhidas nos seguintes tempos: tempo zero (Pré): antes do pneumoperitônio; tempo 1 (PÓSins): sessenta minutos com pneumoperitônio; tempo 2 (PÓSdes): sessenta minutos após a desinsuflação. Com relação à AST, verificou-se elevação progressiva nos períodos de observação, em ambas as pressões de pneumoperitônio estudadas, para o rato portador de hipertensão arterial, entretanto para o rato normotenso este aumento foi significante somente na presença de baixa pressão de pneumoperitônio. Os valores de bilirrubina direta não mostraram alteração em nenhuma das pressões estudadas de pneumoperitônio. Entretanto, a bilirrubina total apresentou-se elevada, às custas de bilirrubina indireta, para ambas as linhagens, somente na pressão mais elevada de pneumoperitônio. Este parâmetro retratou uma alteração funcional do fígado com a pressão mais elevada de pneumoperitônio, assim como a ALT, para os ratos portadores ou não de hipertensão arterial. A DHL apresentou alteração somente para os animais hipertensos na pressão intra-abdominal mais elevada de pneumoperitônio. A função hepática de ratos espontaneamente hipertensos se altera, sob o efeito de pneumoperitônio, de modo semelhante aos ratos normotensos.

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SÍNTESE DA PAREDE ABDOMINAL: AVALIAÇÃO DE DOIS TIPOS DE SUTURA CONTÍNUA EM RATOS

Loureiro VM, Fagundes DJ, Taha MO

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

O objetivo foi comparar a sutura simples contínua e a sutura contínua em oito vertical no fechamento da parede abdominal de ratos. Quarenta e oito ratos machos Wistar, foram submetidos a laparotomia padronizada e fechamento da parede abdominal com sutura simples contínua (n=24) e sutura contínua em oito-vertical (n=24), com fio de polipropileno. No 7° e 14° pós-operatório foram submetidos a eutanásia 12 animais de cada grupo e deles retirados a camada músculo-aponevrótica da parede abdominal envolvendo a cicatriz operatória e preparados para exames histológico e imunohistoquímico. Os segmentos levados ao exame histológico foram corados por Hematoxilina-eosina sendo feita observação qualitativa do processo cicatricial e Picrosirius red F3BA, para avaliação quantitativa do colágeno. Também foram estudadas as porcentagens de macrófagos na linha de sutura por imunohistoquímica. Para a quantificação de macrófagos e fibras colágenas foi utilizado avaliação histológica por digitalização de imagem, baseados nos princípios de espectrofotometria. Os dados encontrados foram analisados estatisticamente pelos testes qui-quadrado, exato de Fisher e Mann-Whitney (p£ 0,05). No 7° dia de pós-operatório a parede abdominal suturada em oito vertical apresenta significantemente, maior quantidade de fibras colágenas e menor quantidade de macrófagos do que a suturada por técnica contínua. Aos 14 dias de observação as suturas mostraram-se morfologicamente semelhantes. A técnica em oito vertical apresenta vantagens em relação a ténica de sutura contínua no fechamento da parede abdominal até o 7º dia. No 14º ambas se equivalem.

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AVALIAÇÃO DE ENXERTO ÓSSEO EM CIRURGIA CRANIOFACIAL-MODELO EXPERIMENTAL

Ferreira JCR, Minami E, Siqueira VJ, Fadul Jr R, Ferreira LM, Andrews JM

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

Os enxertos ósseos e os materiais osteoindutores e osteocondutores são estudados freqüentemente na reparação cirúrgica dos ossos craniofaciais. A cintilografia é um método que pode determinar o estado do transplante ósseo, sem procedimentos invasivos e com maior confiabilidade do que a radiologia. O objetivo do trabalho é demonstrar um modelo experimental em coelhos que permite avaliar a atividade óssea e o tempo ideal de observação dos fenômenos de absorção e neoformação óssea na cirurgia craniofacial. Foram operados 60 coelhos albinos da raça Nova Zelândia (Oryctolagus cuniculus), fêmeas, adultos. Os animais foram distribuídos em três grupos: grupo autógeno, grupo homógeno fresco e grupo doador. Cada grupo foi separado em três períodos de avaliação: duas, seis e 16 semanas. O enxerto ósseo avaliado foi colocado na região do arco zigomático, fixado rigidamente com dois parafusos. A cintilografia foi realizada com o radioisótopo Tecnésio. A avaliação microscópica analisou os seguintes parâmetros: trabéculas ósseas neoformadas, atividade osteoblástica, atividade osteoclástica, absorção do transplante, fusão das corticais e viabilidade da medula óssea. A fixação do enxerto em "ponte", lateralmente à cabeça do animal, permitiu avaliação cintilográfica com diferenças estatisticamente significantes entre os grupos e os períodos de avaliação. Esta situação possibilitou analisar a região do enxerto sem interferência de outras áreas ósseas da cabeça, ao contrário de muitos autores na literatura; e permitu estabelecer um índice metabólico cintilográfico. A fusão das corticais do transplante com as do leito receptor aumentou ao longo dos períodos de avaliação.O presente modelo experimental em coelhos permitiu avaliar adequadamente a atividade metabólica óssea e o estudo histológico dos enxertos ósseos autógenos e homógenos de origem membranosa.

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O ALFA-TOCOFEROL NA PRESERVAÇÃO HIPOTÉRMICA DE INTESTINO DELGADO DE RATOS: ESTUDO MORFOFUNCIONAL

Brandão SC, Taha MO, Fagundes DJ, Pias VMS, Ferreira RG, Juliano Y

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UNIFESP

A produção de radicais livres de oxigênio é capaz de provocar danos celulares importantes nos tecidos de órgãos submetidos ao processo de preservação hipotérmica. Este trabalho tem por objetivo avaliar o efeito de um antioxidante biológico, o alfa-tocoferol (a-t), na resposta contrátil da musculatura longitudinal do intestino delgado preservado de ratos. Para isto foram utilizados 54 ratos Wistar EPM-1, com peso que variou de 250 a 300 gramas, os quais foram distribuídos em três grupos de 18 animais, sendo que um grupo recebeu uma dose intraperitoneal de succinato a-t (100mg/kg), diluído em óleo vegetal por três dias consecutivos, e os outros dois grupos receberam solução salina fisiológica e óleo vegetal, respectivamente. Todos os animais foram submetidos a laparotomia, onde o intestino delgado foi perfundido, através da artéria aorta, com uma solução resfriada de Ringer lactato e, logo após, foi resseccionado um segmento proximal para preservação a 4°C, também em Ringer lactato, por períodos de 12, 18 e 24 horas. Os segmentos intestinais ressecados foram submetidos a um teste farmacológico, onde foi avaliada a resposta contrátil sob o estímulo da metacolina. Também foi realizado estudo histológico com microscopia óptica e eletrônica. Ao final, concluiu-se que o grupo submetido ao tratamento prévio com a-t apresentou uma resposta contrátil maior do que os demais, em todos os períodos de preservação. Na avaliação histológica, os segmentos deste mesmo grupo apresentaram um menor grau de lesão da mucosa, em relação aos demais grupos, também em todos os períodos avaliados.

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NOVA TÉCNICA PARA A CRIAÇÃO CIRÚRGICA DA MENIGO-MIELOCELE EM FETO DE COELHO

Pedreira DAL, Valente PR, Abou-Jamra RC, Pelarigo CL, Silva LM, Goldenberg S

Laboratório de Cirurgia Experimental - Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia

O objetivo da presente investigação é apresentar uma nova técnica para criação cirúrgica de um defeito semelhante à meningomielocele, avaliando seu impacto na sobrevida fetal.Seis coelhas grávidas foram submetidas a laparotomia no 23º dia de gestação (termo 30 a 32 dias). Após exposição do útero e contabilização dos fetos todos, exceto aquele a ser manipulado, eram retornados para a cavidade abdominal. A histerotomia sobre a região do dorso fetal (crista ilíaca) era realizada após palpação suave. Apenas o rabo do feto era exteriorizado e, após remoção de uma pequena extensão de pele, uma incisão sobre o processo espinhoso era realizada, o suficiente para lesar a dura sem comprometer a medula.. Uma melhor exposição da medula foi obtida pela compressão delicada do feto na altura da inserção das patas traseiras, uma contra a outra. Um grupo de fetos foi submetido a correção imediata utilizando uma película de celulose, enquanto o outro grupo não foi submetido a qualquer correção (grupo controle). O feto era retornado à cavidade uterina, junto com 5 ml de soro fisiológico aquecido e o útero era fechado mediante sutura contínua "invaginante", incluindo a membrana amniótica. No 30º dia de gestação, após observação da vitalidade, os fetos eram sacrificados para observação dos aspectos anátomo-patológicos da lesão. O defeito foi criado em 19 fetos, 15 foram submetidos a correção e 4 constituíram o grupo controle. No 30º dia de gestação, 14 fetos estavam vivos, 11 no grupo submetido a correção e 3 no grupo controle. A sobrevida total foi de 73,7%. A avaliação anátomo-patológica mostrou a presença de defeito semelhante à meningomielocele em todos os casos, inclusive aqueles submetidos a correção. Conclui-se que a técnica proposta melhora a sobrevida dos fetos submetidos à realização da meningomielocele, quando comparada à única técnica previamente descrita para a confecção do defeito que apresentou uma sobrevida de 60%.

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CIRURGIA FETAL PARA CORREÇÃO DA MENINGO-MIELOCELE EM FETO DE COELHA

Pedreira DAL, Valente PR, Abou-Jamra RC, Pelarigo CL, Silva LM, Goldenberg S

Laboratório de Cirurgia Experimental - Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia

Objetivou-se desenvolver técnica para correção da meningomielocele, estabelecendo a coelha como modelo. Foram utilizadas 12 coelhas Nova Zelândia grávidas. No 23º dia de gestação (termo 30 a 32 dias) um defeito semelhante à meningomielocele foi criado em 40 fetos. Em 30 (grupo experimento) a correção foi imediatamente realizada utilizando-se três técnicas diferentes para aplicação de uma película de celulose sobre o defeito. Em 10 animais (grupo controle) nenhuma correção foi realizada. No 30º dia, os aspectos anátomo-patológicos da lesão foram comparados entre os fetos do grupo experimento e o controle. No grupo submetido a correção, a técnica (A) foi utilizada em 8 fetos, a técnica (B) foi utilizada em 7 e a técnica (C) em 15. Somente a técnica (C) teve sucesso na correção (grupo I). No 30º dia de gestação, 10 entre os 15 fetos submetidos a correção estavam vivos (67% sobrevida) e 8 entre 10 fetos sobreviveram no grupo controle (grupo II)(80% sobrevida). A avaliação anátomo-patológica mostrou sinais significativos de correção em 8 dos 10 fetos do grupo I (80% de sucesso) e todos os fetos do grupo II exibiam a meningomielocele que havia sido criada cirurgicamente. Comparando os dois grupos quanto à presença de defeito, com 30 dias de gestação, a diferença foi significante mostrando o sucesso na correção do defeito. Verifica-se que o modelo é adequado para o estudo experimental da correção cirúrgica do defeito, abrindo perspectiva de emprego de novos materiais e modificações da técnica operatória. Há vantagens no uso da coelha, por ser um animal de pequeno porte e apresentar um período gestacional curto. O feto de coelha pode ser utilizado como modelo experimental na correção da meningomielocele provocada cirurgicamente e a película de celulose foi utilizada com sucesso nesta correção.

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ESTUDO HISTOLÓGICO DO ENXERTO DE CARTILAGEM AURICULAR EM COELHOS.

Minami E, Ferreira JCR, Siqueira VJ, Seixas MT, Ramos RR, Ferreira LM

Departamento de Cirurgia da UNIFESP-EPM.

Utiliza-se, com muita frequëncia, o enxerto de cartilagem auricular para correção de deformidades em qualquer área do corpo humano. A cartilagem com múltiplas camadas é muito utilizada em rinoplastias.. O trabalho tem como objetivo avaliar a evolução do enxerto autógeno de cartilagem auricular em dorso nasal de coelhos. Foram operados 29 coelhos albinos, raça Nova Zelândia (Orytogalus cuniculus), adultos. Enxertos autógenos de cartilagem auricular foram retirados e posicionados sobre o dorso nasal. Os enxertos possuíam 3 camadas com uma face com pericôndrio voltado para a derme. Foram avaliados três grupos de estudo, segundo os períodos de pós-operatório: 2 semanas, 6 semanas e 16 semanas. A necrose foi presente e evidente nos períodos iniciais e aumentou com o decorrer do tempo, com valores estatisticamente significantes. No período de 16 semanas, a camada do meio do enxerto de 3 camadas apresentou necrose total, por falta de nutrição a partir dos tecidos vizinhos. A formação de cartilagem ocorreu a partir de duas semanas e a camada interna mostrou aumento com valores significantes no período tardio. A ossificação apresentou-se acentuada somente no período tardio de 16 semanas, principalmente na camada do meio do enxerto. Apesar dos processos degenerativos, o volume foi mantido, às custas de substituição por tecido fibroso, ossificação e, ainda, pela neoformação cartilaginosa. Os resultados permitem destacar a importância da colocação do enxerto em tecidos com boa circulação, assim como a manutenção do pericôndrio para favorecer a neoformação cartilaginosa.

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MODELO EXPERIMENTAL DE ISQUEMIA E REPERFUSÃO HEPÁTICA ASSOCIADA AO CHOQUE HEMORRÁGICO CONTROLADO NO RATO

Mantovani M, Hirano ES, Fontelles JMP, Morandin RC

Laboratório de Investigação em Cirurgia do Trauma-Disciplina de Cirurgia do Trauma, UNICAMP - Campinas-SP

No trauma hepático grave o controle inicial da hemorragia é feito com a manobra de Pringle (MP). O choque hemorrágico (CH) e a MP levam a importantes alterações metabólicas. O objetivo deste estudo é padronizar um modelo experimental com CH controlado seguido da MP, usando medidas bioquímicas e pressão arterial média (PAM) para a avaliação da isquemia/reperfusão (I/R). Foram utilizados 16 ratos machos Wistar anestesiados com cetamina/xilazina. No grupo I/R (n=8), cateterizou- se a artéria carótida direita (sangria e coleta de amostras: lactato e gasometria arteriais); a veia jugular direta (reposição volêmica) e a artéria femoral direita (PAM). O CH foi controlado com PAM=40mmHg por 20 minutos, seguido de reposição volêmica com Ringer lactato + sangue (3:1) até PAM=80mmHg; MP por 15 minutos e reperfusão (R) de 60 minutos. No grupo Controle (n=8) foram realizados somente os procedimentos anestésicos, cateterizações e coletas. No grupo I/R foram retirados, em média, 40% da volemia para estabelecer o CH e durante a MP observou-se palidez hepática, congestão venosa visceral e queda significativa da PAM (46,00 ± 3,46mmHg). Na fase R, PAM mostrou-se significativamente menor que o controle e o lactato, significativamente elevado, enquanto que a reserva de base assemelhou-se com o controle no final da R. Concluí-se que, no modelo apresentado, a elevação do lactato e a queda da PAM na fase de reperfusão indicam a má perfusão tecidual conseqüente ao choque hemorrágico e à manobra de Pringle.

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AVALIAÇÃO DE VEÍCULOS DE POMADAS NA CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS ABERTAS PADRONIZADAS EM RATOS

Minami E, Ferreira JCR, Siqueira VJ, Marques A, Brenda E, Fagundes DJ

Disciplina de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental da UNIFESP-EPM.

PÔSTER

A cicatrização em ferimentos padronizados em ratos foi analisada com veículos de pomadas. Quatro veículos de pomadas utilizados em produtos comerciais foram estudados: propilenoglicol, glicerina, lanolina e gel de petrolato. Foi também estudada uma pomada comercialmente chamada de Fibrase®(desoxirribonuclease + fibrinolisina + cloranfenicol + gel de petrolato). O grupo controle foi tratado com soro fisiológico. A avaliação da cicatrização nos animais tratados com veículos de pomadas e com Fibrase mostrou resultados semelhantes em relação ao grupo controle tratado com solução salina.

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EFEITOS A LONGO PRAZO DO TRANSPLANTE DE ILHOTAS DE LANGERHANS SOBRE AS ALTERAÇÕES CLÍNICAS E LABORATORIAIS DO RATO DIABÉTICO ALOXÂNICO

Spadella CT, Machado JLM, Caramori CA, Gregório EA

Faculdade de Medicina e Instituto de Biociências da UNESP de Botucatu

PÔSTER

A eficácia do transplante de ilhotas de Langerhans (TIL) sobre as alterações metabólicas do rato diabético induzido pela aloxana foi avaliada durante um período de seguimento de 12 meses. Cento e cinqüenta ratos Lewis isogênicos foram divididos por sorteio em três grupos experimentais: GN-constituído por 50 ratos normais não diabéticos; GD - 50 ratos diabéticos sem qualquer tratamento; GTIL - 50 ratos diabéticos que receberam TIL preparadas pela colagenase, a partir do pâncreas de doadores sadios, e injetadas na veia porta (± 1500 células/animal). Cada grupo experimental foi dividido em 5 subgrupos de 10 ratos cada um e sacrificados após 1,3,6,9 e 12 meses de seguimento, respectivamente. Parâmetros clínicos (peso, ingestão hídrica, ingestão alimentar e diurese) e laboratoriais (glicemia, glicosúria e insulina) foram documentados em todos esses períodos. Ratos normais (GN) não mostraram quaisquer alterações clínicas e laboratoriais durante o experimento, não havendo óbitos. Em contraste, quase 1/3 dos ratos do GD morreram devido à anormalidades metabólicas, pneumonia e/ou caquexia, tendo sido repostos durante a investigação. Neste grupo observou-se progressiva perda de peso nos animais, com aumento significativo da ingestão hídrica, da ingestão alimentar e da diurese, acompanhado de altas taxas de glicose sanguínea e urinária e baixos níveis séricos de insulina. Dois óbitos foram observados no GTIL devidos à hipertensão portal. Em 88% dos animais o controle metabólico foi eficaz com completa normalização da polifagia, polidipsia, poliúria, glicosúria, hiperglicemia e hipoinsulinemia. Em 12% dos ratos deste grupo o controle metabólico foi parcial ou insatisfatório. Pelo alto índice de sucesso do procedimento, o TIL pode ser considerado uma perspectiva promissora no tratamento do diabetes insulino-dependente .

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TRANSPLANTE DE ILHOTAS DE LANGERHANS BEM-SUCEDIDO NÃO PREVINE O DESENVOLVIMENTO DE NEUROPATIA PERIFÉRICA NO RATO DIABÉTICO ALOXÂNICO

Spadella CT, Machado JLM, Caramori CA, Gregório EA

Faculdade de Medicina e Instituto de Biociências da UNESP de Botucatu

PÔSTER

A neuropatia diabética periférica (NDP) é uma freqüente complicação secundária do Diabetes Mellitus, associada a grave e prolongada morbidade. Estudos prévios em nosso laboratório mostram que o transplante de ilhotas de Langerhans (TIL) é capaz de controlar as alterações metabólicas de ratos diabéticos induzidos pela aloxana por um longo período de seguimento. Assim, se o controle do estado diabético é possível com o TIL, nós investigamos se ele é também capaz de prevenir o desenvolvimento da NDP. O nervo ciático de 5 ratos normais, 5 ratos diabéticos sem tratamento e 5 ratos que receberam TIL bem-sucedido foi retirado de cada subgrupo de animais sacrificados com 1,3,6,9 e 12 meses de seguimento. Dois blocos de nervos (5 campos/bloco e 5 micrografias/bloco) foram analisados pela M.O. e M.E., em cada animal de cada subgrupo. Os parâmetros analisados em cada período foram: contagem do número de fibras nervosas mielínicas (FM) e amielínicas (FA), área transversa da fibra mielínica (Æ FM), contagem do número de depósitos de glicogênio intraxonais (G) e grau de desmielinização de fibras nervosas (D). Todas as medidas morfométricas foram feitas por Análise Digital Computadorizada utilizando o programa Imagem - Pro Plus, versão 3.0 para Windows 95/NT. Não houve alteração significativa entre os 3 grupos experimentais de nenhum parâmetro avaliado em nervos de ratos sacrificados com 1,3 e 6 meses de seguimento. Entretanto, após os 6 meses, ratos diabéticos sem tratamento apresentaram significativa diminuição no no de FM, Æ FM e grave D. Depósitos G também foram mais evidentes neste grupo (p<0,05) quando comparados com ratos normais. Apesar do eficaz controle metabólico observado em ratos que receberam TIL, a severidade de todas as lesões nervosas não diferiu da observada em ratos diabéticos sem tratamento. Pelos resultados observados podemos concluir que o TIL não preveniu a NDP apesar de haver sustentada normoglicemia.

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ALTERAÇÕES HISTOPATOLÓGICAS, DA FORÇA DE RUPTURA E DO COLÁGENO TECIDUAL DA PAREDE ABDOMINAL DE RATOS SOB EFEITO DO DICLOFENACO SÓDICO

Minossi JG, Leite CVS, Naresse LE, Rodrigues MAM, Angeleli AYO, Kobayasi S

Departamento de Cirurgia e Ortopedia da Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP

PÔSTER

Com o objetivo de estudar os efeitos do diclofenaco sódico (DS) sobre a cicatrização da parede abdominal de ratos foram utilizados 80 animais da linhagem Wistar divididos em dois grupos experimentais: Grupo 1: formado por 40 animais submetidos à laparotomia mediana e injeção intramuscular de soro fisiológico durante quatro dias. Grupo 2: formado por 40 animais submetidos à laparotomia mediana e injeção intramuscular de diclofenaco sódico durante quatro dias. Animais de ambos os grupos foram analisados no 5º, 7º, 14º e 21º dias de pós-operatório, correspondendo, respectivamente aos momentos M1, M2, M3 e M4. Em cada momento foram estudados 10 animais, sendo analisados os seguintes parâmetros: evolução clínica, força de ruptura, estudo histológico e conteúdo de colágeno tecidual da parede abdominal. Os animais do grupo tratado apresentaram como complicações: deiscência e/ou hérnia incisional, perda ponderal e taxa elevada de mortalidade, complicações estas não evidenciadas no grupo controle. Observamos também neste grupo, diminuição da força de ruptura nos momentos M2 e M3 e diminuição da concentração de colágeno tecidual nos momentos M1, M2 e M3. Ambos os parâmetros retornaram aos valores normais em M4. Quanto ao estudo histológico, concluímos que a cicatriz da parede abdominal dos animais tratados com D.S. apresentou retardo do processo cicatricial em relação aos seus controles, caracterizado por uma menor fibrogênese, menor densidade de fibras colágenas, além de um número maior de complicações, como microabscessos em torno dos fios de sutura.

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ANÁLISES DAS LESÕES PROLIFERATIVAS GÁSTRICAS (LPG) PROMOVIDAS PELO REFLUXO DUODENO-GÁSTRICO (RDG) ATRAVÉS DO PILORO

Rodrigues PA, Naresse LE, Leite CVS, Rodrigues MAM, Kobayasi S

Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP

O RDG, quando excessivo, pode estar envolvido na etiopatogenia de algumas doenças, tais como: gastrite crônica, úlcera gástrica, epitélio de Barret no esôfago, e, provavelmente, o adenocarcinoma gástrico do tipo intestinal. Assim, os objetivos deste trabalho foram: diagnosticar as LPG decorrentes do RDG e o efeito da interrupção do RDG sobre o desenvolvimento dessas lesões. Três grupos de ratos Wistar foram estudados: G1 (N = 20) Gastrotomia; G2 (N = 16) RDG por 54 semanas e G3 (N = 14) RDG por 36 semanas + interrupção do RDG, com sacrifício de todos os ratos na 54ª semana de pós-operatório. O RDG, através do piloro, foi obtido através de secção e sepultamento de ambas as bocas do jejuno, 4 cm adiante do ângulo de Treitz, seguido por gastrojejunoanastomose, na parede gástrica anterior, próximo à curvatura menor e a transição dos epitélios escamoso e glandular. As LPG foram estudadas macroscopicamente e histologicamente nas seguintes regiões: antral (A), gastrojejunoanastomose (GJ) e epitélio escamoso (E.E.). Os cortes histológicos foram corados pela Hematoxilina-Eosina. Realizou-se análise digital das áreas das LPG. No G1 não verificou-se lesões macroscópicas (LM) significativas. Nos grupos 2 e 3 diagnosticou-se LM vegetantes com as seguintes taxas de incidência: região A - G2 = 68,7% e G3 = 21,4% (p<0,01); região da GJ-G2 = 31,2% e G3 = 14,2% (p>0,30) e região do E.E. - G2 = 18,7% e G3 = 0. Na análise histológica diagnosticou-se a hiperplasia adenomatosa (HA) com incidências de: 68,75% (G2) e 50,0% (G3) na região A (p>0,30%); 43,75% (G2) e 85,71% (G3) na GJ (p<0,001). Na região do E.E. diagnosticou-se a hiperplasia escamosa (HE) com (%) de: 62,5% (G2) e 14,2% (G3) (p<0,001). O adenocarcinoma foi diagnosticado uma única vez na região da GJ no G2. As áreas das HA foram verificadas e obteve-se: na região A a mediana foi de 8,583mm2 no G2 e de 0,2690 mm2 no G3 (p< 0,001), na região da GJ obteve-se zero no G2 e 0,5295mm2 no G3 p>0,50. Conclui-se que o RDG propiciou o desenvolvimento de lesões proliferativas, predominantemente, benignas. A interrupção do RDG refreou o crescimento das áreas da HA e diminuiu a incidência da HE. O desenvolvimento do adenocarcinoma foi evento raro.

SOBRADPEC

Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento da Pesquisa em Cirurgia

VII Congresso Nacional Pernambuco

INSTITUIÇÕES:

Departamento de Cirurgia - UFPE

Hospital das Clínicas - CCS, UFPE

Instituto Materno Infantil - IMIP

Hospital da Restauração

Hospital Oswaldo Cruz - UPE

Hospital Barão de Lucena - SUS

Hospital de Câncer de Pernambuco

Fundação Altino Ventura

Departamento de Bioquímica -UFPE

Medicina Veterinária - UFRPE

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ESPLENECTOMIA E AUTO-IMPLANTE ESPLÊNICO EM PORTADORES JOVENS DE ESQUISTOSSOMOSE HEPATO-ESPLÊNICA: AVALIAÇÃO DA ADESIVIDADE E ATIVIDADE MICROBICIDA DE MONÓCITOS

Leite CRC, Brandt CT, Castro CMMB, Cartro RM, Brandt Filho C

Serviço de Cirurgia Geral da Criança - Hospital das Clínicas da UFPE; Laboratório de Imunopatologia Keiso Azami

A esquistossomose mansônica hepatoesplênica nas crianças é caracterizada por varizes sangrentas de esôfago, hipodesenvolvimento e hiperesplenismo. O tratamento cirúrgico destes pacientes inclui esplenectomia, ligadura da veia gástrica esquerda e auto-implante esplênico no omento maior. Diversos trabalhos mostram a eficácia deste último procedimento na manutenção da função imunológica, o que pode ser responsável pela diminuição da incidência da septicemia fulminante pós-esplenectomia. Os objetivos do trabalho foram analisar os aspectos funcionais de monócitos de pacientes submetidos a esse tipo de tratamento realizado no Serviço de Cirurgia Geral da Criança do Hospital das Clínicas da UFPE. Foram analisados os aspectos funcionais dos monócitos em 2 grupos de indivíduos. O 1º grupo foi constituído por 10 adolescentes voluntários sadios e o 2º por 16 adolescentes portadores de esquistossomose mansônica na forma hepatoesplênica cirúrgica, submetidos a esplenectomia, ligadura da veia gástrica esquerda e auto-implante de tecido esplênico no omento maior.Os resultados evidenciaram que não houve diferença significante entre o índice de adesividade e a geração de radical superóxido produzido pelos monócitos, entre o grupo controle e o grupo de pacientes [Índice de adesividade - Controle (X = 75,0±10,7) Paciente (X = 74,8±12,1) Produção de superóxido - Controle (1a. hora - X = 14,6±4,3 / 2ª. hora - X = 19,9±6,8) Paciente (1ª. hora - X = 19,4±5,4 / 2a. hora - X = 27,1±8,9) p>0,05]. Os aspectos funcionais analisados, de monócitos, de pacientes portadores de esquistossomose hepatoesplênica cirúrgica, submetidos à esplenectomia, ligadura da veia gástrica esquerda e auto-implante de tecido esplênico no omento maior foram similares aos de indivíduos normais da mesma faixa etária. Os resultados dão suporte a hipótese de que o auto-implante esplênico contribui para protejer os pacientes esquistossomóticos jovens submetidos a esse tipo de tratamento contra a sepse fulminante pós-esplenectomia, pela manutenção do sistema fagocítico mononuclear.

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INDICADORES DE PEROXIDAÇÃO LIPÍDICA EM PACIENTES INFECTADOS POR SCHISTOSOMA MANSONI APÓS TRATAMENTO CLÍNICO E CIRÚRGICO.

Facundo HTF, Brandt CT, Lima VLM

Departamento de Bioquímica, CCB e Departamento de Cirurgia - CCS, UFPE.

PÔSTER

A peroxidação lipídica, um dos mais investigados processos induzidos por radicais livres, é um processo complexo onde ácidos graxos poliinsaturados e outros lipídeos são oxidados formando conjugados dienos que dão origem ao malondialdeído (MDA) e hidroperóxidos de lipídeos entre outros indicadores do estresse oxidativo. Na esquistossomose mansônica, a resposta inflamatória à deposição dos ovos do Schistosoma mansoni no fígado envolve a produção de espécies reativas de oxigênio. O objetivo deste estudo foi avaliar o grau de peroxidação lipídica medida pelos níveis de MDA e conjugados dienos em indivíduos saudáveis e pacientes com esquistossomose hepatoesplenica que sofreram tratamento clínico (oxaminiquina) e cirúrgico (esplenectomia com ligadura da veia gástrica esquerda e reimplante de parte do tecido do baço). MDA foi determinado no plasma pela reação com o ácido tiobarbitúrico e os conjugados dienos foram extraídos com diclorometano nos eritrócitos como descrito por Buege and Aust (Meth. Enzymol., 52 302-310, 1978). Os resultados mostram que os níveis de conjugados dienos no grupo de pacientes foram significativamente aumentados, mas, os níveis de MDA em pacientes foram similares ao grupo controle. Embora os níveis de MDA não tenham sido alterados os resultados sugerem que nesses pacientes ocorre produção de radicais que favorecem o aumento dos níveis de conjugados dienos os quais possivelmente produzem outros indicadores do estresse oxidativo como hidroperóxidos de lipídeos.

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ACHADOS OFTALMOLÓGICOS EM JOVENS PORTADORES DE ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA HEPATOESPLÊNICA APÓS TRATAMENTO CLÍNICO E CIRÚRGICO.

Souza ACD, Brandt CT, Oréfice F, Ventura LO

Serviço de Cirurgia Geral da Criança - HC, UFPE e Fundação Altino Ventura - FAV

A esquistossomose mansônica hepatoesplênica (EHE) associa-se a lesões oculares. Estas lesões ocorrem por formação de granuloma, depósitos de imunocomplexos antígeno-anticorpo, e/ou lesão direta da larva ou do ovo na coróide ou retina, podendo ser danosas, dependendo do local acometido. Objetiva-se determinar os achados oftalmológicos em jovens portadores de EHE, tratados clinica e cirurgicamente e correlacioná-los com: tempo de acompanhamento pós tratamento; grau de fibrose hepática; e presença de infecção esquistossomótica ativa. Vinte e cinco jovens (X=18,2) portadores de EHE, tratados clinicamente e submetidos à esplenectomia, ligadura da veia gástrica esquerda e auto-implante de tecido esplênico, em bolsa, no omento maior, no Hospital das Clínicas - UFPE, durante o período de 1990 a 2001, foram avaliados através de medida da acuidade visual e refração, exames de motilidade ocular, biomicroscopia com lâmpada de fenda, oftalmoscopia direta e indireta, retinografia e angiofluoresceinografia. O tempo médio decorrido entre a cirurgia e o exame oftalmológico foi de 4,9 anos (s=2,8). Vinte e três jovens (92%) nunca haviam realizado exame oftalmológico antes. A média do equivalente esférico foi de +1,13 DE no OD e +1,11 DE no OE, atingindo acuidade visual com correção de 100,0%. A angiografia fluoresceínica realizada em todos os pacientes revelou em três pacientes (12%) a presença de imagens sugestivas de nódulos hiperfluorescentes localizados, os quais não foram observados através dos exames fundoscópicos e retinoscópicos. Encontrou-se ainda tortuosidade e aumento de calibre dos vasos, principalmente venosos, em sete jovens (28%) e atrofia do eptélio pigmentar da retina também em sete pacientes. Houve retardo da chegada de contraste no olho em três pacientes e em dez (40%) a angiofluoresceinografia estava normal. A avaliação oftalmológica em jovens portadores de EHE, tratados clínica e cirurgicamente não confirmou significativamente presença de lesões oculares por S mansoni. A tentativa de associar os achados oftalmológicos com o intervalo de tempo da cirurgia, com a intensidade da fibrose de Symmers e com a presença de infecção residual ativa também não foram significativos.

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ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA HEPATOESPLÊNICA CIRÚRGICA NA ADOLESCÊNCIA: AVALIAÇÃO CARDÍACA

Caneca OAF, Brandt CT, Figuerêdo E

Serviço de Cirurgia Geral da Criança - HC, UFPE e Centro de Medicina Cardiofetal do Hospital Português do Recife

O S. mansoni produz lesões granulomatosas pulmonares em 20% dos pacientes infectados crônicamente, podendo levar à hipertensão arterial pulmonar, com comprometimento do coração direito. O objetivo desse estudo é analisar as repercussões cardíacas resultantes do comprometimento pulmonar em pacientes esquistossomóticos hepatoesplênicos (EHE) tratados clínica e cirurgicamente, com seguimento pós-operatório médio de 5 anos. Trinta jovens portadores de EHE, previamente tratados clínica e cirurgicamente, se submeteram a avaliação cardiológica: radiografia do tórax; eletro-cardiograma; e ecodopplercardiograma. O estudo radiológico do tórax constatou, em 3 pacientes (10%), alterações sugestivas de aumento da pressão arterial pulmonar. Os exames eletrocardiogáficos apresentaram traçados sugestivos de sobrecarga ventricular direita (SVD) em 6 pacientes (18%). ao exame ecodopplercardiográfico o padrão do fluxo sistólico da artéria pulmonar foi simétrico em todos os exames. O diâmetro do ventrículo direito (VD) variou de 11 a 22mm, com média de 16,1±3,1mm; o diâmetro da artéria pulmonar (AP) variou de 20 a 28mm, com média de 22,4±2,3mm; o tempo de ejeção do ventrículo direito (TEVD) variou de 275 a 380 ms, com média de 323,4±23,3ms; o tempo de aceleração do ventrículo direito (TAcVD) variou de 80 a 135ms, com média de 118,6±11,8ms; o índice TAcVD/TEVD variou de 0,25 a 0,40, com média de 0,36±0,03% e a freqüência cardíaca variou de 49 a 88bpm, com média de 64,2±9,1bpm. Tais parâmetros foram considerados dentro da variação da normalidade para a idade dos pacientes. Concluí-se que a avaliação cardiológica de jovens portadores de EHE, previamente tratados clínica e cirurgicamente, com seguimento pós-operatório médio de cinco anos, não confirmou, significativamente, alterações cardíacas resultantes de possível comprometimento pulmonar pelo S. mansoni. Isto se deve, provavelmente, à regressão das lesões pulmonares devido aos tratamentos clínico e cirúrgico instituídos precocemente.

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DESENVOLVIMENTO PUBERAL EM JOVENS PORTADORES DE ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA NA FORMA HEPATO-ESPLÊNICA CIRÚRGICA.

Albuquerque CD, Brandt CT, Brandt FT

Serviço de Cirurgia Geral da Criança - HC, UFPE

PÔSTER

Esquistossomose hepatoesplênica (EHE) apresenta, em jovens, além da hipertensão porta, retardo do desenvolvimento somático e puberal. O presente trabalho teve como objetivos avaliar o desenvolvimento puberal desses jovens portadores de EHE, associada a varizes sangrentas de esôfago e hipodesenvolvimento somático e puberal, submetidos, quando crianças, à esplenectomia, ligadura da veia gástrica esquerda e auto-implante esplênico, após seguimento médio de quatro anos. Quarenta e um jovens do sexo masculino, de idades entre 10 e 21 anos; 26 portadores de EHE (grupo afetado), que tinham sido submetidos quando crianças a esplenectomia, ligadura da veia gástrica esquerda e auto-implante de tecido esplênico no grande epiploo, apresentando seguimento pós-operatório médio de 4 anos; e, quinze pacientes (grupo não afetado), do mesmo sexo, com história clinica, sintomas, sinais e exames complementares negativos para esquistossomose, foram incluídos na presente investigação. Houve correlação entre a classificação pelo critério etário e aquela por Tanner, em ambos os grupos. No grupo afetado, identificou-se retardo do desenvolvimento genital, já que 53% dos adultos pela idade, apresentavam genitais com características de púberes.Constatou-se que os volumes elipsóides médios do grupo afetado foram significativamente menores que os ipso-laterais do grupo não afetado (F= 9,70 e p=0,00; F= 9,78 e p=0,00; F=10,22 e p=0,00, respectivamente para testículo, esquerdo e volume médio testicular). O hipodesenvolvimento testicular embora presente nos dois grupos, predominou no grupo afetado. Verificou-se que as variações hormonais foram muito mais amplas nos pacientes do grupo afetado, notadamente para testosterona, T4 e TSH. Quanto a análise seminal, o grupo afetado apresentou maior percentual de formas anormais espermáticas e redução do metabolismo espermático. Concluí-se que os pacientes do grupo afetado apresentaram retardo do desenvolvimento puberal, do volume testicular e sinais de sofrimento espermático que podem ser conseqüentes a esquistossomose hepatoesplênica.

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DENSIDADE MÉDIA DA FIBROSE DE SYMMERS: ASSOCIAÇÃO COM GASTROPATIA EM ESQUISTOSSOMOSE CIRÚRGICA?

Figueiredo JL, Brandt CT, Almeida S, Guendler AV, Jucá N, Mendes S

Serviço de Cirurgia Geral da Criança - HC, UFPE e Instituto Materno Infantil de Pernambuco - IMIP

O relato usual de fibrose hepática, advindo do serviço de patologia, em pacientes com esquistossomose mansônica na forma hepatoesplênica cirúrgica não apresenta associação com os parâmetros clínico-hemodinâmicos e de reserva funcional hepática. A morfometria adicionou uma nova ferramenta de investigação para medir a densidade da fibrose portal nesses pacientes. A presente investigação tem por objetivo avaliar a possível associação entre a densidade média da fibrose de Symmers e a intensidade da gastropatia no pós-operatório desses pacientes, com seguimento médio de cinco anos. A histomorfometria da fibrose de Symmers foi realizada em biópsia hepática transoperatória. A histomorfometria foi feita de forma semi-automática, e classificada em 3 graus (grau II = X±1DP; grau I = menor que a X-1DP; e grau III = maior que a X+1DP). A endoscopia digestiva alta com biópsia do estômago foi realizada com endocópio infantil Pentax EPM 3300. Foram incluídos 32 portadores jovens de esquistossomose hepatoesplênica cirúrgica, operados quando crianças (esplenectomia, ligadura da veia gástrica esquerda e auto-implante de tecido esplênico). Os resultados evidenciam: gastropatia leve (fibrose grau II 11; e grau III 17) - gastropatia severa (fibrose grau I 1; grau II 1; e grau III 2). A análise pelo teste Fisher-Freeman-Halton não revela associação significante entre a densidade média da fibrose de Symmers e a intensidade da gatropatia da hipertensão porta esquistossomótica. Entretanto, os achados são preliminares e a intensidade da gastropatia pode estar associada a outros fatores, como por exemplo a colonização da mucosa gástrica pelo helicobacter pylori.

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DENSIDADE DA FIBROSE DE SYMMERS: ASSOCIAÇÃO COM VARIZES DE ESÔFAGO EM ESQUISTOSSOMOSE CIRÚRGICA?

Figueiredo JL, Brandt CT, Almeida S, Guendler AV, Jucá N, Mendes S

Serviço de Cirurgia Geral da Criança - HC, UFPE e Instituto Materno Infantil de Pernambuco - IMIP

A fibrose hepática, classificada pela histologia de rotina do departamento de patologia, em pacientes com esquistossomose cirúrgica, não apresenta associação com parâmetros clínico-hemodinâmicos e de reserva funcional hepática. A morfometria adicionou uma nova ferramenta de investigação para medir a densidade da fibrose portal nesses pacientes. A presente investigação tem por objetivo avaliar a possível associação entre a densidade média da fibrose de Symmers e o padrão de varizes esofagianas nesses pacientes. A histomorfometria da fibrose de Symmers (biópsia hepática transoperatória) foi realizada de forma semi-automática, e classificada em 3 graus (grau II = a média ±1DP; grau I = inferior a média menos 1DP; e grau III = superior a média +1DP). A endoscopia digestiva alta foi realizada com endocópio infantil Pentax EPM 3300. Foram incluídos 33 portadores jovens de esquistossomose hepatoesplênica cirúrgica, operados quando crianças (esplenectomia, ligadura da veia gástrica esquerda e auto-implante de tecido esplênico). Os resultados evidenciam: varizes de fino calibre (fibrose grau I 1; grau II 5; e grau III 9) - varizes de médio calibre (fibrose grau I 1; grau II 3; e grau III 8); e varizes de grosso calibre (fibrose grau II 1; e grau III 3). A análise pelo teste Fisher-Freeman-Halton não revela associação significante entre a densidade média da fibrose de Symmers e o grau de varizes esofagianas. Entretanto, houve uma tendência à associação entre a densidade média da fibrose de Symmers grau III e as varizes de grosso calibre.

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ESQUISTOSSOMOSE CIRÚRGICA EM JOVENS SUBMETIDOS A ESPLENECTOMIA E LIGADURA DA VEIA GÁSTRICA ESQUERDA: ESTUDO PROSPECTIVO DAS VARIZES ESOFAGEANAS.

Figueiredo JL, Brandt CT, Almeida S, Guendler AV, Jucá N, Mendes S

Serviço de Cirurgia Geral da Criança - HC, UFPE e Instituto Materno Infantil de Pernambuco - IMIP

Sangramento digestivo alto é o sintoma mais importante dos pacientes portadores de esquistossomose mansônica hepatoesplênica associada a varizes de esôfago. O presente estudo teve por objetivo avaliar, de forma prospectiva, as varizes esofageanas de jovens submetidos, quando crianças, a esplenectomia, ligadura da veia gástrica esquerda e auto-implante de tecido esplênico. Trinta e três portadores de esquistossomose hepatoesplênica cirúrgica operados com idades entre 7 e 15 anos foram incluídos. O seguimento pós-operatório médio é de 60 meses. Os tempos incluídos no estudo foram: t0- Pré-operatório; e Pós-operatório - t1 - até 1 ano; t2 - entre 1 e 3 anos; t3 - entre 3 e 6 anos e t4 - acima de 6 anos. Pré-operatório - t0- 74,2% com varizes de fino calibre; 51,6% de médio calibre; e 35,5% de grosso calibre. t1- 64,5% com varizes de fino calibre; 54,8% de médio calibre; e 19,3% de grosso calibre; t2- 61,3% com varizes de fino calibre; 35,5% de médio calibre; e 16,1% de grosso calibre. t3- 45,2% com varizes de fino calibre; 29,0% de médio calibre; e 9,7% de grosso calibre; e t4- 29,0% com varizes de fino calibre; 22,6% de médio calibre; e 6,5% de grosso calibre. Os achados dão suporte ao conceito de que a esplenectomia e ligadura da veia gástrica esquerda reduzem as varizes esofageanas de grosso calibre, a longo prazo (Teste de Cochran p<0,0173). A conduta cirúrgica de esplenectomia e ligadura da veia gástrica esquerda se associa, no seguimento a longo prazo, na diminuição da freqüência das varizes esofageanas de grosso calibre, encontradas antes do tratamento cirúrgico.

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PREVALÊNCIA DE HELICOBACTER PYLORI EM JOVENS PORTADORES DE ESQUISTOSSOMOSE HEPATOESPLÊNICA CIRÚRGICA.

Figueiredo JL, Brandt CT, Almeida S, Guendler AV, Jucá N, Mendes S

Serviço de Cirurgia Geral da Criança - HC, UFPE e Instituto Materno Infantil de Pernambuco, IMIP

O H. Pylori coloniza a mucosa gástrica humana, induzindo inflamação e resposta imune local. Sua importância na doença ulcerosa, péptica, no câncer gástrico e linfoma "Malt" não é mais questionada. Pesquisadores têm chamado atenção para as repercussões gástricas da associação entre a cirrose hepática e a infecção por essa bactéria gram-negativa. Considerando que o paciente portador de esquistossomose é suscetível a infecção H.Pylori, foi objetivo do presente estudo observar a prevalência do H. Pylori em jovens esquistossomóticos submetidos, quando crianças, a esplenectomia, ligadura de veia gástrica esquerda e auto implante de tecido esplênico no omento maior. Trinta e três pacientes portadores de esquistossomose hepato-esplênica cirúrgica, operados com idade entre 7 e 15 anos, foram incluídos no presente estudo. Todos os pacientes receberam intensa antibioticoterapia no pós-operatório imediato. O seguimento pós-operatório médio é de 60 meses. Em todos os pacientes foi realizada endoscopia digestiva alta com biópsia gástrica para pesquisa de H. Pylori, nos seguintes tempos pós-operatórios: t1 - até 1 ano; t2 - entre 1 e 3 anos; t3 - entre 3 e 6 anos; e t4 - acima de 6 anos. Pós-operatório - t1 - 3% dos pacientes apresentaram infecção gástrica pelo H. Pylori ; t2 - 9,1% ; t3 - 12,1% ; e t4 - 27,3%. [ teste de Cochran (p = 0,043)]. Observa-se um aumento na prevalência de H.Pylori, no seguimento, a longo prazo, nos pacientes submetidos a esplenectomia e ligadura da veia gástrica esquerda com auto-implante de tecido esplênico no omento maior. Pode-se especular que esses pacientes tenham sido curados da infecção por H. Pylori no pós-operatório imediato e que esse aumento de prevalência de infecção gástrica possa representar a história natural de nova re-infecção.

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PAPILOMATOSE RESPIRATÓRIA RECORRENTE

Souza Leão R, Silveira FCA, Pontes Jr. AV, Vianna C, Gurgel E,Caldas N

Serviço de Otorrinolarigologia - HC, UFPE

Papilomatose respiratória recorrente, doença neoplásica benigna, com aspectos clínicos e histológicos bem caracterizados, apresenta fatores relacionados com o aparecimento e evolução imprevisíveis. Devido ao caráter recorrente desta doença, requerem mútiplas cirurgias e apresentam tendência a recidiva. Algumas formas agressivas se propagam para vias respiratórias inferiores. As principais complicações incluem: a implantação e disseminação dos papilomas para a traquéia, brônquios, pulmão e esôfago. As complicações relacionados ao tratamento são: sinéquias e estenose laríngea. A presente investigação teve como objetivo avaliar os resultados do tratamento dessa doença, no período de 1998 a 2001. Foram tratados sete casos, que apresentaram complicações relacionadas à papilomatose laríngea recorrente e ao seu tratamento. Quatro eram do sexo feminino e três masculino. A idade variou de 4 a 11 anos. Quatro pacientes tinham sido operados previamente pela papilomatose, três foram encaminhados de outro serviço.Todos os pacientes estavam com dispnéia e um apresentava traqueostomia prévia. Os pacientes foram admitidos como recidiva da doença, fazendo parte do protocolo do serviço. Eram submetidos a Raio X de tórax, videolaringoscopia flexível, internamento e agendado cirurgia sintomática de urgência. A laringoscopia flexível também foi realizado pelo orifício do traqueóstomo. As complicações encontradas foram sinéquia de comissura anterior em dois pacientes, disseminação para a traquéia em 4 pacientes, e disseminação traqueal até carina em um paciente. Este último foi submetido a tomografia computadorizada para investigação de possível acometimento de vias aéreas inferiores, a qual não evidenciou alterações no parênquima pulmonar. Os pacientes com sinéquia foram submetidos a traqueostomia e a laringoplastia, que permitiu retirar a cânula em todos os casos. Os papilomas de traquéia foram ressecados. O paciente com papilomas extendendo-se até a carina e traqueostomizado, apresentava também papilomas no local do traqueostomo, que foi retirado com melhora da dispnéia. Os resultados obtidos com as condutas tomadas foram similares aos bons serviços da especialidade.

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PREVALÊNCIA DE MIRINGOESCLEROSE EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS - ESTUDO PRELIMINAR RETROSPECTIVO EM 116 PACIENTES

Leal M, Alves Júnior G, Lessa F, Caldas Neto S, Caldas N

Serviço de Otorrinolaringologia - HC, UFPE

A timpanosclerose é uma alteração patológica da lâmina própria da orelha média, resultante de processos inflamatórios, que envolve a deposição de cálcio neste tecido. O objetivo do presente estudo foi avaliar a influência de distúrbios do metabolismo do cálcio neste processo e estudando a prevalência de miringoesclerose em pacientes com insuficiência renal crônica.Foram estudados 116 pacientes renais crônicos do Serviço de Nefrologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, denominada clínica A (29 pacientes) e do Nefrocentro Martiniano Fernandes, clínica B (87 pacientes). Esses pacientes, foram submetidos a um questionário e otoscopia, confirmada por um segundo examinador. Trata-se de um estudo descritivo tipo corte transversal. Em relação à distribuição por sexo, 50,9% (59) eram do sexo feminino e 49,1% (57), do masculino. Quanto à cor, 72,4% (84) era de cor parda , 25% (29), negra e 2,6% (3), branca. A idade média desses pacientes foi de 44,9 anos (+ - 15.7), sendo a mínima de 16 e a máxima de 88 anos. A prevalência encontrada de miringoesclerose na otoscopia foi de 9.5% (11), sendo de11,1% (3) na clínica A e de 9,2%(8 )na clínica B. Os autores concluem que prevalência de miringoesclerose no grupo de pacientes estudados foi semelhante à relatada na literatura em pacientes com OMC. Este é um estudo preliminar que levanta a possibilidade de que os distúrbios do metabolismo do cálcio encontrado em pacientes renais crônicos tenham alguma participação na etiopatogenia da timpanosclerose.

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UMA MODIFICAÇÃO DA TÉCNICA DE MUSTARDE PARA OTOPLASTIA: EXPERIÊNCIA DE 11 CASOS.

Silveira FCA, Souza Leão R, Pontes Jr. AV, Gurgel E, Caldas N

Serviço de Otorrinolaringologia - HC, UFPE

PÔSTER

A " orelha de abano", malformação hereditária, acarreta problemas psicológicos para o indivíduo. Mustarde, em 1963, introduziu as suturas em "U" sem remoção de partes cartilaginosas para correção da "orelha de abano". A presente investigação teve como objetivo avaliar os resultados de uma variante da técnica de Mustarde na correção da "orelha de abano". Onze pacientes foram submetidos a otoplastia eletiva entre 1995 e 2001. Cinco eram do sexo masculino e sete feminino. A idade variou de 9 a 27 anos. Foi utilizado numa variacão da técnica de Mustarde, que baseia-se numa incisão fusiforme da porcão posterior do pavilhão auricular envolvendo a região da antihelix e da conha (porcão medial), com retirada da pele e tecido subcutâneo. Realiza-se 4 a 5 incisões no sentido longitudinal do pavilhão, na área exposta da cartilagem, com o cuidado de não transfixá-la. Estas incisões são feitas de maneira homogênea. Posteriormente, utilizam-se agulhas que servem como guia para a delimitacão dos pontos aonde irão ser realizados as suturas, e esses locais são demarcados com verde brilhante.As suturas são realizadas com pontos em "U" pela cartilagem com o cuidado de não transfixá-las e envolver a pele anterior do pavilhão. Utiliza-se mono nylon 4-0 incolor. São mantidos em reparo inicialmente e posteriomente fixados um a um, manobra esta que facilita a realizacão das suturas. O tempo cirúrgico médio foi de 1,5h. Os pacientes foram acompanhados por períodos regulares. A primeira visita com 48h e visitas subsequentes com 9 dias, 3 semanas e 1 mês após o procedimento cirúrgico. Após esta última, alta ambulatorial com visitas regulares de 6 meses. Todos os pacientes ficaram satisfeitos com o resultado atingido. Houve deiscência de um ponto na cartilagem de um paciente (9 %) , observado após 48h de cirurgia, sendo esta a única complicação observada que foi corrigida com anestesia local, com bom resultado final. A técnica apresentada é de fácil aprendizado, com resultados duradouros e com um ótimo índice de satisfação pelos pacientes e poucas complicaões.

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EMISSÕES OTOACÚSTICAS: UMA INTERVENÇÃO PRECOCE EM INDIVÍDUOS EXPOSTOS À RUÍDO

Silveira FCA, Souza Leão R, Campelo M, Barbosa J, Caldas N

Serviço de Otorrinolaringologia - HC, UFPE

As emissões otoacústicas produto de distorção (DPOAE) é a energia que se origina da cóclea pela interação não linear de dois tons puros aplicados simultaneamente, fornecendo a possibilidade de testar a cóclea por freqüências específicas. Considerando-se que as Emissões Otoacústicas Produto de Distorção (DPOAEs) apresentam alta sensibilidade para estágios iniciais de disfunção coclear, detectando lesões de células ciliadas externas precocemente, antes que a perda auditiva se instale à nível do limiar auditivo tonal, resolvemos realizar uma pesquisa que tem como objetivo analisar as DPOAEs em sujeitos com audição normal expostos à ruído. Foram avaliadas 40 orelhas de indivíduos de ambos os sexos, com idade entre 20 e 50 anos com histórico de exposição à ruído acima de 85dBs por mais de 5 anos e jornada de trabalho de 8 horas diárias. Os resultados obtidos demonstraram que é significativa a incidência de ocorrência de DPOAE fora dos padrões de normalidade. Pode- se concluir que DPOAE é um teste complementar que deveria ser utilizada na preservação e monitoramento da integridade da função coclear em pessoas expostas à ruído.

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FIBROHISTIOCTITOMA MALIGNO: ANÁLISE DE 35 CASOS

Leite CRC, Viana MG, Melo RV, Santa Filho VA, Leite IRB

Hospital de Câncer de Pernambuco

O fibrohistiocitoma maligno (FHM) é um sarcoma de partes moles com histologia múltipla, sendo constituído por elementos histiocíticos e fibroblásticos. Foram estudados 35 pacientes portadores de FHM, tratados no Serviço de Cirurgia Geral do Hospital de Câncer de Pernambuco, entre 1995 e 1999. Foram avaliados: faixa etária, sexo, situação na 1ª consulta, apresentação clínica, topografia e características, estadiamento, tratamentos, taxa de recidiva, intervalo livre de doença, sobrevida e mortalidade. A doença teve dois picos de incidência: entre 41 e 50 anos (20%) e 61 e 70 (26%), sendo que 66% dos pacientes tinham mais de 50 anos. A idade variou de 26 a 89 anos, com média de 59. Houve predomínio do sexo masculino (57%) em relação ao feminino. Em 20 casos (57%), o paciente chegou à 1º consulta com sinais e sintomas que sugeriam sarcoma e em 10 o paciente foi encaminhado de outros serviços já com biópsia de FHM. Tumor esteve presente em 66% dos casos e dor em 31% . Os membros foram os locais mais acometidos (77%), sendo o membro inferior mais atingido (54%). Ressalta-se, pela raridade, um caso envolvendo o pênis e um a mama. A apresentação inicial foi de massa palpável em 22 pacientes (63%), e nódulo em 6 (17%). Lesão ulcerada foi encontrada em 2 casos. O estadiamento TNM revelou que a grande maioria apresentava tumores T1 (69%). Metástase linfonodal foi encontrada em um caso, e à distância em 6 (17%). A cirurgia mais realizada foi a ressecção alargada (63%), seguida pela amputação do membro (20%). A operação de Thikof - Limberg (hemipelvectomia interna) foi realizada em um caso. Tratamento sistêmico foi administrado em 9 pacientes (26%) e radioterapia em 6 (17%). As taxas de recidiva, mortalidade foram de 31% e 23%, respectivamente. Os autores concluem que o FHM é um tumor que pode ser localmente destrutivo e ter alta recorrência após ressecção local com margens insuficientes. Concluí-se que os fibrohistiocitomas malígnos são tumores com alta taxa de recorrência local e freqüentes metástases, as quais conduzem geralmente à morte do paciente. Têm, portanto, prognóstico imprevisível e requerem prolongada vigilância pós-operatória.

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EFEITO DA OOFORECTOMIA PROFILÁTICA DA SOBREVIDA DE PACIENTES EM CÂNCER DE MAMA

Lima JQ, Falk JA, Leite CRC, Lima CEQ

Hospital de Câncer de Pernambuco, Recife - PE

A ooforectomia foi proposta por Schinzer, em 1889, como uma forma terapêutica em pacientes com câncer de mama. O objetivo do trabalho foi avaliar a influência deste procedimento na sobrevida após cirurgia da mama. Foi feita uma análise de 570 pacientes com câncer de mama, entre 1952 e 1997. Um grupo estudo (n=241) foi tratado com cirurgia mamária + ooforectomia profilática e o outro (n=329) com apenas o protocolo normal de cirurgia de mama. Os grupos são analisados por fator de risco, bem como por localização topográfica, tamanho e estadiamento do tumor. O grupo de estudo apresentava uma percentagem maior de tumores nos estádios II, III, e IV, e mais tumores nos tamanhos T3, e T4, sugerindo, aparentemente, que o grupo deveria apresentar um prognóstico de sobrevida menor daquela do grupo de controle. A média de sobrevida foi significativamente maior, neste grupo, para os tumores do tamanho T1 e T2. Para tumores T3, a média de sobrevida foi maior, mas não estatisticamente significativa. Em termos de tumores T4, a sobrevida foi maior, de fato, no grupo controle, mas também não foi estatisticamente significativa. Observando o estadiamento, um quadro similar foi registrado. A sobrevida para os estádios I e II foi estatisticamente maior no grupo estudo. Também, foi maior para tumores no estádio III, mas não foi estatisticamente significativa. Em termos dos tumores do estádio IV, por outro lado, o grupo controle apresentava uma média de sobrevida maior, mas não estatisticamente significativa. Isto foi especialmente observado nos casos dos tumores T1 e T2. Para tumores T3, a média de sobrevida foi maior, mas não estatisticamente significativa. Em termos de tumores T4, a média de sobrevida foi maior, de fato, no grupo controle, mas também não foi estatisticamente significativa. Os dados demonstraram, também, que a sobrevida é estatísticamente maior somente em pacientes de câncer de mama com um número pequeno de linfonodos positivos (menos de que 4). Os resultados demonstram que a cirurgia de câncer de mama apresentou melhores resultados, em termos de sobrevida, quando for acompanhada de ooforectomia profilática.

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HISTERECTOMIA VAGINAL SEM PROLÁPSO - EXPERIÊNCIA INICIAL NO IMIP

Amorim MMR, Costa AAR, Santos LC, Barradas P, da Hora AMT

Instituto Materno-Infantil de Pernambuco - IMIP

PÔSTER

A histerectomia total por via vaginal constitui uma opção cirúrgica a ser considerada em pacientes com indicação de histerectomia, descrevendo-se uma menor morbidade em relação à via abdominal. Objetivou-se avaliar os resultados trans e pós-operatórios de 33 pacientes submetidas a histerectomia total por via vaginal no CAM IMIP. Realizou-se um estudo descritivo incluindo 33 pacientes, sem prolapso genital ou doenças anexiais, submetidas a histerectomia vaginal no IMIP entre 2000 e 2001.Analisaram-se as seguintes variáveis: tempo de cirurgia, tempo de permanência hospitalar, taxa de infecção, frequência de dor pós-operatória, perda sanguínea trans-operatória e as principais complicações. A análise estatística foi realizada com o programa Epi-Info 2000. A média de idade foi de 46 anos, variando de 33 a 70 anos. A mediana de duração da cirurgia foi de 105 minutos. A mediana de perda sanguínea estimada após coleta pós-operatória foi de 55ml. Em torno de 15% das pacientes apresentaram vômitos. A maioria não teve qualquer complicação. Dor pós-operatória ocorreu em 69,7% dos procedimentos, cedendo com analgésicos comuns. A freqüência de infecção foi de 6,1%. Em 50% das mulheres o tempo de permanência hospitalar foi de 48 horas. Concluí-se que a histerectomia vaginal na ausência de prolapso parece constituir um procedimento seguro e com baixo índice de complicações.

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FATORES PROGNÓSTICOS PARA ÓBITO EM RECÉM-NASCIDOS COM ONFALOCELE OPERADOS NO IMIP

Sabino E, Amorim M, Costa AAR, Araújo CC, Santos RVM, Falbo Neto G

Instituto Materno-Infantil de Pernambuco - IMIP

Onfalocele constitui um defeito de fechamento da parede abdominal anterior que pode se associar com outras malformações e com prognóstico adverso.Objetivou-se determinar os fatores associados com óbito neonatal em casos de onfalocele operados em um hospital terciário. Realizou-se um estudo retrospectivo tipo corte transversal, incluindo 53 casos de onfalocele operados no IMIP, Recife-Brasil, entre janeiro de 1995 e maio de 2001. A variável dependente foi morte neonatal e as independentes foram: diagnóstico pré-natal, local e tipo de parto, idade gestacional, peso ao nascer, localização e integridade da onfalocele, presença de fígado, malformações associadas, intervalo entre parto-cirurgia, correção cirúrgica primária ou em estágios, necessidade de ventilação mecânica assistida, nutrição parenteral e infecção pós-operatória. Calculou-se a razão de prevalência (RP) de morte neonatal com intervalo de confiança a 95%, realizando-se análise de regressão logística múltipla para determinar o risco ajustado de óbito. A letalidade foi de 18,9% (10 casos), verificando-se um risco de morte significativamente maior para as seguintes variáveis: prematuridade (8 vezes maior), peso < 2500 gramas (3,8 vezes), onfalocele de localização superior (4,6 vezes), malformações associadas (4,2 vezes), intervalo parto-cirurgia maior que 12 horas (4,2 vezes), correção cirúrgica em estágios (11 vezes), ventilação mecânica assistida (3,3 vezes) e infecção pós-operatória (4,5 vezes). Não houve associação entre morte e as outras variáveis. As malformações mais freqüentes foram as cardíacas (6 casos). Na análise multivariada, persistiram com forte associação ao óbito: prematuridade, correção cirúrgica em estágios e intervalo parto-cirurgia maior que 12 horas. Concluí-se que os principais fatores adversos aumentando o risco de óbito em recém-nascidos com onfalocele são prematuridade, baixo-peso, localização superior, malformações associadas, intervalo parto-cirurgia maior que 12 horas, correção cirúrgica em estágios, ventilação mecânica assistida e infecção pós-operatória.

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GASTROSQUISE: ANÁLISE DE 49 CASOS ATENDIDOS NO IMIP

Vilela PC, Amorim MMR, Falbo Neto GH, Santos LC, Araújo CC, SantosRVM

Instituto Materno Infantil de Pernambuco - IMIP

Gastrosquise é um defeito de fechamento da parede abdominal raro, e tanto suas características como os resultados do tratamento cirúrgico não foram ainda estudados, em Pernambuco. O objetivo do presente trabalho foi descrever as principais características e os resultados pós-operatórios dos casos de gastrosquise atendidos no Instituto Materno-Infantil de Pernambuco (IMIP). Foram incluídos 49 casos de gastrosquise atendidos no IMIP entre 1995 a 2001. Analisaram-se as variáveis: presença de diagnóstico pré-natal, idade gestacional, local do parto, tipo de parto, peso ao nascer, intervalo parto-admissão e admissão e parto-correção cirúrgica, malformações associadas, tipo de correção cirúrgica, evolução pós-operatória, duração do internamento e resultado final (alta ou óbito). A maioria dos casos de gastrosquise operados no IMIP foram provenientes de outros hospitais, do Recife ou de outras cidades de Pernambuco (mais de 70%), apenas 24,5% tinham diagnóstico pré-natal e o percentual de cesárea foi de 35%. A freqüência de prematuridade foi elevada, em torno de 37%, com um grande percentual de recém-nascidos de baixo peso (55%) e pequenos para a idade gestacional (24,5%). Seis casos tinham atresia intestinal associada (12,2%). A mediana do intervalo entre parto e admissão no IMIP e parto-correção cirúrgica foi de, respectivamente, duas e seis horas. Fechamento primário foi realizado em 57% dos casos e 61% necessitaram de ventilação mecânica. A duração da nutrição parenteral variou entre dois e 41 dias (mediana 9 dias). Quase 70% dos recém-nascidos apresentaram infecção e a freqüência de óbito foi de 53%, variando a permanência hospitalar de um a 57 dias (mediana de 17 dias). Pode-se concluir que ocorreu uma elevada letalidade por gastrosquise (53%), possivelmente determinada por fatores como falta de diagnóstico pré-natal, prematuridade, baixo-peso e condições inadequadas de transporte neonatal.

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VÁCUO-EXTRAÇÃO - EXPERIÊNCIA PRELIMINAR NO CAM-IMIP

Amorim MMR, Costa AAR, Katz L, Coêlho ICCAN, Santos LC

Instituto Materno-Infantil de Pernambuco - IMIP

PÔSTER

Apesar de abandonado no Brasil por muitos anos, o uso do vácuo-extrator para o parto instrumental foi reintroduzido recentemente em nosso meio. descrever a experiência inicial do IMIP com o uso do vácuo-extrator, determinando os resultados maternos e perinatais. Realizou-se um estudo de coorte, incluindo 25 casos em que foi usado o vácuo-extrator, entre agosto de 2000 e abril de 2001. Os critérios de inclusão foram: gestação única, a termo, feto vivo em apresentação cefálica, occipito-púbica, IV plano de Hodges, com boa vitalidade e presença dos critérios de aplicabilidade para o vácuo. Utilizou-se o aparelho MITYVAC II com pressão de vácuo entre 40-60 cmHg e máximo de três tentativas. Analisaram-se as seguintes variáveis: duração do período expulsivo, sucesso da vácuo-extração (parto vaginal), escores de Apgar, tocotraumatismos maternos e fetais. A mediana de duração do período expulsivo foi de 40 minutos, sendo o vácuo-extrator bem-sucedido com extração fetal em 19 casos (76%). O procedimento foi abandonado em 4 casos por desacoplamento da ventosa por mais de 3 vezes (16%). Destes 4 casos, o parto ocorreu espontaneamente em 2 (8%) e foi ultimado a fórceps em 2 pacientes (8%). Em dois casos (8%) preferiu-se indicar cesárea por alteração da ausculta fetal. Houve dois casos de escore de Apgar menor que 7 no primeiro minuto (8%), e nenhum no quinto minuto. Episiotomia foi realizada em 8 casos (32%). Lacerações mínimas de pele e mucosa ocorreram em 5 casos (20%). O tocotraumatismo fetal mais freqüente foi a bossa serossanguínea (80% dos casos), com o chignon característico, porém não houve outras lesões fetais confirmadas. Não houve complicações maternas. A taxa de sucesso com a vácuo-extração no IMIP não foi tão alta como a apresentada pela literatura, provavelmente em decorrência do aprendizado do método, porém não houve complicações maternas e perinatais.

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ESTUDO LINFOCINTIGRÁFICO DA MORFOLOGIA DA DESEMBOCADURA DO DUCTO TORÁCICO

Marques E, Brandt CT, Von Sohsten W, Marques SR, Negreiros L

Departamento de Cirurgia - HC, UFPE

O ducto torácico, maior vaso linfático do corpo humano torácico apresenta as características de uma estrutura anatômica inconstante. Isto é confirmado pelas variações anatômicas encontradas no adulto, quando dois ou mais ductos principais estão presentes em seu trajeto em cerca de 40 a 60% das pessoas. Vários estudos, quase sempre baseados na dissecção de cadáveres ou na linfoangiografia convencional, foram realizados com o objetivo de estudar a anatomia do ducto torácico, porém na maioria destes pouca atenção foi dada a região da sua desembocadura. A presente investigação teve como objetivo estudar a desembocadura do ducto torácico com o uso da linfocintigrafia, visando com isso adicionar informações aos procedimentos cirúrgicos realizados no território dos vasos da base. Foram analisadas 535 linfocintigrafias, realizadas em 288 pacientes adultos do sexo masculino e 247 do sexo feminino, no Serviço de Medicina Nuclear do Hospital das Clínicas-UFPE, no período de Janeiro de 1993 a Março de 1999. O estudo linfocintigráfico foi realizado através da injeção subcutânea, no primeiro espaço interdigital de cada pé, de 1 ml da Solução de Dextran 500 marcado com Tc 99m( 5mCi ). Em 424 pacientes (79,3%) foi possível visualizar a desembocadura do ducto torácico. Os achados permitem definir como sítios mais comuns da desembocadura do ducto torácico respectivamente: Junção jugulo- subclávia esquerda (87,3%), junção jugulo-subcávia bilateral (11,1%) e junção jugulo-subcávia direita (1,6%). Os resultados são similares aos da literatura, em relação à presença de variações anatômicas na desembocadura do ducto torácico, entretanto evidenciam a importância da linfocintigrafia neste estudo. Permitem, ainda, estabelecer, de forma não invasiva, uma classificação morfológica-linfocintigráfica para a desembocadura do ducto torácico.

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MODIFICAÇÕES DA DISTÂNCIA HORIZONTAL DA JUNÇÃO URETROVESICAL DECORRENTES DA CIRURGIA DE KELLY-KENNEDY EM MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO.

Brandt FT, Albuquerque CDC, Leal CB, Thé AC, Galvão A, Ávila M

Hospital das Clínicas - CCS, UFPE e Clínica Radiológica Lucilo Ávila Jr

PÔSTER

O tratamento cirúrgico da IUE pode ser realizado por mais de 100 técnicas. Por via vaginal, a mais usada é a do tipo Kelly-Kennedy (KK). Uma das principais questões em relação ao tratamento cirúrgico é determinar o que ele provoca na distância horizontal da junção uretrovesical (DHJUV). Objetivou-se nesse estudo avaliar, de forma inédita, as alterações provocadas nesta posição decorrentes da cirurgia à KK em pacientes com IUE. Foram estudadas antes e após a cirurgia do tipo KK quinze pacientes com IUE clínica. A avaliação da DHJUV foi realizada com USG transvulvar através de metodologia proposta por Brandt e cols. O exame foi realizado em repouso e com a manobra de Valsalva, determinando-se também o deslocamento horizontal da JUV. Antes e após a cirurgia: deslocamento horizontal médio (7mm x 6mm, p= 0,4288), DHJUV médio em repouso (15mm x 12mm, p= 0,0125) e em esforço (20mm x 11mm, p= 0,0169). Pode-se concluir que: 1- A cirurgia do tipo KK em pacientes com IUE diminui a distância horizontal da JUV em repouso e em esforço; 2- A cirurgia do tipo KK não altera o deslocamento horizontal da JUV.

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INFLUÊNCIA DO VOLUME VESICAL NO DESLOCAMENTO DA DISTÂNCIA PUBO-URETRAL EM MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO.

Brandt FT, Albuquerque CDC, Arraes AF, Thé AC, Pires L, Ávila M

Hospital das Clínicas - CCS, UFPE e Clínica Radiológica Lucilo Ávila Jr

PÔSTER

Sabe-se que a distância pubo-uretral (DPU) aumenta durante o processo fisiológico da micção e que isto ocorre anormalmente nas pessoas com incontinência urinária de esforço (IUE). O trabalho visa avaliar se há diferença significativa em aferir tal parâmetro por ultrassonografia (USG) da DPU com a bexiga cheia e com a mesma vazia. Foram estudadas 27 pacientes, encaminhadas pelo serviço da Uroginecologia do HC-UFPE, portadoras de queixas de IUE. Após anamnese e exame físico, as pacientes foram submetidas a 2 ultra-sonografias da JUV, sendo uma com a bexiga cheia e outra logo após o esvaziamento da mesma (deixando no máximo 50ml de urina), ambas aferindo a DPU durante repouso e esforço (produzido por manobra de Valsalva), obtendo seu deslocamento. O aparelho utilizado foi um ALOKA com transdutor vaginal de 7 MHz e o médico ultra-sonografista foi o mesmo em todos os exames. Os resultados referentes à DPU estão apresentados na tabela.

Concluí-se que o volume vesical não interfere na avaliação da distância pubouretral.

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INFLUÊNCIA DO VOLUME VESICAL NO DESLOCAMENTO VERTICAL DA DISTÂNCIA URETROVESICAL EM MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO.

Brandt FT, Albuquerque CDC, Falcão R, Thé AC, Ávila M, Ávila M

Hospital das Clínicas - CCS, UFPE e Clínica Radiológica Lucilo Ávila Jr

PÔSTER

A ultra-sonografia (USG) da junção uretrovesical (JUV) tem se tornando importante exame diagnóstico para incontinência urinária de esforço (IUE). Este trabalho tem como objetivo avaliar se há diferença significativa no comportamento vertical da JUV comparando os exames ultra-sonográficos realizados com a bexiga cheia e com a mesma vazia. Foram estudadas 27 pacientes, encaminhadas pelo serviço da Uroginecologia do HC-UFPE, portadoras de queixas de IUE. Após anamnese e exame físico, as pacientes foram submetidas a 2 ultra-sonografias da JUV, sendo uma com a bexiga cheia e outra logo após o esvaziamento da mesma (deixando no máximo 50ml de urina), ambas aferindo a posição da JUV durante repouso e esforço (produzido por manobra de Valsalva), obtendo seu deslocamento vertical. O aparelho utilizado foi um ALOKA com transdutor vaginal de 7 MHz e o médico ultra-sonografista foi o mesmo em todos os exames. O deslocamento vertical da JUV variou na amostra estudada da seguinte maneira: os valores mínimos foram de 5mm para bexiga vazia e 2mm para cheia; os máximos foram de 40mm e 29mm respectivamente, sendo que a mediana de ambas foi 16mm para vazia e 10mm para cheia. P<0,05 H=6,8117, a variação da DVJUV conforme o volume vesical estão apresentados na tabela.

Concluí-se que: 1- Há diferença na avaliação vertical da JUV quando o ultra-som é realizado com bexiga cheia e com a bexiga vazia; 2- O deslocamento vertical da JUV é maior com a bexiga vazia do que com a bexiga cheia.

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MODIFICAÇÕES DA DISTÂNCIA VERTICAL DA JUNÇÃO URETROVESICAL DECORRENTES DA CIRURGIA DE KELLY-KENNEDY EM MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO.

Brandt FT, Albuquerque CDC, Leal CB, Thé AC, Barbosa CD, Ávila M

Hospital das Clínicas - CCS, UFPE e Clínica Radiológica Lucilo Ávila Jr

PÔSTER

O tratamento cirúrgico da IUE pode ser realizado por mais de 100 técnicas. Por via vaginal, a mais usada é a do tipo Kelly-Kennedy (KK). Sabe-se que a medida do deslocamento vertical da junção uretrovesical (JUV) pode ser utilizada para diagnóstico da IUE através de USG, entretanto ainda não se determinou as alterações que o tratamento cirúrgico provoca nesta medida. Objetivou-se nesse estudo avaliar, de forma inédita, as alterações na distância vertical da JUV (DVJUV), decorrentes da cirurgia à KK em pacientes com IUE. Foram estudadas antes e após a cirurgia do tipo KK quinze pacientes com IUE clínica. A avaliação da DVJUV foi realizada com USG transvulvar. O exame foi realizado em repouso e com a manobra de Valsalva, determinando-se também o deslocamento vertical da JUV. Obteve-se os seguintes resultados: 1- DVJUV médio em repouso antes e após a cirurgia (14mm x 17mm, p= 0,1230), 2-DVJUV médio em esforço (-6mm x 11mm, p= 0,0009), 3- deslocamento médio (20mm x 8mm, p= 0,0005). Concluí-se que a cirurgia do tipo kk em pacientes com IUE: 1- não altera a distância vertical da JUV em repouso; 2- aumenta a distância vertical da JUV em esforço; 3- diminui o deslocamento vertical da JUV.

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FATORES DE RISCO DE SANGRAMENTO POR VARIZES DO ESÔFAGO EM ESQUISTOSSOMÓTICOS SUBMETIDOS A ESPLENECTOMIA E LIGADURA DA VEIA GÁSTRICA ESQUERDA(ELGE).

Evangelista Neto J, Pereira F, Lacerda CM, França S, Amaral F

Serviço de Cirurgia Geral - Hospital Universitário Oswaldo Cruz - UPE

A ELGE tem sido realizada como cirurgia de eleição na hipertensão portal esquistossomótica. A pressão nas varizes do esôfago e os parâmetros: calibre; extensão; cor; e sinais de cor vermelha são considerados fatores preditivos de sangramento por varizes esofágicas. Portanto, interessa investigar o impacto da ELGE sobre esses fatores na perspectiva de avaliar sua eficácia terapêutica. Foi realizado um estudo em 21 pacientes esquistossomóticos, com antecedentes de hemorragia digestiva alta (HDA), submetidos a ELGE entre 1999 e 2000. Onze eram do sexo masculino(52%) e tinham idade entre 28 e 66 anos(média de 43 anos). Através de exames endoscópicos, realizados no pré-op. e pós-op.(6o mês), foram avaliados: pressão nas varizes esofágicas, pela técnica do balão inflável; calibre, extensão, cor e sinais de cor vermelha(SCV) nas varizes do esôfago. Os resultados estão na tabela.

Não houve recidiva hemorrágica com tempo médio de seguimento de 19 meses. Concluí-se que a ELGE, em esquistossomóticos hépatoesplênicos, com antecedentes de HDA, determinou redução na pressão, no calibre e na freqüência de sinais de cor vermelha nas varizes do esôfago e mostrou-se eficaz no controle do sangramento no seguimento pós-operatório de médio prazo.

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AVALIAÇÃO PRELIMINAR DA RADIO E QUIMIOTERAPIA PRÉ-OPERATÓRIA NO ADENOCARCINOMA DO RETO

Lucena MT, Sarmento Filho F, Silva MM, Monteiro F, Interaminense A, Roesler E

Hospital Barão de Lucena - SUS-PE

No Brasil são relatados cerca de 20.000 novos casos de câncer colorretal/ano. Cerca de 50% deles morrerão pela doença. A cirurgia isolada, muitas vezes falha no controle do câncer retal em 30% dos casos. Esse risco aumenta com a profundidade de invasão na parede do reto, com o envolvimento das margens cirúrgicas ou com a presença de doença macro ou microscópica. Têm-se utilizado a radioterapia (RXT) adjuvante com ou sem quimioterapia (QT), para reduzir as taxas de recorrência pélvica e melhorar a sobrevida. O objetivo do estudo foi avaliar os resultados do tratamento adjuvante no adenocarcinoma do reto, com o uso da RXT e QT pré-operatória nas lesões ressecáveis. Quarenta pacientes, 11 homens e 29 mulheres, idade média de 57anos e diagnóstico de adenocarcinoma de reto, considerados ressecáveis foram incluídos no estudo. A radioterapia pré-operatória constou de uma dose total de 5040 cGy, com campos em T, acelerador linear de 6 MV. A QT constou de: 5-fluorouracil e leucovorin. O tratamento cirúrgico foi realizado entre a 6 a e a 8a semanas após a RXT e QT. O seguimento médio foi de 30 meses. O tamanho médio do tumor foi de 5,2cm. Ocorreu 20% (8 casos) de desaparecimento do tumor. Em 42%, houve regressão de 50 a 90%. A cirurgia foi realizada em 37 pacientes (92%). Trinta e dois estão vivos até a conclusão do estudo, 4 dos quais apresentam recidiva local isolada e um à distância. Sete pacientes tiveram recidiva à distância e um local e à distância. O número de recorrências locais foi 5. A regressão tumoral, possibilitando a modificação de uma RAP inicialmente programada, para um procedimento conservador do esfíncter , ocorreu em 13 (32%) pacientes . As complicações cirúrgicas ocorreram em 40% dos casos, sendo as relacionadas à RXT e QT responsáveis por 20% das mesmas. Concluí-se que a associação da RXT e QT pré-operatória no tratamento do adenocarcinoma de reto, mostrou resultados satisfatórios, com desaparecimento tumoral em 20% das lesões e regressão importante em outros 42,5%. Foram realizados procedimentos conservadores de esfíncter em 32,5% dos pacientes.

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MAPEAMENTO DO CÓRTEX CEREBRAL COM TÉCNICA TRANS-OPERATÓRIA NA RESSECÇÃO DE TUMOR CEREBRAL PRIMÁRIO

Brainner-Lima PT, Brainer-Lima AM, Azevedo Filho HR, Brandt CT

Hospital da Restauração - Recife, PE

A ressecção completa do tumor cerebral primário parace ser mais adequada do que a ressecção parcial, desde que, sem aumento da morbidade do paciente. A maior dificuldade em vários casos esta em como estabelecer, durante a cirurgia, de forma segura e rápida as áreas eloqüentes próximas ou atingidas pelo tumor. O objetivo da presente investigação foi avaliar a contribuição do mapeamento cortical trans-operatório na ressecção de tumores intra-cranianos. Com a utilização do mapeamento trans operatório do córtex cerebral, oito pacientes, (6 do sexo masculino) com idades entre 24 e 64 anos, média de 48,4 anos, foram submetidos a tratamento cirúrgico para tumor cerebral primário. A história clinica teve a evolução média de 7 meses. Todos apresentavam índice de desempenho de Karnofsky igual ou superior a 80. A remoção cirúrgica, comprovada por ressonância magnética de controle, foi considerada total em 6 pacientes (4 astrocitomas e 2 oligodendroglimas) e parcial nos outros 2, especificamente aqueles com lesão anaplásica, que receberam tratamento complementar com radioterapia e quimioterapia. Predominou a localização em lobo frontal, temporal posterior ou parietal, próximos à fissura de Sylvius, exigindo a nítida demarcação das margens do tumor pela imagem da ressonância magnética, com reparos anatômicos externos e algumas vezes marcação estereotáxica (3 casos). O seguimento médio foi de 14 meses. Não houve aumento da morbidade ou diminuição do índice de Karnofsky. Déficit motor temporário foi encontrado em 3 casos, com regressão completa antes dos 30 dias de pós- operatório. O mapeamento cortical trans-operatório na ressecção de tumores intracranianos se mostrou útil no desenvolvimento dessas cirurgias.

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ARTRODESE ARTICULAR COM MÉTODO DE ILIZAROV

Vidal PC

Serviço de Traumato-Ortopedia - HC, UFPE

A artrodese é um procedimento cirúrgico que induz a fusão de duas ou mais articulações com o objetivo de melhorar a dor e interromper a evolução de doenças ou proporcionar estabilidade da articulação envolvida. As artroplastias também podem substituir uma articulação danificada. Autores têm descrito resultados de artrodese com a utilização de fixadores externos.Estes são indicados nos casos inadequados á fixação interna, quando há infecção, alterações ósseas, cobertura insuficiente de partes moles ou baixa idade. Recentemente o fixador de Ilizarov tem sido utilizado com vantagens. Dezessete pacientes foram tratados entre 1991 e 2000, sendo 14 tornozelos e 3 joelhos. Dez pacientes eram do sexo masculino e 7 do feminino. A idade variou de 30 a 72 anos, com média de 42,5. O seguimento foi de 12 a 60 meses, média de 28,5. Dois pacientes apresentavam seqüela de fratura articular do joelho e outro de artrite séptica. No tornozelo eram decorrentes de complicações prévias com o tratamento cirúrgico e conservador das fraturas do tornozelo. A técnica cirúrgica consiste na realização de uma artrotomia com ressecção das superfícies articulares e montagem subseqüente do fixador de Ilizarov. A compressão focal é iniciada logo após a alta hospitalar, em 1 mm a cada três dias. Quartoze pacientes (82%) obtiveram bons resultados, 2 (12%) regulares, em decorrência de um equinismo residual no tornozelo e queixas de pequena dor à deambulação. Os resultados obtidos com a utilização do fixador de Ilizarov na realização de artrodeses, não diferem muito dos casos onde utiliza-se a fixação interna, porém a vantagem deste método é porque pode ser aplicado em casos com infecção, fragilidade óssea, encurtamentos e deformidades, possibilitando além da fusão articular a cura da infecção e correção dos defeitos e dismetrias. Além disso é possível realizar carga precoce sobre a articulação tratada sem levar prejuízos aos resultados.

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TRATAMENTO DA PSEUDOARTROSE INFECTADA E OSTEOMIELITE COM O MÉTODO DE ILIZAROV

Vidal PC

Serviço de Traumato-Ortopedia - HC, UFPE

O tratamento convencional da pseudoartrose infectada e osteomielite apresenta resultados insatisfatórios, inferiores a 30%. O tratamento pelo método de Ilizarov possibilita a cura total dessas condições, permitindo o resurgimento de tecido ósseo sádio. A presente investigação teve por objetivo apresentar os resultados obtidos em 51 desses doentes. Quinze pacientes do sexo feminino e 36 do masculino, foram incluídos no estudo. A idade variou de 8 a 70 anos, média de 34,5. A casuística estava representada por: 17 tíbias, 14 fêmures, 10 úmeros e 4 tornozelos. Destes, 33 foram vítimas de acidente de trânsito, dois de osteomielite hematogênica e 16 conseqüente a outro tipo de trauma. Dezenove pacientes apresentavam deformidades monoplanares e 32 multiplanares ou complexas. Duas formas de tratamento foram aplicados: compressão focal em 34 pacientes e transporte ósseo em 17. Trinta e oito pacientes (74,5%), foram curados com o desaparecimento da fístula e do seqüestro. Treze (25,5%) permaneceram com fístula de baixo débito, as deformidades foram corrigidas em 31 casos (60,8%) e, parcialmente, em 20 (39,2%). O tempo de permanência do aparelho foi de 4 a 18 meses, média de 7,6. Três pacientes desistiram do tratamento e 3 realizaram amputação segmentar ao nível da coxa. O incurtamento, presente em 44 pacientes, foi corrigido simultaneamente ao da deformidade. Em 7 pacientes realizou-se uma corticotomia para promoção do alongamento. Concluí-se que o método de Ilizarov apresentou, na presente série, resultados melhores do que o tratamento convencional e veio preencher uma lacuna importante na cura da infecção óssea.

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ESTUDO ANATÔMICO E BIOMECÂNICO DOS LIGAMENTOS CORACOACROMIAIS E CORACOCLAVICULARES: CONTRIBUIÇÃO AO TRATAMENTO CIRÚRGICO DAS LUXAÇÕES ACROMIOCLAVICULARES

Santos SM, Lima GDA, Lima VJr.M

Serviço de Traumato-Ortopedia - HC, UFPE

Foram utilizados 52 ligamentos (26 coracoacromiais e 26 coracoclaviculares) obtidos de 26 cadáveres humanos do sexo masculino do Serviço de Verificação de öbitos da Faculdade de medicina da Universidade Federal de Pernambuco. Os ligamentos foram retirados durante as autópsias aleatoriamente de um dos ombros, direito ou esquerdo, através de uma via de acesso antero-superior. Foram realizados testes de tração nesses ligamentos em uma Máquina Universal de Ensaios com o objetivo de comparar suas propriedades mecânicas. Após a análise dos resultados, concluem os autores que, do ponto de vista do comportamento mecânico, os ligamentos coracoacromiais revelaram-se menos resistentes à carga máxima aplicada em relação aos coracoclaviculares. Porém, quando foram consideradas as energias absorvidas na fase elástica e os limites de proporcionalidades, os ligamentos corocoacromiais apresentaram valores médios superiores em relação aos coracoclaviculares. Tendo em vista as propriedades mecânicas acima analisadas, podemos sugerir que o ligamento coracoacromial é um bom substituto nos casos de ruptura dos ligamentos coracoclaviculares.

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METODOLOGIA GEOMÉTRICA PARA CORREÇÃO DAS DISMETRIAS CONSEQÜENTES A CONSOLIDAÇÃO VICIOSA DAS FRATURAS

Vidal PC

Serviço de Traumato-Ortopedia - HC, UFPE

PÔSTER

Trinta e dois pacientes portadores de deformidades adquiridas dos membros superiores e inferiores, conseqüentes à fraturas que se consolidaram em posição viciosa, foram corrigidas utilizando o sistema de fixação externa de Ilizarov. As cirurgias foram realizadas no período de 1991 a 2000. Vinte e um pacientes eram do sexo masculino e 11 do feminino. A idade variou entre 12 e 63 anos, média de 32. O seguimento variou entre 1 e 9 anos, média de 5. Vinte e três pacientes apresentavam deformidades monoplanares, nove deformidades complexas em mais de um plano. A deformidade de cada caso foi mensurada através de radiografias realizadas nos planos frontal e sagital e decomposta no sistema de eixo ortogonais, onde o plano frontal correspondia a deformidade no eixo das abscissas x e o plano sagital no plano das ordenadas y. Um plano z, foi projetado como resultante dos dois anteriores. Dobradiças foram posicionadas ortogonal ao centro da deformidade, e distratores ortogonais a estas, na extremidade do vetor resultante. A correção podia ser imediata ou gradativa, após a realização da osteotomia. O local desta correspondia a um ponto imediatamente acima ou abaixo do centro da deformidade. Os desvios rotacionais puderam ser corrigidos com montagem de um anel sobre o outro, ou através do posicionamento do corte da osteotomia obedecendo o diagrama de Sangeozan. A correção total das deformidades foi obtida em 27 pacientes (84%). Em 5 pacientes a correção foi parcial, porém sem comprometer a função deste membro.

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PELÍCULA DE CANA-DE-AÇÚCAR NO TRATAMENTO DE FERIDAS CUTÂNEAS: ESTUDO CLÍNICO, MICROBIOLÓGICO E HISTOPATOLÓGICO.

Monteiro VLC, Coelho MCOC, Melo FAD, Mota RA, Carrazzoni PG, Araújo PFB

Medicina Veterinária, UFRPE

Devido ao aumento da incidência de doenças cutâneas, principalmente feridas e a importância que representa na medicina veterinária, têm-se dado atenção especial às lesões de pele. Este estudo objetivou avaliar o processo cicatricial de feridas cutâneas de cães com aplicação tópica da película da cana-de-açúcar sobre feridas cutâneas. Utilizaram-se 16 cães (Canis familiaris), provenientes do ambulatório do Hospital Veterinário,UFRPE. Os animais apresentavam perdas cutâneas e foram encaminhadas ao tratamento cicatricial por segunda ou terceira intenção, onde após limpeza, realizou-se aplicação da película de cana-de-açúcar. As feridas foram avaliadas considerando-se seu aspecto clínico-cirúrgico, tamanho, coloração, odor, presença de secreção, tecido desvitalizado e sujidade, edema, hiperemia. Para avaliações bacteriológicas, foram realizadas coletas das feridas por meio de "swabs" no primeiro dia de tratamento. Biópsias de pele foram realizadas com 7, 14 e 28 dias no decorrer do tratamento para avaliações histopatológicas. Foi observado que os animais apresentaram perda cutânea e que as mesmas não permitiam a aproximação das bordas. Tecido de granulação estava presente em média ao 2º dia de tratamento e tecido cicatricial ao 4º. As feridas estavam cicatrizadas em média ao 7º dia, nos animais encaminhados para tratamento por 3ª intenção e no máximo com 15, naquelas tratadas por 2ª intenção. Observou-se edema em todas as feridas e secreção. A bacteriologia demonstrou crescimento de E. coli, Staplylococcus sp., P. mirabilis, Streptococcus sp. e Bacillus sp. A avaliação histopatológica revelou presença de piócitos, infiltrados polimorfos e mononucleares, neoangiogênese, fibroblastos, áreas de necrose e áreas hemorrágicas, neoangiogênese e fibras colágenas. Concluí-se que a película do biopolímero de cana-de-açúcar é indicada no tratamento de feridas cutâneas infectadas ou não.

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CURATIVO TEMPORÁRIO DE PELE CONSERVADA EM GLICEROL 98% UTILIZADO EM FERIDAS CUTÂNEAS DE CÃES (CANIS FAMILIARIS)

Menezes FF, Coelho MCOC, Carneiro Leão AMA, Monteiro VLC, Pereira Júnior JR

Medicina Veterinária, UFRPE

Face às perdas de tecidos de sustentação nos animais durante a rotina ambulatorial, a criação de um banco de pele é utilizado como curativo temporário, possibilitando a reparação da lesão. Objetivou-se avaliar a criação e manutenção de um banco de pele alógena, conservada em glicerol a 98%, em temperatura ambiente e a aplicação desta como curativo temporário de pele em feridas cutâneas de cães. Submeteu-se a avaliação macroscópica, microbiológica e histopatológica. A pele conservada era reidratada e aplicada em cães portadores de perdas cutâneas indicando cicatrização por segunda intenção. Avaliação clínica e microbiológica era realizada na ferida durante a troca dos curativos. As peles conservadas apresentaram alterações na consistência, odor e a histolopatologia. A microbiologia do banco de pele revelou: Staphylococcus sp., E. coli, Bacillus sp., Micrococcus sp., Salmonella sp., P. mirabillis, Bacilo Gram-, Cocos Gram+, Penicillium, Cladosporium, A. niger e Rhizopus sp. Com 15 dias de conservação isolou-se Bacillus sp.e Penicillium e aos 30 dias, apenas a forma esporulada do Bacillus sp. Observou-se nas feridas: secreção, hiperemia, edema, tecido desvitalizado, tecido de granulação e cicatricial. Os microrganismos isolados foram Staphylococcus sp., E. coli, Bacillus sp., P. mirabillis, E. aglomerans, Cocobacilo Gram-, Salmonella sp., S. sonnei e Streptococcus sp. A histopatologia revelou infiltrados polimorfos e mononucleares, neoangiogênese, fibroblastos e fibras colágenas. Os curativos apresentaram infiltrados semelhantes aos da ferida na porção inferior da derme e ruptura parcial das fibras colágenas. Concluí-se que a pele de cães conservada em glicerol a 98%, em temperatura ambiente, é viável para a formação de um banco de pele, podendo ser utilizada como curativo temporário nesta espécie.

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USO DO COMPRIMIDO VAGINAL DE 25mcg DE MISOPROSTOL PARA PREPARO CERVICAL

Santos LC, Amorim M, Nogueira F, Nascimento I, Katz L, Coêlho ICN

Instituto Materno-Infantil de Pernambuco - IMIP

PÔSTER

A presente investigação teve por objetivo determinar os resultados maternos e perinatais do misoprostol usado para preparo cervical em gestações de alto-risco no IMIP. Realizou-se um ensaio clínico fase II incluindo 20 gestantes com indicação de antecipação do parto no período de maio a julho de 2001. Os critérios de inclusão foram: idade gestacional > 37 semanas, feto único com boa vitalidade, apresentação cefálica e escore de Bishop inicial < 4. Excluíram-se os casos com cesárea anterior. Utilizou-se a apresentação de misoprostol em comprimido vaginal de 25 mcg. Analisaram-se as variáveis: modificações cervicais (escore de Bishop), desencadeamento e duração de trabalho de parto, tipo de parto, complicações maternas (taquissistolia, hemorragia, infecção) e resultados perinatais (peso e Apgar). A análise estatística foi realizada com o programa Epi-Info 2000. Observou-se uma significativa melhora do escore de Bishop com o uso do misoprostol 25 mcg (mediana antes e 24 horas depois de respectivamente 3 e 8), sendo que 50% das pacientes entraram em trabalho de parto nas primeiras 24 horas (20% nas primeiras 12 horas). Não se verificou nenhum caso de taquissistolia. A freqüência de cesariana foi de 25% (5 casos). Os escores de Apgar foram satisfatórios, com mediana de 8 e 9 no primeiro e quinto minuto, respectivamente. Não houve nenhum caso de morte neonatal. Não houve complicações maternas. Concluí-se que o uso de um único comprimido vaginal de 25 mcg de misoprostol para preparo cervical parece bastante efetivo, resultando em melhora significativa do escore de Bishop, desencadeamento do trabalho de parto em 50% dos casos, sem complicações maternas e perinatais.

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WINKELMANN TYPE BIIIA HIP ROTATIONPLASTY A LIMB SALVAGE PROCEDURE FOR MALIGNANT TUMORS OF THE FEMUR

Souza AMG, Leão GSS, Feitosa CHA, Lima JA, Calheiros LM Souza ALG

Orthopaedic Oncology Service. Cancer Hospital of Pernambuco - Recife

PÔSTER

Only two options of treatment are acceptable for patients with malignant tumors involving the whole femur: disarticulation or rotationplasty. Prosthetic replacement has proved to be ineffective, specially for young patients. The aim of this study was to report the viability of this procedure in exceptional cases in which the entire bone was involved. A Winkelmann type BIIIa hip rotationplasty was performed in six patients who had a malignant tumor compromising almost the whole femur. Five had an osteosarcoma and one an Ewing sarcoma. The age ranged from 8 to 22 years, with a mean of 12.3 years at the time of operation. With exception of one patient who died at the immediate post operative recuperation room, because of heart failure, all others are free of disease with a follow up ranging from 47 to 19 months and an average of 26.4. Up to now , none had local recurrence. They are also able to participate in sport activities, like swimming and bicycling. As an alternative to disarticulation, a hip rotationplasty is the only biological reconstruction that offers an excellent functional result for tumors in which the whole femur has to undergo removal. It seems that this surgical procedure is original in Brazil, either for primary or secondary cases, for these kind of tumors.

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BILOLOGICAL RECONSTRUCTION OF BONE TUMORS WITH A BIOCOMPATIBLE BONE SUBSTITUTE DERIVED FROM THE CASTOR OIL PLANT POLYMER

Souza AMG, Leão GS, Feitosa CHA, Lima JA, Souza ALG

Orthopaedic Oncology Service. Cancer Hospital of Pernambuco - Recife

Malignant and benign aggressive bone tumors can usually be treated locally with wide resection. Reconstruction options after skeletal resection include autogenous free or vascularized grafts, osteoarticular asllografts, and total joint arthroplasties, among others. Based upon experimental experiences done previously in rabbits, 14 patients with malignant and benign aggressive bone tumors underwent resection and reconstruction with a bone substitute made out of castor bean's polyurethane polymer in form of pre fabricated anatomical blocks. The mean age was 26.5 years. The tumors were all located around the knee, except by one patient who had a humerus metastasis. One patient developed an extensive soft tissue necrosis at the immediate post operative and she had her limb amputated above the knee. Another one, after 10 months of reconstruction with polymer, also developed an infection, and the limb had to be amputated above the knee. A third one, had a superficial infection. She was treated with antibiotics and a cutaneous flap. All but the last case, are walking with full weight bearing. Roentgenographically, in almost all cases, especially those with a longer follow up, there is a clear tendency to bone neoformation at the interface bone-polymer and around it. Because of a short follow up (mean 10.8 months) a final clinical evaluation was not done. It seems that this biocompatible bone substitute is original in human beings for this purpose. Considering the high incidence of complications with allografts as well as with endoprosthesis, specially in young patients, the early good clinical and radiological results encourages the authors to a promising future with this material.

SOBRADPEC

Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento da Pesquisa em Cirurgia

VII Congresso Nacional Rio Grande do Norte

INSTITUIÇÕES:

Departamento de Cirurgia - UFRN

Núcleo de Cirurgia Experimental - UFRN

Hospital universitário Onofre Lopes

Hospital Santa Catarina

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GASTRECTOMIA TOTAL COM SUBSTITUIÇÃO DO ESTÔMAGO PELO SEGMENTO ILEOCECAL COMO NEOBOLSA GÁSTRICA. ESTUDO EM RATOS.

Medeiros AC, Vasconcelos CV, Macedo LMB, Melo NMC, Rocha KBF, Dantas Filho AM

Núcleo de Cirurgia Experimental - UFRN

Trabalho com o objetivo de estudar em ratos a viabilidade do modelo e as repercussões da substituição do estômago pelo segmento ileocecocólico como uma neobolsa gástrica. Foram observados: evolução da proteinemia, peso diário e as transformações da mucosa dos órgãos envolvidos. Foram utilizados 15 ratos Wistar com peso 265±12g. Divididos em 3 grupos, os animais permaneceram em jejum por 12h e foram tratados com dose farmacológica de eritromicina como medida de esterilização do cólon. Nos animais do grupo A (n=5) foi realizada gastrectomia total e substituição do estômago pelo segmento ileocecocólico. No grupo B (n=5) a reconstituição do trânsito alimentar foi feita através do Y de Roux. No grupo C (n=5) controle, os animais foram submetidos a sham operation. A avaliação pós-operatória foi feita durante 30 dias, através dos parâmetros: pesagem diária, albuminemia, globulinemia, proteínas totais e análise histopatológica dos órgãos operados. Os resultados mostraram uma significativa perda de peso inicial no grupo A, com tendência a estabilidade após 15 dias de observação. Ocorreu uma progressiva perda de peso e menor sobrevida até 30 dias nos animais do grupo B (submetidos ao Y de Roux). Os níveis de albuminemia, globulinemia e proteinemia não mostraram diferença significativa entre os três grupos. Os dados histopatológicos demonstraram tendência a metaplasia com múltiplas figuras de mitose das mucosas do íleo anastomosado ao esôfago, da neobolsa gástrica e do cólon anastomosado ao duodeno. Os dados permitiram concluir: a viabilidade do modelo experimental de neobolsa cecal para substituição do estômago em ratos; manutenção dos níveis de proteinemia no período estudado; adaptação da mucosa do ceco com aparecimento de metaplasia.

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EFEITOS DO FATOR DE CRESCIMENTO DE FIBROBLASTOS BÁSICO NA CICATRIZAÇÃO DE LESÕES DO ESÔFAGO DE RATOS.

Medeiros AC, Melo NMC, Aires Neto T, Lima FP, Pinto Jr FEL, Vasconcelos CV

Núcleo de Cirurgia Experimental - UFRN

O objetivo do trabalho foi estudar prováveis benefícios do Fator de Crescimento de Fibroblastos básico (FCFb) em suturas e anastomoses digestivas, especialmente as consideradas de risco, como aquelas praticadas no esôfago. Foram usados 20 ratos da linhagem Wistar (peso 280±25g), separados aleatoriamente em 2 grupos: A (n=10) e B (n=10). Observados em gaiolas individuais, permaneceram 12 horas antes do experimento recebendo apenas água. Após anestesia com pentobarbital sódico 20 mg/Kg, por via intraperitoneal, foi feita secção transversal do esôfago, em seguida anastomosado com fio de polipropileno 6-0 com auxílio de microscópio cirúrgico DFV. No grupo A foi feita a aplicação tópica, ao nível das bordas das suturas, de 10 ng de FCFb em veículo de 0,2 ml de solução de colágeno. No grupo B (controle) foi aplicado o mesmo volume de solução salina. Os animais foram mortos com dose letal de anestésico no 7º dia de observação. O esôfago foi ressecado para realização de teste de resistência da anastomose através de insuflação de ar intraluminal. Feito o teste, a zona de sutura foi processada para exame histológico. Os dados histopatológicos foram quantificados através do software Pro-series 4.0 Media Cybernetics. Os resultados mostraram em mmHg, que as anastomoses esofageanas do grupo A suportaram pressões médias(230 mmHg) significativamente maiores do que no grupo B (175 mmHg). Quanto à histopatologia, houve melhora significativa da cicatrização do esôfago com o uso tópico do FCFb quanto a densidade de colágeno, reação inflamatória e neovascularização, em relação ao grupo de controle. Os dados levaram à conclusão de que o FCFb, quando aplicado sobre anastomoses do esôfago de ratos intensifica a resistência à tensão e melhora significativamente parâmetros importantes do processo de cicatrização do órgão em estudo.

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ESTUDO TOXICOLÓGICO DA PELE DE Rana catesbiana COMO CURATIVO BIOLÓGICO EM FERIDAS DA PELE DE RATOS.

Medeiros AC, Costa VS, Dantas Filho AM, Formiga MNC, Macedo LMB, Melo NMC

Núcleo de Cirurgia Experimental - UFRN

A pele da rã é rica de peptídeos biologicamente ativos, presentes em grandes quantidades em algumas espécies. Muitos desses peptídeos possuem atividades antimicrobianas, contra bactérias, fungos e protozoários, sendo que em algumas espécies ocorrem alcalóides tóxicos na pele desses animais. Estudo anterior mostrou resultados satisfatórios com o uso da pele de Rana catesbiana em queimaduras de ratos. No presente trabalho procurou-se estabelecer a toxicidade da pele de rã como um curativo biológico.Foram utilizados 20 ratos Wistar (peso 268±15g) divididos em 2 grupos de 10 animais. Os ratos foram anestesiados com pentobarbital sódico 20 mg/Kg de peso, por via intraperitoneal, operados com técnica asséptica e observados em gaiolas individuais com água e alimento ad libitum. Foi feita a retirada de um segmento de pele do dorso com a dimensão de 2x2 cm. Nos animais do grupo A foi aplicado um segmento de pele de rã sobre a ferida aberta, fixado à pele circunjacente com 4 pontos separados de nylon 4-0. A pele foi trocada semanalmente. Ao término da cicatrização os animais foram anestesiados e feita a coleta de 5 ml de sangue para os exames: TGP, TGO, Uréia e Creatinina, com o objetivo de observar possível efeito tóxico do tratamento com pele de rã para o fígado e os rins. Nos animais do grupo B o tratamento tópico foi realizado nos mesmos períodos, com solução salina. Alterações locais da pele dos animais foram consideradas. Os dados foram analisados através do teste t, aceitando-se p < 0,05. Os resultados revelaram TGP, TGO e uréia em níveis séricos mais baixos nos animais que usaram pele de rã do que nos controles, porém, sem significado estatístico. A creatininemia apresentou-se significativamente mais baixa no grupo experimental. Os resultados permitiram concluir que o uso tópico da pele de Rana catesbiana em feridas da pele de ratos não desenvolve efeitos tóxicos quanto aos parâmetros estudados, com tendência a diminuição das dosagens consideradas em relação ao controle.

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EVOLUÇÃO DA CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS DA PELE DE RATOS SOB EFEITO DA APLICAÇÃO TÓPICA DE PELE DE Rana catesbiana.

Medeiros AC, Formiga MNC, Melo NMC, Macedo LMB, Costa VS, Vasconcelos CV

Núcleo de Cirurgia Experimental - UFRN

Estudo realizado em ratos com o objetivo de observar a cicatrização de feridas do dorso de ratos sob o efeito de pele de rã como um curativo biológico. Foram utilizados 10 ratos da linhagem Wistar, escolhidos ao acaso e divididos por sorteio em 2 grupos de 5 animais (peso 190±16g). Os ratos foram anestesiados com pentobarbital sódico na dose de 20 mg/Kg de peso, por via intraperitoneal. Em todos os animais foi feita a retirada de um segmento de pele do dorso com a dimensão de 2x2 cm (4cm2). Nos animais do grupo A (n=5) foi aplicado um segmento de pele de rã (Rana catesbiana) sobre a ferida aberta, fixado à pele circunjacente com 4 pontos separados de monofilamento de nylon nº 4-0. A pele foi trocada semanalmente. Nos animais do grupo B (n=5) o tratamento tópico foi realizado nos mesmos períodos, com solução salina, e os procedimentos de avaliação foram os mesmos do grupo A. Ao término da cicatrização, quando as feridas dos animais se apresentavam totalmente epitelizadas, foi determinado o tempo de cicatrização e colhido material para exame histopatológico da ferida cicatrizada, tendo sido quantificados: densidade de colágeno, células inflamatórias e neovascularização. Foi utilizado o sistema de captação e quantificação de dados histológicos através do software Pro-series 4.0 Media Cibernetics. Os dados foram analisados através do teste t, (p < 0,05). Os resultados mostraram que o tempo de cicatrização foi significativamente menor no grupo experimental (14,2±1,4 dias) do que no controle (22,4±1,9 dias) e os dados histopatológicos mostraram valores mais favoráveis no grupo experimental. Pode-se concluir que a pele de rã como um curativo biológico de feridas abertas de ratos teve efeito favorável no tempo de cicatrização e na sua evolução histopatológica.

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PREPARO DO CÓLON: ESTUDO COM SOLUÇÃO DE MANITOL, SORO GELADO E SOLUÇÃO DE POLIETILENOGLICOL

Pinto Junior FEL, Oliveira AJF, Batista RMS, Oliveira AGF, Dantas Filho AM, Medeiros AC

Núcleo de Cirurgia Experimental - UFRN

O esvaziamento do conteúdo do intestino grosso, com redução da carga bacteriana, é indispensável para a boa qualidade dos exames endoscópicos, radiológicos e para o sucesso das cirurgias eletivas do cólon e reto. Foram analisados 29 pacientes submetidos ao preparo do cólon, objetivando determinar qual solução apresentaria melhor desempenho. Foram avaliados, de forma prospectiva e randomizada, 29 pacientes, sendo que 10 utilizaram o manitol, 10 o soro gelado e 9 fizeram uso do Polietilenoglicol (PEG). Dez eram homens e 19 mulheres, a idade variou de 16 a 69 anos, média 44 anos. Foi realizado enema em 27 pacientes, sendo 25 com solução glicerinada e 2 com soro fisiológico. As soluções foram analisadas com relação: dieta, tempo de preparo, aceitação do paciente, qualidade de limpeza, complicações e distúrbios hidroeletrolíticos. Os pacientes submetidos ao PEG e manitol tinham dieta livre até o dia do preparo, enquanto os pacientes submetidos ao soro gelado tinham dieta pobre em resíduos 2 dias antes do preparo. O tempo de preparo foi menor com o manitol (91,5 min). A aceitação do paciente foi melhor com o manitol que vinha associado ao suco de laranja. A qualidade de limpeza foi melhor tanto no soro gelado, que obteve qualidade ótima em 8 pacientes e boa em 2 de acordo com a preposição de O'Dwyer, bem como no PEG que dos 9 pacientes analisados revelou qualidade de limpeza excelente em 7. Como complicações ocorreram 2 casos de vômitos com o soro gelado. Observou-se elevação do Cl- após o preparo intestinal nas substâncias estudadas e ocorreu uma queda da uréia sérica no manitol e no PEG e uma elevação no soro gelado. A creatinina sérica sofreu pequena queda no PEG e pequeno aumento no manitol e soro gelado. Observou-se diminuição do Na+ deste no soro gelado e pequeno aumento no PEG e manitol. O K+ sofreu uma redução no soro gelado e PEG, e pequeno aumento no manitol. O Mg+2 sofreu pequena diminuição no soro gelado e manitol, e discreto aumento no PEG e manitol. A avaliação dos resultados mostra uma tendência favorável ao PEG com relação à qualidade do preparo, bem como menor alteração dos distúrbios hidroeletrolíticos.

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IMPACTO DA CIRURGIA CITORREDUTORA NO TRATAMENTO DA NEOPLASIA MALIGNA DE OVÁRIO

Pinto Junior FEL, Oliveira AJF, Medeiros EFB, Oliveira AGF, Dantas Filho AM, Medeiros AC

1ª Disciplina de Clínica Cirúrgica da UFRN e Liga Norte-Riograndense de Combate ao Câncer. Natal - RN.

Nos países desenvolvidos, o câncer de ovário tem a maior mortalidade de todos os tumores ginecológicos, representando um grande desafio cirúrgico. Nos EUA cerca de 20.700 casos são diagnosticados por ano e 12.000 dessas mulheres acabarão morrendo devido à doença. O presente estudo relata a experiência dos serviços com relação ao tratamento cirúrgico das pacientes portadoras de câncer de ovário.Trintapacientes, entre 1995 a 2001, foram submetidas à cirurgia citorredutora que consistia na realização da histerectomia abdominal total + anexectomia bilateral + omentectomia + linfadenectomia pélvica e paraórtica + biópsias múltiplas de peritôneo + apendicectomia quando tumor localizado em ovário direito + lavado peritoneal. As pacientes eram acompanhadas no pós-operatório, sendo indicado tratamento quimioterápico nos estádios acima de Ia. A análise da sobrevida foi obtida através da curva de Kaplan Meier. A idade variou de 17 a 79 anos, média de 51,8, sendo 57% do grupo sangüíneo A. As principais queixas foram dor e aumento do volume abdominal em 70%. O CA 125 foi realizado em 11 pacientes (37%). Em 21 pacientes (70%), a cirurgia realizada consistiu na citorredução acima descrito. A apendicectomia foi realizada em 16 pacientes (53%), estando comprometido em 09 casos. A citorredução foi considerada ótima em 22 pacientes (73%). O tumor estava localizado em 43% no ovário direito e em 37% bilateralmente. O lavado peritoneal foi positivo 60% dos casos. O tipo histológico mais comum foi o cistoadenocarcinoma seroso papilífero em 53% seguido do cistoadenocarcinoma mucinoso em 20% dos casos. Vinte pacientes (67%) encontravam-se nos estádios III e IV. Quinze pacientes (50%) estão vivas sem doença, 09 (30%) vivas com doença e 06 (20%) faleceram decorrente da neoplasia. Conclui-se que apesar da elevada taxa de cirurgia citorredutora ótima, a sobrevida dessas pacientes ainda é considerada baixa, corroborando com os dados da literatura.

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TRAUMA HEPÁTICO NO HOSPITAL WALFREDO GURGEL

Pinto Junior FEL, Oliveira AJF, Rosas RA, Ferreira HPC, Batista RMS, Oliveira AGF

Hospital Monsenhor Walfrido Gurgel - Natal, RN

PÔSTER

As lesões hepáticas tem aumentado de incidência e gravidade. Dessa forma, é necessário conhecimento de sua epidemiologia, diagnóstico e tratamento, afim de se obter melhores resultados em casos futuros. Esse trabalho analisa o perfil das lesões hepáticas, seu diagnóstico e etiologia; tipos de lesões primárias e associadas, assim como as condutas cirúrgicas. O desenvolvimento deste trabalho foi feito junto ao serviço de cirurgia do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel , analisando-se prospectivamente todos os pacientes submetidos a cirurgia após trauma, que apresentavam lesão hepática, no período de 2000 a 2001. Foram analisados 61 pacientes, observando-se idade, sexo, procedência, mecanismo do trauma, queixa principal, exame físico de admissão, topografia da lesão, exames complementares e procedimentos diagnóstico, conduta cirúrgica, lesões associadas, complicações e escore de trauma. A faixa etária mais acometida foi dos 16-20 anos, predominando o sexo masculino com 97%; Os traumatismos abertos foram responsáveis por 75% dos casos, sendo os ferimentos penetrantes por arma de fogo os mais comuns (49%). Na avaliação inicial 62% dos pacientes apresentavam estabilidade hemodinâmica. Quanto a topografia das lesões, predominaram aquelas em hemitórax e hipocôndrio direito (21% cada). O lobo hepático mais atingido foi o direito com 70% das lesões, principalmente o segmento III com 33%, as quais, em sua maioria, apresentavam-se no grau III da classificação de Flint e Polk. As lesões associadas estavam presentes em 87% dos pacientes, com predominância de hemopneumotórax em 44, 3% e lesão diafragmática (36%), seguidos de lesão gástrica(18%). A hepatorrafia predominou como conduta adotada (79%), seguida pelo tamponamento hepático (8,2%) e correção de lesões associadas. O escore de trauma revisado (RTS) foi realizado em 41 pacientes, tendo a maioria dos pacientes (71%) ficado com um valor 7 na escala do RTS. O tempo de internamento variou 01 a 68 dias, com média de 8,3 dias e a taxa de mortalidade foi de 4,6%. Verificou-se uma maior tendência para o aparecimento dos traumas abertos. A hepatorrafia foi o tratamento de escolha na grande maioria dos casos e a taxa de mortalidade foi comparável à literatura internacional.

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ADENOCARCINOMA DA VESÍCULA BILIAR: ANÁLISE DOS FATORES PROGNÓSTICOS PARA A MORBIDADE PRECOCE E SOBREVIDA A MÉDIO CURTO PRAZO

Dantas Filho AM, Gadelha Y, Wagner R, Querido VLE

Serviço de cirurgia geral do HUOL - departamento de cirurgia, UFRN

Os autores relatam os resultados de estudo iniciado em 1997 no Hospital universitário Onofre Lopes, com 15 portadores de adenocarcinoma da vesícula biliar. A hepatectomia foi realizada quando o tumor atingia a camada muscular. Os sintomas foram dor abdominal, prurido, colúria, icterícia, acolia fecal, perda de peso, vesícula palpável, massas epigástricas e hipertermia. A TC foi realizada apenas em 3. Em 5 pacientes confirmou-se o diagnóstico de tumor vesicular por USG, nos demais os achados foram de colelitíase e coledocolitíase. A TC definiu o diagnóstico em 2 dos 3 pacientes. Dos exames laboratoriais, apenas a bilirrubina encontrava-se acima de 10mg/dl. Dos 15 pacientes analisados 9 encontravam-se no estágio IVB, sendo 7 com doença M1 e 2 com doença N2. Um paciente achava-se no estágio IVA, com doença T4. Três pacientes encontravam-se no estágio I e dois no estágio III. A biópsia hepática foi realizada em 8 pacientes do estágio IVB, e no outro realizou-se biópsia peritonial. Na paciente do estágio IVA, realizou-se anastomose bíleoentérica intra hepática. Na 1a paciente do estágio I realizou-se colecistectomia com hepatectomia em cunha, na 2ª realizou-se uma colecistectomia com hepatectomia radical e esvaziamento linfonodal dos níveis I e II, na 3ª apenas colecistectomia simples. Nas pacientes do estágio III, realizou-se uma colecistectomia com hepatectomia em cunha. Nos primeiros 30 dias de pós operatório 2 pacientes foram a óbito, o 1º deu-se em decorrência de sepse pulmonar e, o 2º por morte súbita. A maioria dos pacientes sobreviveram um período de 6 meses, os pacientes com tumores precoces tiveram uma sobrevida entre 1 ano e 8 meses e 2 anos. O s autores concluem que: todos os pacientes, com uma única exceção, tinham colelitíase associada, portanto deve-se solicitar o estudo histológico da peça assim como a abertura da mesma na sala de cirurgia. Os dados não suportam a realização de procedimentos paliativos em pacientes com doença disseminada. A ressecção radical não eleva a taxa de morbimortalidade, no entanto, se faz necessário um maior número de casos para uma análise mais precisa.

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ANÁLISE DE MORBIDADE DAS GASTRECTOMIAS RADICAIS NO TRATAMENTO DO ADENOCARCINOMA GÁSTRICO

Dantas Filho AM, Medeiros AC, Araújo Filho I, Rosas RA

Serviço de cirurgia geral do HUOL - departamento de cirurgia, UFRN

Os autores apresentam os resultados iniciais da morbidade pós - operatória precoce de um estudo prospectivo de pacientes portadores de adenocarcinoma gástrico. No período de março de 1999 a julho de 2000 foram operados na disciplina de clínica cirúrgica I do HUOL trinta pacientes com adenocarcinoma gástrico. A idade média foi de 59 anos, desse total 22 eram dos sexo masculino e 08 do sexo feminino. Todos os pacientes forma submetidos a gastrectomias radicais R0. Quanto as complicações observamos que 11 pacientes não desenvolveram nenhum tipo de complicação, 13 desenvolveram complicações menores, tais como dor abdominal, vômitos constipação. Apenas 01 paciente desenvolveu pneumonia no pós-operatório e um desenvolveu hemorragia intra - peritonial. Houve apenas uma (01) re-operação. Dois pacientes desenvolveram fístulas no pós-operatório, ambos tinham grava desnutrição protéico calórica, com albumina de 2.5gr\dl, perda de peso superior a 10 kilos, e estádio IV, ambos receberam suporte nutricional pré - operatório por sonda de jejunostomia, durante 15 dias. Dois pacientes foram a óbito sendo o primeiro com trinta dias e o segundo com sessenta dias de pós operatório. Os dois casos de óbitos deram-se por complicações decorrentes de fístulas. Os dois pacientes que desenvolveram fístulas realizaram gastrectomias totais R0D1, com pancreatectomia caudal e esplenectomia. Os autores concluem que: A extensão da ressecção assim como a extensão da linfadenectomia não modificaram o índice de complicações maiores no pós operatório em 30 e 90 dias. Apesar do pequeno número de pacientes acreditamos que as ressecções radicais R0 para tratamento de câncer gástrico por si só não elevam a taxa de morbidade pós-operatória, as complicações mais graves, inclusive os óbitos, ocorreram nos pacientes com grave distúrbio nutricional e estádio IV

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MORBI-MORTALIDADE PRECOCE DA CIRURGIA DO CÂNCER PANCREÁTICO. ANÁLISE DE 18 CASOS ENTRE 1999 E 2000

Dantas Filho AM, Medeiros AC, Rosas RA, Pinto Júnior FEL

Serviço de cirurgia geral do HUOL - departamento de cirurgia, UFRN

Entre 1999 e 2000 foram operados 21 portadores de adenocarcinomas de pâncreas, todos operados pela mesma equipe. Os portadores de icterícia de padrão obstrutivo submeteram-se a ultra-sonografia para avaliar o processo obstrutivo. Quando não se definia o diagnóstico realizava-se tomografia de abdômen e endoscopia. Todos os pacientes realizaram raio X de tórax. Após definição da doença, os pacientes que tinham icterícia e alteração do TPAE recebiam vitamina K por 3 dias. A seguir, foram submetidos a laparotomia. Todos os pacientes com mais de 70 anos eram descartados para fins de procedimento cirúrgico radical. Os que tinham menos, considerava-se os achados intra operatórios e o risco cirúrgico para definição do ato operatório. Quando o tumor era <5cm, não havia invasão de estruturas locorregionais, o paciente representava baixo risco cirúrgico e a bilirrubina era inferior a 20mg/dl, realizava-se procedimento radical. Quando o tumor tinha >5cm, havia metástases paremquimatosas e/ou linfonodal, independente da idade e do risco cirúrgico, realizava-se procedimentos paliativos. Desta forma, foram submetidos a procedimentos paliativos 17 pacientes, em 12 realizou-se derivação bíleo digestiva extrahepática, em 5 destes associou-se anastomose gastrojejunal, sendo que em 2 fez-se por ocasião de reoperação em virtude de obstrução duodenal, nos demais se fez no 1º tempo cirúrgico por haver invasão profunda duodenal. A biópsia foi realizada em 9 pacientes, em todos confirmou-se o diagnóstico de adenocarcinoma. A ressecção radical foi realizada em um paciente. As complicações ocorreram em 2 pacientes. Ambos desenvolveram fístulas, o 1º foi após uma duodenopancreatectomia e o 2º após anastomose colédocoduodenal. O paciente submetido a cirurgia radical enquadrava-se nos critérios de inclusão para cirurgias radicais, no entanto, foi a óbito por sepse. O 2º paciente evoluiu com sepse, abscessos subfrênicos os quais foram drenados, o paciente recebeu suporte nutricional parenteral por 38 dias. Os autores concluem que: o tumor pancreático por ocasião do diagnóstico já se apresenta em estadiamento avançado, contra indicando procedimento radical. Deve-se associar à descompressão da via biliar gastrojejunostomia nos pacientes que não têm metástases, ou seja, mesmo que não haja invasão duodenal na ocasião da laparotomia.

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VARIAÇÕES NO TRATAMENTO DO CÔTO APENDICULAR

Dantas Filho AM, Macedo G, Bezerra G, Araújo Filho I, Medeiros G

Serviço de Cirurgia de Urgência do Hospital Santa Catarina - RN

PÔSTER

É relatado os resultados de estudo realizado, entre 1998 e 2000, comparando-se a influência da técnica no tratamento do coto apendicular de pacientes submetidos a apendicectomia. Foram operados 69 pacientes, divididos em dois grupos. Grupo A - 49 pacientes que foram tratados por sutura em bolsa de Oshner e o grupo B - 20 que foram tratados pela ligadura por ponto transfixante sem sepultamento de Kronlein. As incisões transversais predominaram em ambos os grupos(p>0,05). A apendicite aguda perfurada estava presente em 20 pacientes do grupo A e 3 no grupo B, em 11 dos 20 do grupo A havia peritonite localizada e em 3 difusa . Em 2 pacientes do grupo B havia peritonite localizada e 1 difusa. A dor local e a hipertermia foram as complicações mais comuns nos grupos. Em ambos não houve obstrução mecânica e fístulas no pós operatório. Houve 10 casos de abscesso de parede e 1 abscesso pélvico, sendo que em 9 pacientes do grupo A, 8 foram abscessos de parede e 1 abscesso pélvico. Antibioticoterapia foi realizada em 27 pacientes pôr um período > ou = a 72h, no grupo A e, no grupo B em 22 fez-se de forma profilática com intervalo < que 72h, não havendo diferença significante nos dois grupos. O peristaltismo intestinal estava presente após 72h da cirurgia em 21 pacientes. Sendo 16 do grupo B e 5 do grupo A, (p<0,05). A realimentação oral em 16 pacientes do grupo B foi após 72 horas. Já no grupo A foram 5. A realimentação oral antes das 72h ocorreu em 32 pacientes do grupo A e em apenas 2 do grupo B (p<0.05) . A permanência hospitalar deu-se em 40 pacientes, acima de 72h, destes 32 eram do grupo A e 8 do grupo B.A alta hospitalar com menos de 72h deu-se em 17 pacientes, sendo 9 do grupo A e 8 do grupo B. Concluí-se que a técnica de tratamento do coto apendicular influenciou o tempo de retorno no transito intestinal, no período de realimentação oral e no tempo de hospitalização. Sendo que os pacientes do grupo A apresentaram retorno do transito intestinal e realimentação oral mais precoce, no entanto, o período de hospitalização do grupo A foi maior que o grupo B, isso deveu-se a maior incidência das formas complicadas neste grupo. No entanto não houve um aumento na morbidade pós operatória em relação as duas técnicas.

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ADENOCARCINOMA DA VIA BILIAR PRINCIPAL: RESULTADOS INICIAIS DE UM ESTUDO CLÍNICO PROSPECTIVO RANDOMIZADO

Dantas Filho AM, Medeiros AC, Medeiros G, Rosas RA

Serviço de cirurgia geral do HUOL - departamento de cirurgia, UFRN

Os autores apresentam os resultados iniciais de estudo clínico prospectivo com pacientes portadores de adenocarcinoma da via biliar principal compreendido entre 1997 e 2001. Neste período foram operados 15 pacientes a idade variou de 29 a 80 anos com a idade média de 66 anos, 8 eram homens e 7 mulheres. Os sintomas encontrados foram: icterícia, dor abdominal, prurido, colúria, perda de peso, vesícula de Courvoisier, hipertermia, acolia fecal e massas epigástricas, em uma incidência decrescente. No pré-operatório todos os pacientes recebiam vitamina K parenteral, suporte nutricional por sonda enteral e eram estadiados por USG e guando necessário realizavam tomografia. A CPRE foi realizada em apenas 1 paciente. Todos os pacientes realizaram exames laboratoriais de função hepática e renal. Naqueles pacientes onde não havia doença sistêmica realizava-se explorações cirúrgicas com a intenção da realização de ressecções curativas. Dos 15 pacientes 06 tinham doença M1, nestes realizou-se biópsias diagnósticas e procedimentos de derivação. Em dois realizou-se derivação bíleo entérica intra hepática, e, em três extra-hepáticas. Nove pacientes tinham doença localizada, em três realizou-se ressecção da lesão sendo uma ampulectomia, um a duodenopancreatectomia e uma ressecção local da via biliar, os demais pacientes realizaram derivações. Dois pacientes foram a óbito ambos por sépsis de corrente de fístulas, os demais sobreviveram aos procedimentos. Quanto a sobrevida observamos apenas 5 pacientes. Um paciente necessitou de uma gasrojejunostomia. O primeiro era portador de um blastoma de colédoco com ±10cm de extensão, submeteu-se a uma bíleo digestiva intrahepática. Teve uma sobrevida livre de doença de 2 anos. O segundo paciente era portador de um a lesão de papila duodenal maior, apresentou uma sobrevida de 1 ano e 08 meses, realizou uma derivação bíleo entérica extra hepática. Os demais realizaram derivações extra hepáticas e apresentaram sobrevida em média de 6 meses. Concluí-se que apesar da agressividade dos tumores da via bilair é válido a realização de procedimentos paliativos em tumores localmente avançados.

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ANÁLISE CRÍTICA DA TERAPÊUTICA CIRÚRGICA DA COLEDOCOLITÍASE: RESULTADOS INICIAIS

Dantas Filho AM, Medeiros AC, Pinto Júnior LEF, Medeiros GM

Serviço de cirurgia geral do HUOL - departamento de cirurgia, UFRN

Os autores apresentam os aspectos cirúrgicos do tratamento de litíase biliar entre 1995 e 1999. Foram operados 21 pacientes idade entre 17 e 84a, sendo 12 do sexo masculino. Dois pacientes realizaram TC que demonstrou colelitíase e, em apenas um, coledocolitíase. Dois pacientes realizaram endoscopia digestiva alta. Doze pacientes dosaram bilirrubinas total e frações, sendo que em 42% a bilirrubina total era superior a 5mg/dl e 58%, inferior. A fosfatase alcalina foi dosada em oito pacientes, sendo que estava acima de 200 U.I. em 75% . A exploração das vias biliares foi realizada em 95% dos pacientes, sendo que em 20% destes realizou-se papilotomia, em 3 pacientes consistiu em papilotomia tática e em 3 em papilotomia de necessidade. Derivação biliodigestiva foi realizada em 6, em todos havia há presença de múltiplos cálculos e dilatação, estimada em mais de 1,8cm. Nos 8 pacientes restantes realizou-se coledocotomia mais drenagem com tubo em `'T'', sendo que em 3 não havia coledocolitíase. Nenhum paciente submetido à exploração de vias biliares foi à óbito. O tempo de internamento foi superior a 72h em 86% dos pacientes. O tempo de permanência do dreno de Kerh foi superior a 15d. Nos 10 pacientes com tubo em `'T'', realizou-se colangiografia pós-operatória, sendo que havia 2 estenoses parciais de papila e um cálculo residual. Os 2 pacientes que tinham estenose papilar apresentavam micropanlitíase da via biliar principal. Apresentaram complicações pós-operatórias 29% dos pacientes. Em 19% relacionados à ferida, onde 10% tinham formação de abscesso. Pneumonia representou 5% das complicações e litíase residual, também 5%. Os autores concluem que a exploração da via biliar principal é de baixa morbidade e na série não houve mortalidade. A papilotomia deve ser utilizada como procedimento de drenagem biliar nos casos de cálculos impactados na papila e na micropanlitíase da via biliar principal quando não houver dilatação significativa da mesma.

SOBRADPEC

Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento da Pesquisa em Cirurgia

VII Congresso Nacional Minas Gerais

INSTITUIÇÕES:

Departamento de Cirurgia, UFMG

Fundação de Pesquisa e Ensino em Cirurgia, UFMG

Faculdade de Medicina Veterinária de Alfenas, UNIFENAS

Faculdade de Ciências Médicas - UNIPA, Pouso Alegre

Hospital Municipal de Contagem

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CONFECÇÃO DE PILOROS ARTIFICIAIS EM ÍLEO TERMINAL SEM SECÇÃO DE MUSCULATURA: ESTUDO ANÁTOMO-PATOLÓGICO

Ibañez S, Lázaro da Silva A, Caputo LRG

Departamento de Cirurgia, UFMG

O trânsito intestinal acelerado pode acarretar problemas clínicos graves e seu controle, às vezes, é difícil de se obter. Objetivo: visando estudar a diminuição do trânsito intestinal foram confeccionados quatro piloros artificiais no íleo terminal, sem secção de musculatura entérica. O estudo foi realizado em 40 ratos distribuídos em dois grupos de 20 animais cada . Foram confeccionados quatro piloros no íleo terminal de cada animal, com pontos sero-musculares separados, distribuídos circunferencialmente na alça intestinal. O Grupo 1 foi morto com 15 dias e o Grupo 2, com 30 dias. Aferimos as medidas da circunferência do intestino no transoperatório e no momento da necropsia. No Grupo 1 houve dilatação média de 3mm no nível do primeiro piloro e de 4,15mm no quarto piloro. No Grupo 2 a dilatação média foi de 7,50mm no primeiro piloro e de 5,75mm no quarto piloro. No estudo anátomo-patológico ficou evidente a presença de úlceras de estase e a formação bem definida dos piloros. Em conclusão não é necessário, pois, remover ou seccionar a musculatura do intestino delgado, nem a secção do plexo nervoso próprio do intestino, para promover a dilatação intestinal com esse método e, como consequência, diminuir o trânsito intestinal.

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ESTUDO HISTOLÓGICO E COMPUTADORIZADO DAS ÁREAS DE CÉLULAS PARIETAIS E PRINCIPAIS NOS ESTÔMAGOS DE RATOS WISTAR TRATADOS COM PANTOPRAZOL E "N-NITROSO-N-METHYLUREA" (NMU)

Souza IKF, Lázaro da Silva A, Savi D, Custódio DS, Maia FF, Canela GGC, Oliveira CHC

Departamento de Cirurgia, UFMG

Diversos estudos experimentais têm relatado que o uso prolongado dos inibidores da bomba de prótons seria uma condição de risco para o desenvolvimento de gastrite crônica atrófica e tumores gástricos em vários modelos animais. Com o objetivo de melhor esclarecer esta questão estudamos o efeito do uso diário de pantoprazol (IBP) e carcinogênese pela "N-Nitroso-N-Methylurea" (NMU), por 15 semanas, sobre a mucosa do segmento gástrico glandular de ratos Wistar, através de análise macro e microscópica das áreas com células parietais (AP), com células principais (AZ) e área não oxíntica (ANO). Foram utilizados 40 ratos Wistar machos, divididos em quatro grupos: G1 (controle), G2 (NMU+IBP), G3 (IBP) e G4 (NMU). G2 e G3 receberam 14mg/kg de peso de pantoprazol intraperitoneal (2x/semana). A NMU foi oferecida a G2 e G4 diluída na água de beber (100µg/ml) ad libitum. Para o estudo microscópico foram obtidos 10 fragmentos, de 5mm de espessura cada, do segmento glandular de cada estômago estudado. O estudo macroscópico consistiu na análise computadorizada das imagens digitalizadas dos estômagos utilizando-se o programa "ImageJ 1.19z". Os resultados mostraram uma redução da AP e aumento da ANO, em G2, G3 e G4 (p<0,001); redução da AP em relação à AZ, em G3 e G4 (p<0,002) e maior elevação do pH, em G2 (p<0,001). Foram encontrados casos de atrofia, inflamação aguda e crônica, em número que não permitiu nenhuma comparação estatística. Concluímos que o uso contínuo de pantoprazol intraperitoneal, por 15 semanas, em ratos Wistar machos determinou na mucosa gástrica glandular, uma redução da área com células parietais e aumento da área não oxíntica.

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EFEITO HISTOLÓGICO CAUSADO NA PAREDE POSTERIOR DA CAVIDADE ABDOMINAL PELA LAVAGEM COM SOLUÇÃO SALINA 0,9% AQUECIDA A DIFERENTES TEMPERATURAS: ESTUDO EXPERIMENTAL EM RATOS

Lázaro da Silva A, Soares de Miranda E, Salles PGO, Biet R, Veloso SG, Carmo AAL

Fundação de Pesquisa e Ensino em Cirurgia - UFMG

É comum a utilização de solução salina aquecida para lavagem peritoneal durante operações, contudo não há um controle efetivo da sua temperatura, sendo por vezes utilizada em graus diversos ou bastantes elevados. O estudo pretende observar o efeito histológico causado na parede posterior da cavidade abdominal de ratos pela solução salina aquecida a 37ºC, 45ºC e a 60ºC utilizada para a realização do lavado peritoneal. Foram utilizados 28 ratos distribuídos em 3 grupos ( grupo 1, grupo 2 e grupo 3 ) com 9 animais cada de acordo com a temperatura da solução salina utilizada e um rato controle. Todos os ratos foram submetidos a uma laparotomia e a solução salina aquecida introduzida na cavidade abdominal permanecendo nela por um minuto, sendo então realizada a laparorrafia. No rato controle foi a realizada a laparotomia e a laparorrafia após 1 minuto. Foram obtidos 4 fragmentos da parede posterior da cavidade abdominal de cada rato, 24 horas após a operação, para estudo anatomopatológico. O exame microscópico dos fragmentos de parede posterior da cavidade abdominal do rato controle, assim como dos grupos A e B, não evidenciou alterações. O grupo C revelou alterações sugestivas de degeneração celular. Em concluão ressalta-se a importância de um controle efetivo da temperatura da solução salina 0,9% a ser introduzida na cavidade abdominal de ratos para prevenir um trauma térmico no nível celular.

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ESTUDO HISTOPATOLÓGICO DO EFEITO DO TENOXICAM COM SEU DILUENTE OU COM CLORETO DE SÓDIO A 0,9% NO ENDOTÉLIO VENOSO, EM COELHOS

Schnaider TB, Silva AL

Disciplina de Técnica Cirúrgica e Cirurgia Experimental da Faculdade de Medicina - UFMG

A investigação teve por objetivo estudar, em coelhos, a presença de trombose nas venae auriculares após administração de tenoxicam com seu diluente ou de seu diluente isolado. Em estudo com células endoteliais de veias umbilicais humanas expostas à indometacina, foi observado aumento da atividade pró-coagulante. Não foram encontrados estudos na literatura consultada que tenham avaliado o endotélio venoso após a administração do tenoxicam, em seres humanos. O objetivo desta pesquisa foi avaliar se o tenoxicam com cloreto de sódio a 0,9% (NaCl 0,9%) provoca alterações no endotélio venoso de coelhos, como as observadas quando associado ao seu diluente. Noventa coelhos (2000 -3500g) foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos: Controle, com administração de NaCl 0,9%; Experimento, com tenoxicam (20mg) associado ao seu diluente ou ao NaCl 0,9%. O volume injetado nos dois grupos foi constante de 2ml. A anestesia foi induzida com maleato de acepromazina, cloridrato de cetamina e cloridrato de xilazina, sendo a punção das venae auriculares caudales dextra e sinistra realizada com borboleta 27G. Os animais foram mantidos no biotério por 6h, 12h e 24h, novamente anestesiados e submetidos à eutanásia, sendo então realizada exerese das auriculae em sua base e posterior avaliação microscópica das venae.

Resultados - Para análise estatística dos resultados foi aplicado o teste da partição do quiquadrado para tabelas 2xN, observando-se trombose no grupo Experimento, numa porcentagem de 19,4% após administração do tenoxicam com seu diluente e 22,4% após administração do tenoxicam com NaCl 0,9%. No grupo Controle, em que foi injetado NaCl 0,9%, nenhuma das venae apresentou trombose. Os resultados encontrados permitem concluir que o tenoxicam, com seu diluente comercial ou com cloreto de sódio a 0,9%, significantemente produziu trombose nas venae em que foi injetado.

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ESTUDO MORFOMÉTRICO DO EFEITO DO TENOXICAM COM SEU DILUENTE OU COM CLORETO DE SÓDIO A 0,9% NO ENDOTÉLIO VENOSO, EM COELHOS

Schnaider TB, Lázaro da Silva A

Departamento de Cirurgia, UFMG

Estudo em coelhos comprovou que o tenoxicam com seu diluente ou seu diluente isolado reduzem o diâmetro dos núcleos das células endoteliais das venae em que foram injetados. A lesão microvascular observada na enteropatia induzida por antiinflamatório não-esteróide, em ratos, inclui aumento de volume celular e picnose do endotélio viloso, com deposição de fibrina intravascular e perivascular, em adição à aderência plaquetária. Não foram encontrados estudos na literatura consultada que tenham avaliado o endotélio venoso após a administração do tenoxicam, em seres humanos. O objetivo desta pesquisa foi avaliar se o tenoxicam com cloreto de sódio a 0,9% (NaCl 0,9%) provoca alterações no endotélio venoso de coelhos, como as observadas quando associado ao seu diluente.Noventa coelhos (2000-3500g) foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos: Controle, com administração de NaCl 0,9%; Experimento, com tenoxicam (20mg) associado ao seu diluente ou ao NaCl 0,9%. O volume injetado nos dois grupos foi constante de 2ml. A anestesia foi induzida com maleato de acepromazina, cloridrato de cetamina e cloridrato de xilazina, sendo a punção das venae auriculares caudales dextra e sinistra realizada com borboleta 27G. Os animais foram mantidos no biotério por 6h, 12h e 24h, novamente anestesiados e submetidos à eutanásia, sendo então realizada exerese das auriculae em sua base e avaliação microscópica das venae. Para análise estatística dos resultados foi aplicada a análise de variância, observando-se que as medidas dos diâmetros nucleares do grupo Controle são sempre maiores em relação ao grupo Experimento, independente do período de observação, sendo estes resultados estatisticamente significantes. Os resultados encontrados permitem concluir que o tenoxicam, com seu diluente comercial ou com cloreto de sódio a 0,9%, reduziu o diâmetro dos núcleos das células endoteliais das venae em que foi injetado.

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TÉCNICA DE PREPARO DA RAÇÃO PARA INDUÇÃO DE HIPERCOLESTEROLEMIA ESPERIMENTAL EM COELHOS

Hueb CK, Teixeira GCA, Sarti MCFA, Faleiros PAM, Maia TEB, Kallás E

Faculdade de Ciências Médicas - UNIPA, Pouso Alegre

A hipercolesterolemia induzida através da dieta constitui um método experimental estabelecido para produção de aterosclerose. No entanto, as técnicas para o correto preparo e administração da ração não estão claramente explicados na literatura específica, sendo motivo de confusão e dificuldade. O objetivo deste estudo é apresentar uma técnica simples e eficaz, no preparo de ração enriquecida com colesterol, para produção de hipercolesterolemia em coelhas ooforectomizadas. Dezoito quilogramas da ração para coelhos foram espalhados de forma homogênea em uma superfície lisa. A seguir, 90 gramas de colesterol foram dissolvidos em 1 litro de clorofórmio, e aspergidos uniformemente sobre a ração , com um regador de plástico. Quatorze coelhas da raça Nova Zelândia, previamente ooforectomizadas, foram aleatóriamente divididas em dois grupos de sete animais. O grupo A (controle) recebeu 120g de ração pura e o grupo B (experimental) recebeu 90 g de ração com colesterol e 30 g de ração normal, por dia, durante um período de 90 dias. Foram realizadas, em ambos os grupos, dosagens de colesterol sangüíneo no início e final do experimento. A taxa média de colesterol total do grupo A (controle) inicialmente foi de 46,71 mg/dl (± 37,86) e ao término do experimento foi de 63,14 mg/dl (±10,57). A taxa média de colesterol total do grupo B (experimental) inicialmente foi de 63,86 mg/dl (±21,23) e ao término do experimento foi de 623,57 mg/dl (± 37,24). pode-se concluir que o método utilizado neste estudo foi eficaz na preparação de uma ração rica em colesterol, para indução de hipercolesterolemia em coelhas ooforectomizadas.

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MODIFICAÇÃO DO SISTEMA T DE AYRE PARA A VENTILAÇÃO CONTROLADA OU ASSISTIDA SOB CIRCUITO SEMI-FECHADO, PARA RATOS ( RATTUS NORVERGICCUS)

Siqueira VJ, Bernis WO, Ferreira PAS, Leitão MP, Siqueira AC, Fagundes DJ

Laboratório de Técnica Cirúrgica e Anestesiologia Experimental da Faculdade de Medicina Veterinária de Alfenas, UNIFENAS

PÔSTER

Os sistemas de anestesia empregados para a anestesia geral inalatória em ratos, são dispendiosos e requerem perícia por parte de quem os opera. Para intervenções operatórias onde se requer o controle ou a assistência à ventilação, em ratos. O objetivo da presente investigação é propor um sistema modificado do tubo T de AYRE, confeccionado a partir de materiais simples do dia-a-dia de qualquer hospital (torneira do tipo "Three-way", descatável) unido, em uma das saídas, a uma mangueira de látex, conectada ao fluxômetro, para admissão do fluxo volumétrico de gás fresco ao sistema respiratório. Esta extremidade constitui a extremidade do equipamento. A outra saída, será, então, conectada ao tubo traqueal, constituindo, desta forma, a extremidade do animal. O sistema T, tem a versatilidade de ser barato, simples, de fácil manuseio e operação, e ainda, não interferir de modo significativo nos parâmetros fisiológicos dos animais, conforme nos mostra o presente estudo.No presente experimento, nenhuma complicação foi encontrada, quando submetemos os ratos à ventilação controlada, mediante a oclusão de uma das extremidades do T de Ayre improvisado. Entretanto, é necessário salientar que a inobservância da complascência respiratória poderá levar a complicações, como barotraumas, pneumotórax e aumento descontrolado dos parâmetros fisiológicos.Em Técnica Operatória Experimental, criar é importante, pois favorece o aparecimento de novas técnicas e, ou equipamentos. Este sistema proposto, foi criado com materiais e equipamentos comuns a quaisquer hospital, e sua principal proposição é o baixo curto e funcionalidade. Não dispensa, o anestesiologista, pois não se trata de equipamento eletrônico ou mecânico, mais é uma peça de funcionamento manual. No entanto, será de grande auxílio para as pesquisas em animais de baixo peso, em cirurgia experimental.

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ANESTESIA DISSOCIATIVA SOB HIPOTERMIA SISTÊMICA DE CONDUÇÃO EXTERNA PROFUNDA EM RATTUS NORVERGICUS

Siqueira VJ, Fagundes DJ, Minami E, Siqueira AC, Leitão MP, Sousa AT

Laboratório de Técnica Cirúrgica e Anestesiologia Experimental da

Faculdade de Medicina Veterinária de Alfenas, UNIFENAS

A hipotermia induzida é indicada para estados onde se requer a redução da taxa metabólica basal, do consumo de oxigênio, para a preservação da integridade de órgãos submetidos à estados de isquemia e reperfusão em transplantes. Verificou-se o comportamento de ratos, submetidos à hipotermia profunda de condução externa, sob anestesia dissociativa e ventilação controlada. Sessenta rattus norvergiccus receberam dieta livre e foram aclimatados em gaiolas coletivas. A indução à anestesia dissociativa foi realizada com hidroclorêto de cetamina associada ao cloridrato de xilazina 2%, nas doses de 30mg/Kg-1 e 3mg/Kg-1. Após arreflexia, foram intubados por via oro-traqueal com um extracatéter gelco, calibre 14G. Após a indução anestésica, foram registradas as frequências cardíaca e respiratórias, temperatura retal e eletrocardiograma na derivação DII. Em seguida, os animais eram mergulhados em água a uma temperatura de 3º C, com o termômetro posicionado no reto até que suas temperaturas reduzissem e estabilizassem 10ºC abaixo da temperatura inicial. Neste momento, instalou-se a ventilação controlada, com um tubo T de Ayre modificado. Foram, então, retirados da água gelada e posicionados sob sacos de gêlo em gel, sendo, então realizado laparotomia supra umbilical, para que se inserisse o bulbo de um termômetro de laboratório de alta precisão na região epigástrica. Todos os parâmetros eram novamente registrados em intervalos de 10m. Os animais foram mantidos neste estado por 60m, quando foram sacrificados por hiperpotassemia. Houve redução significante da amplitude e freqüências respiratórias, apnéia em 80 % dos casos e bradicardia sinusal, com estabilização dos parâmetros em todos os animais. A instalação da ventilação controlada, foi imperativa, mantendo-se o fluxo volumétrico de gás fresco em 50% oxigênio-óxido nitroso, e a FiO2 em níveis superiores a 40%. Pode-se concluir que a redução da temperatura central, sob anestesia dissociativa e ventilação controlada, produziu redução significante e manutenção dos parâmetros cárdio-circulatórios, e, da taxa metabólica basal. É técnica , factível, exeqüível para as grandes intervenções operatórias, desde que se controle a ventilação do animal.

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CLAMPEAMENTO DO PEDÍCULO HEPÁTICO EM RATTUS NORVERGICUS, SUBMETIDOS À HIPOTERMIA PROFUNDA E NORMOTERMIA

Siqueira VJ, Varaschin MS, Araújo TH, Sachsida A, Kuehne B, Siqueira AC, Leitão MP

Laboratório de Técnica Cirúrgica e Anestesiologia do Hospital Veterinário Universitário da Universidade de Alfenas, UNIFENAS

O presente trabalho visa criar um modelo de isquemia hepática total, sem derivação vascular, com o animal sob anestesia dissociativa divididos em dois grupos: o primeiro normotérmico e, o segundo, sob hipotermia sistêmica profunda. Foram utilizados 20 Rattus norvergicus. Após a tomada e o registro da temperatura retal, os animais, cada um a seu tempo, receberam 1,0 mg/Kg-1 de cloridrato de xilazina 2% e 20 mg/Kg-1 de cloridrato de ketamina, associado a 0,04 mg/kg-1 de citrato de fentanilpela via intramuscular. No primeiro grupo de animais, denominados de hipotérmicos (H), após instalada a anestesia, foram submersos em um recipiente contendo água e gêlo a uma temperatura de 2º C. por períodos de tempos variáveis até que a temperatura abaixasse 10º da temperatura inicial. Findo este tempo, foram posicionados sob sacos de gelo em gel, e, intubados com o auxílio de um gelco calibre 14 G pela via orotraqueal. Uma incisão xifo-púbica na linha média foi realizada, e o fígado, isolado; o termômetro de precisão foi inserido no lobo diafragmático para a mensuração da temperatura do mesmo. Após a estabilização da temperatura em 10 º menos que a inicial, o pedículo hepático foi clampeado. Fragmentos do íleo foram coletados nos tempos, 0, 15 e 30 minutos. No segundo grupo, normotérmicos (N) executou-se os mesmos procedimentos, sob condições normotérmicas. Microscopicamente, 8 camundongos normotérmicos submetidos a isquemia hepática nos tempos 0 e um animal (N2) no tempo de 10min apresentaram congestão discreta sem alterações epiteliais. Porém, um animal N apresentou uma área focal com fragmentação do epitélio superficial das vilosidades associado a proliferação bacteriana focal. No animal submetido a 15 min. de isquemia a congestão ocorreu de forma mais acentuada (N1-15). Dos 8 camundongos normotérmicos submetidos à um período de 30 min. de isquemia a congestão vascular foi acentuada, com infiltrado inflamatório linfo-plasmocitário moderado, onde em 5 animais N ocorreram fragmentação celular levando ao desprendimento do epitélio de revestimento do topo de algumas vilosidades, sendo que em um camundongo o número das lesões foi mais acentuada, onde ocorreram áreas com ausência total das vilosidades e necrose celular acentuada, caracterizada por picnose nuclear, cariorrexia e acidofilia citoplasmática. Em 4 animais n haviam colônias bacterianas na luz e mucosa superficial segmento analisado e em um único animal N áreas de hemorragia. Nos 10 camundongos H submetidos à isquemia hepática, em tempo 0, microscopicamente observou-se congestão vascular muito discreta e ausência de lesões epiteliais. Em 7 camundongos H com um tempo de isquemia de 30min ocorreram congestão vascular moderada à acentuada, porém sem lesões epiteliais. Em 3 animais ocorreram discretos focos com despreendimento do topo de algumas vilosidades; somente o animal H9 apresentou discreta proliferação bacteriana na mucosa superficial. Pode-se concluir que sob condições de hipotermia profunda sistêmica, as lesões das ultra-estruturas celulares são acentuadamente menores que sob condições de normotermia. Procedimentos de isquemia hepáticas (manobras de Pringle), podem ser realizados, com mais segurança, por tempos mais prolongados, em ratos, conforme atesta o presente experimento.

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COQUETEL LÍTICO PARA CONTENÇÃO QUÍMICA EM COELHOS.

Siqueira VJ, Farias ELP, Minami E, Fagundes DJ, Taha MO, Siqueira AC

Laboratório de Técnica Cirúrgica e Anestesiologia do Hospital Veterinário Universitário da Universidade de Alfenas, UNIFENAS

O presente trabalho visa a obtenção de um estado de sedação ou hipnose intensa com a utilização de um grupo de drogas misturados, sem provocar interferências com parâmetros vitais, em coelhos, objetivando propor uma mistura de drogas para a medicação pré-anestésica (M.P.A.) em coelhos, que não interfiram de modo significante nos parâmetros fisiológicos, permitindo, desta forma, a aquiescência à um plano anestésico desejado. Foram utilizados 10 coelhos Ornitolagus cunicculus. Os animais receberam ração e água "ad libitun", foram acondicionados em gaiolas individuais para aclimatação, e, cada um a seu tempo, foram novamente pesados, examinados e tiveram seus parâmetros ( Freqüências cardíaca e respiratória, Temperatura retal, Pressão arterial Média, Eletrocardiograma na derivação DII) anotados em protocolo específico. Uma mistura de drogas, contendo: Cloridrato de levomepromazina 25 mg; Maleato de acetilpromazina 10 mg; Droperidol 10 mg; Cloridrato de xilazina 20mg; Citrato de Fentanil 0.04 mg; foi preparada para injeção. A veia marginal auricular e a artéria mediana auricular foram canulizadas com um gelco calibre 16 G. Na flebóclise, foi instalada um gotejamento endovenoso com solução fisiológica 0,9%, na dose de 60 ml/kg-1 . O gelco da arteriocentese foi heparinizado e conectado à um equipo para medida da pressão arterial média, por coluna de mercúrio. Os eletrodos de um eletrocardiógrafo e do osciloscópio foram posicionados, sendo escolhida a derivação DII como padrão. Após realizar todas as medidas, a mistura foi injetada na dose de 1 ml para cada 2 kg de peso, pela via endovenosa. Após a injeção o animal foi posicionado em decúbito dorsal, e os parâmetros medidos e anotados de 10 em 10 minutos durante uma hora. Houve redução e estabilização dos parâmetros fisiológicos em todos os animais, dispensando, desta forma, análise estatística, no presente experimento. Segue-se os resultados nas tabelas abaixo: Pressão Arterial Média em mm/Hg de coelhos tratados com o coquetel proposto: Animal/Tempo - t0=131,5; t1(10m) =144,5; t2(20m)=140,5; t3(30m)=135,1; t4(40m)=138,1; t5(50m)=136,4; e t6(60m)=141,5. Freqüência respiratória de coelhos tratados com o coquetel proposto em incursões por minuto. Animal/Tempo - t0=24,5; t1(10m) =16,9; t2(20m)=15,4; t3(30m)=14,4; t4(40m)=14,1; t5(50m)=13,1; e t6(60m)=14,0. Freqüência cardíaca de coelhos tratados com o coquetel proposto em b/p/m. Animal/Tempo - t0=213,9; t1(10m) =202,9; t2(20m)=200,6; t3(30m)=195,2; t4(40m)=194,8; t5(50m)=188,3; e t6(60m)=194,5. Pode-se concluir que o coquetel proposto para a medicação pré-anetésica em coelhos é seguro, de fácil aplicação, pouco oneroso e mantém a estabilidade cárdio-respiratória, com recuperação suave e isenta de excitação.

SOBRADPEC

Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento da Pesquisa em Cirurgia

VII Congresso Nacional Pará

INSTITUIÇÕES:

Laboratório de Cirurgia Experimental - UFPA

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EFEITO DA SACACA (Croton cajucara Benth) NO FÍGADO DE RATOS APÓS HEPATECTOMIA A 70%

Castro e Silva Jr O, Souza-Júnior OG, Silva ARS, Tavares MLB, Souza MEJ, Rocha MCJ

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP e Laboratório de Cirurgia Experimental, UFPA

A elevação compensatória do metabolismo energético, assim como o aumento do potencial de membrana observados nas fases iniciais da regeneração hepática pós-hepatectomia, podem receber influências de inúmeros fatores exógenos. Neste contexto, espécies da flora amazônica têm sido estudadas no sentido de caracterizar suas ações neste processo. A sacaca, particularmente, é planta de ampla utilização empírica em razão de supostos efeitos emagrecedores. O objetivo éestudar o efeito da sacaca (Croton cajucara Benth) no fígado de ratos após hepatectomia a 70%. Foram utilizados 14 ratos Wistar machos de 250 a 280 g, distribuídos em dois grupos: grupo hepatectomia parcial (GH) e grupo sacaca + hepatectomia parcial (GSH). Os animais do GSH receberam por gavagem diariamente 5mg/kg de extrato bruto aquoso seco (EBAS) de sacaca pelo período de 7 dias. GH e GSH foram submetidos à hepatectomia a 70%. Vinte e quatro horas após, foram realizadas biópsias hepáticas para avaliação da função mitocondrial (estados 3 e 4, Razão de Controle Respiratório e Potencial de Membrana Mitocondrial) e coleta de 3 ml de sangue da veia cava abdominal para avaliação de AST, ALT, bilirrubina total e frações, gGT, fosfatase alcalina e DHL. Os dados foram tratados estatisticamente pelo teste de ANOVA, adotando p<0,05 para significância. Houve inibição do estado 3 (p<0,0009), estado 4 (p<0,002) e RCR (p<0,0001) no GSH em relação ao GH (p<0,05). No PMM não houve diferença estatisticamente significante (p>0,4) e ocorreu aumento do ADPO no grupo GSH (p<0,04). Quanto às enzimas hepáticas, ocorreu aumento nos níveis séricos de gGT (p<0,03) e diminuição de DHL (p<0,0001), ALT (p<0,04), AST (p<0,002) e bilirrubina direta (p<0,04) no GSH. Não houve diferença entre os grupos nos resultados de fosfatase alcalina (p>0,05), bilirrubinas total (p>0,1) e indireta (p>0,05). A sacaca inibe o metabolismo energético hepático e leva diminuição das repercussões enzimáticas em ratos hepatectomizados a 70%.

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EFEITO DA PRAVASTATINA NO METABOLISMO LIPÍDICO HEPÁTICO E ADRENAL DE RATOS SUBMETIDOS À AÇÃO DA NICOTINA

Dacier Lobato CMS, Souza-Júnior OG, Tavares MLB, Silva ARS, Santos LLT

Laboratório de Cirurgia Experimental, UFPA e Escola Paulista de Medicina, UNIFESP

Estudos experimentais recentes, mostram que as estatinas são capazes de estabilizar as placas ateroescleróticas através, não só de uma ação direta sobre o colesterol, como também, aumento do colágeno e de células musculares lisas, desta forma atuando em diversos locais do organismo. Sendo assim o objetivo deste trabalho foiestudar o efeito da pravastatina no metabolismo lipídico hepático e adrenal de ratos submetidos a ação da nicotina.Foram utilizados vinte oito ratos Wistar, distribuídos em: Grupo Controle; Grupo Pravastatina, em que foram administrados 10 mg/kg de solução de pravastatina por via oral durante quinze dias; Grupo Nicotina, que fez uso de 10 mg/kg de nicotina via subcutânea no 15º dia do experimento e Grupo Pravastatina + Nicotina, que utilizou nicotina e pravastaina, conforme doses e períodos referidos. Os animais foram submetidos à eutanásia no 15º do experimento, sendo as glândulas supra-renais e fragmentos do fígado de cada animal, retirados e fixados em formol. Os cortes histológicos foram corados pelo método Sudan III e método de PAS, na adrenal e fígado, respectivamente. Estes dados foram submetidos a análise estatística pelo método de Kruskal-Wallis.No córtex supra-renal dos ratos pertencentes ao grupo nicotina e pravastatina-nicotina, houve depleção de lipídeos em relação aos grupos controle e pravastatina. No fígado, houve depleção de glicogênio nos animais submetidos a administração de nicotina.A pravastatina não promoveu proteção quanto a depleção de lipídeos adrenais e glicogênio hepático nos ratos submetidos à nicotina.

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EFEITO DO INFUSO DE SACACA (CROTON CAJUCARA BENTH) NO METABOLISMO HEPÁTICO DE RATOS HEPATECTOMIZADOS

Castro e Silva Jr O, Brito MVH, Maneschy RB, Tavares MLB, Silva ARS, Almeida LC

Laboratório de Cirurgia Experimental, UFPA e Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP

O fígado é um órgão de grande importância na fisiologia dos seres vivos, e doenças que comprometam seu funcionamento podem vir a ser incompatíveis com a vida, desta maneira, é sempre benéfica a ampliação do arsenal terapêutico para o tratamento das afecções hepáticas, nesse contexto se inserem as plantas medicinais, abundantes na Região Amazônica, destacando-se a sacaca, amplamente utilizada pela população para os mais diversos fins, porém, forem relatados casos de toxicidade relacionados ao uso dessa planta, sendo necessários mais estudos sobre sua metabolização. O bjetivou-se estudar in vivo, o efeito do infuso de sacaca (Croton cajucara Benth) no metabolismo hepático de ratos hepatectomizados. Foram utilizados 13 ratos, da linhagem Wistar, pesando entre 200 a 250g, distribuídos em grupo hepatectomia (H), animais que foram submetidos à hepatectomia parcial; e grupo hepatectomia + sacaca (HS), animais que receberam por gavagem infuso de sacaca por um período de 7 dias, e no 8º dia foram submetidos a hepatectomia parcial. 24 horas após foram retirados fragmentos do fígado para análise da função mitocondrial, além de amostra de 3ml de sangue da veia cava abdominal, para análise de bilirrubina total, direta e indireta, fosfatase alcalina, ALT, AST e DHL. Os resultados foram analisados pelo teste de Kruskal-Wallis.O estado IV esteve diminuído no HS (p<0,05). Não houve diferença estatística no potencial de membrana, respiração de estado III, razão de controle respiratório (RCR) e relação ADP:O, quanto às provas de função, não houve diferença estatística nas enzimas hepáticas entre os grupos (p>0,05). Concluí-se que nNo experimento exposto, o infuso de sacaca leva a alterações não desacopladoras na respiração mitocondrial hepática, porém, sem alteração enzimática importante.

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EFEITO DO INFUSO DE SACACA (Croton cajucara BENTH) NO METABOLISMO HEPÁTICO: ESTUDO EM RATOS

Castro e Silva Jr O, Brito MVH, Maneschy RB, Tavares MLB, Silva ARS, Almeida LC

Laboratório de Cirurgia Experimental,UFPA e Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto -USP

Grande parte da população utiliza a sacaca (Croton cajucara, Benth) como alternativa de uso aos medicamentos alopáticos, apesar de pouco se conhecer suas reais ações, sendo necessários estudos mais específicos sobre sua metabolização no organismo.O objetivo deste trabalho é estudar in vivo, o efeito do infuso de sacaca no metabolismo hepático de ratos. Método: Foram utilizados 18 Rattus norvegicus albinus, da linhagem Wistar, pesando entre 200 a 250g. Distribuídos em grupo padrão (P), animais que não receberam a droga; grupo soro fisiológico (SF), animais que receberam por gavagem soro fisiológico por um período de 7 dias e o grupo sacaca, animais que receberam por gavagem infuso de sacaca por um período de 7 dias. Nestes foram feitas biópsias hepáticas para avaliação da função mitocondrial, além de amostras de 3ml de sangue da veia cava abdominal, para análise de bilirrubina total, direta e indireta, fosfatase alcalina, ALT, AST e DHL. Os resultados foram analisados pelo teste de Kruskal-Wallis.O potencial de membrana esteve diminuído no SF em relação a P e S (p<0,05) e a razão de controle respiratório (RCR) também esteve diminuída, quando comparado P e S (p<0,05). Não houve diferença estatística na respiração de estado III, estado IV e a relação ADP:O (p>0,05). Também não houve diferença estatística nas enzimas hepáticas, entre os grupos (p>0,05). Concluímos que, o infuso de sacaca promove recuperação do potencial de membrana mitocondrial, sem, no entanto, alterar os níveis séricos de enzimas hepáticas

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PROTEÇÃO PELA PRAVASTATINA AO ESTRESSE INDUZIDO PELA NICOTINA EM MIOCÁRDIO DE RATOS

Dacier Lobato CM, Souza-Júnior OG, Tavares MLB, Silva ARS, Souza LO, Pinto NT

Laboratório de Cirurgia Experimental, UFPA e Escola Paulista de Medicina, UNIFESP

A nicotina atua de modo deletério sobre o sistema cardiovascular, por meio de estímulo adrenérgico, que ativa os gânglios autonômicos através de receptores colinérgicos nicotínicos, ocasionando a liberação de noradrenalina pós-ganglionar, assim como adrenalina pela supra-renal. Tal fato determina aumento da freqüência cardíaca, pressão arterial, contratilidade cardíaca, consumo de oxigênio pelo miocárdio, assim como, comprometimento da circulação coronária e aumento da resistência vascular periférica. Teve como objetivo avaliar a possível proteção da pravastatina às importantes alterações produzidas pela nicotina em miocárdio de ratos.Foram utilizados quarenta ratos Wistar, distribuídos em: Grupo Controle; Grupo Pravastatina, em que foram administrados 10 mg/kg de solução de pravastatina por via oral durante quinze dias; Grupo Nicotina, que fez uso de 10 mg/kg de nicotina via subcutânea no 15º dia do experimento e Grupo Pravastatina + Nicotina, que utilizou nicotina e pravastaina, conforme doses e períodos referidos. Os animais foram submetidos à eutanásia no 15º do experimento, tendo sido analisados fragmentos do ventrículo esquerdo (VE) à microscopia de luz e eletrônica.As alterações ultra-estruturais nos cardiomiócitos, quantificados através de perfis mitocondriais com cristólise mostraram aumento significante no grupo nicotina, enquanto que no Grupo Pravastatina-Nicotina, houve redução das alterações mitocondriais, com diferença estatisticamente significativa, p<0,05. Concluí-se que a pravastatina protegeu os cardiomiócitos do VE dos animais submetidos à ação da nicotina, ao reduzir o número de perfis mitocondriais com cristólise.

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EFEITO DO EXTRATO DE SACACA (CROTON CAJUCARA BENTH) EM MITOCÔNDRIAS HEPÁTICAS EXPOSTAS A IRRADIAÇÃO LASER: ESTUDO IN VITRO.

Castro e Silva Jr O, Brito MVH, Tavares MLB, Silva ARS, Souza MEJ, Monteiro JTC

Cirurgia Experimental, UFPA/Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP

A literatura relata a ocorrência de aumento energético hepático em ratos hepatectomizados após a irradiação LASER, sendo assim utilizado em ressecções tumorais, na regeneração do fígado e na falência hepática aguda. Neste contexto, a sacaca (Croton cajucara Benth) é descrita como etiologia tóxica m casos de hepatite fulminante. Assim, se faz necessário esclarecer de que forma a sacaca atuaria no metabolismo energético hepático, quando associada ao laser. O objetivo é estudar in vitro, os efeitos do Croton cajucara Benth em mitocôndrias hepáticas de ratos após a irradiação de luz laser. Foram utlizados 7 ratos, Wistar, entre 200 a 250g. Nestes foram removidos segmentos do fígado para separação da fração mitocondrial. Dessa forma, as mitocôndrias hepáticas foram distribuídas em 8 grupos para análise da função mitocondrial: controle (C), sacaca 10ml (S10), sacaca 20ml (S20) e sacaca 40ml (S40), mitocôndrias hepáticas incubadas com doses correspondentes de extrato bruto aquoso seco (EBAS) de sacaca para cada grupo por 5 minutos, além dos grupos controle laser (CL) - mitocôndrias hepáticas irradiadas com luz laser (laser de argônio) por 5 minutos, sacaca 10ml + laser (S10+L), sacaca 20ml + laser (S20+L) e sacaca 40ml + laser (S40+L), mitocôndrias hepáticas irradiadas com luz laser e incubadas nas doses correspondentes de sacaca para cada grupo, simultaneamente, por 5 minutos. Foram aplicados os testes estatísticos de Friedman e Wilcoxon. A respiração de estado III esteve diminuída quando comparado C e S40, S10 e S40, CL e S40+L e S10+L com S40+L (p<0,05). A razão de controle respiratório (RCR) também esteve diminuída em relação a C e S20, C e S40, e CL com S40+L (p<0,05). Concluí-se que de acordo com a metodologia empregada, quanto maior a dose de sacaca oferecida, maior a inibição do metabolismo energético hepático, o que não é influenciado pelo laser.

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EFEITO DO ÓLEO DE COPAÍBA NA COMPOSIÇÃO DA URINA

Brito MVH,Tavares MLB, Silva ARS, Lima JT, Moura LGS, Souza LO

Laboratório de Cirurgia Experimental, UFPA

A região Amazônica possui uma variedade de plantas com caráter medicinal , dentre as quais destaca-se a copaíba que tem sua utilização bastante difundida entre a população, sem no entanto haver estudos em relação as suas ações na composição da urina. O objetivo é estudar o efeito do óleo de copaíba na composição da urina de ratos. Materiais e Métodos: Foram utilizados 27 ratos (Rattus norvegicus albinus), da linhagem Wistar, distribuídos em 4 grupos: Grupo padrão (GP), Grupo Água (GA), Grupo Copaíba Terapêutica (GCT) e Grupo Copaíba Subletal (GCS). Todos os animais foram submetidos a gavagem diária por 14 dias, com as devidas substâncias, exceto do grupo padrão. No 15ª dia os animais foram anestesiados com éter etílico e submetidos a uma laparatomia mediana xifo-pubica com exteriorização de alças, visibilização da bexiga e punção, com coleta de o,5 ml de urina para avaliação de sua composição: cor, aspecto, PH, densidade, presença de nitrito, proteína, glicose, urobilinogênio, bilirrubina, cetona e sangue. Os resultados anotados em protocolos de trabalho foram submetidos a analise estatística pelo teste de Kruskal-Waills. Resultados: No GCS houve aumento da densidade urinária (p<0,05). Quanto aos outros critérios pesquisados, não foram observadas diferenças estatisticamente significantes entre os grupos. Conclusão: De acordo com a metodologia empregada, podemos sugerir que o óleo de copaíba altera a densidade urinária e não modifica os demais parâmetros de estudos da composição da urinária.

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TÉCNICA PARA OBTENÇÃO DE SANGUE CENTRAL: ESTUDO EXPERIMENTAL EM RATOS

Brito MVH, Moura FAS, Carballo MCS, Tavares MLB, Santos LLT

Laboratório de Cirurgia Experimental, UFPA

A realização de trabalhos experimentais para estudos de componentes do sangue, necessita da obtenção de amostras. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é desenvolver um procedimento para obtenção de sangue central, em intervalos regulares, com o mínimo de alterações possíveis e sem necessidade de eutanásia do animal.. Os animais foram anestesiados com éter etílico, foi feita a tricotomia da região inguinal e posteriormente uma incisão de 1 cm para visibilização da veia femural. Em seguida foi feita dissecção com auxílio de microscópio cirúrgico VGS 9000, e o reparo da veia com o auxílio de pinças microcirúrgicas. Realizou-se heparinização sistêmica com solução de heparina a 5% e em seguida foi coletado 1,5 ml de sangue, pela punção da veia, utilizando-se um catéter Angiocat nº 24. Após a retirada do sangue foi feita a ligadura definitiva na veia femural. Outra coleta foi realizada no intervalo de 7 dias, na veia femural contralateral. Foi observado que durante a realização do procedimento, dos 10 animais utilizados, todos permitiram a realização das punções. O procedimento mostra-se satisfatório para o objetivo a que foi proposto, possibilitando o desenvolvimento de estudos a partir de componentes do sangue central.

SOBRADPEC

Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento da Pesquisa em Cirurgia

VII Congresso Nacional Santa Catarina

INSTITUIÇÕES:

Laboratório de Técnica Operatória e Cirurgia

Experimental, UFSC

Departamentos de Análises Clínicas, Morfologia e Clínica Cirúrgica, UFSC

Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL

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PANCREATECTOMIA SUBTOTAL COM DIFERENTES TÉCNICAS PARA TRATAMENTO DO DUCTO PANCREÁTICO

Silva E, Ceneviva R, Batista LN, WohlgemuthFB, Westphal MGB

Laboratório de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, Departamento de Clínica Cirúrgica da Faculdade de Medicina, UFSC e Departamento de Cirurgia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP

O propósito desta pesquisa é comparar o efeito de três técnicas de tratamento do ducto pancreático após pancreatectomia subtotal, através de avaliação dos resultados da amilase, lipase, cálcio, teste de tolerância à glicose (TTG), insulina, histopatologia do tecido pancreático e ilhotas de Langerhans, por marcadores histoquímicos para insulina, glucagon e somatostatina. Quarenta e dois cães mongrels, machos e fêmeas, adultos, pesando entre 16,5 e 31 kg, foram submetidos à laparotomia e distribuídos randomicamente em 2 grupos e 3 subgrupos: Grupo C (controle) - n=10; Grupo P (pancreatectomia subtotal -PS) - n=32. Subgrupo: P1 (PS e ligação do ducto pancreático principal) - n=10; P2 (PS com anastomose pancreatojejunal em Y de Roux ) - n=12; P3 (PS e oclusão do ducto pancreático principal com prolamina) - n=10. Comparando os valores pré e pós-operatórios do TTG, a taxa de desaparecimento da glicose diminuiu no subgrupo P2. No Grupo C e subgrupos P1 e P3 estes valores não mudaram. Os níveis de insulina diminuíram semelhantemente em todos os grupos. Os testes bioquímicos para amilase, lipase e níveis plasmáticos de cálcio não mostraram nenhuma diferença significativa. O ultra-som no subgrupo P1 mostrou alterações morfológicas mais significativas que nos demais. Inflamação crônica e fibrose intralobular foram mais freqüentes nos subgrupos P1 e P3. Os estudos imunohistoquímicos das ilhotas de Langerhans, somatostatina e glucagon apresentaram-se semelhantes em todos os grupos. Foi encontrado diminuição dos marcadores de insulina em alguns animais do subgrupo P1. Conclui-se que os animais submetidos à pancreatectomia subtotal com ligadura e oclusão do ducto pancreático principal com prolamina e anastomose pancreatojejunal não mostraram efeitos adversos significantes no curso clínico, estudos bioquímico e imunohistoquímico. Considerando a preservação da morfologia e função pancreática, o procedimento cirúrgico de anastomose pancreatojejunal em Y de Roux pode ser recomendado para pacientes sob riscos cirúrgicos semelhantes.

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ANÁLISE HISTOLÓGICA DA VIABILIDADE DO TRANSPLANTE OVARIANO PARA RETROPERITÔNIO DE RATAS

Manoel FS, Tramonte R, Schmidt RR, Muller CT, Tognoli T, Oliveira A, Raymundi SD, d'Acampora AJ

Departamento de Clínica Cirúrgica, UFSC e TOCE, CCB-MOR

Apesar de existir na literatura vários trabalhos experimentais indicando a preservação da função hormonal de ovários autotransplantados para diversas regiões corporais de animais experimentais, não existe ainda nenhum trabalho que analise com critérios morfométricos a viabilidade de ovários autotransplantados para o retroperitônio de ratas, portanto, o objetivo deste trabalho foi analisar a presença de sinais morfológicos indicativos de restabelecimento da função ovariana em hemi-ovários autotransplantados em retroperitônio de ratas Wistar. Foram utilizados 48 animais, previamente ooforectomizados bilateralmente, divididos em 6 subgrupos, de acordo com diversos tempos pós-operatórios nos quais foram submetidas as ratas. As peças retiradas foram histologicamente analisadas, usando-se fixação em formol a 10 % por 24 horas, a 4º C, sendo então incluídas em parafina. Na seqüência, foram obtidos de cada peça 5 cortes semi-seriados de 10 micrômetros de espessura, no sentido transversal do ovário transplantado. Os cortes foram analisados por 2 observadores independentes, que não conheciam o grupo ao qual pertencia a peça analisada. Os parâmetros morfométricos analisados foram a presença ou ausência de folículos ovarianos (em seus vários estágios), neoformação vascular, corpos lúteos e tecido de granulação. Os resultados das análises demonstraram presença de folículos ovarianos em vários estágios de desenvolvimento, corpos lúteos e neoformação vascular em todos os grupos analisados. Demonstraram também presença de tecido de granulação (infiltrado inflamatório), predominando nos grupos experimentais com menor tempo de pós-operatório. Foi possível concluir então que os ovários implantados apresentavam características morfológicas de ovários viáveis, indicando que a implantação permitiu a manutenção dos mesmos no retroperitônio das ratas.

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ATROFIA MUCOSA/TRANSLOCAÇÃO BACTERIANA NA SEPSE EXPERIMENTAL EM RATOS WISTAR

d'Acampora AJ, Ortellado DK, Carvalho ROM, Serafim JMD, Viegas HR, Tramonte R

Departamento de Clínica Cirúrgica, UFSC e TOCE, CCB-MOR

Os mecanismos que controlam a translocação bacteriana dependem de múltiplos fatores relacionados ao microrganismo e ao hospedeiro.Dentre esses fatores, talvez um dos mais importantes na fisiopatologia da translocação bacteriana, seja o papel de barreira exercido pela mucosa intestinal. Suspeita-se que a lesão mucosa do intestino delgado facilite a translocação bacteriana. Entretanto, vários trabalhos demonstram a necessidade de outros fatores para a sua ocorrência na sepse. O objetivo do presente trabalho foi o de a avalizar a relação entre lesão da mucosa do intestino delgado e translocação bacteriana na sepse experimental em ratos. Foram utilizados 50 ratos distribuídos em 5 grupos =1-Controle (n = 10): injeção de inóculo de P. aeruginosa . 2-Dreno (n = 10): injeção do inóculo e drenagem da cav. abdominal, após 6 hs. 3-Lavado (n = 10): injeção do inóculo e lavagem da cav. abdominal, após 6 hs. 4-Lavado + dreno (n = 10): injeção do inóculo e após 6 horas, drenagem + lavagem da cavidade. 5-Normal (n = 10): avaliação da parede intestinal normal, medidas da mucosa. Após o óbito, realizou-se hemocultura e cultura peritoneal. Foram retirados fragmentos de jejuno de forma padronizada, e realizou-se cortes transversais da parede do jejuno , corados pelo H.E sendo realizadas medidas da espessura total da parede do jejuno e da camada mucosa em vilosidades seccionadas de forma longitudinal. Na hemocultura, houve crescimento de P. aeruginosa e E. coli em 90% e 52,5% dos animais, respectivamente.Na cultura peritoneal, houve crescimento de P. aeruginosa, E. coli e Klebsiella sp em 87,5%, 85% e 5% dos animais, respectivamente.Quanto a altura da camada mucosa e da parede intestinal, não houve alteração estatisticamente significativa entre os 5 grupos. Pôde-se concluir que a sepse aguda não causou alteração na camada mucosa do intestino delgado e a translocação ocorrida não pode ser considerada como decorrente de uma lesão da mucosa intestinal.

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EFEITO ANTIINFLAMATÓRIO DO METOTREXATE NO MODELO DA PLEURISIA INDUZIDA OELA CARRAGEMINA EM CAMUNDONGOS

Dalmarco EM, d'Campora A, Fröde TS

Departamentos de Análises Clínicas e Clínica Cirurgica, UFSC

A pleurisia induzida pela carragenina (Cg) é um modelo de inflamação, que permite a quantificação do exudato, da migração celular e parâmetros inflamatórios. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito antiinflamatório do metotrexate, administrado pelas vias intrapleural (i.pl) ou intraperitoneal (i.p.) no modelo da pleurisia induzida pela Cg (4 e 48h), em camundongos. A pleurisia induzida pela Cg foi realizada segundo a metodologia descrita por Saleh et al., 1996. Os parâmetros analisados foram: leucócitos (x106) e exsudação (mg/ml). Neste protocolo os animais foram tratados (30min antes) com diferentes doses de metotrexate (1-40 mg/kg), pelas vias i.p. ou i.pl. Os resultados dos leucócitos e da exsudação foram expressos através da média±EPM e os valores da DI50 através das suas médias geométricas e respectivos (95%) limites de confiança (LC). Diferenças estatísticas entre os grupos foram determinadas pela análise da variância e complementados com os testes de Dunnett's ou t de Student. O metotrexate (1, 10, 20 e 40 mg/kg, i.p., 30 min antes) inibiu significativamente os leucócitos, mas não a exsudação em: 42±12; 50±14, 62±14 e 48±5%, respectivamente. O valor médio da DI50 (95% limite de confiança: LC) para este efeito, foi de 26,3 (25-28) mg/kg. Na fase tardia (48h) da pleurisia, o metotrexate (1, 10, 20 e 40mg/kg, i.p. 30 min antes) inibiu significativamente a exudação em 51±5; 71,3±4,3; 64,6±4,6 e 72±4 %, respectivamente e os leucócitos (10, 20 e 40 mg/kg, i.p., 30 min antes) em 40±8, 42±7 e 65,4±3,4 %, respectivamente. O valor médio da DI50 (95% LC) para os leucócitos foi de 27 (23-28,2)mg/kg. O metotrexate (1mg/kg, i.pl., 30min antes) inibiu significativamente a exudação em 35±6 %, mas não a migração celular na fase aguda (4h) da resposta inflamatória induzida pela Cg. Na fase tardia (48h) desta resposta inflamatória, o metotrexate (1,10 e 20 mg/kg, ipl.) diminuiu somente a exudação em 50,1±2,8; 56,6±0,03 e 56,4±2, respectivamente. Estes resultados demonstram que o metotrexate possui efeito antiinflamatório sistêmico, mas não local na inflamação induzida pela Cg na cavidade pleural de camundongos.

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ESTUDO DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA SISTÊMICA NO MODELO SEPSIS INDUZIDA PELA PERITONITE, EM CAMUNDONGOS

Santos VV, Tramonte R, Tognoli e Silva H, D'Campora A, Fröde TS

Departamentos de Análises Clínicas, Morfologia e Clínica Cirúrgica, UFSC

Peritonite induzida por extravasamento fecal é um modelo para avaliar manifestações que ocorrem na sepsis. Os objetivos deste trabalho foram: investigar a cinética (4 a 72h) dos leucócitos no lavado abdominal de camundongos com sepsis; analisar a permeabilidade vascular e histológica de tecidos (baço, fígado, pulmão, peritôneo e rim). Os resultados foram comparados com animais controle. Camundongos adultos foram anestesiados com éter etílico. Uma incisão abdominal foi realizada, sendo o ceco exposto, perfurado 3 vezes e colocado na cavidade abdominal. A parede foi suturada. Para avaliar a exsudação, os animais foram tratados com azul de Evans (25mg/kg, 0,2ml, i.v, 1h antes). Os camundongos foram sacrificados e a cavidade abdominal lavada com 1ml de PBS. Para a contagem dos leucócitos no lavado peritoneal utilizou-se o Coulter. A permeabilidade vascular foi avaliada medindo-se as concentrações de azul de Evans após incubação dos tecidos em formamida (72h, 45°C). Para histologia dos órgãos, os tecidos foram analisados utilizando-se corante HE e morfometria. Utilizou-se a análise de variância. Os resultados demonstraram aumento significativo de leucócitos 6 a 72h (x106) (C: 1,53±0,3; 6h: 3,49±0,3; 24h: 8,7±1,5; 48h: 15,5±1,37; 72h: 15,9±5,7) e da exsudação 48 a 72h após a indução da peritonite (baço: C: 34,8±0; 48h: 45,0±0,01; fígado: C: 4,03±0,02, 72h: 44,14±0,07; pulmão: C: 45,3±0,15, 72h: 41,82±0,08; rim: C: 28,5±0,24; 48h: 46,13±0,07 e 72h: 44,03±0,01). A análise morfométrica tecidual dos animais sépticos demonstraram aumento significativo de mononucleares no baço (4 a 72h), no fígado (4 a 72h) e no peritôneo (48, 72h) após a indução da inflamação. No pulmão, a infiltração de mononucleares foi às custas de plasmócitos e de linfócitos (24 a 72h) após a indução da inflamação. Aumento significativo de neutrófilos foi também observado no fígado e no peritôneo (6-72h) após a peritonite. Estes resultados demonstram que após a indução da peritonite a distribuição de células inflamatórias ocorre em diferentes tecidos e pode ser um fator determinante na falência dos órgãos.

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AVALIAÇÃO HEMATOLÓGICA E BIOQUÍMICA DOS CÃES DA RAÇA BEAGLE

Silva É,Batista LN, WohlgemuthFB, WestphalMGB, Bernardini JD, Ostroski S

Laboratório de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UFSC

PÔSTER

O objetivo deste trabalho é determinar um padrão de valores bioquímicos que sirvam de referência para o hemograma e para as provas de função hepática, renal e pancreática para cães Beagle utilizados em pesquisa. As amostras de sangue foram coletadas de machos e fêmeas, saudáveis, entre 1 e 2 anos de idade. Foram realizados os exames: a) Hemograma - hematócrito (Hct), hemoglobina (Hb), leucócitos (Lc), segmentados (Seg), bastões (Bp), linfócitos (Lt), monócitos (Mn), eosinófilos (Eos), plaquetas (Pt); b) Função Hepática - TGO, TGP, fosfatase alcalina (FA), LDH, colesterol total (Col), bilirrubinas direta (Bd) e total (BT); c) Função Renal - creatinina (Cr), uréia (U); d) Função Pancreática - amilase (Am), lipase (Lp), proteína C reativa (PCR), insulina (In), glicemia (Gl), hemoglobina glicosilada (HbG). A média dos valores, por sexo, obtidos para hemograma e funções: hepática, renal e pancreática foram: Sexo masculino - Hct=49,47±6,24; Hb=17,81±4,6; Lc=11.982±2.699; Seg=57,1±7,6; Bp=2,8±1,8; Lt=32,4±7,6; Mn=2,4±1,2; Eos=3,8±2,0; Pt=336.111±62.752; TGO=26,3±4,8; TGP=64,9±6,9; FA=96,6±37,5; LDH=161,5±76,8; Col=146,8± 17,2; Bd=0,11±0,01; BT=0,12±0,02; Cr=0,80±0,11; U=26,9±6,7; Gl=85,5±6,8; HbG=15,2±4,5; In=5,8±2,9; Am=1.143±341; Lp=259±114; PCR=0,55±0,07. Sexo feminino - Hct=46,40±3,48; Hb=15,83±1,17; Lc=12.020±1.657; Seg=62,2±5,1; Bp=2,0±1,5; Lt=28,8±4,9; Mn=2,1±1,2; Eos=1,8±1,7; Pt=368.600±94.160; TGO=36,8±8,1; TGP=52,7±6,0; FA=72,2±21,9; LDH=155±114; Col=153,9± 19,5; Bd=0,11±0,01; BT=0,12±0,02; Cr=0,86±0,11; U=33,5±6,0; Gl=89,1±8,5; In=8,4±2,5; Am=1.056±59; Sugerimos que esses valores sejam utilizados como referência para cães da raça Beagle utilizados em pesquisa.

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LIGADURA E A NÃO LIGADURA DO DUCTO PANCREÁTICO APÓS PANCREATECTOMIAS CEFALOCORPORAIS: ESTUDO COMPARATIVO

Silva É, Batista LN, Wohlgemuth FB, Westphal MGB, Araújo FM

Laboratório de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, UFSC

PÔSTER

Compara-se duas técnicas para o tratamento cirúrgico da secreção exócrina pancreática após ressecções pancreáticas cefalocorporais, avaliando-se as repercussões bioquímicas, as complicações pós-operatórias e os achados cirúrgicos durante a reoperação do animal. Foram operados 15 cães Beagle, que foram distribuídos em 3 grupos Grupo Controle (GC=5), Grupo Experimental1 (GE1=5) e Grupo Experimental2 (GE2=5). No GC, os cães foram submetidos à laparotomia com manipulação visceral. No GE1, os cães foram submetidos à pancreatectomia cefalocorporal sem tratamento do pâncreas remanescente. No GE2, os cães foram submetidos à pancreatectomia cefalocorporal com ligadura do ducto pancreático. Foram realizadas as provas de função pancreática no pré-operatório e nos 7º, 14º, 21º e 28º dias de pós-operatório (PO). Os cães foram avaliados por um período de 28 dias de PO e reoperados no 28º dia de PO. Os valores de amilase e lipase se comportaram conforme o gráfico 1:


Concluí-se que: 1.GE1 e o GE2 apresentaram aumento significante na amilasemia e lipasemia, no 7º dia de PO, provocado pelo trauma cirúrgico; 2.A amilasemia e lipasemia, no 28o dia de PO, estavam inferiores aos encontrados no pré-operatório devido à ressecção de 75% do parênquima pancreático; 3.A desvantagem de ambas as técnicas é a abolição do pâncreas exócrino; 4.Em ambos os grupos, ocorreu atrofia do parênquima pancreático, mais acentuada no GE2; 5.A drenagem livre para a cavidade peritoneal não é uma possibilidade como alternativa para o manejo da secreção exócrina pancreática no transplante segmentar de pâncreas, devido aos elevados riscos potenciais da pancreatite aguda; 6.A ligadura do ducto pancreático é uma possibilidade como alternativa para o manejo da secreção exócrina pancreática no transplante segmentar de pâncreas.

SOBRADPEC

Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento da Pesquisa em Cirurgia

VII Congresso Nacional Ceará

INSTITUIÇÕES:

Faculdade de Medicina, UFC

Departamento de Cirurgia - Instituto de Medicina Nuclear - Laboratório Cirurgia Experimental, UFC

Serviço de Mastologia-MEAC

Imagemama Diagnóstico por Imagem

Maternidade Escola Assis Chateaubriand

Núcleo de Treinamento e Pesquisa em Videocirurgia

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CIRURGIA RÁDIO-GUIADA NA IDENTIFICAÇÃO DE NÓDULOS OCULTOS DE MELANOMA DESENVOLVIDO EM NEVOS GIGANTES

Pinheiro LGP, Magalhães F, Lopes A, Silva JMM

Departamento de Cirurgia e Instituto de Medicina Nuclear, UFC

Os nervii neuromelanodérmicos são decorrentes de um incompleto desenvolvimento embrionário dos metâmeros. Tais estruturas apresentam-se com alta probabilidade de desenvolverem melanomas malignos. No acompanhamento dos portadores desta patologia, quando não passíveis de tratamento cirúrgico, necessita-se avaliação preventiva periódica para detecção precoce de tais lesões. Descreve-se o caso de paciente do sexo feminino,de 28 anos portadora de gigantesco nevus neuromelanodérmico congênito, em calção de banho, ocupando o hemihipogástrio direito extendendo-se até a região glútea, acompanhado de múltiplos nevii displasticos no tronco e extremidades superiores. Em agosto de 2000,apresentou nódulos cutâneos (2) na parte média do nevus. Realizado biópsia excisional o diagnóstico foi de melanoma nodular com difícil avaliação de margens. Devido aos linfonodos negativos, e Clarck e Breslow de difícil avaliação,optou-se por vigilância periódica da superfície do nevus e dos linfonodos regionais.Em agosto2001,na revisão, que não mostrou alterações à palpação,indicou-se ultra-sonografia da lesão e circunvizinhanças. A US detectou nódulo subcutâneo de 1;5x0,8cm a alguns centímetros da cicatriz de ressecção prévia .Optou-se por marcação estereo-táxica com tecnécio,que além de permitir a identificação trans-operatória definiria o linfonodo de drenagem primária (sentinela).Injetou-se 01ml de solução de fitato de tecnécio, guiada por US,na periferia do nódulo, 3hs antes do procedimento cirúrgico;Realizada cintilografia da região demonstou-se o ponto de injeção do rádio-fármaco e de linfonodo na região inguinal D. Tais estruturas foram facilmente identificadas durante a cirurgia, Excisadas mostraram ser tecidos colonizados por melanoma maligno. Pode-se concluir que o uso da cirurgia radio-guiada mostrou-se efetivo na identificação de lesão impalpável do subcutâneo e do linfonodo sentinela detectados somente ao exame ultra-sonográfico.

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EFEITO ANTITUMORAL DA TALIDOMIDA NO TUMOR DE PULMÃO EM RATO COM O CARCINOSSARCOMA DE WALKER

Gomes-Neto A, Pessoa BBGP, Aguiar SA, Furtado BM, Moraes MO, Ribeiro RA

Departamento de Fisiologia e Farmacologia, UFC

Avanço terapêutico no câncer de pulmão tem sido lento pela escassez de modelo experimental que permita estudar o comportamento biológico e o efeito antitumoral de novas drogas. O objetivo do estudo foi desenvolver modelo de tumor pulmonar em ratos, com o carcinossarcoma de Walker, usar tomografia computadorizada (TC) para monitorar o crescimento tumoral e avaliar a ação da Talidomida (TLD). Noventa e cinco ratas foram distribuídos em 2 fases. A fase 1 (n=11), desenvolveu a técnica do implante tumoral. Os animais foram traqueostomizados, intubados e submetidos a toracotomia para injeção direta no parênquima pulmonar do veículo tumoral. A fase 2 (n=84), foi dividida em 3 etapas: a etapa 1 (n=13), estabeleceu o número de células necessárias para um bom índice de pega tumoral (2´105); a etapa 2 (n=24), estabeleceu a velocidade de crescimento tumoral (grupo I, n=8) e sobrevida dos animais (grupo II, n=16). Os animais do grupo I foram submetidos a TC de tórax e a necrópsia no sexto dia de implante. A medida de volume dos tumores em cm3 (Dxd2/2) foi obtida pela TC e necropsia. Os animais do grupo II foram pesados diariamente; e a etapa 3 (n=47), para se avaliar o efeito da TLD. Os animais desta etapa foram distribuídos em 4 grupos: I (n=7), controle; II (n=17), TLD 45mg/kg/d/sc; III (n=9), TLD 180mg/kg/d/sc; IV (n=14), TLD 45mg/kg/d/sc. Os grupos I, II e III foram submetidos a TC e necrópsia no sexto dia, para medir volume tumoral e no IV foi analisada a curva de peso e a sobrevida. O índice geral de pega do tumor foi de 93% (64/69), sendo 82% na etapa 1, 100% na etapa 2 e 92% na etapa três. As medidas do tumor, feitas na TC e comparadas com a necrópsia, foram semelhantes (r=0,946, p<0,0001). A sobrevida mediana dos animais da etapa 2 foi de de 10d. Na etapa 3, verificou-se que TLD-45 e TLD-180 reduziu de maneira significante em 77% e 78% respectivamente o volume tumoral, comparado com o controle. Não houve diferença significante no tamanho do tumor entre TLD-45 e TLD-180. Verificou-se inibição da caquexia e aumento da sobrevida dos animais tratados com TLD-45, em relação ao controle (10d). O alto índice de pega e a boa correlação dos dados da TC com os da necropsia permite o monitoramento de crescimento tumoral e, portanto, a avaliação da ação de drogas anti-tumorais sem a necessidade do sacrifício dos animais. A inibição da caquexia e do crescimento tumoral, não dose dependente, e o aumento da sobrevida dos animais tratados com TLD sugerem um efeito anticaquético e antitumoral desta droga.

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DEMONSTRAÇÃO EXPERIMENTAL DE LINFONODO SENTINELA EM MAMAS DE CADELAS

Pinheiro LGP, Magalhães F, Lopes A, Silva JMM, Batista TA, Macedo FYB

Serviço de Mastologia_MEAC, Laboratório Cirurgia Experimental e Instituto de Medicina Nuclear, UFC

O esvaziamento de linfonodosaxilares no câncer de mama traz uma série de efeitos colaterais e nem sempre tem sua indicação justificada. Veronezzi(1990) demonstrou a possibilidade de identificar o sítio de drenagem inicial das neoplasias definindo a indicação ou não do esvaziamento dos linfonodos, utilizando a técnica do linfonodo sentinela. No Brasil definiu-se vinte cirurgias de treinamento para tornar o cirurgião habilitado a empregar o método.

A técnica se aplica a pacientes portadores de câncer de mama com axila negativa, fato relativamente incomum em nosso meio. Dessa forma propomos a viabilidade do método em cadelas para capacitar profissionais na utilização do método em humanos. ·Três cadelas (6kg cada), sem raça definida, adultas, em amamentação. ·Anestesia: Ketamin-S (Cloridrato de Cetamina 50 mg/ml , em solução injetável de 10 ml 1mg/kg de peso). · Injetados na região retro-areolar das mamas: Corante azul Patente V (Guerbert 2,5 % - 1 ml) e Tecnécio diluído em 01ml de solução de fitato, nos pares mamários anteriores e posteriores, totalizando identificação de seis cadeias linfonodais. ·"Navigator GPS" para a identificação do local de injeção do fármaco e do provável local de drenagem. Foram encontradas vias de drenagem linfática da mama (vasos linfáticos e linfonodos), marcadas com o elemento radioativo tecnécio, estando os linfonodos corados com o corante vital e marcados pelo fitato de tecnécio em quatro das seis tentativas . A identificação do linfonodo de drenagem da região retro-areolar da cadela é uma técnica que se presta ao treinamento de mastologistas.

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O RETALHO HIPOGÁSTRICO CUTÂNEO NO CÃO-MODELO PARA TREINAMENTO EM MICROCIRURGIA

Pessoa BBGP, Pessoa SGP

Faculdade de Medicina, UFC

PÔSTER

O treinamento em microcirurgia constitui-se de diversas etapas, uma delas é a prática em animais. Retalhos microcirúrgicos cutâneos em animais cães são pouco descritos na literatura médica. O presente trabalho propõe um modelo de retalho cutâneo no cão baseado nos vasos circunflexos laterais, para o treinamento em microcirurgia experimental. Foram utilizados nove cães de raças e idades desconhecidas e peso variando entre 8 e 15 kg. Descreve-se com detalhes todos os passos seguidos no procedimento. O êxito das anastomoses foi constatado por observação direta, teste de enchimento ("empty-and-refill test") imediatamente após as microanastomoses, por doppler após uma hora do procedimento e por avaliação clínica (coloração do retalho e sangramento após furo com agulha). Pode-se concluir que todos os retalhos mostraram-se viáveis pelos critérios acima descritos. Este é um instrumento valioso para os que desejam aprender microcirurgia de forma autodidata.

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CARACTERIZAÇÃO DE FAMÍLIA CEARENSE PORTADORA DE SÍNDROME DE LYNCH

Pinheiro LGP, Silva JMM, Andrade LAP, Lobo CCG, Miranda CK, Macedo FYB

Faculdade de Medicina - Departamento de Cirurgia, UFC

Lynch descreveu um tipo de ajuntamento de neoplasia maligna que afeta tubo digestivo, urotélio, aparelho reprodutor, tireóide em um mesmo individuo de forma sincrônica ou assincrônica e em seus familiares com penetrância variável e herança dominante. Segundo Lynch todo individuo com menos de 50 anos portador de neoplasia de ceco deve ter sua família investigada sob os parâmetros da síndrome. Foi realizado estudo em uma família com alta prevalência de câncer de ceco, cincos de sete irmãos, além de associação com neoplasia de outras partes do colon estomago, bexiga e tireóide em um caso. Colon e tireóide em dois casos. Colon e estomago, dois casos. Colon e útero,.um caso. Os componentes desta família distribuídos em 5 gerações são mostrados no heredograma abaixo:

Heredograma de Síndrome de Lynch

Concluí-se que a distribuição familiar destes casos de neoplasia configura o diagnóstico de Síndrome de Lynch tipo II; ouvido o próprio Prof.Henry T. Linch da Universidade de Creigton, este sugere estudos citogenéticos dos portadores de câncer e os seus descendentes para identificação da lesão cromossômica específica e mapeamento de possíveis portadores.

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RADIOLOCALIZAÇÃO DE LESÕES OCULTAS DA MAMA - EXPERIÊNCIA DO SERVIÇO DE MASTOLOGIA (MEAC - UFC)

Pinheiro LGP, Magalhães F, Lopes A, Silva JMM, Batista T, Otoch M

Universidade Federal do Ceará - Serviço de Mastologia (MEAC), Instituto de Medicina Nuclear e Imagemama Diagnóstico por Imagem

O advento da mamografia tem mostrado cada vez mais a necessidade da localização de lesões impalpáveis durante o ato cirúrgico. Tais lesões necessitam ser estudadas pelo patologista pois muitas vezes são neoplasias "in situ" ou tumores invasivos iniciais. A utilização de substâncias radioativas injetadas por via estereotáxica atualmente é a via preferencial para posterior localização da lesão oculta (Roll - RadioGuided ocult lesion localizacion), técnica desenvolvida por Veronesi na Itália. No serviço de mastologia da UFC estabeleceu-se protocolo de localização destas lesões utilizando o traçador dextran tecnécio com resultados bastante satisfatórios . Comparar a localização de lesões ocultas da mama pelo método de agulhamento com fio metálico(Kopans), com o uso de substâncias radioativas injetadas por estereotaxia e detectadas por sonda especial, Roll (radioguided ocult lesion localization). Estudou-se cinco pacientes portadores de lesões ocultas da mama detectadas 4 pela mamografia e 1 pela ultra-sonografia mamária, guiados por estereotaxia em 4 casos e por ultra-sonografia por 1 caso. Para localização do ponto de injeção da substância radioativa na lesão suspeita no trans-operatório utilizou-se o "GPS Navigator". Cinco pacientes do sexo feminino foram submetidas às duas técnicas de localização de lesão oculta da mama, obtendo-se êxito em todos os casos . No presente estudo, a técnica de localização de lesões impalpáveis pela utilização de substâncias radioativas por esteretaxia e posterior localização com sonda mostrou-se eficiente e de fácil aplicação.

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TRANSPOSIÇÃO OVARIANA VIDEOLAPAROSCÓPIA EM CADÁVERES DE FETO HUMANO.

Oliveira Filho M, Pinheiro LGP, Sena JI, Silva JMM

Universidade Federal do Ceará, Maternidade Escola Assis Chateaubriand e Núcleo de Treinamento e Pesquisa em Videocirurgia

A conservação da fertilidade em portadores de neoplasia, tem atualmente maior importância devido às maiores possibilidades de cura dos pacientes. Para minimização dos efeitos deletérios sobre os ovários durante o procedimento de irradiação pélvica, ganha espaço na comunidade científica internacional a transposição ovariana. A preservação da função ovariana com esta técnica, em conjunto com a proteção abdominal durante a irradiação pélvica, tem se mostrado de grande valia nos pacientes com câncer pélvico e doença de Hodgkin. A nossa proposta de intervenção nesse estudo será demonstrar a viabilidade do treinamento de cirurgiões para execução de transposição por via laparoscópica em natimortos do sexo feminino, a fim de padronizar sua aplicabilidade "in vivo". Serão utilizados cadáveres de fetos, congelados, do sexo feminino, natimortos por causas extra-abdominais. Durante o procedimento será realizado pneumoperitônio. Introduzir-se-á o trocater infraumbilical . Em seu interior estará a ótica laparoscópica, que ligada à fonte de luz, proporcionará as imagens da cavidade pélvica mostradas pelo monitor. Dois outros trocateres permitirão movimentação do útero e anexos. Após a identificação dos órgãos pélvicos (útero, ovários, ligamento redondo e útero sacro), procederemos à apreensão e fixação do pedículo ovariano para em seguida realizarmos a secção do mesmo e tracioná-lo para fora da pelve, levando-o ao encontro da borda superior da crista ilíaca aonde este pedículo será fixado com clipador. O trabalho em andamento terá apenas a demonstração fotográfica da técnica convencional e da primeira tentativa experimental (laparoscópica). A avaliação em projeto piloto mostrou viabilidade do desenvolvimento da técnica de transposição laparoscópica dos ovários para a cavidade abdominal em natimortos.

SOBRADPEC

Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento da Pesquisa em Cirurgia

VII Congresso Nacional Piauí

INSTITUIÇÕES:

Faculdade de Ciências Médicas, UESPI

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VAPORIZADOR ARTESANAL DE ÉTER COM CÂMERA DE INDUÇÃO, PARA CIRURGIA EXPERIMENTAL EM RATOS.

MatosFJ, Mota PE, Souza EB, Lemos Jr. J, Vasconcelos EMA, Souza-Jr. EC

Faculdade de Ciências, UESPI

PÔSTER

Os autores descrevem um vaporizador artesanal de éter para ser usados em anestesia de pequenos roedores, modificado de WAYNFORTH & FLECKNELL, por apresentar um módulo de câmera de indução acoplado ao sistema principal. O aparelho foi construído com material hospitalar e uma bomba de aquário. Após a confecção o aparelho foi testado na anestesia de ratos. As vantagens deste aparelho são: manutenção de níveis anestésicos sem sucessivas induções, baixo consumo de éter, baixos custo e menor poluição ambiental principalmente em virtude da introdução da câmera de indução acoplada ao sistema principal.

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EFEITO DA COLAGENASE ASSOCIADA AO CLORANFENICOL SOBRE A CICATRIZAÇÃO DE PELE. ESTUDO EXPERIMENTAL EM Rattus norvegicus

Albuquerque MG, Bonfim Neto PP, Oliveira RB, Ferreira ALFC, Santana JOI, Sousa Jr. EC

Faculdade de Ciências Médicas, UESPI

PÔSTER

No tratamento de feridas é importante levar-se em conta a conjugação entre substâncias limitadoras da proliferação de microorganismos e outras que favoreçam a cicatrização. O presente trabalho visa o estudo da ação da colagenase associada ao cloranfenicol sobre a cicatrização de feridas Foram usados vinte ratos Wistar, machos, adultos, com peso entre 160 e 280 g. Os animais foram divididos em dois grupos sendo realizados três incisões com "punch" de 3mm na região dorsal de todos os animais. O grupo I foi submetido a limpeza com solução salina e o grupo II aplicação de Iruxol®no 1°, 3° e 7° dpo. As feridas foram observadas até o 14° dia pós-operatório(dpo) sendo avaliadas os aspectos externos e retirado espécimes para avaliação anátomo-patológica no 3°, 7° e 14° dpo. Pode-se concluir que na fase inflamatória da cicatrização observou-se uma intensificação da epitelização, tornando a inflamação com características crônicas e intensificando a formação de tecido de granulação quando comparado ao grupo controle.

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EFEITO DO METOTREXATO SOBRE A CICATRIZAÇÃO DE PELE. ESTUDO EXPERIMENTAL EM Rattus norvegicus

Sousa AVL, Medeiros ASCB, Brito ACM, Santana JOI, Ferreira ALFC, Sousa Jr. EC

Faculdade de Ciências Médicas, UESPI

POSTER

No tratamento de feridas é importante levar-se em conta a conjugação entre substâncias limitadoras da proliferação de microorganismos e outras que favoreçam a cicatrização. O presente trabalho visa o estudo da ação do Metotrexato sobre a cicatrização de feridas Foram usados vinte ratos Wistar, machos, adultos, com peso entre 160 e 280 g. Os animais foram divididos em dois grupos sendo realizados três incisões com "punch" de 3mm na região dorsal dos animais. O Grupo controle foi submetido a injeção intralesional de solução salina no 1°, 3° e 7° dpo e o Grupo M recebeu Metrotexato (1mg/Kg). As feridas foram observadas até o 14° dia pós-operatório(dpo) sendo avaliadas os aspectos externos e retirado espécimes para avaliação anátomo-patológica no 3°, 7° e 14° dpo. Pode-se concluir que na fase inflamatória da cicatrização observou-se uma intensificação da epitelização, mas não alterou a intensidade ou o tipo da inflamação e nem a formação de tecido de granulação quando comparado ao grupo controle. Além disso, o metotrexato prolongou a fase inflamatória, retardando o processo de cicatrização.

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PERITONITE FECAL EM RATOS: EFICÁCIA DA LAVAGEM PERITONEAL COM SOLUÇÃO SALINA EM DIFERENTES TEMPERATURAS

Rodrigues HO, Silva FSL, Freitas HG, Mendes HGP, Soares Filho E, SousaJr. EC

Faculdade de Ciências Médicas, Uespi

PÔSTER

O presente estudo visa analisar a influência da lavagem peritoneal com solução salina em diferentes temperaturas em peritonite fecal em ratos. Foram usados trinta ratos Wistar, machos, adultos, com peso entre 160 e 280 g. Os animais foram divididos em três grupos e submetidos a peritonite induzida por fezes humanas homogeneizadas. O Grupo I foi o controle, para verificar a eficiências da peritonite fecal e todos animais morreram após 24h de injeção intraperitoneal. Após 6hs de evolução da peritonite, os ratos do grupo II foram submetidos a laparotomia e irrigação da cavidade peritoneal com solução salina a 28ºC. Os do grupo III foram submetidos a laparotomia e irrigação com solução salina a 60ºC. No grupo II apenas 1 rato não sobreviveu até 48h da laparotomia. No grupo III foi verificado que 7 ratos faleceram até 48h da laparotomia. O presente estudo demonstra que a irrigação da cavidade peritoneal com solução salina a 60ºC aumenta a taxa de mortalidade de ratos com peritonite fecal.

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AÇÃO DO DICLOFENACO DE SÓDIO SOBRE A FORMAÇAÕ DE ADERÊNCIAS EM TORNO DE DRENOS CAVITÁRIOS EM RATOS

Vilanova KCM, Sousa KDM, Brito ACS, Silva Jr. RG, Andrade FJC, Sousa Jr. EC

Faculdade de Ciências Médicas, Uespi

PÔSTER

Os autores analisaram a influência de diclofenaco na formação de aderências em procedimento de drenagem da cavidade abdominal. Vinte e quatro ratos Wistar foram submetidos a laparotomia e colocação de dreno de Penrose no espaço subhepático por contra incisão, sendo divididos em dois grupos. No grupo controle foi administrado, por via intramuscular, solução salina (3 mg/Kg/dia) durante três dias e no grupo experimental foi administrado diclofenaco de sódio no mesmo esquema. Metade dos animais de cada grupo foram sacrificados no 3° e 6° dia pós-operatórios (dpo) sendo as aderências avaliadas macroscopicamente pela escala de JENKISNS et al. (1983) e análise histológica da reação inflamatória tecidual Nos animais sacrificados no 3°dpo, os tratados com diclofenaco apresentaram aderências variando entre 0, 1- ,1+(16,66%) enquanto no controle variou entre 1+, 2+ e 3. Os sacrificados no 6°dpo apresentaram graus 2+ e 3 (33,33%) e 1- e 2-, respectivamente para controle e experimental. Na análise histológica, observou-se no grupo controle 83,33% de processo inflamatório intenso comparado com 50 % no grupo experimental.Pode-se concluir que o diclofenaco de sódio interferiu na formação de aderências em torno do dreno cavitário, tornando-as menos firmes.

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PROFILAXIA E INFECÇÃO EM NEUROCIRURGIA

Brito NP, Campelo JCL, Arêa-Leão A M, Galvão LC, Vale BP, Pádua Jr A

Serviço de Neurocirurgia da Spcc-Hospital São Marcos-Teresina

A intervenção neurocirúrgica, é o melhor meio de tratamento para as várias entidades nosológicas congênitas e/ou adquiridas, do Sistema Nervoso Central (SNC). Entretanto, infecções apresentadas em conseqüência do procedimento neurocirúrgico, variando de incidência entre 0,5 e 10%, são, sem sombra de dúvidas, associadas a significantes taxas de morbimortalidade, assim como aumento nos custos, em dependência do longo tempo de hospitalização. O presente trabalho objetiva avaliar o uso de profilaxia em neurocirurgia na prevenção de infecções na ferida cirúrgica ou mesmo propagações destas ao SNC. Entre 1998 e 2000, 857 pacientes foram submetidos a intervenções neurocirúrgicas por doenças cranianas, da coluna , de nervos periféricos ou combinadas, no Serviço de Neurocirurgia do Hospital São Marcos obedecendo protocolo de antibiótico profilaxia com cefazolina em cirurgias limpas e com auxílio de metronidazol em cirurgias potencialmente contaminadas. Cronometrando tempo de cirurgias em < 1 hora, < 3 horas. > 3horas até 6 horas e mais de 6 horas com ou sem uso de proteses. Os resultados dos 857 casos, acompanhados pelo Controle de Infecção Hospitalar, mostrou que 38 pacientes (4,43%) apresentaram infecção, sendo 01 paciente (0,11%) acometido em dois sítios diferentes segundo dados:

Visando uma prevenção de infecções na ferida cirúrgica ou mesmo propagações destas ao SNC, concluímos que a utilização de agentes antimicrobianos profiláticos em neurocirurgia, obedecendo protocolo pré-estabelecido, mostrou-se eficaz , seguro e com resultados altamente satisfatórios.

SOBRADPEC

Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento da Pesquisa em Cirurgia

VII Congresso Nacional Alagoas

INSTITUIÇÕES:

Serviço de Cirurgia Geral e Oncologia do Hospital Universitário, UFAL

Serviço de Coloproctologia do Hospital Universitário, UFAL

130

ESPLENECTOMIA E LIGADURA DA VEIA GÁSTRICA ESQUERDA (ELGE) NA HIPERTENSÃO PORTAL ESQUISTOSSOMÓTICA: ANÁLISE DOPPLERFLUXOMÉTRICA

Menezes HL, Jucá MJ, Gomes EGA, Brandt CT

Serviço de Cirurgia Geral e Oncologia do Hospital Universitário, UFAL

O tratamento cirúrgico da hipertensão portal esquistossomótica visa diminuir o regime de alta pressão nas varizes do esôfago e, conseqüentemente, evitar novos episódios de hemorragia digestiva alta. O objetivo deste estudo foi avaliar, de forma prospectiva, através da dopplerfluxometria, os efeitos sobre a hemodinâmica do sistema porta de pacientes esquistossomóticos submetidos à esplenectomia e ligadura da veia gástrica esquerda (ELGE). Vinte e cinco pacientes foram estudados, sendo 14 do sexo feminino (66%) e 11 do sexo masculino (44%). A idade variou de 19 a 80 anos, com média de 43,3 ± 19,7 anos. Todos apresentavam antecedentes de hemorragia digestiva alta e varizes esofagianas à endoscopia. A avaliação pré-operatória foi realizada com até uma semana antes e a pós-operatória com até 180 dias após a cirurgia. Foram analisadas as seguintes variáveis: diâmetro (em mm) e velocidade de fluxo (em cm/s) dos vasos do sistema porta. A veia porta teve uma diminuição no seu diâmetro médio, variando de 14,0±1,7 mm no pré-operatório para 8,0±1,6 mm com 180 dias de pós-operatório (r<0,0001). A veia esplênica diminuiu de 11,0±3,3 mm para 5,0±1,6 mm (r<0,0001). O fluxo foi mantido hepatopetal em todos os casos. Em cinco pacientes (20%) foram observados sinais de trombose parcial no 30º dia de pós-operatório, que desapareceram na análise sucessiva no 90º dia. A média da velocidade do fluxo da veia porta diminuiu de 31,6± 4,7 cm/s para 20,8±4,4 cm/s (r<0,0001). A média da velocidade do fluxo da veia esplênica diminuiu de 30,7±3,7 cm/s para 15,4±2,2 cm/s (r<0,0001). Não houve alteração significante no diâmetro e na velocidade de fluxo da veia mesentérica superior. A dopplerfluxometria evidenciou uma redução significante no diâmetro e na velocidade de fluxo sanguíneo das veias porta e esplênica, nos pacientes esquistossomóticos submetidos à esplenectomia e ligadura da veia gástrica esquerda.

131

COLOSTOMIA CONTINENTE COM ESFÍNCTER ARTIFICIAL DE SILICONE : ESTUDO EM CÃES.

Gomes EGA, Jucá MJ, Brandt CT, Menezes HL

Serviço de Coloproctologia do Hospital Universitário - UFAL

A colostomia definitiva produz problemas psicossociais que dificultam a reintegração dos indivíduos à vida social e produtiva. A presente investigação teve como objetivo implantar um esfíncter artificial de silicone (C C - Silimed) em colostomias terminais em cães e analisar a continência às fezes sólidas e líquidas, como também as complicações advindas do procedimento. Foram usados 13 cães mestiços, de ambos os sexos, com peso que se situou entre 13 e 30 kg. Foram criadas colostomias terminais dotadas do C C - Silimed, que eram ativados por um período de 8 horas, diariamente. Os animais eram observados durante 15 semanas. A continência alcançada era demonstrada radiologicamente através de enema baritado. A pressão no sistema variou entre 60 e 80 cm de água, média de 74,8 + 5,0 cm. O volume de fluido oscilou entre 5 e 8 ml, média de 6,9 + 0,8 ml. O coeficiente de correlação de Pearson entre as variáveis, quantidade de fluido e pressão, foi r = 0, 8797. A continência foi alcançada em todos os animais, mas ocorreu escape fecal esporádico nos cães, durante esforços físicos. Infecção da ferida operatória aconteceu em três cães ( 23,1 % ) e obstrução intestinal em um ( 7,7 % ). Pode-se concluir que o esfíncter artificial de silicone ( C C - Silimed ) se mostrou efetivo na continência para fezes sólidas e líquidas. Assim sendo, abre uma expectativa para seu emprego clínico, em tempo futuro, em indivíduos portadores de colostomia definitiva.

SOBRADPEC

Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento da Pesquisa em Cirurgia

VII Congresso Nacional Bahia

INSTITUIÇÕES:

Faculdade Medicina da Universidade Federal da Bahia - FMUFB

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PREPARO INTRAOPERATÓRIO DO COLO COM SOLUÇÃO SALINA A 0,9% PARA REALIZAÇÃO DE ANASTOMOSE DO COLO DISTAL EM RATOS

Carreiro MC, Mota JCN, Lima RFR, Ventin FC, Torres EA, Carvalho AL

Faculdade Medicina da Universidade Federal da Bahia, Salvador

Por reduzir a morbimortalidade, o preparo intestinal é um importante fundamento para a cirurgia colorretal, embora não exista ainda um consenso sobre o melhor método empregado. Pretendemos estudar o efeito da solução de Salina a 0,9%, associada ou não ao uso de antibioticoprofilaxia, na redução bacteriológica quantitativa e seus efeitos sobre a anastomose do colo. Trinta ratos Wistar foram divididos em 03 grupos : GA- 10 animais submetidos somente a cirurgia (Controle); GB - 10 animais que foram submetidos ao preparo intraoperatório e cirurgia . GC - 10 animais que foram submetidos à antibioticoprofilaxia, ao preparo intraoperatório e cirurgia. O preparo intraoperatório consistiu em introdução de cateter para irrigação transoperatória com Salina a 0,9%, permanecendo dentro da alça por 5 minutos. A cirurgia consistiu em retirada de um segmento de 2 cm do colo, para estudo bacteriológico- maceração, diluição e cultura, e realização da anastomose termino-terminal dos segmentos. Como antibioticoprofilaxia utilizou-se cefoxitina sódica (30 mg/kg peso corporal/IM) 01 hora antes do procedimento. Na microbiológica o GA mostrou uma média de 8,19 x 106 bactérias por gr/tecido, o GB mostrou uma média de 6,85 x 106 bactérias gr/tecido e o GC mostrou uma média de 4,97x 106 bactérias por gr/tecido. Não houve diferença significativa à análise histológica . Pode-se concluir que o preparo mecânico com a solução Salina a 0,9% reduz de forma significativa (p<0,05) a quantidade de bactérias no colo, e a população bacteriana se reduz adicionalmente quando se soma a antibioticoprofilaxia. O preparo mecânico, neste estudo, não interferiu com a cicatrização.

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PREPARO INTRAOPERATÓRIO DO COLO COM SOLUÇÃO DE POVIDINE A 2,5% PARA REALIZAÇÃO DE ANASTOMOSE DO COLO DISTAL EM RATOS

Carreiro MC, Mota JCN, Ventin FC, Leal APC, da Silva ALA, Gibara CL

Faculdade Medicina da Universidade Federal da Bahia, Salvador

Por reduzir a morbimortalidade, o preparo intestinal é um importante fundamento para a cirurgia colorretal, embora não exista ainda um consenso sobre o melhor método empregado. Pretendemos estudar o efeito da solução de POVIDINE a 2,5%, associada ou não ao uso de antibioticoprofilaxia, na redução bacteriológica quantitativa e seus efeitos sobre a anastomose do colo. Tinta ratos Wistar foram divididos em 03 grupos : GA - 10 animais submetidos somente a cirurgia (Controle); GB - 10 animais que foram submetidos ao preparo intraoperatório e cirurgia . GC - 10 animais que foram submetidos à antibioticoprofilaxia, ao preparo intraoperatório e cirurgia. O preparo intraoperatório consistiu em introdução de cateter para irrigação transoperatória com Povidine® a 2,5% ,permanecendo dentro da alça por 5 minutos. A cirurgia consistiu em retirada de um segmento de 2 cm do colo, para estudo bacteriológico- maceração, diluição e cultura, e realização da anastomose termino-terminal dos segmentos. Como antibioticoprofilaxia utilizou-se cefoxitina sódica (30 mg/kg peso corporal/IM) 01 hora antes do procedimento. Microbiológica do colo, o GA mostrou uma média de 7,32 x 106 bactérias por gr./tecido, o GB mostrou uma média 5,75 x 106 bactérias gr./tecido e o GC mostrou uma média de 2,58 x 106 bactérias gr./tecido. Não houve diferença significativa à análise histológica. Pode-se concluir que o preparo mecânico com a solução de Povidine a 2,5% reduz de forma significativa (p<0,05) a quantidade de bactérias no colo, e a população bacteriana se reduz adicionalmente quando se soma a antibioticoprofilaxia. O preparo mecânico, neste estudo, não interferiu com a cicatrização.

SOBRADPEC

Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento da Pesquisa em Cirurgia

VII Congresso Nacional Paraná

INSTITUIÇÕES:

Universidade Federal do Paraná, UFPR

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental - Pontifícia Universidade Católica do Paraná

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DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE TRÂNSITO E ESVAZIAMENTO GASTRINTESTINAL EM CÃES.

Farias ELP, Bittencourt Neto FMA, Gomes PO, Fagundes DJ

Universidade Federal do Paraná, Curitiba

A investigação teve por objetivo determinar o tempo de trânsito e esvaziamento gastrintestinal através de alimento sólido submerso em contraste líquido positivo até a completa absorção do agente contrastante. Foram utilizados 14 cães, sendo 6 do sexo masculino, com peso entre 10 e 12kg e com idade variando entre 4 e 8 anos. Os animais foram divididos aleatoriamente em 2 grupos, sendo 7 cães para as radiografias gástricas e 7 para as radiografias do intestino delgado e grosso. Após jejum prévio de 48h de alimentos sólidos e 12 horas de líquidos, administrou-se 20g/kg de ração comercial, que permaneceu submersa em 20ml de sulfato de bário à 60% até a completa absorção do agente contrastante. As radiografias foram iniciadas aos 10 e 20 minutos pós-prandial e com intervalos de 1 hora até a presença do contraste na parte intra-pélvica do intestino grosso. O tempo de trânsito revelou 20,57 minutos para estômago, 22,14minutos para duodeno, 2h40minutos para jejuno, 4h44minutos para cólon ascendente,5h para cólon transverso e 7h31minutos para cólon descendente. Os resultados obtidos permitiram concluir que o período para o esvaziamento gástrico é de 9h13minutos +\-2h37minutos e que um tempo superior a 20h de privação de alimento sólido é necessário para o completo esvaziamento gastrintestinal.

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INFLUÊNCIA DA ICTERÍCIA NA CICATRIZAÇÃO DE ANASTOMOSES DO CÓLON, EM RATOS

Biondo-Simões MLP, Greca FH, Ioshii S,Weingärtner J, Guirello C, Martynetz F.

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental - PUC, PR

POSTER

É comum considerar-se a icterícia como uma das causas de deiscência de anastomoses digestivas. Contudo, não se pode esquecer que muitas vezes os pacientes estão desnutridos e são portadores de doenças malignas. O presente estudo visa reconhecer a interferência da hiperbilirrubinemia no processo de cicatrização de anastomoses de cólon de ratos. Utilizaram-se 42 ratos Wistar, divididos em 2 grupos de 21 animais cada. Sob anestesia inalatória, fez-se uma laparotomia para-mediana, supra-umbelical. Nos ratos do grupo experimento procedeu-se à secção entre ligaduras do ducto biliar comum seguida de laparorrafia. Após 5 dias realizou-se nova laparotomia, agora mediana infra-umbelical, com aproximadamente 4 cm. Identificou-se o cólon distal e fez-se uma colotomia transversa a 2 cm da reflexão peritoneal. Refez-se o trânsito com anastomose término-terminal com plano único de sutura interrompida , extra-mucosa de fio monofilamentar de náilon 6-0 e laparorrafia. Fizeram-se as avaliações no 3.º , 7.º e 14.º dias de pós-operatório. Após a eutanásia feita com dose inalatória letal de éter etílico, a abertura da parede abdominal quando se pode avaliar a existência de líquido na cavidade, abscessos e aderências. Ressecou-se 4 cm de cólon contendo a anastomose. Submeteu-se este segmento a teste manométrico e em seguida procedeu-se estudo histopatológico. Conhecia-se a resposta inflamatória e o conteúdo do colágeno. No 5.º dia os ratos se apresentavam francamente ictéricos. Aderências estiveram presentes nos dois grupos sem diferença significante. A resistência das anastomoses foi semelhante nos dois grupos no 3.º dia e maior no grupo controle no 7.º dia (p=0,0476) e no 14.º dia (p=0,0019). A concentração de colágeno total foi maior no grupo controle no 3.º dia (p=0,0038) e no 7.º dia (p=0,0074). O percentual de colágeno imaturo foi semelhante entre os grupos. Concluiu-se que a icterícia diminui a resistência e a concentração de colágeno total em anastomoses de cólon, em ratos.

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COLECTOMIA SUBTOTAL E ANASTOMOSE COM DOENÇA INFLAMATÓRIA RESIDUAL: ESTUDO EXPERIMENTAL EM RATOS

Biondo-Simões MLB, Greca FH, Ioshii S, Chin EWK, Kimura LY.

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental - PUC, PR

PÔSTER

A anastomose íleo-retal é uma das opções cirúrgicas utilizadas para o tratamento da doença inflamatória intestinal. O objetivo do presente estudo é acompanhar a evolução das anastomoses íleo-cólicas realizadas em situação de doença inflamatória residual. Utilizaram-se 60 ratos Wistar, divididos em 2 grupos de 30 animais que compuseram os grupos C (controle) e E (experimento). Os ratos do grupo E tiveram a doença inflamatória do cólon induzida com ácido acético a 10% por meio de enemas retais, enquanto que os animais do grupo C tiveram o cólon lavado com solução salina isotônica a 0,9% pelo mesmo método. No 6.º dia após a indução da doença inflamatória, todos os animais foram submetidos à colectomia subtotal, seguida de anastomose íleo-cólica em plano único, extra-mucoso tomando-se o cuidado de deixar doença residual no grupo E. Realizaram-se as aferições no 3.º , 7.º e 14.º dias de pós-operatório. Anotaram-se as alterações da cavidade peritoneal, a presença de aderências e ressecou-se 4 cm de cólon contendo a anastomose. Submeteu-se este segmento a teste manométrico e em seguida procedeu-se estudo histopatológico, corando-se os cortes pela hematoxilina-eosina e pelos Sirius Red. Conhecia-se a resposta inflamatória e o conteúdo do colágeno. Observou-se peritonite difusa somente nos animais que morreram antes do dia da aferição. O percentual de mortalidade no grupo C foi de 6,67% e no grupo E de 30,0% sendo que a proporção de mortalidade E:C foi de 4,48:1 (p=0,0205). As anastomoses que não sofreram deiscência evoluíram de forma semelhante nos dois grupos, quanto às aderências peri-anastomóticas e evolução histológica. Contudo a capacidade de suportar pressão foi menor no grupo E, no 7.º dia. Concluiu-se que a grande complicação das anastomoses íleo-cólicas realizadas em situação de doença inflamatória residual são as deiscências acompanhadas de peritonite e óbito. Quando isto não acontece a cicatrização se processa de modo semelhante ao que ocorre quando não existe doença inflamatória.

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EFEITOS DA ISQUEMIA E REPERFUSÃO NA CICATRIZAÇÃO DE ANASTOMOSES INTESTINAIS: ESTUDO EXPERIMENTAL EM RATOS

Biondo-Simões MLP, Greca FH, Ioshii S, Chin EWK, Kimura LY, Lemos MC.

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental - PUC, PR

Considerando que os efeitos da reperfusão na cicatrização de anastomoses ainda não estão bem estabelecidos, o objetivo deste estudo é avaliar o efeito da lesão isquêmica transitória na cicatrização de anastomoses intestinais submetidas à reperfusão após um período de isquemia. Utilizaram-se 60 ratas Wistar, com idade entre 100 e 120 dias e peso médio de 230,7 g divididas em 3 lotes com 20 ratas cada, que compuseram os grupos A, B e C, subdivididos conforme o dia de aferição (3.º ou 7.º dia) em grupos A3, A7, B3, B7, C3 e C7. Laparotomizados, procedeu-se à identificação e isolamento da artéria mesentérica cefálica (AMC). Nos animais do grupo A, realizou-se enterectomia a 20 cm do piloro e anastomoses intestinal imediata, enquanto que nos grupos B e C ocluíu-se a AMC e depois de 30 e 45 minutos, respectivamente, realizou-se a reperfusão seguida de enterectomia e anastomose intestinal. Anotaram-se as alterações da cavidade peritoneal, classificou-se as aderências e ressecou-se 4,0 cm de intestino contendo a anastomose. Mediu-se a pressão de ruptura e realizou-se estudo histopatológico. Registrou-se o óbito de 10 animais do grupo experimento. À necropsia apresentavam alças edemaciadas e enegrecidas, com presença de líquido livre na cavidade abdominal, caracterizando peritonite difusa e necrose de alças intestinais, Entre os sobreviventes não houve deiscências. As aderências foram semelhantes nos 3 grupos. A capacidade de suportar pressão foi maior nos 3 grupos no 7.º dia. Predominou reação inflamatória aguda nos 6 subgrupos. A fibrose foi mais intensa no 7.º dia quando as fibras colágenas apresentavam-se em organização. Concluiu-se que quanto maior o tempo de isquemia, maior a taxa de mortaliadde, sendo que a grande complicação das anastomoses intestinais realizadas em situação de isquemia seguida de reperfusão é a necrose intestinal, evoluindo para o óbito.

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O PAPEL DA ICTERÍCIA NA CICATRIZAÇÃO DA PAREDE ABDOMINAL DE RATOS

Biondo-Simões MLP, Greca FH, Ioshii S, Weingärtner J, Guirello C, Martynetz F.

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental - PUC, PR

Entre os fatores que podem prejudicar o processo de reparação das feridas laparotômicas encontra-se a icterícia. Os síndromes ictéricos acompanham doenças benignas e malignas. As informações da literatura são muito confusas e pouco esclarecedoras. O presente estudo visa reconhecer a interferência da hiperbilirrubinemia no processo de cicatrização da parede abdominal de ratos. Utilizaram-se 42 ratos Wistar, machos, divididos em 2 grupos de 21 animais cada. Sob anestesia inalatória, fez-se uma laparotomia para-mediana, supra-umbelical. Nos ratos do grupo experimento procedeu-se à secção entre ligaduras do ducto biliar comum seguida de laparorrafia. Após 5 dias realizou-se uma nova laparotomia, agora mediana infra-umbelical, com aproximadamente 4 cm. Seguiu-se laparorrafia com dois planos de síntese, o primeiro peritônio-músculo-aponevrótico e o segundo, o da pele, com sutura contínua de fio monofilamentar de náilon 4-0. Fizeram-se as avaliações no 3.º , 7.º e 14.º dias de pós-operatório. Após a eutanásia, ressecou-se separadamente dois retalhos, o da pele e o do peritônio-músculo-aponevrótico, contendo as cicatrizes. Desprezaram-se as extremidades da feridas e dividiu-se os retalhos em outros 3 menores e iguais. Submeteu-se o retalho central à ensaio tensiométrico e o superior e o inferior à estudo histopatológico. Conhecia-se a resposta inflamatória e o conteúdo do colágeno. No 5.º dia os ratos se apresentavam francamente ictéricos. As cicatrizes ganharam resistência de forma semelhante nos dois grupos, tanto na ferida da pele como na do plano peritônio-músculo-aponevrótico. O conteúdo de colágeno total, maduro e imaturo foi significantemente maior no grupo controle, nos 3 tempos estudados, tanto na cicatriz da pele quanto no plano peritônio-músculo-aponevrótico. Concluiu-se que a icterícia, embora tenha determinado menor concentração de colágeno não modificou a resistência das cicatrizes diminui a resistência e a concentração de colágeno total em anastomoses de cólon, em ratos.

139

SUBMUCOSA DE INTESTINO DELGADO PORCINO COMO RETALHO PARA AUMENTO DA CAPACIDADE VESICAL EM CÃES

Greca FH, Biondo-Simões MLB, Dal Lin F, Martynetz F, Leonel I,Longhi P, Ioshii S

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental - PUC, PR

A necessidade de encontrar alternativa para reconstrução de lesões do aparelho urinário, envolvendo a regeneração e a reconstrução vesical tem sido pesquisada. Aloplastia e uso de materiais biodegradáveis têm sido estudados, entretanto complicações foram observadas.A reconstrução com sucesso do trato genitourinário requer técnica, criatividade e uso de tecidos não genitourinários. Tecidos do trato gastrointestinal são usados em reconstruções de lesões do aparelho genitourinário. Mas efeitos nocivos como infecção, anormalidades hidroeletrolíticas, perfuração e carcinogênese, entre outros, foram detectados. A reconstrução vesical necessita de material que aumente a sua complascência e volume, sem no entanto causar alterações imunológicas no receptor do enxerto. Uma nova opção têm sido investigada, o uso da submucosa de intestino delgado (SIS) que é constituída de uma matriz extracelular que não apresenta tendências à rejeição, é capaz de permitir o crescimento de vasos sanguíneos, participar processos de diferenciação celular e ser resistente contra o desenvolvimento de processos infecciosos. O objetivo deste estudo foi avaliar o comportamento histológico e funcional do enxerto de submucosa intestinal porcina como meio de ampliação da capacidade vesical. Foram utilizados oito cães mestiços. Realizou-se laparotomia visando identificar, puncionar e esvaziar a bexiga. Procedeu-se a abertura da bexiga através de incisão mediana de 3cm em sua face ântero-superior. Um segmento de submucosa de intestino delgado porcino, medindo 3cmx3cm foi implantado na parede da bexiga com sutura contínua, em plano total com fio de poliglecaprone 25, 4.0. No 30.º dia de pós-operatório, os animais foram submetidos a uma segunda intervenção cirúrgica. Não se observou: seroma; hematoma; abscesso; fístula; deiscência; aderências; litíase e a não-incorporação do implante. No estudo microscópico analisou-se: reação inflamatória, células gigantes, fibroblastos, fibras musculares lisas reconstituídas e organizadas, epitelização, neovascularização e reabsorção da submucosa implantada além da incorporação qualitativa e quantitativa de colágeno à submucosa.Ocorreu incorporação de todos os implantes, tornando-os indistinguíveis das outras áreas da bexiga. A palpação cuidadosa demonstrou leve espessamento no local do implante. Encontraram-se aderências discretas do peritônIo parietal anterior. Concluiu-se que ocorre regeneração da bexiga quando se utiliza a submucosa de intestino delgado porcino como substrato e que esta pode ser uma alternativa viável na reconstrução da bexiga urinária.

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ENXERTO DE SUBMUCOSA DE INTESTINO DELGADO PORCINO PARA A CORREÇÃO DE DEFEITOS DA PAREDE ABDOMINAL: ESTUDO EM CÃES

Greca FH, Biondo-Simões MLP, Dal Lin F, Martynetz FA, Leonel I,Longhi P, Ioshii S

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental - PUC, PR

O tratamento cirúrgico representa a única opção para a correção de defeitos da parede abdominal decorrentes de hérnias incisionais, processos neoplásicos, infecção, trauma ou ainda de natureza congênita. Índices proibitivos de recidivas após a sutura pura e simples da parede abdominal para a correção das hérnias incisionais motivam os cirurgiões ao uso de próteses biológicas ou sintéticas, no sentido de realizar a devida correção do defeito sem os inconvenientes da tensão. Vários métodos tem sido utilizados para a correção destes defeitos porém não são totalmente livres de complicações. Recentemente, uma nova opção para a correção desses defeitos têm sido investigada, a submucosa de intestino delgado, constituída de matriz extracelular que não apresenta tendências à rejeição, é capaz de permitir o crescimento de vasos sanguíneos, participar em processos de diferenciação celular e ser resistente às infecções. O objetivo do presente estudo foi avaliar o comportamento histológico e funcional do enxerto de submucosa intestinal porcina como meio de correção de defeitos da parede abdominal. Foram utilizados oito cães mestiços, machos, do Biotério Central da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Criou-se um defeito na parede abdominal, medindo 3,0 x 10.0cm comprometendo toda a espessura da parede abdominal que foi reparado com um segmento de 3,0 x 1.0cm de submucosa de intestino delgado porcino. Fixou-se o implante com sutura contínua, em plano total de fio de poliglecaprone 25, 3.0. Realizou-se a avaliação no 30.º dia de pós-operatório. No estudo macroscópico verificou-se: presença de seroma, hematoma, abscesso, fístula, aderência e não-incorporação da tela. No estudo microscópico analisou-se: reação inflamatória, células gigantes e infiltração fibroblástica além da incorporação qualitativa e quantitativa de colágeno aos implantes. No estudo tensiométrico aferiu-se a força máxima e a deformação. No estudo macroscópico ocorreu incorporação perfeita de todos os implantes, tornando-os quase indistinguíveis das outras áreas da parede abdominal. A palpação cuidadosa demonstrou leve espessamento no local do implante. Foram observadas aderências discretas do peritôneo parietal anterior. Não foram observados seroma, hematoma e abscesso. Os dados observados demonstraram boa incorporação dos implantes, tolerância biológica satisfatória e adequada resistência pós operatória. A submucosa pode ser uma alternativa viável no reparo de defeitos da parede abdominal.

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ALTERAÇÕES LABORATORIAIS E HISTOPATOLÓGICAS RENAIS RESULTANTES DO AUMENTO DA PRESSÃO INTRA-ABDOMINAL: ESTUDO EXPERIMENTAL EM RATOS

Biondo-Simões MLP,Greca FH, Ioshii S, Nogueira GF, El Tawil II, Longhi P

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental - PUC, PR

Síndromes compartimentais têm sido descritas classicamente como aquelas ocorridas nas extremidades, resultado do aumento de volume das partes moles, subseqüente a um processo de isquemia e reperfusão, fraturas ou lesões por esmagamento. A Síndrome Compartimental Abdominal é conseqüente a um aumento agudo da pressão intra-abdominal e promove alterações fisiológicas adversas, devido ao acometimento, principalmente, dos sistemas cardiovascular, renal e pulmonar. Falências renais causadas pelo aumento da pressão intra-abdominal têm sido extensivamente documentadas tanto clínica quanto experimentalmente. O objetivo do presente estudo é verificar a influência da hipertensão intra-abdominal, induzida, sobre a função renal através da análise laboratorial e histopatológica. Utilizaram-se 30 ratos Wistar, divididos em três grupos de dez animais. No grupo controle não se induziu síndrome compartimental abdominal. No grupo E1 desenvolveu-se síndrome compartimental abdominal com pressão de 20mmHg e no grupo E2 com 30mmHg. Utilizou-se a carboxi-metil-celulose para indução da síndrome. No 3.º dia após a indução, retiraram-se os rins para estudo histopatológico, seguida de eutanásia. Os animais ficaram em gaiolas metabólicas durante todo o experimento. Colheram-se amostra de sangue para estudo laboratorial composto por: creatinina sérica, creatinina urinária e clearance da creatinina. Observou-se decréscimo do volume urinário à medida que ocorreu aumento da pressão intra-abdominal (C>E1>E2) (p<0,05). A creatinina sérica se elevou (p=0,0000) e a creatinina urinária diminuiu (p=0,0022). O clearance da creatinina diminuiu à medida que aumentou a pressão intra-peritoneal (p<0,05). A histopatologia mostrou degeneração tubular e edema intersticial proporcional ao nível de pressão. Concluiu-se que o aumento da pressão intra-abdominal provoca alteração da função renal com tradução histopatológica.

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ENXERTO DE SUBMUCOSA INTESTINAL PARA REPARO DE PAREDE DE INTESTINO DELGADO EM CÃES

Greca FH, Biondo-Simões MLP,Ioshii S,Chin EWK,Kimura LY, El Tawil II, Berlatto F.

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental - PUC, PR

O uso de materiais de matriz extra-celular para o reparo de tecidos tem recebido considerável atenção na literatura médica. O objetivo do presente estudo foi avaliar a evolução de um enxerto autólogo de submucosa de intestino delgado no próprio intestino de cães, como alternativa às enteroplastias convencionais para aumento do diâmetro da alça intestinal. Submeteu-se 8 cães a enterectomia de 10 cm no jejuno proximal. Com o segmento ressecado, obteve-se um segmento de submucosa intestinal, em forma de quadrado com 3 cm de lado. A seguir, fez-se uma secção longitudinal de 3 cm na borda antimesentérica do jejuno, distante 40 cm da anastomose, que foi reparada com o enxerto. A 20 cm do local onde foi implantada a submucosa, novo segmento de jejuno foi isolado e procedeu-se à abertura da alça nos mesmos moldes já descritos, fechando-a com sutura contínua em plano extra-mucoso, em sentido transversal, com o intuito de aumentar o diâmetro da luz intestinal. No 30.º dia de pós-operatório, avaliou-se a presença de aderências, as condições do enxerto de submucosa e o local da plastia. Ressecou-se a porção contendo o enxerto (região A) e a plastia (região B) e a região controle (C = porção intestinal adjacente ao implante de submucosa, livre de qualquer procedimento). Após a medida da pressão de ruptura e do perímetro da alça, enviou-se as peças para estudo histopatológico. Nenhum óbito ocorreu até o dia da avaliação. A presença de aderências foi semelhante em todos os cães e não se evidenciou a presença de abscessos, fístulas, deiscências ou estenoses. As médias da pressão de ruptura foram de 205.62 mmHg na região A, 230.8 mmHg na B e de 212.6 mmHg na C, portanto sem diferença estatisticamente significante. A média do perímetro da peça na região A foi de 4.98cm, na B de 4.58cm e na C de 4.42 cm, demonstrando diferença significante entre a região controle e aquela onde a submucosa foi implantada, como também entre o segmento A e B. Um animal foi excluído da análise histológica por falha na inclusão da peça. O conteúdo de colágeno maduro, imaturo e total foi semelhante nas regiões A e B. A reação inflamatória foi predominantemente crônica na região A, comparado com a B (p=0.0256). A proliferação fibroblástica foi semelhante nas 2 áreas (p=0.2144). A reepitelização foi maior no local da enteroplastia (p=0,0088). Evidenciou-se do ponto de vista mecânico e histológico que a enxertia de submucosa se comporta de maneira semelhante à enteroplastia simples, todavia produzindo um aumento maior do perímetro intestinal em relação à porção controle.

143

INFLUÊNCIA DO BUFLOMEDIL EM RETALHOS CUTÂNEOS ISQUÊMICOS: ESTUDO EXPERIMENTAL EM RATOS

Biondo-Simões MLP, Greca FH, Paula JB, Chin EWK, Andrade dos Santos E, Stalhschmidt F

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental - PUC, PR

PÔSTER

Drogas vasoativas têm sido empregadas na tentativa de aumentar a viabilidade de retalhos cutâneos isquêmicos. O objetivo desse estudo foi avaliar os efeitos da droga vasoativa, buflomedil, na prevenção da isquemia em retalhos cutâneos de ratos.Utilizaram-se 20 ratos machos, divididos em dois grupos, um controle (A) e outro experimento (B). No grupo B foi administrado buflomedil na dose de 3 mg/kg, via intraperitoneal a cada 12 horas por 2 dias antes da cirurgia e por 7 dias após a cirurgia. Utilizou-se um modelo de retalho cutâneo abdominal de 9 x 4 cm com base cefálica. A avaliação consistiu na fluxometria a laser do retalho em pontos pré-determinados com leitura no pré e no pós-operatório imediato e no 7.º dia de pós-operatório. Realizou-se análise planimétrica da área total do retalho, da área vascularizada e da área necrótica no 7.º dia de pós-operatório. Observou-se presença de necrose inferior do retalho em todos os animais dos dois grupos. A análise estatística dos resultados obtidos não demonstrou na planimetria diferença significante entre os grupos controle e experimento. A fluxometria não apresentou diferença significante, em relação a média dos pontos, entre os dois grupos. Concluí-se que a utilização do buflomedil não foi capaz de diminuir a necrose em retalhos cutâneos isquêmicos de ratos.

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CORREÇÃO DE DEFEITO CRIADO NA PAREDE ABDOMINAL DE CÃES COM MESH-PLUG: ESTUDO HISTOPATOLÓGICO

Greca FH, Biondo-Simões MLP, Ioshii SO, Andrade dos Santos EA, Baggio MR, El Tawil II, Stalhschmidt FL

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental - PUC, PR

POSTER

A correção cirúrgica de defeitos da parede abdominal, requer muitas vezes o uso de materiais sintéticos. A utilização de "mesh-plug" constitui artifício moderno para a correção de defeitos abdominais, com diâmetro de até 3 cm, principalmente hérnias inguinais recidivadas.: O objetivo do presente estudo foi comparar a reação inflamatória e incorporação de colágeno na cicatrização de defeito criado na parede abdominal de cães, corrigido com dois diferentes tipos de "mesh-plug". Foram utilizados 8 cães adultos. Realizou-se, cirurgicamente, defeito da parede abdominal ventral e bilateralmente simétricos em relação à linha média no plano músculo-aponeurótico, com diâmetro de 3cm e sem comprometimento do peritôneo. Utilizou-se dois (2) tipos de mesh-plug para correção do defeito criado. Em um dos lados utilizou-se o mesh-plug de tela X (porosidade = 4mm x 3mm, espessura = 0,2mm), e contralateralmente o mesh-plug de tela de Prolene® (porosidade = 620µ x 620µ, espessura = 0,7mm). No 30.º dia de pós-operatório os animais foram sacrificados. A reação tecidual foi avaliada macro e microscopicamente (Hematoxilina-Eosina e coloração pelo picrosírius). Macroscopicamente não evidenciou-se diferenças significativas entre as próteses. No estudo histopatológico, os dois tipos de mesh-plug não apresentaram diferenças quanto ao infiltrado inflamatório, granuloma e proliferação fibroblástica, existindo apenas diferença quanto ao processo de fibrose, o qual foi mais acentuado na tela macroporosa. Considerando a incorporação de colágeno, houve maior incorporação de colágeno maduro no mesh-plug X em relação ao do Prolene® (p=0,001), não havendo diferença significativa quanto ao colágeno imaturo (p=0,2210). Concluí-se que não houve diferença nos parâmetros macroscópicos, histopatológicos e incorporação de colágeno imaturo entre as duas próteses. O "mesh-plug" macroporoso (Tela X) incorporou mais colágeno maduro (p=0,001) e colágeno total (p=0,0140)

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CICATRIZAÇÃO DE ANASTOMOSES COLÔNICAS DE COELHOS COM HIPERCOLESTEROLEMIA

Greca FH, Biondo-Simões MLP, Komatsu MCG, Bryk-Jr. A, Fedrizzi F, Ioshi S

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental - PUC, PR

Inúmeros fatores locais e sistêmicos podem influenciar adversamente a cicatrização das anastomoses intestinais, dentre eles o aporte sanguíneo deficiente. A hipercolesterolemia compromete a reação vasomotora, diminuindo o fluxo sanguíneo a determinado órgão. O presente estudo visa avaliar o processo cicatricial de anastomoses do cólon distal de coelhos hipercolesterolêmicos. Foram estudados 18 coelhos, divididos em 2 grupos. Nove animais compuseram o grupo experimento, recebendo ração rica em colesterol a 1% por 30 dias e os demais receberam ração comum no mesmo período. No 30º dia todos os animais foram submetidos a uma ressecção de 3 cm de cólon distal, que foi anastomosado em plano único. No 7º dia de pós-operatório ressecou-se 6 cm do cólon contendo a anastomose e retirarou-se 10 ml de sangue por punção intracardíaca para dosagem de colesterol total, LDL e HDL. Submeteram-se os segmentos colônicos a teste manométrico e a estudo histopatológico pela coloração de picrosirius e HE. Realizou-se ainda fluxometria a laser da parede colônica. A pressão de ruptura à insuflação foi semelhante nos dois grupos (p=0,0709). Houve uma diminuição significativa na concentração de colágeno imaturo (p=0,0078) e de colágeno total (p=0,0422) nas anastomoses do grupo experimento. Em relação ao colágeno maturo constatou-se um redução não significante (p=0,1085). Reação inflamatória (p=0,0104), proliferação fibroblástica (p=0,0104) e fibrose (p=0,1573) também estavam diminuídas e macrófagos xantomatosos estavam presentes somente neste grupo. A fluxometria diminui o fluxo capilar do grupo experimento ( p 0 0,00312). Concluí-se que os resultados permitem admitir que há uma diminuição da resposta inflamatória e fibroblástica na cicatrização das anastomoses de cólon distal de coelhos hipercolesterolêmicos, bem como uma diminuição da deposição de colágeno nas mesmas e diminuição do fluxo capilar.

SOBRADPEC

Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento da Pesquisa em Cirurgia

DIRETORIA ACADÊMICA DA SOBRADPEC

INSTITUIÇÕES

UEPA, UFBA, ECMAL, UNIFESP-EPM,

UFPE, UFRN, UNIPA, FMJ, PUCPR

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DIRETORIA ACADÊMICA DA SOBRADPEC: APRESENTAÇÃO

Almeida LC, Souza LO, Santos BF, Soares AMMN, Montero EFS

UEPA, UFBA, ECMAL, UNIFESP-EPM

PÔSTER

Em 17 de setembro de 1987, nasceu a Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento da Pesquisa em Cirurgia - SOBRADPEC. Um órgão criado para atender a necessidades das agências financiadoras da Revista ACTA CIRÚRGICA BRASILEIRA. Desde então, este órgão vem incentivando a pesquisa em cirurgia em todos os âmbitos, inclusive estudantil. No entanto, esta classe, que tantos benefícios obteve a partir, da criação da SOBRADPEC, não se encontrava representada neste órgão, até julho de 2001, quando foi criada sua Diretoria Acadêmica. O poster tem como objetivo apresentar a Diretoria Acadêmica da SOBRADPEC. A Diretoria Acadêmica foi formada em julho de 2001, por estudantes, que participavam do Curso de Extensão Universitária Interinstitucional para Monitores de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental (CEUIMTOCE) realizado na UNIFESP-EPM. Composta por um presidente, dois vice-presidentes, dois secretários, um tesoureiro e seis comissões (pesquisa, ética, ensino, eleitoral, relações humanas e admissão de sócios), a Diretoria tem a coordenação da Prof. Dra. Edna Frasson de Souza Montero. Haverá renovação dos membros a cada ano durante o CEUIMTOCE, podendo haver renovação do mandato após votação entre os membros.Destaca-se entre as considerações finais: a função mais importante desta Diretoria não será a representatividade discente na SOBRADPEC, e sim o incentivo à pesquisa em cirurgia pelos próprios alunos, através da realização de eventos que despertem a curiosidade do aluno de medicina a ingressarem no vasto campo da pesquisa.

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CURSO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA INTER-INSTITUCIONAL PARA MONITORES EM TÉCNICA OPERATÓRIA E CIRURGIA EXPERIMENTAL: APRESENTAÇÃO

Ventin FC, Souza RLB, Macedo LMB, Resende VCL, Montero EFS

UFBA, UFPE, UFRN e UNIFESP-EPM

PÔSTER

Há seis anos a Disciplina de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental da UNIFESP-EPM promove um curso de extensão a monitores de diversas universidades brasileiras. Promover o interesse em atividades relacionadas à pesquisa com animais de laboratório, na área de cirurgia experimental, e transmitir conhecimento básico de novas técnicas operatórias para alunos de diversas universidades brasileiras. Permite, também, a interação e discussão sobre o ensino e a pesquisa entre os alunos de graduação em medicina. A estruturação do curso conta com 7 a 10 disciplinas: Metodologia Científica, Bioterismo, Bioestatística, Informática em Medicina, Documentação Fotográfica Científica, Acesso às Bases de Dados, Bases Técnicas da Microcirurgia, Noções em Videocirurgia, Técnicas Histológicas ou Técnicas de Necrópsias, Suturas Mecânicas e Discussões sobre os relatórios e as diferenças entre o ensino e a pesquisa em cada instituição. Estas disciplinas perfazem um total de 70 horas, com aulas em período integral, durante 10 dias úteis. Professores, pós-graduandos e monitores participam do preparo das aulas. A Disciplina de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, em especial, a UNIFESP-EPM como um todo e a BIREME estão envolvidas com a realização das aulas teóricas práticas. São realizadas visitas em outros setores para mostrar a estrutura necessária para realização de pesquisa. No fim do curso os participantes devem entregar um relatório sobre os temas abordados os quais permitem uma avaliação dos alunos, dos professores e do curso. Os alunos têm acesso livre às bibliotecas e refeição cedida pela reitoria. Para muitos, o conteúdo das disciplinas é desconhecido previamente, uma vez que não são abordados na graduação em medicina das universidades brasileiras. Estimula um espírito e mentalidade voltados à pesquisa além de despertar para as novas técnicas operatórias, que são levadas às universidades de origem. As mudanças no conteúdo baseiam-se nas discussões realizadas durante o curso, o que gera reformulações da carga horária e do conteúdo. Este curso permite um intercâmbio de experiências e conhecimentos.

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CURSO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA INTER-INSTITUCIONAL PARA MONITORES EM TÉCNICA OPERATÓRIA E CIRURGIA EXPERIMENTAL: NOVAS PROPOSTAS

Kreusch A, Ventura AF, Lima PMA, Andrade CE, Montero JTC, Montero EFS

UNIFESP-EPM, UNIPA, UFPE, UEPA

PÔSTER

O "Curso de Extensão Universitária Interinstitucional para Monitores em Técnica Operatória e Cirurgia Experimental" é um trabalho que vem sendo desenvolvido nos últimos seis anos pela Dra. Edna Frasson de Souza Montero e sua equipe. Ocorre na UNIFESP-EPM durante duas semanas dos meses de junho e/ou julho e, vem se aprimorando com o decorrer dos anos. Tem como temas essenciais a iniciação científica e novas técnicas operatórias. O propósito deste trabalho é a apresentação de novas propostas para seu aprimoramento, a serem incorporadas já na programação do próximo ano. Uma das novas propostas é a elaboração de uma página na internet, onde estarão disponíveis textos, bibliografia, links para outros endereços eletrônicos e divulgação de eventos relacionados aos temas do Curso de Extensão Universitária Interinstitucional para Monitores em Técnica Operatória e Cirurgia Experimental. A proposta inclui também a manutenção de um fórum permanente, nesta mesma página eletrônica, para debates, sugestões e comentários, aberto a todos os usuários. A vantagem deste fórum eletrônico é o registro permanente e cumulativo de todos os dados para posterior consulta, além de não exigir a presença simultânea dos participantes. Outra proposta refere-se à ampliação da programação do curso através de um pré-curso. O conteúdo teórico do curso estaria à disposição dos participantes para estudar os temas antecipadamente e disponibilizar mais tempo para atividades práticas durante a realização do curso. Outra proposta visa a elaboração, por parte dos alunos, de um Projeto de Pesquisa a ser submetido às agências de financiamento ou empresas locais. Deste modo, haveria maior divulgação, disseminação e aplicação do conhecimento adquirido, além de permitir o acesso de um maior número de estudantes ao curso.

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CURSO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA INTER-INSTITUCIONAL PARA MONITORES EM TÉCNICA OPERATÓRIA E CIRURGIA EXPERIMENTAL: AVALIAÇÃO DOS EGRESSOS

Leal APC, Pedrosa ME, Torres EA, Santos LLT, Teixeira LFC, Montero EFS

UFBA, UNIFESP-EPM, UEPA FMJ

PÔSTER

A Disciplina de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental da UNIFESP-EPM promove anualmente, desde 1996, o Curso de Extensão Universitária Interinstitucional para Monitores em Técnica Operatória e Cirurgia Experimental. O curso recebe acadêmicos de todo o Brasil, e em suas atividades teórico-práticas, abrange temas relacionados à metodologia científica, pesquisa em cirurgia, microcirurgia, cirurgia vídeo-assistida, dentre outros. O poster tem como objetivo avaliar as repercussões do curso de extensão universitária na vida acadêmica e profissional dos egressos desse curso e sua influência no desenvolvimento de atividades de pesquisa em cirurgia.Todos alunos que participaram deste curso receberam um questionário de avaliação, via internet ou correio. Do questionário constaram os seguintes dados: Nome, Idade, Sexo, Procedência, Em que ano da graduação participou do curso? Fez trabalhos experimentais antes do curso? E após? Papel (influência) do curso em sua formação acadêmica e profissional (se formado)? Se formado: Fez residência? Área? Especialização? Área? Mestrado? Área? Doutorado? Área? Mantém atividades científicas? Por que? Como monitor, o curso estimulou a modificação da disciplina de técnica operatória de sua Universidade? Através dos questionários aplicados as informações obtidas serão avaliadas e será traçado o perfil dos estudantes quanto à sua instituição de origem e o período em que se encontravam no curso de medicina.

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TÉCNICA OPERATÓRIA E CIRURGIA EXPERIMENTAL: CONCEITO E IMPORTÂNCIA

Barczak DS, Thiago Maia TEB, Rizzo R, Rocha MEFL, Montero EFS, Goldenberg S

PUCPR, UNIPA, UFBA, UFPE, UNIFESP-EPM

POSTER

A conceituação de "Técnica Operatória e Cirurgia Experimental", tendo por base as origens etimológicas de suas palavras, encerra idéias muito mais complexas que uma disciplina do currículo médico que se presta a ensinar na teoria e na prática, atos operatórios elementares e alguns procedimentos necessários à boa prática médica. Entre os múltiplos objetivos que a disciplina se propõe certamente atingir, é preciso destacar o de procurar oportunizar aos estudantes, espaços/situações que permitam e estimulem a reflexão crítica, intercâmbio de idéias, socialização do conhecimento, questionamentos, debates e estudos e, desta forma, favoreçam aprendizagens significativas e, dentre elas, o entendimento do processo de construção do conhecimento e da sua, sempre necessária, revisão. E é exatamente neste contexto que se verifica a relevância da iniciação à pesquisa, como processo altamente formativo, considerando que se trata de um processo que permite aprender a estudar, a aprender, a ler, a produzir e a transmitir conhecimentos de modo crítico. Já em outra dimensão, pode-se dizer que se trata de um processo que, entre outros pressupostos, supõe: 1)que a pesquisa é a base da aprendizagem não restrita à mera reprodução. Quem pesquisa tem o que comunicar. Ratificando tal entendimento Demo afirma que a pesquisa integra o processo emancipatório, no qual se constrói, o sujeito histórico auto-suficiente, crítico e autocrítico participante, capaz de reagir contra a situação de objeto. 2)que, conforme reforça Luckesi, o conhecimento é um necessidade enquanto modo de iluminação da realidade. Não se pode agir a não ser que se veja o caminho, que vale dizer que não se pode ter um compromisso verdadeiro com a realidade se desta realidade se tiver uma consciência ingênua. Ao se propor a oferta de tais privilegiados espaços, a disciplina está, sobretudo, proporcionando condições para que aqueles estudantes desenvolvam seu potencial crítico e criativo; para que se tornem e/ou se reconheçam sujeitos do processo de seu aprendizado; e, assim, para que caminhem no sentido da gradativa conquista da sua emancipação social e profissional.

151 PERNAMBUCO

VARICOCELE EM JOVENS PORTADORES DE ESQUISTOSSOMOSE HEPATOESPLÊNICA CIRÚRGICA AVALIAÇÃO DAS REPERCUSSÕES TESTICULARES

Brandt CT, Sá HP

Serviço de Cirurgia Geral da Criança - HC, UFPE

PÔSTER

A prevalência de varicocele em jovens com esquistossomsoe hepatoesplênica cirúrgica é quatro vezes maior do que em indivíduos de idade e classe econômica semelhantes. Entretanto as repercussões testiculares nesses pacientes ainda não são conhecidas. O presente estudo objetivou avaliar as repercussões testiculares de jovens portadores de esquistossomose hepatoesplência cirúrgica . Foram avaliados 15 pacientes (13-20a) esquistossomóticos e 16 não esquistossomóticos (13-20a). Foram realizados dopplessongrafia dos testiculos e espermograma. Houve uma tendência de diminuição do volumes testiculares nos esquistossomóticos, porém não atingiu significância estatística (x2 = 2,13, p> 0,05). As diferenças entre as freqüências de percentagem de espermatozóides normais (x2 = 0,31, p> 0,05) anormais (x2 2,13, p>0,05) e do índice de vitalidade também não foram significativos entre os 2 grupos. O desenvolvimento testicular dos pacientes esquistossomóticos com varicocele não defiriu daqueles não esquistossomóticos. Os achados são provavelmente conseqüentes às alterações dos plexo pampiniforme secundários à hipertensão porta encontrada na esquistossomose hepatoesplênica.

152 SANTA CATARINA

PANCREATECTOMIA SUBTOTAL: ESTUDO EXPERIMENTAL COM CÃES

Silva É, Ceneviva R, Silva Jr. OC, Batista LN, Wohgemuth FB, Westphal MGB

Laboratório de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, Departamento de Clínica Cirúrgica da Faculdade de Medicina, UFSC e Departamento de Cirurgia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP

Foi objetivo desse estudo avaliar a possibilidade da realização de pancreactomia pela técnica convencional preservando-se o segmento duodenal justapancreático, que é normalmente ressecado quando realiza-se a pacreatectomia subtotal ou total. Foram utilizados 15 cães adultos, com peso corporal entre 16 e 32kg, que foram submetidos a referida operação. No 2º, 7º e 15º dias de pós-operatório, os 5 animais de cada grupo foram sacrificados. O segmento duodenal justapancreático foi ressecado, colocado em solução de formol a 10% e encaminhado para avaliação histológica das bordas mesentéricas e anti-mesentérica, bem como para contagem neuronal dos plexos de Auerbach. A isquemia do segmento justa pancreático, identificada durante a operação, foi revertida através de suporte vascular que protegeu efetivamente, a mucosa já nas fases iniciais e, mais tardiamente a toda parede duodenal. Na avaliação dos plexos de Auerbach, não encontrou-se diminuição significante do número de neurônios (teste não paramétrico de Wilcoxon p<0,1). No pós-operatório os animais não apresentaram vômitos até o dia da ré-operação e se alimentaram normalmente, sugerindo preservação da função motora do duodeno desvacularizado. Concluí-se que as lesõe isquêmicas provocadas pela técnica desenvolvida de pancretectomia com desvascularização do segmento duodenal justapancreático: não causou necroses ou lesões histológicas capazes de alterar o funcionamento motor do segmento duodenal desvascularizado; diminuiu a morbidade da operação tradicional, quando era ressecado o segmento duodenal justapancreático; diminuiu o tempo cirúrgico do procedimento e possibilita o desenvolvimento de outras técnicas operatórias para o tratamento de doenças pancreáticas.

153 SÃO PAULO

ESTUDO DO ADESIVO BIOLÓGICO NAS ENTEROANASTO-MOSES, EM COELHOS

Amaral AT, Fagundes DJ, Taha MO, Simões MJ, Novo NF

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental da UNIFESP, São Paulo, S.P.

PÔSTER

Os estudos realizados para testar a eficácia do adesivo nas anastomoses digestórias como alternativa para manter a coaptação dos cotos, vêm demonstrando resultados controversos. Pela importância do tema, decidiu-se estudar a aplicabilidade de quatro técnicas operatórias com este adesivo nas enteroanastomoses. O objetivo deste experimento foi estudar os aspectos macroscópicos da cavidade abdominal e da linha de cicatrização da anastomose intestinal. Foram utilizados 40 coelhos, Nova Zelândia, machos, adultos, distribuídos em quatro grupos: grupo A (dois pontos); grupo B (quatro pontos); grupo C (seis pontos); grupos D (oito pontos). Decorridos 14 dias de pós-operatório, os animais foram submetidos a eutanásia e avaliados macroscopicamente na cavidade abdominal e na linha de sutura em cicatrização. Foi anotado o índice de óbito, a existência ou não de aderência, deiscência, fístula e em seguida foi retirado segmento intestinal operado para medida do índice de estenose. Os resultados encontrados foram analisados estatisticamente. Concluiu-se que, comparando a utilização do adesivo biológico de fibrina nas enteroanastomoses com dois, quatro, seis e oito pontos para justaposição dos cotos, o índice de óbito foi significantemente menor no grupo D em relação aos grupos A, B, e C. O índice de estenose foi significantemente maior no grupo C em relação ao grupo A. Quanto as aderências e fístulas não apresentou diferença significantemente entre os grupos estudados, no entanto o número de deiscência foi significantemente maior nos grupos A, B e C em comparação ao grupo D.

154 SÃO PAULO

ESTUDO DO ADESIVO SINTÉTICO NAS ENTEROANAS-TOMOSES, EM COELHOS

Amaral AT, Fagundes DJ, Taha MO, Simões MJ, Juliano Y

Técnica Operatória e Cirurgia Experimental da UNIFESP, São Paulo, S.P.

PÔSTER

Os estudos realizados para testar a eficácia dos adesivos nas anastomoses digestórias como alternativa para manter a coaptação dos cotos, vêm demonstrando resultados controversos. Pela importância do tema, decidiu-se estudar a aplicabilidade de quatro técnicas operatórias com este adesivo nas enteroanastomoses. O objetivo deste experimento foi estudar os aspectos macroscópicos da cavidade abdominal e da linha de cicatrização da anastomose intestinal. Foram utilizados 40 coelhos, Nova Zelândia, machos, adultos, distribuídos em quatro grupos: grupo A (dois pontos); grupo B (quatro pontos); grupo C (seis pontos); grupos D (oito pontos). Decorridos 14 dias de pós-operatório, os animais foram submetidos a eutanásia e avaliados macroscopicamente na cavidade abdominal e na linha de sutura em cicatrização. Foi anotado o índice de óbito, a existência ou não de aderência, deiscência, fístula e em seguida foi retirado segmento intestinal operado para medida do índice de estenose. Os resultados encontrados foram analisados estatisticamente. Concluiu-se que, comparando a utilização do adesivo sintético octil - cianoacrilato nas enteroanastomoses com dois, quatro, seis e oito pontos para justaposição dos cotos, não apresentou diferença significante entre os parâmetros estudados.

155 SÃO PAULO

ISQUEMIA E REPERFUSÃO HEPÁTICA TOTAL ASSOCIADA AO CHOQUE HEMORRÁGICO CONTROLADO: EFEITOS NO SEQÜESTRO DE NEUTRÓFILOS NO INTESTINO DO RATO.

Fontelles MJ, Hirano ES, Morandin RC, Schenka AA, Mantovani M.

Laboratório de Investigação em Cirurgia do Trauma (LICIT) da FCM - UNICAMP, Campinas - SP

O fígado é um dos órgãos mais atingidos no trauma abdominal podendo evoluir com choque hemorrágico. O princípio do tratamento cirúrgico é a manobra de Pringle que provoca isquemia com liberação de substâncias desencadeantes da resposta inflamatória e migração de neutrófilos para os tecidos à distância. Assim, o propósito deste trabalho experimental foi estudar os efeitos da isquemia e reperfusão hepática total no acúmulo de neutrófilos no intestino do rato. Trinta e dois ratos Wistar, machos, adultos, randomizados em 4 grupos: Sham (anestesia, laparotomia, observação 60 min.); Choque (anestesia, choque 20 min., reposição, reperfusão 60 min); Pringle (anestesia, isquemia hepática 15 min., reperfusão 60 min.); Total (anestesia, choque 20 min., reposição, isquemia hepática 15 min., reperfusão 60 min.). O choque foi obtido pela sangria até PAM = 40 mmHg e, a reposição volêmica com Ringer lactato e sangue total (3:1). O lactato e a reserva de base caracterizaram a baixa perfusão tecidual. Segmentos do íleo terminal e cólon sigmóide foram submetidos a estudo histopatológico para a contagem de neutrófilos. Utilizou-se ANOVA e p £ 0,05 nas análises estatísticas. O número de neutrófilos no íleo terminal, foi: Sham, 1,33±0,55; Choque, 5,48±2,65; Pringle, 2,47±1,38; Total, 2,44±0,56 (p<0,001). No cólon sigmóide os resultados foram: Sham, 0.66±0.44; Choque, 2,08±1,11; Pringle, 1,04±0,71; Total, 1,21±1,03 (p=0,021). Concluí-se que a isquemia hepática total não induziu a um afluxo de neutrófilos e, o estado de choque hemorrágico foi o principal fator indutor do acúmulo de neutrófilos no íleo terminal e cólon sigmóide.

156 SÃO PAULO

INCIDÊNCIA DE EMPIEMA PLEURAL NO TRAUMA ISOLADO DO TÓRAX COM E SEM USO DA ANTIBIOTICOTERAPIA

Fontelles MJ, Mantovani M

Disciplina Cirurgia do Trauma, UNICAMP, Campinas - SP

PÔSTER

A incidência de infecção do espaço pleural nos pacientes portadores de trauma torácico e submetidos à drenagem pleural fechada, associada ou não a antibioticoterapia profilática, vem sendo discutida, porém, sem consenso na literatura. Assim, o propósito do presente estudo foi avaliar a incidência de empiema pós-drenagem pleural fechada, nos pacientes com lesão isolada do tórax, com e sem uso da antibioticoterapia associada. Objetivou-se estudar de forma comparativa de coortes, realizado em 167 pacientes com trauma isolado de tórax, submetidos a drenagem pleural fechada. Dois grupos foram selecionados: grupo Controle com 104 (62,3%) pacientes sem uso da antibioticoterapia e, grupo Experimental com 63 (37,7%) pacientes aos quais administrou-se a cefalotina sódica no pós-operatório (500mg IV 6/6h). Todos tiveram seus achados clínicos registrados à admissão e seguidos quanto a ocorrência de empiema pleural. O diagnóstico de empiema pleural tomou por base os critérios do CDC. Análises estatísticas foram efetivadas para testes de significância (p £ 0,005). Os resultados mostraram que 08 (4,7%) pacientes evoluíram com quadro de empiema pleural, sendo sete (6,7%) casos no grupo controle e apenas 01 (1,5%) caso no grupo experimental (p=0,26). O hemotórax coagulado foi a complicação não infecciosa mais freqüente, incidindo em 21 (12,5%) pacientes. No presente estudo,os resultados mostram que o uso da antibioticoterapia não se mostrou eficaz em diminuir a incidência de empiema pleural nos pacientes submetidos a drenagem pleural pós-traumática.

157 SÃO PAULO

ISQUEMIA E REPERFUSÃO HEPÁTICA TOTAL ASSOCIADA AO CHOQUE HEMORRÁGICO CONTROLADO: EFEITOS NO SEQÜESTRO DE NEUTRÓFILOS NO FÍGADO DO RATO.

Hirano ES, Fontelles MJ, Morandin RC, Schenka AA, Mantovani M

Laboratório de Investigação em Cirurgia do Trauma (LICIT) da FCM - UNICAMP, Campinas - SP

O fígado é um dos órgãos mais atingidos no trauma abdominal podendo evoluir com grave choque hemorrágico e, o princípio do tratamento cirúrgico é a manobra de Pringle que provoca isquemia do órgão com liberação de substâncias desencadeantes da resposta inflamatória e migração de neutrófilos para os tecidos à distância. Assim, o propósito deste trabalho experimental foi estudar os efeitos da isquemia e reperfusão hepática total no acúmulo de neutrófilos no fígado do rato. Tinta e dois ratos Wistar, machos, adultos, randomizados em 4 grupos de oito animais, cada: Sham (anestesia, laparotomia, observação 60 min.); Choque (anestesia, choque 20 min., reposição, reperfusão 60 min); Pringle (anestesia, isquemia hepática 15 min., reperfusão 60 min.); Total (anestesia, choque 20 min., reposição, isquemia hepática 15 min., reperfusão 60 min.). O choque foi obtido pela sangria até PAM=40mmHg e, a reposição volêmica com Ringer lactato e sangue total (3:1). O lactato e a reserva de base caracterizaram a baixa perfusão tecidual. Segmentos do fígado foram submetidos a estudo histopatológico para a contagem de neutrófilos. Utilizou-se ANOVA e p £ 0.05 nas análises estatísticas. O número de neutrófilos por campo, presente no tecido hepático, em cada grupo foi: grupo Sham, 10.30±3.20; grupo Choque, 13.94±2.84; grupo Pringle, 7.00±3.40; grupo Total, 12.45±3.65 (p<0.037). Concluí-se que a isquemia hepática total, seguida de reperfusão, não induziu a um afluxo de neutrófilos para o fígado nos grupos de animais estudados quando comparados aos animais do grupo Sham .

158 SÃO PAULO

PERFUSÃO VASCULAR ENCEFÁLICA EM CÃES, COMO ANIMAIS DE EXPERIMENTAÇÃO

Xikota JC, Scaff RMC, Cunha IP, Rosário SRP, Heinzen RPS, Fagundes GM

Universidade Federal de Santa Catarina e Universidade do Sul de Santa Catarina

O estudo dos vasos encefálicos em humanos e alguns animais de experimentação iniciou-se pela injeção nos vasos de variados materiais de preenchimento para facilitar o estudo macroscópico, ou através das angiografias. Com o advento da tomografia computadorizada e ressonância magnética, observou-se uma redução da investigação tradicional realizada pela dissecção anatômica macroscópica e estudos de visualização direta. No entanto, esses avanços técnicos geralmente não se encontram disponíveis para o estudo experimental em animais, ressurgindo a necessidade de métodos para estudo anatômico macro e microscópico. Estudou-se a vascularização encefálica em animais experimentais, 30 cães adultos, em estado de pós-morte imediata, com a utilização de manitol 20%, nitroprussiato de sódio e heparinização prévia, seguida da perfusão da solução de Schlesinger. Obteve-se uma ótima qualidade técnica na visualização dos vasos sanguíneos devido a redução da pressão intracraniana, diminuição da resistência vascular cerebral e ausência de trombo no leito vascular, conseguindo-se a livre perfusão da substância de preenchimento até vasos de 25 µm de diâmetro. A perfusão dos vasos foi capaz de preencher arteríolas de até 25 µm de diâmetro. A solução de Schlesinger foi de fácil manuseio, baixo custo e boa resolutividade metodológica, superando as expectativas neste experimento.

159 PERNAMBUCO

ESTUDO RANDOMIZADO COMPARANDO DOIS MÉTODOS DE PREPARO PARA RETOSSIGMOIDOSCOPIA FLEXÍVEL

Justo CRE, Lima JFC, Brandt CT

Instituição: Clínica Privada - Recife-PE

Vários autores recomendam um, dois ou múltiplos enemas antes da realização de retossigmoidoscopia flexível. Porém, ainda não existe um consenso sobre qual o melhor preparo de colon. Comparar a eficácia do preparo do colon, entre dois regimes de limpeza, em pacientes que se submeteram a retossigmoidoscopia flexível. Cento e vinte e sete pacientes se submeteram a retossigmoidoscopia flexível, em regime ambulatorial. Foram randomizados para receber dois tipos de preparo. No grupo A com 62 pacientes, foi administrado enema de uma solução contendo fosfato de sódio monobásico 16g e fosfato dibásico 6g, via retal, 4 e 2 horas antes do procedimento. No grupo B com 65 pacientes, foram adicionados ao mesmo preparo dois comprimidos de bisacodil 5mg via oral, na véspera do exame. Foi avaliado a eficácia do preparo intestinal classificando-o em excelente, bom e ruim. No grupo A, 35 pacientes (56,4%) apresentaram preparo bom e excelente contra 55 pacientes (84,6%) do grupo B (X2=12,175 - p<0,05). Os resultados dão suporte ao conceito de que o preparo do grupo B foi mais eficaz que o grupo A. Concluí-se que associação do bisacodil ao preparo com enema fosfatado melhorou, significantemente, a preparação para realização de retossigmoidoscopia flexível.

160 MINAS GERAIS

HISTOLOGIA DO SACO HERNIÁRIO INGUINAL DE CRIANÇAS: IDENTIFICAÇÃO DAS FIBRAS DE MÚSCULO LISO

Barbosa CA, Amaral VF, da Silva AL, Gualberto GV

Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina, UFMG, Hospital Municipal de Contagem e Fundação de Pesquisa e Ensino em Cirurgia -MG

As hérnias inguinais apresentam grandes variações em sua patogenia e nas manifestações patológicas e, assim sendo, é evidente que a importância desta afecção merece considerações especiais. Como este assunto é muito discutido houve interesse em fazê-lo tanto no aspecto macroscópico quanto no microscópico. Para isso, foram estudadas as amostras do saco herniário de 65 crianças portadoras de hérnia inguinal indireta, com vistas a identifcação de fibras de músculo liso (FML). Avaliou-se a influência do sexo, cor e idade dos pacientes, lado da hérnia, bem como as medidas de largura, comprimento e espessura do espécime. Os resultados mostraram FML em 78,5% das crianças, com predomínio do sexo feminino em 98,5%, notadamente faiodérmicos 88,6% e com prevalência de 81,1% nas hérnias do lado direito. O encontro de FML nas amostras peritoneais herniárias das crianças foi relevante e na revisão da literatura foi encontrada um linha iniciada em nosso meio, em 1992, por Lázaro da Silva et al. que relatou estreita relação dessas FML com vasos neoformados presentes na estrutura do saco herniário.

161 SÃO PAULO

ESTUDO COMPARATIVO DO USO DA QUETAMINA ASSOCIADA OU NÃO A XYLAZINA COMO PRÉ-ANESTÉSICO EM ANIMAIS DA ESPÉCIE CANINA

Juliano Y, Vaidergorn J, Machado AL, Lin R

Técnica Cirúrgica e Bases da Anestesiologia e Cirurgia Cardio-Torácica da Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro, UNISA

No ato anestésico é importante a avaliação clínica, história patológica pregressa, assim como a utilização de drogas e medicamentos que possam interferir num procedimento anestésico cirúrgico. A escolha da medicação pré-anestésica permitirá que o animal de experimentação esteja mais confortável para os procedimentos invasivos após a completa indução e adequação do plano anestésico. Atualmente existe uma quantidade de drogas que podem ser utilizadas como pré-anestésico e sua escolha dependerá do tipo de cirurgia que será proposta, do tempo cirúrgico e o estado geral do animal. O objetivo da presente investigação foi comparar as respostas hemodinâmicas: freqüência cardíaca, frequência respiratória, grau de sedação, dose de anestésico na indução e reações adversas em dois grupos diferentes de animais da espécie canina diante de dois tipos diferentes de medicação pré-anestésica. Foram utilizados 40 cães. As drogas utilizadas foram a quetamina e a xylazina. Os resultados evidenciam que associação das drogas quetamina e xylazina se mostrou benéfica no sentido que diminuiu a depressão cardio-respiratória na indução da anestesia, além de diminuir a freqüência cardíaca mantendo níveis normais, com a vantagem, ainda, de não se observar hipersialorréia.

162 SÃO PAULO

MODELO DE SÍNDROME DO INTESTINO CURTO EM SUÍNOS

Leonardi PC, Rodrigues JG, Vaidergorn J, Novo NF, Machado AL, Batista L

Técnica Cirúrgica e Bases da Anestesiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro, UNISA

As ressecções amplas dos segmentos do delgado têm se tornado cada vez mais freqüentes. O principal esforço cirúrgico no tratamento dos indivíduos já portadores de ressecção intestinal ampla (RIA) e, consequentemente, síndrome do intestino curto (SIC) tem sido o de realizar procedimentos que aumentem o tempo de trânsito intestinal e consequentemente de absorção de nutrientes. Foi desenvolvido um modelo experimental de neoesfíncter em suínos. Quarenta e dois porcos, de ambos os sexos, e de médio porte, foram anestesiados e submetidos a laparotomia exploradora. Após a medida do comprimento do intestino delgado foi feita a ressecção de 75% do jejuno-íleo. Confeccionaram-se as anastomoses jejuno-cecal. Após randomização foram divididos, em dois grupos, onde no grupo estudo foi realizado as seromiotomias e no grupo controle não foram realizadas tais manobras. Ambos os grupos foram avaliados diariamente quanto ao comportamento clínico e ponderal. No 15º dia de pós-operatório os animais foram eutanasiados e foi feita a retirada de 20cm de alça colônica distalmente a anastomose jejuno-cecal. Após análise estatística dos resultados pôde-se concluir que: a confecção do neoesfíncter colônico foi benéfica para os animais em relação ao peso.

163 PERNAMBUCO

ESQUISTOSSOMOSE PULMONAR EM PACIENTES JOVENS TRATADOS CLÍNICA E CIRURGICAMENTE NA INFÂNCIA.

Caneca OAF, Brandt CT, Ladosky W, Almeida R

Serviço de Cirurgia Geral da Criança - HC, UFPE

O s. mansoni produz lesões granulomatosas no território da pequena circulação em aproximadamente 20% dos pacientes infectados crônicamente, aumentando a morbidade da doença. O objetivo do presente estudo é analisar o comprometimento pulmonar de pacientes portadores de esquistossomose hepatoesplênica, previamente tratados clinica e cirurgicamente, através da cintilografia pulmonar de perfusão e da espirometria. Trinta pacientes jovens portadores de esquistossomose mansônica hepatoesplênica, previamente tratados clínica e cirurgicamente, com seguimento pós-operatório médio de cinco anos, se submeteram a cintilografia pulmonar de perfusão e avaliação da capacidade respiratória pela espirometria. Ao exame cintilográfico, constataram-se alterações em 33,3% dos pacientes e padrão restritivo pulmonar em 30% das espirometrias. A prevalência das alterações cintilográficas se situa abaixo da observada na literatura para pacientes não tratados. Tal fato, deve-se provavelmente, à idade dos pacientes e ao tratamento clínico e cirúrgico precocemente realizados, que leva à involução dos granulomas pulmonares, responsáveis pela doença pulmonar esquistossomótica. A prevalência do acometimento pulmonar, avaliado pela medicina nuclear, se situou abaixo dos pacientes não tratados. Entretanto, o padrão respiratório pulmonar avaliado pela espirometria foi elevado e merece atenção especial no seguimento e manuseio desses pacientes.

164 PERNAMBUCO

AVALIAÇÃO DE PACIENTES ESQUISTOSSOMÓTICAS NO PRÉ-NATAL DOHOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

Remígio Neto J, Paes F, Oliveira CV, Colaço RDC, Almeida SB

Hospital das Clínicas - UFPE

Dentro de um total de 3.917 pacientes atendidas no pré-natal do HC/UFPE, no período de janeiro a junho de 2001, encontrou-se, através do exame de fezes, pelo método de Kato-Katz, a presença de ovos de Shistosoma mansoni, em 34 (0,86%) pacientes. Além dos exames de fezes, no exame clínico, detectou-se 5 (14,7%) pacientes com hepatoesplenomegalia, forma hepatoesplênica da doença. Em todas as pacientes portadoras da doença foi realizado ultra-sonografia do fígado e do baço, onde evidenciou-se fibrose de Symmers grau I na forma hepatointestinal e grau II na forma hepatoesplênica. Foram também estudados os valores de hematócrito, hemoglobina e plaquetas. Os valores médios de hematócríto foram 34,7% e de hemoglobina 11,4%g/dl. A média das plaquetas estava dentro do limite da normalidade, isso na forma hepatointestinal. Na forma hepatoesplênica os valores obtidos foram: Hct=31,3% e Hb=9,7g/dl. A média de plaquetas foi de cerca de 155.000/mm3. Pode-se concluir que houve aumento da prevalência na forma hepatointestinal sobre a forma hepatoesplênica. Nas pacientes com a forma hepatointestinal os níveis hematimétricos não se alteraram, enquanto que esses níveis na forma hepatoesplênica apresentaram valores significantemente mais baixos.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    24 Out 2002
  • Data do Fascículo
    2002
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