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Florística e caracterização da vegetação da Toca dos Urubus, Baependi, Minas Gerais, Brasil

Floristics and characterization of the vegetation at Toca dos Urubus, Baependi, Minas Gerais State, Brazil

Resumos

A Toca dos Urubus localiza-se no município de Baependi, sul de Minas Gerais, e faz parte da região do Alto Rio Grande. Sua cobertura vegetal compreende um mosaico formado por cerrado, campo rupestre e floresta estacional semidecidual. Foi realizado um levantamento florístico, restrito às espécies vasculares, e uma descrição das três fisionomias encontradas na área. Foram registradas 403 espécies (395 angiospermas e 8 pteridófitas) distribuídas em 77 famílias e 260 gêneros. As famílias mais ricas em número de espécies foram Asteraceae (66 spp.), Poaceae (52 spp.), Fabaceae (32 spp.), Cyperaceae (19 spp.), Melastomataceae e Rubiaceae (16 spp.). O cerrado apresentou o maior número de espécies (322 spp.), seguido pelo campo rupestre (247 spp.) e pelo fragmento de floresta estacional (71 spp.). Apesar da pequena área abordada no presente estudo, aproximadamente 25 ha, uma grande riqueza de espécies foi encontrada, dentre estas 10 são citadas na Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas de Extinção da Flora de Minas Gerais, o que reforça ainda mais a necessidade de conservação dessa região.

flora; campo rupestre; cerrado; floresta estacional semidecidual; Serra da Mantiqueira


Toca dos Urubus is located in Baependi municipality, Minas Gerais State, and belong the Alto Rio Grande region. The vegetation comprised a mosaic with cerrado, rocky grassland and seasonally dry tropical forest. A floristic survey was undertaking, restrict to vascular plants, and a descriptive characterization of vegetation is presented. A total of 403 species distributed in 260 genus and 77 families were sampled. Angiosperms comprised 395 species, while pteridophytes comprised eight species. The richest families were Asteraceae (66 spp.), Poaceae (52 spp.), Fabaceae (32 spp.), Cyperaceae (19 spp.), Melastomataceae and Rubiaceae (16 spp.). Most of the species (322 spp.) occur on cerrado, while 247 occur on rocky grassland, and 71 species on seasonally dry tropical forest. Despite the small area studied, approximately 25 ha, high species diversity was found, and 10 of these are included at the Red List of Minas Gerais, strengthening the need for conservation planning within the region.

flora; rocky grasslands; cerrado; seasonally dry tropical forest; Mantiqueira Range


INVENTÁRIOS

Florística e caracterização da vegetação da Toca dos Urubus, Baependi, Minas Gerais, Brasil

Floristics and characterization of the vegetation at Toca dos Urubus, Baependi, Minas Gerais State, Brazil

Fabrício Moreira FerreiraI,* * Autor para correspondência: fmoreiraf@yahoo.com.br ; Rafaela Campostrini ForzzaII

IUniversidade Estadual de Feira de Santana - UEFS, BR 116, Km 03, CEP 44031-460, Feira de Santana, BH, Brasil

IIJardim Botânico do Rio de Janeiro, Pacheco Leão, 915, CEP 22460-030, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

RESUMO

A Toca dos Urubus localiza-se no município de Baependi, sul de Minas Gerais, e faz parte da região do Alto Rio Grande. Sua cobertura vegetal compreende um mosaico formado por cerrado, campo rupestre e floresta estacional semidecidual. Foi realizado um levantamento florístico, restrito às espécies vasculares, e uma descrição das três fisionomias encontradas na área. Foram registradas 403 espécies (395 angiospermas e 8 pteridófitas) distribuídas em 77 famílias e 260 gêneros. As famílias mais ricas em número de espécies foram Asteraceae (66 spp.), Poaceae (52 spp.), Fabaceae (32 spp.), Cyperaceae (19 spp.), Melastomataceae e Rubiaceae (16 spp.). O cerrado apresentou o maior número de espécies (322 spp.), seguido pelo campo rupestre (247 spp.) e pelo fragmento de floresta estacional (71 spp.). Apesar da pequena área abordada no presente estudo, aproximadamente 25 ha, uma grande riqueza de espécies foi encontrada, dentre estas 10 são citadas na Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas de Extinção da Flora de Minas Gerais, o que reforça ainda mais a necessidade de conservação dessa região.

Palavras-chave: flora, campo rupestre, cerrado, floresta estacional semidecidual, Serra da Mantiqueira.

ABSTRACT

Toca dos Urubus is located in Baependi municipality, Minas Gerais State, and belong the Alto Rio Grande region. The vegetation comprised a mosaic with cerrado, rocky grassland and seasonally dry tropical forest. A floristic survey was undertaking, restrict to vascular plants, and a descriptive characterization of vegetation is presented. A total of 403 species distributed in 260 genus and 77 families were sampled. Angiosperms comprised 395 species, while pteridophytes comprised eight species. The richest families were Asteraceae (66 spp.), Poaceae (52 spp.), Fabaceae (32 spp.), Cyperaceae (19 spp.), Melastomataceae and Rubiaceae (16 spp.). Most of the species (322 spp.) occur on cerrado, while 247 occur on rocky grassland, and 71 species on seasonally dry tropical forest. Despite the small area studied, approximately 25 ha, high species diversity was found, and 10 of these are included at the Red List of Minas Gerais, strengthening the need for conservation planning within the region.

Keywords: flora, rocky grasslands, cerrado, seasonally dry tropical forest, Mantiqueira Range.

Introdução

A Serra da Mantiqueira estende-se pelo leste do estado de São Paulo, sul de Minas Gerais e sudoeste do Rio de Janeiro, atuando como um divisor de águas entre as bacias do Rio Grande, em Minas Gerais, e Paraíba do Sul, em São Paulo e Rio de Janeiro (Braga & Andrade 2005). Seu relevo é formado por escarpas elevadas e morros, nos quais o planalto mineiro termina diante do Vale do Paraíba, e encontra-se dividido nesta zona em duas porções: Serra da Mantiqueira Oriental e Serra da Mantiqueira Ocidental (Ponçano et al. 1981). No interior da porção ocidental da Mantiqueira, em direção norte, encontra-se o Planalto Sul de Minas Gerais ou região do Alto Rio Grande, onde se localizam importantes nascentes e afluentes desse rio (Silva 2005). A topografia da região do Alto Rio Grande é predominantemente montanhosa com altitudes variando, em sua maior parte, entre 700 e 1.400 m acima do nível do mar (Oliveira Filho et al. 1994a).

A vegetação primária da região do Alto Rio Grande compreendia um extenso mosaico vegetacional composto por manchas florestais, cerrados, campos rupestres e campos de altitude (Azevedo 1962, IBGE 1993). Tal diversidade de formações deve-se, principalmente, ao relevo fortemente acidentado e ao fato de a região abrigar uma das transições entre os cerrados do Brasil Central e as florestas semideciduais do sudeste e sul do país (Oliveira Filho & Fluminhan-Filho 1999). Neste contexto, as fisionomias de campo rupestre e campo de altitude no sul de Minas Gerais estão associadas a solos rasos e jovens do topo das montanhas, enquanto o cerrado e florestas semideciduais compartilham solos mais antigos e profundos, sendo as florestas encontradas em locais de solos mais férteis (Eiten 1982).

As primeiras tentativas de ocupação da região do Alto Rio Grande aconteceram nos séculos XVII e XVIII, com a entrada das bandeiras paulistas em busca do ouro (Gomes 2005). Posteriormente, foi a extração de madeira e a agropecuária que, realmente, levaram à ocupação da área. Em conseqüência, houve maciça exploração das terras e drástica redução da vegetação nativa para formação de áreas cultiváveis e atividades mineradoras (Silva 2005).

Com o intuito de proteger essa importante e complexa área, foi criada em 1985, pelo decreto 91.304, a Área de Proteção Ambiental da Serra da Mantiqueira (APA Mantiqueira), que abrange uma área de 422.873 ha de 25 municípios nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro (Ribeiro 2005). A importância da região foi ressaltada quando a região do Alto Rio Grande foi considerada área de importância biológica especial e prioritária para a conservação da biodiversidade em Minas Gerais, devido à alta riqueza de espécies da fauna e flora (Drummond et al. 2005).

Embora nos últimos anos o número de estudos sobre a vegetação na Mantiqueira tenha aumentado (Botrel et al. 2002, Carvalho et al. 1995a, Gavilanes et al. 1992a, b, Oliveira Filho et al. 1994a, b, c, d, 2004, Rodrigues et al. 2003, Souza et al. 2003, Vilela et al. 1995, 2000, van den Berg & Oliveira Filho 2000), estes são, na grande maioria, restritos às formações florestais, enquanto as áreas campestres continuam pouco amostradas. Assim, este estudo tem por objetivo contribuir para o conhecimento da vegetação da região do Alto Rio Grande apresentando a lista de espécies registradas na Toca dos Urubus, uma área predominantemente de vegetação campestre do município de Baependi, bem como fornecer uma caracterização das três fisionomias encontradas na área.

Material e Métodos

O município de Baependi localiza-se na microrregião do Circuito das Águas no sul de Minas Gerais (Figura 1) e, de acordo com o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos, está inserido na região Alto Rio Grande (Viola 2008) (Figura 1). Segundo a classificação de Köppen, possui clima Cwb (tropical de altitude) com verões quentes e úmidos e invernos frios e secos (Minas Gerais 1982). A temperatura média anual varia entre 18 e 19 ºC e a média pluviométrica é de 1.400 mm, com chuvas mais concentradas entre dezembro e março, e os meses de junho, julho e agosto compreendendo o período seco (Minas Gerais 1982).


A Toca dos Urubus é uma localidade situada no extremo norte da Serra de Santa Maria do Baependi que corre no sentido NO/SE a partir do ponto 21º 58' S e 44º 52' 26" W, com cerca de 6 km de extensão, e atua como divisor de águas do Rio Baependi e Ribeirão Palmeira, tributários do Rio Verde, afluente do Rio Grande. Apesar de pertencer à comarca de Baependi, ou seja, ao município, a área não possui nenhuma unidade de conservação e está rodeada por fazendas particulares. Sua cobertura vegetal compreende um mosaico onde predominam as fisionomias de cerrado e campo rupestre. Além das formações campestres, manchas de florestas estacionais são encontradas nos vales ou grotas onde há maior umidade devido à convergência das bacias de drenagem do alto da serra.

O levantamento florístico se restringiu a uma área de aproximadamente 25 ha onde as três fisionomias ocorrentes na serra são mais preservadas. As campanhas de campo foram realizadas durante todos os meses do ano, de março de 2002 a abril de 2006 e cobriram toda área. Os espécimes coletados foram incorporados aos herbários CESJ, HUEFS, R e RB (acrônimos segundo Holmgren et al. 1990). As espécies foram identificadas por meio de bibliografia específica, comparação com espécimes já determinados nos herbários supracitados e através da contribuição de especialistas. Apenas 18 táxons (ca. 4,4%) foram identificados somente até gênero. Os dados sobre o ambiente onde ocorrem as espécies e hábito foram baseados em observações de campo.

Foram consideradas ervas as espécies não lenhosas tanto terrestres quanto rupícolas ou epífitas. Espécies terrestres lenhosas, inclusive as xilopodiosas, predominantemente menores que 30 cm, foram denominadas subarbustos; as que, em geral, se enquadravam entre 30 cm e 1 m de altura foram denominadas arbustos. Para a categorização das espécies arbóreas utilizou-se o Catálogo das Árvores Nativas de Minas Gerais (Oliveira Filho 2006). Espécies reptantes ou trepadeiras, lenhosas ou não, foram classificadas como lianas. Espécies com hábito escandente foram classificadas na categoria de ervas escandentes, tanto as herbáceas quanto as lenhosas. Foram consideradas espécies ruderais aquelas citadas por Lorenzi (1991).

Determinou-se, para a área de estudo, três fisionomias: Cerrado (sensu Veloso et al. 1991), Floresta Estacional Semidecidual Montana (FESM) (sensu Veloso et al. 1991) e Campo Rupestre (sensu Joly 1970, Harley 1995, Giulietti et al. 1987) (Figura 2a, b, c).


 






Resultados

Foram registradas na área 403 espécies de plantas vasculares. As angiospermas compreenderam 395 espécies agrupadas em 253 gêneros e 72 famílias. As pteridófitas foram representadas na área por oito espécies pertencentes a sete gêneros e cinco famílias (Tabela 1). Asteraceae foi a família mais rica em número de espécies (66 spp.), seguida por Poaceae (52 spp.), Fabaceae (32 spp.), Cyperaceae (19 spp.), Melastomataceae e Rubiaceae (16 spp.), Malvaceae (13 spp.), Bignoniaceae, Euphorbiaceae e Lamiaceae (12 spp.), Apocynaceae, Malpighiaceae e Myrtaceae (11 spp.) (Tabela 2). Juntas, essas famílias perfazem 70% da riqueza de espécies amostradas na área.

O hábito mais frequente na área de estudo foi o herbáceo, em especial ervas terrestres (116 spp.), seguido por subarbustos (98 spp.), árvores (87 spp.), arbustos (63 spp.) e lianas (27 spp.) (Figura 3). As ervas escandentes foram representadas apenas por quatro espécies, todas associadas ao fragmento de floresta. Plantas que apresentam tal hábito, especialmente os bambus dos gêneros Merostachys e Chusquea, desempenham grande influência na dinâmica sucessional de ambientes florestais, tanto no aspecto qualitativo quanto quantitativo, devido ao crescimento vegetativo agressivo (Smith et al. 1981, Filgueiras 1988, Oliveira Filho et al. 1994b, Stern 1995) (Figura 2g). Quatro espécies de ervas rupícolas (Barbacenia tomentosa, Peperomia oreophila, Phlebodium pseudoaureum e Phyllanthus rosellus) foram observadas somente no campo rupestre. Apenas duas espécies de epífitas foram encontradas, Polystachya estrellensis e Philodendron sp., a primeira encontrada no fragmento de mata e no cerrado e a segunda, observada apenas no interior da mata. Duas espécies, Andira fraxinifolia e Casearia sylvestris, são arbóreas, quando no interior da mata e subarbustivas nas formações campestres, o que é comum em espécies do cerrado sujeitas a contínua perda de suas partes aéreas (Rizzini 1979).


Para o cerrado, foram inventariadas 322 espécies, para o campo rupestre 247 e para a floresta estacional 71. Dentre as espécies encontradas, 94 (ca. 23%) foram exclusivas do cerrado, 52 (ca. 13%) da floresta e apenas 25 (ca. 6,2%) exclusivas do campo rupestre (Figura 4). O maior compartilhamento da flora foi observado entre o cerrado e o campo rupestre (213 spp., ca. 53%) e o menor registrado entre o campo rupestre e a floresta (4 spp., ca. 0,9%). Cerrado e floresta compartilharam 10 espécies (ca. 2,4%) e cinco espécies ocorreram nas três formações (Figura 5).



De acordo com o Catálogo das Árvores Nativas de Minas Gerais (Oliveira Filho 2006), cinco espécies que ocorrem na Toca dos Urubus são raras (Gochnatia paniculata, Hyptidendron canum, Leandra aurea, Persea major e Psychothria spathicalix), cinco são citadas como muito raras (Aspidosperma parvifolium, Dasyphyllum spinescens, Pseudobrickellia brasiliensis, Alchornea sidifolia e Qualea jundiahy) e uma como raríssima (Dalbergia glaucescens).

Dez espécies encontradas neste levantamento são citadas na Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas de Extinção da Flora de Minas Gerais (Drummond et al. 2008). Dessas, uma está sob o status "Em Perigo" (Alstroemeria plantaginea); quatro são referidas como "Vulneráveis" (Chresta sphaerocephala, Ipomoea argenta, Ocotea odorifera, Camarea hyrsuta); uma é citada como "Quase Ameaçada" (Rhynchospora globosa), e quatro aparecem como "Dados Deficientes" (Chaetostoma inerme, Axonopus aureus, Axonopus brasiliensis e Chusquea tenuiglumis).

A fisionomia do cerrado, dominante na Toca dos Urubus, é formada por um estrato herbáceo, composto principalmente por gramíneas, e um estrato lenhoso um pouco esparso, formado por árvores de pequeno e médio porte com troncos retorcidos e escurecidos pelo fogo, e de arbustos de caules múltiplos (Figura 6). As famílias mais representativas dessa fisionomia foram Asteraceae (62 spp.), Poaceae (44 spp.), Fabaceae (25 spp.), Cyperaceae (17 spp.) e Melastomataceae (15 spp.) (Tabela 2).


Nessa formação, o estrato herbáceo é formado principalmente por ervas terrestres (103 spp., ca. 32%) e subarbustos (91 spp., 28%). Entre as ervas terrestres as famílias mais representativas foram Poaceae (44 spp.), Cyperaceae (17 spp.), Asteraceae (8 spp.) e Polygalaceae (6 spp.). A maioria dos subarbustos pertence às famílias Asteraceae (30 spp.), Fabaceae (13 spp.), Malvaceae (11 spp.), Rubiaceae (8 spp.) e Melastomataceae (7 spp.). O estrato lenhoso é composto por arbustos (57 spp., ca. 18%) e árvores (51 spp., ca. 15%), que corresponde a aproximadamente 33% da diversidade de espécies desse ambiente (Figura 6). As lianas correspondem a 5,5% (18 spp.) da riqueza de espécies dessa formação.

O campo rupestre é um tipo de vegetação altamente especializada que ocorre como ilhas no alto de algumas serras brasileiras, normalmente acima dos 900 m de altitude e sobre solos muito rasos ou afloramentos rochosos (Harley 1995). Esses ambientes são reconhecidos por sua grande riqueza de espécies e endemismos (Joly 1970, Giulietti et al. 2000). Na Toca dos Urubus, os campos rupestres estão restritos à porção noroeste da serra e Poaceae (42 spp.), Asteraceae (23 spp.), Fabaceae (17 spp.), Melastomataceae e Rubiaceae (14 spp.) foram as famílias mais diversas desse ambiente (Tabela 2).

No campo rupestre, a paisagem é caracterizada pela grande quantidade de arbustos e um estrato herbáceo mais esparso do que o encontrado na área de cerrado. Dentre as ervas terrestres, principais componentes desse compartimento, destacaram-se as famílias Poaceae (42 spp.), Cyperaceae (16 spp.) e Asteraceae (6 spp.). Apesar de espécies rupícolas serem marcantes na composição dos campos rupestres, apenas quatro foram registradas (Tabela 1). Os subarbustos (59 spp., 24%) são, em sua maioria, representados por espécies de Rubiaceae (10 spp.), Fabaceae (9 spp.), Asteraceae, Malvaceae e Melastomataceae (7 spp.).

Apesar da grande profusão de afloramentos rochosos e da pouca profundidade ou ausência do solo, cerca de 30% das espécies ocorrentes no campo rupestre foram de arbustos (41 spp., 16,5%) e árvores (35 spp., 14%), a maioria compartilhada com o cerrado (Figura 5, 6). Neste estrato, as famílias mais ricas em número de espécies foram Asteraceae (10 spp., 7 arbustos e 3 árvores), Lamiaceae (9 spp., 6 arbustos e 3 árvores), Myrtaceae (8 spp., 3 arbustos e 5 árvores), Melastomataceae (7 spp., 1 arbusto e 6 árvores) e Fabaceae (6 spp., 2 arbustos e 4 árvores). As lianas, com 18 espécies, corresponderam à aproximadamente 8% da riqueza de espécies do campo rupestre, e encontram-se intercaladas ao estrato graminoso e/ou sobre os arbustos e árvores.

A área de floresta estacional semidecidual está localizada no fundo de um vale adjacente ao curso d'água na vertente leste da serra. O fragmento é composto por quatro diferentes estratos: o dossel, que atinge entre 15 e 20 m de altura, o estrato médio entre 8 a 10 m, o sub-bosque formado por arbustos e indivíduos jovens de árvores do dossel e sub-dossel e o estrato herbáceo. Neste ambiente, as famílias com maior número de espécies foram Fabaceae (10 spp.), Euphorbiaceae (8 spp.), Poaceae (6 spp.), Lauraceae e Rubiaceae (3 spp.) (Tabela 2). As espécies arbóreas foram maioria, cerca de 62% (44 spp.) (Figura 6). Lianas (6 spp., ca. 9%) foram observadas no dossel, estrato médio, em clareiras e na borda da mata. As únicas espécies epífitas registradas foram Philodendron sp. e Polystachya estrellensis. As ervas mais comuns no interior da floresta foram Dichorisandra hexandra, Rhynchospora exaltata, Scleria bracteata e Chusquea breviglumis, que forma um denso taquaral na área próxima ao curso d'água e cobrindo grande parte do fragmento (Figura 2g).

Chama atenção o grande número de espécies ruderais e de ampla distribuição (55 spp.) que ocorrem na Toca dos Urubus (Tabela 1), além da perda constante da cobertura vegetal original (Figura 2d).

Discussão

Um dos fatores determinantes da diversidade de uma área é a estrutura da vegetação (Ricklefs 2003). A grande diversidade de espécies encontrada na Toca dos Urubus se deve, provavelmente, à riqueza fitofisionômica do local, composta por três formações principais: cerrado, campo rupestre e floresta estacional. Além disso, a transição entre tais fisionomias se dá de forma gradativa, constituindo gradientes vegetacionais que contribuem para o aumento da diversidade.

No presente estudo, a área de cerrado apresentou uma maior diversidade de espécies arbustivo-herbáceas em relação às arbóreas, conferindo uma proporção de aproximadamente 4,4:1. Tais resultados corroboram dados obtidos na Chapada Pratinha, Distrito Federal (Felfili et al. 1993), onde foi observada uma proporção de 4,5:1, porém diferente dos resultados apresentados por Mendonça et al. (1998), cuja razão foi de 3:1. A fisionomia do cerrado pode, de fato, apresentar variações em sua composição, principalmente relacionadas à proporção entre elementos lenhosos (árvores e arbustos) e herbáceos (Oliveira Filho & Ratter 1995).

A grande diversidade de Asteraceae, Poaceae, Fabaceae, Cyperaceae e Melastomataceae é comum em áreas de cerrado, especialmente no que diz respeito às três primeiras, que estão entre as mais ricas para flora deste bioma (Mendonça et al. 1998). Essas famílias também constituíram os principais componentes do estrato herbáceo-subarbustivo. Asteraceae, Fabaceae, Lamiaceae, Melastomataceae e Myrtaceae foram as famílias mais ricas em espécies formadoras do compartimento lenhoso dessa fisionomia. Malpighiaceae e Rubiaceae, duas famílias apontadas como importantes para esta fisionomia (Heringer et al. 1977) não estão entre as famílias mais diversas na Toca dos Urubus. A despeito disto, Byrsonima coccolobifolia e B. intermedia (Malpighiaceae), Palicourea rigida e Tocoyena formosa (Rubiaceae) são as espécies mais importantes do estrato arbustivo-arbóreo.

Para a flora do Cerrado s.l., Asteraceae figura entre as famílias mais diversas na composição do estrato herbáceo (Filgueiras 2002), sendo pouco representada no compartimento lenhoso (e.g. Batalha et al. 2001, Ratter et al. 2003, Pereira-Filho et al. 2004). Entretanto, esta foi uma das famílias mais representativas nesse estrato no cerrado da Toca dos Urubus, que pode estar associado ao fato de Asteraceae ser muito rica em espécies nas comunidades campestres do cerrado em Minas Gerais (Andrade et al. 1986).

O campo rupestre na Toca dos Urubus apresentou baixo número de espécies exclusivas, o que pode ser explicado pela pequena área ocupada por esta fisionomia. Tal fato contrasta com o que é esperado para áreas de campo rupestre que, no geral, são caracterizadas pelo grande número de espécies endêmicas (Giulietti et al. 2000). Fatores como atividades agropecuárias realizadas no passado, retirada de cascalho e a abertura de trilhas tanto por pessoas quanto pelo gado, certamente contribuíram para baixo número de táxons exclusivos encontrados. As famílias mais ricas dessa formação na área em estudo (Poaceae, Asteraceae e Fabaceae) são citadas entre as mais importantes em número de espécies para a flora dos campos rupestres (Joly 1970, Giulietti et al. 2000, Filgueiras 2002). Porém, vale ressaltar que famílias altamente diversas nos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço (Eriocaulaceae, Xyridaceae e Velloziaceae) são pobremente representadas na Toca dos Urubus. A baixa diversidade destes grupos parece ser comum em outras áreas campestres da Serra da Mantiqueira (Forzza obs pess.).

A riqueza de espécies registrada na floresta estacional foi baixa em relação a outros estudos realizados na região do Alto Rio Grande (e.g. Oliveira Filho et al. 1994a, b, c, d, 2004; Rodrigues et al. 2003; Souza et al. 2003; Vilela et al. 1995, 2000). A retirada de parte da cobertura florestal original para a constituição de pastagens, certamente, reduziu significativamente a diversidade desse ambiente. Entretanto, o número de espécies catalogadas, encontra-se dentro dos limites esperados para florestas semidecíduas neotropicais (Gentry 1995). Fabaceae e Euphorbiaceae foram as famílias mais importantes em número de táxons arbustivo-arbóreos nesse ambiente, estando de acordo com o que é observado para florestas estacionais na Região Sudeste (Oliveira Filho et al. 2006). Apesar do pequeno número de espécies, o perfil florístico observado nessa formação na Toca dos Urubus é típico de florestas semideciduais montanas (Oliveira Filho et al. 1994b, 2006), sendo representado, principalmente, por Cariniana estrellensis, Casearia lasiophylla, Guatteria australis, Lamanonia ternata, Machaerium villosum, Ocotea odorifera, Protium widgrenii e Vitex polygama.

A flora da Toca dos Urubus mostrou-se bastante diferenciada entre os ambientes campestres e o florestal, resultando em uma grande riqueza local. O maior compartilhamento de espécies entre o cerrado e o campo rupestre pode ser explicado pela presença de um gradiente de transição entre essas fisionomias. A existência de áreas contíguas permite que espécies com alto potencial de dispersão possam ocupar mais de uma fisionomia (Costa & Araujo 2001).

O grande número de espécies ruderais pode ser explicado pela presença de extensas áreas de pasto adjacentes ao local de estudo. Da mesma forma, a ocorrência de queimadas periódicas para manter as pastagens, prática comum em toda a região da APA Mantiqueira, contribui para o aparecimento dessas espécies generalistas que, em sua maioria, apresentam vantagens adaptativas para a colonização de áreas impactadas. Outra atividade realizada na área é a retirada de cascalho para a pavimentação de vias que cortam a região, o que facilita o aparecimento de ravinamentos e até mesmo voçorocas em consequência da retirada da cobertura vegetal.

Como já enfatizado por Azevedo (1962), a região dos altos divisores ou Alto Rio Grande é de extrema importância para a conservação e manutenção da bacia do Rio Paraguai e, consequentemente, do Rio da Prata. Tal afirmativa foi ressaltada recentemente no Atlas para a conservação da flora de Minas Gerais, onde esta região é tratada sob a categoria de importância biológica extrema, um dos níveis mais altos adotados (Drummond et al. 2005). A despeito disto, do apelo turístico e da riqueza vegetacional registrada no presente estudo, a região da Toca dos Urubus não conta com nenhuma unidade de conservação, o que se faz extremamente necessário para a manutenção e preservação das espécies e da vegetação aí ocorrentes.

O registro de quatro espécies indicadas como "Dados Deficientes" e seis ameaçadas de extinção da flora de Minas Gerais (Drummond et al. 2008), demonstra que levantamentos florísticos de longo prazo e que contam com a participação de especialistas representam fontes primárias e imprescindíveis para gerar informações para ações conservacionistas.

Agradecimentos

Os autores agradecem ao Sr. Cacildo Ferreira e ao pesquisador Régis M. Ferreira por todo incentivo e apoio nas campanhas de campo; à pesquisadora Ana Luísa de Carvalho Lima e a dois assessores anônimos pela leitura crítica do manuscrito; à Fátima R. Salimena, curadora do herbário CESJ, pelo apoio ao projeto; e aos especialistas que contribuíram na identificação das espécies: A. M. Teles, R. A. X. Borges, M. Saavedra e R. L. Esteves (Asteraceae), J. G. Jardim (Rubiaceae), M. Sobral (Myrtaceae), E. F. Guimarães (Boraginaceae, Gentianaceae e Piperaceae), L. Menini Neto (Orchidaceae), A. M. Amorim (Malpighiaceae), R. Goldenberg e B. Chiavegatto (Melastomataceae), R. Mello-Silva (Annonaceae e Velloziaceae), T. U. Kono e A. Rapini (Apocynaceae), V. Mansano (Fabaceae), R. Marquete (Salicaceae), A. Salino (Pteridófitas), L. C. S. Assis (Lauraceae), M. G. Bovini (Malvaceae), M. C. M. Marques (Polygalaceae), M. Trovó (Eriocaulaceae), R. M. Harley (Lamiaceae), R. M. Castro (Moraceae, Urticaceae), R. H. P. Andreata (Smilacaceae), F. R. Salimena (Verbenaceae) e F. França (Vochysiaceae). R. C. Forzza agradece ao CNPq pela bolsa de produtividade.

Monografia de conclusão de curso de Fabrício Moreira Ferreira desenvolvida na Universidade Federal de Juiz de Fora.

Recebido em 20/05/09

Versão reformulada recebida em 04/09/09

Publicado em 07/09/09

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    Autor para correspondência:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      26 Mar 2010
    • Data do Fascículo
      Dez 2009

    Histórico

    • Aceito
      07 Set 2009
    • Revisado
      04 Set 2009
    • Recebido
      20 Maio 2009
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