A infecção pelo vírus da imunodeficiência dos felinos (VIF) apresenta um curso prolongado, caracterizado por uma fase aguda, em que ocorre a replicação viral no organismo hospedeiro, seguida de um período de menor replicação, no qual o animal é praticamente assintomático. Anos depois, no estádio final da infecção, desenvolve-se a síndrome da imunodeficiência dos felinos. Alguns animais infectados podem desenvolver hipergamaglobulinemia do tipo policlonal, principalmente na fase crônica ou final da infecção. Este fato tem sido atribuído a um distúrbio na produção de citocinas, causado pela infecção viral de linfócitos T CD4+. Não obstante, pouco se sabe a respeito das concentrações de proteínas séricas, especificamente gamaglobulinas, na fase aguda da infecção pelo VIF. Objetivando esclarecer isto, procedeu-se à determinação das proteínas séricas de dez felinos, SRD de ambos os sexos, infectados aos 7 meses de idade com o VIF (clade B), antes da infecção e 4, 8 e 12 meses após. A infecção pelo VIF foi confirmada pela soroconversão, com a presença de anticorpos específicos, pesquisados por meio da técnica de imunoadsorção enzimática (ELISA) e pela demonstração de material genético do vírus (PCR). Outros dez felinos VIF-, da mesma faixa etária foram mantidos como controle. Previamente à infecção experimental, todos os felinos eram negativos ao VIF, fato comprovado pela ausência de anticorpos específicos. A proteína sérica total foi determinada pelo método do buireto e as frações protéicas foram obtidas por eletroforese em tiras de acetato de celulose lidas por densitometria. Verificou-se aumento de gamaglobulinas (2,01 ±0,27g dL-1, P<0,0001) quatro meses após a infecção nos animais infectados. Doze meses após a infecção, não foram observadas diferenças nas concentrações das frações protéicas entre os felinos infectados e os controles.
gatos; vírus da imunodeficiência felina; eletroforese; proteínas séricas