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TESES E DISSERTAÇÕES

Avis Rara: a trajetória da naturalista alemã Emília Snethlage (1868-1929) no Brasil

Miriam Elvira Junghans. miriamjung@gmail.com. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde / Fundação Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro (RJ) 2009

A dissertação tem por objetivo analisar a trajetória científica da naturalista alemã Emília Snethlage (1868-1929), que trabalhou no Brasil a partir de 1905. Algumas características distinguem seu percurso profissional: o fato de ser mulher, de ter formação acadêmica, a grande ênfase no trabalho de campo, que realizou por toda a vida, e o fato de ter desenvolvido toda a sua trajetória em museus de história natural, na Alemanha e no Brasil. Esta configuração singular funciona como contraponto à reflexão sobre algumas das variáveis sociais envolvidas na produção do conhecimento científico no Brasil, nas três primeiras décadas do século XX. O trabalho de campo e o trabalho de gabinete apresentam-se como instâncias complementares na legitimação do trabalho da cientista e é a partir delas que se desenvolve a análise proposta.

As adaptações dos índios Tukano e Maku-Hup'du no rio Tiquié: nichos ecológicos distintos ou competição por recursos?

Harold Martin Wright III. fieldbutch@hotmail.com. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Ecologia. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Manaus (AM) 2009

Os rios Tiquié e Vaupés, que escoam da Colômbia para o Brasil na esparsamente povoada Terra Indígena do Alto Rio Negro, proporcionam há séculos fontes adequadas de proteínas aos povos indígenas de um ecossistema pobre em nutrientes (Moran, 1991; Milton, 1984; Jackson, 1983; Gross, 1975). Os índios ribeirinhos Tukano e os índios seminômades da floresta Maku-hup'du desenvolveram um sistema social e comercial complexo que tem ajudado na manutenção dessas fontes de proteína essenciais, baseado numa estrutura hierárquica descrita como algo que vai da "escravidão" (Koch-Grünberg, 2005) ao "patrão-cliente" (Chernela, 1993; Epps, 2005) e aos serventes e trabalhadores (Gentil, 2005). Esforços recentes de missionários católicos e de agências do governo têm encorajado o estabelecimento de aldeias permanentes para os Maku-hup'du na região (Milton, 1984). Este estudo visou determinar as adaptações das populações cada vez mais sedentárias de Maku-hup'du e das populações permanentes de Tukano na região, para saber se ocupam nichos ecológicos distintos ou se estão competindo por recursos no ecossistema. Foram feitos levantamentos sobre as quantidades, os tamanhos e as variedades de fontes de alimentos utilizados pelos índios Tukano e Maku-hup'du, assim como o tempo gasto na obtenção de alimentos, em aldeias Desâna no igarapé Cucura e em povoados adjacentes dos Maku-hup'du. Os dados foram analisados para determinar a extensão dos nichos ocupados pelos respectivos povos. Esta pesquisa documenta uma grande alteração no padrão de subsistência em duas das três aldeias Maku-hup'du, ao passarem da caça tradicional para um sistema de pesca e horticultura de mandioca praticamente indistinto dos seus vizinhos Tukano. A pesquisa destaca um declínio importante no consumo protéico diário entre todas as comunidades pesquisadas quando comparada com os dados históricos apresentados por Milton (1984). A quantificação da extensão do nicho sugere fortemente que o declínio observado nos recursos protéicos está associado a um aumento na sobreposição dos nichos de subsistência (um resultado da aculturação mencionada) entre os Makuhup'du e os Tukano deste ecossistema pobre em nutrientes. Por fim, o estudo examina as implicações teóricas e práticas da mudança cultural e da adaptação ecológica (ou da falta de adaptação) nesta importante reserva indígena no Brasil, que representa cerca de 10% da população indígena total e da diversidade cultural-linguística do país.

Visitando laboratórios: o cientista e a preservação de documentos

Maria Celina Soares de Mello e Silva. celina@mast.br. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em História Social. Universidade de São Paulo São Paulo (SP) 2007

O objetivo da tese é estudar a relação que cientistas mantêm com os documentos produzidos nos laboratórios científicos e tecnológicos, visando buscar elementos que contribuam para a elaboração de um programa de preservação de arquivos de ciência e tecnologia. A metodologia utilizada foi a de aplicação de questionário, por meio de entrevista, aos responsáveis pelos laboratórios dos institutos de pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia no Rio de Janeiro (RJ). O primeiro capítulo apresenta conceitos básicos e algumas iniciativas do governo na área da preservação documental. O segundo capítulo analisa os limites entre o pessoal e o institucional nos documentos gerados pelos laboratórios, verificando que são tênues e mal definidos. O terceiro capítulo explora os limites entre o público e o privado na documentação oriunda das etapas intermediárias de um processo de pesquisa, verificando que o destino desta documentação é incerto. O último capítulo se dedica a explorar a opinião dos cientistas sobre a importância da preservação dos documentos para a memória científica, verificando que há pouca reflexão sobre o tema. Ao final de cada capítulo são apresentadas as conclusões das análises, bem como são apontadas contribuições para um programa de preservação de documentos de arquivos de ciência e tecnologia.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    25 Ago 2010
  • Data do Fascículo
    Ago 2009
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