RESUMO
Objetivo:
Analisar a associação entre mudanças climáticas nas macrorregiões do estado de São Paulo e os casos tratados com torção testicular registrados.
Métodos:
Os casos foram selecionados no Banco de Dados do Sistema de Dados de Saúde Pública do Brasil de janeiro de 2008 a novembro de 2016. Todos os registros de procedimentos cirúrgicos foram identificados pelo documento de Autorização de Internação Hospitalar. Dois códigos foram selecionados para processar a busca: torção testicular (código de cura cirúrgica) e escroto agudo (código de escrototomia exploratória). As macrorregiões foram agrupadas em cinco áreas ligadas às características climáticas pela Classificação Internacional de Clima Köppen.
Resultados:
Foram registrados 2.351 casos de torção testicular no período. Para as áreas B, C e E (torção testicular n=2.130), foram encontradas diferenças estatísticas na associação dos casos de torção testicular e diminuição da temperatura (p=0,019, p=0,001 e p=0,006, respectivamente), mas nas análises das áreas A e D não foram observadas diferenças estatísticas (p=0,066 e p=0,494).
Conclusão:
A diminuição da temperatura foi associada à torção testicular em três macrorregiões de São Paulo. Os resultados apoiam a teoria do clima frio como um gatilho para ocorrência de torção testicular em uma região de clima tropical.
Descritores:
Torção do cordão espermático; Escroto; Mudança climática; Brasil