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Contexto Internacional, Volume: 46, Número: 1, Publicado: 2024
  • Agências de rating versus a “maré rosa”: lições das experiências do Brasil e da Argentina Research Article

    Machado, Pedro Lange

    Resumo em Português:

    Resumo Este artigo examina o comportamento das agências de classificação de crédito (CRAs) durante a “maré rosa”. O argumento trabalhado é que as ações da S&P Global, Moody’s e Fitch contribuíram para o desmantelamento dos regimes de esquerda na América Latina, em benefício de seus concorrentes de direita. A metodologia baseia-se em estudos de caso do Brasil e da Argentina, onde os governos de Dilma Rousseff e Cristina Fernández de Kirchner foram substituídos pelos de Michel Temer e Mauricio Macri, respectivamente. A pesquisa baseia-se em classificações soberanas, relatórios e comunicados de imprensa emitidos pelas agências durante essas transições, que são analisados à luz de teorias críticas de seu modus operandi e confrontados com o processo político que se desenrola em ambos os países. Isso nos permite tirar conclusões consistentes com o argumento apresentado, contribuindo assim para o avanço da agenda de pesquisa sobre as CRAs e para lançar luz sobre as recentes transições presidenciais críticas do Brasil e da Argentina.

    Resumo em Inglês:

    Abstract This paper examines the behaviour of credit rating agencies (CRAs) during the ebbing ‘pink tide’. It claims that the actions of S&P Global, Moody’s and Fitch contributed to dismantling left-wing regimes in Latin America, to the benefit of their right-wing competitors. The methodology draws on case studies of Brazil and Argentina, where the governments of Dilma Rousseff and Cristina Fernández de Kirchner were replaced by those of Michel Temer and Mauricio Macri, respectively. The research is based on sovereign ratings, reports and press releases the agencies issued during those transitions, which are analysed in the light of critical theories of their modus operandi and confronted with the political processes unfolding in both countries. This allows us to draw conclusions that are consistent with the presented argument, thereby contributing to advance the research agenda around the CRAs and to shed light on Brazil and Argentina’s recent critical presidential transitions.
  • Dinâmica e mecanismos de reprodução da ideologia do consumismo por empresas transnacionais de dados Research Article

    Moura, Stéfano Mariotto de

    Resumo em Português:

    Resumo A investigação identifica, através do método de revisão bibliográfica, uma série não exaustiva de dinâmicas e mecanismos utilizados pelas empresas de dados Google, Facebook, Amazon e os corretores de dados para a reprodução da ideologia do consumismo, e é também apresentada uma definição para essa ideologia. Cinco dinâmicas possibilitadas por 17 mecanismos específicos são categorizadas, uma vez que a combinação entre elementos da segunda categorização gera a dinâmica descrita na primeira. A questão de investigação aqui abordada é: como é que as empresas transnacionais de dados atuam na reprodução internacional da ideologia do consumismo? Argumenta-se que tiram partido de uma deliberada falta de interesse, principalmente do interesse do Estado, em regular a forma como operam na Economia Política Internacional, para capturar dados através de dinâmicas gerais que resultam da articulação de mecanismos específicos de captura de dados. Através disto, estas empresas conseguem naturalizar, ideologicamente, o ato de consumir. As dinâmicas gerais identificadas pelo jornal foram cinco: personalização, concentração da web, arquitetura de escolha, imperialismo infra-estrutural, e lock-in. O fenómeno é discutido à luz da Teoria Crítica das Relações Internacionais.

    Resumo em Inglês:

    Abstract  Through the literature review method, this research identifies a non-exhaustive series of dynamics and mechanisms used by data companies such as Google, Facebook, Amazon, and also by the group of companies known as ‘data brokers’, for the reproduction of the ideology of consumerism. A definition for such ideology is also presented. Five dynamics and 17 mechanisms are described within these two categories. The combination of subsets of elements in the second categorization gives rise to the first. The research question addressed here is: how do transnational data companies act in the international reproduction of the ideology of consumerism? It is argued that they take advantage of a deliberate lack of interest, mainly state interest, in regulating how they operate in the International Political Economy, to capture data through general dynamics that result from the articulation of specific data capture mechanisms. Thus, these companies manage to naturalise, ideologically, the act of consuming. The general dynamics identified by the paper were five: personalisation, web concentration, architecture of choice, infrastructural imperialism, and lock-in. The phenomenon is discussed in the light of the Critical Theory of International Relations.
  • América Primeiro: ajuda externa na administração do Trump Research Article

    Mateo, Luiza Rodrigues

    Resumo em Português:

    Resumo Os EUA têm liderado a construção do sistema internacional de cooperação para o desenvolvimento e têm sido o maior doador individual durante as últimas sete décadas. A ajuda externa passou por diferentes fases durante o período pós Segunda Guerra Mundial e continua a ser um importante instrumento geopolítico e geoeconômico para os EUA do século XXI. As administrações Bush e Obama, apesar das diferentes nuances em termos de discurso e práticas de ajuda, investiram em reformas para modernizar os programas de ajuda, aumentaram o financiamento para a USAID, e criaram novos programas globais de saúde, segurança alimentar, e alterações climáticas. Ao contrário da tendência histórica, a administração Trump apresentou requisições orçamentais caracterizadas por uma redução de 30% nas dotações do Departamento de Estado e da USAID. É de notar que a administração Trump questionou os custos da liderança global, criticou as organizações internacionais e a atribuição setorial de fundos, e fez ameaças de cortes na ajuda a países que se opunham aos interesses de Washington. O objetivo deste artigo é compreender como a estratégia de ‘America First’ mudou o tripé estratégico da defesa, diplomacia e desenvolvimento, analisando as mudanças na ajuda externa dos EUA em termos de recursos disponíveis, países beneficiários, modalidades de ajuda, e compromisso multilateral.

    Resumo em Inglês:

    Abstract The US has led the way building the international development cooperation system and been the largest single donor for the last seven decades. Foreign aid has gone through different phases during the post-World War II period and remains an important geopolitical and geo-economic tool for 21st century USA. The Bush and Obama administrations, despite different nuances in terms of discourse and aid practices, invested in reforms to modernise aid programmes, increased funding for USAID, and created new global health, food security, and climate change programmes. Contrary to the historical trend, the Trump administration submitted budget requisitions characterised by a 30% reduction for State Department and USAID allocations. It is noteworthy that the Trump administration questioned the costs of global leadership, criticised international organizations and the sectoral allocation of funds, and made threats of cuts in aid to countries that opposed Washington’s interests. The purpose of this article is to understand how the strategy of ‘America First’ changed the strategic tripod of defence, diplomacy, and development, by analysing changes in US foreign aid in terms of available resources, recipient countries, aid modalities, and multilateral engagement.
  • A política da inclusão nas negociações de paz Research Article

    Mendes, Isa Lima

    Resumo em Português:

    Resumo O artigo analisa a noção de inclusão social nas negociações de paz, um assunto que ganhou importância crescente na política, nas normas e nos estudos nas últimas décadas. Argumenta-se que a inclusão deixou de ser considerada um distúrbio desnecessário e passou a ser necessária nos processos de paz, especialmente devido à sua crescente associação com a promoção da legitimidade política e da sustentabilidade da paz. Reduzir a inclusão à sua utilidade, entretanto, obscurece sua natureza e implicações fundamentalmente políticas. O artigo, portanto, rastreia e desdobra a discussão sobre a inclusão social, baseando-se especialmente na leitura de Chantal Mouffe sobre o agonismo político e na literatura mais recente sobre a paz agonística. Por fim, argumenta-se que instrumentalizar e despolitizar a inclusão política é prejudicial para a salvaguarda democrática de direitos anteriormente negados e contraproducente até mesmo para fins de legitimação mínima. A construção da paz se beneficia de pontos de vista agonísticos de análise ao introduzir, desde o estágio de negociação, um modelo político de engajamento que permite que o conflito seja abordado pacificamente em vez de ser varrido para debaixo do tapete.

    Resumo em Inglês:

    Abstract The article analyses the notion of societal inclusion in peace negotiations, a subject that has gained increasing importance in politics, policy, norm, and scholarship over the last few decades. It argues that inclusion has gone from being considered an unnecessary disturbance to a necessary one in peace processes, especially due to its growing association with the fostering of political legitimacy and peace sustainability. Reducing inclusion to its usefulness, however, obscures its fundamentally political nature and implications. The article thus tracks and unpacks the discussion on societal inclusion, drawing in particular from Chantal Mouffe’s reading of political agonism and the more recent literature about agonistic peace. Ultimately, it argues that instrumentalizing and depoliticizing political inclusion is hurtful for the democratic safeguarding of previously denied rights and counter-productive even for minimal legitimizing ends. Peacebuilding benefits from agonistic standpoints of analysis by introducing, from the negotiation stage, a political model of engagement that allows in conflict by peacefully tackling it instead of sweeping it under the rug.
  • Entendendo o apoio dos países muçulmanos às ações da China em Xinjiang: uma análise qualitativa e comparativa Research Article

    Hendler, Bruno; Corrêa, Gabriela Tamiris Rosa; Martins, William Wuttke

    Resumo em Português:

    Resumo Este estudo examina por que 23 países de maioria muçulmana apoiaram a China no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU/HRC) em 2019, apesar das alegações de abusos de direitos humanos contra os uigures em Xinjiang. Usando uma análise comparativa qualitativa de conjunto difuso (fsQCA), comparamos os fatores que levaram os países de maioria muçulmana e os de maioria não muçulmana a apoiar a China. Nossa análise constatou que a afinidade com o regime político (PRA) era uma condição necessária, mas não suficiente, para que os países de maioria muçulmana apoiassem a China, enquanto a ajuda externa da China (ODA) era uma condição necessária, mas não suficiente, para os países não muçulmanos. Essas descobertas sugerem que fatores ideológicos, relacionados ao regime político autocrático (PRA), desempenharam um papel significativo na decisão dos países de maioria muçulmana de apoiar a China na ONU/HRC em 2019. No entanto, é importante observar que outros fatores também podem estar envolvidos. Essas descobertas têm implicações importantes para a compreensão das complexidades das relações internacionais e dos fatores que moldam o comportamento dos Estados.

    Resumo em Inglês:

    Abstract This study examines why 23 Muslim-majority countries supported China at the United Nations Human Rights Council (UN/HRC) in 2019, despite allegations of human rights abuses against the Uyghurs in Xinjiang. Using a fuzzy-set qualitative-comparative analysis (fsQCA), we compared the factors that led Muslim-majority and non-Muslim countries to support China. Our analysis found that Political Regime Affinity (PRA) was a necessary but not a sufficient condition for Muslim-majority countries to support China, while China’s Foreign Aid (ODA) was a necessary but not sufficient condition for non-Muslim countries. These findings suggest that ideological factors, related to the autocratic political regime (PRA), played a significant role in Muslim-majority countries’ decision to support China in the UN/HRC in 2019. However, it is important to note that other factors may have also been involved. These findings have important implications for understanding the complexities of international relations and the factors that shape states behaviour.
  • Metaforizando a modernidade Dossier: Celebrating Nicholas Onuf

    Onuf, Nicholas

    Resumo em Português:

    Resumo Nós, do mundo moderno, contamos histórias sobre ser moderno, tornar-se moderno. Perguntamos para onde a modernidade está indo. Dois complexos metafóricos dominam essas histórias: Preferimos metáforas de vida e crescimento; a modernidade tem vida própria. Ou preferimos metáforas de movimento e direção; a modernidade é uma jornada que toma muitos caminhos. Os dois complexos coexistem desconfortavelmente, mesmo quando se alimentam um do outro; juntos, eles marcam o conceito moderno de que a modernidade deixou a tradição para trás. Aqueles que a sociedade moderna vitimou, desenraizou ou abandonou podem resistir a ambos os complexos, muitas vezes buscando recuperar as metáforas de um passado perdido, quebrado, mal lembrado ou inventado. A maioria dos beneficiários da modernidade favorece o complexo metafórico da vida e do crescimento - ou simplesmente o toma como garantido. Os acadêmicos com uma atitude crítica em relação à modernidade geralmente favorecem muitos caminhos e, portanto, o complexo metafórico de movimento e direção - sem perceber. Sete metáforas revelam essas tendências: fronteira, quebra, junção, limite, ruptura, estágio, transição. Elas também sugerem um terceiro complexo metafórico distintamente moderno. Em nossas histórias sobre a modernidade, empregamos versões plurais de metáforas espaciais sequenciadas no tempo: molduras, caixas, compartimentos ou contêineres, e marcamos a sequência com sinais metafóricos: idade, estágio, onda ou período.

    Resumo em Inglês:

    Abstract We of the modern world tell stories about being modern, becoming modern. We ask where modernity is going. Two metaphorical complexes dominate these stories: We favour metaphors of life and growth; modernity has a life of its own. Or we prefer metaphors of motion and direction; modernity is a journey that takes many paths. The two complexes coexist uneasily even as they feed on each other; together they mark the modern conceit that modernity has left tradition behind. Those whom modern society has victimized, uprooted or abandoned may resist both complexes, often seeking to retrieve the metaphors of a lost, broken, misremembered or invented past. Most beneficiaries of modernity favour the metaphorical complex of life and growth—or merely take it for granted. Scholars with a critical attitude toward modernity often favour many paths and thus the metaphorical complex of motion and direction—without realizing it. Seven metaphors reveal these tendencies: boundary, break, juncture, limit, rupture, stage, transition. They also hint at a third, distinctively modern metaphorical complex. In our stories about modernity, we deploy plural versions of spatial metaphors sequenced in time: frames, boxes, compartments, or containers, and mark the sequence with metaphorical signposts: age, stage, wave, or period.
  • Intercâmbio sobre ‘Metaphoricizing Modernity’ de Nick Onuf, Parte I – Começos Perigosos, (Re)Começos Periféricos: Uma Reconfiguração do Construtivismo de Nick Onuf Dossier: Celebrating Nicholas Onuf

    Lage, Victor Coutinho

    Resumo em Português:

    Resumo  O construtivismo de Nick Onuf é uma das contribuições mais importantes para o campo das relações internacionais no que diz respeito ao intercâmbio entre as teorias social e política e a filosofia. Neste texto, engajo-me com o conjunto da obra de Onuf. O fio condutor da problematização que proponho é tecido por meio da atenção ao modo como o ofício e o esforço criativo de Onuf estabelecem certos começos na construção de sua abordagem, e como essa definição tem implicações importantes para (a concepção de) “política”. Argumento que a concepção de política de Onuf é sustentada por dois começos centrais: a concepção dos seres humanos como “agentes racionais” e o enquadramento do que veio a ser chamado de “modernidade”. Dessa forma, enfatizo o que me parece ser a contribuição mais duradoura que seu trabalho pode oferecer não só para o campo das relações internacionais, mas também para as teorias social e política contemporâneas de modo mais geral. A primeira seção delineia a relação que Onuf estabelece entre rules e rule, enquanto as duas seções seguintes tratam, respectivamente, de suas concepções de “agência” e do “mundo moderno”. Meu objetivo nessas três primeiras seções é reconfigurar o construtivismo de Onuf. A quarta e última seção avança, dando um passo adiante – talvez longe demais, talvez radical demais –, traçando um engajamento crítico com sua obra por meio de (re)começos periféricos.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Nick Onuf’s constructivism is one of the most important contributions to the field of international relations in what regards the interchange between social and political theories, and philosophy. In this text, I engage with Onuf’s body of work taken as a whole. The guiding thread of the problematization I propose is woven through the attention to how Onuf’s craft and creative undertaking sets certain beginnings in the construction of his framework, and how setting them has important implications for (the conception of) ‘politics’. I would argue that Onuf’s conception of politics is sustained on two central beginnings: the conception of humans as ‘rational agents’ and the framing of what has come to be called ‘modernity’. This way, I emphasize what seems to me the most enduring contribution his body of work can provide not only to the field of international relations, but also to contemporary social and political theories more generally. The first section outlines the relation Onuf establishes between rules and rule, while the following two sections deal, in turn, with his conceptions of ‘agency’ and the ‘modern world’. My goal in these first three sections is to reconfigure Onuf’s constructivism. The fourth and final section moves ahead, giving a step further – perhaps too far, perhaps too radical –, paving a critical engagement with his work through peripheral (re)begininngs.
  • Intercâmbio sobre ‘Metaphoricizing Modernity’ de Nick Onuf, Parte II – Provincializando Metáforas, Lendo (com) Onuf da América Latina Dossier: Celebrating Nicholas Onuf

    Viana, Manuela Trindade; Yamato, Roberto Vilchez

    Resumo em Português:

    Resumo  Neste Dossiê, quatro acadêmicos refletem sobre o artigo de Nicholas Onuf, ‘Metaphoricizing modernity’, retornando – e celebrando – de forma mais ampla o inovador trabalho de Onuf a partir de diferentes lugares, perspectivas e ângulos. A Parte II repensa (com) Onuf a partir da América Latina, questionando e provincializando (certas) metáforas e metaforizações. Manuela Trindade Viana analisa as condições de possibilidade e os efeitos da ‘Colombianização’ como uma metáfora poderosa que passou a circular na América Latina desde o final dos anos 2000, em referência tanto a um diagnóstico específico de um problema de violência quanto às soluções implementadas para enfrentá-lo. Desafiando (certos) aspectos do relato de Onuf sobre o que as metáforas fazem em nossos mundos, ela argumenta que o domínio da política de segurança valoriza o impulso universal subjacente ao imperativo de fazer os modelos viajarem como uma condição para a legitimação de seu trabalho na elaboração de soluções que se ajustem a situações ‘problematicamente violentas semelhantes’ na América Latina. Roberto Vilchez Yamato oferece uma outra (re)leitura do trabalho de Onuf. Retornando ao inovador trabalho de Onuf, World of Our Making, ele (re)pensa a(s) correlação(ões) entre metáforas, regras e as condições de domínio, chamando a atenção para o lugar crucial da linguagem no trabalho do autor. De forma suplementar, Yamato oferece uma releitura do trabalho mais recente de Onuf, The Mightie Frame, apontado pelo próprio autor como ‘a segunda metade’ de seu ‘projeto de décadas’, sugerindo um certo (re)pensamento da ‘microfísica’ da linguagem, das condições do pensamento e das condições de domínio, no âmbito das quais as metáforas e os complexos metafóricos ocupam o centro do palco. (Re)lendo (alguns dos) trabalhos de Onuf, Yamato conclui seu artigo perguntando-se como o autor responderia à questão da provincialização das metáforas.

    Resumo em Inglês:

    Abstract In this Dossier, four scholars reflect on Nicholas Onuf’s leading article, ‘Metaphoricizing modernity’, (re)engaging with – and celebrating – more broadly Onuf’s groundbreaking work from different places, perspectives, and angles. Part II rethinks (with) Onuf from Latin America, questioning and provincializing (certain) metaphors and metaphoricizing. Manuela Trindade Viana analyzes the conditions of possibility and the effects of ‘Colombianization’ as a powerful metaphor that came to circulate in Latin America since the late 2000s, in reference both to a specific diagnosis of a problem of violence and the solutions implemented to confront it. Challenging (certain) aspects of Onuf’s account about what metaphors do in our worlds, she argues that the security policy domain valorizes the universal push underlying the imperative to make models travel as a condition for the legitimation of their work in crafting solutions that fit to ‘similar problematically violent’ situations in Latin America. Roberto Vilchez Yamato offers an-other (re)reading of Onuf’s work. (Re)turning to Onuf’s World of Our Making, he (re)thinks the correlation(s) between metaphors, rules, and the conditions of rule, drawing attention to the crucial place of language within Onuf’s work. Supplementarily, Yamato engages with Onuf’s more recent The Mightie Frame, ‘the second half’ of his ‘decades-long project’, suggesting a certain rethinking of the ‘microphysics’ of language, the conditions of thought, and the conditions of rule, within which metaphors and metaphorical complexes are given center stage. (Re)reading (some of) Onuf’s work, he concludes his article wondering about how Onuf would respond to the question of provincializing metaphors.
  • Intercâmbio sobre ‘Metaphoricizing Modernity’ de Nick Onuf, Parte III – Reconfiguração da Modernidade e/ou como Metáfora(s) Dossier: Celebrating Nicholas Onuf

    Marks, Michael; Onuf, Nicholas

    Resumo em Português:

    Resumo  Neste Dossiê, quatro acadêmicos refletem sobre o artigo de Nicholas Onuf, ‘Metaphoricizing modernity’, retornando – e celebrando – de forma mais ampla o inovador trabalho de Onuf a partir de diferentes lugares, perspectivas e ângulos. A Parte III dedica-se a reconfigurações da Modernidade e/como metáfora(s), incluindo uma extensa e cuidadosa resposta de Onuf a esses quatro acadêmicos e suas (re)leituras publicadas no Dossiê: Celebrando Nicholas Onuf. Michael Marks é o quarto acadêmico a refletir sobre o artigo de Onuf e seu trabalho de forma mais ampla. Marks lê o ensaio de Onuf sobre a metaforização da modernidade como um convite para (re)vê-la em termos de suas qualidades metafóricas, ou seja, como uma oportunidade de refletir não apenas sobre a modernidade, mas também sobre a natureza das metáforas e como elas aparecem na pesquisa acadêmica. Mais especificamente, para ele, a caracterização de Onuf da modernidade, como incorporando noções de movimento progressivo e fisicalidade territorial, é um dos principais insights de seu ensaio que poderia ser mais explorado com uma análise teórica adicional. Nicholas Onuf encerra esta Parte e o Dossiê, como um todo, retornando e cuidadosamente respondendo às contribuições de Victor Coutinho Lage (na Parte I), Manuela Trindade Viana (na Parte II), Roberto Vilchez Yamato (na Parte II) e Michael Marks (na Parte III). Repensando a reconfiguração como um processo geral e constitutivo, Onuf se volta à modernização e ao etos universal da modernidade, ao mesmo tempo em que responde aos seus críticos pós-coloniais e suas (re)leituras de seu modelo altamente generalizado de criação de mundo (world-making). Ao fazer isso, Onuf também retorna ao conceito e à conceituação de metáforas, reposicionando seu trabalho e sua posição como uma forma de ‘antirrealismo incorporado’. Para ele, as ontologias antigas nunca morrem; assim como as metáforas, elas apenas se sobrepõem.

    Resumo em Inglês:

    Abstract In this Dossier, four scholars reflect on Nicholas Onuf’s leading article, ‘Metaphoricizing modernity’, (re)engaging with – and celebrating – more broadly Onuf’s groundbreaking work from different places, perspectives, and angles. Part III (re)engages with (his) reconfigurations of Modernity and/as metaphor(s), including an extensive, and much careful response from Onuf to those four scholars and their (re)readings published in this Dossier: Celebrating Nicholas Onuf. Michael Marks is the fourth scholar to engage with and reflect on Onuf’s leading article, and his work more broadly. Marks reads Onuf’s essay on metaphoricising modernity as an invitation to see modernity in terms of its metaphorical qualities; that is, as an opportunity to reflect not only on modernity, but on the nature of metaphors and how they figure in scholarly inquiry. More specifically, for him, Onuf’s characterization of modernity as embodying notions of forward motion and territorial physicality is one of the main insights of his essay that could be further explored with additional theoretical analysis. Nicholas Onuf closes this Part and the Dossier more broadly, carefully engaging with and responding to the contributions of Victor Coutinho Lage (in Part I), Manuela Trindade Viana (in Part II), Roberto Vilchez Yamato (in Part II), and Michael Marks (in Part III). Rethinking reconfiguration as a general, constitutive process, Onuf (re)engages with modernization and modernity’s universal ethos, while responding to his postcolonial critics and their (re)readings of his highly generalized model of world-making. In so doing, Onuf also (re)engages with the concept and conceptualization of metaphors, repositioning his work and stance as a form of ‘embodied anti-realism’. For him, old ontologies never die; like metaphors, they just layer up.
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