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O poeta da vida moderna

A visão de modernidade de Baudelaire é encontrada por Walter Benjamin na ótica do procedimento crítico alegórico: a mortificação da obra literária. É pela reciprocidade alegórica entre o poeta e o crítico que se evidenciam as mais ricas implicações dessa visão, que, para Benjamin, não está nos ensaios estéticos mas em Les Fleurs du Mal. Michel Foucault, reconhecendo o caráter alegórico da literatura contemporânea depois de Mallarmé, ignora a obra de Baudelaire. Não assumindo a contrapartida alegórica na sua própria leitura, Foucault perde, nos limites da arqueologia dos anos 1960, a mais rica expressão da modernidade em Baudelaire. Quando, posteriormente, reconhece a importância da concepção de modernidade do poeta, restringe-se a considerar os ensaios estéticos, aqueles que, na opinião de Benjamin, constituem o "ponto mais fraco" desta visão.

Modernidade; Alegoria; Crítica alegórica; Michel Foucault; Charles Baudelaire; Walter Benjamin


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