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Atributos florísticos e ecológicos de formações arbustivas da Restinga em área-chave para conservação da biodiversidade, Guarapari, ES, Brasil

Floristic and ecological attributes of Restinga shrub formations in key area for biodiversity conservation, Guarapari, Espírito Santo State, Brazil

RESUMO

O lençol freático vem assumindo papel de destaque nos últimos anos nos estudos sobre a estrutura das comunidades vegetais na Restinga, o que nos levou a comparar a estrutura florística e fitossociológica entre formações arbustivas abertas inundáveis e não inundáveis. Levantamento florístico e método do intercepto de linha foram realizados em ambas as fitofisionomias. Para a análise fitossociológica foram instaladas duas parcelas de 20 × 150 m em cada fitofisionomia, subdivididas em cinco subparcelas de 20 × 30 m. Foram amostradas 147 moitas, sendo 49 da formação inundável e 98 da não inundável, representando, respectivamente, 210,78 m2 e 30,45 m2 de área média. A formação inundável apresentou média de 4,9 moitas por subparcela, enquanto a área não inundável 9,8. Foram encontradas 100 espécies para as duas fitofisionomias, distribuídas em 40 famílias, sendo 87 espécies para a área inundável e 68 para a não inundável. As famílias com maior representatividade foram Orchidaceae e Bromeliaceae. Elevada distinção florística foi encontrada entre as fitofisionomias, sugerindo que o nível lençol freático afetou a estrutura das comunidades vegetais.

Palavras-chave:
Bromeliaceae; Orchidaceae; Parque Estadual Paulo César Vinha

ABSTRACT

The water table level has been assuming a prominent role in recent years in studies about the structuring of plant communities in Restinga, which led us to compare the floristic and phytosociological structure between flooded and non-flooded open shrubby formations. The floristic survey and line intercept method were conducted in both the phytophysiognomies. For the phytosociological analysis, two plots of 20 × 150 m, which were subdivided into five subplots of 20 × 30 m, were installed in each phytophysiognomym. A total of 147 bushes were evaluated, 49 from the flooded and 98 from the non-flooded formations, representing, on average, areas of 210.78 m2 and 30.45 m2, respectively. The flooded formation showed an average of 4.9 bushes per subplot, while the non-flooded formation showed an average of 9.8. As a total, 100 species from 40 families were found in the two vegetation types, 87 of them in the flooded and 68 in the non-flooded areas. The most representative families were Orchidaceae and Bromeliaceae. We found a high floristic distinction between the vegetation types, suggesting that the water table level affected the structure of plant communities.

Keywords:
Bromeliaceae; Orchidaceae; Parque Estadual Paulo César Vinha

Introdução

A restinga é um dos ecossistemas associados a Mata Atlântica (Coutinho 2006Coutinho, C.L. 2006. O conceito de bioma. Acta Botânica Brasílica 20: 13-23.), geologicamente denominada como qualquer depósito arenoso do litoral brasileiro (Scherer et al. 2005Scherer, A., Maraschin-Silva, F. & Baptista, L.R.M. 2005. Florística e estrutura do componente arbóreo de matas de Restinga arenosa no Parque Estadual de Itapuã, RS, Brasil. Acta Botânica Brasílica 19: 717-726., Assumpção & Nascimento 2000Assumpção, J. & Nascimento, M.T. 2000. Estrutura e composição florística de quatro formações vegetais de restinga no complexo lagunar Grussaí/Iquipari, São João da Barra, RJ, Brasil. Acta Botânica Brasílica 14: 301-315.). É formada por amplas planícies litorâneas arenosas, que foram expostas a partir dos recuos marinhos, permitindo que fossem colonizados por espécies dos ecossistemas próximos (Pereira & Assis 2000Pereira, O.J. & Assis, A.M. 2000. Florística da restinga de Camburi, Victória, ES. Acta Botânica Brasílica 14: 99-111., Suguio & Martin 1993Suguio, K. & Martin, L. 1993. Geomorfologia das restingas. In: ACIESP (ed.). Anais do III Simpósio de Ecossistemas Brasileiros. ACIESP, São Paulo, pp. 185-205.). A presença de lagos, o desnível do solo que aproxima ou distancia o lençol freático da superfície, a direção dos ventos, a distância do mar, a formação geológica, as condições climáticas e edáficas são alguns dos fatores que afetam a distribuição da vegetação nas restingas, contribuindo com a organização das comunidades vegetais e das diferentes fitofisionomias (Pereira & Zambom 1998, Suguio & Martin 1993).

As fitofisionomias da restinga têm recebido distintas nomenclaturas, desde a estabelecida por Ule (1901Ule, E. 1901. Die vegetation von Cabo Frio an der Kusten von Brasilien. Botanische Jahrbiicher für Systematik 28: 511-528.) para um trecho de Cabo Frio, no Rio de Janeiro. Pode-se destacar a classificação de Araújo & Henriques (1984Araújo, D.S.D. & Henriques, R.P.B. 1984. Análise florística das Restingas do Estado do Rio de Janeiro. In: L.D. Lacerda, D.S.D. Araujo, R. Cerqueira & B. Turcq (eds.). Restingas: origem, estrutura e Processos. CEUFF, Niterói, pp. 159-193.), que propuseram 11 formações vegetais nas restingas brasileiras, sendo elas: halófila-psamófila reptante, dunas, pós-praia, palmae, aberta de Clusia, mata seca, arbustiva fechada inundável, aberta de Ericaceae, floresta periodicamente inundável, brejo herbáceo e floresta permanentemente inundável. Pereira (2003Pereira, O.J. 2003. Restinga: origem, estrutura e diversidade. In: M.A.G. Jardim, M.N.C. Bastos & J.U.M. Santos (eds.). Anais do 54° Congresso Nacional de Botânica. Sociedade Brasileira de Botânica, Belém, pp. 177-179.) manteve o número de fitofisionomias, porém alterou as terminologias e as relacionou principalmente com a influência do lençol freático, além de características fisionômicas.

Dentre as formações vegetais, as arbustivas podem ser diferenciadas em abertas e fechadas, sendo as abertas formadas por moitas. As formações abertas contêm elevado número de espécies vegetais, separadas por regiões entre moitas, com predominância de espécies herbáceas e com pouca diversidade (Ribas et al. 1993Ribas, L.A., Hay, J.D. & Caldas-Soares, J.F. 1993. Moitas de restinga: ilhas ecológicas? In: ACIESP (ed.). Anais do III Simpósio de Ecossistemas da Costa Brasileira. ACIESP, São Paulo, pp. 79-88.). As formações arbustivas abertas podem ser classificadas, segundo Araújo & Henriques (1984Araújo, D.S.D. & Henriques, R.P.B. 1984. Análise florística das Restingas do Estado do Rio de Janeiro. In: L.D. Lacerda, D.S.D. Araujo, R. Cerqueira & B. Turcq (eds.). Restingas: origem, estrutura e Processos. CEUFF, Niterói, pp. 159-193.), em formação aberta de Ericaceae, com inundação do solo pelo lençol freático, e formação aberta de Clusia, sem inundação pelo lençol freático. De acordo com a classificação proposta por Pereira (2003Pereira, O.J. 2003. Restinga: origem, estrutura e diversidade. In: M.A.G. Jardim, M.N.C. Bastos & J.U.M. Santos (eds.). Anais do 54° Congresso Nacional de Botânica. Sociedade Brasileira de Botânica, Belém, pp. 177-179.) e revista por Magnago et al. (2011Magnago, L.F.S., Martins, S.V. & Pereira, O.J. 2011. Heterogeneidade florística das fitocenoses de restingas nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, Brasil. Revista Árvore 35: 245-254.) tais formações foram denominadas, respectivamente, como arbustiva aberta inundável (FAAI) e arbustiva aberta não inundável (FAANI).

A interferência do lençol freático nas comunidades de restinga foi retratada por autores como Pereira et al. (1992Pereira, O.J., Thomaz, L.D. & Araujo, D.S.D. 1992. Fitossociologia da vegetação de antedunas da restinga de Setiba/Guarapari e em Interlagos/Vila Velha, ES. Boletim Museu Biologia Mello Leitão 1: 65-75.) e Sá (1992Sá, C.F.C. 1992. A vegetação da restinga de Ipitangas, Reserva Ecológica Estadual de Jacarepiá, Saquarema (RJ): Fisionomia e Listagem de Angiospermas. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 31: 87-102.), que mostraram a sua influência na estrutura florística de fitofisionomias da Restinga. Almeida Jr. et al. (2009Almeida, J.R., Bezerra, E., Olivo, M.A., Araújo, E.L. & Zickel, C.S. 2009. Caracterização da vegetação de restinga da RPPN de Maracaípe, PE, Brasil, com base na fisionomia, flora, nutrientes do solo e lençol freático. Acta Botanica Brasilica 23: 36-48.), ao avaliarem o nível de lençol freático em áreas campestres e florestais em uma restinga no sul de Pernambuco, encontraram maior diversidade de plantas herbáceas em áreas campestres não inundáveis. No campo inundável, foi evidenciada baixa diversidade e predominância de espécies típicas de ambientes com solo encharcado. Esses trabalhos retratam alterações na diversidade de espécies, fisionomia e até taxas de nutrientes no solo entre áreas com níveis de influência do lençol freático distintos.

O Espírito Santo abriga uma das maiores áreas preservadas de restinga do Brasil, presentes no Parque Estadual Paulo César Vinha (PEPCV), localizado no município de Guarapari. Nesse parque, Pereira (1990Pereira, O.J. 1990. Caracterização fitofisionômica da restinga de Setiba. Guarapari, E.S. In: S. Watanabe (ed.). Anais do II Simpósio Ecossistemas da Costa Sul-Sudeste. ACIESP, Águas de Lindóia, pp. 207-219.) identificou a formação arbustiva aberta inundável (classificação sensu Pereira 2003) pela presença, nas moitas, do arbusto Humiria balsamifera. Na formação arbustiva aberta não inundável (classificação sensu Pereira 2003) ocorre a presença marcante de bromélias, que formam um anel no entorno da moita. Vriesea procera e Aechmea nudicaulis apresentam elevada representatividade nessa formação (Pereira 1990).

Face ao exposto, esse estudo objetiva avaliar a estrutura florística e fitossociológica entre formações arbustivas abertas não inundáveis e inundáveis, ambas presentes no Parque Estadual Paulo César Vinha, Guarapari, Espírito Santo, Brasil. Espera-se responder às seguintes questões: 1) As fitofisionomias apresentam heterogeneidade florística e fisionômica? 2) Existem espécies vegetais exclusivas que caracterizam e distinguem as duas fitofisionomias? 3) Quais as espécies vegetais conseguem se desenvolver em fitofisionomias com elevada variação na disponibilidade hídrica no solo?

Material e métodos

Área de estudo - O Parque Estadual Paulo César Vinha (PEPCV) compreende uma planície litorânea de aproximadamente 1.500 ha em Setiba, município de Guarapari, Estado do Espírito Santo, entre as coordenadas 20°33’- 20°38’S e 40°23’- 40° 26’W. Segundo o sistema Köppen (1948Köppen, W. 1948. Climatologia: com um estúdio de los climas de la tierra. Laboratory of Climatology, New Jersey.), o clima é classificado como AW, onde os verões são chuvosos e os invernos secos, com precipitação total anual variando de 900 a 1300 mm. A temperatura média anual é de 23,3° C, a precipitação média anual é de 1.307 mm e a umidade relativa média anual de 80% (Assis et al. 2004Assis A.M., Pereira O.J. & Thomaz L.D. 2004. Fitossociologia de uma floresta de restinga no Parque Estadual Paulo César Vinha, Setiba, município de Guarapari (ES). Acta Botânica Brasílica 27: 349-361.).

Segundo a classificação de Pereira (2003Pereira, O.J. 2003. Restinga: origem, estrutura e diversidade. In: M.A.G. Jardim, M.N.C. Bastos & J.U.M. Santos (eds.). Anais do 54° Congresso Nacional de Botânica. Sociedade Brasileira de Botânica, Belém, pp. 177-179.), o PEPCV apresenta oito formações vegetacionais diferentes, sendo elas: herbácea não inundável, herbácea inundada, arbustiva fechada não inundável, arbustiva aberta não inundável, arbustiva aberta inundável, floresta não inundável, floresta inundável e floresta inundada. Para o presente estudo foram selecionadas duas áreas de formação arbustiva aberta do PEPCV: inundável - FAAI e não inundável - FAANI (figura 1). O afloramento do lençol freático foi observado qualitativamente via piezômetro inserido nos três primeiros metros da superfície do solo, em ambas as fitofisionomias, entre os anos de 2006 e de 2007.

Figura 1
Formações arbustivas abertas inundáveis e não inundáveis amostradas no Parque Estadual Paulo César Vinha, Guarapari, ES, Brasil. A. Visão aérea geral. B. Formação arbustiva aberta inundável com parcelas avaliadas. C. Formação arbustiva aberta não inundável com parcelas avaliadas. D. Estrutura das moitas da formação aberta inundável. E. Estrutura das moitas da formação aberta não inundável. FAAI. Formação arbustiva aberta inundável. FAANI. Formação arbustiva aberta não inundável.
Figure 1
Flooded and non-flooded open shrub formations of the Parque Estadual Paulo César Vinha (State Park), Guarapari City, Espírito Santo State, Brazil. A. General aerial view. B. Flooded open shrub formation with evaluated plots. C. Non-flooded open shrub formation with evaluated plots. D. Structure of the bushes of the flooded open shrub formation. E. Structure of the bushes of the non-flooded shrub formation. FAAI. Flooded open shrub formation. FAANI. Non-flooded open shrub formation.

Levantamento florístico e fitossociológico - Para o levantamento florístico foram realizadas coletas mensais de plantas vasculares em fase reprodutiva, entre maio de 2006 a maio de 2007, nas fitofisionomias selecionadas. O material vegetal coletado foi prensado no próprio campo e encaminhado a uma estufa de secagem. Os procedimentos de coleta e de herborização foram conduzidos de acordo com Fidalgo & Bononi (1989Fidalgo, O. & Bononi, V.L.R. 1989. Técnicas de coleta, preservação e herborização de material botânico, Instituto de Botânica. Instituto de Botânica, São Paulo.). Material testemunho foi depositado no herbário da Universidade Vila Velha (UVVES), com duplicatas inseridas no herbário da Universidade Federal do Espírito Santo (VIES). A classificação para as famílias segue o proposto por APG IV (2016).

Para efeito da análise da estrutura da vegetação foram selecionadas duas áreas com vegetação preservada dentro das formações arbustivas abertas citadas. Em cada uma das áreas, foram inseridas duas parcelas de 20 × 150 metros cada, distantes 100 metros uma da outra, subdivididas em cinco subparcelas de 20 × 30 metros (n = 10 por área), totalizando 0,6 ha. Dentro das parcelas, as moitas tiveram sua maior e menor largura avaliada, além da altura do maior indivíduo. Essas medidas foram usadas para cálculo da área de cobertura e volume das moitas, sendo o cálculo de volume realizado através do cálculo da elipse:

( ( 4 3 ) × 3 × π × ( < × > × h ) ) 2

Onde: π = 3,1415; Ø < = menor eixo da moita; Ø > = maior eixo da moita; h = altura.

A análise da estrutura da vegetação foi feita com a utilização do método do intercepto de linha descrito por Mueller-Dombois & Ellenberg (1974Mueller-Dombois, D. & Ellenberg, H. 1974. Aims and methods of vegetation ecology. John Wiley & Sons, New York.). Para tal, um transecto foi posicionado no meio de cada moita, em seu maior diâmetro, sendo mensuradas a cobertura e altura de todos os indivíduos que se projetaram sob o transecto. Foram considerados apenas indivíduos adultos e com valor mínimo de cobertura de um centímetro quadrado. Com esses dados foram quantificados a frequência, a densidade e a cobertura das espécies em cada área. A partir desses resultados, foram calculados os valores de importância absoluta e relativa. A similaridade florística entre as áreas amostradas foi obtida através do cálculo do Coeficiente de Sorensen (S) (Magurran 1988Magurran, A.E. 1988. Ecological diversity and its measurement. Princeton University Press, Princeton.), a partir do programa FITOPAC 1.6.4 (Shepherd 1996Shepherd, G.J. 1996. Fitopac 1: manual do usuário. UNICAMP, Campinas.). Dendrograma com a distância média (UPGMA) foi montado a partir de médias ponderadas e dos coeficientes de Sorensen, após serem transformados em distância euclidiana quadrada. Em geral, índices de similaridade maiores do que 0,5 são considerados altos.

Resultados

Características fitofisionômicas - Foram avaliadas 147 moitas, 49 na FAAI e 98 na FAANI, com área média, respectivamente, de 210,78m2 e 30,45m2. A porcentagem de cobertura vegetal foi de 79,8% para a FAAI e de 53,05% para a FAANI. As análises do nível do lençol freático mostraram a sua maior proximidade a superfície do solo (próximo a três metros) ao longo do ano apenas para a FAAI, porém sem direta inundação da área. FAANI não apresentou lençol freático dentro dos três metros superficiais analisados.

Levantamento florístico - Foi encontrado um total de 100 espécies para as duas áreas, distribuídas em 40 famílias, sendo 87 espécies ocorrentes na FAAI e 68 na FAANI (tabela 1). Dentre essas espécies, 29 são exclusivas da FAAI e 11 da FAANI (tabela 1). As famílias com maior representatividade foram Orchidaceae e Bromeliaceae (sete espécies), Myrtaceae (seis espécies), Rubiaceae, Malpighiaceae e Fabaceae (cinco espécies) (tabelas 1 e 2). As famílias Chrysobalanaceae, Commelinaceae, Ericaceae, Icacinaceae, Nyctaginaceae e Schoepfiaceae ocorreram na FAAI, enquanto Phytolaccaceae teve ocorrência exclusiva na FAANI (tabelas 1 e 2).

Tabela 1
Lista das espécies vegetais ocorrentes nas formações arbustivas abertas inundáveis e não inundáveis do Parque Estadual Paulo César Vinha, Guarapari, Espírito Santo, Brasil.
Table 1
List of plant species occurring in the flooded and non-flooded open shrub formations of the at Parque Estadual Paulo César Vinha (State Park), Guarapari City, Espírito Santo State, Brazil.

Estrutura da vegetação - A família com maior Valor de Importância (VI) na FAAI foi Bromeliaceae, seguida respectivamente pelas famílias Burseraceae, Myrtaceae e Araceae (tabela 2). Na FAANI a família com maior VI foi Myrtaceae, seguida por Burseraceae, Poaceae e Araceae (tabela 2). Araceae apresentou apenas duas espécies, que, no entanto, figuram entre as mais importantes com relação ao VI, ocorrendo no centro das moitas. Anthurium parasiticum é a terceira espécie em VI na FAAI e em sexto na FAANI (tabelas 3 e 4). Anthurium cleistanthum se encontra em 17º na FAAI e em sexto na FAANI (tabelas 3 e 4).

Tabela 2
Parâmetros fitossociológicos das famílias amostradas nas formações arbustivas abertas inundável e não inundável do Parque Estadual Paulo César Vinha, Guarapari, ES, Brasil, em ordem decrescente de Valor de Importância. NE: Número de espécies por família. VI: Valor de Importância Absoluto. VIR (%): Valor de Importância Relativo.
Table 2
Phytosociological parameters of families sampled in flooded and non-flooded open shrub formations of the Parque Estadual Paulo César Vinha (State Park), Guarapari City, Espírito Santo State, Brazil, in descending order of Importance Value. NE: Number of species per family. VI: Absolute Importance Value. VIR (%): Relative Importance Value.

Tabela 3
Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas na formação arbustiva aberta inundável do Parque Estadual Paulo César Vinha, Guarapari, Espírito Santo, Brasil, em ordem decrescente de Valor de Importância. FA (%)-(%): Frequência absoluta. FR (%)-(%): Frequência relativa. DLA (ind.ha-1): Densidade linear absoluta. DLR (%)-(%): Densidade linear relativa. CLA (m2.ha-1): Cobertura linear absoluta. CLR (%): Cobertura linear relativa. VI: Valor de Importância. VIR (%)-(%): Valor de Importância relativo.
Table 3
Phytosociological parameters of species sampled in the flooded open shrub formation of the Parque Estadual Paulo César Vinha (State Park), Guarapari City, Espírito Santo State, Brazil, in descending order of Importance Value. FA: Absolute Frequency. FR (%)-(%): Relative Frequency. DLA (ind.ha-1): Linear density absolute. DLR (%)-(%): Linear relative density. CLA(m2.ha-1): Linear coverage absolute. CLR (%)-(%): Linear coverage relative. VI: Importance Value. VIR (%)-(%): Relative Importance Value.

Tabela 4
Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas na formação arbustiva aberta não inundável do Parque Estadual Paulo César Vinha, Guarapari, ES, Brasil, em ordem decrescente de Valor de Importância. FA: Frequência Absoluta. FR (%)-(%): Frequência relativa. DLA (ind.ha-1): Densidade linear absoluta. DLR (%)-(%): Densidade linear relativa. CLA (m2.ha-1): Cobertura linear absoluta. CLR (%): Cobertura linear relativa. VI: Valor de Importância. VIR (%)-(%): Valor de Importância relativo.
Table 4
Phytosociological parameters of species sampled in the non-flooded open shrub formation of the Parque Estadual Paulo César Vinha (State Park), Guarapari City, Espírito Santo State, Brazil, in descending order of Importance Value. FA: Absolute frequency. FR (%)-(%): Relative frequency. DLA (ind.ha-1): Linear density absolute. DLR (%)-(%): Linear relative density. CLA (m2.ha-1): Linear coverage absolute. CLR (%)-(%): Linear coverage relative. VI: Importance Value. VIR (%)-(%): Relative Importance Value.

Em nível específico, Protium icicariba, Vriesea procera, Anthurium parasiticum e Gaylussacia brasiliensis foram as espécies com maior VI na FAAI (tabela 3). Na FAANI, o maior VI foi encontrado para Protium icicariba, Marlierea neuwiedeana, Renvoizea trinii e Smilax rufescens (tabela 4). Em destaque, R. trinii apresentou elevado VI, frequência linear relativa (FR) e densidade linear relativa (DLR) na FAANI, no entanto não ocorreu na FAAI (tabelas 4 e 5). Allagoptera arenaria é bem representada nas duas regiões, ocupando em ambas as regiões elevadas posições em relação ao VI (tabelas 4 e 5).

Análise de agrupamento - O dendrograma identificou três grupos dentre as duas formações arbustivas (figura 2). O grupo 1 apresentou apenas uma das parcelas pertencentes a FAAI, com baixa similaridade em relação aos demais grupos (figura 2). O grupo 2 foi formado pelas demais parcelas da FAAI, enquanto que o grupo 3 foi composto por todas as parcelas da FAANI (figura 2).

Figura 2
Dendrograma de similaridade florística entre as parcelas amostradas nas formações arbustivas abertas inundável e não inundável do Parque Estadual Paulo César Vinha, Guarapari, ES, Brasil.
Figure 2
Floristic similarity dendrogram between the plots sampled in the flooded and non-flooded open shrub formations of the Parque Estadual Paulo César Vinha (State Park), Guarapari City, Espírito Santo State, Brazil.

Discussão

A diferença na estrutura e na riqueza em espécies encontradas nas fitofisionomias abertas inundável (FAAI) e não inundável (FAANI) do Parque Estadual Paulo César Vinha (PEPCV) demonstra elevada variação florística, confirmada pela análise de similaridade, mesmo estando geograficamente próximas. Segundo Montezuma & Araujo (2007Montezuma, R.C.M. & Araújo, D.S.D. 2007. Estrutura da vegetação de uma restinga arbustiva inundável no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Rio de Janeiro. Pesquisas: Botânica 58: 157-176.), a água em formações abertas de Restinga pode ser um fator regulador para o desenvolvimento das espécies vegetais, interferindo na estrutura das comunidades, como observado nesse estudo. Young et al. (1995Young, D.R., Shao, G. & Porter, J.H. 1995. Spatial and temporal growth dynamics of barrier island shrub thickets. American Journal of Botany 82: 638-645.) atribuíram à maior proximidade do lençol freático o crescimento mais favorável para as plantas em ambientes ao longo da região costeira das ilhas da península da Virginia, América do Norte. A proximidade do lençol freático da superfície do solo das parcelas avaliadas na FAAI pode ter contribuído para a maior cobertura vegetal, área e volume das moitas, com espécies vegetais que alcançam até 7,2 metros de altura. Em casos de inundação pelo lençol freático, o estabelecimento de certas espécies pode ser limitado, promovendo redução na riqueza vegetal (Magnago et al. 2011Magnago, L.F.S., Martins, S.V. & Pereira, O.J. 2011. Heterogeneidade florística das fitocenoses de restingas nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, Brasil. Revista Árvore 35: 245-254.). Segundo Montezuma & Araújo (2007), as formações arbustivas abertas inundáveis são representadas por áreas com lençol freático mais superficiais e por áreas totalmente inundáveis. Deste modo, a superficialidade do lençol freático, sem inundação, pode explicar o maior número de espécies da FAAI, em comparação com a FAANI.

A composição florística das restingas sofre influência dos ecossistemas circunvizinhos (Giaretta et al. 2013Giaretta, A., Menezes, L.F.T. & Pereira, O.J. 2013. Structure and floristic pattern of a restinga in southeastern Brazil. Acta Botanica Brasilica 27: 87-107., Scherer et al. 2005Scherer, A., Maraschin-Silva, F. & Baptista, L.R.M. 2005. Florística e estrutura do componente arbóreo de matas de Restinga arenosa no Parque Estadual de Itapuã, RS, Brasil. Acta Botânica Brasílica 19: 717-726.). Assim, as diferenças verificadas na flora das formações estudadas em comparação com outros ambientes com mesmas condições ambientais devem ser analisadas também sob essa ótica. Similarmente ao Rio de Janeiro, as famílias com maior riqueza para as restingas do Espírito Santo são Fabaceae (73), Myrtaceae (59), Rubiaceae (48), Orchidaceae (44), Cyperaceae (38), Poaceae (36), Bromeliaceae (35), Euphorbiaceae (30) e Asteraceae (30) (Magnago et al. 2011Magnago, L.F.S., Martins, S.V. & Pereira, O.J. 2011. Heterogeneidade florística das fitocenoses de restingas nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, Brasil. Revista Árvore 35: 245-254.). Para as formações abertas estudadas, encontramos resultados similares, estando às famílias Orchidaceae, Bromeliaceae, Myrtaceae, Rubiaceae e Fabaceae dentre as de maior representatividade. Para uma restinga do Rio Grande do Sul, Myrtaceae também foi considerada uma das mais representativas (Scherer et al. 2005), porém para o estrato herbáceo de uma formação arbustiva aberta da restinga de Jurubatiba, Rio de Janeiro, as famílias mais representativas foram Rubiaceae (cinco), Bromeliaceae, Cactaceae e Fabaceae (quatro), Orchidaceae e Poaceae (três), Araceae, Convolvulaceae e Solanaceae (dois) (Pereira et al. 2004Pereira, M.C.A., Cordeiro, S.Z. & Araujo, D.S.D. 2004. Estrutura do estrato herbáceo na formação aberta de Clusia do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, RJ, Brasil. Acta Botânica Brasílica 18: 677-687.). Esses resultados indicam uma predominância de espécies de Myrtaceae relacionada a estratos arbustivos e arbóreos.

Para Pereira (1990Pereira, O.J. 1990. Caracterização fitofisionômica da restinga de Setiba. Guarapari, E.S. In: S. Watanabe (ed.). Anais do II Simpósio Ecossistemas da Costa Sul-Sudeste. ACIESP, Águas de Lindóia, pp. 207-219.) e Montezuma & Araujo (2007Montezuma, R.C.M. & Araújo, D.S.D. 2007. Estrutura da vegetação de uma restinga arbustiva inundável no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Rio de Janeiro. Pesquisas: Botânica 58: 157-176.), a ocorrência de Humiria balsamifera caracteriza a FAAI, estando entre as espécies com maior VI. No presente estudo, esta espécie ocorreu em ambas as fitofisionomias avaliadas, porém com maiores valores na FAAI (FAAI: 32a posição; FAANI: 53a posição), o que confirma sua representatividade em formações inundáveis. Protium icicariba foi a espécie com maior VI nas duas fitofisionomias, apresentando-se como a principal espécie das moitas, principalmente as de pequeno porte, o que demonstra sua propensão em habitar ambientes com níveis discrepantes de água no solo. Segundo Pereira et al. (2004), P. icicariba também atua como uma das espécies características para as restingas do Parque Estadual do Rio da Onça, em Matinhos, no Paraná, e de Jurubatiba, Rio de Janeiro, inclusive para a FAAI do Rio de Janeiro (Montezuma & Araújo 2007). Vriesea procera também é bem representada nas duas regiões, com valores de frequência relativa e densidade linear relativa mais altos que P. icicariba, porém seu menor porte e cobertura resultaram no seu menor VI.

Uma das características da formação arbustiva aberta não inundável é a presença de um anel de bromélias que circunda as moitas, representada principalmente por V. procera (Pereira 1990Pereira, O.J. 1990. Caracterização fitofisionômica da restinga de Setiba. Guarapari, E.S. In: S. Watanabe (ed.). Anais do II Simpósio Ecossistemas da Costa Sul-Sudeste. ACIESP, Águas de Lindóia, pp. 207-219.). Em Matinhos no Paraná esta espécie é característica de áreas sujeitas a inundações e é importante na composição da planície litorânea na Ilha do Mel (Kersten & Silva 2001Kersten, R.A. & Silva, S.M. 2001. Composição florística e estrutura do componente epifítico vascular em floresta da planície litorânea na Ilha do Mel, Paraná, Brasil. Revista Brasileira de Botânica 24: 213-226.). Para a restinga de Jurubatiba, V. procera não chega a figurar entre as 10 espécies mais representativas da região (Cogliatti-Carvalho et al. 2001Cogliatti-Carvalho, L.F., A.F.N., Rocha, C.F.D. & Van Sluys M. 2001. Variação na estrutura e na composição de Bromeliaceae em cinco zonas de restinga no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Macaé, RJ. Revista Brasileira de Botânica 24: 1-9.). Esses dados indicam que apesar de ser muito presente na FAANI no PEPCV, em outras regiões V. procera ocorre em ambientes inundáveis, retratando distinção na sua ocupação ao longo do litoral brasileiro. Outra espécie de Bromeliaceae em posição de destaque foi Tillandsia stricta, que é a espécie do gênero com maior VI dentre as bromélias da restinga de Jurubatiba, sendo que as três espécies de Tillandsia apresentaram as mesmas posições quanto ao VI em Jurubatiba (Cogliatti-Carvalho et al. 2001).

Allagoptera arenaria está entre as 10 espécies com maior VI nas duas regiões, sendo a nona na FAAI e a terceira na FAANI. Em Jurubatiba, essa espécie apresentou o maior VI da região, enquanto em Linhares, Espírito Santo, encontra-se com os mais altos valores de frequência, densidade e, principalmente, de cobertura (Pereira et al. 2004Pereira, M.C.A., Cordeiro, S.Z. & Araujo, D.S.D. 2004. Estrutura do estrato herbáceo na formação aberta de Clusia do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, RJ, Brasil. Acta Botânica Brasílica 18: 677-687.). A. arenaria também é a principal espécie na formação arbustiva de Palmae na Restinga de Marambaia no Rio de Janeiro (Menezes & Araujo 2004Menezes, L.F.T. & Araujo, D.S.D. 2004. Regeneração e riqueza da formação arbustiva de Palmae em uma consequência pós-fogo na Restinga da Marambaia, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Acta Botânica Brasílica 18: 771-780.). Em três áreas estudadas na Praia do Peró em Cabo Frio (Rio de Janeiro), A. arenaria está entre as espécies com maiores VI (Cordeiro 2005Cordeiro, S.Z. 2005. Composição e distribuição da vegetação herbácea em três áreas com fisionomias distintas na Praia do Peró, Cabo Frio, RJ, Brasil. Acta Botânica Brasílica 19: 679-693.).

Dentre as espécies exclusivas, Renvoizea trinii ocorreu na FAANI, presente em elevado número na borda da moita, podendo ser útil para reconhecimento dessa fitofisionomia. Para uma restinga em Linhares, R. trinii ocupou a oitava posição em Valor de Importância para formações abertas (Pereira & Assis 2004Pereira, M.C.A., Cordeiro, S.Z. & Araujo, D.S.D. 2004. Estrutura do estrato herbáceo na formação aberta de Clusia do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, RJ, Brasil. Acta Botânica Brasílica 18: 677-687.). Para a FAAI, Gaylussacia brasiliensis é a espécie exclusiva com maior VI, quarta posição, sendo a mais indicada para reconhecimento dessa fitofisionomia. Na FAAI da restinga de Jurubatiba, G. brasiliensis se apresenta apenas em 28º em Valor de Importância, podendo ser encontrada isoladamente no entre moitas com porte arbustivo (Montezuma & Araújo 2007Montezuma, R.C.M. & Araújo, D.S.D. 2007. Estrutura da vegetação de uma restinga arbustiva inundável no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Rio de Janeiro. Pesquisas: Botânica 58: 157-176.).

Perante o exposto, foi possível caracterizar florística e estruturalmente duas fitofisionomias arbustivas abertas (inundável e não inundável) da restinga do Espírito Santo com baixa similaridade florística entre elas. As diferenças florísticas verificadas em cada formação parecem ter relação direta com o regime de disponibilidade hídrica no solo a que estão submetidas, no entanto, deve-se ressaltar a plasticidade que determinadas espécies apresentam (ex. Vriesea procera), podendo ser comum em ambientes inundáveis ou não. Na FAAI houve maior riqueza de espécies vegetais e maior porte dos indivíduos, distribuídas em moitas com maior área e volume. Apesar da elevada distinção florística, Protium icicariba apresentou-se como a principal espécie em Valor de Importância em ambas às áreas. Em relação às espécies exclusivas, Gaylussacia brasiliensis e Renvoizea trinii são as espécies mais bem representadas, respectivamente na FAAI e FAANI, o que as coloca como espécies indicadoras dessas fitofisionomias.

Agradecimentos

Os autores agradecem aos pesquisadores Oberdan José Pereira e Rodrigo Theófilo Valadares pelo auxílio na identificação geral das espécies vegetais; e ao pesquisador Marcos Eduardo Guerra Sobral pela identificação das espécies da família Myrtaceae. Agradece-se também a direção do Parque Estadual Paulo César Vinha que deu amplo acesso a área de estudo, o que foi fundamental para a realização das coletas e desenvolvimento da pesquisa.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    21 Out 2019
  • Data do Fascículo
    2019

Histórico

  • Recebido
    23 Nov 2018
  • Aceito
    09 Ago 2019
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