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EDITORIAL

O debate sobre o socialismo é mais do que nunca atual e concreto. Verdade que a derrota do socialismo real de marca stalinista e a capacidade ofensiva, no plano prático e no teórico, do neoliberalismo indicariam que as idéias socialistas estão colocadas no limbo do utópico. Certamente muitas concepções revelaram-se insuficientes para as exigências atuais do debate. Valores como os de democracia, responsabilidade e capacidade individuais, certamente estão reabilitados e se colocam no centro mesmo de qualquer exame da questão do socialismo. A discussão que os autores convidados a escrever neste número nos trazem, sob ângulos e posições diferentes, não se vincula imediatamente à conjuntura. Não são as questões dos excessos do sistema capitalista, da reprodução das desigualdades, do Terceiro e Quarto mundos e das sociedades dos dois terços o que se discute. O que se debate é se a livre iniciativa e o Estado mínimo têm condições de garantir, para as décadas futuras, o bem-estar e o contínuo desenvolvimento das forças produtivas, objetivos que parecem hoje uma realidade ilimitada, capaz mesmo de levar à substancial diminuição das tensões internacionais globais.

Na discussão aqui representada há inúmeras variáveis consideradas. Ressaltem-se a relativização das propostas, as incertezas. Mas veja-se que os temas da subjetividade política e da vontade social acabam tornando-se centrais. Não há leis de bronze da história. A idéia de socialismo, mesmo quando não está na porta, é parte do debate. Trata-se de olhar à frente.

Tullo Vigevani

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    01 Fev 2011
  • Data do Fascículo
    Dez 1990
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