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Desigualdades raciais e regionais na prevalência de dor de dente em adolescentes: Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), 2009 a 2015

Resumo:

O estudo teve dois objetivos: (a) investigar as desigualdades raciais enquanto uma dimensão específica que afeta a prevalência de dor de dente em adolescentes brasileiros, e (b) analisar as variações regionais na prevalência de dor de dente. O estudo transversal usou dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada com adolescentes em 2009, 2012 e 2015. Dor de dente foi avaliada com a pergunta: “Nos últimos seis meses, você teve dor de dente?”. As principais exposições foram raça/cor e macrorregiões brasileiras, usadas para avaliar as desigualdades relacionadas ao desfecho. Sexo, idade, tipo de escola e escolaridade materna foram as covariáveis utilizadas. A significância estatística das tendências na prevalência de dor de dente foi testada com regressão linear. As análises foram realizadas com o programa estatístico Stata 13.0, usando o comando svy. A prevalência padrão de dor de dente foi 18,8%, 21,1% e 23,7%, com uma tendência crescente ao longo do tempo (p < 0,001). Foram observadas desigualdades absolutas na prevalência de dor de dente de acordo com raça e macrorregião. A prevalência mais alta esteve associada ao sexo feminino, raça não-branca, escola pública e Região Norte do país. Os índices de desigualdade aumentaram no grupo de meninas negras, refletidos em um aumento na prevalência de dor de dente em meninas cujas mães tinham menos escolaridade. A prevalência de dor de dente em adolescentes brasileiros aumentou ao longo do tempo, e as desigualdades em relação à dor de dente persistiram nas populações marginalizadas e de acordo com a região do país.

Palavras-chave:
Odontalgia; Adolescente; Monitoramento das Desigualdades em Saúde; Saúde Bucal

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