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Mulher, saúde e trabalho no Brasil: desafios para um novo agir

Women, health, and labor in Brazil: challenges for new action

Apesar do marcante aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho, no Brasil, persiste um desconhecimento generalizado sobre os efeitos do trabalho sobre sua saúde. Neste artigo, em revisão da literatura, pretendeu-se identificar questões teóricas e metodológicas na análise das relações entre trabalho e saúde de mulheres a partir de uma perspectiva de gênero. Assinala-se as características da inserção profissional feminina, decorrentes de seu papel na reprodução social, que resultam na necessidade de estratégias variadas de conciliação entre as atividades profissionais e as domésticas. Discute-se as implicações da inserção social das mulheres trabalhadoras para a sua saúde e a necessidade de repensar criticamente teorias e conceitos, estratégias metodológicas, fontes de informação, para dar conta da complexidade e das especificidades das condições de trabalho e de existência das mulheres. A recente atuação das mulheres sindicalistas na defesa do direito ao corpo, à saúde e à feminilidade no ambiente de trabalho não pode prescindir de um novo olhar, que se produz de modo ainda incipiente no espaço acadêmico, por inspiração do movimento social de mulheres. Nesse sentido, apontam-se os desafios para a produção do conhecimento sobre o tema, que desvendem as singularidades da realidade nacional, caracterizada pelo desemprego, o trabalho informal, os baixos salários, a fragilidade das organizações sindicais e sociais, além de relações tradicionais familiares e matrimoniais.

Saúde da Mulher; Saúde Ocupacional; Gênero; Movimento Social


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