Resumo:
O estudo tem como objetivos quantificar a importância global da escola na explicação da variância individual no uso de tabaco e testar a associação entre as características do ambiente escolar e o entorno e a experimentação e o uso atual de cigarros. Analisamos os dados de 102.072 adolescentes brasileiros entrevistados na Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE) de 2015. Foram utilizados modelos de regressão logística multinível para estimar a variância entre escolas e testar a associação entre variáveis escolares e o tabagismo. As características da escola foram a violência no entorno e a presença de professores e alunos fumando no ambiente escolar. As análises foram ajustadas para covariáveis individuais e estratificadas por sexo. Cerca de 12,5% da variância individual no tabagismo pregresso ou atual foram explicados pela variação entre escolas, no sexo feminino (9,2% no sexo masculino). As proporções foram ainda mais altas para o tabagismo atual (14,9% no sexo feminino; 12,2% no sexo masculino) e para o uso atual de outros produtos de tabaco (27,7% no sexo feminino; 17,8% no sexo masculino). Em geral, o uso de tabaco mostrou estar associado à existência de violência no entorno da escola, sendo mais frequente entre alunos cujas escolas relatavam que alunos e professores fumavam no ambiente escolar (para professores, apenas para o uso de outros produtos de tabaco, entre alunas). O uso de tabaco no ambiente escolar e a segurança no entorno da escola estão associados a alguns comportamentos relacionados ao tabaco entre adolescentes. Os achados reforçam a necessidade de considerar intervenções no ambiente escolar e no entorno para combater o tabagismo entre adolescentes
Palavras-chave:
Tabaco; Fumar; Adolescente; Comportamentos de Risco à Saúde; Análise Multinível