Resumo
Partindo de uma breve exposição sobre o cinema indígena, este artigo aborda duas produções, uma brasileira e outra canadense. No documentário Topawa (2020), um coletivo de cineastas do povo Parakanã, da região amazônica no Brasil, apresenta o trabalho de produção artesanal de redes. No documentário Waban-aki: People from Where the Sun Rises (2007), a cineasta canadense Alanis Obomsawin constrói um retrato lírico de seu povo, os Abenaki, na luta contemporânea para manter vivas as práticas tradicionais de cestaria. Ainda que se considerem as diferenças de contexto de produção dos dois documentários, ambos exploram um tema em comum, o papel das atividades tradicionais no complexo processo de (re)construção de identidade cultural em virtude de adversidades históricas. As duas produções ilustram que o cinema indígena ultrapassa as fronteiras locais, incluindo-se em um movimento nas Américas e no mundo para a afirmação política e a renascença cultural indígena.
Palavras-chave
documentário; cinema indígena; Brasil; Canadá